Hoje Macau Manchete SociedadeCamboja | Dois residentes foram traficados para centros de burlas A Polícia Judiciária admite que, pelo menos, dois residentes estão desaparecidos no Camboja, depois de terem sido aliciados com ofertas de emprego. As autoridades acreditam que os residentes possam estar no Camboja em centros de burla e extorsão ligados a máfias chinesas A Polícia Judiciária (PJ) de Macau revelou na sexta-feira que dois residentes desapareceram após terem sido vítimas de tráfico humano para centros no Camboja dedicados a burlas e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet. “Por enquanto, há dois casos de pessoas que foram atraídas para o Camboja, continuamos a investigar com a polícia [do Interior da China] e, através da cooperação internacional, esperamos encontrá-las”, disse o porta-voz da PJ, Lei Ka Wo, durante uma conferência de imprensa. Questionada pela Lusa, a PJ recusou-se a fornecer mais pormenores sobre as duas vítimas. Na mesma conferência de imprensa, a PJ anunciou ter interceptado, na quinta-feira, no aeroporto local, quatro homens, oriundos da vizinha província de Guangdong, entre os 20 e os 29 anos, que iriam trabalhar em centros dedicados à burla e extorsão no Camboja. A PJ disse ter recebido um telefonema de um familiar, dizendo que o filho estava prestes a embarcar num avião no aeroporto de Macau com destino ao Camboja, “e que suspeitava que o filho tinha sido aliciado para participar em actividades ilegais no estrangeiro”. “Como se verificou que havia também três chineses a viajar com ele”, a polícia levou-os de volta à esquadra para investigação, acrescentou o porta-voz. Salários de 10 mil yuan De acordo com a PJ, os homens foram aliciados para o Camboja com uma oferta de um salário mensal de 10 mil yuan (quase 1.200 euros) e uma elevada comissão, para supostamente desempenhar funções de atendimento ao cliente de investimentos. “Na verdade, iriam trabalhar para grupos de crime organizado para cometer crimes nos centros dedicados à fraude e extorsão online”, explicou o porta-voz. “Os grupos criminosos pediram-lhes que apanhassem voos de Macau, devido ao facto de a China continental ter requisitos de autorização de saída mais rigorosos para as pessoas que viajam para o Camboja”, disse a PJ. Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. De acordo com a organização não governamental International Justice Mission, nos últimos anos milhares de pessoas de mais de 60 países foram vítimas de traficantes, atraídas para centros de burla com promessas de salários elevados anunciados como empregos de colarinho branco localizados na Tailândia ou noutros países da região. “Na maior parte dos casos, os grupos criminosos enganaram as pessoas para que viajassem para a Tailândia em busca de empregos aparentemente legítimos, para depois serem traficadas para o Myanmar [antiga Birmânia] e obrigadas a trabalhar em condições de exploração”, explicou o porta-voz.
João Santos Filipe Manchete SociedadeToponímia | IAM lança novo concurso público Após as polémicas que levaram a detenções, o novo concurso público tem regras bem claras sobre o processo técnico de elaboração dos azulejos e requere às empresas interessadas que garantam ao IAM o acesso às instalações onde vão ser criados os azulejos O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) lançou um novo concurso para a aquisição de placas toponímicas em azulejo, depois da polémica de Setembro do ano passado, quando foi revelado que várias placas vendidas como azulejo não passavam de autocolantes. De acordo com o anúncio publicado no portal do IAM, a apresentação das propostas tem de ser feita antes do meio-dia de 25 de Agosto. Ao contrário das ocasiões anteriores, as novas regras do concurso definem claramente no caderno de encargos o processo técnico de elaboração dos azulejos para as futuras placas das ruas. As empresas interessadas têm de entregar 1.638 conjuntos de oito azulejos, num total de 13.104 azulejos para ser utilizados nas ruas. Também são exigidos mais quatro conjuntos, dois para efeitos de teste e outros dois para ficarem em arquivo. As regras do concurso definem também que os concorrentes têm de garantir que o IAM pode inspeccionar a unidade de produção dos azulejos para a escolha da proposta vencedora e para controlo da qualidade. Apesar deste aspecto, fica patente nas regras do documento que “o trabalho de fiscalização do IAM não isenta o adjudicatário de qualquer responsabilidade em relação às exigências de qualidade das mercadorias”. Escândalo e polícia O escândalo com as placas toponímicas rebentou a 12 de Setembro do ano passado, quando começaram a circular imagens online com os nomes das ruas a caírem, devido à degradação do plástico utilizado, em vez de azulejos. Com as imagens a tornarem-se virais, principalmente a imagem da placa da Rua dos Eucaliptos, o IAM reagiu, e em comunicado revelou ter apresentado queixa às autoridades policiais, por suspeitas de fraude. No dia seguinte, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, também revelou que ia decorrer um processo interno no IAM, para apurar os contornos do caso. Nessa altura foi tornado público que o contrato de 1,1 milhões de patacas envolveu a instalação de 362 placas toponímicas, com os preços de 600 patacas a 1.200 patacas por placa, e que entre as 62 placas, um total de 44 apresentavam sinais visíveis de degradação. Com a Polícia Judiciária (PJ) a entrar em acção após o caso, no final de Setembro foi revelado que duas pessoas tinham sido detidas, por suspeitas de fraude mercantil. No entanto, a decisão não deixou de ser igualmente polémica, com o proprietário e adjudicatário a passar incólume perante a investigação. Os detidos foram um residente local que trabalhava para a adjudicatária e um homem do Interior, a quem a adjudicatária (o construtor civil Chan Tak Son) pediu que fizesse as placas. A PJ justificou que as detenções apenas visaram os funcionários, em vez do adjudicatário e do proprietário da empresa subempreiteira, porque terá havido uma delegação de toda a responsabilidade sobre o projecto nos detidos. O crime de fraude mercantil é punido com uma pena que pode chegar aos cinco anos de prisão, ou 600 dias de multa. No caso de ser considerado que o crime resultou de negligência, a pena máxima é de um ano de prisão ou 60 dias de multa. O desfecho do caso não foi tornado público.
João Luz Manchete PolíticaPatrimónio | Ron Lam pede responsabilização por falhas na protecção O ainda deputado Ron Lam pediu que os dirigentes do Instituto Cultural sejam responsabilizados politicamente pela forma como foi gerido o dossier do viaduto entre as zonas A e B dos novos aterros, ignorando pedidos de informação e impacto ambiental abrangente que a obra pode acarretar Ron Lam divulgou ontem uma interpelação escrita onde pede a responsabilização dos dirigentes do Instituto Cultural (IC) pela forma como foi gerido o assunto do viaduto projectado para ligar as zonas A e B dos novos aterros, assim como o planeamento de obras para a construção da Linha Leste do Metro Ligeiro. O ainda deputado, que viu na semana passada a sua candidatura desqualificada de participar nas próximas eleições por veto político, lamentou que o IC se tenha desviado dos critérios internacionais de protecção do património, conduta que deveria acarretar responsabilidades para governantes. Recentemente, o Comité do Património Mundial da UNESCO exigiu ao Governo a realização de avaliações de impacto patrimonial abrangentes “antes que sejam tomadas quaisquer decisões irreversíveis”. Ron Lam recordou que em Julho do ano passado interpelou o Governo precisamente sobre o projecto do viaduto entre Zona A e Zona B dos Novos Aterros devido à sua altura da infra-estrutura e do impacto no corredor visual do Farol da Guia, um dos “monumentos” classificados pela UNESCO. Na altura, o IC respondeu ao deputado que o viaduto ocuparia apenas 0,34 por cento da área total da zona de protecção do corredor visual do Farol da Guia, sem lhe provcoar impacto. Na interpelação divulgada ontem, o deputado sublinha a discrepância entre as considerações do IC demonstradas na resposta de 2024 e as preocupações vincadas no recente relatório da UNESCO. Passar por baixo “Durante o processo de planeamento e avanço do viaduto entre Zona A e Zona B, sobretudo face à sugestão alternativa de construir um túnel subterrâneo, porque é que o IC não efectuou consulta pública, nem avaliações sobre o ambiente e impacto ao património”, perguntou o deputado. Além do viaduto, Ron Lam recordou que o comité da UNESCO acusou a RAEM de não entregar a avaliação do impacto patrimonial e concepção urbana da zona em redor da Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, entregando apenas um resumo. Apesar de o IC apontar que houve divergências de entendimento com a organização internacional, Ron Lam argumentou que o Centro Histórico de Macau já entrou na lista da UNESCO há 20 anos e que as falhas de comunicação deveriam ter sido evitadas, em vez de repetidas. “Esta divergência de entendimento resultou de falhas nos procedimentos administrativos ou de erro humano? Como vai IC corrigir os seus procedimentos para que erros semelhantes não se repitam no futuro” questiona o deputado. Ron Lam recordou ainda que o Comité do Património Mundial da UNESCO pediu várias vezes desde 2017 os relatórios do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, do Plano Director e Plano de Pormenor da Zona A, salientando a necessidade de apreciação previa antes de serem iniciados projectos nas áreas de protecção patrimonial. Um dos exemplos do não cumprimento das normas delineadas pela UNESCO diz respeito ao projecto da Linha Leste do Metro Ligeiro, que foi iniciado antes da entrega da avaliação de impacto patrimonial.
