João Santos Filipe Manchete SociedadePearl Horizon | Jornalista, editor e jornal Son Pou condenados a pagar 50 mil patacas Arguidos foram absolvidos da prática do crime de difamação, mas têm de pagar uma indemnização de 50 mil patacas por terem escrito e publicado artigos que “excederam a situação real”. Inicialmente a Polytec exigia uma compensação de 2 milhões de patacas, mas mesmo assim o jornalista Lei Kong vai recorrer [dropcap]L[/dropcap]ei Kong, jornalista do Son Pou, o editor, Chao Chong Peng, e a publicação vão ter de pagar 50 mil patacas à construtora Polytec, que exigia dois milhões de patacas, devido a uma série de artigos de opinião relacionados com o empreendimento Pearl Horizon. Segundo o tribunal, os artigos de opinião do arguido Lei Kong “excederam a situação real”, o que causou efeitos negativos para a imagem da empresa. Apesar de terem sido condenados ao pagamento de uma indemnização, os três arguidos foram considerados inocentes da prática do crime de difamação. O tribunal não deu como provado que tivesse existido dolo na utilização da informação errada. “O tribunal entende que os artigos do primeiro arguido [Lei Kong] de facto afectaram a imagem da companhia Polytec. Mas a gravidade não atinge um nível que possa ser considerado crime de difamação. Também não se provou a existência de dolo pelos arguidos”, disse a juíza Chao Im Peng, do Tribunal Judicial de Base. “O arguido [Lei] usou termos e expressões que podem ser consideradas negativas. E há partes do artigo que não correspondem à verdade. Deveria ter havido uma averiguação antes de ter havido publicação. Houve uma violação de apurar a verdade”, foi acrescentado. Se, por um lado, a juíza frisou que para haver condenação por difamação teria de haver prova do dolo, o que não foi dado por provado, por outro, não deixou de responsabilizar Lei Kong por não ter apurado a veracidade dos factos imputados à Polytec. “Não se deve actuar desta maneira. Mesmo num artigo de opinião, em que escreve como cidadão e não como jornalista, não deve escrever e fazer comentários que possam ofender as pessoas sem apurar a verdade. Foi escrito que a companhia tinha pedido para que a construção fosse aumentada de 25 para 50 andares, mas ficou provado que isso não foi verdade. São imputações que podem violar o princípio da boa-fé”, avisou Chao Im Peng. Na altura de justificar a indemnização civil de 50 mil patacas, a juíza apontou que a liberdade de imprensa e de expressão têm limitações. “A liberdade de imprensa e expressão são direitos básicos. Mas têm de ser concretizados de acordo com a lei. Temos de ponderar as limitações destes direitos também face aos outros direitos” sustentou. Depois, a juíza notou a necessidade de relatar acontecimentos verdadeiros: “A liberdade de imprensa exige objectividade e veracidade no que é publicado”, apontou. Sobre o valor da indemnização, Chao Im Peng mencionou o artigo do Código Civil em que consta a “Tutela Geral da Personalidade” e que define que “todas as pessoas têm direito à protecção contra qualquer ofensa ilícita”. Decisão contestada Ao longo da leitura da sentença, Lei Kong abanou por várias vezes a cabeça e no final admitiu que vai recorrer da decisão para o Tribunal de Segunda Instância (TSI). O repórter falou ainda de uma nova página para o jornalismo local, deixando no ar a hipótese da liberdade de imprensa estar ameaçada. “Com este caso e com esta sentença em julgamento foi criada uma nova página na História do jornalismo de Macau”, começou por realçar o jornalista e colunista do Son Pou. “No Interior da China, entre os jornalistas diz-se, actualmente, que as leis em vigor em Macau são desactualizadas e que há uma tendência negativa nos tribunais […] Nunca tinha sentido isto, mas com este julgamento vivenciei esta experiência”, desabafou. De seguida levantou várias questões sobre o estado da RAEM. “Esta sentença levanta várias perguntas. Será que em Macau há liberdade para exercer o jornalismo? Será que ainda temos liberdade de expressão e de publicação? Será que há necessidade de reforçar a protecção destas liberdades? Será que há quem reprima a liberdade de imprensa”, questionou. Lei contestou também o facto da decisão do tribunal se ter focado na forma como os artigos foram escritos, em vez de analisar as questões, que no seu entender, deveriam ter estado em causa, como o facto das pessoas terem pago mas não terem as suas casas. Já em relação ao recurso, Lei disse que vai continuar com o processo para que “as pessoas que vão a julgamento tenham penas adequadas”. Segundo o jornalista do Son Pou, o editor Chao Chong Peng, segundo arguido, ainda vai considerar se segue a mesma via,ou se aceita pagar a sua parte da multa, cerca de 16,7 mil patacas. Reposta a verdade Por sua vez, o advogado da Polytec, Luís Cardoso, mostrou-se satisfeito com o resultado, apesar da empresa não ter recebido a indemnização de dois milhões de patacas que tinha pedido. Porém, deixou aberta a hipótese de haver recurso para o TSI, depois de ser analisada a decisão e se for essa a vontade da Polytec. “O dinheiro não era o que estava em causa. A intenção era a constituinte ver reposta a verdade das coisas. Os comentários e os artigos do Lei Kong não correspondem à realidade e o tribunal deu isso como provado”, afirmou Luís Cardoso. “Um dos objectivos foi obtido porque efectivamente ficou provado que os artigos publicados em nada correspondem à verdade”, apontou. Apesar da acusação do crime de difamação, o advogado declarou estar satisfeito por ninguém ter sido preso. “A intenção da nossa constituinte [Polytec] não foi ver ninguém condenado, apenas demonstrar que o que foi escrito e publicado não corresponde à verdade”, frisou. “Lei Kong tomou sempre nos seus artigos como ponto de partida que tinha havido burla. Até que chegou a um ponto em que a nossa constituinte entendeu que tinha de dizer que já chegava”, explicou. O responsável pela defesa da Polytec – a par de Leonel Alves, que ontem não compareceu em tribunal – lamentou da mesma foram o facto de Lei Kong se ter mostrado inflexível ao longo de todo o processo. “Tivemos de utilizar o tribunal para obter este objectivo. Mas o tempo que o tribunal despendeu com isto poderia ter sido evitado, se os arguidos, em tempo próprio, tivessem admitido isso [o erro]. Estaríamos em disposição de desistir da queixa, mas tal não aconteceu porque os arguidos quiseram levar isto até ao fim”, declarou. O causídico defendeu ainda que em todo o caso, que a Polytec acabou por ser “uma das vítimas”. “Os artigos evocaram existência de suspeitas e chegaram ao ponto de evocar a existência de burla, o que não corresponde à verdade. A nossa constituinte não foi acusada de nada, nem poderia