Coxinga divinizado

Ming significa brilhante, mas brilhante não foi o período dos seus últimos imperadores da dinastia Ming pois estavam tão ocupados com a sua imortalidade e luxos, que nem tempo tinham para os assuntos de Estado.

O imperador Wanli (1572-1620), com o nome Zhu Yijun, mandou construir um palácio subterrâneo para ser o seu túmulo, cujo valor despendido permitiria alimentar dez milhões de pessoas durante um ano. A decadência imperava e a população vivia na miséria. Era obrigada a pagar altas rendas e taxas, o que levou os camponeses a revoltarem-se e a pegarem em armas para se proteger.

Em 1627 começou uma revolta camponesa a Norte de Shaanxi, que se estendeu para Shanxi e Henan. Em 1635, os chefes de grupos armados de camponeses reuniram-se em Xingyang, província de Henan, para planearem uma estratégia. Li Zicheng, um dos líderes, com o seu exército de camponeses ocupou Xian, em 1644, e toda a província de Shaanxi, tendo aí formado o estado de Dashun. Depois, partiu para Leste e passando por Shanxi e Hebei, chegou a Beijing, o que levou o último imperador da dinastia Ming, Chongzhen (1628-44), que também se chamava Zhu Yijun, a refugiar-se no monte Wansui (Colina da Longa Vida), situado na parte Norte do Palácio Imperial. Aí ficou 43 dias, mas todos os esforços falharam e sem uma solução para a complicada situação, o imperador enforcou-se. A China ficou sem governo imperial por alguns meses, período conhecido pelo Interregno Shun.

As tropas Ming combatiam os revoltosos camponeses em muitas partes da China e uma pequena corte Ming mudou-se para Nanjing, agora com o nome de Yingtian, criando a dinastia Ming do Sul.

Os manchus tinham os seus antepassados na tribo dos Nuzhen, que no período Song formara a dinastia Jin e que viviam no Nordeste há muitos séculos, vindos das montanhas do Altai. Em 1616, uniram-se sobre o comando de Nurhachi e em 1636, o seu filho Huangtaiji formou o Estado de Qing. Com um corpo militar cada vez mais forte, foi-se preparando para invadir a China. Durante muito tempo, as tropas manchus foram sendo estacionadas ao longo das fronteiras com o território da dinastia Ming.

O general Ming, Wu Sangui, que governava a Passagem de Shanhaiguan, rendeu-se aos manchus e deixou-os passar pela Grande Muralha para que, as tropas Ming, em conjunto com as manchus, combatessem os revoltosos camponeses. Li Zicheng teve que partir de Beijing e, seguindo para Oeste, até Shanxi, foi perseguido pelas tropas manchus e Ming que se tinham unido. Foi morto em Hubei, com a idade de 39 anos.

Depois das tropas manchus terem atravessado a Grande Muralha com a ajuda de Wu Sangui, encontraram a China sem dinastia no Trono do Dragão há já alguns meses. Em 1644, os manchus ocuparam Beijing e para aí passaram a sua capital, que até então se situava em Shenyang. Muitos oficiais Ming, que até então cooperavam com os manchus contra os camponeses, mudaram para o lado destes, combatendo os invasores manchus.

Com o último imperador da dinastia Ming morto em 1644, a pequena corte Ming estabeleceu-se em Nanjing e aí formou a dinastia Ming do Sul (1644-1662). Zhu Yousong, príncipe de Fu, torna-se o imperador Hong Guang (1644-1645) e liberta da prisão Zhu Yujian, condenado desde 1636, quando lhe fora retirado o título de príncipe de Tang.

Yingtian (Nanjing) foi capturada em Junho de 1645 pelas forças Qing e a corte dos Ming voltou a fugir. Dividida a dinastia Ming do Sul, parte vai para Shaoxing (Zheijiang) e outra refugia-se em Fuzhou, onde sobe ao trono o imperador Long Wu (1645 -1646), cujo nome era também Zhu Yujian, príncipe de Tang. Pertencia à oitava geração descendente do terceiro filho do primeiro imperador da dinastia Ming e tinha a esperança de conseguir derrotar os manchus, que formavam já a dinastia Qing.

