“Oppenheimer” e “Pobres Criaturas” vencem Globos de Ouro

Os filmes “Oppenheimer” de Christopher Nolan e “Pobres Criaturas” de Yorgos Lanthimos, foram os grandes vencedores da 81ª edição dos Globos de Ouro, entregues na madrugada de segunda-feira em Los Angeles. A cerimónia também fez história ao premiar Lily Gladstone por “Assassinos da Lua das Flores”, a primeira indígena a receber o Globo de Ouro de Melhor Actriz.

“Oppenheimer” triunfou ao receber cinco das principais estatuetas nas categorias de cinema. Foi considerado o Melhor Filme Dramático, deu a Christopher Nolan o globo de Melhor Realizador, levou Cillian Murphy a obter o prémio de Melhor Actor, deu a Robert Downey Jr. o de Melhor Actor Secundário e ainda consagrou o compositor Ludwig Göransson com a Melhor Banda Sonora.

“É uma incrível obra-prima”, declarou Robert Downey Jr., que venceu uma categoria onde também estavam nomeados Robert De Niro, Ryan Gosling, Willem Dafoe, Charles Melton e Mark Ruffalo. O actor sublinhou o facto de o filme, que conta a história do criador da bomba atómica, ter chegado aos mil milhões de dólares em receitas de bilheteira.

Para Christopher Nolan, foi a primeira vitória depois de seis nomeações. O realizador recordou que a única vez que tinha estado naquele palco foi para receber o Globo de Ouro póstumo atribuído a Heath Ledger, uma tarefa dolorosa. “Pensei que seria mais simples aceitar o prémio para mim”, afirmou, “mas aceito em nome de todos”, continuou, homenageando o trabalho de equipa que deu origem ao ‘blockbuster’ da Universal Pictures.

Barbie, a decepção

Na categoria de Melhor Filme Musical ou Comédia, o destaque foi “Pobres Criaturas”, e não “Barbie”, como muitos esperavam. O filme de Yorgos Lanthimos recebeu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Emma Stone a estatueta de Melhor Actriz nesta categoria.

“Yorgos, estarei para sempre grata por nos termos conhecido”, disse Emma Stone ao receber o prémio. Este foi o quarto filme em que trabalharam juntos, havendo já um quinto em produção. “Interpretar a Bella foi inacreditável”, disse Emma Stone, sobre a sua personagem nada convencional Bella Baxter.

“Vejo isto como uma comédia romântica, no sentido em que a Bella se apaixona pela própria vida, em vez de por uma pessoa”, afirmou a atriz. “Ela aceita o bom e o mau na mesma medida. Tudo é importante”, considerou. Stone disse que esta personagem mudou a sua perspectiva sobre a vida e que permanece com ela até hoje.

O realizador Yorgos Lanthimosnnão só agradeceu aos actores e disse que Emma Stone “é a melhor” mas também aproveitou para dizer olá ao cantor Bruce Springsteen, que disse ser responsável por ter crescido como cresceu.

Com duas estatuetas, mas uma sensação de derrota ficou “Barbie”, o maior ‘blockbuster’ de 2023. O título da Warner Bros. tinha nove nomeações, mais que “Oppenheimer”, mas só conquistou a categoria de Melhor Canção — uma vitória de Billie Eilish e Finneas O’Connell por “What Was I Made For” — e pela novíssima categoria de conquista cinemática e de bilheteira.

Este novo prémio deu à actriz Margot Robbie e à realizadora Greta Gerwig a oportunidade de subirem ao palco e dizerem algumas palavras de agradecimento. “Fizemos este filme com amor. Obrigada por retribuírem”, disse Robbie. Destaque ainda para “Anatomia de uma Queda”, de Justine Triet, que venceu Melhor Argumento e Melhor Filme em Língua Estrangeira. “Maestro” de Bradley Cooper, uma grande aposta Netflix, saiu de mãos a abanar.

