Milhares saem às ruas contra “viragem ditatorial” de Duterte

Milhares de filipinos saíram no início da semana às ruas em protesto contra o que designam de “viragem ditatorial” e os abusos de poder de Rodrigo Duterte. Durante a manifestação foi pedida a destituição do polémico Presidente filipino

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o mesmo dia em que o Presidente fez o discurso sobre o Estado da Nação, associações de estudantes, sindicatos, organizações feministas, grupos religiosos e activistas dos direitos humanos juntaram-se num enorme protesto contra a gestão de Duterte. Os cartazes exibidos pelos manifestantes mostravam caricaturas de Duterte, exigiam justiça pelas “execuções extrajudiciais” na violenta guerra antidrogas e criticavam a política externa de aproximação à China, a quem consideram que estão a ser vendidas as Filipinas.
“O país já sofreu demasiado com este Governo. Estamos aqui a lutar pelos direitos fundamentais dos filipinos, estamos a lutar pela vida”, disse à Efe uma estudante de 19 anos da Universidad Ateneo, que pediu para não ser identificada.
Os manifestantes concentraram-se ao longo da manhã no ‘campus’ da Universidade das Filipinas, no distrito de Quezon, e seguiram até à igreja de San Pedro onde segundo dados da polícia se terão juntado 15000 pessoas.
Além de gritarem, em inglês e tagalo – uma das principais línguas das Filipinas -, contra o Presidente, há dois anos no cargo, alguns activistas queimaram uma máscara com o rosto de Duterte e outros apresentaram-se amordaçados e caracterizados com sangue e feridas, para recordar as vítimas da campanha antidrogas.
Segundo as organizações de direitos humanos, além de 4200 mortos em operações policiais, há que contabilizar 23500 homicídios que estão a ser investigados, dos quais entre 12 a 15.000 serão assassinatos encobertos pelo clima de impunidade da campanha antidrogas. De acordo com Cristina Palabay, secretária-geral da organização não-governamental Karapatan, os “programas de contrainsurreição do regime de Duterte” não acontecem apenas nos subúrbios das cidades, onde o problemas das drogas é mais sangrento, mas também chegam às comunidades rurais e indígenas. Esse “assédio ao povo” implica, em números, que “o regime de Duterte mata uma média de duas pessoas por semana e prende 20 pessoas”, disse Palabay.

Protesto feminino

Os grupos feministas também se destacaram no protesto, com numerosos cartazes que repudiam as atitudes misóginas e “repugnantes” de Duterte.
No discurso do Estado da Nação, o Presidente filipino comprometeu-se a, num prazo de 48 horas, assinar um pacto para acabar com o conflito separatista muçulmano na ilha de Mindanao, palco de um dos confrontos mais duradouros da região. “Prometo solenemente que este Governo nunca negará aos nossos irmãos e irmãs muçulmanos os instrumentos legais básicos para traçar o seu próprio destino dentro da estrutura constitucional do nosso país”, afirmou Duterte.
O Presidente, de 73 anos, disse ainda que o seu controverso combate contra as drogas “está longe de terminar” e garantiu que permanecerá “tão implacável e assustador como no primeiro dia”. “Se acham que eu posso ser dissuadido de continuar esta luta com os vossos protestos estão errados. Vocês preocupam-se com os direitos humanos. Eu preocupo-me com vidas humanas”, afirmou, dirigindo-se aos activistas que se manifestaram nas ruas.

25 Jul 2018

Beijo de Duterte a trabalhadora filipina suscita vaga de críticas

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, suscitou uma vaga de críticas após sugerir a uma mulher que subisse ao palco e o beijasse nos lábios durante um acto público celebrado em Seul, um vídeo que se tornou “viral” nas redes sociais. Nas imagens do evento, celebrado domingo com trabalhadores filipinos no estrangeiro, Duterte chama as mulheres ao palanque com o pretexto de lhes dar um livro, enquanto pede a uma delas que o beije nos lábios, ao que ela acede.

“Tens de me pagar com um beijo, estás preparada para beijar-me?”, disse à trabalhadora em troca de um exemplar do livro “O altar dos segredos: sexo, política e dinheiro na Igreja católica das Filipinas”, do falecido jornalista Aries Rufo.