Macau e a resistência Ming

Com os antecedentes explicados, chegamos ao período da História que nos interessa estudar para reconhecer a personagem ligada aos Ming que se esconde por trás do deus Zhu Da Xian, cuja crença da sua protecção tem grande poder.

Até 1660 houve pelo país uma resistência dos chineses han aos manchus, onde Macau se colocou, enviando por várias vezes destacamentos militares, com canhões, para ajudar a dinastia Ming, que lhe tinha aberto as portas do País do Meio.

Em 1630, pagos pela corte Ming, partiram de Macau quatrocentos portugueses em direcção à Grande Muralha, mas quando se encontravam em Jiangxi foram interrompidos na sua marcha, devido às intrigas dos comerciantes de Cantão junto aos mandarins provinciais.

Em 1643, um canhão e quatro artilheiros são enviados de Macau para Guangzhou e Nanjing, que entre 1644 e 1645, recebe a corte que para aí foge após a invasão manchu.

Depois da conquista de Beijing pelos manchus, as forças leais à dinastia Ming voltam a pedir ajuda aos portugueses e por isso, em 1646, Nicolau Ferreira junta-se ao último imperador Ming do Sul, Yang Li. Este reinou por um período de quinze anos, sendo capturado no início de 1662, quando o segundo imperador Qing, Kang Xi, já estava no poder há um ano.

Macau manteve-se fiel aos Ming e de boas relações com as forças de resistência, lideradas desde 1644 por Zheng Chenggong. Se este nome pouco ou nada nos diz, já o de Coxinga é mais reconhecido por quem usa estudar História, apesar de ambos representarem a mesma pessoa.

O nome de Coxinga foi dado a Zheng Chenggong pelos holandeses, que o ouviram em Taiwan da boca dos habitantes de Fujian, onde se fala o dialecto min e o kejia do povo Hakka, que lhe chamavam Kok Sèng Iâ. Coxinga, cujo nome à nascença era Zheng Sen e depois passou para Zheng Fu Song e só em 1645 mudou para Zheng Chenggong, era filho de um antigo habitante de Macau, com o nome cristão de Nicolau Gaspar. Pai de Coxinga, Zheng Zhilong (1604-61), natural de Fujian, tinha passado algum tempo enquanto jovem em Macau, onde foi convertido e baptizado. Após reconhecer o bom dinheiro que se fazia no comerciar, Nicolau Gaspar de novo como Zhilong, juntou-se a um grupo de piratas, que atacavam sobretudo holandeses, sediados em Taiwan e mercadores chineses, fazendo ainda comércio com o Japão. E é no Japão, de mãe japonesa, que em 1624 nasceu Zheng Sen (1624-83), conhecido por Zheng Fu Song. O pai, Zheng Zhilong em 1628 dedicava-se ao ataque de navios chineses Qing, combatendo pelos Ming. Já o seu filho, que passara os primeiros sete anos de vida no Japão, depois vai buscá-lo para ficar com ele a viver em Fujian. Aos 15 anos, Zheng Fu Song estudou em Nanjing Guo Zhi Jian e em 1645, com 21 anos, acabou os estudos na Beijing Guo Zhi Jian.

Zheng Zhilong era o mais poderoso aliado do imperador Long Wu (1645-1646) com quem tinha uma grande amizade, já que fora ele que o ajudara a chegar a imperador. Pela fidelidade tanto de Zheng Zhilong, como do filho, o imperador, em Fuzhou, no ano de 1645, atribui o seu nome de família, Zhu, a Zheng Fu Song, que assim passa a ter o nome oficial de Zhu Chenggong. Apesar deste nome significar “Sucesso dos Zhu”, em 1646, com as vitórias do exército Qing no centro da China e Fujian, o imperador Long Wu a 6 de Outubro foi capturado e executado.