9 Jan 2024

Spielberg, “House of the Dragon” e “Espíritos de Inisherin” triunfam nos Globos de Ouro

A 80ª edição dos Globos de Ouro, que decorreu esta madrugada em Beverly Hills, deu os prémios de topo a “Os Fabelmans” de Steven Spielberg, “Os Espíritos de Inisherin” e à série da HBO “The House of The Dragon”.

Depois de escândalos éticos e polémicas pela falta de diversidade, esta edição marcou uma nova era para a cerimónia, com uma lista de vencedores mais diversa que antes e um compromisso com o progresso no futuro.

Steven Spielberg ganhou o Globo de Ouro de Melhor Realizador pelo título semi-autobiográfico “Os Fabelmans” e o filme levou o Globo de Melhor Filme Dramático.

“Tenho andado a esconder-me desta história desde os 17 anos de idade”, disse Spielberg, no discurso de vitória. “Contei esta história em partes e pedaços ao longa da minha carreira”, continuou. “E.T. e Encontros Imediatos tiveram muito a ver com esta história”.

Spielberg disse que toda a gente o vê como um sucesso mas que ninguém sabe quem somos realmente até “termos a coragem contar a nossa história”.

Na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical, a vitória foi para “Os Espíritos de Inisherin”, que também levou o Globo de Melhor Argumento e deu a Colin Farrell a estatueta de Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical. O ator irlandês mostrou-se “horrorizado no bom sentido” com a receção que o filme teve.

Ainda no cinema, Austin Butler foi o Melhor Ator em Filme Dramático pelo seu papel em “Elvis” e Cate Blanchett foi a Melhor Atriz em Filme Dramático por “Tár”.

Já o filme “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” garantiu a Ke Huy Quan o prémio de Melhor Ator Secundário e a Michelle Yeoh a estatueta de Melhor Atriz Em Filme de Comédia ou Musical.

A atriz, natural da Malásia, lembrou o caminho longo que teve de fazer para chegar a esta distinção, depois de 40 anos na indústria.

“Quando vim para Hollywood foi um sonho tornado realidade até chegar aqui”, afirmou, lembrando que lhe disseram que ela era “uma minoria” e não iria ter sucesso.

“Fiz 60 [anos] no ano passado e penso que todas as mulheres percebem que à medida que os anos aumentam as oportunidades diminuem”, continuou, elogiando a coragem dos produtores do filme de “escreverem sobre uma mulher emigrante a envelhecer”.

Também Angela Bassett, de 64 anos, saiu vitoriosa como Melhor Atriz Secundária pelo papel em “Black Panther: Wakanda Para Sempre” e falou de “coragem, paciência e um verdadeiro senso próprio” na perseguição dos sonhos. Foi a primeira vez que um filme da Marvel venceu numa categoria de representação nos Globos de Ouro, o que a levou a dizer que “foi feita história” com este galardão.

O Melhor Filme de Animação foi “Pinóquio de Guillermo Del Toro”, com o realizador a dizer que este foi “um grande ano para o cinema” e que “a animação é cinema” e não um género para crianças.

A Melhor Banda Sonora caiu para o lado do filme “Babylon” e do compositor Justin Hurwitz, sendo que a Melhor Canção Original foi para “Naatu Naatu” do filme indiano “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução”. A canção em língua telugu bateu celebridades como Rihanna, Lady Gaga e Taylor Swift.

Na televisão, “House of the Dragon” foi a Melhor Série Dramática. O produtor Miguel Sapochnik agradeceu à HBO por lhes ter confiado “a galinha dos ovos de ouro” com esta série sucessora de “A Guerra dos Tronos”.

A melhor minissérie foi “The White Lotus”, que também deu o Globo de Melhor Atriz Secundária em minissérie a Jennifer Coolidge, e a melhor série de comédia foi “Abbott Elementary”, com Quinta Brunson a levar Melhor Atriz em comédia e Tyler James Williams a ser reconhecido como Melhor Ator Secundário em comédia por este trabalho.

