Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan iniciou ontem exercícios militares que simulam ataque da China [dropcap]T[/dropcap]aiwan iniciou ontem manobras militares, sob o nome “JE 107-2”, que simulam um ataque do Exército Popular de Libertação da China contra bases localizadas a leste da ilha, informou o Ministério da Defesa. Estes exercícios militares seguem outras operações navais realizadas na segunda-feira que envolveram fragatas e contratorpedeiros de Chengkung, Kidd e Lafayette, e respondem “à crescente ameaça militar da China”, refere-se num comunicado do Departamento de Defesa de Taiwan. Nas manobras de ontem, que vão terminar hoje, participam as três forças militares da ilha, incluindo os aviões de combate norte-americano F-16 da base aérea de Chiashan, localizada no distrito de Hualien, no leste do território. O principal objetivo é verificar a capacidade defensiva de Taiwan no caso de um ataque aéreo e guerra eletrónica naquela área da ilha, explicaram peritos militares em Taiwan. Na segunda-feira, as manobras navais também incluíram a participação de F-16, que realizaram missões para intercetar aviões inimigos e simularam a defesa contra um ataque aéreo e naval chinês. As operações procuraram testar a capacidade de defesa aérea e antiaérea de Taiwan no leste da ilha, perante a passagem frequente de navios e aviões militares chineses. Os exercícios de segunda-feira incluíram aviões Lockheed Martin F-16 e Dassault Mirage 2000, dispositivos de ataque eletrónico ALQ-184 e tanques. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, acusou a 10 de outubro a China de promover conflitos na região e garantiu que não vai renunciar à soberania ou a um estilo de vida “livre e democrático”. Taiwan vai “evitar o confronto e manter a paz e a estabilidade”, mas não vai ceder à “pressão chinesa”, acrescentou então a líder. A ilha, onde se refugiou o antigo governo chinês depois do Partido Comunista tomar o poder no continente, em 1949, e que continua a ostentar o nome de “República da China” (sem o adjetivo “Popular”) – é vista por Pequim como uma província da China e não como uma entidade política soberana.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Exercícios militares na véspera do Dia Nacional [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan promoveu ontem exercícios militares na véspera do Dia Nacional, o que não acontecia há décadas, com a participação do Exército e da Força Aérea, e a presença do Presidente Tsai Ing-wen e o homólogo paraguaio Mario Abdo Benítez. O Presidente taiwanês lançou, nos últimos anos, uma forte campanha para fortalecer as defesas, com promessas de aumentar o orçamento militar e acelerar o desenvolvimento do seu próprio equipamento de guerra, incluindo submarinos. Na ocasião, Tsai Ing-wen supervisionou os exercícios de terra e ar do Exército em Taoyuan, norte de Taiwan, em que a defesa era simulada contra ataques inimigos no ar e na costa. Nos exercícios militares participaram tanques, aviões e helicópteros, unidades de artilharia e plataformas de defesa aérea.
Hoje Macau China / ÁsiaChina exige aos Estados Unidos que cancelem venda de armas a Taiwan [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China exigiu ontem aos Estados Unidos que cancelem uma venda de equipamento militar a Taiwan, fixada em 330 milhões de dólares, advertindo com “graves danos” para a cooperação e relações bilaterais. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang afirmou que a venda viola a lei internacional e as “normas básicas que governam as questões internacionais”. Geng não detalhou qual o ponto da lei internacional infringido por Washington. “Instamos os EUA a suspenderem, imediatamente, este plano para venda de armamento, e a suspenderem os contactos militares com Taiwan, visando evitar graves danos para as relações entre China e EUA, a paz e estabilidade no Estreito de Taiwan e para a cooperação bilateral em vários domínios”, disse o porta-voz. Os EUA são o aliado mais importante e principal fornecedor de armas de Taiwan, apesar de os dois lados não terem relações diplomáticas, desde 1979. A administração norte-americana, liderada por Donald Trump, anunciou na segunda-feira ter aprovado a venda de 330 milhões de dólares (280,8 milhões de euros) em peças para os caças F-16 de Taiwan e outras aeronaves militares. Em comunicado, o Pentágono referiu que a venda vai melhorar a capacidade de Taiwan de se defender, sem alterar o equilíbrio militar básico na Ásia, onde Pequim e Washington têm competido por influência. A China opõe-se à venda de armamento a Taiwan, que considera uma província chinesa e ameaça com o uso da força, caso declare independência, apesar de a ilha funcionar como uma entidade política soberana. A venda de armamento a Taiwan coincide com a decisão de Washington de impor sanções contra o ministério da Defesa da China, por compra de aviões de caça Su-kh Su-35, no final de 2017, e equipamentos do sistema russo de defesa aérea S-400, no início de 2018. As sanções financeiras atingem uma unidade chave do ministério chinês da Defesa, o Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos, e o seu diretor, Li Shangfu. A decisão surge ainda numa altura de renovadas tensões entre Pequim e Washington, em torno de questões comerciais.