Fitch considera que recuperação do sector do jogo ainda está longe

O aumento pouco significativo do número de visitantes e o abrandamento da economia do Interior deixam a Fitch pouco optimista face às perspectivas de uma recuperação rápida da indústria do jogo de Macau

 

Apesar do aumento do número de visitantes a entrar em Macau, a agência de notação financeira Fitch considera que a recuperação do sector do jogo “continua distante”. A posição foi justificada com a manutenção das principais restrições de circulação e o abrandamento da economia do Interior.

“O número de turistas que visitam Macau está em recuperação, no seguimento do levantamento de várias restrições de circulação com o Interior, no entanto, os níveis continuam baixos”, pode ler-se no relatório mais recente da agência Fitch sobre a indústria do jogo. “O relaxamento das políticas rígidas de controlo do coronavírus podia resultar numa recuperação materialmente mais rápida dos visitantes e das receitas do jogo, mas a altura em que essas mudanças políticas vão ser implementadas é incerta”, é acrescentado.

Apesar de algum optimismo que se seguiu à Semana Dourada, em especial no primeiro dia em que entraram em Macau 37 mil visitantes, a Fitch considera que não há grandes razões para este sentimento, porque não se devem esperar mudanças políticas significativas. “Qualquer levantamento significativo das restrições a curto prazo é improvável”, é sublinhado. Ao mesmo tempo, a agência de notação financeira aponta que a qualquer altura, em caso de novo surto, “as restrições podem tornar-se mais rígidas”.

Problemas maiores

As limitações no número de visitantes não são o único desafio encontrado, a Fitch considera que a recuperação também vai ser atrasada pela situação geral da economia no Interior. “O crescimento económico mais lento na China também pode afectar de forma negativa a recuperação da indústria do jogo, incluindo nos segmentos de massas premium e dos grandes apostadores”, é justificado.

Recentemente, a agência fez uma revisão em baixa das previsões do crescimento da economia chinesa para o próximo ano. O crescimento esperado de 5,3 por cento para 2023 deu lugar a uma previsão menos optimista, que se situa nos 4,5 por cento.

Em relação ao concurso público para as concessões de jogo, a Fitch acredita que as probabilidades das actuais concessionárias perderem a licença são “baixas, mas possíveis”. Segundo a agência, a favor das concessionárias, está o facto de cooperaram sempre com o Governo, ao investirem milhares de milhões de dólares americanos, serem dos maiores empregadores no território, e cooperarem para as políticas do Governo Central, como o projecto de integração da Grande Baía.

13 Out 2022

Desemprego | Governo promete regular postos de trabalho com redução do jogo 

Ho Iat Seng foi ontem ao hemiciclo dizer que o Governo está a ser “activo” na resolução do desemprego, mas não avançou detalhes sobre a forma como serão mantidos postos de trabalho com o novo concurso para as licenças do jogo. A palavra de ordem é a transição para os elementos não jogo e para a criação de novas indústrias

 

As autoridades querem reduzir o peso do jogo na economia, mas Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, não conseguiu ontem explicar, com detalhes, aos deputados, como é que serão garantidos os postos de trabalho nesta fase de transição, sobretudo tendo em conta o novo concurso público para a atribuição de licenças de jogo. O futuro passará, sem dúvida, pela maior aposta nos elementos não jogo e por uma diversificação de indústrias, tendo sido dados os exemplos das áreas da ciência, saúde e inteligência artificial, entre outras.

“Com o novo concurso esperamos ter uma via de desenvolvimento para Macau e as novas concessionárias poderão trabalhar nas áreas não jogo. Quer em termos de lei e dos contratos vamos regular a questão dos postos de trabalho”, frisou.

Ho Iat Seng fez um exercício de memória sobre os tempos áureos do sector do jogo, entre 2013 e 2014, quando os casinos registaram os melhores números de sempre em matéria de receitas, para lembrar que a linha política actual não deverá seguir esse rumo.

“Esperamos que haja um equilíbrio para o desenvolvimento dos sectores económicos. Tínhamos em 2013 e 2014 [melhores resultados do jogo], mas não era uma situação saudável. Queremos que as associações do sector industrial possam ver as áreas económicas que possam ser desenvolvidas e os sectores com maior potencial, mas temos de esperar pelos estudos. O sector do jogo já é fixo, mas o essencial é que haja uma maior optimização.”