Julia Garner venceu com o papel em “Ozark”, Paul Walter Hauser triunfou com “Black Bird”, Jeremy Allen White ganhou com “The Bear” e Evan Peters foi distinguido por “Monstro: A história de Jeffrey Dahmer”.

Com Ryan Murphy a ser reconhecido com o prémio de carreira Carol Burnett, a cerimónia voltou a ser transmitida ao vivo na NBC depois de um hiato provocado por escândalos de ética e diversidade que abalaram a associação organizadora, Hollywood Foreign Press Association (HFPA).

A controvérsia foi referida por vários vencedores e pelo apresentador, Jerrod Carmichael, cujo monólogo de abertura endereçou os problemas da associação de forma crua.

“Estou aqui porque sou negro”, afirmou o apresentador. “Esta cerimónia não foi transmitida no ano passado porque, não vou dizer que a HFPA é racista, mas não tinham um único membro negro até à morte de George Floyd”.

Apesar da polémica, a cerimónia reuniu os maiores pesos pesados da indústria e foram poucos os vencedores que não subiram a palco para receberem as suas estatuetas – aconteceu com: Cate Blanchett, Melhor Atriz por “Tár”; Kevin Costner, Melhor Ator em Série Dramática por “Yellowstone”; Zendaya, Melhor Atriz em Série Dramática por “Euphoria”; e Amanda Seyfried, Melhor Atriz em minissérie por “The Dropout: A História de Uma Fraude”.

Lista de vencedores:

Melhor Realização

Steven Spielberg, “Os Fabelmans”

Melhor Argumento

Martin McDonagh, “Os Espíritos de Inisherin”

Melhor Filme Dramático

“Os Fabelmans”

Melhor Atriz em Filme Dramático

Cate Blanchett, “Tár”

Melhor Ator em Filme Dramático

Austin Butler, “Elvis”

Melhor Ator Secundário em Filme

Ke Huy Quan, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”

Melhor Atriz Secundária em Filme

Angela Bassett, “Black Panther: Wakanda Para Sempre”

Melhor Filme Musical ou Comédia

“Os Espíritos de Inisherin”

Melhor Ator em Filme musical ou comédia

Colin Farrell, “Os Espíritos de Inisherin”

Melhor Atriz em Filme musical ou comédia

Michelle Yeoh, “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”

Melhor Filme de Animação

“Pinóquio de Guillermo Del Toro” (Netflix)

Melhor Filme de Língua Estrangeira

“Argentina, 1985” (Argentina)

Melhor Canção

“Naatu Naatu”, Kala Bhairava, M.M. Keeravani, Kala Bhairava, Rahul Sipligunj, “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução”

Melhor Banda Sonora

Justin Hurwitz, “Babylon”

Melhor Série Dramática

“House of the Dragon” (HBO)

Melhor Atriz em série dramática

Zendaya, “Euphoria” (HBO)

Melhor Ator em série dramática

Kevin Costner, “Yellowstone” (Paramount)

Melhor Atriz Secundária em televisão

Julia Garner, “Ozark” (Netflix)

Melhor Ator Secundário em televisão

Tyler James Williams, “Abbott Elementary” (ABC)

Melhor Minissérie ou Filme para Televisão

“The White Lotus” (HBO)

Melhor Atriz em minissérie ou filme para televisão

Amanda Seyfried, “The Dropout: A História de uma Fraude” (Hulu)

Melhor Ator em minissérie ou filme para televisão

Evan Peters, “Monstro: A história de Jeffrey Dahmer” (Netflix)

Melhor Atriz Secundária em minissérie ou filme para televisão

Jennifer Coolidge, “The White Lotus” (HBO)

Melhor Ator Secundário em minissérie ou filme para televisão

Paul Walter Hauser, “Black Bird” (Apple TV+)