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | EUA convoca diplomatas de países que se afastaram de Taiwan [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Departamento de Estado dos Estados Unidos convocou na passada sexta-feira os seus representantes na República Dominicana, El Salvador e Panamá após estes países terem decidido cortar ligações diplomáticas com Taiwan, privilegiando as relações com a China. Em comunicado, o Departamento de Estado informou que convocou o embaixador na República Dominicana, Robin Bernstein, o embaixador em El Salvador, Jean Manes, e o encarregado de negócios no Panamá, Roxanne Cabral, “para discutir maneiras pelas quais os Estados Unidos podem apoiar instituições fortes, independentes e democráticas nas economias da América Central e das Caraíbas”. Embora os Estados Unidos apenas reconheçam formalmente a China, mantêm uma embaixada na capital da ilha, Taipé, e assumem-se como um aliado de Taiwan, um território que o regime de Pequim reivindica como seu. Taiwan tem agora apenas 17 aliados diplomáticos, enquanto Pequim pressiona o Governo da ilha a seguir o princípio de “uma só China”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China acusada de pressionar universidade espanhola Uma académica taiwanesa revelou ontem mensagens da embaixada chinesa em Espanha a pressionar a Universidade de Salamanca para cancelar um evento cultural dedicado a Taiwan, ilustrando a rápida expansão do totalitarismo político de Pequim além-fronteiras [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]evento, designado “Dia da Cultura de Taiwan”, estava marcado para Outubro passado, mas acabou por ser cancelado, devido à intervenção da embaixada chinesa, segundo Shiany Perez-Cheng, que deu aulas naquela universidade espanhola entre 2008 e 2017. O ‘email’, enviado pelo gabinete de assuntos da Educação, pede ao reitor, José Manuel del Barrio, que cancele a programação dedicada a Taiwan, para que se evite um “incidente desagradável” que poderia ter impacto nas relações da universidade com Pequim. “Não gostaríamos que a vossa instituição fosse usada pelas autoridades de Taiwan como uma plataforma para propaganda política; isso afectaria as boas relações da universidade com a China”, lê-se na mensagem, enviada em outubro passado. Em particular, a diplomacia chinesa desaprovou o convite endereçado ao representante de Taiwan em Espanha, Simon Ko Shen-yeaw, para participar na abertura do evento. “Isso causaria confusão e mal-entendidos sobre a questão de Taiwan”, nota. A embaixada lembra ainda ao reitor que há muitos estudantes e académicos chineses que frequentam a Universidade de Salamanca. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), Perez-Cheng diz que o reitor encaminhou a mensagem para o departamento de estudos de Taiwan, que organizou o evento, e marcou uma reunião para o mesmo dia. “Quando chegamos à faculdade de Ciências Sociais, havia uma atmosfera sombria”, afirmou a académica, citada pelo SCMP. “Eles estavam verdadeiramente assustados”, lembrou. Segundo Perez-Cheng, o reitor explicou então que a universidade falou ao Governo espanhol sobre o incidente, que deu as “instruções” sobre como lidar com a situação. No dia seguinte, o “Dia da Cultura de Taiwan” foi cancelado, “devido a circunstâncias não relacionadas com a faculdade de Ciências Sociais”, explicou. Caso de Braga Funcionários do Governo espanhol ou da universidade não comentaram, até à data, o incidente, que ocorre numa altura em que Pequim redobra os esforços para isolar Taiwan. Nos últimos meses, o Governo chinês exigiu a companhias áreas, hotéis ou marcas internacionais que passassem a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, ameaçando com sanções legais. Um dos casos mais badalados envolvendo a censura chinesa além-fronteiras ocorreu em Portugal, durante uma conferência que reuniu centenas de sinólogos na Universidade do Minho. Páginas do programa contendo informação sobre a Fundação Chiang Ching-kuo, uma organização académica de Taiwan que promove o estudo do chinês, foram arrancadas a mando da directora-geral do Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino da língua chinesa. O episódio passou-se em Braga, mas as autoridades chinesas justificaram a sua atitude com a necessidade de cumprir com as “regulações chinesas”. O acto foi publicamente condenado pela Associação Europeia de Estudos Chineses, como uma “interferência totalmente inaceitável”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Antigo presidente defende referendo sobre independência [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]antigo Presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, propôs ontem a convocação de um referendo sobre a independência formal da ilha, perante a crescente pressão política, económica e diplomática exercida por Pequim. Numa entrevista ao jornal japonês Sankei, Chen instou o Governo da actual Presidente, Tsai Ing-wen, a recorrer a um referendo, face à impossibilidade de o território competir militarmente com a China. “Não temos força militar, só podemos enfrentar [a China] através de métodos democráticos”, afirmou Chen, citado pelo jornal japonês. O referendo é a melhor forma de mostrar ao mundo que “os taiwaneses não desejam ser parte da China” e uma “resposta pacífica e democrática à crescente ameaça militar, política e económica” de Pequim, acrescentou. Chen criticou Tsai Ing-wen pela sua debilidade, face à pressão da China, e por não se aproximar mais do Governo japonês para contrariar a intimidação exercida por Pequim. O antigo Presidente taiwanês enalteceu ainda o estreitar dos laços entre Taipé e Washington, mas advertiu que não se pode esperar muito do líder norte-americano, Donald Trump. Chen liderou Taiwan entre 2000 e 2008, tendo mantido sempre uma postura pró-independência. Após terminar o seu mandato, foi condenado por corrupção, mas assegura que se trata de perseguição política.