Assumindo que “a pandemia é uma incógnita”, pois um novo surto “pode aparecer de repente”, há que manter “aquilo que mantemos” em termos sócio-económicos. “Estamos a trabalhar arduamente para atrair mais turistas. Este é o nosso primeiro passo, pois ainda não atingimos os objectivos da diversificação económica e temos de a manter com aquilo que temos”, apontou o Chefe do Executivo.

Retirar TNR?

Relativamente ao desemprego, que regista actualmente uma taxa de 4,8 por cento, o Governo “diz estar muito activo na resolução do problema”. “Cada um por cento representa três mil pessoas, portanto com quase cinco por cento temos 15 mil pessoas no desemprego. Temos oito mil desempregados registados na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e pedimos aos residentes que não tenham trabalho que se registem, para que possamos fazer os nossos trabalhos de apoio. Esperamos que as empresas possam disponibilizar cinco mil postos de trabalho para a construção de habitação pública”, exemplificou.

Muitos deputados, incluindo Ella Lei e Leong Sun Iok, falaram da necessidade de garantir empregos para residentes. Ho Iat Seng disse que essa ideia está sempre em cima da mesa, mas que haverá locais que não querem fazer determinados trabalhos.

“Vamos cancelar [todas as quotas] para trabalhadores não residentes (TNR) e resolver a elevada taxa de desemprego? Claro que sim, porque o número de TNR é muito maior, mas será que os desempregados podem fazer o mesmo trabalho que os TNR fazem? Teremos de pensar”, declarou. O Chefe do Executivo disse que já houve uma redução de 34 mil TNR nas áreas da hotelaria e restauração, incluindo a construção civil.

Hemiciclo | Dia de todos os agradecimentos 

Ho Iat Seng aproveitou ontem a ida à Assembleia Legislativa para agradecer a todos os intervenientes, desde funcionários públicos, a voluntários e aos trabalhadores em circuito fechado, entre outros, sobre o trabalho desenvolvido durante o último surto de covid-19. Foram ainda deixadas condolências pelo falecimento de seis idosos por complicações de saúde originadas pela covid-19. “Agradeço a toda a população [sobre a postura] durante a última vaga pandémica, mas também aos médicos e a todos os que participaram nos trabalhos de prevenção e combate. Agradeço ainda aos trabalhadores dos lares pelo esforço feito por não poderem ir a casa. Houve seis mortes devido à pandemia e lamento esta situação”, disse. 

FSS | Nem tudo vem do jogo, diz CE

O Chefe do Executivo comentou ainda o estado das finanças do Fundo de Segurança Social (FSS), tendo garantido que nem sempre o sector do jogo é o grande financiador do Governo. “35,5 por cento do dinheiro injectado (no FSS) vem do jogo, mas o dinheiro injectado pelo Governo representa 64,5 por cento, pelo que a fatia principal das receitas do FSS não provém do sector do jogo. Não podemos dizer que tudo vem do jogo”, adiantou. 

Balanço | Três anos de problemas 

O líder do Governo declarou ser difícil fazer previsões sobre a economia ou o evoluir da pandemia. “Estou no cargo há três anos e tenho enfrentado diversos trabalhos por causa da pandemia. Sempre pensámos que iríamos ter melhores planos para o período do Verão, mas com a pandemia não foi possível. Tivemos sempre problemas nos períodos dourados [de viagens e férias prolongadas], e em Outubro foi quando sofremos mais. A nível mundial também [há dificuldades], com a guerra [da Ucrânia]. Este ano é difícil fazemos previsões”, apontou. 

10 Ago 2022

Economia | Académico defende que recuperação depende do sector do jogo

A aposta na diversificação da economia é um dos principais objectivos do Governo, mas o académico Kwan Fung alerta que os efeitos das mudanças estruturais no tecido económico de Macau só vão ser sentidos a longo prazo. Por agora, acredita que o Governo vai aprovar mais apoios dirigidos às classes desfavorecidas

 

Apesar dos esforços do Governo para diversificar a economia, os efeitos positivos não vão ser sentidos a curto prazo, por isso, o jogo vai continuar a ser o principal motor da economia este ano. O alerta foi deixado por Kwan Fung, académico da Universidade de Macau formado em Economia, em declarações ao jornal do Cidadão.

