Coreia do Norte | Xi quer reforçar laços bilaterais

O Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, o seu desejo de reforçar a “orientação estratégica” dos laços bilaterais, noticiaram ontem os meios de comunicação estatais. Xi Jinping enviou esta mensagem através de uma carta em resposta às anteriores felicitações de Kim Jong-un, pela sua recente reeleição como presidente da China, segundo a agência estatal norte-coreana KCNA.

O líder chinês “atribui grande importância às relações entre os dois partidos e os dois países, e manifestou o seu desejo de acelerar o desenvolvimento da causa socialista de ambos os países e de promover a paz regional, a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade, através de um reforço da orientação estratégica das relações bilaterais”, de acordo com a KCNA.

A mensagem do líder chinês foi transmitida pelo novo embaixador de Pequim na Coreia do Norte, Wang Yajun, que apresentou as suas credenciais esta semana. Wang Yajun tornou-se o primeiro diplomata a assumir o cargo naquele país isolado, desde que o regime impôs um rigoroso encerramento da fronteira em março de 2020 devido à pandemia. Especialistas acreditam que Pyongyang permitiu a entrada de Wang Yajun em situação excepcional, por Pequim ser o seu principal parceiro comercial e estratégico.

11 Abr 2023

Coreia do Norte | Parceiros de Alvin Chau acusados de ajudar a contornar sanções

As sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas relativas à venda de petróleo à Coreia do Norte foram aprovadas em 2017, com o voto da China. As acusações são negadas pelos visados

Os empresários Sun Tit Fan, e Gary To Ka Hin, com ligações a Macau e a Alvin Chau, estão a ser associados a uma esquema de venda de petróleo à Coreia do Norte. Segundo informação noticiada pelo Financial Times (FT), em parceria com o think thank britânico Royal United Services Institute (RUSI), os empresários estão implicados num esquema que terá permitido à Coreia do Norte contornar as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas

Em 2017, a Coreia do Norte fez o lançamento inaugural de um míssil de tipo Hwasong-15, o primeiro projéctil norte-coreano com capacidade para atingir os Estados Unidos. Na sequência do teste, o Conselho de Segurança da ONU, numa decisão que contou com o voto a favor da China, decidiu impor sanções ao país asiático. Por isso, desde 2018 que os Estados-Membros da ONU estão impedidos no seu conjunto de fornecer mais de 500 mil barris de petróleo refinado a cada 12 meses à Coreia do Norte.

No entanto, desde 2019 que um petroleiro com o nome “Unica” fez pelo menos 23 viagens para a Zona Económica Exclusiva norte-coreana, onde foi fotografado, através de imagens por satélite, preso e a trocar carga com um petroleiro coreano. Este petroleiro, por sua vez, atracou depois no porto de Nampo, um dos principais centros de distribuição de petróleo da Coreia do Norte.

De acordo com os cálculos do RUSI, o Unica tem uma capacidade de transporte de 489.166 barris de petróleo. Assumindo que o petroleiro viajou sempre com a capacidade máxima, numa única viagem a quota imposta pelas sanções ficou cumprida a 98 por cento, sendo ultrapassada na viagem seguinte.

Ligações a Macau

É através do petroleiro Unica que se identificam as ligações com Macau. Segundo o FT, o petroleiro é propriedade da empresa Prospera Pacific International, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e que tem como accionistas várias outras empresas. Ainda assim, Gary To Ka Hin aparece identificado como um dos accionistas reais da empresa, apesar de ter afirmado à publicação ter vendido a sua participação em 2020.

Gary To é um empresário de Hong Kong, envolvido no comércio de petróleo, e, de acordo com o FT, que cita as informações da polícia australiana, está ligado à tríade 14 quilates. Esta é uma associação criminosa à qual Alvin Chau também tem sido ligado, pelas autoridades australianas, e onde seria um protegido Wan Kuok Koi. Ao FT, um representante de Gary To recusou as ligações à 14k, enquanto os representantes de Alvin Chau não responderam aos contactos.

Gary To e Alvin Chau estão ainda ligados por um negócio de ouro. Em causa está uma empresa de venda de ouro que pertencia ao grupo Suncity, e que ainda antes deste cair em desgraça, foi vendida a Gary To. O empresário confirma o negócio, mas recusa a ligação, dizendo que apenas se encontrou “uma ou duas vezes” com Alvin Chau. To deixou ainda o desejo que “o seu nome e a sua empresa” nunca mais seja “ligado à Suncity ou a Alvin Chau”.

E quem paga?

A investigação do FT não revela quem fez os pagamentos pelo petróleo carregado no Unica. Segundo o modus operandi apresentado, o Unica deixava Taiwan vazio e parava junto à costa da China, onde era carregado com barris de petróleo.

Contudo, o FT apresenta Sun Tit Fan, ex-parceiro de negócios de Alvin Chau na empresa Suncity International Automobile Company, como o agente facilitador. Sun é empresário em Macau e alegadamente sobrinho do norte-coreano Suen Chuen Pan, falecido em 2008. Suen veio para Macau na década de 1950, e várias fontes, entre as quais dissidentes coreanos, indicaram à publicação que sempre trabalhou como agente da Coreia do Norte, quando abriu vários negócios e comprou imóveis em Macau e Hong Kong. Por sua vez, um familiar anónimo de Sun Tit Fan, terá confirmado a ligação de sangue com Suen. Porém, a esposa de Sun nega o parentesco.

Sun e Suen surgem ainda nos registos de Hong Kong como proprietários de duas empresas que entre 2007 e 2017 fizeram mais de 90 transacções de compra de óleo em Hong Kong, através da empresa DCB Finance, uma subsidiária do banco norte-coreano Daedong Credit.

Sun Tit Fan tem ainda como parceiro de negócios Son Kon Hwa, através da empresa Shengang Trade & Investment, que tem sede em Hong Kong. No passado, Son Kon Hwa, cidadão norte-coreano, foi acusado pelas autoridades americanas de colaborar com o exército do país, através de diferentes negócios.

Esquema Negado

O FT falou com a esposa de Sun Tit Fan, Si San San que confirmou que o seu marido fez vários negócios com a Coreia do Norte. No entanto, Si recusou que o casal tenha violado qualquer sanção, porque os negócios apenas focaram alguns materiais de construção como “berbequins e outras ferramentas”.

Si San San negou ainda que Sun fosse neto de Suen Chuen Pan, ou membro de qualquer tríade, da 14k ou da Gasosa. “Em Macau sempre acusaram o meu marido de fazer parte da 14 quilates, e diziam que também tinha ligações à Gasosa”, reconheceu. Porém afirmou que estas alegações: “não fazem qualquer sentido”.

Tanto o Governo Central como o Executivo de Hong Kong responderam aos contactos da FT e garantiram um compromisso com as sanções impostas e a fiscalização. O Governo de Macau não respondeu aos contactos da publicação.

3 Abr 2023

Pyongyang | Kim Jong-Un dirigiu simulação de contra-ataque nuclear

O líder norte-coreano Kim Jong-Un dirigiu durante dois dias exercícios militares “simulando um contra-ataque nuclear” e envolvendo um lançamento de míssil balístico equipado com uma “ogiva nuclear falsa”.