Hoje Macau Manchete PolíticaCAEAL | Rejeitado recurso de Alberto Wong. Depósito devolvido O líder de uma das duas listas excluídas da corrida às legislativas por falta de patriotismo disse que a comissão eleitoral rejeitou o recurso que apresentou. Apesar da rejeição, a CAEAL devolveu o depósito, de 25 mil patacas, reivindicado por Alberto Wong A Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu na terça-feira da semana passada todos os candidatos de duas listas, incluindo a Força da Livelihood Popular em Macau, liderada por Alberto Wong, que concorria pela primeira vez às eleições legislativas. Na quarta-feira, Wong, assistente social de profissão, apresentou à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) um pedido de revisão da decisão e exigiu a devolução de um depósito eleitoral de 25 mil patacas. Numa resposta escrita, partilhada por Wong com a Lusa, a CAEAL reiterou que não pode aceitar o pedido, uma vez que das decisões da CDSE “não cabe reclamação nem recurso contencioso”. A CDSE considerou seis candidatos da lista de Wong como “não defensoras da Lei Básica [a ‘mini-Constituição’ do território] ou não fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”. Por outro lado, a CAEAL aceitou devolver o depósito eleitoral a Wong. Ainda assim o assistente social manifestou frustração perante a situação e a incerteza quanto ao futuro. A nova lei eleitoral, que entrou em vigor em Abril de 2024, refere que não se podem candidatar pessoas que tenham sido desqualificadas por falta de patriotismo nos cinco anos civis anteriores à votação. A exclusão abrange ainda a lista Poder da Sinergia, liderada pelo actual deputado Ron Lam, que, nas últimas eleições, em 2021, tinha sido a sétima mais votada, com 8.764 votos. Ron Lam, uma das poucas vozes críticas do Executivo na Assembleia Legislativa (AL), admitiu na terça-feira que a exclusão “foi muito repentina”. “Estou de consciência tranquila. A minha intenção inicial para Macau não se irá alterar. Acredito que o sol vem sempre depois da tempestade”, disse à Lusa. Num comunicado, a CDSE explicou que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados. A alma do negócio Joe Chan Chon Meng, um dos 12 candidatos excluídos da corrida à Assembleia Legislativa por falta de patriotismo, comparou a decisão com o sistema de punição colectiva implementado durante a Revolução Cultural (1966–1976). Na terça-feira, o presidente da CAEAL garantiu que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, Seng Ioi Man recusou-se a revelar que factos levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. A divulgação destes “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”, acrescentou o juiz. Em 2021, foi a comissão eleitoral a excluir cinco listas e 21 candidatos – 15 dos quais pró-democracia. Com a decisão de terça-feira, vão concorrer às eleições de 14 de Setembro seis listas pelo sufrágio directo, menos oito do que em 2021. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo Chefe do Executivo.
Hoje Macau Grande Plano MancheteWipha | Macau chegou ao sinal máximo 10 e só baixou para 3 à noite A passagem do tufão Wipha por Macau obrigou as autoridades a içar o sinal 10, tendo sido registadas, até às 19h de ontem, um total de 163 ocorrências, com destaque para cinco pessoas que ficaram feridas e tiveram de receber tratamento médico. Sinal 3 de tempestade só foi içado na noite de ontem O tufão Wipha passou ontem por Macau sem deixar estragos de maior, embora tenha obrigado as autoridades dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) a manter içado o sinal 10 de tempestade, o máximo neste tipo de ocorrências, por muitas horas, entre as 12h30 e as 17h, altura em que se passou para o sinal 8. À hora do fecho desta edição, era elevada a probabilidade de ser içado o sinal 3 de tempestade tropical entre as 21h e as 23h, sinónimo da permissão para a retoma das actividades da vida diária. O sinal 3 foi mesmo içado às 22h30 deste domingo. Às 20h estava ainda içado o sinal azul de “Storm Surge”, com expectativas de inundações nas zonas baixas da cidade entre as 4h e as 8h desta segunda-feira. Segundo dados oficiais, até às 19h deste domingo o Centro de Operações de Protecção Civil registou 163 ocorrências tanto na península de Macau como nas ilhas, com destaque para o registo de cinco feridos causados pelo tufão, que receberam tratamento hospitalar tanto nas instalações públicas de saúde como no Hospital Kiang Wu. Apenas uma pessoa terá ficado retida no elevador durante a passagem da tempestade tropical. De referir ainda o registo de 54 casos em que as autoridades tiveram de remover candeeiros quebrados, árvores em risco de queda ou derrubadas ou ainda infra-estruturas de construção com potencial risco. Registaram-se ainda 98 casos de remoção de reboco, painéis de publicidade, janelas ou toldos, e ainda sete casos em que foi necessário remover andaimes ou outras instalações em estaleiros de obras com risco de queda, ou que foram mesmo derrubados. Verificou-se ainda o registo de um incêndio. Destaca-se, dos dados da protecção civil, o acolhimento de 24 pessoas no Centro de Acolhimento de Emergência do Instituto de Acção Social, por volta das 19h, sendo que desde a abertura destes centros foram acolhidas 139 pessoas que não se encontravam seguras. Postos abriram às 17h No que diz respeito às infra-estruturas de transportes, o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van foi encerrado logo às 11h, tendo voltado a estar aberto para a circulação de automóveis ligeiros e viaturas a partir das 17h, mas mediante permissão especial. Manteve-se encerrada a passagem superior da mesma ponte durante um longo período. Também a partir das 17h, foi “obtido consenso entre as autoridades de Macau e Zhuhai” para a reabertura dos postos de migração das Portas do Cerco, de Qingmao e do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau. Outra infra-estrutura de transportes encerrada devido à passagem do tufão Wipha, foi a Ponte HK-Zhuhai-Macau, tendo sido interditada logo às 3h30 da madrugada de domingo. Ponte Macau fechada Outro ponto a destacar da passagem do tufão Wipha pelo território, prende-se com o encerramento da nova Ponte Macau, a quarta travessia entre a península de Macau e a Taipa. Tratou-se da primeira vez que esta travessia fechou portas a propósito da passagem de um tufão, mas o que é certo é que as autoridades nunca esclarecerem previamente se esta ponte seria, ou não, encerrada aquando da ocorrência de tempestades tropicais. Em 2023, quando a ponte ainda estava a ser construída, o deputado Lei Chan U colocou questões ao Executivo sobre esta matéria. “Na quarta ponte Macau-Taipa, que está actualmente em construção, vão ser instaladas barreiras de protecção contra o vento na área da linha principal, para a velocidade do vento no tabuleiro da ponte não ser superior à velocidade do vento em terra e a mesma ser inferior à velocidade do vento prevista no caso de sinal n.º 8 de tufão, possibilitando a condução em uniformização com as condições nas áreas terrestres”, questionou. Porém, o deputado salientou a existência de “dúvidas sobre a possibilidade de a quarta ponte poder vir a ser aberta à circulação de veículos quando for içado o sinal n.º 8 de tufão”. “Na resposta a uma interpelação escrita minha, o Governo afirmou que, antes da entrada em funcionamento da ponte, deveria ser observado o respectivo regulamento, que vai ser definido pela Administração. No entanto, segundo notícias recentes, a quarta ponte também poderá ser encerrada ao trânsito em dias de tufão, por razões de segurança, e a ser verdade, prevê-se que, no futuro, a pressão do trânsito entre a Península de Macau e a Taipa seja ainda mais grave nesses dias”, lembrou Lei Chan U. O deputado inquiriu directamente se a ponte estaria “aberta à circulação quando for içado o sinal n.º 8 ou superior de tufão”, e, em caso negativo, se “a Administração iria ponderar avançar, o quanto antes, com a construção da quinta ligação, por forma a satisfazer as necessidades decorrentes do constante aumento do trânsito entre Macau e a Taipa em dias de tufão”. A resposta de Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, concedida a 8 de Agosto de 2023, foi algo abrangente face às questões do deputado: “quando estiver içado o sinal de tempestade tropical n.º 8 ou de grau superior, o Governo adoptará, nos termos da lei, medidas restritivas cautelares, devendo os residentes e turistas permanecer em casa ou em locais seguros”. CPSP | Turistas interceptados na ponte Dois turistas foram interceptados por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) quando caminhavam na Ponte Nobre de Carvalho em pleno sinal 10 de tufão. Os agentes sugeriram aos turistas uma deslocação para um sítio mais seguro. Segundo um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, o CPSP recebeu a denúncia às 11h30, tendo enviado os agentes para acompanhar a ocorrência com os turistas. Os turistas foram punidos com uma multa de 50 a 250 patacas por violação do trânsito proibido a peões, uma sanção prevista no regulamento do Trânsito Rodoviário. Tin Hau | Templo sobreviveu à queda de árvores Ontem à tarde, durante a passagem do tufão Wipha, deu-se a queda de árvores e o desabamento de uma plataforma perto do Templo de Tin Hau, na Rua dos Pescadores, e que também fica perto da sede da Macao Water. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), a queda de árvores não danificou a estrutura principal do templo, tendo sido feitos contactos com o administrador do templo, confirmando-se que não houve vítimas. O IC declarou que “enviará, assim que as condições de segurança o permitirem, funcionários para inspeccionar e avaliar minuciosamente o estado do Templo de Tin Hau e manterá a comunicação com o administrador, com vista a coordenar os trabalhos de reparação”. Saúde | Todos os serviços regressam hoje à normalidade Os Serviços de Saúde (SS) emitiram ontem uma nota onde esclarecem que todos os serviços de consultas e exames regressam hoje à normalidade, tendo em conta a descida do sinal 8 de tempestade para o sinal 3 depois da hora de jantar de domingo. Hoje, serão retomados os serviços de consultas externas de especialidade no Centro Hospitalar Conde de São Januário, nomeadamente nas especialidades de Radiologia e Imagiologia, Patologia Clínica, Hospital de Dia de Hemato-Oncologia, Farmácia Hospitalar de Consultas Externas Diferenciadas, Centro de Endoscopia e Sala de Diagnóstico e Tratamento Diurno de Urologia, entre outros. Também a partir de hoje, os centros ou postos de saúde, incluindo os serviços de vacinação contra a covid-19, prestam serviços regularmente, enquanto que o Centro de Transfusões de Sangue mantém o seu normal funcionamento de doação de sangue. Para os utentes que viram as marcações de consulta externa ou colheita de sangue nos centros e postos de saúde serem canceladas devido ao tufão, podem apresentar-se, de acordo com a hora marcada, no próximo sábado, dia 26 de Julho, no centro ou posto de saúde da sua residência. Além disso, os residentes afectados cujas marcações no Posto de Saúde do Novo Bairro de Macau em Hengqin e no Centro de Exame Médico para Funcionários Públicos serão informados da nova data de marcação, esclarecem os SS.
