SSM | Associação critica obstrução do trabalho de jornalistas

A Associação de Jornalistas de Macau criticou os Serviços de Saúde (SSM) por “deliberadamente” obstruírem o trabalho dos repórteres que se deslocam à conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia.

O comunicado foi emitido na quinta-feira, após um dos assessores ter retirado o microfone de uma jornalista a meio de uma pergunta. Momentos antes, os SSM tinham instruído os jornalistas sobre o tipo de perguntas que eram autorizados as fazer.

“Em relação à mais recente conferência de imprensa sobre o trabalho de prevenção pandémica, alguns assessores dos Serviços de Saúde começaram a interromper perguntas dos jornalistas e até tiraram o microfone das mãos de uma jornalista”, pode ler-se no comunicado. “Indicaram também, antes da conferência de imprensa, que as questões dos jornalistas não devem focar casos particulares, mas antes serem gerais”, foi acrescentado.

“A Associação de Jornalistas de Macau […] condena veemente esta interferência no trabalho normal dos jornalistas, e apela aos serviços para corrigirem este comportamento o mais rapidamente possível”, foi pedido.

No comunicado, a associação esclarece ainda que nos últimos tempos os órgãos de comunicação social têm sido inundados pela população com perguntas sobre as políticas de prevenção da pandemia, e que as questões levantadas visam o esclarecimento público. A associação recusou ainda as declarações do director Alvis Lo que apontou que as perguntas dos jornalistas “são sobre o foro privado”.

3 Jul 2022

Media | Associação dos Jornalistas de Macau apela ao respeito pela profissão

A associação constituída por jornalistas locais de língua chinesa pediu à TDM uma posição que garanta a liberdade e que não trate os jornalistas como ferramentas para fins políticos. Estas foram algumas das mensagens transmitidas à TDM e ao Governo pela associação local

 

A Associação dos Jornalistas de Macau (AJM), que representa profissionais de língua chinesa, deixou um apelo à TDM –Teledifusão de Macau para que assuma as funções de emissora pública sem constrangimentos. O comunicado foi publicado na noite de terça-feira, na sequência de uma reunião entre trabalhadores da empresa e direcção, que visou a controvérsia referente a orientações editoriais e ameaças de despedimento de jornalistas dos departamentos de português e inglês.

“Os directores da TDM devem adoptar uma posição mais clara de garantia da independência na cobertura noticiosa e reconstruir a confiança dos seus repórteres. A associação espera que a TDM possa, através das suas acções, cumprir a promessa de ‘manter a linha editorial’ e ‘relatar a verdade’, como foi anteriormente declarado em comunicado”, pode ler-se na missiva.

Em relação à linha editorial, a AJM afirmou esperar que a TDM demonstre que vai assumir as suas obrigações e prometeu acompanhar os próximos desenvolvimentos.

Ainda em relação à reunião entre a direcção da TDM e um grupo de jornalistas, na passada segunda-feira, foi deixado o desejo que o encontro tenha servido para “clarificar e resolver a discórdia entre as partes envolvidas, as dúvidas sobre a direcção editorial e os termos contratuais”, assim como para “mitigar os efeitos negativos para a liberdade da imprensa, que deve ser garantida nos departamentos de notícias em Português e em Macau”.

Manter a liberdade

Outro assunto abordado no comunicado foi a renovação por seis meses das comissões de serviços de João Francisco Pinto e Gilberto Lopes, director e director-adjunto de Informação e Programas dos Canais Portugueses, respectivamente. Anteriormente, as comissões tinham sido sempre renovadas por um período de um ano. Sobre este assunto, a AJM diz que a TDM tem a responsabilidade de explicar as razões que levaram à renovação de seis meses para “esclarecer as dúvidas públicas”.

Por último, a AJM recordou ao Governo de Macau que os jornalistas não são meros instrumentos de propaganda para fins políticos. “Os esforços persistentes dos profissionais dos média em português e em inglês que resultam em artigos objectivos, equilibrados, multifacetados e factuais, assim como o foco no bem-estar das diferentes vozes, raças e comunidades, são um importante contributo para a reflexão das vozes pluralistas da sociedade de Macau”, é destacado em comunicado. “O Governo da RAEM deve reconhecer o seu contributo e comprometer-se com a protecção da liberdade de imprensa, de acordo com a Lei Básica”, acrescentou.

18 Mar 2021