Os manchus compraram Zheng Zhilong para ficar ao seu serviço e este aceita. Já o seu filho, zangado pelo progenitor ter passado para as hostes dos manchus, recusa abandonar os Ming e com outros provenientes do grupo do pai, que o seguem, governou as costas de Fujian desde 1646.

O irmão mais novo do imperador Longwu, Zhu Yuyue, escapando de barco de Fuzhou chega a Guangzhou onde funda um estado Ming, tendo em 11 de Dezembro de 1646 ficado com o título de reinado Shao Wu. Mas passado um mês, Li Chengdong, um ex-comandante da dinastia Ming do Sul, que liderava um pequeno grupo de tropas Qing, aí capturou e matou Shao Wu. A pouco e pouco, a dinastia Qing vai ocupando todo o território Chinês.

O cerco pelos manchus a Guangzhou (Cantão), que durou dez meses e terminou em 25 de Novembro de 1650, provocou 70 mil mortos. Foi uma grande machadada à resistência Ming que, na parte Oriental da China, ficou confinada apenas ao mar. Aí, o general comandante da armada, Zheng Chenggong, é derrotado em 1659, no estuário do rio Yangtzé. Após esta batalha, Coxinga volta a Fujian e daí parte à frente de 25 mil pessoas para Taiwan, onde após um cerco de nove meses tomam em Abril de 1661 a ilha aos holandeses. Assim muitos habitantes de Fujian foram viver em Taiwan.

Em 1662, Zheng Chenggong morreu de doença aos 38 anos, mas Taiwan só passa para o domínio dos Qing em 1683, quando é conquistada ao seu neto.

Coxinga por detrás de Zhu Da Xian

A História desse período, aqui resumidamente apresentada, transporta-nos até Coxinga, nome dado pelos holandeses a partir do que ouviam dos chineses de Fujian chamar a Kok Sèng Iâ.

Analisando o nome Coxinga, que em mandarim é Guo Xing Ye e em cantonense, Kok Sèng Iâ, temos para Guo (国) o significado de país, para Xing (姓) o nome de família e para Ye (爷), forma respeitosa de chamar um ancião, um oficial, o pai ou avô, os pais ou avós, ligada por isso à representação do poder. Isto quer dizer que, Kok Xing representa o apelido do Imperador da China que era Zhu, na dinastia Ming.

Em 1645, o imperador Long Wu dá a Zheng Fu Song o nome de Zhu e por isso passa a ter o nome oficial de Zhu Chenggong, que queria significar “Bem-sucedida dinastia Ming”. Era apenas usado nos documentos oficiais e só o imperador lhe poderia chamar assim, pois Zhu era o apelido de quem governava na dinastia Ming. Chamado normalmente por Zheng Guoxing e com maior respeito Guo Xing Ye, ficava desta maneira escondida a referência Zhu, desta grande personagem para a dinastia Ming, sobretudo quando era a manchu dinastia Qing que governava.

O deus Zhu Da Xian, que significa Grande Imortal Zhu, está também conectado com Fujian e ambos ligados ao apelido Zhu, o nome de família dos imperadores Ming. Por isso, pareceu-nos haver algo a uni-los, mas por não poder ser revelado, devido ao domínio manchu então inimigo dos han, teve que se esconder Coxinga na capa de um deus, para o venerar.

Ainda na dinastia Ming do Sul, o imperador Yong Li (24/12/1646-20/1/1647) deu a Zheng Chenggong o título de Yan Ping Wang.

Já tinham acabado as tentativas para reabilitar a dinastia Ming, estando os manchus consolidados no poder na China, quando os descendentes de Zheng Guoxing escreveram ao segundo imperador da dinastia Qing, Kangxi (1661-1722), a pedir a transladação do mausoléu de Zhu Chenggong, que se encontrava em Taiwan, para a província de Fujian.

O imperador Kangxi escreveu-lhes a dizer que, apesar de Zhu Chenggong não pertencer aos seus apoiantes, permitia que o corpo viesse para Nan An, em Fujian, terra natal do pai, Zheng Zhilong (1604-1661).

