Feira Art Basel cancela edição de 2020 e aposta em Junho de 2021

[dropcap]A[/dropcap] feira internacional de arte contemporânea Art Basel, que se realiza anualmente na Suíça, cancelou a edição de 2020, que já tinha adiado de Junho para Setembro deste ano, e só regressará em Junho de 2021, anunciou a organização.

A feira, que todos os anos se realiza durante o verão, em Basileia, na Suíça, tinha inicialmente adiado a edição de 2020 para o próximo mês de setembro, mas as incertezas causadas pela pandemia covid-19 determinaram agora o seu cancelamento, com o certame a acontecer só em junho do próximo ano.

“Lamentamos anunciar que a edição de 2020 da feira Art Basel foi cancelada”, anunciou a organização nas redes sociais, justificando com os “tempos tumultuosos e desafiantes” da atualidade, por causa da pandemia da covid-19.

Esta decisão segue a linha de muitas outras feiras de arte, festivais de artes de palco e eventos culturais, cancelados em todo o mundo pelas mesmas razões ligadas aos riscos para a saúde, provocados pela pandemia.

Num clima de contínua incerteza global sobre a situação de saúde, da economia e da possibilidade de viajar, a organização da Art Basel preferiu cancelar as datas de Setembro deste ano, e marcar a edição para 17 a 20 de Junho de 2021.

Em substituição, a organização de uma das feiras de arte contemporânea mais importantes do mundo está a possibilitar às galerias a exposição de obras ‘online’, para os compradores interessados.

Esta decisão segue a do cancelamento da Art Basel Hong Kong, prevista para Março deste ano, pelos mesmos motivos, que criou igualmente uma plataforma para promover as vendas de obras de arte dos participantes.

A organização mantém, todavia e por enquanto, as datas de Dezembro deste ano para a realização da Art Basel Miami Beach, na Flórida, Estados Unidos.

9 Jun 2020

Art Basel | Brasil é o único país lusófono representado na feira de arte em Hong Kong

Decorre este fim-de-semana a maior feira de arte contemporânea da Ásia. A edição da Art Basel de Hong Kong vai mostrar as obras de quatro galerias do Brasil, sem esquecer “Wave” de Ai Weiwei e de uma instalação ‘lunar’ assinada por Laurie Anderson e Hsin-Chien Huang

 

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de artistas e centenas de galerias internacionais, incluindo do Brasil, voltam a reunir-se este fim de semana em Hong Kong para mais uma edição da Art Basel, a maior feira de arte contemporânea na Ásia. O certame assume-se como o ‘centro’ do panorama artístico do continente e uma “plataforma de luxo” para artistas e galerias de renome.

Entre 29 e 31 de Março, a sétima edição da Art Basel Hong Kong (ABHK) apresenta ao público trabalhos expostos por 242 galerias, entre as quais 21 estreantes, provenientes de 36 países e territórios.

Do espaço lusófono, o Brasil é o único país representado, através de quatro galerias com presença em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Em Hong Kong pela terceira vez, a galeria Bergamin & Gomide tem “expectativas bastante positivas em relação a esta edição da feira”, disse à Lusa Bárbara Tavares, da equipa de Exposições e Projectos Especiais. “Acreditamos que a Art Basel Hong Kong é uma óptima oportunidade para apresentarmos o programa da Bergamin & Gomide ao mercado asiático”, sublinhou.

A galeria paulista traz a este lado do mundo “uma selecção dos mais importantes artistas brasileiros do período pós-Guerra”, criando “um rico diálogo entre as obras exibidas”. “Nesta edição apresentamos uma cuidadosa selecção de trabalhos do período pós-Guerra, de um total de 12 artistas, dentre eles Mira Schendel, Cildo Meireles, Rivane Neuenschwander, Jac Leirner e Amadeo Luciano Lorenzato”, disse Tavares.

A Bergamin & Gomide já é uma presença assídua em Miami, desde 2014, e Basileia, desde 2016. Além da galeria paulista, viajam para Hong Kong as galerias Mendes Wood DM, Fortes D’Aloia & Gabriel (com escritório em Lisboa) e a Nara Roesler.

Outro dos destaques da edição deste ano da Art Basel de Hong Kong é a presença da obra “Wave”, de Ai Weiwei, datada de 2015, trazida para a região vizinha por uma das mais importantes galerias de arte do mundo, a Lisson Gallery.

