Hoje Macau InternacionalEUA | Ex-advogado de Trump declara-se culpado e implica-o O ex-advogado pessoal de Donald Trump, que na terça-feira se declarou culpado em oito acusações, admitiu ter pago a duas mulheres “a pedido do candidato” e “com a intenção de influenciar as eleições” presidenciais de 2016 [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ichael Cohen, advogado e empresário, deu-se como culpado em cinco acusações de fraude fiscal, uma de fraude bancária e duas por violação das leis de financiamento das campanhas eleitorais, numa audiência no tribunal federal de Manhattan, Nova Iorque. Inquirido pelo juiz William Paule, Cohen precisou ter pago as quantias de 130.000 e 150.000 dólares a duas mulheres que afirmavam ter tido uma relação com Donald Trump em troca do respectivo silêncio, “a pedido do candidato” e “com a intenção de influenciar as eleições” presidenciais, de que Trump sairia vencedor. Michael Cohen não forneceu os nomes das mulheres, mas os montantes correspondem aos pagamentos já conhecidos feitos a Stormy Daniels, actriz de filmes pornográficos que afirma ter tido uma breve ligação com Trump em 2006, e a Karen McDougal, uma ex-modelo da revista Playboy que afirma também ter tido uma ligação com o multimilionário em 2006-2007. Estas declarações, que implicam que o Presidente norte-americano poderá ter cometido um crime, foram de imediato classificadas pelos comentadores como muito graves para Donald Trump, ainda mais por procederem de Cohen, a quem chamavam o ‘pitbull’ ou ‘cão de fila’ do chefe de Estado, e que foi agora “açaimado” ao aceitar cooperar com a Justiça. Soldado fiel Cohen trabalhou durante mais de dez anos para o magnata nova-iorquino do imobiliário e houve uma época em que dizia que “levaria um tiro” por ele. A quase totalidade das acusações de que é alvo é passível de uma pena máxima de cinco anos de prisão, excepto a acusação de declaração fraudulenta a um banco, pela qual arrisca 30 anos de cadeia. Esta inesperada reviravolta deu-se no dia em que outro colaborador próximo do Presidente, o seu antigo director de campanha Paul Manafort, foi considerado culpado de oito crimes por um júri, após um julgamento por fraude bancária e fiscal. À condenação de Manafort, o Presidente reagiu dizendo ser “uma vergonha”, mas sobre a declaração de culpa de Cohen e a cooperação deste com as autoridades judiciais não emitiu publicamente qualquer comentário. Manafort foi condenado na terça-feira na Virgínia por crimes de que foi acusado pelo procurador especial Robert Mueller, encarregado da investigação sobre se houve ingerência da Rússia nas presidenciais de 2016 e potencial obstrução da justiça, um processo a que o Presidente chama “caça às bruxas”. Trump disse à imprensa, à chegada a Charleston, na Virgínia ocidental, que a condenação de Manafort “não tem nada a ver com o conluio russo” e sobre os crimes do seu ex-director de campanha, foi perentório: “Isso não me envolve”.
Hoje Macau InternacionalSegundo episódio da guerra comercial estreia esta semana [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ovas taxas alfandegárias entram, esta semana, em vigor nos Estados Unidos e China sobre parte das importações oriundas dos dois países, num segundo episódio da guerra comercial que está a deixar empresários e investidores “apavorados”. A partir desta quinta-feira, os funcionários das alfândegas norte-americanas vão recolher taxas adicionais de 25 por cento sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 13.800 milhões de euros nas importações norte-americanas. A maioria dos produtos penalizados são bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição. A China promete retaliar com taxas sobre igual valor de importações oriundas dos EUA, incluindo produtos energéticos, como carvão, e automóveis. O Presidente norte-americano, Donald Trump, reclama uma balança comercial mais justa, e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos. Washington acusa ainda a China de “tácticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês. A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. As autoridades chinesas estão, por isso, a encetar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos. No entanto, “o comércio não é uma questão bilateral, mas multilateral”, lembra Yokon Huang, antigo director do Banco Mundial para a China, assinalando que a guerra comercial entre Pequim e Washington afectará também a Europa, que “usa a China como um centro de exportações para todo o mundo”. “As empresas europeias estão três ou quatro vezes mais vinculadas à economia e produção chinesas do que as norte-americanas”, acrescenta o autor de “Cracking the China Conundrum: Why Conventional Economic Wisdom Is Wrong”, num encontro com jornalistas em Pequim. Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento. Exportadores radicados no país asiático afirmam que os empresários chineses estão “apavorados e indignados” face à tensão entre Washington e Pequim, que ameaça indústrias inteiras nos dois países. “Existem fábricas com 300 funcionários que provavelmente vão parar”, conta à agência Lusa Ricardo Geri, cofundador da Plan Ahead, empresa com sede em Pequim que exporta pedra artificial à base de quartzo para os EUA, sector ameaçado pelas disputas comerciais. “Há uma certa indignação entre os empresários chineses, que investiram muito dinheiro para aumentar a produção”, admite Geri, natural do Estado brasileiro de Rio Grande do Sul e radicado em Pequim há cinco anos.