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Taiwan quer banir mais de 13 milhões de motos até 2035 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que vai proibir até 2035 as motos movidas a gasolina para combater a poluição ambiental na ilha, prevendo-se a retirada de mais de 13 milhões destes veículos actualmente em circulação. Esta medida, anunciada em comunicado pelo primeiro-ministro insular, Lai Chin-te, visa retira das estradas no território cerca de 13,76 milhões de motos que estão actualmente em circulação, num país com cerca de 23,5 milhões de habitantes. O Governo de Taiwan explicou que vai apoiar os fabricantes locais na transição para veículos eléctricos e inteligentes e oferecer incentivos aos consumidores. Taiwan está comprometida em eliminar a energia nuclear até 2025, o que significa que precisa intensificar a produção de energia renovável, gás natural e de centrais a carvão.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Taiwan fabrica 66 aviões de treino avançado até 2026 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan vai fabricar 66 aviões de treino avançado até 2026, desenvolver novos motores de aeronaves e componentes-chave de aviões de combate de última geração, anunciou no fim-de-semana o Ministério da Defesa. Segundo a agência Efe, Taiwan contratou a Corporação de Desenvolvimento Industrial Aeroespacial (AIDC, na sigla em inglês) para o desenvolvimento e fabrico dos aviões, um plano de fortalecimento das forças armadas para os próximos cinco anos, e que visa fazer frente ao avanço militar chinês. Em comunicado, o Ministério indica que a empresa já iniciou a montagem do primeiro dos 66 aviões e que pretende realizar testes no solo em Setembro de 2019. O Ministério da Defesa de Taiwan acrescenta que o primeiro voo está planeado para Junho de 2020. Os novos aviões vão substituir as actuais aeronaves de treino AT-3 e também os F-5E e F, de fabrico norte-americano. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, lançou um programa de modernização militar, que inclui o aumento dos gastos da defesa até 3 por cento do Produto Interno Bruto, a aquisição de equipamento tecnológico norte-americano e a produção de submarinos, aviões, navios e mísseis em Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Taiwan muda de estratégia e decide não pedir readmissão [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan decidiu que este ano não apresentará uma campanha para pedir a readmissão nas Nações Unidas e nas respectivas agências durante a próxima sessão da Assembleia-geral, cujo início está agendado para Setembro, anunciaram ontem as autoridades daquela ilha. O anúncio foi feito pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hsieh Wu-chiao, que precisou que a ilha irá apelar apenas que a ONU não esqueça os 23,5 milhões de habitantes de Taiwan, que não proíba a participação de cidadãos e de jornalistas daquele território em eventos da organização internacional e que inclua a ilha nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Esperamos lembrar, uma vez mais, ao mundo que Taiwan é uma força razoável, positiva e que contribui para a região e para o mundo”, declarou o vice-ministro. A decisão anunciada ontem representa uma ruptura com a estratégia definida pelo território em 2017, bem como com a posição adoptada por Taipé entre 1991 e 2007. Durante este período de 16 anos, Taiwan pediu a admissão na ONU e em várias agências da organização, nomeadamente na Organização Mundial de Saúde (OMS), na Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC) e na Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Depois de uma pausa de uma década, Taiwan reactivou em 2017 os esforços junto dos respectivos aliados para reunir apoios e alcançar a readmissão nas Nações Unidas, organização que deixou em Outubro de 1971 após a reentrada da China (um dos cinco Estados permanentes do Conselho de Segurança da ONU).
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pelo menos quatro mortos e 143 feridos devido a inundações [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram e 143 ficaram feridas na sequência de inundações provocadas pelas chuvas torrenciais que se abateram sobre Taiwan e que causaram perdas calculadas em mais de 16 milhões de euros, informaram ontem as autoridades. O centro e o sul da ilha sofreram inundações que paralisaram fábricas e o trabalho nos campos de cultivo, além de cortes no fornecimento eléctrico e bloqueios em inúmeras estradas, segundo o Centro de Resposta a Desastres e Emergências. Milhares de casas foram inundadas e quase sete mil pessoas foram retiradas das suas habitações, das quais 1.827 ficaram alojadas em 20 abrigos temporários. Cerca de 70 mil casas sofreram cortes de energia, segundo dados do Corpo de Bombeiros Nacional do Ministério da Agricultura. Estão previstos mais três dias de chuvas torrenciais e ventos fortes em Taiwan, o que faz aumentar o risco de inundações e deslizamentos de terra. O Exército mobilizou mais de 37 mil soldados e cerca de cinco mil veículos e aeronaves para lidar com os efeitos das chuvas torrenciais no centro e sul de Taiwan, segundo o Ministério da Defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim pede a EUA para não interferir na relação com El Salvador [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]equim pediu no fim-de-semana a Washington para não interferir na política externa de El Salvador, após a Casa Branca ter anunciado que os Estados Unidos vão rever a sua relação com Salvador, que rompeu relações diplomáticas com Taiwan. “Apenas o povo de El Salvador sabe qual é a decisão correcta e qual beneficia os seus interesses, assim esperamos que certos países respeitem o direito dos Estados soberanos de desenvolverem as suas relações internacionais, em vez de interferirem nos seus assuntos