Hoje Macau Manchete SociedadeSaúde | Autoridades atentas a febre chicungunha em Guangdong Os Serviços de Saúde anunciaram ontem que estão a acompanhar a situação dos vários casos de febre chicungunha na província de Guangdong, uma doença provocada por um vírus que também se transmite através de picadas de mosquito, e que tem manifestações clínicas semelhantes às da febre do dengue. De acordo os dados dos Serviços de Saúde do distrito de Shunde, na cidade de Foshan, foi detectado um surto local de febre chicungunha, associado a um caso importado. Até 15 de Julho, foram registados 478 casos confirmados no mesmo distrito, com particular incidência nas vilas de Lecong, de Beijiao e de Chencun. Apesar da confirmação de quase meio milhar de casos confirmados, as autoridades ressalvam que são todos ligeiros. A febre chicungunha é uma doença viral, transmitida por mosquitos do género Aedes. As manifestações clínicas, a forma de transmissão e os métodos de prevenção e controlo da doença são semelhantes às da febre de dengue. O período de incubação é geralmente de três a oito dias, podendo variar entre dois e doze dias. Os principais sintomas são febre, dores intensas nas articulações. Os outros sintomas comuns incluem dor muscular, dor de cabeça, náuseas, fadiga e erupção cutânea, os sintomas são ligeiros e duram alguns dias. São raros os casos graves e mortais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação | Transacções com quebra anual de quase 50% No espaço de um ano, o território registou menos 194 transacções no sector da habitação, uma quebra anual de 47 por cento. Em termos mensais, o mercado apresentou sinais de estabilidade, com o número de transacções a subir ligeiramente No passado mês de Junho, o número de compra e venda de habitação foi de 219 negócios, o que significou uma redução de 47 por cento, em comparação com Junho do ano passado. No período homólogo tinha sido registado um total de 413 transacções de habitação. Os dados foram divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). A península foi o local do território com mais transacções, como normalmente acontece, com 158 compras e vendas de habitação. Apesar disso, em comparação com o período homólogo houve uma redução de 19 compras e vendas de casas e apartamentos. A grande diferença encontra-se na Taipa, onde no espaço de um ano se registaram menos 165 transacções. Em 2024, tinha havido 216 transacções, no que também representou um registo atípico. Todavia, em Junho deste ano, o número não foi além das 51 transacções. Em Coloane, a redução do número de transacções foi de 50 por cento, de 20 em Junho de 2024 para 10 em Junho deste ano. Em Junho, o mercado do imobiliário não encolheu apenas no número das transacções, o mesmo aconteceu com o valor do metro quadrado. Em geral, o valor do metro quadrado teve uma redução de 30,3 por cento. Os dados mais recentes mostram que o metro quadrado foi negociado por 69.707 patacas, quando no período homólogo era negociado por 99.489 patacas. Na península, o preço médio do metro quadrado foi de 69.707 patacas, uma redução anual de 18.358 patacas, na Taipa de 64.761 patacas, menos 47.064 patacas, e em Coloane de 90.069 patacas, uma diminuição de 11.386 patacas. Comparação mensal A nível mensal o mercado imobiliário apresentou sinais mistos. No número de transacções, registou-se um crescimento entre Maio e Junho, com mais 23 transacções, o que representou um aumento de 11,7 por cento. Os aumentos foram registados na península, onde houve mais oitos transacções, e na Taipa com mais 15 transacções. O mercado manteve-se estável em Coloane, com as mesmas 10 compras e vendas nos dois meses. Em relação ao preço do metro quadrado, no espaço de um mês verificou-se uma ligeira redução de 0,7 por cento, de 69.735 patacas para 69.254 patacas. Na península, os preços registaram uma subida mensal de 67.386 patacas para 69.707 patacas por metro quadrado. No entanto, tanto na Taipa como em Coloane, houve reduções no valor do metro quadrado. Na Taipa, a redução foi de 70.934 patacas para 64.761 patacas, enquanto em Coloane foi de 92.184 patacas para 90.069 patacas.
Nunu Wu Manchete SociedadeUNESCO | Urbanista critica decisão unilateral de construir viaduto O urbanista Lam Iek Chit criticou a forma como o Governo decidiu avançar com o viaduto para ligar a Zona A à Zona B dos novos aterros, sem ouvir especialistas e a população. O responsável entende que as preocupações da UNESCO podiam ter sido evitadas, assim como possíveis encargos com compensações se o projecto fosse cancelado A decisão de avançar com um concurso público para construir um viaduto entre as zonas A e B dos novos aterros, sem realizar uma consulta pública nem ouvir alertas para a possibilidade de obstrução ao corredor visual do Farol da Guia, motivou críticas do urbanista Lam Iek Chit. O também membro do Conselho do Património Cultural tem criticado frequentemente a polémica obra e aquilo que considera como “erros consecutivos” do projecto. As suas preocupações acabaram por ser reforçadas depois da divulgação do relatório do o Comité do Património Mundial da UNESCO, que pediu uma avaliação de impacto ambiental abrangente em relação à construção do viaduto, em especial uma parte que poderá violar as restrições de altura em torno do Farol da Guia. O conselheiro acredita que os alertas da UNESCO podiam ter sido evitados se as autoridades não tivessem ignorado a opinião pública e tomado decisões erradas. Além disso, o urbanista teme que a postura do Executivo resulte na obrigação de cancelar o projecto do viaduto, causando perdas desnecessárias para o erário público, nomeadamente devido a possíveis compensações aos adjudicatários do projecto. Sentido único Em declarações ao jornal All About Macau, Lam Iek Chit recordou que o Governo tem argumentado que o viaduto entre Zona A e Zona B não teria de obedecer às regras de protecção do corredor visual do Farol da Guia uma vez que não é edifício, e que a UNESCO pediu detalhes sobre o projecto “antes que fossem tomadas decisões irreversíveis”. O urbanista foi surpreendido pelas conclusões “fortes e directas” da UNESCO, que ultrapassaram as suas expectativas, e que, no seu entender, mostraram uma posição clara em relação ao viaduto no sentido de dar prioridade à protecção da paisagem, em detrimento da finalidade prática da obra. “O Governo não tem outras opções, só pode seguir os pedidos do Comité do Património Mundial da UNESCO,” acrescentou. Para evitar males maiores, Lam Iek Chit defende que o Governo tem de abandonar o projecto do viaduto, antes que as obras avancem. O urbanista lançou ainda críticas ao anterior Governo liderado por Ho Iat Seng por, a determinada altura, ter passado a ignorar a vontade da população, não lançando consultas públicas em relação a várias obras públicas, não só o viaduto entre as zonas A e B.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFinanças | China emitiu 6 mil milhões em dívida através de Macau O Ministério das Finanças do Governo Central colocou 6 mil milhões de renminbis em dívida no mercado através de Macau, com a taxa de juro a variar entre 1,43 por cento e 1,72 por cento. A maturidade das obrigações varia de um ano até 10 anos O Ministério das Finanças do Governo Central emitiu dívida no valor de 6 mil milhões de renminbis através de Macau. Este era o valor disponível para colocar no mercado obrigacionista institucional, pelo que a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) considerou, através de um comunicado, que a emissão decorreu “com sucesso”. “O Ministério das Finanças da República Popular da China realizou, hoje [ontem], com sucesso, a emissão de obrigações nacionais em Renminbi (RMB) na Região Administrativa Especial de Macau”, foi comunicado. “Por sua vez, a Autoridade Monetária de Macau felicita o sucesso da presente emissão, manifestando o seu agradecimento pelo apoio contínuo do Ministério das Finanças ao desenvolvimento do mercado obrigacionista de Macau”, foi destacado. “A presente emissão foi bem acolhida pelo mercado, tendo registado uma subscrição excessiva”, foi acrescentado. A emissão foi destinada a investidores profissionais, o que significa que não estava disponível no mercado a retalho, acessível a qualquer consumidor. Entre os 6 mil milhões de renminbis, 3 mil milhões de dívida foi emitida com um prazo de dois anos e uma taxa de juro de 1,43 por cento. Houve ainda 2 mil milhões de dívida emitida com um prazo de cinco anos, com uma taxa de juro de 1,55 por cento. A restante dívida, foi colocada no mercado com um prazo de 10 anos e uma taxa de juro de 1,72 por cento. Diversificar a economia No comunicado de ontem, a AMCM considerou que a quarta emissão de dívida consecutiva “reflecte plenamente a importância e o apoio prestado pelo Governo Central para acelerar o desenvolvimento do mercado obrigacionista e de outras novas indústrias financeiras em Macau” e a importância de promover “a diversificação adequada da economia”. Com a emissão, o Ministério das Finanças já se endividou num total de 21 mil milhões de renminbis, através da RAEM: “Esta iniciativa aumentou o valor total de uma única emissão e introduziu pela primeira vez a categoria de obrigações de longo prazo. Até ao presente momento, o volume acumulado das obrigações emitidas pelo Ministério das Finanças em Macau atingiu 21 mil milhões de RMB”, foi indicado. “A emissão contínua de obrigações em RMB em Macau contribuiu para a optimização do mecanismo de emissão regular, a expansão da base de investidores e promoverá o desenvolvimento sustentável do mercado offshore de RMB e do mercado obrigacionista em Macau”, foi apontado.
