Sinopec | Maior investimento directo estrangeiro na história do Sri Lanka

O Sri Lanka anunciou ontem o maior acordo de investimento directo estrangeiro da sua história com o ‘gigante’ petrolífero chinês Sinopec, no âmbito de um projecto de refinaria.

A Sinopec comprometeu-se a investir 3,7 mil milhões de dólares para construir uma “refinaria de petróleo de última geração” na região de Hambantota, no sul do Sri Lanka, segundo o gabinete de imprensa da presidência do país insular situado no Oceano Índico.

“Durante a visita de Estado de quatro dias do Presidente Anura Kumara Dissanayake à China, o Sri Lanka deu um passo importante ao obter o maior investimento directo estrangeiro até à data”, disse a mesma fonte.

Uma “parte substancial” da produção da refinaria vai ser reservada à exportação para apoiar as receitas em divisas do Sri Lanka, acrescentou o comunicado. “Este grande investimento da China deverá apoiar o crescimento económico do Sri Lanka” e melhorar o nível de vida na região de Hambantota, afirmou a presidência.

Em Dezembro de 2017, incapaz de pagar um enorme empréstimo de Pequim, o Sri Lanka vendeu o seu porto de Hambantota, no sul da ilha, a uma empresa chinesa através de um contrato de arrendamento de 99 anos por 1,12 mil milhões de dólares.

Colombo não pagou a sua dívida de 46 mil milhões de dólares durante um grande colapso económico em 2022. O país ficou sem divisas, o que levou à escassez de alimentos, combustível e medicamentos para a sua população. Na altura, a China era responsável por mais de metade da dívida externa total do Sri Lanka.

Na quarta-feira, o Presidente chinês, Xi Jinping, declarou que as relações entre a China e o Sri Lanka têm agora uma “oportunidade histórica” para desenvolver os seus laços.

16 Jan 2025

Ex-chefe da Sinopec condenado a 15 anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-presidente da Sinopec, a principal refinaria da Ásia, foi ontem condenado a 15 anos e seis meses de prisão por corrupção, parte de uma campanha que atingiu várias figuras do sector petrolífero chinês.

Wang Tianpu, de 54 anos, chefiou a Sinopec entre 2011 e 2014, quando foi afastado na sequência da explosão de um oleoduto na cidade costeira de Qingdao, no leste do país, que provocou a morte a 62 pessoas e cerca de 136 feridos.

Wang foi ainda punido com uma multa de 3,2 milhões de yuan (437 mil euros), avançou a agência oficial chinesa Xinhua.

O tribunal intermédio de Nanchang, capital da província de Jiangxi, ordenou que os bens obtidos ilicitamente por Wang sejam confiscados e que os activos desviados sejam devolvidos à Sinopec, segundo a televisão estatal CCTV.

Não sou o único

A sentença surge menos de uma semana depois de Liao Yongyuan, antigo executivo na “empresa-mãe” da Sinopec, a CNPC, ter sido condenado a 15 anos de prisão, também por corrupção.

Wang foi acusado em Novembro de ter aceite 33,5 milhões de yuan  em subornos, segundo o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês.

Mais de uma centena de quadros dirigentes, alguns dos quais ministros, foram atingidos pela campanha anti-corrupção em curso na China desde que o actual presidente Xi Jinping assumiu a chefia do PCC, em Novembro de 2012.

Xi prometeu combater os “tigres” e as “moscas”, numa alusão aos altos quadros do PCC que durante muito tempo pareciam agir com total impunidade.

Em 2015, a Comissão de Inspecção e Disciplina do PCC prometeu investigar os grandes grupos estatais.

Os observadores consideram, no entanto, que a China falhou em garantir a independência do judiciário e uma imprensa livre, permitindo que a campanha de Xi esteja sujeita à influência política.

Os membros do partido suspeitos de corrupção são primeiro detidos e sujeitos a interrogatório pelo órgão anti-corrupção do partido, e só depois o caso transita para as instâncias judiciais.

A Sinopec ocupa o 2.º lugar da lista das “500 maiores companhias globais” identificadas pela revista Fortune, com receitas a rondar os 389 mil milhões de euros e 313 mil milhões em activos.

25 Jan 2017