internos”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang. O dirigente chinês recordou ainda que El Salvador se juntou a outros 176 países que mantém relações oficiais com a China (e não com Taiwan, por imposição de Pequim). Países que mantêm laços diplomáticos com Pequim não podem ter ligações a Taipé e vice-versa. Taiwan conta agora com apenas 17 aliados diplomáticos no mundo, nove dos quais na América Latina e nas Caraíbas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina protesta passagem de Presidente de Taiwan pelos EUA [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China enviou um protesto formal a Washington devido à escala realizada pela Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, nos Estados Unidos, onde visitou a Administração Nacional para a Aeronáutica e Espaço (NASA), na cidade de Houston. Tsai realizou a visita quando regressava do Paraguai e Belize, dois dos 18 países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan, que a China considera parte do seu território, contra as aspirações independentistas de Taipé. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, disse aos jornalistas que Pequim “vai-se opor sempre a que qualquer país ofereça conveniências e locais para que pessoas relevantes de Taiwan conduzam estas actividades”. “Nós tornamos clara a nossa posição junto dos países relevantes”, acrescentou. A visita à NASA tratou-se de uma rara presença de um líder taiwanês numa instalação oficial do Governo norte-americano. Tsai fez ainda um discurso na Livraria Presidencial Ronald Reagan, na Califórnia, na primeira intervenção pública de um líder de Taiwan nos EUA em mais de uma década. “Quero agradecer a todos os envolvidos por fazerem a minha paragem em Houston maravilhosa, cheia de boas memórias”, escreveu Tsai no Twitter. “A minha administração vai continuar a reforçar todos os aspectos das relações entre Taiwan e os EUA”, acrescentou. Países que mantêm laços diplomáticos com Pequim não podem ter ligações a Taipé e vice-versa. Apesar de os EUA serem o principal fornecedor de armas para Taiwan, os dois lados cortaram as relações diplomáticas em 1979, quando Washington passou a reconhecer Pequim, em vez de Taipé. A visita de Tsai, do Partido Democrático Progressista (DPP), pró-independência, surge numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington, suscitadas pela política de Pequim para o sector tecnológico.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Taiwan desenvolve mísseis para reduzir vantagem chinesa Taiwan está a desenvolver mísseis e um sistema de intercepção deste armamento para reduzir a vantagem militar da China, afirmaram especialistas em defesa citada pela agência de notícias Associated Press [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]esde que o presidente Tsai Ing-wen assumiu o cargo em 2016, Taiwan desenvolveu um conjunto de mísseis, aperfeiçoou outro e acelerou a produção de um terceiro, dizem os analistas, num sinal de como a Ilha Formosa está a lidar com a ameaça militar chinesa, aumentando as possibilidades de um confronto armado. O presidente chinês, Xi Jinping, definiu uma linha dura contra os defensores da independência de Taiwan e enviou navios de guerra, bombardeiros e aviões de combate para exercícios ao largo da ilha, numa clara demonstração de força. Enquanto Pequim apresenta uma vantagem militar cada vez mais avassaladora, os sistemas de mísseis de Taiwan aumentam a possibilidade de conter a China numa guerra assimétrica, disse Alexander Huang, professor de estudos estratégicos da Universidade Tamkang, em Taiwan. O termo refere-se à resistência efectiva de um inimigo com poder de fogo direcionado. “Taiwan, com recursos limitados, só pode investir na área que criaria algum tipo de vantagem assimétrica, o que dissuadiria os chineses de agir”, disse Huang. “O presidente Tsai comprometeu-se mais ou pelo menos expressou vontade de investir mais na capacidade assimétrica”, acrescentou. Raio de alcance Os dois lados foram governados separadamente desde a guerra civil chinesa dos anos 1940 e a China ainda reivindica soberania sobre Taiwan. Pequim não descartou o uso da força para unificar os lados, confrontada com a contínua recusa do presidente de Taiwan à exigência chinesa. Os mísseis Hsiung Feng IIE, construídos em Taiwan, podem atingir bases militares na China, até 1.500 quilómetros de distância, disse David An, especialista do Global Taiwan Institute, em Washington, Estados Unidos. Estes mísseis também passaram por uma “actualização substancial” no ano passado para aumentar sua eficiência contra navios, disse An. Enquanto isso, Taiwan intensificou a produção dos mísseis de cruzeiro Wan Chien, referiu An. Já o sistema Tien Kung pode agora interceptar mísseis chineses em distâncias até 200 quilómetros, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaIncêndio | Pelo menos 14 pessoas morreram num hospital de Taiwan [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos 14 pessoas morreram ontem de paragem cardíaca na sequência de um incêndio num hospital em Nova Taipei, Taiwan, informou o Ministério da Saúde e Saneamento em comunicado. O incidente ocorreu no sétimo andar do Hospital Weifu, no distrito de Xinchuang, onde os bombeiros foram obrigados a resgatar 36 pessoas, 14 delas já sem sinais vitais, adiantou o Gabinete de Prevenção de Desastres do Ministério da Saúde e Bem-Estar. A operação mobilizou 276 bombeiros, apoiados por 76 veículos, que conseguiram controlar o fogo em cerca de 50 minutos. Os mortos são sete homens e sete mulheres. A causa do incêndio é desconhecida e a polícia de Nova Taipei iniciou uma investigação para apurar o que esteve na origem do incidente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina