Andreia Sofia Silva EventosFestival | Ex-gestora da Cinemateca Paixão regressa ao novo cinema alemão A CUT Co. Lda volta a juntar-se ao Instituto Goethe, em Hong Kong, para trazer o KINO – Festival de Cinema Alemão a Macau entre os dias 6 e 16 de Novembro. A edição deste ano do festival homenageia três cineastas do chamado Novo Cinema Alemão, como é o caso de Margarethe Von Trotta, Wim Wenders e Rainer Werner Fassbinder [dropcap]A[/dropcap]pesar de ausente das operações de gestão da Cinemateca Paixão, a Cut Co. Lda continua a trazer para Macau algumas das iniciativas a que habituou os amantes do cinema aquando da gestão do espaço. Prova disso é a realização de uma nova edição do KINO – Festival do Cinema Alemão, que, em parceria com o Instituto Goethe de Hong Kong, acontece entre os dias 6 e 12 de Novembro. Nomes como Wim Wenders, Margarette Von Trotta e Rainer Werner Fassbinder vão estar em exibição. Ao HM, Rita Wong, responsável da Cut, explicou que a exibição do KINO em Macau se faz em condições mais favoráveis do que em Hong Kong, uma vez que, devido à pandemia, grande parte dos filmes foram exibidos online. “Estamos numa situação difícil este ano e muitos festivais foram cancelados. A situação de Macau é mais estável e temos sorte em poder organizar um festival de cinema de pequena escala. Temos 12 filmes, mas vamos exibi-los apenas uma única vez. Mas em termos do número de filmes a escala não é assim tão pequena, pois estamos a trazer um festival abrangente para o público de Macau.” Desta forma, o KINO “vai continuar a acontecer na sua forma física tendo em conta a situação da cidade, exibindo um total de 12 filmes alemães, sendo que seis deles são novos trabalhos que cobrem uma variedade de assuntos”. O programa da edição deste ano “continua o compromisso de ter uma sessão Director-in-Focus, que apresenta três grandes filmes de Margarethe Von Trotta em fases diferentes, sendo esta uma das mais significantes cineastas e a única mulher cineasta no período do Novo Cinema Alemão”. Von Trotta começou a fazer produções independentes na década de 70. Hoje, com 78 anos, a cineasta já escreveu e realizou mais de 10 filmes, incluindo títulos como “Marianne and Juliane (1981), Rosa Luxemburg (1986), Rosenstrasse (2003) and Hannah Arendt (2012). A cineasta procurou ter nos seus filmes personagens femininas que não só quebram os estereótipos tradicionais em torno do género, mas também exploram aspectos espirituais, intelectuais e independentes ligados ao universo feminino. O KINO aborda também o trabalho de Wim Wenders e apresenta o documentário “Desperado”, lançado em Julho deste ano como celebração dos 75 anos do realizador. Será também exibido o filme “Faraway, So Close!”, que venceu o Grande Prémio do Júri no Festival de Cinema de Cannes em 1993. “Temos uma sessão com Wim Wenders que, claro, é um ícone. Na primeira edição do KINO em Macau exibimos os filmes de Wim Wenders na sessão Director-in-Focus e, desta vez, não queríamos repetir os filmes que já tínhamos exibido. Seleccionámos dois filmes e um deles é novo, penso que é bom para o novo público que virá ao festival”, explicou Rita Wong. Fassbinder regressa Os filmes do realizador Rainer Werner Fassbinder estão também de regresso a Macau, depois da exibição na Cinemateca Paixão em 2018. O filme de abertura do KINO é “Enfant Terrible”, realizado por Oskar Roehler que conta a história do realizador que faleceu muito jovem, em 1982, com apenas 37 anos. O filme de Roehler começa com o filme de estreia de Fassbinder, “O Amor é mais Frio do que a Morte”, de 1969, até “Querelle”, feito em 1982. “Mesmo que o público tenha visto os seus filmes na sessão Director-in-Focus do KINO Macau 2018, podem, desta vez, conhecer mais sobre este talento do cinema sob outras perspectivas. O que é mais emocionante na exibição de ‘Enfant Terrible’ é que se trata da estreia do filme na Ásia depois da sua exibição mundial no Festival de Cinema de Cannes”, lê-se na nota da Cut. “Estamos muito orgulhosos em ter esta estreia a nível asiático”, acrescenta Rita Wong. Uma Alegria O KINO – Festival de Cinema Alemão será exibido nas salas do Cinema Alegria e no Macao Cardinal Newman Center for Culture and Performing Arts, um novo local que “proporciona um ambiente sereno para a exibição dos quatro grandes filmes do festival – incluindo ‘System Crasher’, ‘Rosa Luxemburg’, ‘Marianne and Juliane’ and ‘Faraway, So Close!’”