Acções da Crown Resorts com quebra de 10 por cento após detenções

[dropcap]A[/dropcap]s acções da empresa de jogo australiana Crown Resorts, com casinos em Macau, desceram mais de 10 por cento nas primeiras transacções de ontem na bolsa de Sidney, após confirmada a detenção de 18 funcionários do grupo na China. O jornal Australian Financial Review noticiou que pelo menos 18 pessoas foram detidas para interrogatório pelas autoridades chinesas, incluindo três australianos que fazem parte da equipa de vendas e marketing no país.

Entre os detidos consta ainda um executivo da empresa encarregado de atrair grandes apostadores chineses para a Austrália. “Em relação às notícias publicadas este fim-de -semana, a Crown Resorts Limited acredita que o vice-presidente executivo Jason O’Connor é um dos 18 funcionários que foram detidos pelas autoridades chinesas”, afirmou a empresa em comunicado.

O grupo ainda não conseguiu contactar os funcionários. “Até à data, a Crown ainda não conseguiu falar com nenhum dos funcionários e está a colaborar com o departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio para contactar urgentemente com os seus funcionários e averiguar a situação”, refere. A mesma nota revela ainda que a Crown ainda não foi informada sobre os motivos das detenções.

A emissora pública Australian Broadcasting Corporation avançou, entretanto, que estas estão relacionadas com a angariação de grandes apostadores chineses para jogar em casinos no estrangeiro. Já o jornal Australian Financial Review escreve que as detenções podem estar relacionadas com a operação “Operation Chain Break”, que visa travar o fluxo ilícito de fundos para casinos além-fronteiras.

O Governo australiano diz que os seus funcionários consulares em Pequim estão a tentar obter mais detalhes sobre este caso. “As autoridades chinesas têm três dias para notificar a detenção de cidadãos australianos, de acordo com o previsto num tratado bilateral”, afirmou um porta-voz, indicando que a notificação oficial deveria ser feita ainda ontem.

18 Out 2016

PJ recebe 53 queixas sobre cheques sem cobertura

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária recebeu mais uma denúncia de um caso de cheques sem cobertura passados a um grupo de pessoas que depositou dinheiro numa empresa. O caso envolve 55 milhões de patacas e, segundo a Macau Concelears, a empresa é a Glory Sky, que se auto intitula como uma empresa de investimento online, ao que o HM apurou, e tem sede em Hong Kong.
Os lesados ascendem já às 53 pessoas, cinco delas do interior da China. Disseram à publicação que celebraram contratos de investimento com a Glory Sky e receberam cheques carecas.
Segundo a Macau Concealers, os responsáveis desta empresa desapareceram e a sede fechou portas. Os empregados da empresa dizem que os objectos de valor foram retirados e que não conseguem comunicar com o presidente, director financeiro ou sequer com o gerente de operações.
Um dos lesados disse à Macau Concealers que celebrou um “contrato de investimento e cooperação” com uma filial da empresa e depois depositou 50 mil patacas a troco de 5% em interesses por cada 60 dias. Outra lesada referiu que já depositou mais de 500 mil patacas há meio ano e nunca teve problemas até Janeiro.
A Glory Sky foi criado em 2011 e tem vários negócios em Hong Kong, Taiwan, Xanghai, Zhuhai, Japão e Estados Unidos da América (EUA). A empresa tem seis filiais em Macau. O presidente é da Ilha de Formosa e chama-se Loi Tak Hoi. A empresa tem mais de 20 empregados.