entrega plano para construir túnel ferroviário até Taiwan [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]estudo para construir o mais longo túnel do género no mundo, com 135 quilómetros debaixo do mar, surge num período de crescentes tensões entre Pequim e o Governo de Taiwan. Alguns analistas consideram, no entanto, que a China poderá começar a trabalhar no projecto de forma unilateral. “Será um dos maiores e mais desafiantes projectos de engenharia civil do século XXI”, disse um dos cientistas do Governo chinês ao SCMP, que não refere o seu nome, por se tratar de um “projecto sensível”. A ideia de um túnel a ligar o continente chinês e Taiwan já tem um século, mas só agora cientistas e engenheiros chegaram a um consenso sobre a melhor forma de materializar o projecto. O túnel começaria em Pingtan, na província de Fujian, leste da China, e atingiria 200 metros de profundidade, atravessando espessas camadas de rocha, incluindo granito extremamente duro, e com pelo menos dois desvios de falhas geológicas, regressando à superfície em Hsinchu, uma cidade costeira próxima de Taipé. A construção seria três vezes e meio mais longa do que o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, e foi concluído em 1994. O projecto chinês teria características comuns àquela construção, consistindo em três túneis individuais, segundo o SCMP. Dois dos túneis seriam usados por comboios em direcções opostas, enquanto uma terceira passagem, no meio, iria alojar linhas eléctricas, cabos de comunicação e saídas de emergência. O plano inclui ainda a criação de um par de ilhas artificiais a meio do trajecto, onde seria instalada uma estação de tratamento do ar, que canalizaria ar fresco para dentro do túnel. Daqui à lua Desde que há dois anos a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista, pró-independência, ascendeu ao poder, a China tem aumentado a pressão diplomática e militar sobre Taiwan. “Começar a construção sem chegar antes a um acordo com o outro lado iria incitar sentimentos anti-China na ilha”, afirmou Zhao Jian, professor de economia na Universidade Jiaotong, em Pequim, citado pelo SCMP. “Iria fazer com que se afastassem ainda mais, em vez de promover uma maior aproximação”, disse. Zhu Hehua, director de pesquisa sobre túneis e estruturas subterrâneas na universidade de Tongji, em Xangai, considerou que, devido à situação política, o projecto “parece tão distante como ir à Lua”, mas que “eventualmente se realizará”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede aos EUA que impeçam Presidente de Taiwan de fazer escalas no país [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês pediu ontem a Washington que impeça a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, de fazer escala no país a caminho do Belize e Paraguai, depois de Taipei anunciar paragens em Los Angeles e Houston. “Enviamos um firme protesto formal à parte norte-americana e opomo-nos a qualquer tipo de escala nos Estados Unidos ou outros países que tenham laços diplomáticos com a China”, disse ontem em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. “Apelamos aos EUA que respeitem o princípio de ‘uma só China’ (…) não permitindo esta escala e evitando enviar sinais errados às forças independentistas taiwanesas”, afirmou o porta-voz. Geng sublinhou que o princípio de uma só China, que implica não reconhecer Taiwan como Estado, “é um consenso universal da comunidade internacional”, e “qualquer tentativa de separar a China e criar ‘duas Chinas’ encontrará a oposição” do povo chinês. O vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, José Maria Liu, informou na segunda-feira que Tsai faria escalas em Los Angeles e Houston apesar da oposição chinesa, num quadro de tensões crescentes entre Pequim e Taipei. Na sua quinta ronda diplomática desde que tomou posse, em Maio de 2016, Tsai visitará o Paraguai de 14 a 16 de Agosto para assistir à investidura do Presidente eleito do país, Mario Abdo Benítez, e de 16 a 18 visitará o Belize. Na ida faz escala em Los Angeles e no regresso em Houston, pelos dias 12 e 20 de Agosto, respetivamente. Paraguai e Belize são dois dos 18 aliados diplomáticos de Taiwan no mundo. Dez dos 18 aliados de Taiwan encontram-se na América Latina e no Caribe. Em pouco mais de um ano, Taiwan perdeu dois importantes aliados na América Latina, Panamá e República Dominicana, além de um africano (Burkina Faso), como consequência da estratégia chinesa de isolar internacionalmente o Governo independentista de Tsai.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan denuncia movimentos de Pequim para isolar a ilha [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades de Taiwan denunciaram ontem os últimos movimentos da China para aumentar, segundo as autoridades da ilha, o seu isolamento global. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Andrew Lee, disse ontem que nenhum taiwanês aceitaria medidas chinesas para “destruir a soberania de Taiwan”. Os chineses têm forçado as companhias aéreas internacionais a deixarem de referir-se a Taiwan como um país separado da China nos seus portais na Internet. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas, a Cathay Pacific (Hong Kong) e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China. Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim, numa referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos. Os chineses também teriam levado o Comité Olímpico da Ásia a retirar o direito da ilha de sediar uma competição de jovens. Tais movimentos visariam aumentar o isolamento de Taiwan e estimular o país a uma união política com a China. Taiwan já foi excluído das Nações Unidas e de outras grandes organizações internacionais e a China vem progressivamente atraindo países que mantinham relações diplomáticas com Taiwan. Além destes passos, Pequim intensificou as suas ameaças militares, combinadas com incentivos económicos destinados a atrair os jovens talentosos da área da alta tecnologia de Taiwan. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana. Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que decorreu em Outubro passado, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Cathay Pacific passa a identificar Formosa como território chinês [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Cathay Pacific, sediada em Hong Kong, tornou-se a mais recente companhia aérea a identificar Taiwan como território chinês, uma decisão tomada depois de receber um pedido da China. Em Abril, a Autoridade de Aviação Civil da China pediu a 36 companhias aéreas estrangeiras que se referissem a Taiwan como território da China numa tentativa de isolar no cenário internacional aquela ilha que tem sido administrada de forma independente desde 1949. Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês. A porta-voz do Governo de Taiwan, Kolas Yotaka, classificou esta decisão de “injusta” e pediu o apoio da comunidade internacional. “Continuamos a pedir que a comunidade internacional não se torne cúmplice no assédio da China”, disse ela aos jornalistas. Seguir a linha Já a Cathay Pacific explicou que a empresa foi registada na “Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China” e que deve “respeitar os regulamentos das autoridades competentes da aviação civil”, acrescentou a empresa. Empresas menores da antiga colónia britânica, que regressaram em 1997 sob a tutela chinesa, como Hong Kong Express e Hong Kong Airlines, fizeram o mesmo. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China. Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim. Uma referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos. Destaque Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaTufão Maria | Voos anulados e escolas fechadas em Taiwan [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezenas de voos foram anulados e escolas fecharam ontem em Taiwan à medida que o tufão Maria se aproxima da ilha, trazendo consigo chuvas torrenciais e ventos violentos. O Maria situava-se a 500 quilómetros a leste da localidade costeira de Yilan (nordeste de Taiwan), com rajadas de vento a atingir os 190 quilómetros por hora (k/h), cerca das 10h, indicaram os serviços de meteorologia. O impacto mais forte do tufão é esperado a partir desta noite e até quarta-feira de manhã, com chuvas que podem atingir os 500 milímetros em algumas zonas, acrescentaram. As autoridades de Taiwan alertaram para a possibilidade de inundações e aluimentos de terras. Como medida de prevenção, escolas e repartições públicas vão fechar já esta tarde em cinco localidades, incluindo Yilan, onde a forte ondulação marítima começou a atingia a zona costeira, disseram as autoridades. Entretanto, a companhia de Taiwan UNI Air anulou cerca de 70 voos internos e duas outras transportadoras cancelaram ligações para a ilha japonesa de Okinawa. A companhia aérea Cathay Pacific anulou mais de uma dezena de voos entre Hong Kong e Taipé, e também Okinawa, ontem e hoje. O primeiro-ministro de Taiwan pediu às autoridades e aos habitantes para “permanecerem vigilantes” durante a passagem pela ilha do primeiro tufão da estação. William Lai pediu aos residentes que ficassem em casa e cooperassem com as autoridades encarregadas da prevenção. Taiwan é frequentemente atingida por tufões no verão. No ano passado, mais de uma centena de pessoas ficaram feridas durante a passagem pela ilha da tempestade tropical Nesat, que causou inundações e importantes cortes no fornecimento de electricidade.
Hoje Macau China / ÁsiaUma Só China | Taiwan quer negociar “em igualdade e sem condições prévias” [dropcap style=’circle’] T [/dropcap] aiwan quer negociar com a China “em igualdade e sem condições prévias”, afirmou ontem o Conselho para os Assuntos da China Continental taiwanês, rejeitando a exigência de Pequim para que adira ao princípio de “uma só China”. As declarações surgem depois de a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, ter proposto uma cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, levando um porta-voz de Pequim a afirmar que a “bola está do lado de Taiwan”. Taipé “sabe qual é a senha para retomar a comunicação”, afirmou Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, numa referência ao “Consenso de 1992”. Trata-se de um entendimento tácito alcançado em 1992 entre a China e Taiwan, na altura com um Governo liderado pelo Kuomintang (partido nacionalista), de que só existe uma China, deixando aos dois lados uma interpretação livre sobre o que isso significa. O porta-voz lembrou que aquele acordo define a natureza fundamental das relações através do Estreito de Taiwan, afirmando que a aceitação prévia deste é necessária a qualquer tipo de diálogo. Em resposta, o Gabinete taiwanês afirmou em comunicado que o “princípio de uma só China” é inaceitável, visto que nega a posição fundamental da ilha “como um país soberano e independente”, sob o nome oficial de República da China. O conselho taiwanês criticou ainda a “intimidação militar” chinesa, a “supressão do espaço internacional” de Taiwan, o ataque à sua democracia, e a ocultação da “hegemonia e controlo” interno e externo, exercidos pela China, sob o pretexto da segurança nacional. Taiwan rejeitou ainda a oferta chinesa de reunificação sobre os princípios de “um país, dois sistemas”, já que a “sociedade taiwanesa nunca o aceitaria” e “a democracia e o