A informação foi avançada domingo pela agência estatal da Coreia do Norte, KCNA, recebida em Seul.
Kim Jong-Un afirmou-se satisfeito depois dos exercícios do fim de semana, segundo a KCNA.

Foi a quarta demonstração de força de Pyongyang numa semana, ao mesmo tempo que Seul e Washington conduzem os maiores exercícios militares conjuntos em cinco anos.

A Coreia do Norte considera todos os exercícios do género como ensaios para uma invasão do seu território e tem advertido repetidamente que responderá de forma “esmagadora”. “O míssil foi equipado com uma ogiva que simulava uma ogiva nuclear”, disse a KCNA.

Na quinta-feira, Pyongyang disparou um míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-17, o mais poderoso do seu arsenal, na presença do líder Kim Jong-Un e da filha, pouco antes de uma visita ao Japão do Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol.

Este foi o segundo teste ICBM de Pyongyang este ano, que a KCNA descreveu na altura como uma resposta aos exercícios militares “frenéticos” da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

21 Mar 2023

Pyongyang dispara míssil intercontinental em direção ao mar sul-coreano – Seul

A Coreia do Norte disparou hoje um míssil intercontinental em direção a águas da Coreia do Sul, antes do Presidente sul-coreano chegar ao Japão para uma cimeira com o homólogo nipónico, disseram Seul e Tóquio.

O míssil percorreu cerca de mil quilómetros, a altitude máxima de seis mil quilómetros, durante 70 minutos, de acordo com avaliações sul-coreanas e japonesas.

Estes pormenores são idênticos ao do lançamento, efetuado em fevereiro, de outro míssil balístico intercontinental, sobre o qual especialistas consideraram ter demonstrado alcance para atingir o interior dos Estados Unidos.

O míssil caiu nas águas entre a península coreana e o Japão, depois de ser lançado numa trajetória íngreme, aparentemente para evitar os países vizinhos. O Japão disse que o míssil caiu fora da zona económica exclusiva e não houve relatos de danos a navios ou aeronaves.

O lançamento ocorreu quando estão a decorrer manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que Pyongyang vê como um ensaio para uma invasão.

Os exercícios começaram na segunda-feira e prevê-se que decorram até 23 de março, incluindo simulações computorizadas e exercícios no terreno com fogo real.

Pyongyang já tinha efetuado dois testes esta semana, disparando mísseis de cruzeiro de um submarino e também mísseis balísticos de curto alcance, lançados a partir do território norte-coreano para um alvo no mar oriental.

Os testes de armamento eram esperados, uma vez que, na semana passada, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenara aos militares para estarem prontos para repelir aquilo a que chamou “frenéticos exercícios de preparação para a guerra” dos adversários do país.

No ano passado, Pyongyang testou mais de 70 mísseis, incluindo alguns com capacidade nuclear para atingir a Coreia do Sul, o Japão e a parte continental dos Estados Unidos, afirmando que muitos desses testes foram avisos, na sequência de anteriores manobras militares conjuntas norte-americanas e sul-coreanas.

Antes de partir para Tóquio, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse: “Haverá um óbvio preço a pagar pelas provocações imprudentes da Coreia do Norte”.

A cimeira entre Yoon e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, destina-se a reparar as relações entre os dois países e a consolidar uma cooperação trilateral em matéria de segurança com os Estados Unidos, para combater as ameaças norte-coreanas.

Em dezembro, o Governo de Kishida adotou uma nova estratégia de segurança em dezembro, ao abrigo da qual pretende adquirir armamento de ataque preventivo e mísseis de cruzeiro para enfrentar as crescentes ameaças da Coreia do Norte, da China e da Rússia.

16 Mar 2023

Pyongyang | Irmã de Kim Jong-un avisa Washington e Seul para resposta esmagadora

A irmã do líder da Coreia do Norte avisou ontem que o país está pronto para tomar “medidas rápidas e esmagadoras” contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul. A reacção de Kim Yo-jong surgiu depois de um avião norte-americano com capacidade nuclear ter sobrevoado na segunda-feira a península da Coreia, no âmbito de um exercício conjunto com aeronaves de guerra sul-coreanos.

Kim Yo-jong não descreveu quais as acções planeadas, mas a Coreia do Norte tem vindo a testar frequentemente mísseis em resposta aos exercícios militares de Washington e Seul, os quais interpreta como um ensaio para preparar uma invasão.

“Estamos atentos aos movimentos militares das forças dos EUA e dos militares fantoches sul-coreanos e estamos sempre em alerta para tomar medidas apropriadas, rápidas e esmagadoras em qualquer altura, de acordo com a nossa análise”, disse Kim Yo-jong, num comunicado citado pelos meios de comunicação estatais.

“Os movimentos militares e todo o tipo de retórica por parte dos EUA e da Coreia do Sul, que são tão frenéticos a ponto de não serem ignorados, proporcionam sem dúvida [à Coreia do Norte] condições para ser forçada a fazer algo para os enfrentar”, acrescentou.

A Coreia do Sul disse que estes exercícios demonstraram a capacidade dos aliados para dar uma resposta decisiva a potenciais agressões norte-coreanas. Num outro comunicado, também divulgado ontem, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte classificou a acção com o bombardeiro B-52 dos EUA uma provocação imprudente que empurra a situação na península “para o pântano sem fundo”. Na mesma nota, as autoridades norte-coreanas sublinharam não existirem “garantias de que não haverá um conflito físico violento” se as provocações militares dos EUA e da Coreia do Sul continuarem.

8 Mar 2023

Coreia do Norte faz rara reunião sobre agricultura com país à beira da fome

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, deu início a uma rara reunião política para melhorar o setor agrícola, avançou hoje a imprensa estatal, numa altura em que observadores sugerem que o país está à beira da fome.

Na reunião plenária maior, que começou no domingo, o Comité Central do Partido dos Trabalhadores reviu os trabalhos do ano passado para concretizar a “revolução rural na nova era”, referiu a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em inglês).

A KCNA disse que a reunião do Comité Central do partido único norte-coreano irá identificar tarefas “imediatas e importantes” sobre questões agrícolas e “tarefas urgentes decorrentes do atual situação do desenvolvimento económico nacional”.

Além de ser raro a Coreia do Norte convocar uma reunião plenária sobre um único tópico, esta foi a primeira reunião a dedicar-se à agricultura.

Especialistas sul-coreanos estimam que a Coreia do Norte tem menos cerca de 1 milhão de toneladas de cereais do que o necessário para alimentar a população, o que representa 20% das necessidades alimentares anual.

A Administração para o Desenvolvimento Rural da Coreia do Sul estimou em dezembro que no ano passado o Norte produziu 4,5 milhões de toneladas de cereais, menos 3,8% em comparação com 2021.

Pyongyang precisa todos os anos de cerca de 5,5 milhões de toneladas de cereais para alimentar uma população de 25 milhões de habitantes, que sofre de desnutrição crónica.

Nos últimos anos, metade da lacuna era geralmente preenchida com compras não oficiais de arroz vindo da China, de acordo com Kwon Tae-jin, economista sénior do Instituto GS&J, na Coreia do Sul.