19 Jul 2016

Pequim sabe que Portugal aguarda mais investimento chinês

O IPIM levou a Lisboa e ao Porto 30 empresários do “Grupo 9+2” (nove regiões chinesas, Macau e Hong Kong) e o resultado provável será mais investimento chinês em Portugal, país que o embaixador chinês, Cai Run, considera uma “terra de maravilhas, dotada de excelente localização geográfica”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo português “está a aguardar” a participação de empresas chinesas em diversos sectores, segundo um comunicado do Instituto da Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) ontem divulgado.
O instituto levou na semana passada a Lisboa e ao Porto 30 empresários do designado “Grupo 9+2”, que engloba nove regiões chinesas, Macau e Hong Kong, que formam a Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, para impulsionar “o intercâmbio e a cooperação”.
Na passagem por Lisboa, os empresários encontraram-se com o embaixador da China, Cai Run, que, segundo o mesmo comunicado, “sublinhou que o Governo português está a aguardar a participação das empresas chinesas nos sectores de energia, serviços financeiros, seguros, medicina, preservação da saúde, negócios marítimos, agrícola, infra-estruturas e cooperação na capacidade de produção”.
O embaixador incentivou, ainda, os empresários chineses a participarem no seminário de promoção do investimento em Portugal que terá lugar em Novembro e afirmou que considera Portugal uma “terra de maravilhas, dotada de excelente localização geográfica”.
Os empresários do “Grupo 9+2” estiveram num seminário com representantes de 30 empresas portuguesas e visitaram “empresas avançadas”, da área dos transportes e “negócios marinhos”, lê-se no mesmo texto.
Nesse seminário, o presidente do IPIM, Jackson Chang, “observou que Portugal e Macau têm profundas raízes históricas, sendo cada vez mais frequente a cooperação”, e revelou que em 2015 o comércio bilateral superou os 35 milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 11,8%.

Oportunidades no Delta

Sempre segundo o mesmo comunicado, Jackson Chang lembrou que Pequim deu a Macau a missão de ser a ponte entre a China e os países de língua portuguesa, no âmbito da cooperação económica, e garantiu que a região está “a implementar com dinamismo” os designados “três centros” (de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas chinesas e lusófonas; de distribuição de produtos alimentares da lusofonia; e para convenções e exposições das partes envolvidas).
“Existem boas razões para crer que foram já criadas condições para as empresas de Portugal, Macau e da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas colaborarem estreitamente, com vista a explorar oportunidades de negócio”, lê-se no texto.
Noutro encontro, Jackson Chang convidou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) a incentivar a organização de delegações de empresários portugueses para participarem na edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês) e no conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como “Fórum Macau”, que se realiza este ano, em Macau.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que foi criado o Fórum Macau, que tem um Secretariado Permanente e reúne ao nível ministerial de três em três anos.

27 Jun 2016

China | Investimento em activos fixos subiu 9,6% em cinco meses

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] investimento chinês em activos fixos aumentou 9,6% nos primeiros cinco meses do ano, comparativamente ao mesmo período de 2015, revelou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês.
Trata-se de um aumento inferior ao previsto pelos economistas numa pesquisa feita pela agência noticiosa Bloomberg News e do ritmo de crescimento mais baixo desde 2000.
O investimento em activos fixos é um indicador chave para medir a despesa do Governo em infra-estruturas no “gigante” asiático.
Os dados surgem depois de no primeiro trimestre do ano o crédito concedido pelos bancos chineses ter atingido um valor recorde, numa tentativa de estimular a segunda maior economia do mundo.
Em 2015, a economia da China cresceu 6,9%, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos.
Já a produção nas fábricas registou um crescimento homólogo de seis por cento em Maio, enquanto as vendas a retalho avançaram 10%.

Sob pressão

“A economia nacional continuou a registar uma tendência estável e progressiva, que se regista desde o início do ano”, afirmou Sheng Laiyun, porta-voz do GNE.
“Mas temos de estar atentos ao ambiente internacional, que permanece complicado e difícil, enquanto ajustes estruturais domésticos duros estão a ser feitos e a economia continua sobre pressão negativa”, acrescentou.
O avanço do investimento privado também abrandou para 3,9% nos primeiros cinco meses do ano.
“O abrandamento no investimento privado mostra também que o motor intrínseco do crescimento económico da China continua por fortalecer”, comentou Sheng.
O porta-voz justificou os dados com as dificuldades das empresas privadas em obter crédito, excesso da capacidade industrial e o acesso limitado do capital privado em alguns sectores.
“Neste momento, o crescimento é estável”, disse.