ser. Nunca houve a intenção de burlar quem quer que seja”, justificou. Os artigos em causa foram escritos depois do Governo ter recuperado o terreno, na Areia Preta, onde a Polytec estava a construir o empreendimento de luxo Pearl Horizon. À luz da Lei de Terras, alterada em 2013, o Executivo considerou que não poderia prorrogar ou atribuir uma nova concessão à construtora pelo que teve de avançar para a recuperação do terreno. Entretanto, a decisão foi validade pelos tribunais o que resultou com que mais de 3 mil pessoas ficassem sem as casas que já estão a pagar. A empresa sempre responsabilizou o Governo pelo sucedido, devido ao tempo necessário para aprovar o projecto de construção, e defende uma prorrogação do prazo da concessão. Associação dos Jornalistas mostra preocupação Após ter sido conhecida a sentença, a Associação dos Jornalistas de Macau emitiu um comunicado em que afirma “respeitar” a decisão dos tribunais, mas admitiu preocupação com “os impactos negativos” para a liberdade de expressão e de imprensa. A associação presidida por Maria Cheang defendeu também que nos últimos anos a liberdade de imprensa tem vindo a cair no sector do jornalismo em Macau sublinhou a importância do direito de expressão para a construção de uma sociedade mais aberta e desenvolvida.
Hoje Macau SociedadeMotoristas de táxi insistem na necessidade de gravação de vídeo nos veículos [dropcap]O[/dropcap]s motoristas de táxi apelaram mais uma vez ao Governo a inclusão da gravação de vídeo dentro dos veículos na proposta de lei que vai regulamentar o sector. O pedido foi reiterado em conferência de imprensa pelo presidente da Associação Geral dos Taxistas de Macau, Tony Kuok, no passado sábado. De acordo com o responsável, vários motoristas expressaram a sua opinião favorável ao uso de equipamentos de gravação de vídeo dentro dos veículos junto da 3ª Comissão Permanente durante a discussão na especialidade do diploma. O argumento dado pelos taxistas prende-se com a produção de prova para que exista “acesso à verdade em caso de disputa ou de queixas”. Os taxistas também sugerem que seja definida uma quota para apresentação de candidaturas para exploração de táxis a título individual. O objectivo é evitar os monopólios. Recorde-se que, segundo a nova lei, apenas as empresas podem explorar a actividade.
Hoje Macau SociedadeMulher suspeita de abandonar a filha recém nascida [dropcap]U[/dropcap]ma empregada doméstica de origem birmanesa é suspeita de ter abandonado a sua filha recém-nascida após o parto, na casa de banho dos patrões. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), a mãe foi encontrada deitada na casa banho rodeada de sangue. O patrão depois de pedir ajuda à polícia ouviu o som do choro de um bebé e acabou por descobrir a recém nascida entre a janela e o aparelho de ar condicionado, aponta o canal chinês da TDM. A mãe está em observação e a bebé encontra-se no Hospital de São Januário, sendo que não corre risco de vida. A PJ está a investigar o caso.
Hoje Macau SociedadeLesados do Pearl Horizon saem à rua no dia da RAEM [dropcap]A[/dropcap] União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon planeia organizar um protesto, na próxima quinta, 20, dia da RAEM, a partir das 14h. Em comunicado, enviado às redacções, o presidente da União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon, Kou Meng Pok, explica que um dos objectivos é fazer com que o Governo Central fique a saber que o caso está há mais de três anos para ser resolvido. Kou Meng Pok insiste que os compradores adquiriam as suas casas nos termos legais, pelo que exige que o Governo cumpra a sua promessa e implemente, o mais cedo possível, uma proposta de resolução do caso de modo a garantir os direitos e interesses dos lesados.
Diana do Mar Manchete SociedadeCAM vai abater 75 milhões da dívida A Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) vai pagar, no próximo ano, mais uma prestação do empréstimo superior a mil milhões de patacas concedido pelo Governo, no valor de 75 milhões de patacas, mas não há uma data prevista para saldar por completo a dívida [dropcap]À[/dropcap] luz da proposta de Lei do Orçamento de 2019, que vai ser votada amanhã na especialidade, o Governo prevê encaixar 75 milhões de patacas com mais uma prestação do empréstimo concedido à Companhia do Aeroporto de Macau (CAM), no valor global de 1,65 mil milhões de patacas. Não existe, no entanto, uma meta temporal para o pagamento integral da dívida remanescente. Dados complementares à proposta de Lei do Orçamento de 2019, constantes do parecer elaborado pela 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), indicam que, no próximo ano, o Executivo vai receber a quinta prestação do empréstimo concedido à CAM, cujo montante é calculado de acordo com 30 por cento do lucro líquido do ano anterior (correspondente a 250 milhões de patacas), deduzido da previdência e dos dividendos das acções preferenciais legalmente previstos, traduzindo-se em aproximadamente 75 milhões de patacas. O HM contactou a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) no sentido de perceber se existe um calendário para o pagamento da dívida integral contraída pela CAM ao Governo. Em resposta, a DSF indica que o pagamento foi dividido em três fases: a primeira terminou em 2016, a segunda iniciou-se em 2017 e termina e 2022, enquanto a terceira começa em 2023 e continuará nos anos seguintes até à devolução total do empréstimo. “A CAM vai efectuar o pagamento ao Governo da RAEM numa base anual de acordo com o calendário”, indicou a DSF, sem apontar uma estimativa concreta para o termo do pagamento. O Governo concedeu um empréstimo de 1,65 mil milhões de patacas para resolver a situação financeira da empresa, sendo que, até ao momento, a CAM liquidou aproximadamente 300 milhões. Com a verba a pagar no próximo ano (75 milhões) ficarão ainda por saldar sensivelmente 1,27 mil milhões de patacas depois de 2019. Em Agosto, em resposta ao HM, a CAM reconheceu não ter um calendário para concluir o pagamento, embora tenha realçado estar agora com uma situação financeira mais estável: “A situação financeira da CAM melhorou muito com o pagamento dos empréstimos bancários através da emissão de acções preferenciais e, em 2015, iniciou-se o reembolso do empréstimo aos accionistas (incluindo ao Governo), de acordo com o plano aprovado pela direcção da empresa”. A CAM, proprietária e gestora do Aeroporto Internacional de Macau, tem como accionista principal o Governo com um capital social de 55,24 por cento seguido da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) com 34,10 por cento. Os remanescentes 10,66 por cento pertencem a investidores de Macau, Hong Kong e China.
