Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping | Erradicação da pobreza é a principal missão do PCC [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), Xi Jinping, transmitiu uma mensagem às regiões pobres na província de Sichuan. Xi realizou uma visita às famílias pobres numa região montanhosa em Sichuan, no domingo, onde falou com os aldeões sobre a erradicação da pobreza. O presidente viajou duas horas de autocarro para chegar de Xichang até às aldeias de Sanhe e Huopu, ambas no distrito de Zhaojue, na prefeitura autónoma da etnia Yi. Desde o 18º Congresso Nacional do PCCh, realizado em 2012, que Xi visita anualmente áreas empobrecidas nas proximidades do Festival da Primavera. “As medidas e trabalhos para aliviar e erradicar a pobreza têm de ser precisos, e as políticas devem ser feitas em conformidade com as necessidades das famílias e indivíduos”, reforçou Xi. O PCC assumiu o compromisso de permitir que todos os cidadãos que vivem abaixo do limiar da pobreza saiam da miséria até 2020. O número de chineses que saiu de situações de pobreza extrema no ano passado foi superior a 10 milhões, revelou Xi no seu discurso do Ano Novo de 2018. Na discussão com legisladores da província de Sichuan durante a sessão anual da Assembleia Popular Nacional, em Março do ano passado, Xi afirmou que é desolador que alguns alunos ainda tenham que correr riscos, como subir montanhas, para ir à escola todos os dias. O processo da erradicação da pobreza requer políticas adaptadas e medidas precisas, e às vezes, a paciência e precisão semelhante a “fazer um bordado”, disse Xi, aos legisladores de Sichuan. Entretanto, dados oficiais divulgados pela Xinhua revelam que a China criou mais de 66 milhões de empregos urbanos ao longo dos últimos cinco anos. Durante cinco anos, 90% dos graduados universitários encontraram empregos e mais de 1,1 milhão de trabalhadores que perderam o emprego por causa dos cortes de capacidade de produção em excesso do país foram recontratados, disse Yin Weimin, ministro dos Recursos Humanos e da Segurança Social. Até o final de 2017, a taxa de desemprego nas áreas urbanas ficou em 3,9%, o nível mais baixo desde 2002. Entre 2013 e 2017, mais de 13 milhões de empregos foram criados em cada ano nas áreas urbanas, apesar do efeito negativo da estruturação económica e do crescimento desacelerado, também segundo os dados oficiais. O ano passado teve 13,51 milhões de vagas criadas nas áreas urbanas. O governo central definiu um aumento de 11 milhões de empregos como meta para 2017. Para assegurar um emprego estável, a China elaborou uma série de políticas pró-emprego para graduados, trabalhadores redundantes, pessoas com deficiência e trabalhadores migrantes. Yin afirmou que a China continuará a implementar e melhorando o emprego e as políticas de empreendedorismo para criar mais empregos em 2018.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasXian Xing Hai membro do PCC [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m 1938 Xian Xing Hai encontrava-se já casado com Qian Yun Ling quando chegou a Yanan, na província de Shaanxi, onde terminara a Longa Marcha e o Partido Comunista fizera a sua base. Vinha nomeado director do Departamento Musical do Instituto das Artes e aí leccionou composição e direcção de orquestra. “Desempenhava também funções de orientador de ensaios em muitas actuações musicais importantes. Em Maio do ano seguinte, foi encarregado do Departamento de Música e convidado pela Universidade Feminina de Yanan como professor a tempo parcial”, como refere Wang Ci Zhao. Xian Xing Hai viveu com a sua esposa durante três anos e tiveram apenas uma filha, Xian Ni Na (冼妮娜) nascida a 15 de Agosto de 1939, ano em que se inscreveu no Partido Comunista Chinês, começando “uma nova vida artística. O ambiente de Yanan oferecia melhores condições para a criação. Nesse período, além de compor