Comércio electrónico na agenda da OMC

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] comércio electrónico é um dos temas nos quais os chineses têm insistido nas reuniões bilaterais e em encontros como do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do G-20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo). A China tem também aumentado a pressão na Organização Mundial de Comércio (OMC).

A questão acabou por se tornar tema da OMC e será debatida, pela primeira vez, numa reunião ministerial, no próximo dia 10, em Buenos Aires. Os chineses insistem por este ser um dos pontos fortes da economia do seu país.

O director do Departamento de Projectos de Serviços de Dados da China International Electronic Commerce (CIECC, instituto vinculado a exportações), Wei Guo Zhi, afirma que o comércio electrónico dentro da China atinge dois biliões de yuans, ou cerca de US$ 300 mil milhões.

“Queremos muito incrementar as exportações. O problema maior hoje é a distância e a comunicação. Uma base de dados conjunta pode ajudar”, diz Wei. As plataformas de e-commerce na China são extremamente eficientes. Em Pequim, há um exército de dezenas de milhares de jovens motorizados que transportam as encomendas. Pode-se pedir oito filtros de ar a um fabricante às 9h e recebê-los ao meio dia.

Pela primeira vez, haverá um fórum empresarial em Buenos Aires sobre o assunto, para que os agentes do sector façam as suas exigências à OMC. O dono da Alibaba, Jack Ma, participa como convidado especial. Será o seu terceiro encontro com o director-geral da OMC, Roberto Azevedo.

4 Dez 2017

‘Dia dos Solteiros’ | O maior evento de comércio ‘online’ do mundo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Dia dos Solteiros na China, uma data nascida na década de 1990 entre estudantes universitários, é hoje o maior evento de comércio electrónico do mundo, com os chineses a gastarem milhares de milhões de yuan em compras ‘online’.

O gigante de comércio electrónico Alibaba disse este sábado que as vendas dos milhares de retalhistas que constam da sua plataforma excederam os 130 mil milhões de yuan entre a meia-noite de sexta-feira e o início da noite de sábado.

Já o maior rival do Alibaba, o revendedor ‘online’ JD.com, divulgou que as vendas atingiram os 16,7 mil milhões de dólares. Contudo, os números não são comparáveis, uma vez que as transacções da JD vão desde 1 de Novembro até sábado.

Por comparação, os norte-americanos gastaram o ano passado cinco mil milhões de dólares  em compras ‘online’ no Dia da Acção de Graças e na ‘Black Friday’ (a sexta-feira seguinte à Acção de Graças, que os comerciantes transformaram num evento comercial). A época da Acção de Graças assinala-se no final de Novembro e marca, nos Estados Unidos da América, o início das compras de Natal.

Já na ‘Cyber Monday’ (a segunda-feira a seguir ao Dia de Acção de Graças, em que empresas promovem compras ‘online’), os americanos gastaram 3,39 mil milhões de dólares o ano passado, ainda de acordo com a Adobe, que faz esta monitorização.

Sempre a crescer

A China é, actualmente, o maior mercado de comércio electrónico do mundo e a as compras ‘on-line’ representam uma proporção cada vez maior das despesas de consumo dos chineses.

A consultora Boston Consulting Group prevê que os gastos ‘online’ aumentarão 20% ao ano, atingindo 1,6 biliões de dólares em 2020, em comparação com o crescimento de 6% previsto para as compras presenciais.

O Dia dos Solteiros foi iniciado por estudantes universitários chineses na década de 1990 como uma versão do Dia dos Namorados para pessoas sem parceiros românticos, tendo sido transformado num evento de comércio ‘on-line’, com os retalhistas a anunciaram promoções, com o objectivo de atrair jovens consumidores.

A despesa deste dia na China dá um impulso aos esforços do Partido Comunista chinês para estimular o crescimento económico baseado no consumo interno.

A China tem 731 milhões de utilizadores de Internet, um aumento de 6% face a 2016, segundo as estatísticas do Governo.