Hoje Macau InternacionalAfeganistão | Ghani anuncia cessar-fogo de três meses com talibãs [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou ontem um cessar-fogo com os talibãs, a partir de segunda-feira e durante três meses, ressalvando que a trégua só avança caso o grupo faça o mesmo. “Anuncio um novo cessar-fogo até ao aniversário do profeta (21 de Novembro), contando que os talibãs façam o mesmo”, disse Ashraf Ghani, durante um discurso televisivo. O último cessar-fogo entre o Governo do Afeganistão e os talibãs ocorreu em Junho para celebrar o final do Ramadão. Em 9 de Agosto, os talibãs lançaram um ataque à cidade de Ghazni, provocando a morte de pelo menos 100 membros das forças de segurança. Segundo o representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) no Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, o ataque levou também à morte de entre 100 a 150 civis.
Hoje Macau InternacionalÓbito | Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, morre aos 80 anos “É com grande tristeza que a família Annan e a Fundação Kofi Annan anunciam que o ex-secretário-geral das Nações Unidas e vencedor do prémio Nobel da Paz morreu pacificamente no sábado, 18 de Agosto, após uma curta doença”, publicou a fundação do ex-diplomata ganês num comunicado [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]diplomata ganês Kofi Annan morreu no sábado aos 80 anos, em Berna, vítima de “curta doença”, de acordo com um comunicado da fundação por si instituída. O mundo diplomático e político reagiu em uníssono ao desaparecimento do homem distinguido pelo Prémio Nobel de 2001 na sequência da criação do Fundo Global de Luta contra a Sida, Tuberculose e Malária. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lembrou Kofi Annan como “uma força que guiou o bem”. “De muitas maneiras, Kofi Annan encarnou as Nações Unidas. Ele dirigiu a organização, no novo milénio, com dignidade e uma determinação inigualável”, afirma António Guterres em comunicado. Kofi Annan, que fez a sua carreira profissional nas Nações Unidas, cumpriu dois mandatos como secretário-geral da ONU, entre 1 de Janeiro de 1997 a 31 de Dezembro de 2006. O diplomata Kofi Annan, ex-secretário-geral das Nações Unidas, foi um “firme defensor do diálogo e da cooperação entre as nações, da dignidade da pessoa humana e dos princípios basilares da Carta das Nações Unidas”, afirma o Presidente da República portuguesa na sua mensagem de condolências. Na mensagem enviada ao actual secretário-geral da ONU, divulgada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que “Kofi Annan será recordado como um lutador incansável pela Paz, como reconhecido pelo Comité do Prémio Nobel, que, em 2001, o agraciou, e às Nações Unidas, com o Prémio Nobel”. O Chefe de Estado recorda que Annan, que esteve à frente da ONU de 1997 até 2006, “foi também um amigo constante de Portugal e um aliado inquebrantável na luta pela autodeterminação do povo de Timor-Leste, para cuja independência tanto contribuiu”. Annan “logrou ainda, durante o seu mandato, incluir no debate público questões como o estatuto das mulheres e reforçar o relacionamento com a sociedade civil. O seu legado perdurará assim como um exemplo e uma referência”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa. “O Presidente da República associa-se assim a todos aqueles que nesta hora sentem a perda de um grande estadista internacional que foi igualmente um visionário, tendo transmitido, em seu nome e do povo português, as condolências à família de Kofi Annan, extensivas à Organização das Nações