Racismo | Redes sociais e imprensa exaltam idosa que espancou atacante nos EUA

Xie Xiaozhen, uma sino-americana de 76 anos de idade, tornou-se uma celebridade na imprensa e redes sociais chinesas, depois de ter espancado um jovem que, num aparente acto de racismo, a atacou nos Estados Unidos.

Numa altura em que os casos de violência racial contra asiático-americanos têm vindo a aumentar de forma exponencial, levando o Presidente norte-americano Joe Biden a pronunciar-se várias vezes sobre o assunto, o caso de Xie foi invulgar por ter sido o seu atacante a necessitar de hospitalização após o incidente na cidade de São Francisco, na quarta-feira.

De acordo com a imprensa norte-americana, Xie foi abordada por um jovem caucasiano de cerca de 30 anos de idade nas ruas de São Francisco, que lhe gritou “chinesa” e a esmurrou.

Agredida, a idosa de 76 anos resolveu ripostar, atacando o homem com um pau que encontrou no chão, e as imagens do final do incidente mostram o jovem a ser levado de maca para uma ambulância, com o rosto ensanguentado, enquanto Xie, de pé, lhe pergunta “porque me bateste?”.

O caso de Xie, natural da província de Guangdong, mereceu destaque na imprensa oficial chinesa, Diário do Povo e Global Times, que entrevistaram o genro, Chen Dehe.

Segundo Che a idosa “não admite ser assediada” e já esteve envolvida noutros incidentes semelhantes no passado, nomeadamente quando se insurgiu contra um acto de discriminação de uma chinesa num autocarro.

As imagens da idosa com hematomas faciais percorreram as redes sociais chinesas, sobretudo o Weibo (semelhante ao Twitter) merecendo comentários de solidariedade pela violência de que foi alvo, mas também de exaltação dos seus dotes combativos e das virtudes dos chineses, em contraste com a “barbaridade” dos ocidentais.
Segundo o seu genro, Xie está a recuperar do incidente num lar de idosos, onde por agora se pretende manter.

Efeito Donald

Segundo a associação Stop AAPI Hate, entre Março e Dezembro do ano passado, foram denunciados ‘online’ mais de 2.800 actos racistas e discriminatórios contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.

Durante a pandemia, aumentaram de forma exponencial os ataques contra asiáticos americanos, sobretudo mulheres, o que alguns especialistas atribuem ao discurso anti-China, nas redes sociais e até promovido pela anterior administração norte-americana – o ex-presidente Donald Trump referiu-se sempre à covid-19 como o “vírus da China”.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na quarta-feira estar preocupado com a “brutalidade” de ataques contra asiático-americanos no país, na sequência de vários incidentes recentes que vitimaram membros desta comunidade.

No seu discurso da semana passada que marcou o aniversário do confinamento devido à covid-19, Biden já havia criticado os crimes contra asiático-americanos, que disse serem “atacados, perseguidos, culpados e bodes expiatórios” da pandemia.

Sábado, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, disse que a violência contra os asiáticos nos Estados Unidos é “ultrajante e angustiante”, deixando a China “profundamente preocupada”.

22 Mar 2021

MNE | Pequim pede aos EUA medidas para conter violência contra asiáticos

A China pediu aos Estados Unidos que tomem medidas para conter a violência contra pessoas de origem asiática, depois de oito pessoas terem sido mortas em casas de massagem na cidade de Atlanta, no Estado da Geórgia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, disse ontem que esta violência contra os asiáticos nos Estados Unidos é “ultrajante e angustiante”, deixando a China “profundamente preocupada”.

As autoridades norte-americanas deveriam “tomar medidas práticas para resolver questões de racismo e discriminação racial no país e salvaguardar e proteger seriamente a segurança e os direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses nos Estados Unidos”, disse Zhao aos jornalistas numa conferência de imprensa diária.

O suspeito [Robert Aaron Long] dos tiroteios, que ocorreram na terça-feira, disse à polícia que o ataque não teve motivação racial.

O homem, de 21 anos, alegou que tinha como alvo as casas de massagem por causa de um “vício em sexo”.
Entre os oito mortos, seis foram identificados como de origem asiática e sete eram mulheres.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul disse que quatro das vítimas mortas eram mulheres de ascendência coreana, enquanto duas das outras vítimas pareciam ter nomes chineses.

Ataques recentes contra asiáticos nos EUA são parcialmente atribuídos ao sentimento anti-chinês decorrente da pandemia do novo coronavírus, que foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, no final de 2019.

Apesar de não fornecer nomes, Zhao disse que alguns políticos norte-americanos “instigaram o racismo e o ódio, e toleraram a discriminação contra estudantes chineses nos Estados Unidos”.