A emergência da pandemia da covid-19 forçou Pyongyang a proteger o sistema de saúde com controlos fronteiriços rigorosos que estrangularam o comércio com a China, o principal aliado económico do país.

Kwon Tae-jin adiantou que as restrições prejudicaram as compras não oficiais de arroz da China e que os esforços das autoridades norte-coreanas para apertar os controlos e restringir a revenda privada de cereais também fizeram piorar a situação.

A Coreia do Norte foi ainda atingida por tufões e inundações devastadoras em 2020, que dizimaram as colheitas.

A invasão russa da Ucrânia terá agravado a situação ao fazer subir os preços globais dos alimentos, energia e fertilizantes, dos quais a produção agrícola da Coreia do Norte está fortemente dependente.

O Ministério da Unificação sul-coreano, encarregado das relações com o Norte, alegou na semana passada, sem divulgar dados específicos, que a situação alimentar no país vizinho estava a piorar e mencionou mortes por fome em algumas regiões.

“Acreditamos que a escassez de alimentos é grave”, disse o porta-voz do ministério, Koo Byoung-sam, acrescentando que Pyongyang terá pedido a ajuda do Programa Alimentar Mundial.

Num estudo publicado no mês passado no ‘site’ 38 North, focado na Coreia do Norte, o analista Lucas Rengifo-Keller afirmou que a insegurança alimentar no país estava no pior ponto desde a fome que matou centenas de milhares de pessoas nos anos 90.

27 Fev 2023

Pyongyang acusa António Guterres de atitude injusta ao condenar teste de mísseis

A Coreia do Norte acusou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de ter “atitude extremamente injusta e desequilibrada” ao condenar o recente teste com mísseis, “ignorando a hostilidade norte-americana” contra Pyongyang.

Após o teste de mísseis balísticos (ICBM) da Coreia do Norte, no sábado, Guterres condenou “veementemente” o ensaio e reiterou o apelou para que Pyongyang desistisse imediatamente de fazer mais provocações.

Na mesma declaração, o secretário-geral da ONU instou a Coreia do Norte a retomar as conversações sobre a desnuclearização da Península da Coreia.

“Sendo mais deplorável, o secretário-geral das Nações Unidas faz uma série de observações que não são lógicas e que são parecidas às dos funcionários do Departamento de Estado norte-americano”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Kim Son Gyong, em depoimentos publicados na imprensa oficial norte-coreana.

Kim Son Gyong disse que o ensaio foi uma resposta “à ameaça” representada pelos Estados Unidos por terem sido destacados bombardeiros de longo alcance usados nos exercícios conjuntos com a Coreia do Sul, no início do ano.

O teste foi também um “aviso” face à convocação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Coreia do Norte. A Coreia do Norte encarou os exercícios conjuntos como treinos para uma invasão, demonstrando “preocupação” pelo uso dos bombardeiros norte-americanos B-1B.

“O secretário-geral da ONU deveria entender de forma clara, assim como deveria compreender que a posição que tomou é preconceituosa em relação à situação da Península da Crimeia assim como está a agir de forma a incitar atos hostis dos Estados Unidos”, contra a Coreia do Norte. afirmou.

Em novembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son Hui, disse que Guterres “é um fantoche dos Estados Unidos” por ter condenado testes com mísseis de Pyongyang.

22 Fev 2023

Seul e Washigton respondem a Pyongyang com manobras aéreas com bombardeiros

Os exércitos sul-coreano e norte-americano responderam ontem ao lançamento de um míssil por Pyongyang no sábado com manobras aéreas envolvendo mais de um bombardeiro, informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS).

O comunicado emitido pelo JCS não especificou o número exacto de bombardeiros estratégicos B-1 do Pentágono, mas com esta acção os aliados procuram dar uma resposta rotunda à Coreia do Norte, uma vez que Washington muitas vezes utiliza apenas um bombardeiro deste tipo na península quando pretende emitir um aviso ao regime de Kim Jong-un.

Em 2017, no auge da escalada de tensões entre a Coreia do Norte e o antigo Presidente dos EUA Donald Trump, o Pentágono enviou dois aviões, tal como fez no início de Novembro passado, depois de Pyongyang ter disparado mais de 30 mísseis em três dias.

O Exército norte-coreano realizou no sábado um “lançamento repentino” do míssil e que disparou de um ângulo muito pronunciado, segundo a agência oficial KCNA, que indicou que o míssil balístico intercontinental (ICBM) foi um Hwasong-15, o míssil com segundo maior alcance potencial do seu arsenal e que utilizou pela primeira vez em 2017.

O ensaio, que ocorreu às 17:22 de sábado (hora local), “foi organizado de forma repentina sem aviso prévio”, com base “numa ordem de emergência emitida na madrugada de 18 de Fevereiro”.

Segundo a KCNA, o projéctil percorreu 989 quilómetros durante 1.015 segundos (uma hora e seis minutos) e alcançou um apogeu de 5.768,5 quilómetros, dados que coincidem com as revelações no sábado dos exércitos sul-coreano e japonês.

A Coreia do Norte apenas tinha testado o Hwasong-15 uma vez, em Novembro de 2017 e em plena escalada de ameaças verbais entre Pyongyang e Donald Trump.

O texto da agência noticiosa norte-coreana também argumenta que “as ameaças militares”da Coreia do Sul e dos EUA “estão a ficar muito sérias, ao ponto de não poderem ser ignoradas”.

Ameaças de Primavera

Na sexta-feira, Pyongyang ameaçou com uma resposta “sem precedentes” às manobras militares anuais de Primavera que Seul e Washington começaram a preparar para Março, e que o regime qualificou de “preparativos para uma guerra de agressão”.

Em 2022, a Coreia do Norte realizou um número recorde de lançamento de mísseis, cerca de meia centena, em muitos casos em resposta a manobras conjuntas dos dois aliados e ao reforço da presença estratégica dos EUA na península.

20 Fev 2023

Seul estima que Pyongyang tenha plutónio para mais de uma dúzia de bombas

O exército sul-coreano estima que a Coreia do Norte tenha cerca de 70 quilos de plutónio, suficiente para fabricar mais de 10 bombas atómicas, segundo o Livro Branco da Defesa publicado hoje em Seul. O cálculo é superior aos 50 quilos de plutónio estimados pelas autoridades de defesa do país, na edição anterior do livro.

No Livro Branco da Defesa, publicado a cada dois anos, é também referido, sem mais detalhes, que o ‘stock’ de urânio altamente enriquecido é “considerável”. Na análise é destacado o progresso do regime norte-coreano no desenvolvimento de mísseis balísticos de combustível sólido de longo alcance.

Atualmente, Pyongyang opera apenas três mísseis de combustível sólido de médio alcance (cerca de 2.000 quilómetros de alcance), dois deles para submarinos (SLBM).

No seu plano de modernização de armas aprovado em 2021, o regime propôs-se desenvolver um míssil balístico intercontinental de combustível sólido (ICBM), que torna muito mais fácil e seguro armazenar e disparar um projétil.