canções, começou a criar obras musicais de grande dimensão, concluindo grandes ciclos de obras para coro”, segundo Wang Ci Zhao, que refere nessa terceira etapa “As criações realizadas durante a estadia em Yanan, de 1939 a 1940, são sobretudo óperas e grandes ciclos de obras para coro. O estilo tem características bem marcadas que resultam da interacção entre as culturas do Oriente e do Ocidente. O seu conteúdo reflecte a firme vontade do povo chinês em derrotar os invasores japoneses e o seu inflexível espírito de luta”. Para as pessoas tomarem consciência da necessidade de se unirem as diferentes facções chinesas contra o invasor japonês, o famoso fotógrafo Wu Yin Han fez o documentário Yanan Yu BaLuJun (Yanan e a Força Armada Número Oito) e o realizador Yuan Mu Zhi pediu a Xian Xing Hai para compor a música. Como só na URSS existia equipamento para realizar a parte sonora do filme, para aí seguiu uma equipa onde se encontrava Yuan Mu Zhi e Xian Xing Hai. Assim em Maio de 1940 Xian Xing Hai é enviado pelo PCC para a URSS, tendo tomado a última refeição em casa de Mao Zedong. Decorria a II Guerra Mundial e pouco tempo depois da chegada, a 22 Junho de 1941 a URSS foi invadida pela Alemanha nazi e por isso, tiveram que parar a produção do documentário. Nesse ano faleceu Huang Su Ying, mãe de Xian Xing Hai. Este em Moscovo terminou os arranjos da sua Sinfonia nº 1 Emancipação Nacional, ou Libertação Popular, começada em Xangai no Verão de 1935 e cujo esboço inicial da partitura estava concluído no Verão de 1937. No frontispício escreveu: <Esta obra é dedicada ao grande Partido Comunista Chinês, aos membros do Comité Central do Partido e ao Honorável Líder, camarada Mao Zedong>. Também aí terminou a Suite nº 1 para orquestra, ‘Retaguarda’. Vida dura no Cazaquistão Xian Xing Hai e os restantes do grupo, sem nada para fazer em Moscovo, resolveram regressar à China e para tal pretenderam entrar por Xinjiang. Mas Sheng Shicai (1897-1970), que governou essa província entre 1937 a 1944, não permitiu que por aí passassem. Assim, em Setembro de 1941 tiveram que mudar de trajecto e pela República Popular da Mongólia tentaram chegar à China. Também por aí não conseguiram atravessar a fronteira, levando-os a seguir para a capital. Em Ulan-Bator arranjou em 1942 colocação “temporariamente no Clube dos Operários Chineses, onde deu aulas de Teoria Musical, História da Música e Regência de Coro aos chineses ultramarinos amadores de música”, segundo Wang Ci Zhao, que adita, “Além de participar nas actuações musicais do Teatro Central de Wan Bator, dedicava-se entusiasticamente à criação musical”. A 9 de Dezembro de 1942 chegou ao Cazaquistão (na altura integrado na URSS) usando o nome Huang Xun para ter permissão de refugiado político e aí viver. Em Alma-Ata conseguiu sobreviver, contando com a ajuda de alguns músicos da capital e onde compôs uma Sinfonia dedicada ao Exército Vermelho da U.R.S.S. entre muitas outras obras musicais. A 30 de Janeiro de 1944 foi para a cidade Kustanay, no centro Norte do Cazaquistão, levando uma vida muito mais difícil que em Alma-Ata e trabalhando sem parar, compôs entre outras obras, a “Colecção de Canções Cazaquistanesas”. Em Dezembro de 1944 começou a ficar doente e foi internado no Hospital com uma pneumonia. Nesse período de tratamento, entre 27 de Janeiro e 15 de Fevereiro de 1945, compôs a obra para orquestra Rapsódia da China, KuangXiangQu. Mas os tratamentos não estavam a funcionar e o seu estado de saúde piorava dia para dia. Estava a II Guerra a terminar quando o casal Li Li San o encontrou muito mal de saúde e o enviou para o Hospital do Kremlin em Moscovo, onde permaneceu até morrer. Após a morte Depois de uma vida atribulada, rodeada de lutas e privações de toda a ordem, mas de uma intensa actividade criadora, morreu em Moscovo a 30 de Outubro de 1945, com apenas 41 anos de idade. Apesar disso legou