João Santos Filipe Eventos MancheteEncontro | Jantar reuniu mais de 100 ex-militares recrutados em Macau Mais de 100 militares recrutados em Macau por Portugal estiveram reunidos num jantar da Doca dos Pescadores para recordar os tempos “alegres” na tropa Cerca de 100 antigos militares recrutados em Macau entre 1936 e 1975 estiveram reunidos na terça-feira à noite num jantar de confraternização que decorreu na Doca dos Pescadores. O segundo evento no espaço de cinco anos teve como objectivo reunir colegas, matar saudades de outros tempos, contou com discursos por videoconferência e até um momento para se cantar o hino de Portugal. Um dos presentes no evento foi Mário Lemos, de 86 anos, e por ser o recruta mais antigo na cerimónia, do ano de 1959, teve direito a sentar-se na mesa de honra da comissão organizadora, liderada por Francisco Manhão. Da tropa, Lemos recorda outros tempos, mais agitados: “A tropa foi uma aventura de juventude, onde passei um ano e meio. A recruta foram seis meses e depois passei para assumir funções na secretaria do quartel general”, recordou. “Eu fazia praticamente tudo, porque tinha concluído o segundo ciclo, fiz muitas coisas diferentes. Também fazia tradução porque vinham pessoas de Portugal e não dominavam a língua chinesa. Servi muitas vezes de ligação com a rapaziada de Portugal. Na altura havia muita gente de etnia chinesa e muitos deles não falavam português”, contou. O domínio do cantonês levou também a que muitas vezes Mário Lemos tivesse de lidar com as queixas da população face ao comportamento de alguns tropas, embora realce que não eram coisas muito frequentes. “Às vezes até havia problemas lá fora, as pessoas vinham fazer queixa e eu servia de tradutor para resolver os assuntos. Para mim foi um tempo muito animado”, indicou. “Mas não havia muitas queixas. Eram coisas de juventude”, considerou. E entre as queixas, não era incomum que a população se queixasse do assédio dos militares a algumas raparigas mais jovens. O ex-militar admitiu ter saudades dos tempos da tropa e mostra a cédula militar com orgulho, onde consta um louvor recebido no final do tempo servido no exército: “No final da tropa eu recebi um louvor do Chefe de Estado Maior no Comando Militar em Macau. Não era fácil”, relatou. “Eu fiquei muito orgulhoso”, confessou. Os tempos mais agitados como militar contrastam com aposentação. Após mais de 30 anos na Função Pública, Lemos viveu no Canadá, durante 12 anos, antes de regressar a Macau. Agora a vida é mais calma. “Eu sou uma pessoa que fica sempre muito em casa, não tenho muita vida social”, reconheceu. Ainda assim admitiu gostar do ambiente deste tipo de jantares. Vestido a rigor José Madeira, aos 73 anos, foi recrutado em 1974 em Macau, onde nasceu e vive. Actualmente, encontra-se reformado, depois de uma carreira da Função Pública, e aproveitou o convívio para rever alguns amigos e meter a conversa em dia. “Foi uma boa ocasião para estar com os amigos. Conheço as pessoas quase todas, porque a maioria são macaenses, Macau é uma terra pequena e conhecemo-nos quase todos. É fácil”, contou Madeira, vestido com a camisola alternativa da selecção nacional de futebol. “Para mim não é uma questão de não ver as pessoas, eu vejo regularmente estes amigos, porque temos grupos e encontramo-nos regularmos”, explicou. No entanto, o jantar dos ex-recrutas não deixa de ser diferente, reconhece o macaense, até porque acaba por fazer com que as conversas girem mais à volta dos tempos passados na tropa. “Neste jantar acabamos por recordar mais os nossos tempos de juventude e na tropa”, considerou. Durante o período no exército, José Madeira desempenhou as funções de enfermeiro. “Não tinha muito muito trabalho, normalmente lidava com consultas diárias de rotina”, recordou. Os casos mais comuns implicavam alergias, principalmente entre os militares que vinham de Portugal. “Os militares metropolitanos geralmente não se adaptavam à humidade e a maioria deles sofria de alergias da pele”, lembrou. Sobre a experiência na tropa, o macaense recorda “um período de convívio”, de “amizade”, “solidariedade” e “de trabalho em equipa”. A recruta foi o período mais complicado, porque numa Macau em que o Inverno era mais rigoroso, era necessário entrar dentro do mar nas praias, sem a possibilidade dos militares tomarem banho se lavarem ou secarem, de forma a aprenderem a lidar com as adversidades do combate. Caminhos obrigatórios Recrutado em 1970, Mário Sin, com 75 anos, recorda dos tempos da recruta o impacto causado pelo frio de Inverno. “O clima era um pouco diferente, quando chegava a Janeiro era muito frio. Agora não, o tempo está sempre mais quente”, lembrou. “Por isso, a malta sofria quando entrava na recruta, porque estávamos no Inverno”, atirou. No entanto, mesmo que não houvesse vontade, Sin apontou que a recruta era obrigatória, e sem o cumprimento do serviço militar as oportunidades profissionais ficavam muito limitadas: “Na altura não tínhamos alternativa, tínhamos de cumprir o serviço militar. Sem o cumprimento do serviço militar não era possível trabalhar, não se podia concorrer para a Função Pública, e também não éramos aceites em outros trabalhos”, justificou. Contudo, Sin admite que os tempos como militares foram muitos felizes: “A malta gozava um pouco com aquilo, todos os dias eram muito alegres. Mas havia exercícios muito puxados, aliás os exercícios eram sempre puxados. Só que como a malta vinha da escola tinha boa energia para lidar com aquilo. Havia boa genica”, explicou. “Se fosse agora é que não havia força”, acrescentou a rir-se. Para Mário Sin o jantar foi mais uma oportunidade de conviver com vários colegas, com quem admitiu encontrar-se regularmente.
Hoje Macau Internacional MancheteEspanha | Extremistas de direita perseguiram jornalistas em Torre Pacheco Cerca de uma centena de elementos da extrema-direita perseguiram e insultaram jornalistas, durante a manifestação na terça-feira à noite junto da câmara de Torre Pacheco, na região espanhola de Múrcia, que foi acompanhada pelas forças de segurança. Os insultos, segundo a agência Efe, foram particularmente intensos contra Esther Yáñez, jornalista da estação TVE, que teve de ser escoltada pela Guarda Civil, durante a manifestação contra a agressão a um residente da cidade espanhola, alegadamente por três jovens do Magrebe. Os membros das forças de segurança presentes tiveram de pedir a Yáñez que parasse de fazer reportagens para não incitar a multidão a continuar o assédio, enquanto alguns jornalistas tiveram de retirar as esponjas dos microfones para que não ficasse claro qual o meio de comunicação social que representavam, por medo de represálias. Embora fontes próximas das forças armadas citadas pela Efe tenham inicialmente indicado que os polícias estavam a incentivar os participantes a abandonar o local, onde se concentraram dezenas de pessoas sob o lema “Só o povo salva o povo”, o protesto acabou por juntar cerca de 100 pessoas. Por volta das 22:00 de terça-feira, não se registava qualquer movimento no bairro predominantemente habitado por magrebinos, a cerca de 10 minutos a pé do centro e que estava protegido por numerosos polícias de choque das forças armadas, ainda de acordo com a agência de notícias espanhola. Caça ao imigrante O protesto aumentou a presença de agentes da Guarda Civil neste dia, com mais de 100 elementos de grupos especiais, na expectativa de mais uma noite de tumultos, semelhante aos dos últimos dias. As forças de segurança espanholas já tinham divulgado na terça-feira que o número de em Torre Pacheco, na sequência de distúrbios desencadeados por mobilizações contra imigrantes subiu para 13, após mais três detenções na última madrugada. Os distúrbios e os confrontos entre grupos alegadamente de extrema-direita e residentes em Torre Pacheco, onde 30 por cento da população de 40 mil pessoas é imigrante ou de origem estrangeira, ocorreram nas últimas quatro noites e surgiram após um homem de 68 anos da localidade ter sido agredido por jovens sem razão aparente, segundo contou a própria vítima, na quinta-feira passada, a meios de comunicação social. Segundo as autoridades, três dos 13 detidos nos últimos dias estão relacionados com esta agressão e os restantes são suspeitas de crimes de ódio, agressões e desordem pública.
Hoje Macau Manchete PolíticaAssociações tradicionais apoiam exclusões A reacção das associações tradicionais às desqualificações de duas listas para as próximas eleições legislativas não se fez esperar, seja através de comunicados ou declarações ao jornal Ou Mun, alinhando-se com a posição do Governo e do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Lao Nga Wong aplaudiu a justiça e legitimidade da decisão da Comissão dos Assuntos Eleitorais para a Assembleia Legislativa (CAEAL) e defendeu que as desqualificações foram necessárias para impedir a entrada de “mentirosos que dizem amar a pátria e Macau” na “estrutura governativa”. O membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e presidente Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau, referiu que a exclusão de candidatos elimina riscos para os interesses do país de Macau. Por sua vez, a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Ling, argumentou que os deputados têm de ser “patriotas sinceros”, sob pena de prejudicar os interesses, soberania e segurança nacional, bem como a prosperidade e estabilidade de Macau. Os deputados Chui Sai Peng e Chui Sai Cheong elogiaram que a verificação da capacidade dos candidatos que afastou o seu colega de hemiciclo Ron Lam, por garantir a estabilidade política e a segurança do regime de Macau. Já a presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ng Siu Lai, afirmou que este tipo de verificação de capacidade de candidatos é prática comum em todo o mundo, incluindo Hong Kong. Também a presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Ho Sut Heng, aplaudiu o trabalho da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, porque assegura a governação controlada exclusivamente por patriotas.
