China e países lusófonos com contratos de 101 mil milhões de euros

[dropcap]A[/dropcap] China e os países lusófonos assinaram 5.620 novos projectos na área de construção de infraestruturas entre 2008 e 2018, no valor de 101 mil milhões de euros, segundo um relatório divulgado ontem pelo Governo de Macau.

O número de trabalhadores deslocado pelos construtores chineses para os países de língua portuguesa, nesses 11 anos, atingiu os 203 mil, sendo que, destes, 19 mil estavam a trabalhar naqueles territórios no final de 2018, de acordo com o relatório apresentado na inauguração do 10.º Fórum Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que terminou ontem.

Os mais recentes contratos assinados por empresas chinesas em Angola atingiram mais de 8.500 milhões de dólares, mas caiu de forma significativa para os 2.200 milhões de euros em 2018, pode ler-se no documento encomendado à Associação Internacional de Constructores da China.

Esta situação deveu-se a factores como a desaceleração económica e o aumento do défice fiscal, de acordo com o relatório.

O número de contratos assinados por empresas chinesas em Cabo Verde e na Guiné Bissau registou uma tendência decrescente.

Entre 2012-2018, o valor dos contratos e o volume de negócios associados a projectos de infra-estruturas financiados pelos países de língua portuguesas e que envolveram empresas chinesas atingiram, respectivamente, 36.200 e 39.300 milhões de dólares, sublinhando-se no relatório que este é o modelo predominante de financiamento na área da construção, seguido pelos empréstimos comerciais apoiados pelo governo chinês.

Angola, Brasil, Moçambique e Portugal são os países lusófonos nos quais se regista um maior envolvimento de empresas chinesas no desenvolvimento de infraestruturas, conclui-se no mesmo documento.

Dar trabalho

Na sessão de abertura do fórum, o vice-ministro do Comércio chinês disse que a China está a criar 700 mil empregos/ano desde 2010 nos países onde está a investir em infraestruturas.

Wang Bingnan garantiu que desde a primeira edição do fórum, em 2010, “foram criados anualmente 700 mil postos de trabalho” e investidos “30.000 milhões de dólares de financiamento para cooperação internacional para infraestruturas através de instituições financeiras chinesas”.

O governante chinês sublinhou que entre as maiores 250 empresas de construção mundial 69 são chinesas, o que leva Bingnan a concluir que a iniciativa internacional de Pequim de construção de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota” é “um pilar muito importante para o desenvolvimento económico nacional” chinês.

1 Jun 2019

Economia | Angola, Brasil e Moçambique participam em fórum sobre investimento

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas vai receber, a 7 e 8 de Junho, representantes de Angola, Brasil e Moçambique, não estando prevista a presença de Portugal, foi ontem anunciado.

A nona edição deste evento vai contar com a “participação de mais de 1.500 pessoas, das áreas da política, comercial e académica de mais de 60 países e regiões, incluindo cerca de 50 funcionários governamentais”, afirmou, em conferência de imprensa, o vogal executivo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Sam Lei.

Angola vai fazer-se representar pelo ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, pelo vice-governador da província de Cabinda, Macosso Alberto Paca Zuzi, e pelos vice-governadores das províncias de Luanda e Luanda Norte, José Paulo Kai e Lino dos Santos, respetivamente.

Já o Brasil vai estar representado pelo vice-governador do Estado da Bahia, João Felipe De Souza Leão, enquanto que representação de Moçambique vai estar presente o vice-ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Victor Tuacale.

Este ano, não há representantes portugueses nem vão participar “empresas de Portugal”, anunciou Sam Lei, em resposta aos jornalistas. No ano passado, Portugal fez-se representar pelos secretários de Estado da Indústria e da Internacionalização, à data, João Vasconcelos e Jorge Oliveira, respectivamente.

O evento vai ter a tónica no desenvolvimento de infra-estrutura e cooperação internacional através da inovação e de novos meios tecnológicos, mas também na promoção de construção de infraestruturas nos países do projeto chinês Uma Faixa, Uma Rota.

5 Jun 2018