No desfile com que a Coreia do Norte comemorou o 75.º aniversário do seu exército em 08 de fevereiro, o regime apresentou precisamente um novo suposto ICBM a combustível sólido, embora ainda não o tenha testado.

No Livro Branco da Defesa Seul volta a referir-se ao país vizinho como “inimigo”, algo que não acontecia há seis anos.

“Como o Norte nos definiu como ‘inimigo indubitável’ na reunião plenária do Comité Central do partido em dezembro de 2022 e continua a representar uma ameaça militar sem desistir do seu programa nuclear, o regime e os militares norte-coreanos são nossos inimigos”, pode ler-se no documento.

As relações entre Seul e Pyongyang pioraram dramaticamente nos últimos dois anos, especialmente depois de o conservador Yoon Suk-yeol ter chegado ao poder em maio de 2022.

No ano passado, o regime da Coreia do Norte realizou cerca de 50 lançamentos de mísseis, um número recorde, em muitos casos em resposta a manobras militares do Sul e dos EUA e ao posicionamento de meios estratégicos do Pentágono na península coreana.

17 Fev 2023

Covid-19 | Coreia do Norte ordena confinamento em Pyongyang por cinco dias

As autoridades norte-coreanas ordenaram um confinamento de cinco dias a partir de hoje em Pyongyang, após o aumento das infeções de uma doença respiratória não especificada, divulgou hoje o meio de comunicação especializado NK News.

A decisão determinou que os cidadãos devem permanecer nas suas casas até ao próximo domingo e ainda enviar às autoridades a temperatura corporal várias vezes ao dia, de acordo com o NK News, que teve acesso à comunicação oficial do Governo norte-coreano.

As autoridades norte-coreanas indicaram que tais medidas foram tomadas devido ao “aumento” de casos de doenças respiratórias, como o resfriado comum, embora não tenham mencionado a covid-19.

No momento, não se sabe se há outras áreas do país sujeitas ao confinamento, que é semelhante a outro que ocorreu em maio de 2022, quando o regime reconheceu a propagação do SARS-CoV-2 no país.

A Coreia do Norte anunciou em agosto passado que havia erradicado completamente o vírus do seu território, uma afirmação que foi colocada em dúvida por muitos especialistas devido às condições do sistema de saúde do país e pela falta de vacinas e testes, entre outros fatores.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou a “vitória” sobre a covid-19 e ordenou o levantamento das medidas de restrição mais graves, apenas três meses depois de o país ter detetado oficialmente o seu primeiro caso do novo coronavírus.

O regime disse que, naquele período, cerca de 4,7 milhões de pessoas – ou 20% da população do país – tiveram a doença e que mais de 20 morreram, dados que não se encaixam na evolução da pandemia em outros países e que leva os especialistas a pensar que muitos dos casos contabilizados como suspeitos poderiam ser de febre tifoide.

Da mesma forma, na segunda-feira, a televisão estatal norte-coreana transmitiu um documentário exaltando a forma como foi tratada a covid-19 no país, um “evento sem precedentes” que levou o país a um encerramento total das suas fronteiras.

25 Jan 2023

Líder da Coreia do Norte quer reforçar capacidade de autodefesa do país

O líder da Coreia do Norte apresentou novos objetivos militares aos funcionários do Partido dos Trabalhadores, no poder, noticiou hoje a agência oficial estatal KCNA, sugerindo que os testes de armas vão continuar no próximo ano.

Kim Jong-un “estabeleceu novos objetivos essenciais para reforçar a capacidade de autodefesa, que serão implementados em 2023”, avançou a KCNA, sem dar pormenores.

O líder norte-coreano preside atualmente a uma reunião anual do partido, em Pyongyang, onde também outros líderes do partidários apresentam objetivos políticos para 2023 em áreas essenciais como diplomacia, segurança e economia.

No seu relatório, Kim “analisou e avaliou a nova situação difícil que surgiu na península coreana”, em que sublinhou “a direção da luta contra o inimigo” à qual o “deve aderir”, disse a KCNA, numa aparente referência à recente escalada de tensões entre as duas Coreias.

A Coreia do Norte, com armas nucleares, conduziu este ano uma série recorde de testes de armas, incluindo lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), continuando a desafiar as sanções da ONU.

Na segunda-feira, os militares sul-coreanos anunciaram também que tinham destacado caças e helicópteros de combate depois de cinco ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados] norte-coreanos terem entrado em território do Sul, um dos quais atingiu o espaço aéreo perto de Seul.

Geralmente, as reuniões plenárias de fim de ano da Coreia do Norte permitem conhecer as prioridades do regime, a nível interno e externo. Analistas disseram esperar pormenores sobre a reunião no final desta semana.

28 Dez 2022

Coreia do Norte responde com lançamento de mísseis a exercícios fronteiriços dos EUA

Os EUA organizaram vários exercícios militares de grande escala com os seus aliados Coreia do Sul e Japão, e com mais novas armas e porta-aviões envolvidos, junto à fronteira com a Coreia do Norte, o que levou este país a responder com testes que incluiram o lançamento de mísseis. No final de Outubro, os EUA e a Coreia do Sul realizaram um dos seus maiores exercícios aéreos militares conjuntos, com centenas de aviões de guerra de ambos os lados a encenar ataques simulados 24 horas por dia durante uma semana, informou a Reuters. Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte emitiu uma declaração sobre o KCNA exigindo a suspensão dos exercícios, e afirmou: “A situação na Península Coreana e nas suas proximidades entrou novamente numa grave fase de confronto pelo poder, devido aos incessantes e imprudentes movimentos militares dos EUA e da Coreia do Sul”.

De acordo com informações divulgadas pela Coreia do Norte, o lançamento do teste na sexta-feira foi bem sucedido, e a Coreia do Norte também quis “aumentar a sua confiança interna e mostrar aos EUA que tem a capacidade de atingir o seu território”. Observadores chineses advertiram todas as partes para que tivessem contenção para evitar uma nova escalada e resolver a questão da Península Coreana através de negociações políticas.