Diana do Mar SociedadeServiços de psicoterapia comunitária prestados por instituições subsidiadas aquém do desejado [dropcap]O[/dropcap≠s Serviços de Saúde reconhecem que os serviços de psicoterapia comunitária, prestados por instituições subsidiadas, são “insuficientes”, falhando nomeadamente em encaminhar os pacientes para a especialidade em tempo útil. Em comunicado, divulgado na sexta-feira, os Serviços de Saúde indicam que, segundo dados das próprias instituições subsidiadas, nos primeiros dez meses do ano, 111 de 644 utentes necessitaram de ser encaminhados, mas a taxa de encaminhamento foi inferior a 1 por cento. Para os Serviços de Saúde, tal demonstra que falharam em cumprir o papel de detectar e encaminhar os casos problemáticos para tratamento oportuno nos serviços especializados, “o que reflecte os problemas relacionados com a falta de experiência clinica e a diferença na qualidade dos serviços dos psicólogos nas instituições relevantes”. Na mesma nota, os Serviços de Saúde ressalvam, porém, que não suspenderam nem reduziram os subsídios dos serviços de psicoterapia comunitária nem os das actividades promocionais para o próximo ano, tendo havido apenas “uma nova redistribuição e ajustamento das quotas e objectos dos serviços prestados pelas instituições subsidiadas, a fim de proporcionar tratamentos precisos a grupos específicos e de qualidade clínica”. Segundo dados estatísticos, as duas instituições colaboradoras prestaram serviços a um total de 4.685 utentes em 2017 e a aproximadamente de 5.000 utentes desde o início do ano. Em causa, figuram a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kai Fong) e a Associação Geral das Mulheres de Macau, de acordo com as listas trimestrais de apoios concedidos pelos Serviços de Saúde, publicadas em Boletim Oficial. “Após uma avaliação abrangente, os Serviços de Saúde irão manter as 5.000 quotas subsidiadas para as duas instituições em 2019, no entanto, consoante o uso real das quotas serão, eventualmente, redistribuídas e ajustadas, assim como também as tarefas assumidas pelas instituições subsidiadas, a fim de proporcionar tratamentos preciosos a grupo específicos e de qualidade clínica”.
Hoje Macau SociedadeConsumidores | Peritos da ASAE dão formação em Macau [dropcap]P[/dropcap]eritos da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica de Portugal (ASAE) estiveram em Macau, durante cinco dias, para realizar um curso de formação destinado ao pessoal do Conselho de Consumidores, bem com para acções de intercâmbio sobre a legislação e os trabalhos no âmbito da defesa do consumidor. Uma iniciativa que decorreu ao abrigo do protocolo de cooperação com a ASAE, firmado em 2014, com o Conselho de Consumidores. Em comunicado, o Conselho de Consumidores indica estar empenhado em alargar a cooperação com associações dos países de língua portuguesa, procurando estendê-la as entidades homólogas da China. Até ao momento, além da ASAE, foram celebrados protocolos com a Direcção-Geral do Consumidor e com a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, sendo que o Conselho de Consumidores ainda observador da CONSUMARE – Organização Internacional de Associações de Consumidores de Língua Portuguesa.
João Santos Filipe SociedadeInundações | Avenida da Ponte da Amizade vai perder vista para o mar Altura de diques e muros entre a Areia Preta e o Porto Exterior vai ser elevada para evitar cheias. Governo admite que vista para o mar para quem circula de carro vai ser afectada. Já na zona do Porto Interior, uma estação elevada para a água das chuvas vai custar 110 milhões de patacas [dropcap]F[/dropcap]oi uma das medidas apresentadas aos deputados na sexta-feira. O Governo vai aumentar a altura dos diques e construir um muro ao longo da Avenida da Ponte da Amizade, entre a Areia Preta e o Porto Exterior, o que vai fazer com que deixe de haver vista para o mar. A revelação foi feita no fim do encontro entre a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas e o Governo sobre o andamento das obras e trabalho de prevenção contra catástrofes naturais. A reuniu contou com a participação do secretário de Segurança, Wong Sio Chak. “Os diques entre a Areia Preta e o Porto Exterior vão ver a altura aumentada para 5,2 metros. Assim, as pessoas quando estiverem a conduzir não vão ver o mar porque a altura vai ser mais elevada. A paisagem vai deixar de existir”, afirmou, no final, Ella Lei, deputada que preside à comissão. “Mas o Governo diz que vai criar zonas verdes naquela área, tal como a cidade de Xangai fez, com a construção de zonas verdes com vistas para o mar”, acrescentou. Ella Lei admitiu também que não foi explicado aos deputados qual o impacto ao nível de circulação do ar naquela zona, nem se poderá haver uma maior concentração de partículas poluentes, assim como um respectivo aumento da temperatura registada. No entanto, confirmou que os planos têm de passar pelo Conselho do Planeamento Urbanístico para serem debatidos, antes de ser concluído o projecto final. Obras até 2021 De acordo com o ponto da situação, existem neste momento vários projecto à espera da aprovação do Governo Central, uma vez que afectam as regiões vizinhas. Um desses casos é o das comportas do Porto Interior, que afectará o caudal das águas daquela zona. Uma construção que vai avançar já nos primeiros três meses do novo ano é a estação elevada para águas pluviais com caixa de seccionamento, no Porto Interior. Esta é uma infra-estrutura que vai ter a capacidade de impedir que as águas do mar entrem no território quando há subida de maré. “A obra vai ter um custo de 110 milhões de patacas e o objectivo é que esteja concluída em 2021. Tem um período de execução de 700 dias”, frisou Ella Lei. “A estação vai estar equipada com bombas que são capazes de retirar 2 mil metros cúbicos de água, o equivalente a 14 metros cúbicos de água por segundo. É como se fosse uma piscina com capacidade para 2 mil metros cúbicos”, explicou ainda, a nível técnico, a deputada. Na zona do Porto Interior vão igualmente ser construídos muretes e vai haver ainda outros trabalhos também de prevenção de inundações. Segundo Ella Lei, no que diz respeito aos trabalhos na Zona Norte do Porto Interior as obras vão ficar à responsabilidade do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, enquanto na zona Sul a responsabilidade vai ser das Obras Públicas.