Melhor Série Musical ou Comédia

“Abbott Elementary” (ABC)

Melhor Atriz em série musical ou comédia

Quinta Brunson, “Abbott Elementary” (ABC)

Melhor Ator em série musical ou comédia

Jeremy Allen White, “The Bear” (FX)

11 Jan 2023

Cinema | Cloee Zhao é a primeira mulher asiática a ganhar um Globo de Ouro 

O filme “Nomadland – Sobreviver na América” deu, pela primeira vez, um Globo de Ouro nos EUA a uma mulher oriunda do continente asiático. Cloee Zhao, nascida na China mas a viver nos EUA há muitos anos, levou o galardão para casa. Cloee Zhao tornou-se também na primeira mulher a conquistar esta distinção desde Barbara Streisand, em 1984

 

A realizadora Chloe Zhao, nascida na China, tornou-se ontem na primeira mulher de origem asiática a obter um Globo de Ouro, nos EUA, pela realização do filme “Nomadland – Sobreviver na América”, que obteve igualmente o prémio para melhor drama. Zhao é além disso a primeira mulher a conquistar o prémio desde Barbara Streisand, com “Yentl”, em 1984, numa categoria em que apenas estas duas mulheres receberam aquela distinção.

Cloee Zhao nasceu em Pequim em 1982 mas foi criada em Inglaterra e Nova Iorque. Actualmente vive na Califórnia, EUA. O seu filme de estreia foi “Songs My Brothers Taught Me”, lançado em 2015, seguindo-se “Rider”, lançado em 2018 e premiado em Cannes. Em ambos, Cloee Zhao reinventou os célebres westerns norte-americanos.

Numa entrevista ao The Guardian, a realizadora declarou que tanto a América como a China são a sua “casa”. “Tenho família lá [na China] e foi onde nasci. Espero pelo dia em que possa ter dupla nacionalidade, porque a China não permite isso actualmente. Não posso esperar pelo dia em que possa ser cidadã de ambas as minhas casas”, acrescentou.

A 78ª edição dos Globos de Ouro, prémios de cinema e televisão da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, distinguiram também Chadwick Boseman a título póstumo, como melhor actor dramático, numa cerimónia em que a Netflix foi a grande vencedora.

O actor, que morreu em 2020, aos 43 anos, foi premiado pelo seu papel no filme “Ma Rainey: a mãe do blues”, de George C. Wolfe.

“The Crown” arrecada 4 Globos

A plataforma de streaming Netflix, que contava com 42 nomeações, venceu a maioria dos prémios para televisão, com a série “The Crown”, que contava com seis nomeações, a obter quatro globos de ouro, incluindo o prémio para melhor série de drama. A série, que reconstitui a vida da família real britânica, recebeu ainda prémios para os actores Josh O’Connor (no papel de príncipe Charles), Emma Corrin (princesa Diana) e Gillian Anderson (Margaret Thatcher).

A popular série “Gambito de Dama” venceu na categoria de melhor minissérie, tendo a protagonista, Anya Taylor-Joy, obtido também o prémio de melhor actriz.

O filme “Mank”, de David Fincher, que liderava as nomeações na área do cinema, foi o grande perdedor da noite, não tendo conquistado qualquer prémio. “Mank” estava indicado em seis categorias, incluindo as de Melhor Drama, Realização, Argumento (para Jack Fincher, pai do realizador), e Actor em Drama, para Gary Oldman. O filme “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin, também exibido pela Netflix, obteve o Globo de Ouro na categoria de melhor argumento.

Sasha Baron Cohen, que estava nomeado na categoria de melhor actor dramático pela participação no filme de Sorkin, acabaria por vencer o prémio como actor de comédia ou musical, por “Borat 2”.