13 Nov 2017

China | Aldeias e cidades rendem-se às vantagens do comércio electrónico 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chinesa Yao Yao há muito que deixou de fazer a lista de compras, carregar sacos do supermercado ou ter dinheiro na carteira, beneficiando da difusão ímpar do comércio electrónico e carteiras digitais na China. “Quando saio de casa, nem levo carteira. Basta-me o telemóvel”, conta a chinesa natural de Pequim, que diz fazer “entre 70 a 80%” das suas compras na rede.

Não é um caso único: cada vez mais chineses recorrem unicamente às ferramentas digitais para chamar um táxi, pagar a conta no restaurante ou até as despesas na farmácia. No ano passado, o comércio ‘online’ na China cresceu 26,2%, em termos homólogos, para 752 mil milhões de dólares – um valor equivalente a quase quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) português. O país asiático é responsável por cerca de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet.

Nas ruas de Pequim ou Xangai, o frenesim das motorizadas que fazem entregas rápidas ao domicílio é constante e, ao longo do dia, as encomendas amontoam-se à entrada dos bairros. O fenómeno alastrou-se já às aldeias do país, onde vivem quase metade dos 1.375 milhões de chineses, através de estações abertas pelo grupo Alibaba, que controla 90% do comércio electrónico na China.

Retalho a vê-los passar

Wang Huan’e dirige uma estação aberta pela plataforma Taobao na aldeia de Huangwan, a cerca de três horas de carro de Pequim, onde recebe as encomendas feitas pelos locais e ajuda os mais idosos a fazerem compras ‘online’.

“Antes desta estação abrir, os habitantes da aldeia tinham de se deslocar à cidade mais próxima para fazer compras”, recorda à Lusa. “Agora não, basta pegarem no telemóvel e podem comprar o que quiserem, seja de manhã, ao acordarem, ou de noite, antes de irem dormir”.

A proliferação do comércio electrónico beneficia também os empresários, que conseguem colocar os seus produtos em qualquer ponto da China, sem depender de retalhistas. “É um espaço e mercado totalmente livre”, explica à agência Lusa Li Guocun, cofundador de uma fábrica de produtos para crianças, cujas vendas são feitas exclusivamente através do Taobao.

A firma emprega vinte operários numa aldeia da província de Hebei e seis funcionários num escritório no norte de Pequim, onde é feita a gestão da loja ‘online’ e o apoio ao cliente. Li trata do design dos produtos e das fotos para o catálogo. A extensa rede logística da China encarrega-se do resto.

Consumidor perfilado

Para o empresário, a outra vantagem do comércio ‘online’ reside no ‘Big Data’, a análise dos dados dos consumidores, que permite moldar o produto à procura do mercado.

Através dos dados coletados pelo Taobao, “conseguimos ver o perfil do consumidor, a que segmento ele pertence, os seus gostos, hábitos de consumo ou área de residência”, afirma. “Temos uma visão transparente do mercado”.

Numa altura em que Pequim anuncia a extinção de quase dois milhões de posto de trabalho na indústria secundária, visando combater o excesso de capacidade de produção, o negócio da Internet pode gerar novas oportunidades.

“Toda a gente pode ter uma loja ‘online’, basta ter acesso à rede”, defende Li. “O investimento necessário é baixo, só é preciso ter vontade”.

Portugal está atento ao fenómeno.

Portugal na rede chinesa

Procurando pelo termo ‘Putaoya’ (Portugal, em chinês) no Taobao.com, os resultados mostram utensílios de cozinha, mobília, produtos de cortiça, vinho ou azeite português.

No mês passado, o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, anunciou um acordo para a abertura de uma loja ‘online’ só para produtos portugueses.

“Há cinco ou dez anos era impensável para uma pequena ou média empresa de Portugal tentar abrir uma loja ou uma rede de lojas [na China], porque os custos fixos eram enormes e era uma aposta de enormíssimo risco”, afirmou.

Hoje, “com a possibilidade de utilizar as plataformas online, a existência de centros de distribuição e logística físicos em partes da China é, obviamente, um complemento extraordinariamente importante”, disse.