Enquanto a mulher lhe oferecia a face argumentando que é casada, Duterte repetiu que pretendia beijar os lábios, e após o beijo deu-lhe um abraço entre os aplausos e ovações do público, de acordo com um vídeo do canal filipino PTV4. Pelo contrário, o vídeo oficial divulgado pelo Governo filipino não inclui este fragmento.

Duterte chegou à Coreia do Sul no domingo para uma visita oficial de três dias que inclui um encontro com o seu homólogo, Moon Jae-in.

5 Jun 2018

Filipinas | Ensino superior gratuito nas universidade estatais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, aprovou o ensino gratuito nas 112 universidades do país, anunciou sexta-feira um representante do Governo.

A lei de acesso universal à educação terciária de qualidade foi assinada na quinta-feira, no final de uma reunião com deputados e assessores económicos, permitindo matrículas gratuitas nas universidades estatais do país, disse, em conferência de imprensa, o secretário-adjunto Menardo Guevarra.

Duterte deu “luz verde” a esta lei apesar da oposição dos assessores económicos, que alertaram o Presidente para a escassez de fundos do Governo para suportar os custos das matrículas de centenas de milhares de alunos, que todos os anos entram nas universidades filipinas.

O Presidente “concluiu que os benefícios a longo prazo de uma educação superior gratuita vão compensar os possíveis desafios orçamentais imediatos”, afirmou Guevarra.

O financiamento das matrículas de todos os estudantes em universidades estatais filipinas vai implicar um custo de 1.170 milhões de euros aos cofres públicos, de acordo com a estimativa do Secretário do Tesouro filipino, Benjamin Diokno.

As 112 universidades estatais recebem uma parte importante dos estudantes filipinos, que podem escolher entre mais de duas mil instituições públicas e privadas de ensino superior no país.

O preço anual de uma matrícula na Universidade das Filipinas, um dos estabelecimentos de ensino superior estatais mais importante do país, ronda os 856 euros, uma despesa pesada para uma família média filipina.

Coloane | Homem e criança saltam de um edifício e morrem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) está a investigar as mortes de um homem e de uma criança, que terão saltado de um edifício residencial, em Coloane. De acordo com a Rádio Macau, o caso foi reportado, esta manhã, por volta das 8h. Foi encontrada também uma mulher com ferimentos. Segundo a porta-voz da PJ, Gloria Sun, a recolha de provas ainda está a decorrer. A mesma responsável não confirma se as vítimas são todas da mesma família. A mulher ferida, foi encaminhada para o hospital. A PJ promete mais esclarecimentos para breve.

Moto 2 | Miguel Oliveira terceiro no GP da República Checa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português Miguel Oliveira (KTM) terminou ontem no terceiro lugar o Grande Prémio da República Checa de Moto2, 10.ª prova do Mundial de motociclismo de velocidade, atrás do suíço Tomas Luthi (Kalex) e do espanhol Alex Marquez (Kalex). Numa corrida interrompida devido à chuva a seis voltas do fim, quando era liderada pelo italiano Mattia Pasini (Kalex), que viria a cair, Oliveira, que partiu do segundo lugar da grelha inicial e do terceiro no reatamento, ficou a 6,983 segundos de Luthi, que cumpriu a segunda parte da prova em 13.39,036 minutos. Oliveira conquistou o quinto pódio da temporada, pela terceira vez com o terceiro lugar, e divide a terceira posição do Mundial com Marquez, com 133 pontos, menos 49 do que o italiano Franco Morbidelli (Kalex), que não foi além do oitavo lugar, e menos 28 do que Luthi, segundo classificado.

7 Ago 2017

Presidente das Filipinas descreve líder da Coreia do Norte como um maníaco

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, advertiu ontem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, é um “maníaco” que pode semear a destruição no continente asiático ao provocar uma guerra nuclear.

Duterte – político reconhecido por usar linguagem grosseira mas também por impor medidas políticas controversas – falava na antecipação de um fórum regional sobre segurança que vai decorrer esta semana na capital filipina, Manila, e que vai contar com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros do regime de Pyongyang.

