João Romão VozesPontapés nos impostos [dropcap]C[/dropcap]om escassos dias de diferença, duas das maiores e mais mediáticas figuras do desporto português e mundial foram condenados por tribunais do estado espanhol pela prática reiterada de crimes de evasão fiscal. Primeiro foi Cristiano Ronaldo, exímio avançado, várias vezes galardoado como melhor goleador do continente europeu e reiteradamente reconhecido como melhor futebolista do mundo: quase 19 milhões de euros teve que pagar ao fisco o prodigioso atleta, após perpetrar o maior crime fiscal da história do futebol mundial, um recorde agora devidamente homologado por competentes instâncias judiciais. Depois foi o treinador José Mourinho, temporariamente dedicado ao comentário televisivo e à patinagem acidental, condenado pelos tribunais ao pagamento de mais pequena – mas nem por isso modesta – verba, a rondar os 2 milhões de euros. Com o seu magnífico desempenho a driblar autoridades tributárias, Ronaldo ultrapassou com clareza o anterior recordista da fraude fiscal no universo futebolístico, o astro argentino Leonel Messi, cujo crime de evasão ao fisco espanhol tinha sido reconhecido por tribunal adequado no valor de 15 milhões de euros, quase quatro milhões abaixo do impressionante registo do goleador português. Com performances de nível nitidamente inferior – mas ainda assim num elevadíssimo patamar – outras reconhecidas personalidades do universo futebolístico contribuíram com cerca de 90 milhões de euros para as receitas do fisco no Reino de Espanha nos últimos anos. James Rodrigues com 11 milhões, Neymar e Sandro Rosell (ex-Presidente do Barcelona) com cerca de 5 milhões (e o que mais se verá, que o assunto continua em investigação, com Rosell a ser objecto de cerrada marcação individual em cela prisional) e ainda Luca Modric, Marcelo, Di Maria, Mascherano, Falcão, Alexis Sanchez, Casillas, David Villa, Diego Costa, Dani Alves, Fábio Coentrão ou Figo, todos eles com valores em torno de um ou dois milhões de euros. Xabi Alonso tem o seu caso em julgamento e é o primeiro futebolista que corre o risco de ser condenado por crime fiscal a uma pena de prisão superior a dois anos, o que inviabilizaria a suspensão da pena (de que beneficiaram todos os outros atletas referidos) e obrigaria a detenção efectiva. Não deixa de ser curioso que só em Espanha haja futebolistas que não apreciam particularmente o pagamento de impostos. É verdade que há casos pontuais julgados noutros países mas os tribunais espanhóis têm-se notabilizado internacionalmente pela regularidade com que condenam famosos e consagrados jogadores pela prática sistemática de crimes fiscais, que normalmente decorrem ao longo de vários anos, utilizando circuitos financeiros mais ou menos obscuros e tendencialmente dirigidos a paraísos fiscais internacionais, geralmente procurando tratar rendimentos regulares inerentes aos contratos de trabalho para a prática do futebol como se fosses rendimentos ocasionais relacionados com a exploração de direitos de imagem para os circuitos mediáticos globais. Certamente que semelhantes ardilosas habilidades processuais se desenvolvem com sabedoria noutras partes do mundo, mas pelos vistos o fisco espanhol teve a sensatez de apertar o cerco fiscalizador às transações financeiras dos milionários da bola, em vez dos trabalhadores “independentes” (“autónomos”, no caso), que com o mesmo trabalho de investigação renderiam meia dúzia de euros aos cofres do Estado. Não serão só os futebolistas, naturalmente, a fintar autoridades fiscais por esse mundo fora. Na realidade, o processo generalizado de globalização e desregulação de movimentos financeiros a que temos assistido nas últimas décadas abre novas e mundialmente distribuídas oportunidades para a ocultação de rendimentos e para a evasão fiscal. Resulta daqui uma evidente dupla injustiça: por um lado, os Estados perdem recursos que deveriam ser aplicados em políticas públicas supostamente benéficas para toda a população; por outro lado, só os milionários têm acesso a este tipo de fuga, que requer a utilização de sofisticados meios jurídicos e financeiros, devidamente suportados por técnicos de elevadíssima reputação e não menos elevados honorários. O processo de globalização económica que facilita o crime fiscal dos milionários tem também sido marcado por sistemáticas limitações nos orçamentos dos Estados em grande parte do mundo, impondo sucessivos mecanismos de austeridade, redução de gastos e limitação de investimentos em serviços públicos. Ao mesmo tempo – e certamente também por isso – aumentam todos os anos os índices de desigualdade social, com uma parte cada vez menor da população mundial a concentrar uma parte cada vez maior da riqueza. A evasão fiscal é um dos mais poderosos instrumentos para alimentar esta ganância e determinar esta obscena e insustentável evolução das sociedades em que vivemos. O problema merece, em todo o caso, escassa indignação pública. Já os golos magníficos concretizados por exímios futebolistas merecem ampla celebração em todo o mundo. Talvez não fosse má ideia equilibrar um bocadinho as coisas, digo eu, que até gosto de bola.
