Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Pequim bane por seis meses e multa em 56 ME a PwC As autoridades chinesas proibiram a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) de operar durante seis meses e aplicaram-lhe uma multa de 441 milhões de yuan, devido ao seu envolvimento no caso da construtora Evergrande. É o castigo mais pesado até à data para as empresas internacionais de contabilidade que operam na China. A PwC vai ser proibida de assinar quaisquer resultados financeiros no país durante seis meses. A empresa já está a perder clientes. O Ministério das Finanças da China informou, em comunicado, que vai punir em 116 milhões de yuan em multas e confisco de ganhos ilegais à PwC Zhongtian, também conhecida como PwC China, bem como uma suspensão de actividade de seis meses, a revogação da sucursal da PwC em Cantão e um aviso administrativo. Uma outra entidade reguladora, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, impôs também multas e confiscos num total de 325 milhões de yuan à PwC por alegadamente não ter efectuado as devidas diligências na auditoria à Evergrande. O Ministério das Finanças da China afirmou que a PwC emitiu “falsos relatórios de auditoria” da Evergrande e que os procedimentos de auditoria apresentavam “graves defeitos” de concepção e execução, o que levou a muitas conclusões falsas. Acusou ainda a PwC de não manter o “cepticismo profissional” e de não ter assinalado os erros e a falta de divulgação de informações por parte da Evergrande durante as auditorias. A PwC, que auditou as contas da Evergrande durante 14 anos, até 2023, é a maior das “quatro grandes” empresas de auditoria a operar na China, tendo obtido quase 8 mil milhões de yuan em receitas em 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim prepara multa a PwC devido a escândalo contabilístico da Evergrande Os reguladores chineses estão a ultimar os pormenores de uma grande investigação à PriceWaterhouseCoopers (PwC) pelo seu papel de auditora do gigante imobiliário endividado Evergrande durante 14 anos, até 2023, informou ontem a imprensa de Hong Kong. O jornal Sing Tao Daily, que cita fontes que pediram para não ser identificadas, salientou que a China “acelerou” as investigações e que já tem a aprovação da própria PwC – uma das ‘quatro grandes’ consultoras mundiais -, excepto no que se refere à acusação de que esta conspirou com a Evergrande para inflacionar o seu volume de negócios e os seus lucros em 2019 e 2020. Embora, segundo o Sing Tao, o montante da coima esteja “praticamente decidido” – a Bloomberg disse há alguns meses que seria o equivalente a pelo menos 140 milhões de dólares e que levaria mesmo à suspensão de algumas operações na China -, a PwC está a tentar atenuar a linguagem “muito dura” utilizada pelos reguladores no projecto que estão a tratar. Em Março, o regulador de valores mobiliários da China anunciou uma multa de 4,175 mil milhões de yuan para a principal subsidiária doméstica do Grupo Evergrande, por emissão fraudulenta de obrigações e ilegalidades na divulgação de informações. O fundador do grupo, Xu Jiayin, foi também multado em 47 milhões de yuan, a coima máxima, e banido para sempre dos mercados bolsistas. Na sua investigação, os reguladores descobriram que a Evergrande inflacionou o seu volume de negócios e os seus lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou na emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos seus relatórios anuais. A Evergrande inflacionou o seu volume de negócios em 78 mil milhões de dólares e os seus lucros em mais de 12 mil milhões de dólares. “O risco para a reputação da PwC, não apenas na China mas numa escala mais alargada, é muito real”, afirmou Richard Murphy, professor de práticas contabilísticas na Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Com consequências No início de 2023, a PwC anunciou que se demitiu da auditoria à Evergrande devido a discrepâncias na quantidade de informação recebida para avaliar as contas da empresa relativas ao exercício de 2021. E ainda este mês, os administradores legais da Evergrande intentaram uma acção judicial contra a empresa de consultoria, que acusam de “negligência” e “deturpação” no seu trabalho de auditoria das contas da Evergrande, especificamente em 2017 e no primeiro semestre de 2018. No rescaldo do escândalo, a PwC, uma das empresas de auditoria mais utilizadas pelos promotores chineses, perdeu mais de 40 clientes no país asiático. O último caso deste êxodo ocorreu na segunda-feira, quando o estatal Banco da China, um dos maiores bancos do país, anunciou que iria dispensar os serviços da PwC e contratar a EY como sua nova auditora.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Liquidatários intentam acção judicial contra auditor PwC Os liquidatários da empresa chinesa Evergrande intentaram uma acção judicial contra a empresa de auditoria PwC em Hong Kong pelo seu papel na adulteração das contas do gigante imobiliário, informou na quarta-feira a Bloomberg News. A acção faz parte dos esforços para recuperar os investimentos dos credores depois de um tribunal de Hong Kong ter ordenado, em Janeiro, a liquidação da Evergrande, o antigo gigante imobiliário da China. Uma vez que a Evergrande está sediada na China continental, onde as leis são diferentes das de Hong Kong, a administração do grupo indicou que a decisão do tribunal não teria qualquer impacto nas suas operações na China continental e, de facto, continuou as suas actividades, apesar de uma dívida estimada em mais de 300 mil milhões de dólares. A PwC e a PricewaterhouseCoopers Zhong Tian LLP – a sucursal da empresa de auditoria no continente – foram citadas numa acção judicial intentada em Março, informou a Bloomberg com base em documentos judiciais. As acções judiciais visam a “negligência” e as “deturpações” da PwC nos seus relatórios sobre as demonstrações financeiras da Evergrande relativas a 2017 e ao primeiro semestre de 2018, segundo a Bloomberg. A Evergrande, que entrou em incumprimento em 2021, tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário da China. As autoridades chinesas e de Hong Kong estão interessadas na PwC, que foi auditora da Evergrande durante mais de dez anos, antes de se demitir em 2023, na sequência de desacordos sobre a auditoria das contas da empresa relativas a 2021. A PwC e a Evergrande não quiseram comentar. A negociação das acções da Evergrande em Hong Kong está suspensa desde Janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaAdministradores da Evergrande tentam recuperar 5,5 mil ME pagos a executivos Os administradores legais da Evergrande disseram ontem ter obtido ordens judiciais para recuperar 6 mil milhões de dólares pagos a vários quadros superiores com base em contas fraudulentas. Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde a empresa está cotada, os administradores disseram que iniciaram o processo legal no final de Março e que, três meses depois, a justiça de Hong Kong autorizou as ordens, que foram mantidas confidenciais até 2 de Agosto. Inicialmente, o processo apontava para o fundador do grupo, Xu Jiayin, o antigo director executivo Xia Haijun e o antigo director financeiro Pan Darong, mas mais tarde incluiu também a agora ex-mulher de Xu, Ding Yumei, bem como três entidades associadas ao casal. Os administradores da Evergrande procuram agora recuperar 6 mil milhões de dólares pagos em remunerações ou dividendos, pelo que a ordem limita a capacidade dos sete arguidos de efectuarem transacções, venderem ou reduzirem o valor dos seus activos a nível mundial, referiu o comunicado. O documento advertiu que o processo ainda está em curso e que “não há certezas de que será bem-sucedido ou do montante que a empresa acabará por recuperar”. Os administradores confirmaram também ontem que as acções da Evergrande, congeladas desde 29 de Janeiro, não serão cotadas até nova ordem. Castigo máximo Em Março, a autoridade reguladora dos valores mobiliários da China anunciou uma multa de 4,175 mil milhões de yuan para a principal filial na China do grupo Evergrande, por emissão fraudulenta de obrigações e ilegalidades na divulgação de informações. Xu Jiayin foi ainda multado em 47 milhões de yuan, a multa máxima prevista na lei, e foi banido para sempre dos mercados bolsistas. Na sua investigação, os reguladores descobriram que a Evergrande inflacionou o seu volume de negócios e lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou na emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos seus relatórios anuais. A agência de notícias Bloomberg avançou então que as autoridades chinesas estavam a investigar a empresa de auditoria PwC depois de a Evergrande ter inflacionado o seu volume de negócios em até 78 mil milhões de dólares e os seus lucros em mais de 12 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça declara falência de subsidiárias da filial eléctrica da Evergrande A justiça da China ordenou que duas empresas controladas pela construtura chinesa Evergrande entrassem num processo de falência e reorganização, algo pedido pelos credores. Num comunicado enviado ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande NEV, filial dedicada ao fabrico de veículos eléctricos, indicou que a audiência decorreu num tribunal chinês na sexta-feira e que a decisão foi favorável aos credores, poucos dias depois de terem apresentado o pedido. A empresa tinha revelado o pedido de declaração de falência das subsidiárias Evergrande New Energy Vehicle (Guangdong) e Evergrande Smart Automotive (Guangdong) a 28 de Julho. Na altura, a Evergrande NEV admitiu que o pedido poderia ter “um impacto material na produção e nas actividades operacionais da empresa e das subsidiárias afectadas”. Após o anúncio da decisão judicial, as acções da empresa chegaram ontem a cair 4,76 por cento em Hong Kong. As acções da Evergrande NEV já acumularam uma queda superior a 32 por cento até ao momento este ano. Em Junho, a empresa tinha alertado para o possível confisco de activos por parte das autoridades devido a dívidas. A Evergrande NEV admitiu que as autoridades da China exigiram, por escrito, o pagamento de cerca de 1,9 mil milhões de yuan no prazo de 15 dias, embora a empresa tenha garantido que iria recorrer da decisão. A 22 de Maio, a Evergrande NEV já tinha revelado que as autoridades chinesas exigiam a devolução deste valor, correspondente a subsídios, depois de não ter conseguido iniciar a prometida produção em massa dos seus veículos eléctricos. No final de 2023, a empresa tinha fabricado 1.700 unidades do seu primeiro veículo, o Hengchi 5, e entregue quase 1.400 unidades. Caso o recurso seja rejeitado, “o grupo ficaria exposto ao risco de ‘recuperação obrigatória’ de terrenos, edifícios e maquinaria que seriam utilizados para o reembolso de incentivos e subsídios”, o que teria um impacto significativo na situação financeira e operações da empresa. Actividade congelada No final de Maio, os administradores judiciais do grupo Evergrande alegaram ter encontrado um possível comprador para adquirir até 58,5 por cento da filial de veículos eléctricos. A Evergrande NEV foi forçada a interromper a produção na sua fábrica em Tianjin, no norte da China, devido a uma “grave escassez de fundos”. A justiça de Hong Kong ordenou no final de Janeiro a liquidação da Evergrande a favor dos credores estrangeiros, uma decisão que poderá não ser reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos activos do grupo. A Evergrande, com um passivo de cerca de 330 mil milhões de dólares, entrou em incumprimento há mais de dois anos, depois de sofrer uma crise de liquidez devido às restrições impostas por Pequim ao financiamento de promotores imobiliários com elevado nível de dívida.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da filial eléctrica do grupo Evergrande caiem 27% após alerta sobre confisco de activos As acções da filial de veículos eléctricos da construtura chinesa Evergrande chegaram a cair 26,7 por cento em Hong Kong, após esta alertar para o possível confisco de activos por parte das autoridades devido a dívidas. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong na quarta-feira à noite, a Evergrande NEV admitiu que as autoridades da China exigiram, por escrito, o pagamento de cerca de 1,9 mil milhões de yuan no prazo de 15 dias, embora a empresa garanta que irá recorrer da decisão. A 22 de Maio, a Evergrande NEV já tinha revelado que as autoridades chinesas exigiam a devolução deste valor, correspondente a subsídios, depois de não ter conseguido iniciar a prometida produção em massa dos seus veículos eléctricos. No final de 2023, a empresa tinha fabricado 1.700 unidades do seu primeiro veículo, o Hengchi 5, e entregue quase 1.400. Caso o recurso seja rejeitado, “o grupo ficaria exposto ao risco de ‘recuperação obrigatória’ de terrenos, edifícios e maquinaria que seriam utilizados para o reembolso de incentivos e subsídios”, o que teria um impacto significativo na situação financeira e operações da empresa. No final de Maio, os administradores judiciais do grupo Evergrande alegaram ter encontrado um possível comprador para adquirir até 58,5 por cento da filial de veículos eléctricos. A Evergrande NEV foi forçada a interromper a produção na sua fábrica em Tianjin, no norte da China, devido a uma “grave escassez de fundos”. A empresa registou em 2023 prejuízos líquidos de 11,9 mil milhões de yuan, um valor elevado que, no entanto, foi 57 por cento inferior ao do ano anterior. Já em 2021 a Evergrande NEV tinha cancelado planos para uma segunda listagem, na bolsa de Xangai, por falta de liquidez para manter todas as operações. Aquém das expectativas Antes de ter sido detido e colocado em prisão domiciliária por “suspeitas de actividades ilegais”, no ano passado, o fundador do grupo, Xu Jiayin, tinha apontado a filial de veículos eléctricos como a grande esperança para salvar o conglomerado. A Evergrande NEV deu a si própria “três a cinco anos”, quando foi fundada em 2019, para se tornar o fabricante “mais poderoso” de carros eléctricos do mundo. A sobrevivência da marca está agora em jogo, enfraquecida pelos problemas da empresa-mãe e pelas fracas vendas. A justiça de Hong Kong ordenou no final de Janeiro a liquidação da Evergrande a favor dos credores estrangeiros, uma decisão que poderá não ser reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos activos do grupo. A Evergrande, com um passivo de cerca de 330 mil milhões de dólares, entrou em incumprimento há mais de dois anos, depois de sofrer uma crise de liquidez devido às restrições impostas por Pequim ao financiamento de promotores imobiliários com elevado nível de dívida.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Empresa acusada de inflacionar receitas O regulador de valores mobiliários chinês acusou ontem a Evergrande e o seu fundador de adulterarem as receitas do grupo na China em quase 80 mil milhões de dólares. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários (CSRC) planeia impor uma multa de 4,2 mil milhões de yuan à Evergrande, de acordo com um comunicado da empresa enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen. O regulador chinês disse ainda que vai banir o fundador e presidente da empresa, Xu Jiayin do mercado de valores mobiliários, para sempre. A CSRC está “a considerar uma proibição vitalícia do presidente da Evergrande, Xu Jiayin, do mercado de valores mobiliários”, informou a empresa. A decisão concluiu que Xu Jiayin “tomou decisões e organizou a execução de uma fraude financeira, utilizando meios particularmente odiosos e em circunstâncias particularmente graves”, acrescentou. O patrão da Evergrande “vai receber igualmente uma advertência e uma coima no valor de 47 milhões de yuan”, além de ser proibido de exercer actividade comercial, acrescentou a filial. Com sede em Foshan, a Evergrande era a maior construtora da China, empregando cerca de 70.000 pessoas a tempo inteiro no final de 2022. A empresa acumulou dívidas ao ponto de o seu passivo ultrapassar os 300 mil milhões de dólares e tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário chinês, que se arrasta há vários anos e está a abalar toda a economia do país. Incapaz de reembolsar os juros dos seus empréstimos, o Evergrande entrou em incumprimento em Dezembro de 2021. Em Agosto de 2023, o grupo declarou falência nos Estados Unidos, uma medida destinada a proteger os activos norte-americanos.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Liquidação é teste para investidores estrangeiros A ordem de liquidação da imobiliária Evergrande por um tribunal de Hong Kong constitui um teste para investidores internacionais expostos a activos na China continental via territórios ‘offshore’, sem jurisdição no país, consideram analistas. Embora as acções e as obrigações em dólares da Evergrande sejam transaccionadas em Hong Kong, a esmagadora maioria dos seus activos, avaliados em 242 mil milhões de dólares, estão no continente chinês. A liquidação ordenada pela juíza Linda Chan depende assim da vontade das autoridades chinesas. “Boa sorte na execução”, reagiu Anne Stevenson-Yang, fundadora da J Capital Research, empresa de pesquisa de mercado focada na China, citada pelo jornal The Guardian. Um resultado desfavorável para os investidores estrangeiros arrisca-se a exacerbar o pessimismo em relação à China e a comprometer o papel de Hong Kong como praça financeira de referência para as empresas chinesas angariarem fundos. O lançamento por Pequim de uma campanha regulatória contra a indústria privada, incluindo os sectores imobiliário, educação ou tecnologia, suscitou já preocupação entre os investidores de que os seus interesses serão sempre secundários em relação aos planos do Partido Comunista. O índice da Bolsa de Valores de Hong Kong que reúne empresas do continente chinês, o Hang Seng China Enterprises, caiu esta semana para o seu nível mais baixo desde 2005. As vendas por investidores estrangeiros de acções cotadas na China continental ascenderam, em 2023, a 29 mil milhões de dólares, uma queda de 87 por cento no investimento estrangeiro líquido. Em Janeiro as vendas ascenderam a 2 mil milhões de dólares. Queda do gigante George Magnus, economista e associado da Universidade SOAS de Londres, advertiu que os detentores de obrigações estrangeiros vão ser “deixados ao abandono”. O Governo chinês “não quer certamente dar prioridade à compensação das perdas dos credores estrangeiros em detrimento dos cidadãos nacionais”, considerou Magnus. “Na medida em que alguém vai pagar um preço, serão os detentores de obrigações estrangeiras”, disse. Citado pela agência Bloomberg, Brock Silvers, director executivo da empresa de capitais privados Kaiyuan Capital, considerou também que a “ordem de liquidação deve ter um impacto imediato muito limitado nas operações ou nos activos da Evergrande situados no continente chinês”. “Embora o liquidatário possa provavelmente exercer controlo sobre activos ‘offshore’, a sua autoridade não será reconhecida ‘onshore’”, disse. O termo ‘offshore’ refere-se a uma zona financeira que não está sujeita à legislação do país onde a empresa tem os seus activos e operações. Na década que se seguiu à entrada da Evergrande na bolsa, as suas acções subiram 800 por cento. Em 2021, no entanto, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, visando desalavancar o sector. Isto suscitou uma crise de liquidez. Com um passivo de 300 mil milhões de dólares – superior ao Produto Interno Bruto de Portugal – o grupo perdeu acesso ao crédito e entrou em incumprimento.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Chinesa Evergrande liquidada representa o fim do crescimento assente na construção A crise da gigante imobiliária arrastava-se desde 2021 quando a China resolveu pôr termo a um modelo de crescimento assente no investimento em activos não produtivos A liquidação da Evergrande, ordenada ontem por um tribunal de Hong Kong, ilustra a crise prolongada no imobiliário chinês, principal veículo de investimento para as classes abastadas do país, à medida que Pequim tenta eliminar o “crescimento fictício”. Dezenas de construtoras chinesas entraram em colapso nos últimos dois anos, à medida que os bancos reduziram o financiamento e o valor dos imóveis sofreu forte correcção. O incumprimento da Evergrande foi um momento decisivo para a indústria: desde então, mais de 50 construtoras entraram em incumprimento e milhares de trabalhadores do sector perderam os seus empregos. A crise começou quando, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património. Em entrevista à agência Lusa, Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, considera que a campanha para desalavancar o sector imobiliário faz parte dos esforços da China para pôr termo a um modelo de crescimento assente no investimento em activos não produtivos. “Há muito crescimento fictício na China”, notou Pettis. “O excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção inflaciona o crescimento há vários anos”, descreveu. Após a crise financeira mundial de 2008, enquanto as economias desenvolvidas estagnaram, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, mais de oitenta aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média chinesa em centenas de milhões de pessoas. Isto gerou, no entanto, “crescimento fictício”, termo usado pela primeira vez pelo Presidente chinês, Xi Jinping, num ensaio publicado em 2021, que frisou a importância de o país alcançar um crescimento “genuíno”. “A maioria das estimativas coloca a contribuição do sector imobiliário para o PIB [Produto Interno Bruto] da China entre 25 por cento e 30 por cento. Isto é duas a três vezes superior ao de outros países”, observou Pettis. Para o economista, a alocação de capital para investimentos não produtivos na China ascende a uma “escala sem precedentes” na História. “Normalmente, quando os economistas querem falar sobre um caso proeminente de grande quantidade de investimento não produtivo, eles apontam para o Japão na década de 1980”, indicou. “O meu palpite é que em 10 ou 20 anos vão estar a falar da China”, acrescentou. Diferentes analistas estimam existir na China propriedades vazias suficientes para abrigar mais de 90 milhões de pessoas – cerca de nove vezes a população portuguesa. Empresa demolida A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. A Evergrande já foi