Os recentes testes com mísseis balísticos realizados pela Coreia do Norte devem marcar as discussões desta reunião regional.

“Ele brinca com brinquedos perigosos, este louco, não confiem no seu rosto, naquele rosto redondinho com ar de simpático”, disse o Presidente filipino, de 72 anos, em declarações transmitidas pela televisão nacional.

“Este maníaco (…), se ele comete um erro, o Extremo Oriente pode transformar-se numa terra árida. Devemos evitar, esta guerra nuclear, porque se um conflito eclodir aqui, então teremos consequências, ao nível do solo, dos recursos. Não sei o que será de nós. Não poderemos nunca mais semear nada de produtivo”, afirmou Rodrigo Duterte, usando igualmente termos insultuosos para caracterizar o líder norte-coreano.

Desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un em finais de 2011, a Coreia do Norte tem vindo a intensificar o seu programa nuclear e balístico.

Apesar das sanções impostas pelas Nações Unidas, o regime norte-coreano ambiciona ter uma capacidade nuclear e balística que conseguia atingir os Estados Unidos.

Na semana passada, Pyongyang anunciou a realização de um teste de um míssil balístico intercontinental com capacidade de alcançar uma boa parte do continente americano.

Presenças de peso

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, estarão esta semana também em Manila para participar no fórum regional organizado pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).

Segundo um projecto de resolução ao qual a agência noticiosa francesa France Presse teve acesso, texto que deve ser adoptado no final do fórum regional, os ministros vão expressar uma “séria preocupação” em relação ao recente teste balístico norte-coreano.

3 Ago 2017

Pyongyang cancela festival para turistas por causa da seca

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte cancelou um festival de cerveja destinado principalmente a atrair turistas estrangeiros, que devia celebrar-se a partir desta semana em Pyongyang, num momento em que o país está a atravessar uma seca severa.

A Koryo Tours, a principal agência de viagens para turistas ocidentais que querem visitar a Coreia do Norte, informou na sua página na Internet que foi notificada pelo regime, no domingo, do cancelamento da segunda edição do Festival da Cerveja do Rio Taedong, que devia celebrar-se de 26 de julho até finais de agosto.

“As razões do seu cancelamento não são claras e não esperamos que nos chegue uma informação mais completa nos próximos tempos, mas é possível que se deva à persistente seca no país, que causou uma grande quantidade de problemas”, explicou a agência.

Nos últimos meses o país teve que lidar com a falta de chuva nas suas províncias ocidentais e os ‘media’ norte-coreanos tinham informado que o regime teve de enviar camiões cisterna e equipamentos de bombagem de água para a província de Hwanghae do Sul, uma das mais afetadas.

A Koryo Tours lamentou o cancelamento do evento, cuja edição do ano passado, a primeira, foi um “grande êxito”, tendo sido insistentemente promovida pelos ‘media’ estatais norte-coreanos.

A notícia surge após um anúncio de que os Estados Unidos vão proibir os seus cidadãos de viajar para o país depois da morte do estudante Otto Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte por alegadamente roubar um poster de propaganda. O jovem morreu depois de ser devolvido ao seu país em coma.

Segundo um estudo sul-coreano, a indústria do turismo atrai cerca de 50 mil visitantes estrangeiros (90% dos quais chineses) à Coreia do Norte por ano, o que gera entre 30 a 43 milhões de dólares em divisas estrangeiras.

Filipinas | Duterte mantém campanha violenta de combate à droga

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reiterou ontem, apesar das críticas internacionais, que não irá inverter a sua política violenta de combate à droga, dizendo mesmo que traficantes e toxicodependentes têm apenas duas hipóteses: “a prisão ou o inferno”.

“Não tentem assustar-me com ameaças de prisão ou com o Tribunal Penal Internacional”, declarou o chefe de Estado filipino no discurso anual do estado da nação, de acordo com a agência Associated Press.

“Eu estou disponível para ir para a prisão para o resto da minha vida”, acrescentou.