Como Zhu Chenggong era contra a reinante dinastia Qing, só apareceu narrado no livro Fujian Tong Zhi em 1737, no período do reinado de Qianlong.

Por último, a nossa hipótese de Zhu Da Xian ser Zhu Chenggong parece-nos poder ser entendida em 1875. O imperador Guangxu da dinastia Qing, a partir do título de Rei Yan Ping atribuído a Zhu Chenggong pela dinastia Ming, passou-o a deus, Yan Ping Jun Wang. Mas como não pertencia aos apoiantes dessa dinastia, ficou chamado Zhu Da Xian, escondendo assim o nome de Guo Xing Ye, o que tinha grande poder. No mesmo ano, o imperador ofereceu a renovação do templo Kai Shan Wang, que passou a ter o deus Yan Ping Jun Wang.

Assim cremos, com estas pequenas explicações, poder pôr a hipótese de ser este deus, Zhu Da Xian, a deidade a Coxinga. Encontramos em Macau a estátua de Zhu Da Xian no templo de Pau Kong, na Rua da Figueira.

18 Set 2025

Templo de Fu Xi na Colina de Tai Shan

O templo em Gua Tai Shan, local onde Fu Xi criou o Bagua (oito trigramas), teve desde 1516 permissão oficial para, a par de Chenzhou (陈州, actual Huaiyang, em Henan, local da sua capital e mausoléu) também poder fazer cerimónias de sacrifício a Fu Xi. Saia assim da lista dos templos a destruir editada em 1371 por o Imperador Ming Zhu Yuanzhang (Tai Zu, 1368-1398), devido à proliferação na dinastia Yuan de templos a homenagear os Três Ancestrais (San Huang), e permitia apenas preservar os templos dos mausoléus.

Abandonado durante anos, o templo na Colina de Gua Tai, construído na dinastia Sui (581-618), fortificado na Song do Norte (960-1127) e os palácios e outras salas na dinastia Jin (1115-1234), preparava-se em 1521 para ser reparado quando serviu de base ao pedido do governo de Gansu para o imperador permitir a construção de um novo templo agora dentro da cidade, em Qinzhou (秦州), hoje Qincheng (秦城), a parte antiga de Tianshui.

Em Fevereiro de 1531, o templo em Gua Tai Shan começou também a ser reparado, obra terminada em 1533, tendo sido construída uma muralha em torno do recinto, situado no cume da colina e virado para Sul. De arquitectura usada depois nos mausoléus dos imperadores, o templo com um eixo central constituído a partir do Sul por um par de arcos de pedra decorativos (牌坊, paifang), colocados lateralmente, aparecia de seguida o arco memorial de pedra (Wu men, 午门, a porta=men do meio-dia=wu), tendo no lado Leste, a Torre do Sino e a Oeste, a Torre do Tambor (钟鼓楼, Zhong Gu lou). Continuando para Norte, um pátio, havendo a Leste e Oeste casas (Chao fang, 朝房) para os preparos dos governantes às cerimónias. Ao fundo, o Palácio XianTian (先天殿, Xian Tian dian), de um enorme e único salão e a meio a estátua de Fu Xi. No pátio, 17 pinheiros baseados nos 9 Gong (九宫, Jiugong) e nos oito Gua (八卦, Bagua). Jiugong, quadrado mágico de ordem 3 (isto é 3X3), contém sinais de ordem supernatural do Universo. O Bagua, os oito trigramas, representa os oito estados da Natureza, constituídos pelas oito possíveis combinações de três linhas (inteiras e quebradas).

Como o templo na cidade de Qinzhou passou a ser onde os governantes faziam as cerimónias de sacrifício a Fu Xi, o de Gua Tai Shan perdeu importância. Em 1654, durante a dinastia Qing, houve um grande tremor de terra em Qinzhou e em Gua Tai Shan tudo ruiu. Dois anos depois, um oficial de Qinzhou deu dinheiro para a sua reconstrução, baseando-se a edificação no anterior templo existente na dinastia Ming, sendo em 1656 a última vez que os governantes se interessaram pelo templo da Colina de Gua Tai.