14 Jun 2016

Educação | Menos alunos nas escolas. Milhões investidos

Em dez anos, as escolas do território ensinam menos 20 mil alunos, mas empregam mais professores. Houve uma maior aposta nas actividades culturais e formação de funcionários públicos. Os alunos do ensino superior receberam menos ajudas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de alunos nas escolas do território diminuiu significativamente nos últimos dez anos, passando de 89,1 mil em 2005 para 69,5 mil no ano lectivo passado. Em Setembro de 2014, a maior percentagem de alunos tinha entre 12 e 17 anos de idade, totalizando 26,2 mil alunos dos quase 70 mil registados. As estatísticas, publicadas recentemente pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), podem querer dizer que menos jovens da RAEM frequentam o ensino. Isto porque, de acordo com as estimativas da população do ano passado, publicadas pelos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), cerca de 182 mil habitantes de Macau tinham entre cinco e 29 anos, do total dos 636,2 mil registados.
Embora a população tenha aumentado brutalmente desde 2005, esta não foi a faixa etária mais afectada. A justificação é simples: a taxa de natalidade não aumentou e foi contratada muita mão-de-obra não residente (TNR) com idade superior a 25 anos.
No entanto, o número de professores contratados não se alterou muito em função da queda no volume de estudantes. Em 2005, estavam empregados 4363 professores e o ano passado eram 5731. Houve mesmo um aumento – ainda que não muito visível – do número de pessoal recrutado. Em 2005 estavam a trabalhar nas escolas de Macau mais de 4300 professores e pessoal relacionado com o ensino, ao passo que no ano lectivo de 2014/2015 estavam empregados 5700 profissionais. A esmagadora maioria do pessoal docente tem entre 31 e 40 anos e é do sexo feminino, ocupando as mulheres 1372 do total de lugares, comparando com os 550 dos homens.
A estratégia de contratar mais funcionários, mesmo com uma diminuição do número de alunos, não tem em conta o acréscimo de turmas: há dez anos, havia 2414 turmas no ensino formal da RAEM. No ano passado, a DSEJ fala de 2493, uma diferença de 79 turmas.

Alto investimento

O relatório “Inquérito Geral à Educação” da DSEJ mostra estatísticas de 2015, mas outras vão apenas até 2013. Assim, os únicos valores financeiros disponíveis sobre as despesas do Governo no sector educativo são de há dois anos.
Em 2013, o Governo despendeu 46,4 milhões de patacas para o ensino obrigatório e superior, o que totaliza apenas 17,3% dos gastos totais. Na educação não superior foram despendidas 4,8 milhões de patacas, de acordo com o mesmo relatório. Comparando com 2011, o valor investido neste sector aumentou em 1,5 milhões. Entre 2011 e 2013, foi 2012 que contou com mais apoio nesta área, tendo a despesa do Executivo na educação ultrapassado os 22%.

A idade traz dinheiro
A DSEJ aponta para um ligeiro aumento no número de bolsas de estudo atribuídas ao ensino superior. No ano lectivo de 2011/2012 foram dadas bolsas a 7100 alunos, ao passo que em 2013 e 2014, foram distribuídas a 7200. É a área de Economia e Gestão que mais pessoas reúne desde 2011 até ao ano passado. A maioria dos beneficiários está inscrita em universidades da RAEM e Taiwan. Seguem-se aqueles que estudam no continente, em Portugal e Hong Kong.
O mesmo não se verifica nas ajudas atribuídas ao ensino não superior. A DSEJ divide os subsídios do Governo em três: ajuda financeira, ajuda para material escolar e subsídio de alimentação. De 2011 a 2014 houve um decréscimo no número de ajudas atribuídas. Ora veja-se: no ano lectivo de 2011/2012, o Executivo forneceu ajuda a 7367 alunos dos ensinos infantil, primário e secundário nas três vertentes. Já em 2013/2014, apenas 6765 jovens foram beneficiados.

Capacidades que se querem

Os números revelam o cumprimento da promessa do Governo em aumentar as capacidades dos seus funcionários, bem como de promover a actividades desportiva entre os jovens. Quanto à formação de Língua Portuguesa, foram o Instituto Português do Oriente (IPOR) e a DSEJ que mais participantes tiveram nos seus cursos. No ano lectivo de 2013/2014, foram 6000 as pessoas que frequentaram estas formações, com 2400 nos da DSEJ e 2100 no IPOR.
Os cursos de Inglês organizados em 2013 e 2014 tiveram menos adesão do que em anos anteriores, mas mesmo assim contaram com a participação de quase 5000 pessoas. Foi o Instituto de Formação Turística que angariou mais alunos, um total de 3100.
O relatório revela ainda uma maior aposta no desporto escolar. O número de participantes nestas actividades quase duplicou, passando dos 190 alunos em 2012, para os 387 no passado. Também se registou um acréscimo no volume de estudantes que entraram em competições internacionais. No entanto, o total de participantes é significativamente menor no ano lectivo passado do que em 2011/2012, muito devido à diminuição da participação em “outras actividades de lazer”.

29 Out 2015