a maior construtura da China em termos de vendas. Mas, sobrecarregada com um passivo de cerca de 300 mil milhões de dólares, deixou de pagar as suas dívidas há mais de dois anos e, desde então, tem vindo a negociar uma reestruturação com os seus credores. A decisão do tribunal vai dar aos credores o controlo da empresa-mãe da Evergrande e permitir-lhes-á liquidar todas as suas actividades. O liquidatário vai ter poderes para assumir o controlo de todas as filiais da Evergrande em todo o mundo, incluindo na China, e vender os activos da empresa para pagar a sua dívida. Uma questão por resolver é o alcance do poder legal do liquidatário de Hong Kong na China continental. Os tribunais chineses começaram recentemente a reconhecer a autoridade jurídica dos liquidatários de jurisdições como Hong Kong, onde a empresa-mãe da Evergrande está cotada. Novos dados sobre o desempenho do sector imobiliário na China em 2023 revelaram um quadro negativo e os economistas afirmaram que a recessão – agora no seu quarto ano – está prestes a agravar-se. As vendas de casas recém-construídas na China caíram 6 por cento no ano passado, regressando a um nível que não se registava desde 2016, segundo dados oficiais. Os preços também estão a cair, mesmo nas cidades mais ricas do país.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Filial eléctrica anuncia detenção de director executivo A crise na gigante construtora chinesa chegou agora à sua filial de veículos eléctricos com a detenção do director executivo suspeito de ter cometido vários crimes A filial de veículos eléctricos da construtora chinesa Evergrande anunciou ontem a detenção do director executivo Liu Yongzhuo pela polícia, pouco depois de ter suspendido a negociação das suas acções em bolsa. Num comunicado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande NEV anunciou que Liu foi “colocado em detenção de acordo com a lei porque é suspeito de ter cometido crimes”, sem revelar mais detalhes. A Evergrande NEV, que enfrenta uma grave crise de liquidez, tinha suspendido a negociação das suas acções durante a manhã. Após a retoma, no início da tarde, as acções da empresa caíram mais de 13 por cento. As acções da Evergrande NEV caíram quase 8 por cento desde o início do ano, depois de ter passado o prazo para fechar a venda acordada de 27,5 por cento das suas acções à NWTN dos Emirados Árabes Unidos, por cerca de 500 milhões de dólares. Uma das condições impostas pela NWTN era que a Evergrande chegasse finalmente a um acordo para reestruturar a sua dívida, algo que ainda não aconteceu. A empresa vai ter nova audiência em Hong Kong no dia 29 deste mês, depois de ter conseguido um inesperado sétimo adiamento em Dezembro. No comunicado emitido a 1 de Janeiro, a filial de veículos eléctricos informou que vai continuar a negociar com a NWTN a possibilidade de retomar o referido acordo. De cem a zero Depois de terem estado congeladas durante mais de um ano, as acções da Evergrande NEV voltaram a ser negociadas em Hong Kong no final de Julho do ano passado, e desde então perderam 65,42 por cento do seu valor. As acções estavam actualmente a ser negociadas a 0,42 dólares de Hong Kong, muito longe do pico de 69 dólares de Hong Kong que atingiu em 2021. A empresa, que até 2020 estava focada em serviços de saúde antes da aposta em carros eléctricos, acumulou um valor de mercado de 86 mil milhões de dólares norte-americanos e o fundador do grupo, Xu Jiayin, disse em 2021 que o seu plano era reorientar a Evergrande para se concentrar neste sector na próxima década. A Evergrande NEV divulgou uma perda combinada de quase 84 mil milhões de yuans entre 2021 e 2022, e no primeiro semestre de 2023 reduziu o seu resultado negativo para cerca de 7 mil milhões de yuans. O colapso do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, marcou o início da crise no sector imobiliário do país. O passivo da empresa ascende a 328 mil milhões de dólares. No final de Setembro, a imprensa noticiou que o presidente da Evergrande, o bilionário Xu Jiayin, se encontrava em prisão domiciliária. O grupo admitiu, entretanto, que Xu estava “sujeito a medidas coercivas devido a suspeitas de crime ou delito em violação da lei”, sem avançar mais detalhes sobre a natureza das alegadas infracções.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Evergrande suspende acções na bolsa de valores O grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, suspendeu ontem a negociação das acções na bolsa de valores de Hong Kong. A suspensão foi alargada a duas subsidiárias, dos ramos de serviços imobiliários e veículos eléctricos, um dia depois de ter sido noticiada a detenção do presidente do grupo Mais uma vez, o grupo Evergrande suspendeu a negociação das suas acções na bolsa de valores de Hong Kong. A negociação das acções de duas subsidiárias do Evergrande, a Evergrande Property Services, dedicada aos serviços imobiliários, e a Evergrande New Energy Vehicle, que opera veículos elétricos, também foi interrompida às 09h, de acordo com avisos publicados no site da bolsa de Hong Kong. As ações da Evergrande fecharam a sessão de quarta-feira a valer 32 centavos de dólar de Hong Kong. A empresa tinha retomado as negociações em bolsa a 28 de Agosto, após um interregno de 17 meses. A suspensão acontece um dia depois da agência de informação financeira Bloomberg ter avançado, citando fontes não identificadas, que o presidente do Evergrande, o bilionário Xu Jiayin, foi detido no início deste mês pelas autoridades chinesas. Em meados de Setembro, o grupo anunciou a detenção de funcionários de uma das subsidiárias, sem especificar as acusações. A revista de informação económica chinesa Caixin noticiou que dois ex-executivos da Evergrande também foram presos. Sem tecto O sector imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis em planta permite financiar outros projectos. Em 2020, a situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, depois de os reguladores chineses terem exigido às empresas um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector, agravada pelas medidas de combate à pandemia da covid-19. O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares, é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, cerca de 70 por cento, de acordo com diferentes estimativas. A crise afectou nos últimos meses outro peso pesado do sector: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida. Na segunda-feira, uma outra subsidiária da Evergrande, a Hengda Real Estate, anunciou que não consegue pagar os pagamentos regulares de obrigações, aumentando a pressão sobre o grupo, antes de uma audiência marcada para o final de Outubro com um grupo de credores, nos tribunais de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Presidente da construtora em prisão domiciliária O presidente do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, cujo colapso marcou o início da crise no sector imobiliário do país, está em prisão domiciliária, indicou ontem a agência Bloomberg A agência de informação financeira Bloomberg noticiou ontem que o presidente do grupo Evergrande está em prisão domiciliária. De acordo com a agência, que cita fontes anónimas, o bilionário Xu Jiayin (também conhecido pelo nome cantonês Hui Ka Yan) foi detido no início deste mês pelas autoridades. A Evergrande ainda não reagiu à informação. Em meados de Setembro, o grupo anunciou a detenção de funcionários de uma das suas subsidiárias, sem