Longe do centro do poder, muralhado era nos conflitos armados um lugar de refúgio para a população e por isso, visto como um sítio sagrado protegido pelos deuses. O templo ficou à guarda dos habitantes locais e apesar de já não se prestar homenagem a Fu Xi, tornou-se um popular lugar de sacrifício aos deuses. A Leste de Wumen, nos finais da dinastia Qing, passou a haver um templo-sala em honra de Cai Shen (财神, deus da Riqueza e da Abundância) e outro a Ling Guan (灵官, o deus do Fogo). Na parte Oeste de Wumen foi construído um templo a Tu Di (土地, deus da terra) e outro a Niang Niang (娘娘, Senhora que ajuda as crianças). Em frente ao Wumen o palco para teatro (戏楼, Xi lou).

Durante os reinados dos imperadores Tongzhi (1862-1874) e Guangxu (1875-1908) alguns monges aqui viveram, pregando e propagando os ensinamentos budistas. Em 1875 e 1895, a população local arranjou dinheiro para reparar os edifícios do templo e no período de guerras as pessoas de novo dentro das muralhas se resguardaram, sendo a Colina Gua Tai então conhecido por Xi Tai Bao.

Em 1920 outro grande tremor de terra em Gansu e de pé apenas ficaram as traves mestras dos edifícios XianTian dian, Wumen, paifang e as torres do Sino e do Tambor. Tudo o resto ficou destruído, sendo reconstruídos os pavilhões com as traves mestras de pé, assim como o palco de teatro (Xi lou), o local Oeste onde os governantes se prepararem para as cerimónias (Xi Chao fang) e a casa dos monges (僧房, Seng fang). Não voltaram a ser construídos os templos a Tu Di, a Niang Niang, a Ling Guan, a Cai Shen e Dong Chao fang que ruíram.

As cerimónias de sacrifício aos deuses pararam em 1958 e as pessoas deixaram de aí aparecer.

Em 1966, durante a Revolução Cultural, os edifícios foram destruídos e mesmo, o sino datado da dinastia Ming, a estátua de Fu Xi feita em ferro e muitos das estelas desapareceram. Do par de paifang feito em 1533, apenas um restou, o de três portas, que fora reconstruído em 1656, mas colocado de frente em vez de estar perpendicular ao Wumen.

Em 1981 recomeçaram no templo as celebrações dedicadas a Fu Xi, que acorrem a 15 do segundo mês lunar.

Actual templo

O governo de Tianshui iniciou em Setembro de 1981 a reconstrução do templo em Gua Tai Shan, seguindo com ligeiras modificações a matriz do reconstruído entre 1531 e 1533, durante a dinastia Ming. Ainda em 1981, foram colocadas de pé as duas estelas, as únicas então encontradas.

Os dezassete pinheiros plantados em 1531, baseados nos Nove Gong (九宫, Jiugong) e nos Oito Gua (Bagua), cortados alguns em 1966, voltaram em 1982 a perfazer os dezassete.

Em Março de 1984, o palco de teatro (Xi lou) estava pronto e em Outubro de 1987 foi a vez de Xian Tian dian (o palácio central, feito de um enorme salão e a estátua de Fu Xi a meio) ficar terminado.

O arco memorial de pedra (Wumen) com cinco portas, reconstruído em Abril de 1993 seguiu o modelo do existente na dinastia Ming, feito em 1531, reparado em 1656 e destruído em 1966. Dong e Xi Chao fang e Zhong Gu lou (as torres do Sino e do Tambor) estavam em Junho de 1994 também edificadas.

