João Santos Filipe Manchete SociedadeHotel The Londoner está oficialmente aberto desde ontem Depois do cheirinho de Veneza e Paris, o mais recente hotel da Sands China traz para Macau o espírito de Londres. A primeira fase do investimento de 15,2 mil milhões de patacas foi ontem oficialmente inaugurada Foi ao som de Queen e no meio da recriação do ambiente da capital inglesa que a primeira fase do hotel e casino The Londoner foi ontem oficialmente inaugurada. No total, o investimento da concessionária da Sands China vai ser de 15,2 mil milhões de patacas. Wilfred Wong, presidente da empresa, destacou que o empreendimento de luxo vai contribuir para trazer mais turistas a Macau, numa fase em que o mercado atravessa uma crise sem precedentes. “Temos estado a operar de forma experimental desde o Natal e Ano Novo. O que descobrimos é que ao trazer o Londoner para o mercado estamos a promover a visita de pessoas que de outra forma não visitariam Macau”, afirmou o responsável. “Por isso, dizemos [a potenciais visitantes] que estamos a abrir novas instalações e perguntamos às pessoas, que anteriormente não tinham qualquer plano de visitar Macau, se querem vir e fazer uma reserva”, acrescentou. E a oferta vai ser especialmente focada nos clientes com maior poder de compra, que a Sands acredita estar disponível para viajar, mesmo com as limitações em tempo de pandemia: “Há turismo suficiente para justificar viagens de luxo e estamos a oferecer um ambiente muito luxuoso para os visitantes”, destacou. É por isso sem surpresa que algumas das maiores promotoras de junkets, como a Suncity ou a Tak Chun, estão presentes no novo espaço. Segundo Wilfred Wong este é um sinal de confiança. “O sector VIP depende das tendências e nesta altura está relativamente fraco, devido a vários factores. Mas só mostra que alguns dos maiores junkets mostram muita confiança no Londoner, enquanto um produto para atrair os seus clientes”, argumentou. Sem “milagres” Nesta fase, o Londoner tem disponíveis 600 suites de luxo, além de várias atracções como a Praça Crystal Palace, com uma decoração vitoriana e recriando no centro a estátua de Piccadilly Circus. Além destas suites, encontram-se outras 14 decoradas por David Beckham, embaixador da marca para Macau, mas que só vão estar disponíveis no final do ano. O Londoner abre as portas numa altura em que o mercado do turismo está longe dos melhores dias. Também por isso, Wilfred Wong admitiu não esperar milagres, ao contrário do que aconteceu com o primeiro casino da Sands em Macau, cujo investimento total foi recuperado em menos de um ano. “O primeiro investimento da Sands foi o que se pode chamar um verdadeiro milagre. Mas, se olharmos para os outros investimentos que fizemos, o tempo para recuperar o investimento foi mais longo”, indicou. “Por exemplo, o Parisian é um projecto muito bem sucedido, mas leva vários anos a recuperar o investimento. É normal”, realçou. Este foi o primeiro empreendimento da Sands, após a morte do fundador do grupo Sheldon Adelson, que aconteceu no início de Janeiro. A cerimónia contou assim com um momento solene para recordar o multimilionário.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeSands China | Prejuízos de 1,52 mil milhões não afastam investimentos futuros A Sands China registou prejuízos de 1,52 mil milhões de dólares em 2020, mas tal não inviabiliza que o novo CEO da Las Vegas Sands, Robert Goldstein, tenha confiança no futuro. Na calha está um investimento entre cinco a dez mil milhões de dólares para Macau. A pensar na renovação das licenças O ano fechou em baixa para a concessionária de jogo Sands China, que registou prejuízos de 1,52 mil milhões de dólares em 2020, apesar de ter existido uma ligeira recuperação nos últimos meses em relação aos anteriores. As receitas caíram 80,8 por cento para 1,69 mil milhões de dólares em relação aos resultados de 2019. No que diz respeito ao último trimestre do ano, as receitas foram de 672 milhões de dólares mas, contas feitas, houve um prejuízo de 246 milhões de dólares. Um valor muito distante do que se verificou no período homólogo de 2019, quando contabilizou um lucro de 513 milhões de dólares. Apesar dos números, consequência da crise pandémica que levou a uma grande quebra no número de turistas e ao controlo das fronteiras, a operadora está confiante no futuro. O novo CEO da Las Vegas Sands, que detém a subsidiária Sands China, anunciou novos investimentos para o território, segundo o portal Inside Asian Gaming. “Acredito que quando Macau tomar a sua decisão (sobre a renovação das licenças) que haverá o requisito de investir mais em Macau. Foi isso que Sheldon [Adelson] sentiu, que deveríamos investir mais cinco a dez mil milhões de dólares”, adiantou Robert Goldstein. “Quando o Governo macaense tomar a sua decisão penso que vamos continuar com um sólido investimento de base para apanharmos esta oportunidade com as duas mãos, e eu sei que era isto que Sheldon sentia. Não há sítio como Macau e ainda não terminámos o nosso trabalho em Macau. Vamos continuar por aqui durante muitos mais anos”, disse. Robert Goldstein falou também de outros investimentos que a operadora está a fazer na Ásia, nomeadamente na expansão do empreendimento Marina Bay Sands, em Singapura, que vai custar 3,3 mil milhões de dólares americanos. “Haverá outros investimentos que não são pequenos, são na ordem dos mil milhões de dólares, então temos de nos preparar para investir nos nossos melhores mercados, que são Macau e Singapura, em prol de um grande crescimento.” Crença na recuperação No comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, o CEO da Las Vegas Sands confessou estar “confiante e optimista” em relação ao futuro. “Atingimos um positivo EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] em Macau e Singapura durante o quarto trimestre. Não temos dúvidas de que o nosso negócio vai recuperar para níveis pré-covid no futuro.” Falando dos empreendimentos que a Sands China tem no território, Robert Goldstein destacou a abertura da quarta fase do The Londoner no próximo mês, no Cotai. “Estamos muito entusiasmados com o progresso que o The Londoner Macao terá ao longo do ano de 2021.” A morte de Sheldon Adelson, vítima de cancro, foi lembrada pelo seu sucessor. “A visão e liderança que Sheldon Adelson criou para a Las Vegas Sands e o modelo de resorts integrados e de convenções tornaram-se nos alicerces do sucesso da nossa empresa. O seu impacto mantém-se vivo em todos os 50 mil funcionários da empresa e nas propriedades icónicas que desenvolveu em todo o mundo”, concluiu.