Hoje Macau Manchete PolíticaEleições | Candidatos desqualificados vincam lealdade à RAEM e ao país No rescaldo das desqualificações das duas listas às legislativas, os candidatos vetados sublinham o seu amor à pátria e a Macau e lealdade à RAEM. Ron Lam acredita que “o sol vem sempre depois da tempestade” Os candidatos vetados pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEL), que assim lhes nega o direito de participarem nas eleições para a Assembleia Legislativa, respondem com vozes diversas à sua exclusão, mas todos sublinham o mesmo ponto: o indefectível amor a Macau e à Pátria. Um dos afectados, o deputado Ron Lam da lista Sinergia de Macau, admitiu que a sua exclusão “foi muito repentina”. Contudo, Lam mantem-se optimista: “Estou de consciência tranquila. A minha intenção inicial para Macau não se irá alterar. Acredito que o sol vem sempre depois da tempestade”, acrescentou. Já Johnson Ian, também da lista Sinergia de Macau, começou por seguir linha já anteriormente apresentada Ron Lam ou seja, que a notícia da sua desqualificação caiu como uma surpresa. Ian começou por caracterizar de “repentina” a novidade e revelou ter tomado conhecimento do facto através da conferência de imprensa da CAEAL. No entanto, por ter sido agora desqualificado, tal não significa que Ian altere a sua percepção do trabalho feito. “Olhando para os anos que ficaram para trás, independentemente do assunto ou da posição que tomei, nunca me desviei da intenção original de servir a sociedade de Macau. Sempre senti que Macau poderia melhorar e esse sentimento tornou-se central nos meus objectivos. Todo o meu trabalho foi em prol do país e de Macau”, indicou o candidato excluído. Johnson Ian assumiu ainda que o seu percurso não foi feito só de sucesso, mas que está de consciência tranquila. Após agradecer à equipa da Sinergia de Macau e aos residentes pelo apoio demonstrado após a desqualificação, Johnson Ian pediu um momento para reflectir sobre o que se afigura no futuro. “Mas vou continuar a amar Macau, serei sempre a pessoa que vocês conhecem”, vincou. Ambientalista “sem palavras” “Que anedota! A última esperança nesta pequena cidade morreu, nunca desejei ser deputado, mas apenas ajudar um membro da Assembleia Legislativa que queria dar voz à população, não esperava que esta cidade, que costumava ser multicultural e inclusiva, degenerasse numa ‘ditadura’”. Foi desta forma que o ambientalista Joe Chan, que era o quinto candidato da lista desqualificada liderada por Ron Lam, reagiu ontem à decisão da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL). Logo após o anúncio de que a lista lideradas por Ron Lam tinham sido excluída, após o escrutínio político da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, Joe Chan mostrou-se “sem palavras”. “Aprendi hoje que, pelos vistos, não apoio a Lei Básica. Acho que está na hora de lutar por algo que valha mais a pena. Estou sem palavras, fui silenciosamente desqualificado”, afirmou nas redes sociais. Segurança impõe silêncio Entretanto, o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing disse ontem à Lusa que com a desqualificação de 12 candidatos a deputados em Macau, por falta de patriotismo, prevê-se no futuro um parlamento com “muitos mais leais do que opositores”. A desqualificação de 12 deputados, anunciada na terça-feira pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), “significa que os deputados têm de ser mais politicamente correctos e espera-se que haja muitos mais leais do que opositores”, avaliou Sonny Lo Shiu-Hing. “As alterações às regras e regulamentos dos deputados parecem apontar nessa direcção”, acrescentou. Sonny Lo referia-se à aprovação, há uma semana, na Assembleia Legislativa (AL) de alterações às leis do Estatuto dos Deputados e ao normativo do regimento parlamentar, que reforçam os poderes do presidente da assembleia e plasmam nos documentos legal o princípio “Macau governado por patriotas” e da Lei de Defesa da Segurança do Estado. A comissão eleitoral de Macau disse, na terça-feira, que a Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu, por falta de patriotismo, duas listas candidatas às eleições para a AL. O presidente da CAEAL explicou que 12 candidatos das duas listas “não defendem a Lei Básica e são fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”. A exclusão abrange seis candidatos da lista Força da Livelihood Popular em Macau, liderada pelo assistente social Alberto Wong, que concorria pela primeira vez à AL. A outra lista é a Poder da Sinergia, liderada pelo actual deputado Ron Lam U Tou, que, nas últimas eleições, em 2021, tinha sido a sétima mais votada, com 8.764 votos. Seng Ioi Man garantiu que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, o juiz recusou-se a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. Todos por um “Não sabemos realmente os motivos, pois a lei eleitoral e a lei de segurança nacional incluem uma série de motivos possíveis”, declarou Sonny Lo à Lusa. Na terça-feira, o presidente da CAEAL garantira que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”. No entanto, o juiz recusou-se a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. A divulgação destes “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”, acrescentou. Pouco depois do anúncio da comissão eleitoral, a CDSE sublinhou, num comunicado, que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados. O Governo demonstrou, num outro comunicado, “forte apoio” à decisão da CDSE, que descreveu como “uma medida correcta para a plena implementação do princípio fundamental ‘Macau governado por patriotas'”. Assim, vão concorrer às eleições de 14 de setembro, seis listas pelo sufrágio direto, menos oito do que em 2021. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo Chefe do Executivo.
João Luz Manchete SociedadeCasinos | Transacções suspeitas caem 15 por cento Os dados mais recentes do Gabinete de Informação Financeira (GIF) mostram uma redução do número de transacções financeiras suspeitas comunicadas pelas operadoras de jogo e pelas instituições financeiras Entre Janeiro e Junho, o número de transacções financeiras suspeitas reportadas pelos casinos apresentou uma quebra de 15,0 por cento em comparação com o período homólogo. O número foi divulgado pelo Gabinete de Informação Financeira (GIF) dos Serviços de Polícia Unitários, na terça-feira. Os números mais actualizados mostram que na primeira metade deste ano as operadoras de jogo comunicaram a existência de 1.856 transacções suspeitas. No mesmo período do ano passado o número de transacções financeiras suspeitas tinha sido de 2.181. A redução pelas operadoras do jogo do número de transacções financeiras suspeitas comunicadas é apontada como a responsável pela tendência geral, em que se verificou uma redução de 12,6 por cento do número de transacções financeiras suspeitas reportadas no território. O número total de transacções financeiras suspeitas recebidas pelo o Gabinete de Informação Financeira dos Serviços de Polícia Unitários durante o primeiro semestre de 2025 foi de 2,515, o que significa uma diminuição de 12.6 por cento em relação ao mesmo período de 2024”, pode ler-se com a informação. “A mudança deveu-se principalmente à diminuição do número de transacções financeiras suspeitas reportadas pelo sector do jogo”, foi acrescentado. Ao mesmo tempo, a proporção de transacções financeiras suspeitas reportadas pelas operadoras desceu de 75,8 por cento do total das transacções para 73,8 por cento. “As transacções financeiras suspeitas recebidas do sector financeiro e do sector do jogo foram 19.9 por cento e 73.8 por cento do número total de transacções financeiras suspeitas recebidas, enquanto as recebidos de outras instituições constituíram 6.3 por cento”, foi revelado. Tendências opostas Em relação às instituições financeiras e companhias de seguros, também se verificou uma redução das transacções suspeitas comunicadas, de 556 na primeira metade de 2024 para 500. Esta diminuição representou uma diferença de 10,1 por cento. A única área onde o número de transacções suspeitas aumentou prende-se com as “outras instituições”, que não surgem discriminadas nos dados de terça-feira pelo Gabinete de Informação Financeira, mas que envolvem negócios como lojas de penhores, joalharias, imobiliárias ou casas de leilões. Nesta área, no espaço de um ano registaram-se mais 17 transacções, de 142 na primeira metade de 2025 para 159 para o período mais recente. A diferença de 17 transacções comunicadas implica um aumento de praticamente 12 por cento.
João Luz Manchete SociedadeDST | Prometida celeridade no licenciamento de hotéis de baixo custo A directora dos Serviços de Turismo garante que as autoridades continuam empenhadas em acelerar o processo de licenciamento de “pousadas de juventude” e “hotéis em cápsulas”. O objectivo é aumentar e diversificar o leque de escolhas de vários tipos de alojamento para investidores e consumidores O Governo quer alargar a variedade da oferta hoteleira de Macau, um objectivo que se mantém desde a legislação foi alterada para promover o alojamento de baixo custo, há sensivelmente quatro anos. A posição foi sublinhada pela directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, numa resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai. Além de elencar a aprovação de legislação e regulamentos administrativos sobre o assunto, a responsável afirmou que a DST continua a “optimizar os procedimentos de licenciamento” para “acelerar ainda mais os trabalhos de apreciação e autorização das licenças”. A directora da DST dá o exemplo da “criação de um mecanismo de interconexão de dados com outros serviços públicos para obter informações no processo de licenciamento”, assim como a “integração de mais serviços de requerimento” numa plataforma electrónica para tratar a burocracia necessária. A ideia do Governo é facilitar a “instalação de estabelecimentos de alojamento vulgarmente designados por pousadas da juventude e hotéis em cápsulas, de modo a criar mais condições e espaços favoráveis para o sector, ajudar a diversificação de alojamento turístico e aumentar a leque de escolhas nos tipos de alojamento para os investidores e consumidores”. Qualidade e experiência Helena de Senna Fernandes indicou também que em todas as fases do processo de licenciamento de hotéis de baixo custo, a DST mantém “uma boa comunicação com o requerente e os serviços técnicos” responsáveis pelas vistorias e pareceres técnicos. O objectivo é informar com rigor os requerentes que querem abrir unidades hoteleiras de baixo custo, também através de reuniões de trabalho com os serviços envolvidos, e “elevar a eficiência do procedimento de licenciamento”. Além disso, a responsável salienta a clareza com que foram definidas as exigências e critérios relativos “às instalações e aos serviços dos estabelecimentos de alojamento de baixo custo para assegurar que os visitantes possam obter bons serviços e experiências de alojamento”.
