Portugal assina protocolo com China para agilizar processos de internacionalização

[dropcap]O[/dropcap] Governo assinou ontem um protocolo para o reforço da cooperação com a China, que tem como objectivos a harmonização de procedimentos e a agilização dos processos de internacionalização, foi anunciado.

“Depois de ter aberto o mercado da China para a carne de suíno nacional, o Ministério da Agricultura está agora a trabalhar intensamente nos mercados da pera rocha, da uva de mesa e dos citrinos, produtos cuja negociação se encontra já numa fase bastante adiantada, tendo ficado já agendada a visita de uma missão técnica chinesa a Portugal no próximo mês de Agosto”, anunciou, em comunicado, o Governo.

Este foi o principal assunto da reunião que hoje juntou, em Lisboa, delegações dos dois países, lideradas pelo ministro da Agricultura de Portugal, Capoulas Santos, e pelo ministro da Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China, Ni Yuefeng.

De acordo com o Ministério da Agricultura, além da pera rocha, da uva de mesa e dos citrinos, Portugal está igualmente a negociar a abertura do mercado chinês para as maçãs, arroz (‘baby rice’), kiwis, pêssegos, nectarinas, ameixas, mel, carne de aves, carne de ovino e de bovino, ovos de incubação, pintos do dia, cavalos e produtos derivados de carne de suíno.

Portugal tem com a China uma “balança comercial positiva” no sector agro-alimentar, exportando um montante global de 150 milhões de euros, valor que, para o ministro da Agricultura, tem condições para crescer.

“A China é um mercado interessante para Portugal, não só pela sua dimensão de milhões e milhões de consumidores, mas também pela apetência do próprio mercado, que procura produtos que se diferenciem pela qualidade e por elevados padrões de segurança alimentar, o que é manifestamente o caso da produção nacional”, afirmou, citado no mesmo documento, Capoulas Santos.

O líder do Ministério da Agricultura assegurou ainda que a aposta passa pela simplificação de procedimentos, “através do estabelecimento de canais bem articulados, que permitam melhorar os contactos e acelerar a capacidade de resposta das autoridades nacionais”.

29 Mai 2019

Governo conclui processo para venda de carne de porco na China

[dropcap]O[/dropcap] ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural garantiu ontem à Lusa que o processo para a venda de carne de porco na China foi concluído e adiantou que outros dossiers estão em desenvolvimento.

“O processo tem vindo a ser negociado e está finalizado. Está apenas dependente de pequenos detalhes de natureza estritamente burocrática, mas foi assumido, com toda a clareza, pelo senhor ministro das Alfândegas [da China] que esse é um processo [dado] como concluído e que nos próximos dias estará totalmente regularizado”, disse Capoulas Santos, em declarações à Lusa.

O governante referiu que durante a visita à feira das importações da China, em Xangai, que se iniciou na segunda-feira, teve oportunidade de reunir com representantes da fileira suinícola portuguesa que esperam, em poucas semanas, “passar a enviar numa primeira fase, apenas do matadouro, cerca de 10 mil suínos por semana” para aquele país.

Capoulas Santos indicou que os processos de abertura de novos mercados, como o da carne de suíno, estão sempre dependentes de um “conjunto de exigências” que arrastam as negociações, que são também afetadas pela capacidade de resposta do mercado aos pedidos externos.

“Por isso, quando se trata de abrir um mercado, no caso o da carne de porco, vieram a Portugal, por várias vezes, missões de inspetores sanitários [para] verificar onde os produtos são produzidos, como é que são produzidos, quais são as regras de boas práticas, como funciona o serviço de fiscalização e como está assegurada a segurança e higiene nas salas de transformação e abate de animais”, disse.

O ministro da Agricultura adiantou ainda que estão a decorrer outros processos, particularmente, no que diz respeito à entrada de frutas, como uvas de mesa, maçãs e peras, no mercado chinês.

Por sua vez, o vinho, o azeite e os produtos lácteos são “mercados já abertos” na China.

“Tive a oportunidade de ver em lojas chinesas excelentes vinhos portugueses a serem procurados pelos consumidores”, exemplificou.

De acordo com o Ministério da Agricultura, em três anos, Portugal abriu mercados em mais de 50 países para cerca de 190 produtos.

“O nosso problema não é a falta de mercados, mas a capacidade de dar resposta, face à nossa dimensão”, concluiu Capoulas Santos.

A comitiva portuguesa, chefiada pelo ministro da Agricultura, contou ainda com o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e de uma delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

7 Nov 2018