Carlos Morais José VozesPorreiro, pá! [dropcap]P[/dropcap]or ocasião dos 20 anos da RAEM e a visita de Xi Jinping, as forças de segurança têm apertado o cerco e, ao contrário do que por aqui costuma acontecer, aparecem com grande visibilidade, seja a proibir a entrada a jornalistas e activistas de Hong Kong, seja a revistar todos os que pretendem entrar em Macau, vindos da ex-colónia britânica. Todos os dias surgem notícias deste tipo, incluindo a seca que deram a uma equipa da RTP, na fronteira de Macau quando esta regressava depois de uma visita a Hong Kong. Claro que estes factos não contribuem em nada para a boa imagem de Macau nos media internacionais, sobretudo numa altura em que decorre uma intensa campanha anti-China, suportada quer por factos e quer por invenções. Mas, ao que parece, valores mais altos se levantam e nada deve, no entender das autoridades, perturbar a festa e a visita do Presidente. Na tentativa de estragar a dita festa, juntam-se artigos como o do Financial Times sobre os 20 anos da RAEM no qual debitam três portugueses. E, surpresa (?), todos grandes arautos da democracia eleitoral, com acintosas afirmações anti-China, já para não falar do perigo amarelo. Isto, lido em Pequim, dará uma imagem específica de uma comunidade portuguesa descontente, desconfiada, inimiga de quem lhe paga o pão e a cerveja. Os outros que falaram, mas cujas afirmações não interessavam à jornalista do FT, simplesmente não aparecem na reportagem porque não se enquadravam no ataque cerrado a Pequim — a ideologia do artigo. É d’homem! Porreiro, pá!
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | China não aceitou pedido de demissão de Carrie Lam, escreve Financial Times [dropcap]P[/dropcap]equim não terá aceite o pedido de demissão da Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, apresentado no contexto dos recentes protestos relacionados com a lei da extradição. A notícia foi avançada este domingo pelo jornal Financial Times, que escreve que a Chefe do Executivo quis demitir-se “em várias ocasiões nas últimas semanas”, citando duas fontes próximas do processo. Uma das fontes, que o jornal afirma ter conhecimento directo da situação, disse que o Governo Central terá dito a Carrie Lam que ela teria de se manter no cargo “para resolver a confusão que ela criou”. “Ninguém mais pode resolver a confusão e ninguém quer ocupar o cargo”, adiantou a mesma fonte. Milhares de pessoas continuam a exigir que a proposta de lei da extradição seja suspensa por completo, mesmo que a Chefe do Executivo já a tenha considerado como “morta”. Entretanto, este domingo a polícia da região vizinha envolveu-se em confrontos com manifestantes durante um protesto de milhares de pessoas que exigem a renúncia de Carrie Lam e uma investigação sobre as queixas de violência policial.