João Luz Manchete SociedadePIB | Associação prevê crescimento de 2,8% no primeiro semestre O Produto Interno Bruto (PIB) da RAEM poderá crescer 2,8 por cento, em termos anuais, no primeiro semestre de 2025 e cerca de 7 por cento na segunda metade do ano. Esta é a perspectiva da Associação Económica de Macau, que lançou ontem o Índice de Prosperidade Económica. A análise da associação presidida por Joey Lao destaca o papel fundamental da organização de concertos, que terá impulsionado a performance dos casinos. “Graças à forte organização de concertos, as receitas brutas do jogo continuaram a recuperar de forma constante, com as receitas médias diárias a situarem-se entre 684 milhões e 702 milhões de patacas em Maio e Junho”, contextualizam os analistas. As receitas apuradas superaram mesmo as expectativas do mercado, acompanhando também o aumento do volume de turistas que visitou Macau. No passado mês de Maio, uma média diária de cerca de 109 mil pessoas visitou o território, dos quais quase 40 mil ficaram hospedados em hotéis de Macau, elevando a taxa de ocupação dos quartos para 87,8 por cento. Porém, apesar de mencionar o aumento da massa monetária e a abundância de fundos, os analistas da associação destacam a contínua queda do índice de preços do mercado imobiliário para habitação, assim como o rácio empréstimos/depósitos do banco dos residentes locais que desceu ainda mais para 49,3 por cento, atingindo ambos um novo mínimo na última década. Este desequilíbrio é interpretado pelos analistas como um reflexo da dificuldade de transformar eficazmente os fundos em dinamismo económico real. Confiança e sentimento Apesar do poderia económico do Cotai, o organismo liderado por Joey Lao volta a realçar a situação externa complexa e imprevisível, e a fraca confiança dos consumidores e baixa procura, lançado incertezas em relação à saúde da economia da cidade. “A economia de Macau está numa fase crítica de transformação e desenvolvimento. É necessário um esforço conjunto do Governo e do mercado para optimizar o ambiente empresarial e promover o desenvolvimento diversificado das indústrias, a fim de melhorar a competitividade global e alcançar um desenvolvimento sustentável”, é referido no Índice de Prosperidade. A estabilidade da taxa de desemprego é também mencionada como uma prova da capacidade de resiliência da economia local.
João Luz Eventos MancheteTaipa Village | Leques pintados por Chao Iok Leng em exposição A exposição “Chinese Foldable Fan Paintings por Chao Iok Leng” é inaugurada hoje na Taipa Village Art Space, apresentando ao público a expressão estética da artista baseada em Macau, que nesta mostra saiu do confinamento restrito da tela para um objecto do dia-a-dia: o leque dobrável. Numa altura em que as ventoinhas portáteis se tornaram num objecto omnipresente, a expressão artística de Chao Iok Leng é uma abordagem refrescante à tradição das pinturas de leques dobráveis chineses com uma técnica inegavelmente hábil utilizando tinta da China. A colecção de leques pintados representa uma “rara intersecção de função e beleza, em que a função de arrefecimento é acentuada pela impressão artística no seu delicado papel”, refere a organização da mostra. “Esta exposição procura reabastecer o nosso quotidiano com um objecto exótico enraizado na cultura chinesa antiga e na apreciação do sublime”, é acrescentado pela organização da exposição. Nesta mostra, Chao Iok Leng adornou a folha dos leques com imagens inspiradas em motivos florais (com hostas, glicínias, peónias, magnólia, ameixas e lótus), frutos (romã e líchia) e legumes (couve, pimento, lenteinhas). Também aparecem representações de animais, com insectos e algumas aves, realça o curador da mostra João Ó. Cada pintura é acompanhada por uma inscrição ou um pequeno poema que acrescenta um contexto adicional, revelando a visão emocional da artista durante a criação. No comunicado da organização que apresenta a exposição, a artista é citada explicando que “estes não são géneros de ‘naturezas mortas’, mas retratam elementos vivos que vemos no nosso quotidiano, mas que raramente apreciamos”. Retrato da artista Chao Iok Leng, originária de Nanhai, Guangdong, viveu em Macau durante a maior parte da sua vida e, desde a infância, tem um profundo e vasto interesse pela arte. No início dos anos 70, estudou com Guan Wanli, aprendendo a pintura meticulosa de flores e pássaros, e mais tarde estudou pintura ocidental com Li Lun, misturando os estilos oriental e ocidental. No final da década de 1970, mudou-se para Hong Kong, onde estudou pintura de flores e pássaros e pintura de paisagem com Luo Zuishan e aprendeu caligrafia com Liang Zijiang. Depois de regressar a Macau, estudou pintura chinesa e ocidental com Zhao Weifu e saía frequentemente para desenhar com os seus pares. Na década de 1980, estudou técnicas de pintura Lingnan com Zhao Shaoang e viajou para Pequim para aprender a pintura meticulosa de flores e pássaros com Xu Junxiu. Chao Iok Leng é vice-presidente da Associação de Caligrafia e Pintura Yi Un de Macau, conselheira académica da Associação de Cultura e Artes Chinesas de Macau, conselheira artística da Associação de Cultura e Arte de Macau, conselheira honorária da Associação Internacional de Mulheres Artistas de Macau e membro da Sociedade de Artistas de Macau. Em 1987, realizou a sua primeira exposição individual no Museu Luís de Camões de Macau, com obras coleccionadas pelo museu. Em 1996, foi convidada pela Direcção dos Serviços de Turismo para realizar uma exposição de pinturas chinesas intituladas “O Encanto do Lazer”, e participou em inúmeras exposições conjuntas tanto a nível local como internacional. A exposição “Chinese Foldable Fan Paintings por Chao Iok Leng” estará patente ao público até 17 de Setembro e é patrocinada pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura.
Hoje Macau Manchete PolíticaEleições | Listas de Ron Lam e Alberto Wong excluídas A Comissão de Defesa da Segurança do Estado excluiu das próximas eleições legislativas as listas Poder da Sinergia, liderada pelo deputado Ron Lam, e a lista Macau Creative People’s Livelihood Force, que tinha Alberto Wong como cabeça de lista. A novidade foi anunciada ontem numa conferência de imprensa pelo presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), o juiz Seng Ioi Man, em que as expressões “de acordo com a lei” e “confidencial por motivos de segurança do Estado” foram as mais usadas. “Atendendo ao parecer da Comissão de Defesa da Segurança do Estado de que os candidatos não defendem a Lei Básica ou não são fiéis à RAEM, a CAEAL decidiu que os candidatos não possuem capacidade para serem candidatos”, afirmou ontem Seng Ioi Man. Após mais uma onda de exclusões, as opiniões de concordância à decisão não se fizeram esperar (ver texto híbrido), com o Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM a demonstrarem total apoio à decisão da CAEAL. Também Ron Lam reagiu após a revelação de que não iria poder renovar o seu mandato como deputado, numa publicação nas redes sociais. “Obrigado pelas vossas preocupações e resposta unida. Não recebi nenhuma notificação, apenas vi as notícias em directo como todos vós. Foi muito repentino. Estou muito calmo e de consciência tranquila, a minha dedicação a Macau não vai mudar, mas acredito que o sol brilha sempre depois da tempestade”, comentou. “Só posso pedir desculpas a todos por não poder continuar a servir-vos. Quero sinceramente agradecer a toda a equipa que me acompanhou no serviço a Macau, todos vós”, concluiu Ron Lam. Testes de pureza Recorde-se que nas eleições legislativas de 2021, em que foram excluídos 21 candidatos pela CAEAL, a análise ao patriotismo das listas deixou de fora o Poder da Sinergia e Ron Lam, que foi considerado patriota e fiel à RAEM e à Lei Básica. Entre os dois sufrágios, a lei eleitoral foi alterada para garantir que só podem ser deputados patriotas e pessoas fiéis à RAEM e à Lei Básica, uma avaliação feita pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado. Ron Lam foi um dos deputados que ajudou a aprovar a lei que acabaria por justificar a sua exclusão das eleições cerca de um ano e meio depois da aprovação por unanimidade. A aprovação unânime das alterações à lei eleitoral foi mencionada ontem pela CAEAL num comunicado publicado pelo Gabinete de Comunicação Social após a conferência de imprensa: “A proposta da lei foi votada e aprovada na especialidade na Assembleia Legislativa por unanimidade dos deputados presentes. A CAEAL confia plenamente na determinação da Comissão da Defesa da Segurança do Estado a qual foi efectuada nos termos da lei e possui autoridade e alto nível de especialização.” O organismo é presidido pelo Chefe do Executivo e constituído pelos secretários para a Administração e Justiça e para a Segurança, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, os directores dos Serviços de Assuntos de Justiça e da Polícia Judiciária, assim como os chefes dos gabinetes do Chefe do Executivo e do secretário para a Segurança. Além disso, o Governo Central criou, junto da comissão, um lugar de assessor para os assuntos de segurança nacional, a quem cabe a supervisão, orientação, coordenação e apoio à RAEM no desenvolvimento dos trabalhos de defesa da segurança do Estado, e outros três assessores técnicos. Não se pode Quando foi questionado sobre os critérios usados para determinar o grau de fidelidade dos candidatos a deputados, Seng Ioi Man recusou revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que “os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais”. O magistrado que preside à CAEAL sublinhou ainda que os pareceres vinculativos da Comissão de Defesa da Segurança do Estado, dos quais não é possível