“O combate [à droga] não vai parar até que aqueles que estiverem envolvidos percebam que têm que parar porque as alternativas são a prisão ou o inferno”, afirmou Duterte, motivando os aplausos do chefe da polícia filipina, Ronal del Rosa, e de outros presentes na audiência.

Milhares de alegados traficantes e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte lançou a campanha de combate à droga logo a seguir a tomar posse como Presidente das Filipinas, em Junho do ano passado, justificando críticas internacionais e ameaças de processo criminal.

Vários milhares de pessoas saíram ontem à rua em Manila numa marcha de protesto contra ou reclamando quase tudo, desde o cumprimento da promessa feita por Duterte no discurso do ano passado de iniciar conversações de paz com os insurgentes comunistas até ao aumento da velocidade na Internet.

25 Jul 2017

Filipinas | Duterte diz que pode ser 50 vezes pior que os terroristas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, avisou ontem que pode ser 50 vezes mais brutal que os extremistas muçulmanos que fazem decapitações, dizendo que até poderia “comer” os terroristas se fossem capturados vivos pelas tropas do país.

Duterte tem repetidamente ameaçado de morte os suspeitos de tráfico de droga nas Filipinas, mas agora elevou a sua retórica a um novo nível com estas declarações feitas no âmbito da abertura de um evento desportivo.

O Presidente filipino ordenou às tropas para que matassem militantes muçulmanos que fugiam depois de um ataque fracassado na província central de Bohol e que não os trouxessem vivos, chamando “animais” aos extremistas.
“Se querem que eu seja um animal, eu também estou habituado a isso. Nós somos iguais”, afirmou Duterte, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).
“Eu posso fazer o que vocês fazem 50 vezes mais”, atirou o político, dizendo o que faria que se um terrorista lhe fosse apresentado enquanto estivesse de mau humor.
“Passem-me o sal e o vinagre e eu como o seu fígado”, lançou.
Duterte venceu as eleições presidenciais filipinas em Maio do ano passado com a promessa de combater as drogas ilegais, a corrupção e o terrorismo.
Milhares de pessoas morreram devido à sua campanha anti-drogas, que tem alarmado os governos ocidentais e grupos de direitos humanos.
Duterte já avisou que pode colocar sob lei marcial a zona sul das Filipinas – onde há décadas que há uma rebelião separatista muçulmana – caso as ameaças terroristas fiquem fora de controlo.

25 Abr 2017

Duterte garante não apoiar execuções extrajudiciais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, não apoia execuções extrajudiciais, disse ontem o seu porta-voz, em resposta a críticas de responsáveis e organismos das Nações Unidas.
“O Presidente eleito não apoiou – não pode – e nunca vai apoiar execuções extrajudiciais, que são contrárias à lei”, disse Salvador Panelo. O porta-voz acrescentou que Duterte “não tolera” o assassínio de “jornalistas ou quaisquer outros cidadãos”. Salvador Panelo considerou que os responsáveis das Nações Unidas, incluindo o secretário-geral, Ban Ki-moon, estavam mal informados quando condenaram Duterte por, aparentemente, tolerar o homicídio de jornalistas e apoiar as execuções extrajudiciais.
Num discurso em Nova Iorque na quarta-feira, Ban Ki-moon disse estar “extremamente perturbado” com as observações de Duterte, em especial, com os seus comentários para justificar o assassínio de jornalistas. Duterte, de 71 anos, venceu as eleições presidenciais em Maio, tendo seduzido o eleitorado com um discurso em torno de dois problemas centrais no país, a criminalidade e a pobreza, o primeiro dos quais prometeu resolver matando milhares de criminosos. Na semana passada, afirmou que os repórteres, “só porque são jornalistas, não estão isentos de serem assassinados”, citando o caso de Jun Pala, assassinado em 2003.
“Não quero diminuir a sua memória, mas ele era um filho da mãe podre. Mereceu”, afirmou. Sete repórteres foram assassinados nas Filipinas em 2015, segundo a Federação Internacional de Jornalistas, que no seu último relatório refere ser este país asiático o segundo com mais jornalistas assassinados desde 1990, a seguir ao Iraque.

13 Jun 2016