autoritarismo não são compatíveis”. A postura taiwanesa é de “defesa da soberania e do direito do povo de Taiwan de eleger” os seus líderes, lê-se no comunicado, que insta a China a abandonar a sua “atitude inflexível, reconhecer a realidade e não adoptar uma atitude irracional”. A China cortou todas as comunicações oficiais com Taiwan após a vitória de Tsai Ing-wen, que venceu as eleições pelo Partido Democrático Progressista (PDP), que tradicionalmente defende a independência da ilha e o afastamento da China comunista. Que expansionismo? Por outro lado, as declarações de Xi Jinping durante um encontro com uma delegação do Pentágono também se fez ouvir em Taipé. O Presidente chinês reiterou perante o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, que a China não vai seguir “a via do expansionismo” mas não abandonará o seu território histórico. “Não seguiremos a via do expansionismo nem do colonialismo”, mas não “podemos abandonar nem um centímetro do território que nos deixaram os nossos antepassados”, declarou Xi após um encontro na capital chinesa com o chefe do Pentágono, segundo a agência estatal Nova China (Xinhua). Pequim reclama soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, tendo colocado instalações militares em algumas ilhas, o que choca com as pretensões rivais de outros países marítimos da região e alimenta a tensão com Washington, que considera as águas internacionais. Xi reuniu-se com Mattis no Grande Palácio do Povo, num cenário de agravamento das tensões militares e comerciais entre as duas potências. O Presidente chinês realçou que as questões que unem os dois países “superam em muito” as suas diferenças, classificando a relação entre os Estados Unidos e China como uma das mais importantes do mundo, apelando as que se mantenha “o impulso positivo” na cooperação militar. O responsável norte-americano, por seu lado, salientou a importância que os Estados Unidos atribuem à relação bilateral, segundo o Ministério da Defesa chinês, já que a embaixada norte-americana não forneceu informações sobre a reunião. Mattis, que realiza um périplo asiático que inclui escalas na Coreia do Sul e Japão, também se encontrou com o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, na que é a primeira visita oficial a Pequim de um chefe do Pentágono desde 2014.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tsai Ing-wen pede ao mundo para “conter” ambições de Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen apelou ontem à comunidade internacional para que “contenha” as ambições chinesas e saia em defesa da liberdade, retratando o seu grande vizinho como uma ameaça internacional à democracia. A ilha, governada por um regime rival desde o fim da Guerra Civil Chinesa em 1949, está sujeita a uma “imensa pressão” vinda do outro lado do Estreito de Formosa, disse Tsai numa entrevista à agência noticiosa francesa AFP. A presidente de 61 anos pediu aos outros países que unam os seus esforços a Taiwan para se defenderam das intenções expansionistas de Pequim e proteger os valores de liberdade que partilham. “Não é apenas um desafio para Pequim, é um desafio para a região e o mundo inteiro. Porque hoje é Taiwan, mas amanhã pode ser outro país a ter de enfrentar a expansão da influência chinesa”, declarou. “As suas democracias, as suas liberdades, a liberdade de fazer os seus negócios podem um dia ser afectadas pela China”, acrescentou a ex-professora de Direito. “Devemos trabalhar juntos para reafirmar os valores da democracia e liberdade para conter a China e minimizar a expansão da sua influência hegemónica”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Governo de Taiwan analisa conflito entre Washington e Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, convocou ontem uma reunião governamental especial para analisar os efeitos na segurança da ilha no conflito comercial entre Estados Unidos e China, anunciou o porta-voz presidencial, Wong Chung. O encontro contou com a presença do primeiro-ministro Lai Ching-Te, o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional da ilha, David Lee, entre outros responsáveis de vários organismos que vão analisar a questão para decidir eventuais medidas. Até ao momento, o conflito comercial entre Washington e Pequim tem “um impacto económico limitado” em Taiwan e os seus empresários na China, afirmou Wong. Mas se o conflito se agravar “vai desencadear maior proteccionismo e alta volatilidade nos mercados financeiros e no comércio”, acrescentou. É também importante prestar atenção às “mudanças estruturais que pode causar” como, por exemplo, em relação à participação de Taiwan “na cadeia de abastecimento da região” e nas “relações trilaterais entre a China, os Estados Unidos e a ilha”, disse o porta-voz. O Ministério da Economia da ilha tinha já assinalado que as empresas de Taiwan com fábricas na China e exportações para os Estados Unidos vão ser as mais afectadas por este conflito comercial, especialmente na produção de maquinaria, equipamentos electrónicos, peças automóveis e instrumentos ópticos.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Taipé critica deterioração dos direitos humanos na China Taiwan condenou ontem a deterioração do respeito pelos direitos humanos na China, no 29.