Em 2021, as receitas do jogo cresceram 43 por cento, face a 2020, para os 86,86 mil milhões de patacas, mas Kwan Fung indicou que o valor não deixa de ser reduzido face às expectativas. Segundo o académico, o crescimento relativo de 43 por cento não pode ser encarado como muito positivo, porque o montante de 2020 tinha sido muito baixo, e que qualquer subida iria sempre apresentar uma percentagem aparentemente grande.

Por outro lado, para dar ênfase ao reduzido crescimento face às expectativas, Kwan apontou que o montante de 86,86 mil milhões de patacas está muito longe dos anos de 2019 e 2018, quando as receitas brutas tinham sido de 292,455 mil milhões de patacas e 302,846 mil milhões, respectivamente.

No mesmo sentido, o académico recordou as estimativas mais conservadoras dos departamentos de Economia e Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau, que tinham considerado que no ano passado as receitas brutas do jogo iriam ultrapassar 90 mil milhões de patacas.

Turismo e pandemia

Sobre a recuperação da economia, o académico indicou que vai depender dos efeitos da pandemia e restrições fronteiriças, do número de turistas e de jogadores. Contudo, não deixou de notar que a redução acentuada do sector dos grandes apostadores pode influenciar o ritmo da recuperação, uma vez que este segmento era responsável por uma parte considerável das receitas dos casinos.

Quanto ao futuro, Kwan Fung afirmou acreditar que o Governo vai trabalhar empenhadamente para atingir a diversificação a longo prazo. Enquanto tal não é possível, considera que Ho Iat Seng vai apostar em algumas medidas sociais a pensar nos grupos mais desfavorecidos, mesmo que tal implique que o orçamento da RAEM continue a registar défices e a recorrer às reservas acumuladas ao longo dos anos.

O académico destacou igualmente que a economia vai continuar a ser influenciada pela aposta da política de zero casos de covid-19, e que as alterações a essas políticas serão sempre feitas passo-a-passo.

Joey Lao aponta ao sudeste

Joey Lao, presidente da Associação Económica de Macau e ex-deputado, considera que o futuro do turismo da RAEM passa por atrair mais turistas do sudeste asiático. As declarações foram prestadas ao Jornal do Cidadão, e a medida é vista como uma aposta de longo prazo, uma vez que a entrada de turistas não-chineses em Macau é proibida. Por outro lado, Lao considerou que a economia da RAEM é demasiado dependente de factores externos e que o Governo pouco mais pode fazer nesta altura do que garantir a estabilidade e harmonia social.

5 Jan 2022

Suncity | Chau em prisão preventiva, Ho Iat Seng foi avisado antes da detenção

Depois de mais de 14 horas de interrogatório, Alvin Chau foi enviado para o Estabelecimento Prisional de Coloane onde está em prisão preventiva. Antes da detenção, Ho Iat Seng foi avisado por Wong Sio Chak. O secretário para a Segurança considera não ser “estranho” a detenção do empresário ter ocorrido no dia seguinte à polícia de Wenzhou ter emitido um mandado de captura

 

Tudo de acordo com a lei. A frase foi repetida ontem por Wong Sio Chak em comentário à detenção do presidente do grupo Suncity, Alvin Chau. Em declarações à margem da apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua tutela, o secretário para a Segurança revelou ter avisado o Chefe do Executivo antes de Alvin Chau ser detido.

“Agimos sempre de acordo com a lei. Claro que face a crimes comuns não precisamos avisar ou dizer ao Chefe do Executivo. Mas, neste caso específico falámos com o Chefe do Executivo. Claro que não posso divulgar o teor da nossa conversa e não posso comentar mais”, afirmou Wong Sio Chak.

Questionado sobre a coincidência temporal entre o mandado de captura da polícia de Wenzhou, província de Zhejiang, e a detenção em Macau (no dia seguinte), o secretário para a Segurança repetiu a fórmula. “Não, não acho estranho. Após uma investigação que durou mais de um ano, a Polícia Judiciária levou o tempo necessário e decidiu fazer a detenção.”