Hoje Macau SociedadeDia da RAEM | Guarnição do ELP com cerimónia do içar da bandeira [dropcap]A[/dropcap] Guarnição do Exército de Libertação Popular (ELP) em Macau vai comemorar o 19.º aniversário RAEM e do respectivo destacamento no território, na próxima quinta-feira, dia 20, nas suas instalações, localizadas na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, com uma cerimónia solene do içar da bandeira. A cerimónia terá lugar às 07h, de acordo com uma nota do Gabinete de Comunicação Social.
Diana do Mar SociedadeLançada em Janeiro ‘app’ que permite tirar senhas para serviços públicos Vai ser lançada, no próximo mês, uma aplicação de telemóvel que permite a marcação prévia ou tirar uma senha ‘online’ em serviços públicos, mas também efectuar pedidos para a contratação de trabalhadores não residentes domésticos e para o licenciamento dos estabelecimentos de restauração [dropcap]A[/dropcap] possibilidade de fazer marcação prévia ou tirar uma senha ‘online’ para serviços públicos através de uma aplicação de telemóvel (‘app’) vai ser uma realidade no próximo mês. A novidade insere-se no chamado projecto do “Governo Inteligente”, cujos resultados preliminares foram apresentados ontem em conferência de imprensa pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). Numa etapa inicial, a nova funcionalidade vai estar disponível em seis serviços públicos. A saber: Direcção dos Serviços de Identificação, Direcção dos Serviços de Finanças, Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Fundo de Segurança Social e Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Os cidadãos vão poder consultar o tempo de espera, escolher o serviço mais próximo, bem como a data e hora mais convenientes para a marcação prévia ou obter uma senha ‘online’. A ‘app’, que vai estar disponível nas duas línguas oficiais da RAEM (chinês e português), possibilitará também aos cidadãos a apresentação de pedidos para a contratação de trabalhadores não residentes domésticos. Actualmente, os empregadores têm de tratar pessoalmente do pedido de contratação (junto da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais) e de autorização de permanência (junto da PSP), mas tal está prestes a mudar, bastando-lhe aceder à “conta única” que vai ser criada. Caso utilizem já a assinatura electrónica, certificada pela Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações, podem não só fazer o pedido como obter os resultados da apreciação ‘online’. A ‘app’ também facilita a renovação do ‘blue card’, na medida em que o utente apenas precisará deslocar-se para levantar o cartão, caso o empregador tenha assinatura electrónica e efectue o pagamento com cartão de crédito. O terceiro serviço personalizado tem que ver com os pedidos de licenciamento dos estabelecimentos de restauração. Neste âmbito os cidadãos vão poder inteirar-se do andamento dos mesmos através da ‘app’. Dado que abrangem uma série de serviços, foi criada uma plataforma interna de partilha de pareceres do Governo com vista a facilitar a utilização conjunta, o que não só evita a necessidade de troca de documentos, poupa papel, como também permite uma apreciação normalizada, com vista a elevar a eficiência do serviço. Uma página, uma conta Concluído o Centro Piloto de Computação em Nuvem, estabelecido no Centro de Serviços da RAEM na Areia Preta, e estabelecidas as plataformas em nuvem, de recursos de dados e de megadados para uso exclusivo do Governo, com o apoio do Alibaba Cloud, vai ser lançada uma página unificada, permitindo aos cidadãos, através de uma conta electrónica individual única, aceder a diferentes serviços, consultando os guias de formalidades ou requerimentos, subscrever informações do Executivo, apresentar candidaturas a concursos ou ficar a par do teor das consultas públicas. No próximo ano serão acrescentados outros serviços que incluem os pedidos ‘online’ de certidões de registo predial (busca) e certidões de registo comercial da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, o serviço de consulta de registo clínico dos Serviços de Saúde ou o de registo de contribuições do Fundo de Segurança Social, entre outros. O regulamento administrativo da plataforma e conta únicas encontra-se concluído e deve entrar então em vigor em Janeiro, sendo que, em 2019, deve ser submetida à Assembleia Legislativa uma proposta de lei sobre o governo electrónico, indicou o director dos SAFP. A plataforma de recurso de dados, mais os três projectos personalizados tiveram um custo de 22 milhões de patacas. Em paralelo, encontra-se actualmente em construção o Centro de Produção de Computação em Nuvem no Terminal Marítimo do Pac On, que deve estar pronto no final do próximo ano, cujo orçamento é de 200 milhões de patacas, indicou o director dos SAFP, Eddie Kou. Após revisão do planeamento geral do Governo Electrónico 2015-2019, que os SAFP estimam atingir uma taxa de execução superior a 90 por cento, iniciar-se-ão os trabalhos para a elaboração do planeamento de desenvolvimento do Governo Inteligente 2020-2024.