especificar as acusações. Segundo a revista de informação económica chinesa Caixin, dois ex-executivos da Evergrande também foram presos. O sector imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis antes mesmo de iniciar a construção permite financiar outros projectos. A situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, após os reguladores chineses passarem a exigir às empresas, em 2020, um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector, que foi agravada pelas medidas de combate à pandemia de covid-19. Aquilo que pesa O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares (307 mil milhões de euros), é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas — cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. A crise afectou nos últimos meses outro peso pesado do sector: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida. Na segunda-feira, uma subsidiária da Evergrande anunciou que não consegue pagar o cupão de títulos obrigacionistas, aumentando a pressão sobre o grupo, antes de uma audiência marcada para o final de Outubro com um grupo de credores, nos tribunais de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Evergrande cai 20% após anunciar que não emite novas obrigações Após o anúncio da impossibilidade de emitir novas obrigações, o valor da gigante construtora Evergrande caiu 20 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo adiou recentemente, pela terceira vez, reuniões com credores para negociar a reestruturação da dívida As acções do grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, afundaram-se ontem 20 por cento, depois de a empresa ter anunciado que não pode emitir mais dívida. O valor das acções da empresa – que voltaram a ser cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong no final de Agosto depois de terem estado suspensas durante quase um ano e meio – registava uma queda de 20 por cento a meio da sessão de ontem. A Evergrande já tinha perdido mais de 90 por cento do seu valor de mercado quando suspendeu a negociação das suas ações, em Março do ano passado. Após retomar as negociações em bolsa, a empresa voltou a afundar-se 80 por cento. O subíndice Imobiliário do índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, registava uma queda de 2,58 por cento, a meio da sessão de ontem em Hong Kong. A Evergrande anunciou em comunicado que não consegue cumprir os requisitos para a emissão de novos títulos de dívida, uma vez que a sua subsidiária Hengda Real Estate Group está a ser investigada pela Comissão Reguladora do Mercado de Valores Mobiliários da China. O anúncio ocorreu poucos dias depois de a Evergrande ter dito que adiou pela terceira vez reuniões com os seus credores para discutir a reestruturação da dívida do grupo. Efeito dominó Em meados do mês, a polícia da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, informou sobre a detenção de funcionários da subsidiária de gestão de fortunas Evergrande Wealth, embora o grupo tenha garantido que as detenções “não afectariam” as suas operações. Em Agosto passado, a Evergrande pediu falência nos Estados Unidos para proteger os seus activos dos credores enquanto continua a negociar uma reestruturação da sua dívida. A posição financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou depois de, em Agosto de 2020, Pequim ter anunciado restrições no acesso das construtoras ao crédito, após anos de forte crescimento assente em políticas agressivas de alavancagem.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Acções afundam quase 80% após retomarem negociação As acções da construtora chinesa Evergrande caíram 78 por cento, após voltarem a negociar na Bolsa de Valores de Hong Kong, ao fim de 17 meses de suspensão. A cotação de cada título encerrou em 0,35 dólar de Hong Kong, no fecho da sessão de ontem. A Evergrande, que já tinha perdido mais de 90 por cento do seu valor de mercado quando suspendeu a negociação das suas acções, em Março do ano passado, poderia ter sido excluída da bolsa, caso a suspensão das negociações superasse os 18 meses. No último dia de negociações anterior à suspensão, as acções da empresa fixaram-se em 1,65 dólar de Hong Kong, longe do pico de 31,55 dólares de Hong Kong, registado em Outubro de 2017. A evolução registada na sessão de ontem deixa aquela que foi outrora a maior construtora da China com uma capitalização de mercado de cerca de 4.620 milhões de dólares de Hong Kong. O conglomerado apresentou no domingo os seus resultados do primeiro semestre, que reflectiram uma queda homóloga de 50 por cento no prejuízo líquido para cerca de 33.012 milhões de yuan e um passivo total de 2,39 biliões de yuan. A divulgação das suas contas em Julho, que já tinha revelado perdas equivalentes a quase 74 mil milhões de euros, entre 2021 e 2022, foi uma das exigências que a Bolsa de Valores de Hong Kong impôs para retomar a cotação. Na noite de sexta-feira, a empresa afirmou ter cumprido todos os requisitos e confirmou que solicitou a retoma das negociações a partir de ontem, iniciativa que as suas subsidiárias de veículos eléctricos e de gestão imobiliária já tinham tomado este mês. Estes anúncios surgiram poucos dias depois de a Evergrande ter pedido falência nos Estados Unidos para proteger os seus activos dos credores enquanto continua a negociar a reestruturação da dívida.
Hoje Macau China / ÁsiaConstrutora chinesa Evergrande anunciou perdas superiores a 72 mil milhões de euros A construtora chinesa Evergrande anunciou hoje perdas líquidas superiores a 72.000 milhões de euros, nos últimos dois anos, ilustrando a crise de liquidez que abalou o setor imobiliário na China. A empresa registou perdas líquidas de 476.035 milhões de yuan, em 2021, e de 105.914 milhões de yuan, em 2022. O grupo, que em 2020 facturou 8.076 milhões de yuan, indicou ainda que, no final de 2022, o seu passivo total ascendeu a cerca de 2,44 biliões de yuan, uma queda de 5,53%, face ao ano anterior, mas ainda quase 25% acima do valor registado no final de 2020. Deste montante, 612.390 milhões de yuan correspondem a empréstimos, mas os números refletem também uma diminuição de 20,1% no valor dos ativos totais da empresa, face a 2020, situando-se agora em 1,84 biliões de yuan. Em 2022, a Evergrande facturou 230.067 milhões de yuan, o que representa uma queda de quase 8%, em relação a 2021, e de perto de 55%, em relação a 2020. Além das perdas operacionais, a Evergrande atribuiu grande parte dos resultados negativos a fatores como a devolução de terrenos ou a perda de valor por imparidade de ativos financeiros. Apesar de a publicação deste relatório de contas ter sido uma das condições para a Evergrande retomar as negociações na Bolsa de Valores de Hong Kong, congelada desde março do ano passado, após ter perdido quase 90% do seu valor desde o início de 2021, a empresa indicou que a suspensão vai manter-se “até novo aviso”. Num outro comunicado, divulgado na segunda-feira, o conglomerado indicou que espera uma audiência no Tribunal de Hong Kong em 24 de julho para discutir os detalhes do plano de reestruturação da sua dívida junto de credores internacionais, com iniciativas semelhantes no mesmo dia no Reino Unido, Ilhas Virgens e, no dia seguinte, nas Ilhas Caimão. A Evergrande revelou este ano que vai precisar de um financiamento adicional de até 300.000 milhões de yuan, para cumprir o objetivo de garantir a entrega dos imóveis vendidos antes de terem sido concluídos. A situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, após os reguladores chineses passarem a exigir às empresas, em 2020, um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso da Evergrande é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Nos últimos meses, face à crise do setor, o Governo mudou de tom e anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem linhas de crédito multimilionárias para diversas construtoras.