“Uma Península pacífica e estável e evitar a deterioração e a escalada da situação é do interesse comum de toda a comunidade internacional. Esperamos que todas as partes permaneçam empenhadas em procurar uma solução política, e abordem as preocupações umas das outras de forma equilibrada através de um diálogo significativo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning numa conferência de imprensa na sexta-feira, observando que a China está a acompanhar os desenvolvimentos na Península Coreana.
Entretanto, os Estados Unidos da América (EUA) pediram hoje uma reforma urgente do Conselho de Segurança da ONU para que este órgão possa responder de forma “unida” aos lançamentos de mísseis balísticos “desestabilizadores” por parte da Coreia do Norte. Numa reunião do Conselho de Segurança, a embaixadora dos EUA junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que por “63 vezes este ano a Coreia do Norte violou de forma flagrante as resoluções” daquele órgão e “demonstrou total desrespeito pela segurança da região”.
“Quantos mísseis mais devem ser lançados antes de respondermos como um Conselho unificado?”, questionou a representante diplomática, acusando o regime de Pyongyang de agir com impunidade e sem medo de uma resposta ou represália do Conselho de Segurança, órgão máximo da ONU devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo.
“Esta é a décima vez que nos reunimos sem ações significativas. A razão é simples: dois membros do Conselho com poder de veto estão a capacitar e a encorajar a Coreia do Norte”, frisou Thomas-Greenfield.
A diplomata norte-americana referia-se assim ao poder de veto da Rússia e da China – dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e aliados da Coreia do Norte -, que impediu várias resoluções condenatórias nos últimos tempos. A Rússia e a China, de acordo com a embaixadora norte-americana, permitiram que o regime norte-coreano realizasse, na passada sexta-feira, um teste de um míssil balístico de alcance intercontinental. Para Linda Thomas-Greenfield, tal ação colocou em risco a vida de civis japoneses e aumentou desnecessariamente as tensões na região.
“Tenho mantido reuniões com os Estados-membros da ONU para ouvir as suas ideias sobre a reforma do Conselho de Segurança. E deixem-me dizer, quando eles falam sobre abuso do veto, eles estão a falar de casos exatamente como este”, referiu. Na passada sexta-feira, a Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental, que caiu no mar, em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão. O míssil lançado pelo regime de Pyongyang tinha alcance suficiente para chegar ao território continental dos EUA.

22 Nov 2022

Coreia do Norte lamenta “atitude deplorável” de Guterres sobre lançamento de míssil

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte criticou hoje a “atitude deplorável” do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao condenar o recente lançamento intercontinental de mísseis balísticos por Pyongyang, informou a agência noticiosa estatal KCNA.

“Lamento profundamente que o secretário-geral da ONU tenha tido uma atitude verdadeiramente deplorável, ignorando a finalidade e os princípios da Carta das Nações Unidas e a sua própria missão de manter a imparcialidade, objetividade e justiça em todos os assuntos”, afirmou a chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son Hui, acusando António Guterres de ser “um fantoche dos EUA”.

Choe Son Hui recordou que Pyongyang pediu “recentemente ao secretário-geral da ONU para examinar a questão da península coreana com imparcialidade e objetividade”, destacando a política de “autodefesa” da Coreia do Norte, “num ambiente de segurança preocupante na região, devido à perigosa cooperação militar entre os Estados Unidos e as suas forças vassalas”.

“No entanto, o secretário-geral da ONU culpou a Coreia do Norte e não os Estados Unidos”, afirmou a ministra.

A Coreia do Norte lançou na sexta-feira um míssil balístico intercontinental que caiu na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, ao largo da ilha de Hokkaido, no norte, de acordo com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, que considerou o lançamento “absolutamente inaceitável”.

O secretário-geral das Nações Unidas apelou no mesmo dia para que a Coreia do Norte “se abstenha imediatamente” de qualquer outra “provocação”, em reação ao lançamento, reiterando o apelo a Pyongyang para regressar à mesa de negociações.

Também os Estados Unidos reagiram na sexta-feira, anunciando que iriam convocar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e manifestando a intenção de pedir à China, aliada do regime norte-coreano, que ajude a refrear Pyongyang, usando a sua influência.

O Conselho de Segurança da ONU anunciou no sábado que se reunirá esta segunda-feira para discutir a situação.

Em resposta ao lançamento do míssil balístico intercontinental norte-coreano, militares sul-coreanos e norte-americanos responderam com testes de bombas guiadas a partir de caças F-35 e realizaram outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Leste, duas operações que simulam ataques preventivos, mas também operações punitivas contra os norte-coreanos, numa mensagem a Pyongyang.

O lançamento norte-coreano foi realizado a partir da zona de Sunan, onde se situa o aeroporto internacional de Pyongyang, local escolhido pelo regime para lançar também outros mísseis balísticos intercontinentais em fevereiro, março e no passado dia 03, embora dois destes lançamentos tenham sido mal sucedidos.

O lançamento soma-se a 30 projéteis – número recorde – que Pyongyang disparou no início de novembro em resposta a manobras aéreas de Seul e Washington, incluindo um primeiro míssil desse tipo, lançado em 03 de novembro, que aparentemente falhou e caiu prematuramente nas águas do mar do Japão.

A tensão na península atinge atualmente níveis sem precedentes devido aos testes de armamento pela Coreia do Norte, às manobras dos aliados e à possibilidade de, segundo provas recolhidas por satélites, o regime de Kim Jong-un estar preparado para realizar um primeiro teste nuclear desde 2017.

O Presidente norte-coreano assegurou na sexta-feira que utilizará a bomba atómica em caso de um ataque nuclear contra o seu país.

Pyongyang “responderá resolutamente às armas nucleares com armas nucleares e ao confronto total com confronto total”, destacou o chefe de Estado, citado pela KCNA, em declarações durante a supervisão do lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-17 (ICBM), tendo pedido a “aceleração da dissuasão nuclear” perante a “situação perigosa” na península.

O “novo míssil balístico intercontinental Hwasong-17”, definido como um “marco crucial no fortalecimento das forças nucleares”, voou 999,2 quilómetros antes de cair nas águas do Mar do Japão, segundo a KCNA.

21 Nov 2022

Coreia do Norte e Coreia do Sul trocam tiros de aviso na fronteira marítima

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul trocaram hoje tiros de advertência e acusações de violação da fronteira marítima, num novo episódio num contexto de crescente tensão nas últimas semanas.

Numa primeira momento, um navio mercante norte-coreano ultrapassou esta madrugada a fronteira marítima perto da ilha de Baengnyeong, recuando depois de a marinha sul-coreana ter disparado tiros de aviso, disse Seul.

“As contínuas provocações e reivindicações imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional”, disseram os Chefes de Estado-Maior Conjunto, exortando Pyongyang a acabar com essas ações.

Pelo seu lado, os militares de Pyongyang disseram que um navio militar sul-coreano violou a fronteira minutos depois e que o exército norte-coreano (KPA) disparou dez tiros de aviso, a partir da costa ocidental.

“As unidades de defesa da costa ocidental da KPA tomaram uma contramedida inicial para repelir poderosamente o navio de guerra inimigo”, disse um porta-voz em comunicado.

“Mais uma vez emitimos um aviso severo aos inimigos, na sequência das provocações marítimas, além do fogo de artilharia e da transmissão de mensagens transfronteiriças através de altifalantes”, acrescentou.

A “zona tampão” marítima foi estabelecida num acordo de 2018, concebido para evitar tensões entre os dois países.

Mas estas intensificaram-se nas últimas semanas, com Pyongyang a efetuar vários lançamentos de mísseis e disparos de artilharia nas águas das costas leste e oeste, visando esta fronteira, o que é considerado como uma provocação pela Coreia do Sul e pelo Japão.

A Coreia do Norte também aumentou recentemente os testes de armas descritos como ataques “nucleares táticos” simulados contra alvos na Coreia do Sul.

Seul e Washington disseram esperar que Pyongyang, que acredita estar ameaçada pelas manobras militares norte-americanas, sul-coreanas e japonesas na região, retome em breve os testes nucleares. As tensões têm vindo a aumentar na península coreana desde o início do ano.

