João Santos Filipe PolíticaDeputada Wong Kit Cheng pede aumentos salariais para patrulhas das águas marítimas [dropcap]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer saber se o Governo vai aumentar os salários dos trabalhadores que fazem o patrulhamento das águas marítimas do território. Numa interpelação escrita, divulgada ontem, a legisladora ligada à Associação Geral das Mulheres defende que o aumento da zona marítima de Macau vai fazer com que os trabalhadores do sector tenham de fazer mais e trabalhar durante mais horas. Por este motivo, Wong alerta para a necessidade de compensar, com aumento de salários e outros benefícios, o incremento nas tarefas e horas de trabalho. “Será que a Administração vai considerar aumentar subsídios e actualizar os salários ao nível do pontos no futuro, de forma a fazer subir o moral dos trabalhadores, aumentar o nível de retenção de profissionais e atrair outros talentos?”, questiona. Na base desta preocupação da Wong está o facto da Direcção de Serviços para os Assuntos Marítimos e de Água só terem 130 profissionais para fazer o patrulhamento de toda a costa, o que considera ser um número limitado para os 85 quilómetros quadrados de águas marítimas. Wong foca igualmente as qualificações destes profissionais, que diz terem aumentado face ao passado, com agentes Macau a ter cada vez mais agentes qualificados. No entanto, segundo a deputada, este aumento não tem sido compensado ao nível dos pagamentos. Ao mesmo tempo, há receios sobre a escassez de oportunidades para subir na carreira, muito devido à falta de comunicação com os directores. Em relação a este aspecto, Wong diz que é necessário criar um canal de comunicação. Finalmente, além do pedido de salários mais elevado, a legisladora sugere igualmente a contratação de mais profissionais para as funções.
Diana do Mar PolíticaLAG 2019 | Função Pública com aumentos de 3,5 por cento, os maiores desde 2015 [dropcap]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, confirmou ontem que os funcionários públicos vão ser aumentados no próximo ano. O valor de cada ponto do índice da tabela salarial vai subir de 85 para 88, em Janeiro, o que corresponde então, na prática, a uma actualização salarial de 3,5 por cento. Trata-se do maior aumento percentual desde 2015 (6,76 por cento). Desde então, os aumentos para os funcionários públicos foram sempre inferiores a três por cento: em 2016 o aumento foi de 2,53 por cento, em 2017 de 2,46 por cento e este ano correspondeu a 2,4 por cento. Macau contava, no final do ano passado, com 31.354 funcionários públicos, um número que não inclui os trabalhadores das fundações e dos outros organismos públicos que se regem pelo regime de direito privado (Fundação Macau, Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Autoridade Monetária de Macau, Universidade de Macau, Instituto Politécnico de Macau e Autoridade de Aviação Civil). O valor do aumento anunciado para o próximo ano situa-se acima da inflação, cuja taxa correspondeu a 2,66 por cento em Setembro, segundo os dados mais actualizados. À luz das mais recentes projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas no mês passado, a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em 2,2 por cento este ano e em 2,4 por cento no próximo. Coutinho insatisfeito A actualização não satisfaz. Porém, o deputado Pereira Coutinho, dado que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) tem vindo a pedir “há muito tempo” um aumento de 5 por cento, tendo em conta, as reservas financeiras que Macau detém e, por outro, o facto de o território ser uma cidade cara. “Se não recuperarmos a taxa de inflação acumulada nos últimos 20 anos continuamos a perder poder de compra”, afirmou Pereira Coutinho, para quem existem outros problemas e injustiças dentro da função pública, incluindo ao nível das carreiras, aos quais urge dar resposta. “Nada foi dito sobre a reserva de terrenos para a construção de habitação para os trabalhadores da função pública”, criticou, lamentando que nada tenha sido feito ao longo de quase 20 anos a este respeito. Outro ponto que “fica muito a desejar” tem que ver com a responsabilidade dos titulares dos principais cargos”, sustentou o deputado, recordando que, no ano passado, ficou a promessa de mexidas.