Diana do Mar Manchete SociedadeMais 1700 carros vão ser autorizados a circular na Ilha da Montanha A partir da próxima quinta-feira, dia 20, os residentes locais vão poder candidatar-se às 1700 quotas para circulação automóvel na Ilha da Montanha, anunciadas ontem pelos Governos de Macau e de Zhuhai [dropcap]M[/dropcap]ais 1700 carros de Macau vão poder circular na Ilha da Montanha, elevando para 2500 o número total de viaturas com matrícula da RAEM. O anúncio, feito ontem pelos Governos de Macau e de Zhuhai, diz respeito à terceira fase de aplicação da política de quotas de circulação de veículos na Ilha da Montanha. As novas 1700 quotas serão atribuídas em três etapas: a primeira compreende 700, enquanto a segunda e a terceira 500 cada. Em comunicado, o gabinete do porta-voz do Governo indica que os residentes interessados podem apresentar o requerimento a partir da próxima quinta-feira, dia 20, podendo as informações e regras ser consultadas na Internet (tgsq.hengqin.gov.cn), estando o ‘site’ disponível apenas em chinês. Para breve A nota oficial refere que a terceira fase de circulação de automóveis na Ilha da Montanha entra em vigor “em breve”, mas não precisa quando vai subir então para 2500 o total de veículos de Macau autorizados a circular na Ilha da Montanha. O HM contactou o Governo solicitando essas informações, mas até ao fecho da edição não obteve resposta. “As autoridades de Macau e de Zhuhai continuam acompanhar os trabalhos das fases anteriores, nomeadamente a implementação de medidas, o funcionamento da passagem fronteiriça rodoviária e outras situações, a fim de assegurar que as seguintes possam ser executadas da melhor forma”, refere o mesmo comunicado. Acrescenta ainda que, “no futuro, os Governos dos dois territórios vão impulsionar os trabalhos, considerando a utilização de quotas, capacidade da passagem fronteiriça e a realidade de Macau, no sentido de avançar gradualmente, com o objectivo de acompanhar, da melhor forma, as políticas favoráveis a Macau”. A política de circulação de veículos de Macau na Ilha da Montanha arrancou há dois anos.
Diana do Mar Manchete SociedadeGPDP analisa queixa relativa ao escândalo de divulgação de dados pessoais da Cathay Pacific [dropcap]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) recebeu apenas uma queixa relativamente ao escândalo da companhia de bandeira de Hong Kong que envolveu a divulgação de dados pessoais de 9,4 milhões de passageiros. A informação foi facultada pelo coordenador do GPDP, Yang Chongwei, que, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, indicou que a mesma se encontra a ser analisada. “Até 21 de Novembro, este Gabinete recebeu uma queixa relativa à fuga de dados da Cathay Pacific e o caso está no processo de tratamento”, afirmou o coordenador do GPDP, dando conta de que tem mantido “contacto próximo“ com a entidade congénere de Hong Kong “para saber o progresso do tratamento do incidente e avaliar o possível impacto nos residentes de Macau”. “Visto que a implementação e a execução do mecanismo de ‘notificação de fuga’ têm que ser coordenadas com a legislação pertinente e com a situação social geral, actualmente o Gabinete ainda não pode determinar se introduz o mecanismo de notificação obrigatória”, indicou Yang Chongwei, em resposta a Ella Lei, após a deputada ter sinalizado que a Lei da Protecção dos Dados Pessoais, em vigor desde 2006, tem muitas normas que carecem de actualização, dado que não prevê nomeadamente essa obrigação. Na réplica, o coordenador do GPDP aponta os holofotes para a proposta de lei da cibersegurança, actualmente em análise em sede de especialidade na Assembleia Legislativa, na medida em que o diploma em causa exige que os operadores privados de infra-estruturas críticas tenham determinadas obrigações em matéria de procedimentos, prevenção, monitorização e resposta a incidentes de cibersegurança. “Se for aprovado e se tornar formalmente uma lei, as disposições relevantes responderão prontamente aos incidentes de fuga de dados pessoais”, sublinha o coordenador do GPDP, sem esclarecer, no entanto, de que forma, dado que no caso em concreto está em causa uma empresa de Hong Kong.
Hoje Macau SociedadePortas do cerco | Terminal reabre este sábado depois de obras [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem a reabertura do terminal de autocarros das portas do cerco já este sábado. De acordo com um comunicado oficial, nesta fase inicial de reabertura “um total de 13 carreiras de autocarros fazem escala no terminal e as restantes mantêm-se a funcionar de acordo com a disposição actual”. Um total de sete carreiras vão usar o terminal como ponto de partido, sendo que as restantes cinco fazem apenas escala nas portas do cerco. Além disso, a carreira 3X só efectua no local a largada de passageiros e mantém a tomada dos mesmos na paragem “Itsmo F. Amaral”. As paragens criadas depois do encerramento do terminal rodoviário serão mantidas, continuando a seguir a actual disposição as carreiras que passam por estas paragens. O terminal de autocarros teve de fechar temporariamente devido aos estragos causados pela passagem do tufão Hato no território. As obras concluíram no final de Novembro. As novas instalações “dispõem de três zonas de espera climatizadas do tipo fechado e de duas do tipo aberto”, estando equipadas “com novos aparelhos de ar condicionado, sistema de ventilação e exaustão de fumo, sistema de combate a incêndios, sistema eléctrico e instalações de filas de espera”. Foi também feita uma optimização dos espaços destinados aos sanitários, gabinetes de trabalho e placas de refúgio para passageiros à espera de autocarros, com o objectivo de “aumentar o conforto nos espaços de descanso para motoristas e de espera para passageiros”.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau lança plataforma de tradução online chinês-português-inglês [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) anunciou ontem ter lançado uma plataforma de tradução online chinês-português-inglês, de forma a ajudar os tradutores profissionais em vocabulários mais técnicos. “A plataforma permite que tradutores profissionais estabeleçam conjuntos de vocabulário especializados relacionados com um determinado sector”, explicou a UM, em comunicado. Além disso, sublinhou a UM, o sistema, UM-CAT, pode também identificar automaticamente textos usados anteriormente, sendo esta plataforma “adequada para escritórios governamentais e empresas que precisam de lidar com uma grande quantidade de tarefas de tradução multilíngue no seu trabalho diário”. “O UM-CAT pode, não só traduzir textos genéricos, como também traduzir textos técnicos em diferentes campos profissionais”, referiu a UM. Esta plataforma também integra várias outras funções, incluindo memória de tradução, gestão de terminologia, tradução colaborativa e inteligente e sugestão de segmentos de tradução. O UM-CAT foi desenvolvido pelo Laboratório de Linguagem Natural da UM e pelo Laboratório de Tradução Automática Português-Chinês.