Unidas”, segundo a mesma nota. Amigo de Timor O primeiro-ministro português também prestou homenagem ao ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan ao declarar que o ganês foi um líder da causa da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos. “Homenageio Kofi Annan, hoje falecido. Como secretário-geral das ONU, foi um líder mundial da causa da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos. Foi também uma das personalidades que mais contribuíram para a independência de Timor-Leste”, declarou António Costa na sua conta no Twitter. O ex-Presidente timorense, José Ramos-Horta, também se juntou às homenagens a Kofi Annan, cujo nome será sempre recordado em Timor-Leste por ter conseguido cumprir o seu compromisso de resolver o problema do território. “Ele cumpriu com o seu compromisso em que disse que queria ver resolvido o conflito em Timor-Leste. Dinamizou a questão nomeando um representante especial, dinamizou encontros trilaterais, com a ONU, a Indonésia e Portugal”, recordou Ramos-Horta. “O nome dele ficará sempre recordado neste país. E espero que o nosso Estado se faça representar no seu funeral ao mais alto nível. Já alertei o Governo para ver como honrar Kofi Annan”, disse Horta que enquanto Presidente atribui a Annan o galardão timorense mais alto, a Coroa da Ordem de Timor-Leste. Recorde-se que coube a Kofi Annan, a poucos minutos das 00h de 20 de Maio de 2002, entregar formalmente Timor-Leste aos timorenses numa cerimónia que marcou a restauração da independência do país. Annan tinha supervisionou a assinatura do histórico acordo de 5 de Maio de 1999 – entre Portugal e a Indonésia – que permitiu o referendo em que os timorenses escolheram ser independentes. Horta, que conheceu Annan no início da década de 1980, recorda a sua “seriedade e serenidade” e que logo no seu primeiro discurso disse que queria ver a questão de Timor-Leste resolvida no seu mandato. O líder histórico timorense deveria ter-se encontrado com Annan no próximo mês de Setembro quando participaria, enquanto comissário, na Comissão Global sobre Política da Droga, que era liderada pelo antigo secretário-geral. Primeira visita Kofi Annan falou pela primeira à população timorense a 27 de Agosto de 1999, numa mensagem dias antes do referendo da independência, cujo 16.º aniversário se cumpre no próximo dia 30 de Agosto. “Permitam-me congratular-vos por se terem recenseado em tão grande número, e por terem seguido o processo com muitas paciência, coragem e dedicação a fim de garantir um futuro melhor para os vossos filhos”, refere a mensagem, transmitida em Timor-Leste. Annan visitou Timor-Leste pela primeira vez ainda antes da independência, em Fevereiro de 2000, tendo feito um périplo por Díli e uma visita a Liquiçá, a oeste da capital timorense. “Juntos conseguiremos atravessar a actual crise, abrindo as portas a uma nova era para Timor-Leste. Uma era em que Timor-Leste ocupará o seu lugar entre a família das nações, onde os seus homens, mulheres e crianças possam viver vidas de dignidade e paz”, disse no seu primeiro discurso no país. O diplomata ganês em 1962 assumiu a direcção de Orçamento da Organização Mundial da Saúde, e regressou às Nações Unidas no final da década de 1980, como secretário-geral adjunto em três posições consecutivas, Gestão dos Recursos Humanos e Coordenador para as Medidas de Segurança do Sistema das Nações Unidas (1987–1990), subsecretário-geral para Planeamento de Programas, Orçamento e Finanças e de Controlador (1990–1992), e responsável pelas Operações de Manutenção da Paz (1993-1996).