No mês passado, a Coreia do Norte também declarou o seu estatuto nuclear “irreversível”, fechando definitivamente a porta às negociações de desarmamento, e avisou que avançaria para ataques preventivos se fosse ameaçada.

A troca de tiros de advertência acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado-adjunta dos EUA, Wendy Sherman, viaja para o Japão para conversações tripartidas com os aliados de Washington, Tóquio e Seul, numa demonstração de unidade após as ações da Coreia do Norte.

24 Out 2022

Coreia do Norte dispara artilharia na fronteira com o Sul pelo segundo dia consecutivo

A Coreia do Norte disparou hoje, pelo segundo dia consecutivo, projéteis de artilharia na fronteira marítima com a Coreia do Sul, que iniciou na segunda-feira exercícios militares anuais, com a participação de forças norte-americanas.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul avançou, em comunicado, que o regime de Pyongyang disparou cerca de 100 projéteis na costa oeste, por volta das 12:30 (04:30 em Lisboa), que caíram no mar.

O Estado-Maior Conjunto voltou a insistir que este disparo de artilharia é “uma clara violação” de um acordo militar de 2018, no qual os dois países prometeram evitar manobras ou exercícios com fogo real em águas próximas às fronteiras marítimas.

Na terça-feira, a Coreia do Norte tinha disparado cerca de 100 projéteis na costa oeste e 150 na costa leste. Sobre este últimos disparos, Pyongyang disse tratar-se de um “sério alerta” e de uma resposta aos exercícios militares anuais que Seul iniciou.

Os militares norte-coreanos acrescentaram, num comunicado divulgado horas depois dos disparos, terem ordenado às unidades no leste e oeste do país que disparassem “tiros ameaçadores e de advertência” em direção ao mar.

Um porta-voz do Estado-Maior da Coreia do Norte indicou que o objetivo foi servir como “uma poderosa contramedida militar” a exercícios militares do Sul junto à fronteira leste, considerados “uma provocação” por Pyongyang.

“A situação na península coreana está a piorar devido às repetidas provocações militares dos inimigos na área avançada”, sublinhou o comunicado norte-coreano. “Os inimigos devem parar imediatamente as provocações imprudentes e incitadoras que aumentam a tensão militar”, acrescentou o porta-voz militar norte-coreano.

Esta é a segunda vez que a Coreia do Norte dispara projéteis nas zonas de fronteira desde sexta-feira, quando disparou centenas de projéteis, em violação direta do acordo de 2018.

Na segunda-feira, as forças militares da Coreia do Sul iniciaram exercícios de campo, de 12 dias, para aprimorar as capacidades operacionais de resposta a vários tipos de provocações norte-coreanas, com a participação de forças norte-americanas.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

19 Out 2022

Seul | Partido no poder admite anular acordo de 2018 com Pyongyang

Face à possível realização de mais um teste nuclear pela Coreia do Norte, o Partido do Poder Popular ameaça rasgar o acordo assinado há quatro anos que visava pôr termo às hostilidades entre as duas Coreias

 

O partido no poder na Coreia do Sul ameaçou na passada sexta-feira anular o pacto sobre o fim das hostilidades alcançado em 2018 com Pyongyang se a Coreia do Norte realizar um novo teste nuclear. A Coreia do Norte disparou durante a madrugada de sexta-feira um novo míssil balístico de curto alcance.

Tratou-se do nono lançamento em 20 dias sendo que foi acompanhado de manobras aéreas e de artilharia junto da fronteira com a Coreia do Sul que realizou exercícios com fogo real na quinta-feira.

Os disparos de artilharia (junto da fronteira) ocorrem após “contínuas provocações durante as últimas três semanas” e constituem “uma clara violação do acordo militar de 19 de Setembro (2018)”, disse Yang Kum-hee, o porta-voz do Partido do Poder Popular (PPP) no governo na Coreia do Sul.

O acordo de 19 de Setembro, como é conhecida a declaração conjunta assinada em 2018 após a cimeira entre o chefe de Estado da Coreia do Sul e o líder da Coreia do Norte, pretendia atenuar as actividades militares hostis entre os dois países.

“Se a Coreia do Norte levar a cabo mais um teste nuclear devemos considerar seriamente renunciar à declaração conjunta sobre a desnuclearização da península e ao acordo de 19 de Setembro”, disse Yang Kum-hee.

Primeiras sanções

Os serviços de informações da Coreia do Sul e dos Estados Unidos mantêm que o regime de Pyongyang está preparado para realizar um teste atómico, pela primeira vez desde 2017. O porta-voz do PPP responsabilizou as políticas de proximidade levadas a cabo pelo anterior governo da Coreia do Sul, assim como se referiu ao que considerou “falso espectáculo de paz” como razões que intensificaram as provocações de Pyongyang tendo urgindo a Coreia do Norte a parar com as “hostilidades”.

Em resposta aos disparos das últimas semanas, entre os quais um míssil balístico que sobrevoou território japonês, Seul adoptou esta sexta-feira as primeiras medidas unilaterais contra Pyongyang, dos últimos cinco anos.

As restrições afectam 15 personalidades e 16 instituições da Coreia do Norte vinculadas ao programa de desenvolvimento bélico do país, assim como afecta o comércio de materiais que pode ser potencialmente utilizado na fabricação de armas.

O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, admitiu pedir aos Estados Unidos o aumento do dispositivo militar norte-americano na região perante a escalada das tensões e dos indícios de um novo teste nuclear norte-coreano.

Ameaça constante

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul acusou na passada sexta-feira os militares norte-coreanos de lançarem entre 90 e 200 projécteis de artilharia no Mar Amarelo e outros 90 nas águas do Mar do Japão. Segundo as autoridades sul-coreanas, os projécteis caíram nas ‘zonas tampão’, a leste e a oeste da Linha da Fronteira Norte, nome pelo qual é conhecida a fronteira marítima entre os dois países.

Em comunicado, o Estado-Maior Conjunto sublinhou que estas provocações da Coreia do Norte prejudicam a paz e a estabilidade na região.

17 Out 2022

Coreia do Norte testa mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance

A Coreia do Norte testou hoje dois mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance, adiantou a imprensa estatal, no âmbito de exercícios destinados a demonstrar a sua capacidade nuclear tática.

O Presidente norte-coreano, Kim Jong-un, supervisionou no local o disparo dos mísseis que percorreram 2.000 quilómetros acima do mar, expressando “grande satisfação”, segundo a agência de notícias oficial KCNA.

Este teste de armas de Pyongyang trata-se de oitavo do género em três semanas, depois de o último ter ocorrido no sábado passado.

Na ocasião, a Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de ter disparado um míssil balístico em direção à sua costa leste.

Esse lançamento ocorreu horas depois de os Estados Unidos e a Coreia do Sul terem dado por terminado mais um exercício naval na costa leste da península coreana. Os exercícios envolveram um porta-aviões dos EUA.

13 Out 2022

Líder da Coreia do Norte inaugura projeto agrícola em aniversário do partido

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, esteve presente na inauguração de um importante projeto agrícola no leste do país, por ocasião do aniversário do partido único norte-coreano, avançou hoje a imprensa estatal.

