Nova corrida do GP com carros da marca Lotus

Na conferência de imprensa da passada quarta-feira, no Centro de Ciência de Macau, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) apresentou o patrocinador principal e deu a conhecer o programa da edição número sessenta e cinco do maior cartaz desportivo de carácter anual do território

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]as seis corridas confirmadas, apenas uma é novidade: a “Greater Bay Area Cup”. Todavia, detalhes sobre a “Taça de Grande Baía”, na designação oficial em português, não foram dados a conhecer na conferência de imprensa.

Chong Coc Veng, o presidente da Associação Geral do Automóvel de Macau-China, afirmou na cerimónia que ainda estão a decorrer negociações com o promotor desta iniciativa e que pormenores sobre os moldes de como esta competição será disputada serão dados a conhecer ao público mais tarde. Porém, o também Coordenador da Subcomissão Desportiva da COGPM, referiu igualmente que esta competição será monomarca, disputada por um tipo único de viaturas, e terá duas corridas na China antes da prova no Circuito da Guia.

Várias fontes adiantaram ao HM que esta corrida será disputada com viaturas da marca Lotus, modelo Exige motorizados por blocos V6 com compressor, e será co-organizada pela Richburg Lotus. O Circuito Internacional de Zhuhai será muito provavelmente o palco das corridas chinesas que antecedem o evento da RAEM.

Nos últimos quatro anos a dita “slot comercial” do Grande Prémio foi ocupada pela Corrida da Taça Chinesa, prova que o ano passado foi ganha pelo macaense Hélder Assunção. A Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, o organizador desta corrida, que na realidade não é apenas uma, mas sim um campeonato disputado com viaturas BAIC Senova D50 TCR em circuitos da Grande China, esperava regressar ao Circuito da Guia este ano, mas terá sido ultrapassada pela oferta rival.

 

Um regresso

Esta não será primeira vez que o Grande Prémio acolhe um troféu monomarca organizada pelo importador do construtor britânico recentemente adquirido pelo gigante chinês Geely. Em 2015, pelas mãos da Richburg Lotus, disputou-se a Suncity Lotus Celebrity Cup, uma competição primordialmente pensada para atrair celebridades do showbiz de Hong Kong. Contudo, a “corrida de celebridades”, que contou com dezasseis Lotus Elise, teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral. Já antes, em 2014, ano em que o evento foi realizado em dois fins de semanas, os Elise tinham sido vistos a competir a solo na Corrida Cotai Strip Resorts Lotus Grande China.

18 Mai 2018

Geely compra grande fatia da Mercedes

A Geely, que já comprou a Volvo e a Lotus, tentou adquirir há três semanas uma grande fatia da Daimler, dona da Mercedes e Smart. E, ao que parece, à segunda tentativa, conseguiram.

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Geely parece cada vez mais o T-Rex da indústria automóvel. Isto no sentido que come – ou melhor, compra – tudo o que lhe aparece à frente, desde que se adapte à sua estratégia de crescimento. Adquiriu a Volvo Cars à Ford por 1,5 mil milhões de euros em 2010 e, mais recentemente, a London Taxi Company que constrói os táxis londrinos (em 2013 por 15,1 milhões de euros), a Lotus (51% por 55 milhões de euros) e uma fatia importante da Proton (49,9%). Nem os carros voadores da Terrafugia escaparam ao seu apetite voraz e bolsos, aparentemente, sem fundo.
Em final de Novembro, os chineses (cuja denominação oficial é Zhejiang Geely Holding Group Co., Ltd) informaram a Daimler, o grupo que inclui a Mercedes e Smart, que pretendiam comprar entre 3% a 5% de novas acções, o que os alemães rejeitaram, porque isso iria diluir o valor dos títulos detidos pelos actuais accionistas. Mas desafiariam a Geely a adquiri-las no mercado aberto, indo ao ponto de revelar que viam com bons olhos a entrada de investidores com objectivos de longo prazo. E a Geely, o maior fabricante chinês sem ligações ou participação do Governo, terá feito isso mesmo, segundo a China Central Television.
Em causa está um investimento de 4.000 milhões de euros, valor que corresponde sensivelmente a 5% das acções da Daimler, o que coloca a Geely na 3ª posição entre os que têm as maiores fatias do grupo germânico, logo atrás do Kuwait Investment Authority, que possui 6,8%, e dos americanos da Black Rock (5%), mas à frente da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, que detém 3,1% na empresa alemã.
Com esta aquisição, ainda não confirmada pelas vias oficiais, a Geely quer ter acesso à tecnologia da Mercedes, especialmente no que respeita às baterias, mantendo a estratégia habitual de Li Shufu, o chinês que fundou a Geely há 31 anos e que a tem feito crescer desde então, cada vez de forma mais rápida.
Curiosamente, a estratégia da empresa liderada por Li Shufu sempre passou mais por aquisições do que pelos investimentos massivos que são necessários para manter qualquer construtor automóvel na crista da onda, no que às inovações diz respeito. Isso explica que enquanto a Geely investe muito pouco, ou mesmo nada, em investigação e desenvolvimento (I&D), a Daimler invista 8,4 mil milhões de dólares, no que é apenas ultrapassada pela Toyota (9,6 mil milhões) e pela Volkswagen, que é de longe quem mais investe em I&D (15,1 mil milhões de dólares). Renault e Nissan, juntas, atingem 7,1 mil milhões de dólares, quase tanto quanto a Ford (7,3), o quarto grupo que mais investe neste domínio.

19 Dez 2017