º aniversário da revolta da praça Tiananmen, e pediu às autoridades de Pequim que libertem o activista pró-democrático taiwanês Lee Ming-Che [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de a China avançar em outras áreas, “não o faz na democracia ou no respeito pelos direitos humanos”, criticou o Conselho de Taiwan para a China Continental, em comunicado. A mesma nota instou Pequim a “promulgar reformas democráticas e respeitar os direitos democráticos dos 23 milhões de habitantes de Taiwan” e a terminar com “ameaças militares” contra o território. Taipé pediu ainda a libertação do activista Lee Ming-Che, condenado em Novembro passado por Pequim a cinco anos de prisão por “subversão do poder do Estado”, devido a opiniões e comentários difundidos nas redes sociais. “Fazemos um apelo à China para que avance nas reformas democráticas e proteja a liberdade de expressão e de religião e outros direitos do povo, e que aborde adequadamente os factos ocorridos durante o massacre na Praça Tiananmen”, acrescentou o comunicado. Laços europeus Noutro aspecto, o vice-primeiro-ministro de Taiwan afirmou ontem que a ilha e a União Europeia apresentam laços de investimento e cooperação “cada vez mais estreitos”, sendo por isso “urgente assinar um acordo de investimento”. Em 2017, Taiwan investiu 10.600 milhões de dólares (nove mil milhões de euros) na UE, cerca de um quarto do investimento total de 44.700 milhões de dólares, e há “muitas oportunidades de cooperação e benefícios mútuos”, disse Shi Jun-Ji, na abertura da Semana Europeia da Inovação. Taiwan prioriza sectores inovadores e de alta tecnologia e a política de promoção de energias alternativas “oferece muitas oportunidades de cooperação com a UE”, disse o vice-primeiro-ministro. Os dados macroeconómicos de Taiwan continuam a melhorar com uma taxa de crescimento de 2,86 por cento e um aumento nas exportações de 13,2 por cento em 2017, acrescentou. A Semana Europeia da Inovação, agora inaugurada em Taiwan, conta mais de dois mil participantes, sete seminários e centenas de contactos comerciais e entre autoridades de Taiwan e da UE.
Hoje Macau China / ÁsiaUma China | Companhias aéreas obedecem a Pequim em relação a Taiwan Vinte companhias áreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo com as exigências de Pequim, que Washington classificou de “absurdo orwelliano”, apesar de a ilha funcionar como um Estado soberano. [dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]ritish Airways, Lufthansa e Air Canada são algumas das companhias que se referem já a Taiwan como parte da China, quando faltam apenas três dias para dezenas de operadoras decidirem se cumprem com as ordens de Pequim ou enfrentam consequências que podem paralisar os seus negócios no país, incluindo sanções legais. A 25 de Abril, a Administração de Aviação Civil da China enviou uma carta a 36 companhias aéreas, na qual exige explicitamente que se refiram a Taiwan como parte da China. A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) não inclui Taiwan entre os seus destinos, mas nos casos de Macau e Hong Kong, também alvos de discórdia com outras companhias, a empresa refere-se já aos territórios como parte da República Popular da China. Pesquisando no portal da TAP por destinos na Ásia, Macau surge identificado como ‘Macau, República Popular da China’. A adopção de “Taiwan, China” ou “Taiwan, República Popular da China” nos portais electrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do Partido Comunista Chinês (PCC) em forçar empresas estrangeiras a aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país. Críticos afirmam que a crescente pressão exercida pela China, usando o seu poderio económico para forjar novas normas internacionais – neste caso o status de Taiwan – gera preocupações sem precedentes. “O que está aqui em jogo é que nós estamos a permitir que um regime revisionista, com um historial terrível no que toca a liberdade de expressão, dite o que nós dizemos e escrevemos nos nossos países”, afirmou J. Michael Cole, pesquisador do China Policy Institute e do programa de estudos de Taiwan na Universidade de Nottingham, citado pela Associated Press. “Se Pequim não se deparar com limites, vai continuar a pedir mais”, acrescentou. Reunificação à vista Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o PCC tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e não uma entidade política soberana. “Nós opomo-nos veementemente aos esforços da China para atingir os seus objectivos políticos através da intimidação, coação e ameaças”, reagiu o ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros, num comunicado enviado à AP. “Apelamos a todos os países do mundo que se mantenham unidos na defesa da liberdade de expressão e liberdade para fazer negócios. Apelamos também às empresas privadas que rejeitem colectivamente a exigência insensata da China para que alterem a designação de ‘Taiwan’ para ‘Taiwan, China'”, lê-se na mesma nota. O Presidente chinês, Xi Jinping, avisou já Taiwan de que a questão da reunificação não pode ser adiada para sempre, e as forças armadas chinesas têm enviado aviões de combate para a costa taiwanesa. Várias multinacionais têm cedido à pressão de Pequim para alterarem as referências a Taiwan, apesar de o Governo dos Estados Unidos ter garantido que vai “apoiar os americanos que resistem aos esforços do PCC em impor as suas noções de politicamente correcto às empresas e cidadãos norte-americanos”. Na semana passada, o retalhista de vestuário norte-americano Gap pediu desculpa à China por ter vendido t-shirts com um mapa “errado” do país, que exclui Taiwan. Em Janeiro, a marca têxtil espanhola Zara, a companhia aérea norte-americana Delta Air Lines e a fabricante de equipamento médico Medtronic pediram também desculpa por se referirem a Taiwan como um país nos seus ‘sites’. “Não é possível dizer não”, disse Carly Ramsey, especialista da Control Risks, consultora com sede em Xangai, a “capital” económica da China, citado pela AP. “Cada vez mais, em situações como esta, o incumprimento não é uma opção, se queres fazer negócios na China e com a China”, explicou.