João Santos Filipe SociedadeMordomo Singou vai dar informações a turistas em centro de informação [dropcap]A[/dropcap] partir do próximo ano o Governo vai colocar 12 robots com o nome provisório Mordomo Singou 1 (Singou Butler 1, em inglês) nos centros de informação de turismo com o objectivo de responder às dúvidas dos visitantes colocadas de forma oral sobre itinerários e actividades. O equipamento ainda está numa fase de testes e mesmo quando for instalado apenas vai comunicar em mandarim e cantonense. A novidade foi avançada ontem pela Direcção Serviços de Turismo (DST) numa conferência que serviu para apresentar os resultados de implementação da política Cidade Inteligente, no âmbito da cooperação com a Alibaba. Apesar disso, o Mordomo Singou 1 é uma iniciativa da empresa local Singou Technology (Macau). Inicialmente, o robot foi desenvolvido para fazer companhia a idosos que vivem sozinhos, para o efeito está equipado com tecnologia que lhe permite conversar com as pessoas e lembrar-lhes da altura de tomarem medicamentos. Agora vai ser aplicado ao turismo local. “A parceria prevê a colocação de 12 unidades em centro de informação. Vai ser um parceria gratuita nesta fase porque a empresa local também quer ter a oportunidade de experimentar o robot em ambientes mais movimentados. Até aqui foi utilizado em ambientes domiciliários”, disse Maria Helena de Senna Fernandes, director da DST. “Na primeira fase, vão falar cantonense, mandarim e inglês. Depois poderão ser utilizadas outras línguas, dependendo do sucesso do projecto”, clarificou. 19 milhões No âmbito das iniciativas com a Alibaba foram desenvolvidos três projectos com o objectivo de permitir troca de dados de turismo entre visitantes e a indústria, uma aplicação para identificar os padrões de consumo dos turistas e ainda um aplicação para gerir o fluxo dos visitantes. Além destas novidades, vai ser lançada uma aplicação para o planeamento dos itinerários para os turistas, em que lhes é indicado em tempo real se os locais de visita, como museus ou outros, ainda estão abertos. Outra novidade passa pelo lançamento de um novo portal do turismo com diferentes tipos de informação. Só na vertente do turismo, o protocolo com o Alibaba custou aos cofres da DST cerca de 19 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeTransportes | Ligação directa entre a Ponte HKZM e Aeroporto de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] Ilha Artificial da Ponte HKZM de Hong Kong vai ter uma ligação directa ao aeroporto da RAEHK, de acordo com a informação do Autoridade do Aeroporto de Hong Kong, citada pelo jornal Apple Daily. O projecto só deverá estar concluído em 2022, mas vai permitir que quem atravesse a ponte para ir directamente para o aeroporto de HK faça check-in no controlo alfandegário de Macau e Zhuhai, onde também podem deixar logo a bagagem. Depois, a viagem é feita sem mais nenhum controlo, com os passageiros a saírem da ponte e a apanharem outro shuttle para o aeroporto. O modelo é semelhante ao que já existe nos barcos que fazem a ligação directa entre Macau e o aeroporto de Hong Kong. Segundo a notícia do jornal Apple Daily, as obras de construção da ponte e centro de transbordo ligado ao aeroporto, necessários para esta ligação, arrancam em 2020.
Hoje Macau SociedadeUNESCO | Casa do Mandarim distinguida com título educativo [dropcap]O[/dropcap] Instituto do Património Mundial para a Formação e Pesquisa na Região da Ásia-Pacífico da UNESCO conferiu o título de “Base de Educação para Jovens sobre o Património Mundial” à Casa do Mandarim, numa cerimónia que teve lugar em Suzhou (China), a 28 de Novembro. Em comunicado, divulgado ontem, o Instituto Cultural (IC) diz esperar que a distinção possa reforçar o sentido de pertença e identidade dos jovens em relação à história e à cultura de Macau e promover o seu apoio e participação nos trabalhos de protecção do Património Mundial. A Casa do Mandarim, que faz parte do Centro Histórico de Macau, inscrito como Património Mundial, reabriu ao público após ter sido alvo de restauro em 2010. Nos últimos dois anos, de acordo com o IC, foram realizadas mais de 75 visitas guiadas, as quais contaram com a participação de mais de 4000 estudantes do ensino primário e secundário.
Diana do Mar SociedadeTUI valida reversão de mais dois terrenos [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) deu razão ao Chefe do Executivo em mais dois casos de reversão de terrenos por falta de aproveitamento. O primeiro caso diz respeito a uma parcela, com área de 2.170 metros quadrados, na zona de aterros do Pac On, enquanto o outro refere-se a um terreno localizado na área industrial de Seac Pai Van, com 3.375 metros quadrados. A decisão do Chefe do Executivo, que declarou a caducidade da concessão de ambos, foi seguida por recursos contenciosos para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que negou provimento a ambos, em duas decisões que foram confirmadas agora pelo TUI.
Diana do Mar SociedadeDemitido agente da PSP que entrou em casino e furtou fichas [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, aplicou a pena de demissão a um agente da PSP que entrou num casino – violando a interdição a que se encontram sujeitos os trabalhadores da Administração Pública –, onde alegadamente furtou fichas de jogo. O despacho de demissão foi emitido a 21 de Novembro, após o termo do processo disciplinar de que foi alvo. O caso remonta a meados de Março. Segundo as informações, constantes do portal do gabinete do secretário para a Segurança, durante a investigação, depois de o agente ter sido detectado a entrar num casino do centro da cidade, descobriu-se que ter-se-á apropriado de fichas abandonadas numa mesa de jogo. No entanto, na altura, o proprietário das mesmas declarou não desejar apresentar queixa à polícia. Independentemente do desinteresse da vítima no procedimento criminal, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) instaurou, a 20 de Março, um processo disciplinar dando “especial atenção” à violação das normas de interdição nos casinos por parte do seu pessoal. Durante o debate sectorial das Linhas de Acção Governativa (LAG), o secretário para a Segurança deu conta de que, no ano passado, foram tratados 278 casos relacionados com disciplina, que resultaram na aplicação de sanções a um total de 295 pessoas.