Como em cada reconstrução ou visita de governante era de norma colocar uma estela (bei, 碑), para comemorar e fazer a descrição sobre tal ocorrência, estivera o recinto do templo recheado de estelas, mas em 1966 a maior parte foi deitada fora e agora apenas três existem no templo. Uma delas não tem já nada escrito e as outras duas, em frente ao Palácio (Xian Tian dian), a estela do lado Oeste era de 1531, do sexto mês lunar, período da construção do templo, durante a dinastia Ming e encontra-se inteira. Com uma altura de 183 cm e largura de 86 cm, conhecida por QinZhou HuaGua TaiXinJian FuXi MiaoJi 《秦州画卦台新建伏羲庙记》, tem texto escrito por o Alto Oficial Civil Kang Hai (康海, 1475-1540, nascido em Shaanxi), professor da Academia Han Lin (Han Lin Yuan, 翰林院).

Já a estela do lado Leste é uma junção de duas diferentes estelas de distintas épocas. A parte de cima julga-se ser da dinastia Yuan (1279-1368), enquanto a pedra da parte inferior é da dinastia Qing, do ano 1656 e foi escrita por Guo Zhen Du. Como a este bei desapareceu a parte superior, apenas um terço dos caracteres se lêem, sugerindo na altura fazer-se a reconstrução do templo da Colina de Gua Tai.

5 Jan 2022

Proibida queima de papéis votivos durante Tesouraria de Kun Iam

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] abertura da Tesouraria de Kun Iam levou o Instituto Cultural (IC) a retomar a proibição da queima de papéis votivos. A interdição tem início às 23h da noite de 1 de Março e estará em vigor todo o dia 2 de Março, quando se assinala o 26º dia do primeiro mês do calendário lunar.

As oferendas de papéis votivos serão, durante o período de proibição, recolhidas pelos funcionários dos templos e queimadas posteriormente no Templo de Kun Iam Tong, Templo de Lin Fong, Templo de A-Má, Templo de Kun Iam (Kun Iam Tchai), Templo de Kun Iam (Estrada Nordeste da Taipa), Templo de Kun Iam (Taipa), Templo de Kun Iam (Coloane), e Templo de Kun Iam (Ká-Hó).

Nos três templos com maior afluência do público será criado um posto de recolha de papéis votivos, respectivamente localizado do lado esquerdo do pátio principal do Templo de Kun Iam Tong, junto ao forno de queima de papéis votivos; do lado direito do pátio da frente do Templo de Lin Fong, junto ao Museu Memorial Lin Zexu; e no Templo de A-Má, junto ao Pavilhão de Kun Iam.

27 Fev 2019

Património | Obras ilegais no Templo Kun Iam Tong continuam

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) informou ontem que as obras ilegais no Templo de Kun Iam Tong continuam, apesar da ordem de embargo e do caso ter já chegado à justiça. A descoberta foi feita na quarta-feira na sequência de uma inspecção ao local, informou o IC, dando conta de que as obras ilegais incluem a alteração da cor das paredes externas e a destruição dos tectos, com a instalação de equipamentos. O IC, que voltou a denunciar o caso à polícia, indicou que irá “cooperar activamente com as autoridades judiciárias” e a “tomar diligências para efectivar as responsabilidades e punir severamente” o responsável do templo. Entretanto, ontem o IC emitiu outro comunicado onde dá conta da existência de mais uma obra ilegal num templo, desta vez na Rua dos Pescadores. Já foi feito um contacto com o responsável pela gestão do espaço, para que as obras sejam suspensas.

 

1 Fev 2019

Património | IC reporta à polícia violação a embargo de obras no Templo de Kun Iam Tong

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) informou ontem a polícia sobre a violação à ordem de embargo às obras levadas a cabo recentemente pelo Templo de Kun Iam Tong. Em comunicado, o IC indica que, após as obras ilegais, o organismo emitiu uma ordem de embargo, a qual o responsável do templo prometeu respeitar rigorosamente, num encontro mantido na quarta-feira.

No entanto, após uma inspecção ao local no fim-de-semana, o IC descobriu que as obras continuavam em curso, causando danos no edifício patrimonial. Uma violação que, sublinha, constitui ilícito criminal, pelo que o IC reportou ontem os factos às autoridades.

Na mesma nota, o IC reitera que irá acompanhar estritamente o assunto e tomar diligências para efectivar as responsabilidades legais do templo na sequência da violação à ordem de embargo.

15 Jan 2019