Hoje Macau DesportoJosé Mourinho deixa comando técnico do Manchester United [dropcap]O[/dropcap] treinador português José Mourinho deixou hoje o comando técnico do Manchester United, anunciou o sexto classificado da Liga inglesa de futebol. “O Manchester United comunica que o treinador José Mourinho deixa o clube com efeito imediato”, refere a nota na página dos ingleses, acrescentando um agradecimento ao treinador e o desejo de sucesso para o futuro. Na curta nota, os ‘red devils’ explicam ainda que iniciaram um processo para a escolha de um novo treinador, mas que a equipa terá um interino a curto prazo. “Um novo treinador será indicado até ao final da actual época, enquanto o clube prosseguirá o processo de contratação de um treinador novo, a tempo inteiro”, acrescenta o comunicado. Mourinho, de 55 anos, chegou aos ‘red devils’ em 2016/17, época em que alcançou os únicos títulos no clube, a Taça da Liga inglesa, a Supertaça e a Liga Europa. Após 17 jornadas, o Manchester United ocupa o sexto lugar do campeonato, com 26 pontos, menos 19 do que o líder Liverpool. Na Liga dos Campeões, o Manchester United foi segundo na fase de grupos, atrás da Juventus, e nos oitavos de final defrontará os franceses do Paris Saint-Germain. O técnico português levou o clube ao segundo lugar do campeonato na época passada, depois de ter sido sexto na estreia.
Hoje Macau DesportoMourinho afasta possibilidade de regressar ao Real Madrid [dropcap]J[/dropcap]osé Mourinho afastou a possibilidade de suceder a Julen Lopetegui no comando do Real Madrid, com o treinador português do Manchester United a assegurar que está “muito feliz” a orientar o clube do campeonato inglês de futebol. “Estou feliz aqui. Estou feliz com o contrato e gostaria de continuar depois do seu termo, só penso no United”, assegurou o treinador luso, que falava na conferência de imprensa de véspera do jogo com a Juventus, para a Liga dos Campeões, em Old Trafford. Mourinho já foi treinador do Real Madrid, de 2010 a 2013, período em que ganhou uma Liga espanhola, uma Taça do Rei e uma Supertaça de Espanha, falhando, no entanto, a conquista da Liga dos Campeões. As notícias sobre o possível regresso ao Santiago Bernabéu apareceram à medida que se foi deteriorando a imagem de Lopetegui, em situação delicada devido a uma série de resultados que atiraram os ‘merengues’ para o sétimo lugar na Liga espanhola. Ao mesmo tempo, as coisas também não correm bem a Mourinho, que vê o United em décimo na Premier League, já a nove pontos do campeão Manchester City. No entanto, o técnico tem contrato até 2020, com uma elevada cláusula de rescisão. O treinador português confirmou que o chileno Alexis Sanchez não vai jogar na terça-feira. O avançado do United não treinou e Mourinho não quis adiantar mais pormenores: “Os jogadores que treinaram hoje são os que estão. Não há nada a esconder. Alexis está de fora”, assinalou. Outra baixa certa é a do equatoriano Antonio Valencia, com o treinador português a explicar que ficará dez dias sem treinar, depois de uma cirurgia à boca. Ausência de peso, mas do lado da Juventus, é a do croata Mario Mandzukic, que não está no grupo escalado por Massimiliano Allegri para este jogo. Em comunicado, a Juventus não avançou pormenores sobre a lesão de Mandzukic, mas, segundo a imprensa desportiva italiana, estará ‘tocado’ num tendão de Aquiles. Também de fora ficam os médios alemães Sami Khedira, lesionado na coxa há meses, e Emre Can, dispensado para fazer exames, depois da descoberta de um nódulo na tiroide.