Quanto à possibilidade de extraditar ou acusar alguém por crimes praticados no Interior da China, o governante seguiu a linha de argumentação habitual. “Cumprimos a lei em vigor, só executamos a lei. Fizemos a detenção, de acordo com a lei”, afirmou sem responder à possibilidade de entregar o empresário às autoridades chinesas.

Entretanto, Alvin Chau está no Estabelecimento Prisional de Coloane em prisão preventiva, decretada ontem pelo Juiz de Instrução Criminal, depois de um interrogatório que se alongou por mais de 14 horas, avançou a TDM – Rádio Macau.

Choques na bolsa

Após a notícia da detenção, o conselho de administração do grupo Suncity emitiu um comunicado no domingo a afirmar que os negócios iriam continuar. “Queremos enfatizar que as notícias que vieram a público dizem respeito à vida pessoal do Sr. Chau. O conselho de administração entende que este caso não tem impacto material na posição financeira, nos negócios e operações do grupo”.

O comunicado acrescentava que os investidores e accionistas iriam ser actualizados em relação a qualquer desenvolvimento. Esse desenvolvimento chegou ontem, com o anúncio de que as empresas do grupo suspenderam as negociações na bolsa de valores de Hong Kong.

Entretanto, as acções das operadoras de jogo de Macau reagiram mal ao caso e seguiram uma tendência de queda no mercado bolsista de Hong Kong, com destaque para a desvalorização dos títulos da MGM China em 11 por cento, Wynn Macau caiu 9 por cento, a Galaxy Entertainment Group 8,8% e a Sands China 6 por cento.

Sobre a possibilidade de contágio sistémico na principal indústria do território, o consultor de jogo Carlos Lobo afirmou à agência Reuters que “o impacto na indústria do jogo é enorme … Mas (a Suncity) já não é demasiado grande para falhar, o sistema não entrará em colapso”.

Porém, alertou para dimensão do grupo na economia local, que representa mais de metade do mercado junket de Macau, “cerca de 50 por cento das receitas de jogo, ou seja, a Suncity é responsável por aproximadamente 25 por cento das receitas do sector”.

Trabalhadores da empresa muito preocupados com o futuro

Os trabalhadores do Grupo Suncity temem pelos empregos depois da detenção de Alvin Chau e face às perspectivas de colapso da empresa. É esta situação descrita por vários empregados, que pediram para permanecer anónimos, numa reportagem publicada ontem no jornal Ou Mun.

Segundo um funcionário, que trabalha numa das salas VIP do grupo, ainda não se sente um forte impacto da detenção, porque as pessoas estão a trabalhar dentro da normalidade. Porém, as conversas reflectem um pessimismo e o receio de despedimentos, numa altura em que o mercado de trabalho é encarado como estando numa situação “muito preocupante” pela falta de oportunidades.

À publicação, um outro empregado explicou que o impacto em termos do volume de negócio não tem sido significativo, porque a pandemia já tinha desviado muitos clientes das salas de jogo. Este explicou que há cerca de seis meses houve uma grande reestruturação interna, com a empresa a oferecer a possibilidade de os trabalhadores se demitirem em condições favoráveis ou serem demitidos. Contudo, apesar da proposta de despedimento, a situação agora é vista de uma forma diferente, muito mais preocupante, porque se acredita que o resultado do caso para a imagem do grupo é real e mais difícil de ultrapassar.

Arrependimentos

Houve também quem se tivesse mostrando arrependido de não ter aceite o programa de despedimentos com condições vantajosas. Foi o caso de um funcionário que explicou que há cerca de seis meses preferiu optar por permanecer com a empresa “nos tempos difíceis”, em vez de se demitir.

Segundo este trabalhador, na altura não quis abandonar o grupo quando este estava em baixo e por acreditar que depois da pandemia a situação iria normalizar-se. Agora, teme ter cometido um grande erro: “Se perder o meu emprego, acho que não vou conseguir regressar ao mercado do trabalho tão depressa, o que vai colocar a minha família a uma situação financeira muito complicada. Estou numa situação que me deixa muito stressado”, admitiu.