Preocupações presidenciais

O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na quarta-feira estar preocupado com a “brutalidade” de ataques contra asiático-americanos no país, na sequência de vários incidentes recentes que vitimaram membros desta comunidade.

“Seja qual for a motivação neste caso, eu conheço os asiático-americanos, sei que eles estão muito preocupados, e, como sabem, tenho falado sobre a brutalidade contra essas pessoas, que é preocupante”, disse o Presidente norte-americano.

Biden adiantou ter falado com o procurador-geral e com o director do FBI, que lhe afirmaram que ainda está a ser determinado o motivo do crime.

No seu discurso da semana passada que marcou o aniversário do confinamento devido à covid-19, Biden já havia criticado os crimes contra asiático-americanos, que disse serem “atacados, perseguidos, culpados e bodes expiatórios” da pandemia.

Segundo a associação Stop AAPI Hate, entre Março e Dezembro do ano passado, foram denunciados ‘online’ mais de 2.800 actos racistas e discriminatórios contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.

19 Mar 2021

AFM | Distribuídos 5 mil bilhetes para jogo da Liga dos Campeões Asiáticos

Macau vai receber uma partida dos quartos-de-final da Liga dos Campeões Asiáticos, e a AFM tem ingressos grátis para os residentes que desejem ver o técnico Paulo Sousa em acção. Os bilhetes são distribuídos no sábado ou, em caso de tufão, na segunda-feira

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Estádio de Macau vai ser o palco, na terça-feira, do encontro entre o Tianjin Quanjian, de Paulo Sousa, e o Kashima Antlers, a contar para a Liga dos Campeões Asiáticos, e os ingressos começam a ser distribuídos este sábado. No total, quem tiver o estatuto de residente vai ter acesso a 5 mil ingressos grátis, que têm de ser levantados no Estádio entre as 09h e as 18h de sábado. É exigida a apresentação do BIR e cada pessoa poderá levantar até quatro bilhetes.

Os pormenores sobre a distribuição dos ingressos para a principal competição de clubes da Ásia foram anunciados ontem, numa conferencia de imprensa promovida pela Associação de Futebol de Macau (AFM).

Contudo, segundo a explicação do secretário-geral da AFM, Chan Keng Hou, existe um plano de contingência. Caso o sinal de tufão n.º 8, ou superior, seja içado no sábado, a distribuição dos bilhetes é adiada para dia 17, segunda-feira, e vai realizar-se entre as 18h e as 22h.

Na conferência de imprensa, Chan Keng Hou abordou o acordo feito com o Tianjin Quanjian para que o encontro se realize em Macau. “Não vai haver qualquer pagamento extra pelo facto do Estádio de Macau ser utilizado para o jogo. O espaço é colocado à disposição do clube, que assume as despesas relacionadas com a organização do evento”, afirmou Chan Keng Hou.

“Como é do conhecimento público, o Tianjin Quanjian teve uma situação que impediu que o encontro fosse disputado no seu estádio e esta foi a solução encontrada”, acrescentou. Entre 18 e 20 de Setembro, a cidade de Tianjin vai receber o Fórum Económico Mundial de Davos.

Chan Keng Hou fez ainda questão de deixar agradecimentos à Associação de Futebol da China por permitir que o encontro se realize em Macau.
Por último, o secretário-geral da AFM pediu ainda às pessoas que queiram ir ao estádio que se desloquem atempadamente, para evitar congestionamentos e confusões na área. O encontro está agendado para as 19h30 de quarta-feira.

Tianjin em desvantagem

Quando entrar em campo, o Tianjin Quanjian, de Paulo Sousa, vai ter uma desvantagem de dois golos para anular. Na primeira-mão dos quartos-de-final, a equipa orientada pelo técnico português foi derrotada por 2-0 no Japão, com golos dos brasileiros Serginho e Léo Silva.

Além de Paulo Sousa, o Tianjin Quanjian conta ainda no plantel com o brasileiro Alexandre Pato, antiga promessa do futebol mundial, por quem o AC Milan pagou ao Internacional 24 milhões de euros, em Agosto de 2007. Contudo, uma série de lesões fizeram com que o atleta entrasse numa fase de declínio, que o levou a regressar ao Brasil antes de rumar à China. Mesmo assim, conta no currículo com passagens por equipas como Corinthians, Chelsea, São Paulo e Villareal.

A equipa chinesa está actualmente na 10.ª posição da Liga Chinesa, a 18 pontos do líder Beijing Guoan. Já o Kashima Antlers ocupa o 8.º lugar da J-League, a 19 pontos da liderança, ocupada pelo Sanfrecce Hiroshima.

14 Set 2018