João Luz EventosFestival Internacional de Música de Macau entre 25 de Setembro e 29 de Outubro O Festival Internacional de Música de Macau foi apresentado ontem e só tem dois espectáculos de artistas estrangeiros, um deles o português António Zambujo, que serão exibidos em vídeo. O restante cartaz é composto por músicos e grupos locais e do Interior da China. O evento, com um orçamento de 13 milhões de patacas, será apresentado entre 25 de Setembro e 29 de Outubro A 34.ª edição do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), que foi ontem apresentada, e que conta com um orçamento de 13 milhões de patacas, um valor significativamente mais baixo que o anterior, realizado em 2019, com um apoio de 31 milhões, irá realizar-se entre 25 de Setembro e 29 de Outubro. Depois de três anos de silêncio e sem festival, o Instituto Cultural (IC) apresenta este ano o primeiro FIMM desde o início da pandemia da covid-19, facto que se reflecte na programação, como admitiu a dirigente máxima do IC, Leong Wai Man. “Apesar de alguns músicos internacionais se verem impossibilitados de visitar Macau devido à pandemia, o festival deste ano apresentará dois programas gravados de prestígio. O público poderá apreciar, no grande ecrã, o fado do conceituado cantor português António Zambujo e a música sacra pelos aclamados The Tallis Scholars”, afirmou a presidente do IC no discurso de apresentação do evento que marca o calendário cultural da região. O concerto de António Zambujo, gravado em vídeo especialmente para o FIMM, será exibido no anfiteatro das Casas da Taipa no dia 9 de Outubro, domingo, às 20h. A entrada é grátis. O IC descreve o concerto como um “uma série de canções do seu nono álbum António Zambujo ‘Voz e Violão’, o músico inspira-se no nome de um dos discos da sua vida, ‘João Voz e Violão’, álbum de João Gilberto editado em 1999, e volta, nada acidentalmente, ao essencial”. O outro evento projectado em vídeo é “Polifonia Renascentista Inglesa – um panorama”, performance do grupo inglês vocal de música sacra The Tallis Scholars. O concerto será exibido na Igreja de S. Domingos no dia 14 de Outubro, sexta-feira às 20h, também com entrada gratuita. Estes são os dois únicos eventos do cartaz com artistas internacionais. Face à falta de músicos estrangeiros, Leong Wai Man admitiu os condicionalismos que marcaram a organização do cartaz deste ano. “Devido ao impacto da pandemia, não temos tantos artistas internacionais. Ainda assim vamos apresentar algumas estreias. Gostaríamos de promover mais intercâmbios internacionais através da plataforma do FIMM”, reconheceu a dirigente. O recheio da festa O regresso do FIMM está marcado para o dia 25 de Setembro, às 20h, com o concerto “Peer Gynt de Edvard Grieg” interpretado pela Orquestra de Macau, acompanhado pelo actor David Wang. O espectáculo de abertura do festival terá como palco o grande auditório do Centro Cultural de Macau. Os bilhetes custam entre 200 e 500 patacas. “Peer Gynt de Edvard Grieg” é um espectáculo misto, com a música a cargo do Orquestra de Macau, dirigida pela maestrina Zhang Jiemin, que conta com um elemento teatral. “A peça gira em torno da música incidental de Grieg, fazendo uma releitura inovadora do clássico através de 22 personagens interpretadas por uma só pessoa com base no argumento reescrito pelo conceituado crítico musical Yuan-Pu Chiao. O talentoso actor David Wang dará o seu melhor para interpretar todas as personagens desta peça com a sua voz versátil”, descreve a organização do festival. No dia 2 de Outubro, às 20h, é apresentado no palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau o espectáculo “Variações de Jade – A Viagem da Poesia da Dinastia Tang”, que mistura canto clássico e poesia através da actuação do cantor baixo-barítono Shenyang, Zhang Yiming no piano e narração de Wong Pak Hou. “Shenyang dividirá o palco com o pianista Zhang Yiming e o actor Wong Pak Hou para apresentar um repertório de canções inspiradas em poemas da dinastia Tang e escritas por conceituados compositores chineses e ocidentais”, indica o IC. Amanhã nostálgico Apesar de ter como tema “Canção do Amanhã”, a larga maioria dos concertos do cartaz da 34.ª edição do FIMM apresenta contornos estilísticos clássicos. Uma das excepções que, pelo menos, não está baseada em composições com séculos, é o concerto do Li Xiaochuan Quintet, que terá lugar no dia 8 de Outubro, sábado, às 20h no anfiteatro das Casas Taipa. O IC descreve o trompetista e compositor Li Xiaochuan como “um músico de jazz muito popular, atraindo um grande número de aficcionados do jazz com o seu talento excepcional, técnica magistral e criatividade ilimitada. Neste concerto, Li sobe ao palco com vários músicos de jazz do Interior da China para apresentar um repertório de peças de jazz amplamente aclamadas e conduzir o público numa viagem de exploração das várias possibilidades da música.” O concerto que se segue é um marco incontornável da música clássica chinesa. Sob a batuta do maestro Zhang Guoyong, a Orquestra Chinesa