Diplomacia | Seul pede passos concretos sobre a desnuclearização de Pyongyang

O presidente da Coreia do Sul pediu ontem aos Estados Unidos e à Coreia do Norte empenhamento e “decisões marcantes” que possam resolver o impasse sobre as ambições de Pyongyang para a energia nuclear

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]chefe de Estado, Moon Jae-in, que se vai reunir esta semana com o líder norte-coreano, Kim Jong un, reafirmou também a intenção em manter a Coreia do Sul como mediador entre Pyongyang e Washington. Trata-se do terceiro encontro entre os líderes das duas coreias desde o princípio do ano focado mais uma vez nas discussões sobre a desnuclearização e a paz na península. Moon disse que a cimeira deve ser capaz de “dar um grande passo” no sentido da desnuclearização.

A próxima reunião vai decorrer numa altura em que se verifica um impasse sobre o caminho a seguir após as promessas acordadas na Cimeira de Singapura, que se realizou em Junho, entre Kim Jong-un e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.

Para o presidente da Coreia do Sul, os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte devem pensar em conseguir “decisões marcantes” capazes de produzir avanços diplomáticos no sentido do desmantelamento do arsenal nuclear de Pyongyang. “A Coreia do Norte deve avançar para o desmantelamento nuclear e os Estados Unidos devem dar os passos correspondentes”, disse Moon. “Num processo como este, os dois países devem afastar as desconfianças mútuas, de raízes profundas, provocadas por 70 anos de relações hostis”, acrescentou.

Velhos rancores

A Coreia do Norte desmantelou as bases de testes para lançamento de mísseis, mas os Estados Unidos pedem “passos mais sérios”.

De acordo com notícias publicadas nas últimas semanas o líder norte-coreano disse que os esforços de Pyongyang devem ser “recíprocos” e que os Estados Unidos devem corresponder com medidas como uma declaração conjunta para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-1953).

As conversações da próxima quinta-feira, entre as delegações do norte e do sul, vão estar centradas em questões militares e devem prosseguir os contactos para que seja alcançada a abertura de gabinetes de contacto na zona de fronteira entre os dois Estados. De acordo com fontes oficiais de Seul, as conversações vão focar-se também em questões sobre a redução de tensões na área de Panmunjom, fazendo recuar os postos de vigilância militar nos dois lados da fronteira.

Segundo o ministro da Defesa da Coreia do Sul, a agenda incluiu ainda temas como cooperação entre Seul e Pyongyang sobre a procura de restos mortais de soldados que morreram durante a Guerra da Coreia.

12 Set 2018

Desnuclearização da Coreia do Norte depende de tratado de paz – jornal oficial

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m órgão oficial do regime de Pyongyang defendeu ontem que a desnuclearização da Coreia do Norte depende da assinatura de um tratado de paz, para acabar com o estado de guerra técnico que perdura desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o semanário Tongil Sinbo, um dos meios de comunicação que o regime norte-coreano utiliza para fazer passar mensagens para o exterior, escreveu na sua última edição que só haverá mais progressos nas negociações multilaterais se os Estados Unidos aceitarem a declaração sobre o fim da guerra entre as duas Coreias.

“Houve um grande avanço nas relações entre a Coreia do Norte, a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas o fim da Guerra das Coreias ainda é um assunto não resolvido”, pode ler-se no semanário Tongil Sinbo.

“Os Estados Unidos, como parte responsável na declaração do fim da guerra para estabelecer uma paz permanente na península coreana, devem tomar medidas práticas para implementar o acordo da cimeira de 12 de junho, em Singapura”, que juntou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, de acordo com o jornal.

O Tongil Sinbo advertiu ainda que “não se pode esperar um bom desenvolvimento das relações inter-coreanas se o Sul seguir cegamente a política de hostilidade contra o Norte através de forças estrangeiras”.

Quer na declaração de Panmunjom, firmada em abril durante a histórica cimeira entre os líderes das duas Coreias, quer cimeira de 12 de junho entre Donald Trump e Kim Jong-un ficou acordado que as duas coreias vão trabalhar para alcançar a “completa desnuclearização” da península, comprometendo-se com um tratado multilateral para acabar com o estado de guerra técnico na região que existe desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

15 Ago 2018

Coreia do Norte | Pequim vinca compromisso com desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m responsável chinês reafirmou ontem o compromisso de Pequim com a desnuclearização da península coreana, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter sugerido que a China poderá interferir nas conversações entre Pyongyang e Washington.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Kong Xuanyou, disse em conferência de imprensa que a China e os EUA têm “mantido uma comunicação e coordenação próximas” na questão da península coreana.

Ao reconhecer que “não vai ser um processo fácil”, Kong disse acreditar que se o diálogo for sincero e feito com base no respeito mútuo e igualdade, “todas as questões encontrarão resposta”.

Na segunda-feira, Trump escreveu na rede social Twitter que a China “talvez esteja a exercer pressão negativa” sobre a Coreia do Norte, devido às crescentes disputas comerciais com os EUA, acrescentando: “espero que não!”.

Entretanto, o porta-voz da Administração-Geral das Alfândegas da China, Huang Songping, garantiu que Pequim “está a implementar consistentemente” as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, relativamente ao programa nuclear e de mísseis.

De acordo com os últimos dados oficiais, as importações chinesas oriundas da Coreia do Norte caíram 92,6 por cento, em Junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. As exportações de petróleo e de outros bens, da China para a Coreia do Norte, recuaram 40,6 por cento, durante o mesmo período. As alfândegas chinesas não indicaram os valores envolvidos nas trocas comerciais entre os dois países em Junho, e divulgaram apenas as variações homólogas.

Nos primeiros seis meses do ano, as importações chinesas da Coreia do Norte caíram 88,7 por cento, relativamente ao mesmo período de 2017, para 690 milhões de yuan. As exportações recuaram 43,1 por cento, para 6,4 mil milhões de yuan.

16 Jul 2018