Hoje Macau DesportoLiga dos Campeões | José Mourinho considerou “justo” empate frente ao Valência [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português José Mourinho considerou ontem “justo” o resultado da partida da segunda jornada do grupo H da Liga dos Campeões de futebol frente ao Valência, comentando que, não sendo possível ganhar, “é preciso não perder”. “Não é o resultado que queríamos. Melhorámos, apesar de não termos jogado a níveis aceitáveis. Mas no grupo difícil em que estamos, se não podemos ganhar, então é preciso não perder. Aceito o resultado, que é justo”, comentou, após o empate 0-0 em casa com a equipa espanhola. “Os jogadores tentaram, melhoraram a sua prestação, a sua intensidade. Sabíamos ainda assim que não criaríamos muitas ocasiões. Sabíamos que os nossos jogadores no ataque não estão a atravessar a sua melhor fase. Não é um bom resultado, mas também não é um mau resultado”, comentou. Na segunda-feira, José Mourinho negou que o seu lugar de treinador do Manchester United esteja por um ‘fio’, antes do jogo com o Valência. Questionado sobre se o seu futuro como técnico dos ‘diabos vermelhos’ está em risco devido aos maus resultados, Mourinho vincou que está a trabalhar para inverter a situação. “Sabemos que a situação não é a melhor, mas o que posso dizer é que estamos a fazer de tudo para obtermos melhores resultados”, afirmou José Mourinho, na conferência de imprensa de antecipação ao embate com o conjunto ‘ché’. O técnico luso, campeão europeu ao comando do FC Porto (2003/04) e do Inter de Milão (2009/10), recusou responder se falou recentemente com o presidente sobre a sua posição no clube, classificando-o como um “assunto privado”. Após este empate, o Manchester United está no segundo lugar do grupo H com quatro pontos, menos dois do que a Juventus, de Cristiano Ronaldo e João Cancelo, líder com seis pontos, enquanto o Valência, de Rúben Vezo e Gonçalo Guedes, é terceiro com um ponto e os suíços do Young Boys são últimos sem qualquer ponto.
Hoje Macau DesportoManchester United | José Mourinho exige respeito e abandona sala de imprensa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] treinador português do Manchester United, José Mourinho, exigiu, na segunda-feira, respeito, na conferência de imprensa que se seguiu à derrota 3-0 diante do Tottenham, na terceira jornada da liga inglesa de futebol. No arranque da conferência, o técnico luso ergueu três dedos e questionou: “Sabem o que significa? 3-0. Também são três ‘Premiership’ (título ingleses) e eu ganhei mais títulos sozinho do que os outros 19 ‘managers’ juntos. Três para mim e dois para eles.” Durante a conferência, Mourinho elogiou ainda os adeptos do clube, que ele próprio aplaudiu quando o encontro terminou. “Todos os nossos adeptos não leem os jornais, não veem televisão e todos os nossos adeptos são muito mais inteligentes e responderam de uma forma fantástica. Não acho normal uma equipa perder em casa e reagirem da forma como reagiram”, elogiou o técnico. Mourinho levantou-se de seguida e, ao sair da sala, disse, repetidamente: “Respeito, respeito, respeito.” O Manchester United perdeu na segunda-feira na receção ao Tottenham por 3-0 e viu agravada a sua crise de resultados no arranque da temporada, contando uma vitória na primeira jornada, seguida de duas derrotas, com o Brighton e com os londrinos. Com o triunfo, o Tottenham iguala na frente do campeonato Manchester City, Chelsea e Watford, todos com três vitórias em outros tantos encontros.