A escultura, que mostra uma onda feita de porcelana, foi feita em parceria com artesãos de Jingdezhen, o mais importante centro de produção de porcelana da China. A imagem da onda é inspirada na pintura em madeira “Under de Wave off Kanagawa (The Great Wave)”, de Katsushika Hokusai, artista japonês que viveu entre os anos de 1769 e 1849.

A presença de Laurie

Em 2013, a Art Basel alargou a oferta ao mercado asiático, na sequência dos eventos anuais em Basileia (Suíça) e Miami (EUA), o que colocou Hong Kong no circuito e levou a uma expansão da faceta de centro internacional de arte da antiga colónia britânica.

Apesar de chamar “várias galerias ocidentais”, com destaque para as de Nova Iorque, Paris e Berlim, a Art Basel de Hong Kong reforçou nesta edição “o compromisso contínuo de mostrar a arte excepcional da Ásia e da Ásia-Pacífico”, de acordo com a página oficial do evento. Como tal, mais de metade das galerias participantes têm espaços de exposição nesta região.

“Mais uma vez, Hong Kong estará representado na feira com 25 galerias. Ao mesmo tempo, galerias da Austrália, da Índia, da Japão, da Coreia do Sul, da China continental e de Taiwan continuam a ter forte presença”, indicou a organização. Pintura, escultura, desenhos, instalações, fotografia, vídeo e obras digitais são algumas das expressões artísticas patentes nesta edição, a maior desde 2013.

“To the Moon”, uma colaboração entre a artista norte-americana Laurie Anderson e o artista de Taiwan Hsin-Chien Huang, é um dos destaques desta edição, que se apresenta como uma “instalação imersiva” e permite aos visitantes “voarem pela superfície da Lua e perderem-se no seu terreno montanhoso”, segundo um comunicado da VIVE Arts. O trabalho de 15 minutos comemora o 50.º aniversário da missão Apollo 11, que levou os primeiros homens a pisar solo lunar, e é produzido pelo HTC VIVE Arts, parceiro oficial da Art Basel na área da realidade virtual. No ano passado, 80 mil pessoas visitaram a feira, de acordo com dados oficiais.

29 Mar 2019

Hong Kong | Art Basel vai ter 26 painéis de debate este ano

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois do cinema, a elegia da palavra toma conta da nova edição da Art Basel. Já é conhecido o programa de debates sobre o mundo da arte, que estará aberto ao público durante a realização da exposição Art Basel, de 28 a 31 de Março no Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong.

A Art Basel é uma das feiras de arte mais conhecidas em todo o mundo, estando presente em vários países e regiões. Em Hong Kong, acontece há cinco anos.

De acordo com o comunicado divulgado pela organização do evento, os 26 painéis de debate, com entrada gratuita, vão versar sobre “assuntos bastante relevantes para a indústria da arte como o futuro das colecções públicas e privadas, os modelos alternativos de negócio para as galerias, os actuais desenvolvimentos do mercado da arte na Ásia, tal como as políticas do género no mundo da arte”.

Nomes de “proeminentes artistas de todo o mundo”, como é o caso de Sophia Al-Maria, Rasheed Araeen, Astha Butail, Samuel Fosso, Guerrilla Girls, Antony Gormley ou He Xiangyu, entre outros, vão estar presentes nestas sessões.

O programa de debates é organizado, pelo quarto ano consecutivo, por Stephanie Bailey, escritora e editora. Quarta-feira, dia 28 de Março, os debates arrancam com a presença de Clare McAndrew, fundadora da Arts Economics, que se junta ao escritor na área da cultura Enid Tsui. Ambos vão falar sobre o estado do mercado da arte, “com um especial foco nas tendências do coleccionismo na Ásia verificadas o ano passado”.

Haverá também um debate sobre a carreira do artista Rasheed Araeen, que vai falar sobre a sua transformação “de um pintor que cria obras em Karachi num escultor pós-minimalista em Londres”. Já Gabriel Orozco vai protagonizar um debate com Doryun Chong, director e curador chefe da M+, sobre a forma como o estilo de vida nómada e o facto de viver na Ásia tem vindo a influenciar o seu mais recente trabalho.