João Pimenta, Agência Lusa

26 Jun 2017

Comércio on-line | Macau precisa de avançar no sector

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau deve investir mais no comércio electrónico. A ideia é deixada por Pang Chuan, membro do Conselho para o Desenvolvimento Económico que considera que os residentes estão a mudar os padrões de consumo.

Para Pang Chuan são cada vez mais os consumidores do território que optam pelas compras on-line e de modo a manter competitividade, Macau deve investir no sector.

O membro do Conselho para o Desenvolvimento Económico, em declarações ao jornal Ou Mun, afirma ainda que com o desenvolvimento do turismo, são várias as empresas  de fora interessadas em investir na região. Para Pang Chuan o desenvolvimento local vai continuar a ter cada vez mais interacções  com as regiões vizinhas e, como tal, é fundamental que se mobilize dentro do sector do comércio electrónico de modo a manter essas relações.

Por outro lado, o representante do Conselho considera que o desenvolvimento do comércio on-line pode ainda fortalecer o território enquanto plataforma entre o Continente e os países da língua portuguesa.

De acordo com a mesma fonte, Pang Chuan não deixa de lamentar o progresso lento que tem sido feito neste sentido. Para resolver a situação, sugere que o Governo considere uma acção integrada que envolva os vários departamentos.

5 Jun 2017

IPIM abre candidaturas de apoio ao comércio online

O IPIM vai dar até 20 mil patacas às empresas de Macau que queiram colocar os seus produtos à venda em plataformas online. As candidaturas decorrem até ao final do ano

[dropcap sryle=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) abre na próxima semana o Plano de Incentivo para a Promoção do Comércio Electrónico. Destinado a empresas locais ou com metade do capital de Macau, a iniciativa visa dar a conhecer os produtos da RAEM ao mesmo tempo que incentiva este tipo de comércio.
A ideia é encorajar a utilização da Internet como ferramenta promotora da venda de produtos locais e a entrada em novos mercados, como anunciou ontem o IPIM em conferência de imprensa. Após o plano de 2009 que tinha como base a divulgação em plataformas “Business to Bussiness” (B2B), é agora a vez de avançar com a promoção em plataformas que chegam directamente aos consumidores, as “Business to Consumer” (B2C).
Na próxima segunda-feira, 6 de Junho, abrem as candidaturas ao apoio especialmente concebido para ajudar as pequenas e médias empresas (PME). É também neste dia que as empresas podem conhecer quais as plataformas já acreditadas pelo IPIM onde os produtos podem ser postos à venda. Plataformas estas semelhantes, por exemplo, ao Ali Baba.

À espera da centena

O IPIM promete dar até 20 mil patacas a cada empresa, incentivos que incluem apoio para “despesas técnicas anuais e despesas ligadas à publicidade e promoção”. O limite é de 70% do total da despesa e cada empresa poderá beneficiar do apoio apenas uma vez por ano fiscal.
Para serem elegíveis ao apoio financeiro as empresas têm que estar registadas na Direcção dos Serviços de Finanças, ter pelo menos 50% das quotas detidas por residentes de Macau e ter actividade comercial nas áreas de produção e/ou comércio de produtos.
Para já, o subsídio está apenas numa fase experimental – que decorre a partir de 6 de Junho e até 31 de Dezembro -, sendo que o IPIM pretende cativar o interesse de pelo menos cem entidades, tendo disponibilizado uma verba total de dois milhões patacas.
No entanto, Glória Batalha Hung adianta que, caso o interesse no projecto seja superior ao estimado e as empresas cumpram os requisitos, o montante “poderá ser aumentado”. Por outro lado, se as candidaturas forem muito inferiores ao número previsto, a presidente-substituta do IPIM adianta que pode ser sinal de que “alguma coisa não esteja a correr bem e que o próprio projecto necessitará de ser revisto.”
Já António Lei, Director do Centro de Apoio Empresarial do IPIM, refere que o tempo de espera da aprovação não excederá os 30 dias não esquecendo que, se por agora as plataformas acreditadas pelo IPIM são essencialmente chinesas, incluindo de Macau, a instituição está também aberta a propostas de creditação de outras origens de modo a internacionalizar cada vez mais o comércio local.

1 Jun 2016