Hoje Macau DesportoMan United | Mourinho quer aumento de três milhões [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]d Woodward, CEO do Manchester United, e Jorge Mendes, representante de José Mourinho, vão reunir-se em Janeiro para discutir o aumento de salário exigido pelo treinador português. Segundo o jornal The Mirror, Mourinho pretende um acréscimo de 3 milhões de libras (cerca de 3,4 milhões de euros) ao salário de 12 milhões de libras (13,5 milhões de euros) que acertou quando assinou pelo United, em maio de 2016. Na primeira época, Mourinho levou para Old Trafford três títulos – a Taça da Liga, a Supertaça e a Liga Europa – e foi graças a este último que os red devils asseguraram a presença na Liga dos Campeões. Benfica | Lisandro Lopez pode sair em Janeiro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] defesa-central Lisandro López não foi convocado para o jogo deste domingo com o Vitória de Guimarães, soma apenas quatro jogos esta época, não joga desde 12 de Setembro e, segundo A BOLA, o Benfica vai reavaliar a situação do argentino em Janeiro. A imprensa italiana, mais concretamente o site Calciomercato, deu conta da possibilidade de o jogador deixar a Luz na reabertura do mercado de transferências. Futebol | Selecção sub-19 estreia-se com derrota [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção de futebol local de sub-19 estreou-se na fase de grupos de apuramento para o Campeonato do escalão da Confederação Asiática de Futebol com uma derrota por 2-0, diante do Vietname. A partida foi realizada no Segundo Estádio do Distrito de Hsinchu, no Norte de Taiwan, onde Macau está a disputar o Grupo H, da fase de apuramento. Le Minh Binh foi o carrasco da selecção orientada por Iong Cho Ieng, ao marcar os dois golos do encontro, aos 58 e 66 minutos. No outro jogo do grupo, Taiwan venceu o Laos também por 2-0. A segunda jornada do grupo realiza-se hoje, com Macau a defrontar o Laos e Taiwan a ter pela frente o Vietname.
Hoje Macau DesportoJosé Mourinho demitido do Chelsea [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] português José Mourinho foi ontem demitido do cargo de treinador do Chelsea, deixando o clube, actual campeão e 16.º classificado da Liga inglesa de futebol, com 16 jornadas. “O clube deixa claro que José [Moutinho] deixa-nos em comum acordo e será sempre recordado como uma pessoa muito querida, respeitada e uma figura de relevo no clube”, refere o comunicado do Chelsea. Depois de ter regressado ao clube de Londres em 2013, Mourinho conquistou o terceiro título inglês pelos ‘blues’ em 2014/15, tal como a Taça da Liga, o que levou à renovação de contrato até 2019. Em 16 jogos para a Liga inglesa, o Chelsea tem apenas 15 pontos, equivalentes a quatro vitórias, três empates e nove derrotas, encontrando-se a apenas um ponto de distância da zona de despromoção. No entanto, a formação londrina assegurou o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, depois de terminar em primeiro lugar no Grupo G, à frente dos ucranianos do Dínamo de Kiev e do FC Porto. Esta qualificação ficou garantida apenas na última jornada, depois de ter vencido o FC Porto por 2-0, relegando os ‘dragões’ para a Liga Europa. Depois de a BBC e a Sky Sports terem anunciado o despedimento do treinador do português dos blues, a imprensa inglesa adiantou o nome de Hiddink como treinador da equipa londrina até final desta época. O técnico holandês já orientou a equipa inglesa em 2008/09, numa situação semelhante, quando Scolari foi demitido do comando técnico. No entanto, anteriormente o Chelsea sondou Juande Ramos para assumir o cargo de treinador interino, caso o clube rescindisse com José Mourinho, segundo publicou o jornal The Times. O espanhol Juande Ramos, 61 anos, ex-técnico do Sevilla, Tottenham Hotspur e Real Madrid, está actualmente sem treinar, depois de ter deixado os ucranianos do Dnipro Dnipropetrovsk. Segundo, o britânico The Times, o patrão do Chelsea Roman Abramovich era contra a saída de Mourinho, que levou o clube ao título pela segunda vez, mas está preocupado com os maus resultados e teme que a relação entre Mourinho e figuras como Eden Hazard, Diego Costa, Cesc Fàbregas, John Terry ou Nemanja Matic se tenha deteriorado.