“Minari” melhor filme estrangeiro

O prémio de melhor actriz num filme dramático foi para a cantora Andra Day, por “The United States vs Billie Holiday”, com a britânica Rosamund Pike a vencer na categoria de comédia ou musical por “I Care a Lot”. Jodie Foster obteve o prémio na categoria de melhor atriz secundária, pelo papel no filme “The Mauritanian”. Daniel Kaluuya conquistou o Globo de Ouro para melhor actor secundário pelo filme “Judas and the Black Messiah”.

O Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro foi para “Minari”, de Lee Isaac Chung, batendo “Another round”, de Thomas Vinterberg, “Uma vida à sua frente”, de Edoardo Ponti, protagonizado por Sophia Loren, “La llorona”, de Michael Chaves, e “Deux”, de Filippo Meneghetti.

A cerimónia realizou-se dias depois de uma investigação do jornal Los Angeles Times ter questionado a relevância e a credibilidade da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla inglesa) na indústria cinematográfica nos Estados Unidos.

O jornal traçou uma imagem de actuação duvidosa, proteccionista dos seus membros e desligada da realidade, revelando que há membros da associação a receberem remunerações avultadas, cuja proveniência não é transparente, e nem todos são efectivamente jornalistas.

Este ano, a associação foi amplamente criticada por ter excluído das nomeações dos Globos de Ouro várias produções que são potenciais candidatos aos Óscares, como “Da 5 Bloods – Irmãos de armas”, de Spike Lee, “Judas and the Black Messiah”, de Shaka King, e “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe.

2 Mar 2021

Produções da Netflix dominam nomeados do sindicato de actores dos Estados Unidos

As séries “The Crown” e “Schitt’s Creek”, e os filmes “Ma Rainey: A mãe do blues” e “Minari” são os mais nomeados para os prémios do Sindicato de Actores dos Estados Unidos (SAG), ontem anunciados. De acordo com o sindicato, a plataforma de ‘streaming’ e produtora Netflix é a que soma mais nomeações — trinta –, entre produções de filmes e séries.

A série anglo-americana “The Crown”, inspirada na história da família real britânica e exibida na Netflix, e a série canadiana “Schitt’s Creek”, exibida no canal CBC, somam cinco nomeações cada, incluindo o prémio de melhor elenco em série dramática e de comédia, respetivamente.

Em cinema, com três nomeações cada, surgem “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe, e “Minari”, produção entre Estados Unidos e Coreia do Sul, realizada por Lee Issac Chung.

Os nomeados dos prémios do sindicato dos atores foram anunciados um dia depois de Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood ter revelado os nomeados para os Globos de Ouro, criticados pela imprensa especializada por falta de diversidade e representatividade de atores não-brancos.

Pelo conjunto do elenco, na categoria de cinema estão nomeados “Da 5 Bloods: Irmãos de armas”, de Spike Lee, “One night in Miami”, de Regina King, “Ma Rainey: A mãe do blues”, “Minair”, assim como “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin.

Na categoria de melhor série de comédia estão nomeados os elencos de “Dead to me”, “The flight attendant”, “Dead to me”, “The Great”, “Schitt’s Creek” e “Ted Lasso”, enquanto na de série dramática competem “The Crown”, “Better cal Saul”, Bridgerton”, “Lovecraft country” e “Ozark”.

Sobre categorias individuais, de representação principal e secundária, destaque para a dupla nomeação, a título póstumo, do ator Chadwick Boseman, pela prestação em “Da 5 Bloods: Irmãos de armas” e “Ma Rainey: A mãe do blues”.

O calendário de prémios da indústria cinematográfica também foi afectado pela pandemia da covid-19, pelo que os galardões deste sindicato dos atores, considerados um dos barómetros para os Óscares, serão entregues a 4 de Abril. A cerimónia dos Óscares também sofreu alterações, com os nomeados a serem conhecidos em março, e o anúncio dos vencedores re-agendado para 25 de Abril. Os vencedores dos Globos de Ouro serão conhecidos a 28 de Fevereiro.

