Celebrações do 24 de Junho adiadas

As comemorações do quarto centenário da Batalha de Macau contra a invasão dos holandeses e o Dia de S. João, que deveriam arrancar amanhã, serão adiadas sem que haja uma nova data prevista para a sua realização. A garantia foi dada por fonte próxima do Instituto Internacional de Macau (IIM) ao HM.

Para amanhã, estava agendada uma sessão na Fundação Rui Cunha (FRC) com a presença da historiadora Beatriz Basto da Silva, numa parceria com a Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial. Este evento foi adiado para Julho, confirmou o HM junto da FRC.  A missa de Acção de Graças, salvo informação em contrário, deverá acontecer sexta-feira, às 18h, contando com a actuação do Coro de São Tomás, em colaboração com a Associação dos Antigos Alunos do Seminário de S. José de Macau.

Para sábado, 25, o IIM iria acolher uma sessão, entretanto, também adiadas, onde se falaria sobre a importância de recordar o 24 de Junho, acompanhada de um sarau musical com o grupo “Macau no Coração”, que iria apresentar danças folclóricas portuguesas, canções em patuá com Gabriel e John Ho e ainda uma actuação de Giulio Acconci.

Até final do ano

O programa das celebrações, que conta com a participação de diversas associações ligadas à comunidade macaense e que tem o patrocínio da Fundação Macau, decorre até ao final do ano. Para o dia 3 de Julho, irá decorrer a palestra com Flora Chan, da Associação Diocesana das Artes Performativas e Culturais de Macau, sobre “A importância do Dia de São João Baptista em Macau e a vitória de Macau contra a tentativa de invasão dos holandeses”. Esta sessão, que não está, para já, adiadas, decorre apenas em chinês, no Centro de Cultura e Artes Performativas Cardeal Newman de Macau.

Até ao final do ano serão realizadas palestras junto de escolas secundárias e universidades sobre o significado do dia de S. João de Macau.

22 Jun 2022

24 de Junho | CCCM celebra data histórica com conferência

Foi há 400 anos que Macau venceu os holandeses na célebre batalha ocorrida a 24 de Junho de 1622, e que manteve o território sob administração portuguesa. Em Lisboa, o Centro Científico e Cultural de Macau recebe, na sexta-feira, uma palestra em jeito de celebração

 

O Centro Cultural e Científico de Macau (CCCM) promove, esta sexta-feira, uma conferência de celebração do aniversário da vitória de Macau sobre os holandeses. “24 de Junho de 1622: História e Memória” é o nome da iniciativa que decorre em Lisboa e que conta com a presença de dois oradores.

Um deles é Rui Loureiro, investigador do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, também associado ao Centro de História Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa. Mariana Pereira, doutoranda do Cambridge Heritage Research Centre, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido), e também investigadora associada do Instituto Internacional de Macau (IIM), será outra das convidadas.

Segundo um comunicado, o CCCM pretende, com este evento, “assinalar a passagem dos 400 anos da celebrada data do 24 de Junho”, uma data “com indiscutível relevância histórica e patrimonial para Macau”.

As visões de uma data

Mariana Pereira irá falar dos “Retratos do 24 de Junho Macaense em Portugal: uma visão patrimonial”. Recorde-se que a investigadora lançou o projecto de um website dedicado a este acontecimento histórico, apoiado pelo IIM. Mariana Pereira, macaense e arqueóloga, está actualmente a fazer um doutoramento na área do património cultural.

Ao HM, aquando do lançamento do site, no ano passado, disse esperar que, no futuro, este se torne “numa plataforma onde se possa colocar informação disponível sobre o 24 de Junho, que se desdobra em muito mais do que aquilo que as pessoas veem e as celebrações que decorrem”.

Por sua vez, Rui Loureiro vai falar do tema “Macau e a ameaça holandesa: génese do ataque de 1622”. O evento encerra-se com um debate onde se prevê “a participação de intervenientes da comunidade macaense e outros, sobretudo orientado para os aspectos patrimoniais”, que terá a moderação de Mariana Pereira.

Aquando do lançamento do website, a investigadora declarou ao HM que estão em causa “vários tipos de 24 de Junho”, tendo em conta que é o “único evento macaense” que não se celebra em mais nenhum outro lugar, estando ainda “associado à história de Macau como cidade”.

“O que está a acontecer é que o 24 de Junho está muito associado a uma festa portuguesa que parece ser mais recente do que a celebração da batalha. O arraial [ocorrido em Macau] está a ter uma maior visibilidade e gostaríamos de trazer algum equilíbrio, com outras componentes, porque tudo forma o 24 de Junho em Macau”, acrescentou.

20 Jun 2022