Segundo a agência de notícias oficial norte-coreana, Kim participou na “cerimónia de inauguração” do projeto Ryonpho, na província de Hamgyong do Sul, na segunda-feira.

O lançamento do projeto, que visa fornecer alimentos à segunda cidade do país, Hamhung (litoral leste), foi aprovado na reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, realizada em dezembro, referiu a KCNA.

A exploração agrícola, com cerca de 280 hectares, várias estufas e um elevado grau de automação, foi descrita como “a referência” para a criação de um novo tipo de comunidade agrícola na Coreia do Norte.

Nas últimas semanas, satélites captaram um aumento na atividade de construção em Ryonpho para que o local pudesse ser inaugurado para coincidir com o aniversário da fundação do partido único, celebrado na segunda-feira.

A data foi comemorada com outros eventos em diferentes partes da Coreia do Norte, embora não tenha sido organizado qualquer desfile militar. Na segunda-feira, a KCNA publicou detalhes e imagens da série de lançamentos de mísseis que o regime realizou nas últimas quatro semanas, descritos pela agência como “exercícios nucleares táticos”.

Nas duas últimas semanas, a Coreia do Norte fez pelo menos sete lançamentos de mísseis balísticos, numa série de testes de armamento.

O sétimo lançamento ocorreu no sábado, horas depois de os Estados Unidos e a Coreia do Sul terem dado por terminado mais um exercício naval na costa leste da península coreana.

Na quinta-feira, a Coreia do Sul informou que 12 aviões norte-coreanos sobrevoaram a região da fronteira comum, levando Seul a acionar 30 aparelhos militares para a mesma zona, como resposta à manobra de Pyongyang.

11 Out 2022

Coreia do Norte diz que lançamentos de mísseis foram “exercícios nucleares táticos”

Os lançamentos de mísseis realizados pela Coreia do Norte nas últimas semanas foram “exercícios nucleares táticos”, supervisionados pelo presidente norte-coreano, Kim Jong-un, revelou hoje a agência noticiosa norte-coreana KCNA.

Segundo a mesma agência de notícias, as “Unidades do Exército do Povo Coreano, responsáveis pelo uso de armas nucleares estratégicas, organizaram exercícios militares entre 25 de setembro e 09 de outubro, para verificar e avaliar a capacidade de dissuasão e de contra-ataque nuclear do país”.

E essa capacidade militar “é um severo aviso aos inimigos”, escreveu a agência oficial da Coreia do Norte. Nas duas últimas semanas, a Coreia do Norte fez pelo menos sete lançamentos de mísseis balísticos, numa série de testes de armamento.

O sétimo lançamento ocorreu no sábado, horas depois de os Estados Unidos e a Coreia do Sul terem dado por terminado mais um exercício naval na costa leste da península coreana.

Na quinta-feira, a Coreia do Sul informou que 12 aviões norte-coreanos sobrevoaram a região da fronteira comum, levando Seul a acionar 30 aparelhos militares para a mesma zona, como resposta à manobra de Pyongyang.

10 Out 2022

ONU | Pequim demarca-se das condenações a Pyongyang e aponta o dedo aos EUA

A China e a Rússia demarcaram-se ontem, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico realizado pela Coreia do Norte e que sobrevoou o território do Japão. Exceptuando a Rússia e a China, todos os membros do Conselho de Segurança criticam o lançamento do míssil norte-coreano, referindo que foram violadas várias resoluções das Nações Unidas.

Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra o Governo de Pyonyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais. Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em Maio passado, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo ontem mantido a mesma linha de orientação.

Moscovo e Pequim culparam os Estados Unidos e os seus aliados pelos últimos testes de armas realizados pela Coreia do Norte, afirmando que estes foram realizados em resposta às suas manobras militares na região. “É óbvio que os lançamentos de mísseis de Pyongyang são uma consequência da actividade militar míope e beligerante em torno do país, levada a cabo pelos Estados Unidos”, referiu a representante da Rússia na sessão, Anna Evstigneeva.

Na mesma linha, o diplomata chinês Geng Shuang salientou que os testes ocorrem num contexto de confronto dos Estados Unidos, a quem Pequim acusa de aumentar a tensão na região. Os dois países insistiram que é Washington que deve fazer concessões para facilitar o regresso ao diálogo com Pyongyang e que não consideram apropriadas novas sanções.

O diplomata reafirmou que o diálogo e a consulta são a única forma de resolver a questão da Península Coreana, exortando o lado americano a agir, a mostrar sinceridade e a criar condições para o reinício do diálogo. “Todas as partes interessadas devem concentrar-se na situação global de paz e estabilidade na Península e evitar que a situação se agrave”, disse Geng Shuang, representante permanente adjunto da China nas Nações Unidas.

Geng disse que a China reparou nos recentes lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, e também reparou nos exercícios militares conjuntos realizados pelos EUA e outros países da região. “O recente reforço da aliança militar dos EUA na região da Ásia-Pacífico aumentou o risco de confronto militar, praticou dois pesos e duas medidas na questão nuclear e envenenou o ambiente de segurança regional. Neste contexto, a situação na Península torna-se inevitavelmente tensa”, comentou Geng.

“A experiência histórica mostra que o diálogo e a consulta são a única forma correcta de resolver a questão da Península da Coreia. Se o diálogo progredir sem problemas, a situação na Península será relativamente estável; se o diálogo estagnar ou mesmo inverter, a situação na Península agravar-se-á”, disse Geng.

“Exortamos o lado americano a tomar medidas, a mostrar a sua sinceridade e a abordar eficazmente as preocupações legítimas e razoáveis do lado norte-coreano, a fim de criar as condições para o reinício do diálogo”, disse o diplomata.

Geng salientou igualmente que o Conselho de Segurança da ONU deveria desempenhar um papel construtivo na questão da Península Coreana, e não deveria exercer força e pressão cegamente. “Como vizinho próximo, a China presta muita atenção à situação na Península e insistirá sempre na manutenção da paz e estabilidade na Península, realizando a desnuclearização da Península e resolvendo as questões através do diálogo e da consulta”.

Por seu lado, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de repetirem “o mito de que as provocações da Coreia do Norte são, de alguma forma, uma consequência das políticas e acções hostis dos Estados Unidos”.

“Não toleraremos que nenhum país culpe as nossas acções defensivas para responder às ameaças da Coreia do Norte como a causa inerente dessas ameaças”, sublinhou Thomas-Greenfiled, que lembrou que este ano Pyongyang já lançou 39 mísseis balísticos, um novo recorde.

Posição nipónica

O Japão tinha pedido ao Conselho de Segurança da ONU para mostrar firmeza em relação à Coreia do Norte após o último teste de um míssil balístico norte-coreano, que sobrevoou o território japonês pela primeira vez em cinco anos. “Nós acreditamos que a Coreia do Norte poderia realizar actos mais provocativos, como um teste nuclear”, afirmou o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa. O porta-voz classificou o recente aumento de testes de armas norte-coreanas como “uma ameaça à paz e à segurança do Japão e da comunidade internacional”.