João Santos Filipe SociedadeRegistados 21 crimes de exploração de prostituição até Outubro Pela primeira vez desde 2013 o número de casos de lenocínio está em vias de subir face ao ano anterior. Desde que Wong Sio Chak assumiu a posição de secretário para a Segurança que o número de crimes de exploração de prostituição foi sempre inferior ao ano anterior [dropcap]E[/dropcap]ntre Janeiro e Outubro deste ano a polícia registou um total de 21 casos de exploração de prostituição no decurso de operações realizadas. Os números foram revelados ao HM pelo gabinete do secretário para a Segurança. Se a tendência de uma média de cerca de dois crimes por mês se mantiver até ao final do ano, então o número registado rondará os 25 crimes. Este número pode ser o primeiro aumento face ao período homólogo desde 2013. De acordo com os dados obtidos pelo HM, a detecção de crimes de exploração de prostituição, também conhecido como lenocínio, vinha em quebra desde 2013, quando Cheong Kuoc Va ocupava o cargo de secretário para a Segurança. Nesse ano, foi registado o valor mais elevado desde 2008, com um total de 62 ocorrências. O crime de exploração de prostituição é punido com uma pena de um a três anos de prisão e aplica-se a quem atrair clientes para um terceiro, mesmo que o prostituto esteja de acordo. Mesmo nos casos em que não há pagamento de uma comissão pela angariação de clientes a pena também é aplicável, sendo que neste caso pode ser inferior a 1 ano. A tentativa também é punível. Sempre a cair O início do mandato de Wong Sio Chak como secretário para a Segurança ficou marcado pela operação no Hotel Lisboa, em Janeiro de 2015, que resultou na detenção de Alan Ho, sobrinho de Stanley Ho e director executivo do espaço. Mais tarde, apesar de estar acusado de 90 crimes, Alan foi condenado a 13 meses de prisão, pela prática de um único crime de exploração de prostituição. A operação terminou com a tradição no Hotel Lisboa, onde as prostitutas se passeavam nos corredores na busca de clientes. Mas desde 2013 até final do ano passado que a tendência do registo deste tipo de crimes tem vindo sempre a cair. Em 2015 foram detectados 36 crimes, o número desceu para 34 em 2016 e no ano passado caiu para 22. O registo do ano passado é mesmo o mais baixo desde 2008, de acordo com os dados fornecidos ao HM. Entre 2008 e 2012 houve uma maior volatilidade, logo em 2008 foram identificados 30 crimes desta natureza, no ano seguinte subiu para 36, até que em 2010 atingiu a marca dos 40 crimes. Este valor manteve-se como o mais elevado até 2013, quando houve um salto para 62. Nos dois anos entre 2010 e 2013, ou número registado foi de 36 crimes, em 2011, e 39, em 2012. Actividade no Cotai Os números da polícia foram fornecidos ao HM depois de em Novembro o jornal Exmoo ter feito uma reportagem onde é relatado que a tradição do Hotel Lisboa se mudou para o exterior dos hotéis Venetian e Parisian. Todavia, segunda a publicação, há uma grande diferença que passa pela maior internacionalização das prostitutas, que não são apenas chinesas, assim como um grande número de transsexuais. Os preços praticados por uma hora de serviço são na casa dos quatro dígitos. Aos jornalistas do jornal Exmoo foram pedidos 1.500 dólares de Hong Kong, mas depois de alguma negociação o montante foi reduzido para os 1.000 dólares.
Diana do Mar SociedadePonte do Delta | Lançado concurso para gestão e exploração de áreas comerciais do posto fronteiriço [dropcap]E[/dropcap]stá aberto o concurso público para a gestão e exploração das áreas comerciais do Edifício do Posto Fronteiriço na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Segundo o anúncio, publicado ontem pela Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM) em Boletim Oficial, a concessão vai funcionar em regime exclusivo. As propostas têm de ser entregues até 19 de Fevereiro, estando o acto público de abertura marcado para o dia seguinte. Podem apresentar candidaturas as sociedades com sede principal em Macau, desde que satisfaçam um conjunto de requisitos, como terem a inscrição de início de actividade na Direcção dos Serviços de Finanças há três anos. O prazo de execução figura no caderno de encargos.
Diana do Mar SociedadeHospital das Ilhas | Estruturas principais devem ficar prontas dentro de três anos [dropcap]E[/dropcap]stá aberto o concurso público para a construção das estruturas principais do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. Segundo o anúncio, publicado ontem pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) em Boletim Oficial, o prazo máximo de execução é de 1150 dias de trabalho, ou seja, de aproximadamente três anos. O Hospital Geral, o Edifício de Apoio Logístico, o Edifício de Administração e Multi-serviços figuram como as estruturas principais do futuro segundo hospital público de Macau. A empreitada inclui ainda arruamentos e infra-estruturas, sistema automático de recolha de lixo, roupa de cama e vestuário, bem como a instalação de sistemas de baixa tensão no Edifício Residencial para Trabalhadores e no Edifício do Laboratório Central. As propostas têm de ser entregues até 19 de Março, estando o acto público de abertura previsto para o dia seguinte. São admitidas como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), bem como as, com sede no exterior, desde que participem através de consórcios com entidades com sede em Macau. A dar-se esse caso, deve ser constituído no máximo por três membros, sendo que a participação mínima de cada um não deve ser inferior a 15 por cento, enquanto a do líder deve ultrapassar a fasquia dos 50 por cento. O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas envolve um total de sete edifícios, sendo a parte mais importante o edifício do Hospital.