recorrer, “têm um fundamento legal claro e suficiente” e foram elaborados “tendo em conta os factos”, que não pode revelar. Seng Ioi Man afirmou que a sua divulgação “pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo”. Pressionado pelos jornalistas a divulgar qual ou quais dos sete critérios incluídos na nova lei eleitoral, em vigor desde Abril de 2024, levaram a esta decisão, Seng disse apenas que a CAEAL “não tem mais informações a providenciar”. Pouco depois do anúncio da comissão eleitoral, a Comissão de Defesa da Segurança do Estado sublinhou, num comunicado, que quando um candidato é excluído por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados. Com a decisão divulgada ontem, vão concorrer às eleições, marcadas para 14 de Setembro, seis listas pelo sufrágio directo, menos oito do que há quatro anos. A lista de Pereira Coutinho e todas as listas de associações tradicionais estão aptas a concorrer. Questionado pelos jornalistas sobre um eventual novo aumento da abstenção, Seng sublinhou que “o direito de voto é também um dever” e prometeu estar atento a eventuais apelos ao boicote das eleições. A nova lei eleitoral estabelece que “quem, publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo, é punido com pena de prisão até três anos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBombeiros | Redução no número de intervenções em incêndios Entre Janeiro e Junho, o número intervenções do Corpo de Bombeiros em incêndios teve uma redução de 49 ocorrências, ou 10,77 por cento, face ao período homólogo. Os números foram apresentados ontem pelo Corpo de Bombeiros através de uma conferência de imprensa. Nos primeiros seis meses do ano, o Corpo de Bombeiros foi chamado a intervir em 406 fogos, quando no mesmo período do ano passado tinham actuado em 455 ocasiões. Entre os 406 incêndios, os bombeiros tiveram de recorrer a mangueiras para extinguir as chamas em 85 ocasiões. Nos restantes 321 incêndios, as chamas foram extintas sem utilização de mangueira. A informação oficial mostra ainda que 78 dos 406 incêndios tiveram origem em comida queimada. “As principais causas dos incêndios deveram-se ao esquecimento de desligar os fogões, ao esquecimento de chamas não extintas, queixa de incensos e velas/papéis votivos, curtos-circuitos em instalações eléctricas e a falhas mecânicas/equipamentos”, pode ler-se no comunicado distribuído durante a conferência de imprensa. Menos saídas Em relação ao número de saídas de ambulâncias em serviço, nos primeiros meses do ano registaram-se 22.388 casos, que implicaram a deslocação de 23.983 veículos. Estes números significam uma redução de 3,53 por cento no número de casos com veículos de emergência, dado que no período homólogo tinham sido registados 23.207 casos, mais 819 do que no período mais recente. Quanto ao número de veículos chamados, houve uma redução de 4 por cento para 24.982 veículos, havendo menos 999 saídas. A redução do número intervenções de veículos de emergência foi explicada com um menor número de casos de indisposições leves, febres ou dificuldades respiratórias. Ainda assim, os principais casos de intervenção das ambulâncias prenderam-se com tonturas, dores abdominais, dificuldades respiratórias, vómitos, febres e ferimentos. Ao nível das operações de salvamento, verificou-se uma redução de 9,06 por cento para 833 casos, quando no período homólogo 916 casos justificaram intervenções. Uma tendência negativa foi igualmente registada nos serviços especiais, com uma redução de 23,96 por cento para 2.339 casos, quando antes o registo foi de 3.07 situações. A nível geral, contabilizaram-se assim um total de 25.966 eventos com intervenção do Corpo de Bombeiros, uma redução de 6,1 por cento ou de 1.688 ocasiões, face ao período homólogo, quando se verificaram 27.654 casos.
João Santos Filipe Eventos MancheteEntretenimento | Actrizes e actores do Japão vão animar o Cotai em Setembro A actriz e cantora Sora Aoi foi escolhida como a embaixatriz da Expo do Entretenimento PinkD! – Macau, que traz ao Lisboeta alguns dos nomes mais conhecidos da indústria para adultos do Japão. O evento, que vai decorrer entre 26 e 28 de Setembro, no espaço H853 no hotel Lisboeta, traz a Macau cerca e 40 actrizes e actores, e pretende mostrar na Grande Baía as tendências mais recentes da indústria para adultos. Ao longo dos três dias, os admiradores e curiosos vão poder participar em actividades como encontros um-a-um com as suas actrizes favoritas, visitar cenários utilizados em gravações de filmes e assistir a danças e outras demonstrações ao vivo. Além disso, haverá leilões e venda de produtos especiais lançados apenas para o evento. Este ano o grande destaque dos organizadores é Sora Aoi, de 44 anos, actriz que no início dos anos 2000 era um dos nomes mais populares na indústria para adultos no Japão e com uma grande legião de fãs no Interior, capaz de até ultrapassar as tensões nacionalistas. A grande aceitação da actriz entre o público do Interior ficou demonstrada em Maio de 2012, durante um momento maior tensão entre a China e o Japão devido à chegada de actividades de Hong Kong às ilhas Diaoyu/Senkuku. Com a tensão em alta entre os dois países, e a internet inflamada com discursos nacionalistas, os internautas chineses não deixaram de tornar célebre a frase: “As ilhas Diaoyu pertencem à China, mas a Sora Aoi pertence ao mundo”. A grande popularidade da actriz ficou também demonstrada pelo facto de em 2014 Aoi ter mais de 15 milhões de seguidores da rede social Weibo, apesar deste tipo de filmes serem proibidos. A carreira activa de Aoi na indústria para adultos teve menos de 10 anos, mas trouxe-lhe o reconhecimento necessário para ao mesmo tempo conseguir papéis em séries de televisão no Japão e na Coreia do Sul e para se lançar no mundo da música. Aoi gravou o último filme para adultos em 2011, e deixou de licenciar produtos par adultos com a sua fisionomia em 2019, altura em que foi mãe pela primeira vez e decidiu dedicar-se à vida familiar. Companhia de luxo Outro dos nomes conhecidos do público masculino que vai estar presente no Cotai, é a modelo e actriz Shouko Takahashi, de 32 anos. Numa primeira fase, Takahashi começou por cimentar a carreira como capa em várias revistas orientadas para um público masculino, mas em que não aparecia totalmente nua, antes em bikini ou apenas com poses mais sensuais. Em 2016, a roupa saiu das fotografias e nesse mesmo ano aconteceu a estreia no cinema pornográfico, depois de não ter conseguido o sucesso desejado como guitarrista na banda Camouflage. Apesar dos diferentes caminhos, em 2018 Shouko foi distinguida com quatro prémios Fanza Adult Awards, incluindo o de melhor actriz. Habituada a constar na lista de nomeadas para os prémios Fanza Adult Awards está também Ayaka Yamagishi, outra das presenças confirmadas no Cotai. Igualmente com 32 anos, à imagem de Shouko Takahashi, Ayaka Yamagishi vai estar no Hotel Lisboeta quando atravessa uma segunda fase na carreira. Inicialmente conhecida como Aika Yamagishi, a actriz estreou-se nesta área em 2017, depois de ter trabalhado durante alguns meses como apresentadora para um canal de televisão local na região de Tokai, na Prefeitura de Aichi. Com os 30 anos, chegou a vontade de mudança. O nome artístico passou assim de Aika para Ayaka, com a actriz a justificar que procurava fazer um novo tipo de trabalhos, com uma nova imagem, ainda que dentro da mesma indústria. Companhia masculina Outro dos grandes nomes que vai participar no evento é Mana Sakura, que também tem 32 anos. Natural da prefeitura de Chiba, Mana terminou os estudos em Engenharia Civil antes de decidir que pretendia ser actriz pornográfica. É a imagens de marca da agência SOD Create, com quem tem um contrato exclusivo de 2012. Além disso, é considerada pela agência como uma grande mais-valia por ser capaz de cativar uma grande audiência feminina. Em contraste com as grandes actrizes, os nomes dos actores masculinos são menos conhecidos. Entre estes encontram-se Chitose Komei, Taichi Lin e Kazuo Kaden. Os bilhetes para o evento encontram-se à venda desde o mês passado, e o evento só aceita a entrada a pessoas com mais de 18 anos. Os interessados precisam de fazer-se acompanhar pelo documento de identificação com fotografia. A entrada tem um custo de 280 patacas. O bilhete com encontros personalizados com as actrizes custa 480 patacas.