5 Fev 2021

“1917” de Sam Mendes ganha Globos de Ouro para melhor filme e realizador

[dropcap]O[/dropcap]s filmes “1917”, de Sam Mendes, e “Era uma Vez… em Hollywood”, de Quentin Tarantino, foram os grandes vencedores da 77.ª edição dos Globos de Ouro, que trouxe várias surpresas na cerimónia desta madrugada em Los Angeles.

O filme “1917” foi coroado com o Globo de Ouro para melhor Drama, batendo “Joker”, “Marriage Story”, “O Irlandês” e “Os Dois Papas”, uma escolha inesperada da Associação da Crítica Estrangeira em Hollywood.
“1917” deu ainda a Sam Mendes a estatueta de Melhor Realizador, numa categoria onde estavam também nomeados Martin Scorsese com “O Irlandês” e Quentin Tarantino. “É difícil fazer filmes sem grandes estrelas e espero que as pessoas o vão ver no grande ecrã, onde foi feito para ver”, disse Sam Mendes ao aceitar o galardão. “1917” é protagonizado por dois actores britânicos pouco conhecidos, George MacKay e Dean-Charles Chapman.

Já “Era Uma Vez… em Hollywood” confirmou o favoritismo vencendo o globo na categoria de Comédia ou Musical e dando ainda a Brad Pitt o galardão de Melhor Actor Secundário em Comédia ou Musical e a Quentin Tarantino a estatueta para Melhor Argumento. De cinco nomeações o filme venceu três, o melhor resultado entre os títulos mais nomeados.

“Joker”, de Todd Phillips, deu a Joaquin Phoenix o Globo de Melhor Actor em filme dramático e ainda venceu na categoria de melhor banda sonora original, premiando a compositora islandesa Hildur Guönadóttir.

Da lista de surpresas consta a vitória do filme de animação “Missing Link”, da Laika Entertainment, superando os pesos-pesados da Disney – “Frozen 2″, Toy Story 4” e “O Rei Leão” – e “Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto”, da Universal, o que gerou grande comoção na cerimónia.

No sentido inverso, “O Irlandês” de Martin Scorsese e com Al Pacino não recebeu qualquer dos Globos de Ouro entre as cinco nomeações que tinha. Também o filme com mais nomeações (seis), “Marriage Story”, de Noah Baumbach, saiu da cerimónia apenas com uma estatueta, entregue a Laura Dern na categoria de Actriz Secundária.

Ambos os títulos são da plataforma Netflix, que não confirmou as expectativas geradas pelo elevado número de nomeações que recebeu para esta edição dos Globos de Ouro: de um total de 17, venceu apenas dois.

Na televisão, foi a HBO, Hulu e Amazon Prime que dominaram. A série “Succession” da HBO levou para casa o Globo mais cobiçado de melhor série dramática e o seu protagonista Brian Cox, que interpreta o magnata Logan Roy, recebeu o galardão de melhor actor em série dramática.

“Chernobyl”, também da HBO, foi considerada a melhor série limitada e Stellan Skarsgård venceu o globo para actor secundário em série, série limitada ou filme para televisão.

Na comédia, e tal como aconteceu nos prémios Emmy, em Setembro de 2019, “Fleabag” da Amazon Prime foi a melhor série e Phoebe Waller-Bridge recebeu o Globo de melhor actriz em Comédia ou Musical.
Olivia Colman foi premiada pelo desempenho em “The Crown”, da Netflix, levando o Globo para Melhor Actriz em Série Dramática, Patricia Arquette foi a Melhor Actriz em Série Limitada por “The Act” (Hulu) e Renée Zellweger Melhor Actriz em Filme Dramático, por “Judy”.

Entre os títulos que não conseguiram qualquer estatueta estão “Os Dois Papas”, “Knives Out” e “The Marvelous Ms. Maisel”. “Parasitas”, do sul-coreano Bong Joon-ho, venceu na categoria de Filme em Língua Estrangeira, tal como esperado.

7 Jan 2020