. Após a exibição das películas, o público poderá participar em conversas sobre as mesmas com a presença de críticos de cinema como Quinton Tang, de Macau, ou Joyce Yang, de Hong Kong. Derek Lam, académico ligado à área do cinema, também estará presente. “Do We All Have the Banality of Evil? — Hannah Arendt’s Philosophy”, “Theatre and Rainer Werner Fassbinder”, “Literature — Peter Handke and Wim Wenders”, e “Judith Kerr’s World of Picture Books” serão os temas destas conversas. A Cut recorda que esta edição do KINO “é a primeira apresentada desde o fim das suas operações na Cinemateca Paixão”. “Estamos gratos pela continuação do apoio do Instituto Goethe de Hong Kong para que o KINO Macau pudesse acontecer novamente. É um desafio organizar um festival de cinema com a falta de salas, financiamento e patrocínios, mas felizmente que existe um grupo de vigorosos e diligentes entusiastas do cinema que trabalham lado a lado para atingir os melhores resultados e enfrentar os desafios”, acrescenta a Cut. Numa edição marcada pela diversidade, espera-se também que o KINO seja mais interactivo com o seu público, confessou Rita Wong.
Sofia Margarida Mota EventosCinemateca | Cinema alemão e local em destaque a partir de amanhã Começa amanhã a segunda edição do KINO@Macao17. A iniciativa deste ano traz alguns aperfeiçoamentos à do ano passado. A ideia, refere Rita Wong, é chegar a um público mais alargado. “Descobrir Macau” volta, também amanhã, ao ecrã da Cinemateca Paixão. O ciclo é mensal e dá a conhecer os trabalhos dos realizadores locais [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma edição feita para chegar ao público local é o objectivo da 2ª edição do KINO@Macao17, ciclo de cinema alemão. A iniciativa, a cargo da cinemateca Paixão que, este ano, tem início marcado para amanhã está dividida em três secções. “Nesta edição houve o cuidado de ter em conta a população do território, ou seja, escolher filmes que mais se adequassem ao público local”, disse ao HM a directora executiva da Cinemateca Paixão, Rita Wong. Numa primeira parte vão ser apresentados oito dos últimos filmes alemães realizados por cineastas de renome. “O Meu Encontro Com A Vida”, uma comédia romântica baseada em eventos reais, é um dos destaques de Rita Wong. A secção vai exibir ainda quatro de seis filmes nomeados para a 67ª edição dos Prémios de Cinema Alemão, incluindo os sucessos de bilheteira “Toni Erdmann”, “O Florescer de Ontem”, “Bem-vindos à Alemanha” e “Selvagem”. A selecção teve em conta o público do território e as suas características e interesses. “Temos filmes que abordam o tema da multiculturalidade e que abordam o papel do género, mais concretamente o da mulher”, explica a directora. A segunda secção do festival é dedicada às curtas. Para o efeito, e tal como no ano passado, vão estar no grande ecrã da cinemateca onze filmes experimentais que estiveram presentes na Berlinale Shorts 1&2, três dos quais galardoados. De acordo com Rita Wong, “a preocupação foi a de trazer realizadores estreantes no que respeita às curtas produzidas na Europa”. Obras primas A terceira e última secção tem os olhos postos nos grandes do cinema alemão. “Sessões Especiais em Macau: Novo Cinema Alemão” traz três clássicos realizados pelos chamados “mestres”. “Fitzcarraldo” (1982) de Werner Herzog, “O Mundo Por Um Fio” (1973), o único filme de ficção científica realizado por Rainer Werner Fassbinder, e “Morte de um Caixeiro” (1985), de Volker Schlöndorff são as películas seleccionadas. Tratando-se de uma corrente marcante no panorama internacional, “a exibição de filmes emblemáticos que a integram pretende trazer ao público local um melhor conhecimento daquilo que é considerado como referência na sétima arte”, aponta Rita Wong. Depois de cada exibição, terá lugar uma tertúlia com o público. O objectivo, explica a directora, é permitir