Por outro lado, o Ou Mun adianta que há muitos trabalhadores disponíveis para mudarem de emprego. O problema, consideram, é a crise económica que não lhes deixa alternativas. “As pessoas querem mudar de emprego, só que não há alternativas”, explicou o funcionário.

Horas extra

Wong Sio Chak ao comentar ontem de forma indirecta a detenção de Alvin Chau afirmou que o caso levou a um acréscimo dos trabalhos para os agentes da Polícia Judiciária. “Nestes últimos dias com aquele caso tão importante, houve muita gente que trabalhou muitas horas”, reconheceu.

“Mas, as horas extra que trabalham por semana nunca vão chegar a 80 ou 90 horas”, sublinhou. O tema foi trazido para o debate após José Pereira Coutinho ter pedido um mecanismo mais justo do pagamento das horas extraordinárias para os agentes da polícia.

30 Nov 2021

Casinos | Peso do jogo ‘vale’ mais de metade do sector terciário

[dropcap]O[/dropcap] peso da actividade do jogo em Macau voltou a crescer em 2018 e já ‘vale’ mais de metade do sector terciário, que também aumentou e representa 95,8 por cento da economia do território, anunciaram ontem fontes oficiais. De acordo com a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o peso do sector terciário na economia de Macau cresceu de 94,9 por cento em 2017 para 95,8 por cento em 2018.

Deste sector, as “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogo” representam 50,5 por cento, um crescimento de 1,5 pontos percentuais em relação a 2017. O valor acrescentado bruto (VAB) de todos os ramos de actividade económica de Macau registou em 2018 uma subida real de 5,8 por cento, a qual foi impulsionada pelos acréscimos das ‘lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos’”, pode ler-se no comunicado da DSEC.

Só o VAB do jogo aumentou 10 por cento e o dos hotéis e similares 11,4 por cento, as maiores subidas no sector terciário, que registou em termos globais um acréscimo de 6,8 por cento. Os números avançados pela DSEC apontam para uma economia de Macau cada vez mais dependente do sector terciário: o peso do sector secundário no valor acrescentado bruto no total dos ramos de atividade económica foi em 2018 de 4,2 por cento, contra os 6,7 por cento de 2016 e os 5,1 por cento registados em 2017.

A queda de 12,3 por cento do sector secundário deveu-se, de acordo com a DSEC, à diminuição do peso da construção, que apresentou um decréscimo de 14,7 por cento em relação a 2017, com o decréscimo a ser justificado com “a conclusão de sucessivas obras de hotéis e de grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento”.

21 Nov 2019

Casinos | Peso do jogo 'vale' mais de metade do sector terciário

[dropcap]O[/dropcap] peso da actividade do jogo em Macau voltou a crescer em 2018 e já ‘vale’ mais de metade do sector terciário, que também aumentou e representa 95,8 por cento da economia do território, anunciaram ontem fontes oficiais. De acordo com a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o peso do sector terciário na economia de Macau cresceu de 94,9 por cento em 2017 para 95,8 por cento em 2018.
Deste sector, as “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogo” representam 50,5 por cento, um crescimento de 1,5 pontos percentuais em relação a 2017. O valor acrescentado bruto (VAB) de todos os ramos de actividade económica de Macau registou em 2018 uma subida real de 5,8 por cento, a qual foi impulsionada pelos acréscimos das ‘lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos’”, pode ler-se no comunicado da DSEC.
Só o VAB do jogo aumentou 10 por cento e o dos hotéis e similares 11,4 por cento, as maiores subidas no sector terciário, que registou em termos globais um acréscimo de 6,8 por cento. Os números avançados pela DSEC apontam para uma economia de Macau cada vez mais dependente do sector terciário: o peso do sector secundário no valor acrescentado bruto no total dos ramos de atividade económica foi em 2018 de 4,2 por cento, contra os 6,7 por cento de 2016 e os 5,1 por cento registados em 2017.
A queda de 12,3 por cento do sector secundário deveu-se, de acordo com a DSEC, à diminuição do peso da construção, que apresentou um decréscimo de 14,7 por cento em relação a 2017, com o decréscimo a ser justificado com “a conclusão de sucessivas obras de hotéis e de grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento”.

21 Nov 2019