Andreia Sofia Silva EventosMaria Imaginário transmite a alegria da sua arte em Hong Kong Maria Imaginário é a única artista portuguesa a marcar presença na exposição Art Bodega, inaugurada esta quinta-feira no espaço K11 Art Mall em Hong Kong. O público poderá ver cinco peças da artista que utiliza várias expressões artísticas que passam pela tapeçaria, escultura e instalação, e onde a cor assume um especial protagonismo. A pandemia trocou-lhe as voltas, mas a sua presença na Ásia deverá ser agora mais constante À partida, as obras, de diferentes tamanhos e expressões, podem parecer dirigir-se a um público infantil, ou levar a um cenário de fantasia. Mas Maria Imaginário, artista, assume ao HM que o seu trabalho é para pessoas de todas as idades. “Esse é o meu objectivo, que qualquer pessoa consiga entender o meu trabalho, desfrutar dele, percebê-lo. Sobretudo quando trabalho com instalações públicas, espero que qualquer pessoa consiga desfrutar dele e voltar a ser criança se for preciso.” Maria Imaginário expõe, a partir desta quinta-feira e pela primeira vez, em Hong Kong, na exposição “Art Bodega”, patente no espaço K11 Art Mall, com cinco peças. “Gosto de transmitir alegria, sentimentos de paz, sentido de humor. Gosto de questionar os sentimentos das pessoas ou a sua bipolaridade ou até a polaridade.” O tema central das peças que Maria Imaginário apresenta nesta exposição é a comida, relacionado com o próprio conceito do “Art Bodega”. “Baseei-me um pouco nesse universo e comparativamente com os tons que uso, escolhi um tema mais doce. Apesar de ter enviado várias obras, desde telas, a esculturas em madeira ou cerâmica, penso que o trabalho fica todo unido pelas cores que uso, pelos tons e pelo tema em si também”, frisou. Com potencial As expectativas da presença na “Art Bodega” são, para já, muitas. “Acho que o meu trabalho tem imenso potencial para Hong Kong e para o seu público. Diria que é mais pela estética, que é capaz de ser mais apelativa ao público de Hong Kong, mais do que se calhar noutras partes do mundo, nomeadamente na Europa. Acho que o meu trabalho pode ganhar mais visibilidade”, assegura. Maria estudou na Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), em Lisboa, tendo terminado o curso em 2010. Mas desde 2004 que pintava paredes nas ruas com cores coloridas. A cor é, para si, a protagonista principal não só doas suas obras como de qualquer expressão artística. “As cores são muito importantes num trabalho de um artista e acho que trabalhá-las é fundamental para o que se quer transmitir. Se fizesse a obra a preto e branco ou noutra cor teria uma energia completamente diferente. Sempre gostei muito de trabalhar com a cor e desde sempre que foi o que mais me fascinou em termos artísticos, a mistura das cores, as sensações que trazem.” A artista portuguesa assume que o seu trabalho não é “definido por um material só, por uma técnica só”. É por isso que podemos ver instalações em larga escala em espaços públicos, tapeçarias de grandes dimensões ou peças de cerâmica mais pequenas, entre outros materiais e formatos. Pelo meio, Maria Imaginário viveu em Londres, para onde pretende regressar quando a pandemia acalmar. “Foi um salto natural. Fui para lá explorar mais o meu trabalho, para que chegasse a mais pessoas, numa forma de expandi-lo.” Estar no Reino Unido deu-lhe a mesma compreensão por parte do público comparativamente a Portugal, assegura. “Acho que o meu trabalho é compreendido de forma igual nos dois sítios. Acho que há mais abertura, mais cultura e é dada mais importância e atenção à cultura. Mas em termos de compreensão penso que é igual.” Maria Imaginário tem ainda planos para expor na Coreia do Sul e outros países asiáticos, mas não quis, para já, levantar a ponta do véu. “Tenho tido alguns contactos com a Ásia e este [o de Hong Kong] foi apenas mais um que surgiu.” Além de Maria Imaginário, na mostra participam artistas como Jon Burgerman, do Reino Unido, Timothy Gatenby, também do Reino Unido, e Gunwoo Park da Coreia do Sul, além de 2timesperday de Hong Kong. “Art Bodega” remete para o conceito de mercearia como um espaço pequeno onde os clientes confraternizam quando fazem as suas compras, revelando ao público um conceito de art pop-up onde a comida é o tema principal.
Hoje Macau EventosExposição | Maria Imaginário participa na “Art Bodega” em Hong Kong A artista portuguesa Maria Imaginário leva este mês o seu trabalho até ao Oriente, no âmbito da exposição colectiva “Art Bodega”, a ser inaugurada na quinta-feira, em Hong Kong, e que tem a comida como tema central. Em “Art Bodega”, serão apresentados trabalhos da artista portuguesa, bem como de dois artistas britânicos – Jon Bugerman e Timothy Gatenby, um sul coreano, Gunwoo Park, e um outro de Hong Kong, 2timesperday -, segundo informação disponível no comunicado de apresentação da mostra, enviado à agência Lusa. Na exposição será possível ver-se, entre outros trabalhos, esculturas de chupa-chupas e rebuçados, em madeira e cerâmica, em tons pastel, de Maria Imaginário, e as reinterpretações de Timothy Gatenby de famosas personagens de animação, com produtos de ‘fast food’. “Durante a pandemia, é difícil para todos sair de casa ou até fazer uma refeição num restaurante com amigos. Na situação actual, através de ‘Art Bodega’, esperemos que todos possam ser lembrados de que qualquer tipo de interação pessoal deve sempre ser valorizada, enquanto se aprecia ‘comida’ em forma de arte, que também pode ser servida como comida para o pensamento”, lê-se no texto de apresentação da mostra. “Art Bodega” está patente até 26 de Março, no K11 Art Mall de Hong Kong, um centro comercial que integra e funciona como espaço expositivo com programação regular. O trabalho de Maria Imaginário, que vive e trabalha entre Lisboa e Londres, tem sido mostrado em feiras e galerias de arte em países como o Reino Unido, Portugal, França, Itália e os Estados Unidos. Maria Imaginário, que começou por pintar nas ruas em 2004, estudou Ilustração e Banda Desenhada no Ar.Co, em Lisboa. Actualmente, define-se como artista multidisciplinar e, nos últimos anos, tem passado, de forma gradual, as histórias e personagens que cria de pinturas a duas dimensões para uma linguagem tridimensional, com a criação de instalações e esculturas de larga escala.