João Santos Filipe SociedadeTecnologia | DSAT vai utilizar novas tecnologias para sancionar irregularidades Dados recolhidos em cooperação com a Alibaba vão permitir às autoridades aplicar multas. A gestão inteligente dos semáforos na Avenida da Praia Grande visa a redução do tempo de espera no trânsito naquela zona em 20 minutos [dropcap]A[/dropcap] caça à multa em Macau vai contar com o reforço dos dados recolhidos com a ajuda da Alibaba. A garantia foi deixada, ontem, pelo director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), numa conferência de imprensa em que foram anunciados os lançamentos de quatro aplicações. “A polícia vai poder aceder às informações em tempo real e actuar imediatamente. Por exemplo, se na Avenida Almeida Ribeiro houver um congestionamento e um carro para evitar o trânsito vira para a Rua Central, quando não o pode fazer, o condutor vai ser multado”, afirmou Lam Hin San, numa conferência de imprensa que serviu para apresentar os resultados da aplicação das medidas de trânsito inteligente. Mais tarde, os jornalistas foram levados a um centro de controlo, onde os responsáveis da DSAT vão ter acesso a todas as informações recolhidas por sensores, sistemas de GPS instalados em veículos como autocarros, táxis, entre outros, para saberem como está o estado de trânsito. Neste campo também há acesso às imagens captadas pelas câmaras CCTV no local. Contudo, um dos técnicos frisou que as imagens têm “uma baixa resolução”, devido à protecção da privacidade das pessoas. Porém, quando questionado se toda a nova informação estaria acessível à polícia, limitou-se a dizer que era uma escolha política que teria de ser feita. Trânsito mais fluido Segundo a apresentação da DSAT de ontem, até ao momento foram desenvolvidas quatro aplicações com base nos dados recolhidos através de GPS colocados em mais de 1600 veículos, entre autocarros, táxis especiais e 500 autocarros shuttle. Uma das aplicações implicou a colocação de sete sensores em cruzamentos, na Avenida da Praia Grande, que permite ajustar o tempo de espera dos semáforos. Segundo Lam Hin San, em dois meses que o sistema entrou em funcionamento houve um ganho de 20 por cento no tempo de espera para os condutores. Se anteriormente as pessoas estavam dez minutos à espera no trânsito nessa zona da cidade, agora apenas aguardam oito minutos. Este é um projecto piloto que o Governo espera que seja levado para outras zonas da cidade de forma a conseguir poupanças de tempo superiores a 20 por cento. Em relação às outras aplicações, uma serve para analisar em tempo real a situação do trânsito e prever como vai estar na hora seguinte, a pensar na conveniência dos condutores. Uma outra permite aos responsáveis da DSAT terem informações em tempo real do serviço de autocarros e a última permite avisar a as autoridades para a existência de incidentes rodoviários. As previsões apontam para que ao longo do próximo ano todas estas informações sejam disponibilizadas às pessoas de Macau, através do download das aplicações. Finalmente, foi prometido o pagamento dos bilhetes de autocarro através de códigos QR no telemóvel, havendo assim dispensa do Cartão Macau Pass, em formato físico. “É muito chato ter que utilizar o cartão, ir busca-lo à carteira. Com o telemóvel e a utilização do código QR é muito mais conveniente”, concluiu Lam Hin Sang. Este tipo de pagamento já está a ser actualmente utilizado por duas mil pessoas em Macau, de forma experimental.
Victor Ng SociedadePraia Grande | Moradores exigem demolição de loja considerada ilegal Os moradores do edifício Lap Heng, situado ao lado do Banco Luso Internacional, exigem a demolição de uma loja de conveniência situada à entrada do prédio. A DSSOPT já confirmou a ilegalidade do negócio, cujo funcionamento tem causado, segundos moradores, problemas de higiene [dropcap]O[/dropcap] edifício Lap Heng, localizado na zona da Praia Grande, ao lado do edifício do Banco Luso Internacional, tem registado problemas de higiene e drenagem causados, alegadamente, pelo funcionamento da loja de conveniência Chun Kei, que se situa à entrada do prédio, bloqueando uma zona de circulação. A situação foi ontem denunciada por moradores numa conferência de imprensa, onde pediram a demolição da loja, uma vez que esta está a funcionar de forma ilegal. O filho do proprietário apareceu na conferência e assegurou que tem vontade de cooperar para a resolução do problema, mas que é preciso que os serviços públicos tratem da questão da propriedade da loja. De acordo com o representante dos moradores, de apelido Wong, o edifício tem vindo a ser afectado por problemas de higiene desde 2017, causados por problemas no sistema de drenagem, que afectam não só o dia-a-dia dos residentes como dos estabelecimentos comerciais. “Para melhorar o sistema de drenagem, é necessário que as máquinas das obras venham para dentro, mas o espaço onde a loja se situa impede a entrada de veículos”, explicou. O assunto já terá sido exposto aos proprietários da loja, mas ainda não se chegou a um consenso quanto à resolução do problema. Confirmação da DSSOPT Além dos problemas de higiene, coloca-se a questão da propriedade do espaço. O ano passado, os moradores não encontraram qualquer registo de propriedade da loja de conveniência Chun Kei. Um outro morador consultou junto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) que a loja não deveria estar naquele espaço, uma das saídas do edifício, de passagem pública. A DSSOPT terá dito aos moradores que vão proceder à demolição da loja, mas o representante dos moradores exige que o processo seja mais célere, uma vez que estão em causa problemas de higiene e segurança. Na conferência de imprensa estiveram presentes o filho e a mulher do proprietário da loja. A esposa, de apelido Lok, referiu que os moradores prestaram declarações falsas, tendo garantido que a loja tem registo comercial e que, até ao momento, não recebeu da DSSOPT nenhuma ordem de demolição. Lok disse que a loja foi adquirida a um outro proprietário no final da década de 70. O filho, de apelido Ng, disse que, no passado, as leis permitiam o funcionamento de várias lojas no mesmo sistema em que opera a Chun Kei. Ng disse que tem vontade de cooperar e que é necessário que os serviços públicos esclareçam a questão da propriedade, para determinar o seu funcionamento no futuro.