Hoje Macau China / ÁsiaFundador da Evergrande promete pagar dívidas após adiar plano de reestruturação O fundador da Evergrande, Xu Jiayin, voltou hoje a prometer que a construtora chinesa vai pagar as suas dívidas, segundo a imprensa local, depois de ter falhado o prazo para apresentar um plano de reestruturação. “O ano de 2023 é crucial para que a Evergrande cumpra com as suas obrigações como empresa (…). Creio que podemos cumprir com a nossa missão de entregar [imóveis], pagar dívidas, eliminar os riscos e iniciar um novo capítulo”, indicou Xu, numa carta enviada aos funcionários da empresa e que foi citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O executivo indicou que, em 2022, o grupo completou 732 projetos e entregou 301.000 imóveis, cumprindo os seus objetivos para o ano. Entre janeiro e novembro, as vendas da Evergrande ascenderam a 29.120 milhões de yuans, muito aquém dos 735.000 milhões de yuans que alcançou em 2020. A Evergrande, que em 2021 somava um passivo de 300.000 milhões de dólares americanos e entrou em incumprimento no pagamento de títulos de dívida, garantiu, em dezembro passado, que as “diferenças” com as partes implicadas na elaboração do seu plano de reestruturação “estavam a reduzir-se”. A empresa está imersa numa campanha para se desfazer de ativos, visando arrecadar dinheiro, enquanto as suas ações, negociadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, continuam congeladas desde março do ano passado, tendo perdido quase 90% do valor desde o início de 2021. Um dos credores, que tem pendente o pagamento de 110 milhões de dólares, apresentou, em junho de 2022, um pedido de liquidação contra a Evergrande na Justiça de Hong Kong. A posição financeira de muitas imobiliárias chinesas deteriorou-se depois de, em agosto de 2020, Pequim ter imposto restrições no acesso ao crédito bancário às construtoras do país que, como a Evergrande, acumularam altos níveis de dívida, após vários anos de políticas agressivas de alavancagem. Nas últimas semanas, o Governo chinês anunciou diversas medidas de apoio, com os bancos estatais a criarem linhas de crédito de milhares de milhões de dólares para várias construtoras.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Medidas de apoio para construtoras em crise na China O plano com 16 medidas visa dar um novo estímulo ao sector atingido por uma grave crise de liquidez. O anúncio já teve efeito na bolsa de valores de Hong Kong que cresceu 3 por cento na abertura, animada com fortes ganhos das imobiliárias A China anunciou ontem medidas para impulsionar o sector imobiliário, considerado crucial para a economia chinesa, mas abalado por uma crise de liquidez, depois de as autoridades terem restringido o acesso ao crédito. As autoridades estabeleceram 16 medidas para estimular o sector, incluindo directrizes do banco central e do regulador bancário e de seguros, que visam garantir maior acesso ao crédito para ajudar os construtores mais endividados a concluir projectos inacabados. Devido à falta de liquidez, alguns grupos suspenderam os trabalhos de construção de milhares de condomínios em todo o país. Em protesto, um número crescente de proprietários que adquiriu os imóveis em regime pré-venda recusou pagar as prestações mensais, ameaçando agravar a crise. As medidas divulgadas por Pequim “garantem” a conclusão dos imóveis e direccionam os bancos a conceder “empréstimos especiais” para atingir esse fim, segundo uma directiva citada ontem pela imprensa chinesa. Essa decisão reflecte uma “viragem” na postura das autoridades, desde que em 2020 decidiram restringir o acesso das construtoras ao crédito, de acordo com o economista Ting Lu, do banco japonês Nomura. “Estas medidas mostram que Pequim está pronta para reverter a maioria das suas decisões”, afirmou Lu, num relatório. A notícia fez com que a Bolsa de Valores de Hong Kong subisse ontem mais de 3% na abertura, com destaque para os fortes ganhos das imobiliárias. Sem liquidez O país registou um ‘boom’ no sector imobiliário, desde a liberalização do mercado, em 1998, num país onde a aquisição de propriedade é um pré-requisito para casar e o principal veículo de investimento das classes abastadas do país. Mas os reguladores passaram a exigir, em 2020, um tecto de 70 por cento na relação entre passivos e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. Desde então, o acesso ao crédito pelas construtoras encolheu consideravelmente, enquanto a procura por imóveis afundou na China, face a uma desaceleração económica e à incerteza criada pelas medidas de prevenção contra a covid-19. Várias construtoras chinesas entraram em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cuja dívida, que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, vai ser reestruturada. Diferentes analistas estimam existir na China propriedades vazias suficientes para abrigar mais de 90 milhões de pessoas – cerca de nove vezes a população portuguesa. Em muitos casos, as casas são mantidas vazias pelos proprietários, por serem assim mais fáceis de vender a um próximo especulador. A crise no imobiliário tem assim fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. Algum alívio Também na sexta-feira passada, a China anunciou o relaxamento de várias medidas de prevenção epidémica que penalizaram fortemente a economia, incluindo a redução do período de quarentena para chegadas internacionais. O país asiático é a última grande economia a manter uma política de tolerância zero ao novo coronavírus. Esta estratégia, designada ‘zero covid’, inclui o isolamento de bairros, distritos ou cidades inteiras e o isolamento de todos os casos positivos e respectivos contactos directos em instalações designadas. Esta política tem implicações significativas para as cadeias de fornecimento globais e o consumo doméstico.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório diz que queda nos lucros agrava crise de liquidez no imobiliário chinês As principais construtoras da China não estão a conseguir gerar dinheiro suficiente para cumprir com as suas obrigações, segundo uma análise dos seus resultados, sugerindo um agravamento da crise de liquidez no setor imobiliário do país. Os lucros líquidos das construtoras caíram, em média, 188%, nos primeiros seis meses de 2022, em termos homólogos, de acordo com um relatório do United Overseas Bank (UOB), banco de investimento com sede em Singapura. O UOB analisou os resultados das 32 construtoras chinesas cotadas em bolsa. As construtoras estatais apresentaram melhores resultados, com uma queda homóloga dos lucros de 27%, em média, segundo o banco. Entre os 32 construtores privados, o total de dinheiro em caixa encolheu 13,8%, prejudicando a sua capacidade de pagar dívidas, apontou o UOB. A CR Land, subsidiária de um dos maiores conglomerados estatais da China, o China Resources Group, foi a única construtora a relatar um aumento do dinheiro em caixa. “É uma situação geral difícil. As construtoras têm muito menos dinheiro para pagar as dívidas e não conseguem obter financiamento”, escreveu Raymond Cheng, analista imobiliário da CGS-CIMB Securities. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. O colapso do grupo Evergrande, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, é o caso mais emblemático. O UOB considerou que, sem mudanças nas políticas de apoio do governo central ou uma mudança repentina nos níveis de confiança no mercado, mais construtoras chinesas vão provavelmente entrar em incumprimento num futuro próximo. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Esta crise surge também num momento político sensível. O Presidente chinês, Xi Jinping, está prestes a assumir um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês, quebrando com a tradição política das últimas décadas. O mercado imobiliário está em contração desde julho de 2021. Entre as 27 construtoras chinesas cotadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, o lucro por ação do Agile Group Holdings foi o que mais caiu, com uma queda de 59%, em termos homólogos. As construtoras KWG Group Holdings e China Vanke viram os seus lucros por ação caírem mais de 40% em relação ao ano anterior.
Hoje Macau China / ÁsiaCredor estrangeiro avança em Hong Kong com petição de liquidação contra Evergrande Um credor estrangeiro apresentou uma petição de liquidação contra o endividado gigante imobiliário chinês Evergrande junto do poder judicial de Hong Kong. Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, onde está cotada, a Evergrande indicou que o autor é a Top Shine Global Limited, uma empresa registada em Samoa e propriedade do investidor local Lin Ho Man. A empresa disse que a petição de liquidação diz respeito a uma “obrigação financeira” no valor de 862,5 milhões de Hong Kong dólares, sem fornecer mais pormenores. A Evergrande garantiu que vai “opor-se vigorosamente” ao processo, e espera que este não tenha qualquer impacto nos planos de reestruturação ou no calendário que tem para os apresentar, mantendo o prazo até ao final de julho. Na mesma informação à bolsa, o conglomerado confirmou que as suas ações vão permanecer suspensas da negociação, o que se arrasta desde 21 de março, um dia antes de reconhecer que não conseguia apresentar a tempo a declaração de rendimentos para 2021 devido ao “grande número de procedimentos de auditoria” que enfrentava. O poder judicial de Hong Kong informou no ‘site’ que o julgamento que opõe a Top Shine Global Limited e a Evergrande terá lugar a 31 de agosto. Evergrande fez manchetes em 2021, quando acumulou dívidas superiores a 300 mil milhões de dólares, juntamente com uma crise de liquidez que a levou a falhar algumas das obrigações. A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas piorou, depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições no acesso ao financiamento bancário para promotores como a Evergrande, que acumulara um elevado nível de endividamento ao apoiar o crescimento durante anos em políticas agressivas de alavancagem. As autoridades chinesas já intervieram na empresa, que anunciou, em janeiro, a apresentação aos credores de uma “proposta preliminar de reestruturação” no prazo de seis meses.
Hoje Macau China / ÁsiaTransacções de acções da construtora chinesa Evergrande suspensas em Hong Kong A construtora chinesa Evergrande Group suspendeu hoje a negociação das acções na bolsa de Hong Kong, aguardando uma “declaração de informações privilegiadas”, de acordo com um comunicado enviado à praça financeira. As transacções dos títulos da empresa nos mercados domésticos da China também foram suspensas. A Evergrande, com sede em Shenzhen, disse em Janeiro passado que pretendia apresentar uma proposta preliminar de reestruturação nos próximos seis meses. A construtora está no centro de uma crise entre os grupos do sector imobiliário da China, depois de Pequim ter restringido o acesso ao crédito e exigido um aumento do rácio de liquidez das empresas. Num comunicado separado, a unidade da Evergrande no mercado de capitais da China disse que os detentores de títulos aprovaram um plano de pagamento referente aos juros vencidos dos títulos emitidos na moeda chinesa, o yuan, de acordo com um comunicado enviado, no domingo, à bolsa de valores de Shenzhen. O grupo disse que vai distribuir juros que ficaram por pagar em setembro passado – uma obrigação no valor de quatro mil milhões de yuans, com um cupão de 5,8% e vencimento em 2025. O cupão do título é pago anualmente, e o primeiro pagamento estava programado para 23 de setembro do ano passado. O atraso não vai acionar um incumprimento na nota, de acordo com o plano aprovado. A Evergrande deixou de pagar os cupões referentes a títulos emitidos em dólares em dezembro. As empresas imobiliárias chinesas listadas em Hong Kong têm que apresentar, até 31 de março, os resultados anuais, nas primeiras demonstrações financeiras auditadas desde que a crise de liquidez se abateu sobre o setor. A receita dos governos locais chineses com as vendas de terrenos contraiu 29,5%, entre janeiro e fevereiro, em relação ao mesmo período do ano passado, a maior queda homóloga desde 2015, de acordo com dados publicados na sexta-feira pelo Ministério das Finanças da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande suspende negócio de acções. Empresa enfrenta ordem de demolição de 39 edifícios As acções do Grupo Evergrande foram suspensas de negociação na bolsa, anunciou ontem o promotor imobiliário. A Evergrande não deu qualquer razão para a suspensão, mas esta surgiu depois dos meios de comunicação chineses terem avançado de que a empresa foi intimada pelas autoridades da província de Hainão a demolir 39 edifícios em 10 dias, porque as licenças de construção haviam sido obtidas ilegalmente. A ordem diz respeito ao enorme projecto Ocean Flower, que é um empreendimento ao estilo de resorts construído em ilhas ao largo da costa de Hainão. Os edifícios cobrem 435.000 metros quadrados, acrescentam os relatórios, citando um aviso oficial à filial da Evergrande em Hainão. Os reguladores da cidade de Danzhou disseram em Novembro que iriam bloquear o plano da Evergrande para pagar dívidas a empreiteiros e outros credores, dando-lhes propriedades. A Evergrande está a lutar para pagar mais de $300 biliões em dívidas, incluindo quase $20 biliões de obrigações do mercado internacional que foram consideradas como estando em incumprimento cruzado por empresas de rating no mês passado, depois de ter falhado os pagamentos. O promotor imobiliário falhou o pagamento de 255 milhões de dólares devidos na passada terça-feira, embora ambos tenham um período de carência de 30 dias. Em comum com uma sucessão de incidências de pagamentos falhados no último trimestre de 2021, a empresa não fez qualquer comentário. A empresa criou um comité de gestão de risco com muitos membros de empresas estatais, e disse que se comprometeria activamente com os seus credores. Na sexta-feira, a Evergrande telefonou para os planos de reembolso dos investidores nos seus produtos de gestão de património, dizendo que cada investidor poderia esperar receber 8.000 yuan por mês como pagamento principal durante três meses.