aos vindouros uma vasta e valiosa obra de que a música chinesa se pode orgulhar. Das quatro fases de criação, as de maior importância são as compreendidas entre 1935 e 1940. A sua obra abriu novos caminhos e influenciou toda a música contemporânea chinesa. Segundo Veiga Jardim, “Na sua maioria, as obras de Xian Xinghai, nas quais se incluem um concerto e uma sonata para violino, duas sinfonias, duas cantatas, uma ópera e um grande número de canções para coro, são o resultado da combinação da linguagem musical chinesa com a ocidental, com o propósito de reafirmação de um estatuto ideológico definido. Imitada por muitos outros após a sua morte, a sua música tem, no entanto, uma espontaneidade e altitude que a distinguem de uma mera ‘música de regime’ ou ‘música com fins políticos’. As suas obras têm nas autênticas raízes populares folclóricas a razão primeira da sua existência”. Devido ao casal Li Li San, Xian Xing Hai foi sepultado no cemitério público próximo de Moscovo, encontrando-se na lápide o nome Huang Xun – compositor chinês, membro do Partido Comunista. Já Wang Ci Zhao refere, “As cinzas foram guardadas numa velha igreja dos arredores de Moscovo e só viriam a ser transferidas para a China em 25 de Janeiro de 1983, sendo sepultadas oficialmente no Jardim Xing Hai de Lu Hu, nos arredores de Cantão, em 3 de Dezembro de 1985. Devido aos dois anos e meio que Xian Xing Hai estivera refugiado no Cazaquistão, em 1998 o governo desse país mandou construir em Alma-Ata um memorial monumento ao compositor, assim como deu o seu nome a uma rua, cerimónias que contaram com a presença do Presidente da R. P. da China, Jiang Zemin e da filha do compositor, Xian Ni Na. Em 2010 no Cinema Alegria em Macau foi estreado o filme Xing Hai, Estrela do Oceano, tendo como realizadores Xiao Gui Yun e Li Qian Kuan, então director da Fundação do Cinema Chinês. Filme que fala de Xian Xing Hai, nascido em Macau e em cujo quotidiano lacustre viveu a infância nos inícios do século XX. Aí foi realizado parte do filme, que mostra a pobreza da cidade onde muitos chineses viviam e refere ter sido a morte do pai, muito da responsabilidade das autoridades portuguesas.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Comité Central reúne-se para preparar Congresso [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) iniciou ontem um plenário para preparar o XIX Congresso da organização, o mais importante evento da agenda política chinesa, que arranca na próxima semana, em Pequim. Segundo a agência oficial Xinhua, o plenário serviu para debater vários documentos, que serão depois votados durante o Congresso, incluindo uma emenda à Constituição do partido e dois relatórios sobre os trabalhos do PCC, e o seu órgão anticorrupção, durante os últimos cinco anos. O Comité Central é composto pelos 200 membros mais poderosos do regime chinês. Segundo a Xinhua, os documentos recolhem opiniões e sugestões de legisladores chineses, representantes regionais e outras instituições. Durante o XIX Congresso do PCC, que arranca no próximo dia 18, serão eleitos os novos membros do Comité Central, e dentro deste um novo Politburo (actualmente formado por 24 membros) e um Comité Permanente (sete), a cúpula do poder na China. A direcção da poderosa Comissão Central de Disciplina e Inspecção do PCC, o órgão máximo anticorrupção do partido, que nos últimos anos puniu 1,4 milhão de membros da organização, será também renovada. O XIX Congresso irá prolongar o mandato do actual secretário-geral do PCC, Xi Jinping, por mais cinco anos, esperando-se ainda a inclusão das suas teorias na constituição do partido, reflectindo o seu estatuto como mais poderoso líder da China nas últimas décadas. A grande dúvida é quem acompanhará Xi no Comité Permanente, já que cinco dos sete actuais membros têm já mais de 68 anos, a idade prevista para que se retirem, segundo as regras do partido.