No debate intitulado “Feminist Aesthetics? | Movements and Manifestations’ será abordada a ligação entre o género e a arte com a presença de Guerrilla Girls, Yurie Nagashima, Nilima Sheikh e Yu Hong. Há ainda um painel com o nome “The Collecting Institution | Acquisitions and Representations”, em que será discutida a forma como as instituições devem responder aos seus papéis não só como curadores mas também enquanto promotores de conhecimento cultural, sem esquecer ainda o facto de também serem colecionadores com direitos próprios. Aqui participam nomes como Agustín Pérez Rubio, director artístico do Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires, Juan Andrés Gaitán, director do Museu Contemporâneo Tamayo Arte e Eve Tam, directora do Museu de Arte de Hong Kong. De frisar que os debates estarão disponíveis em inglês, cantonês e mandarim.

5 Mar 2018

Feira de Arte em Hong Kong revela 59 filmes com curadoria de Li Zhenhua

No quinto ano de presença em Hong Kong, a Art Basel traz também uma extensa mostra de cinema. O público poderá ver, de forma gratuita, um total de 59 filmes, sete deles “exibições especiais”, com curadoria do artista e cineasta Li Zhenhua. A sétima arte estará patente entre 29 e 31 de Março

 

[dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] considerada uma das maiores feiras de arte em todo o mundo e, pela quinta vez consecutiva, volta a marcar presença em Hong Kong. A Art Basel regressa ao Centro de Convenções e Exposições de Hong Kong entre os dias 29 e 31 de Março e, além de trazer obras de diversos artistas, tem também um programa destinado ao cinema, revelado ontem.

O público poderá ver, de forma totalmente gratuita, um total de 59 filmes “inspirados pelo actual clima sociopolítico” e apresentados pelas 38 galerias que terão presença na Art Basel. Há também sete “exibições especiais” escolhidas a dedo por Li Zhenhua, um artista multimédia e também produtor de cinema.

Está prevista uma colaboração com a Videotage, uma organização não-governamental de Hong Kong especializada na área do vídeo e novos media.

É graças a esta organização que serão exibidos os trabalhos de vídeo de Nam June Paik, bem como de outros artistas de Hong Kong e da China cujo trabalho tem vindo a ser influenciado por este artista.

A película “The Future is in the Past” traça um retrato das colecções de vídeo-arte que foram iniciadas por esta ONG e também pelo Centro de Arte Nam June Paik, entidade que homenageia o artista nascido em 1932 e falecido em 2006.

“Futuro Imaginado’ vai revelar os trabalhos de vídeo feitos em Hong Kong e inspirados por Paik. A exibição será seguida de ‘Imaginaries Beyond the Past’, que apresenta uma nova geração de jovens artistas do continente e de Hong Kong que trabalham com vídeo ou com imagens em movimento”, aponta um comunicado.

Sete filmes, três dias

‘Days Gone By – Yu Hong’, feito em 2009 pelo cineasta Wang Xiaoshuai, abre o programa dedicado aos setes filmes, que arranca na quarta-feira, dia 28 de Março. A película conta a história da artista contemporânea chinesa com o mesmo nome.

“O filme não retrata apenas a vida de uma artista individual mas também mostra o crescimento do panorama artístico na China durante uma Era de mudanças dramáticas.”

Segue-se um conjunto de filmes que fazem uma “fusão de cortes tradicionais com experiências visuais em 3D”, tal como “Time Spy”, de Sun Xun, que será exibido ao público no dia 29 de Março, Quinta-feira.

A Sexta-feira, dia 30, é dia de ver “Deep Gold” de Julian Rosefeldt, e “Mrs. Fang”, de Wang Bing. Este documentário ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Filmes de Locarno o ano passado e conta a história da última fase da vida de uma camponesa que sofre de Alzheimer.

O público poderá ainda ver uma selecção de filmes onde se inclui “The War That Never Was”, uma selecção de obras de Edgardo Aragón, Bae Yoon Hwan, Chien-Chi Chang e Sutthirat Supaparinya.

Há também lugar à visualização de “Looking for Mushrooms”, de Bruce Conner, ou “A Sense of Warmth”, que incorpora um total de dez filmes que exploram relações sociais de autoria de Nevin Aladağ.

Em “How Happy a Thing Can Be” podem ser vistos filmes que mostram como objectos físicos e situações determinam “emoções e crenças”.

Além de fazer o trabalho de curadoria desta mostra, Li Zhenhua promove uma palestra no Sábado, dia 31 de Março, às 16 horas, com a presença de Isaac Leung, presidente da Videotage . O tema da conversa será “O conteúdo social na Era da distribuição digital”.

28 Fev 2018