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da Evergrande caem para mínimos desde 2010 As acções da construtora chinesa Evergrande caíram hoje para mínimos desde 2010, na bolsa de Hong Kong, após o anúncio do grupo de que poderá não conseguir pagar as dívidas. Pouco depois das 11:00, os títulos da Evergrande caíram 10,2%, com uma perda acumulada de 85,7% este ano. O gigante imobiliário chinês, com uma dívida de 310 mil milhões de dólares, avisou na sexta-feira que pode vir a não conseguir “cumprir as suas obrigações financeiras”. De imediato, os reguladores chineses garantiram que os mercados financeiros chineses podem ser protegidos de um grande impacto. Os economistas consideram baixa a probabilidade de uma crise nos mercados internacionais, mas bancos e obrigacionistas podem sofrer perdas pesadas, uma vez que os dirigentes de Pequim querem evitar o resgate da construtora. Em comunicado divulgado na sexta-feira na bolsa de Hong Kong, a Evergrande informou que, depois de analisar as suas finanças com consultores externos, “não há garantias de que o grupo tenha fundos suficientes para continuar a cumprir as suas obrigações financeiras”. Pouco tempo depois, os reguladores procuraram acalmar os investidores, assegurando que o sistema financeiro chinês é forte e que as taxas de incumprimento são baixas. Acrescentaram que muitos promotores imobiliários são financeiramente saudáveis e que Pequim vai continuar a deixar funcionar os mercados de crédito. “O risco de contágio dos eventos de risco do grupo no funcionamento estável do mercado de capitais é controlável”, asseverou a comissão reguladora do mercado de capitais chinesa, no seu portal na internet. O banco central e o banco regulador fizeram declarações semelhantes. Os dirigentes de Pequim aumentaram no último ano as restrições aos níveis de endividamento dos promotores imobiliários, procurando controlar a crescente dívida empresarial, vista como uma ameaça para a estabilidade económica. O Partido Comunista tem feito da redução dos riscos financeiros uma prioridade desde 2018. Em 2014, as autoridades autorizaram o primeiro incumprimento obrigacionista desde a revolução de 1949. As autoridades chinesas têm permitido incumprimentos de forma gradual, na esperança de forçar credores e investidores a serem mais disciplinados. Não obstante, o endividamento total de empresas, governo e famílias aumentou de cerca de 270% do Produto Interno Bruto de 2018 para cerca de 300% no ano passado, valores pouco vistos em economias de países com rendimentos médios. A Evergrande, o maior devedor da indústria da construção, tem uma dívida de dois biliões de yuans, na maioria devido a bancos domésticos e investidores em obrigações. Também deve 19 mil milhões de dólares a obrigacionistas estrangeiros. A companhia tem vendido ativos para pagar dívidas e anunciou planos para dar a alguns obrigacionistas apartamentos em projetos que está a construir. O presidente da Evergrande, Xu Jiayin, foi chamado na sexta-feira para uma reunião com dirigentes da sua província, Guangdong, informou o governo, em comunicado. Na nota, adiantava-se que uma equipa governamental iria ser enviada para a sede da Evergrande para ajudar a gerir o risco. Os problemas da Evergrande desencadearam alertas para a possibilidade de uma crise financeira no imobiliário – um setor que propulsionou o crescimento económico explosivo da China entre 1998 e 2008 — poder conduzir a problemas para os bancos e a um colapso súbito e politicamente perigoso do crescimento económico. O comunicado da Evergrande adianta que a empresa enfrenta solicitações para honrar um pagamento de 260 milhões de dólares. Se não for capaz de cumprir, previu, então outros credores podem vir a exigir o reembolso antecipado.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Incumprimento evitado pela segunda semana consecutiva A construtora chinesa Evergrande pagou os juros respectivos a um empréstimo obrigacionista, pouco antes do final de um período de carência de 30 dias, que ditava a entrada em incumprimento. A empresa chinesa, que atravessa uma grave crise de liquidez, conseguiu pagar os quase 45 milhões de dólares que devia aos investidores. Segundo fontes citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, a empresa pagou os juros sobre um título no valor de 951 milhões de dólares e com um rendimento de 9,5 por cento. O prazo para fazê-lo era 29 de Setembro, mas as cláusulas de caução davam à empresa um período de carência de 30 dias, antes de entrar oficialmente em incumprimento. Trata-se da segunda vez, no período de duas semanas, que a Evergrande evita entrar em incumprimento. No dia 22 de Outubro, pagou os 83,5 milhões de dólares de juros de um outro empréstimo obrigacionista emitido no mercado de capitais internacional, também apenas um dia antes do fim da prorrogação. Mas o conglomerado ainda tem de pagar cerca 720 milhões de dólares em títulos emitidos no exterior, até ao final deste ano, de acordo com o South China Morning Post. Os números oferecidos pelo grupo indicam que, no final do primeiro semestre, acumulava um passivo superior a 300 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 37 mil milhões correspondem a empréstimos a serem pagos antes do final de Junho de 2022. A crise da Evergrande alimentou temores de um possível contágio ao sector imobiliário como um todo – o que significa, com impacto indirecto, quase 30 por cento do Produto Interno Bruto chinês -, que experimentou alguns anos de grande expansão amparado por políticas agressivas de alavancagem contra as quais Pequim tomou medidas, restringindo o acesso ao financiamento bancário às construtoras mais endividadas.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da construtora chinesa Evergrande afundam após voltarem a ser negociadas As acções da construtora chinesa Evergrande tombaram hoje, com a retomada da negociação na Bolsa de Valores de Hong Kong, depois de a empresa ter revelado que o plano para vender a sua divisão de serviços imobiliários falhou. As ações da Evergrande caíram até 13,6%, após o fim da suspensão de duas semanas, enquanto as ações da afiliada Evergrande Property Services, que também foram congeladas durante o mesmo período, caíram até 10,2%. As ações da Evergrande New Energy Vehicle, a subsidiária de veículos elétricos que negociou em Hong Kong sem interrupção nas últimas semanas, caíram até 14%. A construtora de imobiliário mais endividada do mundo interrompeu a negociação das suas ações e da sua unidade de serviços imobiliários em 04 de outubro. A Evergrande Property Services informou na altura, que esperava uma “possível oferta” pelas suas acções. Durante a suspensão, a Evergrande não comentou as perspectivas da transação, nem sobre cinco pagamentos de juros sob títulos de dívida emitidos em dólares, que falhou. No total, aquele valor ascende a 275 milhões de dólares. A queda ocorre pouco depois de a empresa anunciar que não conseguiu vender 50,1% do capital de uma das suas subsidiárias a outra imobiliária chinesa, a Hopson. O negócio podia ter rendido 2,2 mil milhões de euros à Evergrande. O preço das ações da Evergrande caiu mais de 80%, este ano, representando uma perda superior a 190 mil milhões dólares, em capitalização de mercado. A Evergrande disse que o negócio foi interrompido porque “tinha motivos para acreditar” que o comprador “não cumpriu o pré-requisito” para fazer a oferta. A Hopson referiu em comunicado que estava “preparada para concluir a venda”, mas que não quis pagar diretamente pelas ações, até que as obrigações entre esta última e a Evergrande fossem liquidadas. A construtora chinesa, que enfrenta passivos de quase 260 mil milhões de euros tem lutado para lidar com uma crise de liquidez que gerou preocupações sobre a saúde do setor imobiliário da China.