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTerras raras | Exportações sobem 32% após flexibilização de licenças As exportações chinesas de terras raras aumentaram 32 por cento, entre Maio e Junho, após Pequim ter prometido “rever e aprovar” os pedidos para vender ao exterior este grupo de minerais críticos para indústrias como semicondutores, aeronáutica, automóvel e defesa. Segundo os dados divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas da China, o volume exportado de terras raras aumentou 32,02 por cento em Junho, face a Maio, e cresceu 60,34 por cento, em termos homólogos. No primeiro semestre de 2025, as exportações aumentaram 11,9 por cento face ao mesmo período de 2024, apesar de o valor dessas vendas ter recuado 24,4 por cento, de acordo com os relatórios alfandegários. Os dados preliminares ontem divulgados não detalham as exportações por elemento nem indicam os países de destino, apresentando apenas o total agregado. Dá licença? Desde 02 de Abril, no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos, a China implementou um novo regime de licenças que obriga empresas estrangeiras a solicitar autorização para exportar sete dos 17 minerais que compõem o grupo das terras raras – nomeadamente samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio –, bem como ímanes derivados, invocando razões de segurança nacional. A introdução destas restrições provocou uma queda acentuada das exportações em Abril (-15,56 por cento), mas em Maio as vendas recuperaram com um aumento mensal de 22,57 por cento, superando inclusive os níveis de Março. Os controlos têm impacto significativo em sectores altamente dependentes destes materiais, uma vez que a China foi responsável por 99 por cento do processamento global de terras raras pesadas em 2024 e detém cerca de 49 por cento das reservas mundiais. A promessa de acelerar a emissão de licenças faz parte dos compromissos assumidos por Pequim no âmbito do acordo alcançado durante a mais recente ronda de negociações comerciais com os Estados Unidos, realizada há pouco mais de um mês em Londres. Na altura, as autoridades chinesas comprometeram-se a “rever e aprovar” os pedidos de exportação de bens restritos, numa aparente referência às terras raras – um dos principais focos de tensão entre as duas potências e que chegou a ameaçar a continuidade da trégua comercial de 90 dias iniciada em meados de Maio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeReparação Predial | Distribuídos apoios de 8,3 milhões No segundo trimestre do ano, o Fundo de Reparação Predial distribuiu 8,3 milhões de patacas em apoios públicos, de acordo com os dados oficiais publicados ontem. Os 183 apoios distribuídos variaram entre os valores de 455 patacas e 1,3 milhões de patacas, e em alguns casos são atribuídos a título de empréstimos sem juros. Os edifícios Lei Hong e Lei Tou, no Complexo Habitacional Fa Seng, foram os que receberam o apoio mais elevado, de 1,3 milhões de patacas, com o objectivo de “suportar as despesas emergentes do pagamento de obras de conservação ou reparação, nas partes comuns do condomínio”. De acordo com a informação oficial, o apoio foi distribuído ao abrigo do Plano de Apoio Financeiro e de Crédito sem Juros para Reparação de Edifícios (Apoio Financeiro para Reparação). O segundo apoio mais elevado, teve como destinatário o Edifício Industrial Kek Seng, com um montante de 526 mil patacas. Também neste caso, o apoio foi distribuído devido ao Plano de Apoio Financeiro e de Crédito sem Juros para Reparação de Edifícios e serve para auxiliar na reparação de partes comuns. Além dos apoios para obras, o Fundo de Reparação Predial subsidiou o início das operações de administração de vários edifícios, devido ao Plano de Apoio Financeiro para a Administração de Edifícios. Neste capítulo, os apoios tendem a envolver montantes mais baixos, que vão de valores como 455 patacas, como aconteceu com o edifício M. Residences a 5 mil patacas, como se verificou com o complexo habitacional Kam Keng Fa Un, constituído pelos edifícios Kam Hoi e Ngan Hoi. Menos é mais Em comparação com o primeiro trimestre do ano, os números mais recentes mostram uma diminuição de 4,9 milhões nos apoios distribuídos. Entre Janeiro e Março deste ano, o Fundo de Reparação tinha distribuído entre subsídios e empréstimos sem juros 13,2 milhões de patacas, embora tenha havido um menor número de apoios, um total de 152, o que significa uma média mais elevada dos apoios e subsídios. Quando a comparação é feita com o segundo semestre do ano passado, os dados mais recentes também apresentam uma redução do montante dos apoios. Entre Abril e Junho de 2024, o Fundo de Reparação Predial entregou 9,2 milhões de patacas entre empréstimos sem juros e subsídios. Este valor significa uma queda de aproximadamente 900 mil patacas em comparação com os dados mais recentes. No segundo trimestre de 2024, o número de apoios aprovados foi de 223.
João Luz Manchete SociedadeJogos Nacionais | Espectadores chineses com visto alargado Os espectadores chineses que venham a Macau assistir a competições dos Jogos Nacionais vão beneficiar de uma extensão do visto para permanecer na RAEM. A novidade foi revelada no domingo pelo coordenador do gabinete preparatório para a organização dos jogos, Pun Weng Kun, que confirmou negociações com as autoridades de Guangdong no sentido de alargar os vistos para cidadãos chineses que tenham bilhetes para competições em Macau. Pun Weng Kun indicou que a extensão poderá incluir o dia antes e depois da competição. Para beneficiar da medida, os visitantes precisam apenas de mostrar os ingressos para provas em Macau nos departamentos que tratam dos vistos. No sentido de tornar mais conveniente as travessias fronteiriças, segundo Pun Weng Kun, as autoridades de Guangdong pretendem tornar o processo de inspecção alfandegária mais fácil, nomeadamente através do uso de tecnologia de reconhecimento facial. O coordenador do organismo encarregue da preparação logística para a competição espera que as novas medidas permitam aos espectadores ficar mais tempo em Macau, possibilitando ver um espectáculo e apreciar a gastronomia e a cidade. A bom ritmo A menos de quatro meses da cerimónia de abertura dos Jogos Nacionais, marcada para 9 de Novembro, é esperado que as três regiões envolvidas (Guangdong, Macau e Hong Kong) coloquem bilhetes à venda no próximo mês de Agosto. Além da venda online, serão colocados à venda bilhetes em locais específicos para facilitar a compra de ingressos por residentes de Macau. Para já, Pun Weng Kun afirma que o processo de testes e preparação para o início do evento desportivo está a decorrer com suavidade, com as instruções das autoridades nacionais. Aliás, apesar de existirem situações a corrigir, o feedback das autoridades chinesas sobre os testes feitos em Macau foi elogioso. Porém, além da boa organização das competições, Pun Weng Kun afirmou que o objectivo é proporcionar aos espectadores uma boa experiência em Macau. Uma das apostas passa pela colaboração com associações locais para angariar voluntários que estarão espalhados pela cidade como “embaixadores da boa vontade”, para ajudar as equipas desportivas e fãs do desporto no que for preciso. Macau irá acolher competições de cinco modalidades: Ténis de mesa (todos os grupos), basquetebol de três (todos os grupos), basquetebol de cinco (masculino sub-18), voleibol (feminino adultos) e karaté́ (todos os grupos). Além disso, a prova individual masculina de ciclismo irá atravessar as três regiões.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAviação | Deputado quer subsídio para voos entre Macau e Lisboa O deputado Ip Sio Kai defende a necessidade de o Governo subsidiar a exploração inicial de um voo directo entre Macau e Lisboa. A posição foi tomada ontem na Assembleia Legislativa, com o deputado a alertar para que a falta de ligações directas para a Europa compromete o papel da RAEM como plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Na intervenção antes da ordem do dia, Ip apontou os dados oficiais de Outubro do ano passado, indicando que o “Aeroporto Internacional de Macau contava com 40 rotas directas regulares para o Interior da China e outras regiões da Ásia”. Contudo, apontou a ausência de “voos directos de médio e longo curso para a Europa e os países de língua portuguesa”. O legislador considerou que esta falha “compromete, em certa medida, o papel de ligação de Macau na rede internacional”, e “a contribuição e a influência de Macau, enquanto plataforma entre estes países”. Ao mesmo tempo, Ip afirmou que a ligação directa entre Macau e Portugal pode funcionar como centro de ligação com os outros países da plataforma: “Julgo que a abertura de voos directos entre Macau e Lisboa é a base de uma plataforma, que serve para ligar, através da companhia aérea portuguesa, o Brasil e os países de língua portuguesa em África, o que contribuirá para promover ainda mais o comércio, o turismo e o fluxo de pessoas entre Macau e os países europeus”, justificou. Além disso, para Ip a falta de ligações torna as deslocações mais inconvenientes: “Devido à falta de voos directos para Lisboa, os residentes e os visitantes de Macau têm de viajar por Hong Kong, Dubai, Istambul, Xangai, etc., o que representa uma longa viagem de ida, tendo de mudar de aeroporto ou esperar por voos de ligação, o que torna o tráfego aéreo consideravelmente inconveniente e não favorece a promoção da normalização das actividades comerciais e empresariais sino-portuguesas, nem a atracção de mais turistas internacionais para Macau”, justificou. Abrir os cordões Apesar da sugestão, Ip Sio Kai reconheceu que “este tipo de rotas de longa distância tem custos operacionais elevados e desafios como o longo período de desenvolvimento da clientela”. Como principais custos apontou o preço do combustível, os salários do pessoal de voo e de manutenção, a manutenção do avião, a despesas de descolagem e aterragem no aeroporto ou as tarifas de utilização da rota. Dado que os custos e a dificuldade inicial de rentabilidade tendem a afastar os interessados da exploração das ligações directas, o deputado considera que o Executivo pode assumir parte dos custos. “O Governo deve estudar a criação de um subsídio específico para apoiar os elevados custos da exploração inicial das rotas aéreas, por exemplo, as despesas com os direitos de tráfego, as tarifas do aeroporto, bem como os custos do pessoal e do combustível, atribuindo subsídios financeiros faseados”, sugeriu. Esses subsídios podem ser atribuídos através de um montante fixo de acordo com o número de voos ou, mais flexível, através da redução gradual e faseada de um montante inicialmente atribuído consoante o número de anos de exploração das rotas, a fim de ajudar as companhias aéreas a reduzir os riscos iniciais e promover a entrada em funcionamento dessas rotas”, acrescentou. Ip pediu também que se negoceie com as autoridades de Portugal com vista a tentar reduzir parte dos custos de voar para a Europa, em aspectos como as tarifas cobradas no aeroporto.