a troca de conhecimentos acerca da história do cinema e das suas influências e promover, desta forma, a criatividade de quem por cá se dedica à realização de filmes para que “possam ficar a conhecer mais acerca deste movimento alemão”. “A participação do público vai ainda proporcionar um ambiente interactivo”, sublinha a directora da Paixão. O Kino deste ano vai contar também com a presença da responsável pelo Goethe-Institut de Hong Kong. O balanço da edição do ano passado é positivo mas foi um momento experimental para que se pudessem fazer melhorias. “Com essa experiência decidimos que este ano o objectivo seria tornar o ciclo mais acessível”, reitera Rita Wong. A Alemanha já tem uma assinatura no cinema, considera, mas é necessário fazê-la chegar a quem vive em Macau. “Em suma, pensamos que com a diversidade de escolha na programação do KINO@Macao17, conseguimos apelar a um novo público”, diz a responsável. Prata da casa Também amanhã, tem início a rúbrica mensal dedicada ao cinema feito por realizadores locais. “Começámos em Abril quando abrimos a nossa sala e é um dos destaques da programação da cinemateca”, recorda Rita Wong. A ideia apareceu porque “Macau tem uma produção cinematográfica muito boa mas que não consegue ter um espaço para ser exibida. Não há uma plataforma para projectar os filmes que são feitos por realizadores locais e que já passaram inclusivamente por festivais”, refere. Com a nova direcção da cinemateca que tomou posse no ano passado, foi imperativo que aquele espaço servisse também de plataforma para mostrar o que é feito por cá. Para a edição de Outubro foram escolhidos quatro filmes, todos de realizadores de Macau que estudaram em Taiwan. O objectivo é promover as produções independentes de forma activa e abrangente, “de modo a que os residentes e visitantes possam conhecer melhor o cinema e a cultura cinematográfica de Macau”. Com entrada livre não há desculpa para que nos próximos dois fins-de-semana não se vá ver os filmes escolhidos para estar no ciclo “Descobrir Macau” em que vão ser projectados os primeiros filmes de Chao Koi Wang, Teng Kun Hou, Lei Ka Wai e Cheong Chi Wai.
Sofia Margarida Mota EventosKino|Festival de cinema alemão estreia em Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] melhor do cinema alemão vai animar a Cinemateca Paixão. É o KINO, que se estreia em Macau com cartaz de luxo entre 8 e 16 de Outubro. Wim Wenders é o realizador de destaque e Doris Dörrie vai marcar presença e estar em conversa com o público. Do programa, que conta com a organização da Associação Audiovisual CUT e do Instituto Goethe de Hong Kong, constam oito sessões que integram sete películas e uma maratona de curtas-metragens. O ecrã abre no dia 8 de Outubro com uma palestra que conta com o crítico de cinema local Leong I On, à qual se seguirá a projecção de “Babai” de Visar Morina. O evento começa as 15h00 e o filme às 16h30. Do programa destacam-se as exibições de “Paris, Texas” e “Asas do Desejo”, películas icónicas dos anos 80 que contam com a assinatura de Wim Wenders. O último é ainda o filme escolhido para fechar a primeira edição do KINO em Macau. A passagem de Doris Dörrie pela edição local do KINO não se regista apenas no ecrã. Além da projecção de “Fukushima, Mon Amour”, a mais recente realização da cineasta, está agendada uma conversa com o público para que a autora do filme premiado possa partilhar experiências e responder a questões dos interessados. Theresa Von Eltz, Neele Leana Vollmar e Christian Schwochow são também nomes a ter em conta para a semana do cinema alemão com os filmes “4 Kings”, “The Pasta Detectives” e “Bornholmer Straße”, respectivamente. Curtas para o fim A programação termina a 16 de Outubro com a rubrica “Short Export 2016”, que integra dez curtas-metragens. A compilação pretende abordar não só os temas que marcam a actualidade como proceder à sua apresentação sob diferentes linguagens visuais. Do documentário à comédia, a exploração da diversidade das formas de ver os diferentes temas vão encher o ecrã. Os bilhetes já estão à venda na Cinemateca Paixão, Livraria Pin-to ou através da Easyticket.