Droga | Estimulação magnética pode ajudar na reabilitação de dependências

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]siquiatras chineses desenvolveram uma prática clínica, que utiliza estímulos magnéticos transcranianos de alta frequência sobre determinadas áreas do córtex cerebral, para aliviar a crise de abstinência no processo de reabilitação para dependentes químicos.

A professora Liang Ying, da Escola de Ciências Sociais e Comportamento da Universidade de Nanjing, no leste da China, foi nomeada para liderar o projecto. A equipa de pesquisa testou o tratamento num grupo de viciados em metanfetaminas que estavam em reabilitação de dois até15 dias.

“A intervenção com repetitivos estímulos magnéticos foi aplicada por 10 dias nos pacientes. Os que receberam o tratamento mostraram uma diminuição nos distúrbios do sono, depressão e ansiedade”, declarou Liang. A académica assinalou que existem poucos recursos farmacêuticos disponíveis para amenizar os efeitos colaterais da desintoxicação de metanfetaminas, como os distúrbios do sono e a depressão.

De acordo com um artigo publicado na Xinhua, estimular o cérebro também pode auxiliar os viciados a desenvolverem autocontrole em relação ao consumo de drogas.

Os resultados da pesquisa de Liang foram publicados pela revista internacional JAMA Psychiatry, na quarta-feira. A perita chinesa acrescentou que sua equipa pretende explorar o potencial do tratamento em testes clínicos mais abrangentes para prevenir a recaída em dependentes químicos.

14 Set 2018

Saúde mental | Cada vez mais jovens recorrem a tratamento

O número de pessoas que recorrem aos serviços de apoio psicológico e psiquiátrico é cada vez maior e cerca de 20 por cento dos que pedem ajuda são jovens. Os números são preocupantes e Macau não tem psicólogos suficientes

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]xistem cada vez mais jovens a receber tratamento para doenças mentais. O tema esteve ontem de manhã em debate no programa Fórum Macau, da Ou Mun Tin Toi.

Cerca de 20 por cento dos pacientes a receberem tratamento para doenças mentais têm entre 18 e 25 anos, de acordo com os dados revelados por Sou Keng Leong, secretário–geral da Associação Richmond Fellowship.

O número de jovens que está em tratamento “tem vindo a aumentar” e para Sou Keng Leong esta é uma situação que “tem um grande impacto”. O representante da Associação Richmond Fellowship recorda que são pessoas, por norma sem experiência de trabalho e que podem estar ainda a estudar.

O aumento daqueles que precisam de acompanhamento foi já referido pela presidente do Instituto de Acção Social, Celeste Vong. Para a responsável, o aumento dos problemas mentais é natural nas circunstâncias actuais do território. “É natural que durante as épocas de crescimento económico sejam agravados os problemas de cariz psicológico. Há mais stress, a constituição das famílias agora também é diferente, é mais pequena. Antigamente, os casais tinham, por regra, mais filhos. Era normal terem quatro ou cinco filhos, o que fazia com que houvesse pessoas dentro de casa com quem partilhar problemas, angustias e mesmo as alegrias. Agora, os pais têm um ou dois filhos, trabalham e o stress pode ser maior do que antes”, referiu em entrevista ao HM, no passado mês de Dezembro. Celeste Vong alertou ainda para o facto deste tipo de problemas afectarem essencialmente os jovens.

Um problema abrangente

Para Sou Keng Leong é ainda necessário prestar mais apoio aos mais velhos que se encontram em tratamento. Para o responsável, são pessoas que muitas vezes enfrentam perdas de amigos e mesmo de emprego, derivado à condição de saúde que enfrentam. De acordo com Sou Keng Leong, 530 pessoas recebem actualmente tratamento na associação, refere o canal de rádio da TDM.

A falta de profissionais nesta área é uma das questões levantadas por Elvo Sou, presidente da Associação de Psicologia de Macau. Nesta altura, o território conta com 50 psicólogos, incluindo nos Serviços de Saúde, e 300 assistentes. Elvo Sou diz que desta forma é difícil aumentar o nível profissional e a qualidade dos serviços. O presidente da associação espera que a situação possa ser melhorada no futuro.