O Japão reforçou a vigilância sobre Pyongyang depois de o regime norte-coreano ter lançado um míssil na terça-feira. O míssil norte-coreano viajou cerca de 4.500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico.

O projéctil balístico atingiu uma altura de cerca de mil quilómetros e sobrevoou principalmente o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkaido (norte) e Honshu, onde fica Tóquio.

É a primeira vez desde 2017 que a trajectória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês, facto que o Japão classifica como “uma ameaça grave e iminente” à sua segurança e como “um claro e grave desafio à comunidade internacional”.

7 Out 2022

Coreia do Sul diz que Coreia do Norte testou míssil em direção ao mar

Os militares da Coreia do Sul dizem que a Coreia do Norte disparou hoje pelo menos um míssil balístico não identificado em direção ao seu mar oriental. O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não disse imediatamente que tipo de míssil era ou quão longe voou.

O lançamento ocorreu um dia depois de as autoridades sul-coreanas terem detetado sinais de que a Coreia do Norte estava a preparar-se para testar um míssil projectado para ser disparado de submarinos.

A Coreia do Norte acelerou as suas atividades de testes para um ritmo recorde em 2022, testando mais de 30 armas balísticas, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais desde 2017, enquanto continua a expandir as suas capacidades militares, no meio de um impasse prolongado na diplomacia nuclear.

O lançamento ocorreu quando o porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan e o seu grupo de ataque chegaram à Coreia do Sul para o exercício militar conjunto dos dois países para mostrar a sua força contra as crescentes ameaças norte-coreanas.

A ameaça norte-coreana também deverá estar na agenda da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, quando esta visitar a Coreia do Sul na próxima semana, depois de participar no funeral, em Tóquio, do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

25 Set 2022

Nuclear | Seul alerta Pyongyang para “caminho de autodestruição”

A Coreia do Sul avisou ontem Pyongyang de que o recurso a armas nucleares vai colocar o país num “caminho de autodestruição”, depois de a Coreia do Norte ter aprovado legislação sobre o uso de armas nucleares de modo preventivo. Habitualmente, Seul evita usar termos tão fortes para evitar o aumento da tensão na península coreana.

O Ministério da Defesa sul-coreano considera que a legislação apenas vai aprofundar o isolamento da Coreia do Norte e incitar Seul e Washington a “reforçar ainda mais a capacidade de dissuasão e reacção”, disse aos jornalistas Moon Hong-sik, porta-voz da tutela.

Para conseguir que a Coreia do Norte não use armas nucleares, o ministério disse que a Coreia do Sul vai impulsionar fortemente a capacidade de ataque preventivo, defesa antimísseis e de retaliação maciça, enquanto procura um maior compromisso de segurança dos Estados Unidos da América (EUA) para defender o país aliado, com todas as capacidades disponíveis, incluindo a nuclear.

“Advertimos o Governo norte-coreano de que enfrentará a resposta esmagadora da aliança militar Coreia do Sul-EUA e seguirá o caminho da autodestruição, se tentar utilizar armas nucleares”, salientou o porta-voz.

Na semana passada, o parlamento da Coreia do Norte aprovou a legislação sobre as regras relativas ao arsenal nuclear, permitindo a Pyongyang recorrer ao armamento atómico, se a liderança enfrentar um ataque iminente ou se pretender evitar uma “crise catastrófica” não especificada para o país.

Num discurso, no parlamento, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país nunca abandonará as armas nucleares de que necessita para responder às ameaças dos EUA, que acusou de pressionarem para enfraquecer as defesas do país e eventualmente derrubar o regime que lidera.

14 Set 2022

Coreia do Norte dispara dois mísseis de cruzeiro

A Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa sul-coreano, o primeiro teste de armas realizado por Pyongyang em semanas.

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro em direção ao mar Amarelo a partir de Onchon, na província de Pyongan do Sul”, disse um funcionário do ministério à agência de notícias France-Presse (AFP).

“As autoridades militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão a analisar pormenores como a distância de voo”, acrescentou. O mar Amarelo é um dos mares do Oceano Pacífico, entre a China, Coreia do Norte e Coreia do Sul.

17 Ago 2022

Covid-19 | Coreia do Norte sugere que vírus chegou em balões lançados na Coreia do Sul

A Coreia do Norte sugeriu hoje que o surto de covid-19 começou em pessoas que tiveram contacto com balões lançados a partir da Coreia do Sul. Há anos que ativistas enviam balões através da fronteira para distribuir centenas de milhares de folhetos de propaganda críticos do líder norte-coreano Kim Jong-un.

A Coreia do Norte tem criticado a liderança da Coreia do Sul por não deter os ativistas.

As autoridades sanitárias mundiais dizem que o coronavírus é disseminado por pessoas em contacto próximo que inalam gotículas transportadas pelo ar, sendo mais provável que ocorra em espaços fechados e mal ventilados do que ao ar livre.

Um porta-voz do Ministério da Unificação do Sul, disse aos jornalistas existir um consenso entre responsáveis de saúde sul-coreanos e peritos da Organização Mundial de Saúde: as infeções através do contacto com o coronavírus na superfície dos materiais é virtualmente impossível.

Não há qualquer hipótese de os balões sul-coreanos poderem ter levado e espalhado o SARS-CoV-2 na Coreia do Norte, reiterou.

Os laços entre os dois países permanecem tensos, no meio de um longo impasse na diplomacia liderada pelos Estados Unidos em convencer a Coreia do Norte a abandonar as ambições nucleares em troca de benefícios económicos e políticos.

Os ‘media’ estatais norte-coreanos noticiaram que o centro de prevenção de epidemias da Coreia do Norte tinha encontrado focos de infeção na cidade de Ipho, perto da fronteira sudeste com a Coreia do Sul e que alguns residentes com sintomas de febre viajaram para Pyongyang.

O centro afirmou que um soldado, de 18 anos, e uma criança, de 05, tiveram contacto com “objetos estranhos” na cidade, no início de abril, e mais tarde obtiveram resultado positivo em testes para a variante Ómicron.

No que chamou “uma instrução de emergência”, o centro de prevenção de epidemias ordenou aos funcionários que “lidassem vigilantemente com objetos estranhos trazidos pelo vento e outros fenómenos climáticos e balões” ao longo da fronteira intercoreana e seguissem a proveniência.

Salientou também que qualquer pessoa que encontre “objetos estranhos” deve notificar imediatamente as autoridades para que estes possam ser removidos.

As campanhas de balões foram em grande parte interrompidas, depois do anterior Governo da Coreia do Sul ter aprovado uma lei que as criminalizava, e não houve ações públicas desse género no início de abril.

Um ativista, que está a ser julgado por atividades passadas, lançou balões com folhetos de propaganda através da fronteira no final de abril. E enviou outros duas vezes em junho, mas trocando a carga habitual de panfletos por artigos ligados à covid-19, tais como máscaras e analgésicos.

Em anteriores declarações sobre a covid-19, a Coreia do Norte também afirmou que o vírus podia propagar-se através da queda de neve ou de aves migratórias. As restrições relacionadas com a pandemia incluíam mesmo proibições rigorosas de entrada na água do mar.

1 Jul 2022