de Macau interpreta “The Butterfly Lovers”, com Zhi-Jong Wang no violino. O concerto está marcado para o dia 9 de Outubro às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. O que resta No dia 15 de Outubro, às 20h, é a vez de Long Yu e a Orquestra Sinfónica de Xangai subirem ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau. No dia 21 de Outubro, às 20h, é a vez da violinista local Nina Wong interpretar “Bravo Macau!” no Teatro Dom Pedro V. O concerto que se segue é mais uma interpretação clássica: “As Sonatas Completas para Piano de Alexander Scriabin”, interpretada pelo pianista Chen Yunjie. O espectáculo sobe ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Macau, às 19h45 do dia 22 de Outubro. Para fechar o cartaz do FIMM deste ano, o IC apresenta “O Contemporâneo Encontra a Tradição”, interpretado pelo Agrupamento de Música Cantonense, no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau, no dia 29 de Outubro, às 19h45. A banda apresenta “trechos musicais tradicionais e uma nova composição, fruto do empenho de jovens músicos da Área da Grande Baía na divulgação da música de Cantão”. O conjunto, fundado por Ricky Yeung, o primeiro doutorado em dizi e professor da Escola de Música da Universidade Normal do Sul da China, é formado por jovens intérpretes de música chinesa da área da Grande Baía. Especializaram-se na apresentação de música cantonense tradicional com uma abordagem interdisciplinar, combinando música tradicional, com novos arranjos e canto. O conjunto tem desenvolvido a sua actividade em cidades na área da Grande Baía, como Hong Kong, Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Dongguan, Zhongshan e Huizhou. Além dos concertos, o FIMM deste ano será alargado a workshops, palestras, actividades comunitárias, uma masterclass e um concerto de beneficência.
Leonor Sá Machado EventosMúsica | FIIM deste ano conta com Pedro Moutinho e divas do Jazz [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) celebra a seu 29ª edição com um programa “muito semelhante” ao de anos passados, mas com novos workshops e um concerto com Pedro Moutinho e os Danças Ocultas. O tema desta ano é “Somtástico”, na tentativa de reproduzir o sentimento fantástico que a música traz. Centrado na melodia de uma concertina, o espectáculo de dia 16 quer faz jus à música portuguesa folk e conta com o grupo de fado de Pedro Moutinho e os Danças Ocultas, constituído por quatro membros. O fim de semana de 30 de Outubro a 1 de Novembro será inteiramente dedicado à representação de Fausto, uma peça musical de cinco actos, por Charles Goudon. A organização refere que o autor “criou uma fusão extraordinária de melodia sublime, desafio vocal e poder dramático”, fazendo com que o grupo tenha ficado internacionalmente conhecido com origem em França. Juntos estarão a Academia de Teatro de Xangai, o Estúdio de Ópera Cénica de San Diego, a Ópera de Chicago e vários outros artistas. Os bilhetes vão das 200 às 600 patacas para os três concertos agendados para as 19h30 de sexta-feira, sábado e domingo. Além do programa geral, o FIMM oferece um vasto conjunto de workshops e conversas com artistas. Entre eles está um curso de música para deficientes auditivos e outro com Janis Siegel e Elisa Chan. O programa tem uma base sólida de ópera e música clássica, no entanto, não foge muito ao que se tem assistido em anos passados, com uma série de concertos de música clássica. Para abrir as festividades, entram no palco do Centro Cultural de Macau (CCM), a mezzo-soprano Charlotte Hellekant, que acompanha a Orquestra de Macau através da condução do maestro chinês, Lu Jia. Os bilhetes para este concerto de dia 4 de Outubro, às 20h00 custam entre 200 e 300 patacas. É com a Sinfonia nº3 de Gustav Mahler que o grupo espera encher aquele auditório. Segue-se um concerto da Orquestra Chinesa de Hong Kong, cuja existência remonta a 1977, tendo já pisado vários palcos mundiais com um grupo de 85 músicos no total. São descritos pela organização do FIMM como “líderes da música étnica chinesa” e sobem ao palco do Grande Auditório do CCM a 6 de Outubro, com bilhetes entre as 100 e as 200 patacas. A Orquestra é conduzida pelo maestro Yan Huichang e tem feito uma série de parcerias com outros músicas internacionais, no sentido de aliar a música chinesa à ocidental. Os interessados poderão assistir a um concerto baseado nos conceitos de Bem e Mal, Ying e Yang. No dia seguinte, o mesmo auditório dá lugar à orquestra de música clássica Mahler Chamber, grupo formado em 1997. Com residência permanente em Itália, conta com músicos de vários países, 28 discos lançados e uma média de 60 a 70 concertos anuais. Nos dias seguintes e até 1 de Novembro vão subir ao palco a Filarmónica BBC, o grupo acapella Chanticleer, da cidade norte-americana de São Francisco, Rimsky Karkasov, entre vários outros artistas. A esmagadora maioria dos concertos acontecem no Grande Auditório do CCM e no Teatro D. Pedro V, com actuações a terem lugar também na Igreja de S. Domingos e na Fortaleza do Monte.