Elvo Sou refere também que os pacientes deste grupo têm tendência para ideias suicidas e alerta para que as famílias estejam atentas, como forma de prevenção para estes casos.

4 Jan 2018

Questionados resultados da equipa de psicologia comunitária

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Kwan Tsui Hang pretende saber quais os resultados de um ano de funcionamento da equipa de prestação de serviços psicológicos comunitários, criada pelos Serviços de Saúde de Macau (SSM) em Julho do ano passado. Para a deputada, continuam a existir muitas famílias com elementos a necessitar de apoio psicológico ou psiquiátrico, mas que desconhecem a existência do serviço.

“Alguns dos familiares dos pacientes afirmam que não têm forma de ficar a par do teor dos respectivos serviços, nem canais para pedirem o respectivo apoio. Eu também cheguei a consultar o website dos SSM, mas não encontrei informações relacionadas”, escreveu a deputada numa interpelação escrita entregue ao Governo.

Kwan Tsui Hang pretende saber ainda se os SSM vão promover mais este serviço. “Quais os meios de que dispõem os SSM para promoverem os serviços desta equipa? Vão ou não aumentar os meios para a sua divulgação e reforçar os trabalhos de promoção, de modo a facilitar que os doentes e familiares com necessidades tomem conhecimento dos serviços prestados pela referida equipa e peçam o seu apoio?”

A deputada oriunda da Federação das Associações dos Operários de Macau alerta ainda para o facto de existir o projecto de lançamento de uma segunda equipa, sendo que ainda não foram avançados mais detalhes. “Qual o ponto de situação do trabalho da equipa desde a sua entrada em funcionamento, em Julho do ano passado? E quais os resultados? Numa reunião do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários da Zona Norte, em Novembro do ano passado, o Governo revelou que ia preparar a criação de uma segunda equipa. Qual o ponto de situação?”, questiona.

Kwan Tsui Hang recorda ainda as recomendações da Organização Mundial de Saúde, que afirma que “os doentes mentais devem ser integrados nos bairros comunitários e conviver com as suas famílias, ao mesmo tempo que recebem o devido tratamento, até conseguirem recuperar por completo a sua saúde”.

“O Governo criou ou não mecanismos que permitam às famílias aprender os conhecimentos necessários para viverem com os doentes recuperados, assim como receber apoio adequado em caso de necessidade?”, inquiriu ainda a deputada.

17 Mar 2017

Hospital lança serviços de psiquiatria ao domicílio

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] serviço de psiquiatria do Centro Hospitalar Conde de São Januário vai lançar este mês serviços ao domicílio. O anúncio é feito pelos Serviços de Saúde (SS), que explicam que estes serviços servirão doentes psiquiátricos “severos” e que representem potenciais riscos, mas que rejeitam ser tratados e também aos pacientes que necessitam de acompanhamento a longo-prazo.
A equipa é composta por um médico e um enfermeiro especialistas, por um terapeuta ocupacional, um psicoterapeuta clínico, um assistente social e um auxiliar de terapeuta, além de peritos que darão resposta às necessidades de avaliação às pessoas com problemas mentais severos. A ideia é que “os pacientes recebam o mais cedo possível tratamento e acompanhamento”, frisam os SS, indicando que o horário de prestação de serviços vai de segunda a sexta-feira.
“A equipa de prestação de serviços psicológicos comunitários irá acompanhar os casos através de um modelo de gestão que envolve um responsável de caso, estabelecendo em conjunto com o indivíduo e a família o plano de tratamento e de reabilitação. Em consonância com todas as unidades comunitárias de prestação de serviços, o sistema de apoio individual para casos de reinserção possibilitará serviços de acompanhamento via telefónica, visitas e entrevistas domiciliárias, serviços extensivos ao exterior de avaliação e tratamento, disponibilização de grupos para tratamento / suporte, tratamento em grupo, consultas externas diferenciadas, hospital de dia e serviços de internamento”, indica o organismo.

13 Jul 2016