Hoje Macau InternacionalDonald Trump acusa ex-assessora de ser “um cão!” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente Donald Trump aumentou ontem o tom do seu confronto com a sua antiga assessora Omarosa Manigault Newman, que chegou a ser a afro-americana com estatuto mais elevado na Casa Branca, designando-a como “esse cão!”. A pressão sobre Manigault Newman intensificou-se ontem, com a organização da campanha eleitoral de Trump a apresentar uma queixa por violação de um alegado acordo de confidencialidade. Trump distribuiu hoje de manhã uma série de mensagens insultuosas via rede social Twitter, enquanto Manigault Newman continuou a promover o seu livro revelador dos seus dias na Casa Branca e a divulgar registos sonoros secretos. No seu livro, intitulado Unhinged” (“Desvairado”), cuja saída está prevista para hoje, Manigault Newman, entre outros pontos, acusa Trump de se comportar “como um cão sem trela” nos eventos que decorrem na instância de recreio que possui em Mar-a-Lago, na Florida, quando a esposa, Melania Trump, está ausente, e de ser “racista, intolerante e misógino”. Entre as acusações está também a denúncia de utilização por Trump de linguagem racista durante o programa televisivo “O Aprendiz”, que Trump animava. Nas suas mensagens matinais de hoje, Trump afirmou: “Quando se dá a uma louca, uma crápula chorona, uma possibilidade e um emprego na Casa Branca, acho que isso não vai funcionar. (…) O General Kelly fez um bom trabalho ao despedir rapidamente esse cão!”. John Kelly é o chefe de gabinete da Casa Branca. Apesar de Trump divulgar insultos quase com um ritmo diário, chamar “cão” a Manigault Newman é um evento espantoso de uma série que realçou várias questões delicadas na Casa Branca de Trump, como a falta de diversidade racial entre os principais dirigentes, as questões de segurança – Manigault Newman gravou o seu despedimento na Sala de Emergência da Casa Branca – e as medidas extraordinárias, como os acordos de não-divulgação para manter os ex-assessores calados. Trump também negou que tenha alguma vez usado a designada “N-word” [expressão que se refere à palavra ‘nigger’, usada de forma insultuosa e depreciativa para referir pessoas de pele negra]. Manigault Newman ouviu que existe uma gravação de Trump a usar a ‘N-word’. Nas suas mensagens no Twitter, Trump disse que recebeu uma chamada do produtor de “O Aprendiz”. Com base nesse telefonema, garantiu: “NÃO HÁ GRAVAÇÕES de ‘O Aprendiz’ onde eu utilizo essa terrível e chocante palavra, como me atribuiu a ‘Louca e Transtornada Omarosa’”. Manigault Newman, a antiga ligação da Casa Branca para os votantes negros, escreveu nas suas memórias que ouviu que estas gravações existem. No domingo, afirmou que tinha ouvido uma depois de o livro estar terminado. Terça-feira, na estação televisiva CBS, Manigault Newman divulgou outra gravação que garantiu ser relativa a uma discussão entre membros da campanha eleitoral de Trump sobre a existência de uma alegada gravação de Trump a usar aquele calão racista. A Casa Branca e a campanha não responderam a um pedido de comentários. Uma das pessoas alegadamente gravada é Katrina Pierson, uma consultora da campanha para a reeleição de Trump, que foi a porta-voz deste na campanha de 2016. Pierson assegurou que nunca ouviu Trump usar este tipo de linguagem e afirmou na cadeia televisiva Fox que a única pessoa que tinha ouvido a falar da existência das gravações tinha sido Manigault Newman. Na gravação parece ouvir-se Pierson a dizer de Trump: “Ele disse-o. Ele está embaraçado”. Questionada sobre se o livro está apoiado por mensagens de correio eletrónico ou gravações, Manigault Newman disse na CBS que todas as citações no livro “podem ser verificadas e corroboradas e estão bem documentadas”, sugerindo que pode ter mais informações para revelar.
Hoje Macau InternacionalWall Street fecha em baixa com queda da moeda turca a inquietar investidores [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] bolsa nova-iorquina encerrou ontem em baixa, com os investidores a cederem, durante a sessão, à inquietação com a queda acentuada da moeda turca e à possibilidade de contágio a outras economias. Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,50%, para os 25.187,70 pontos. Da mesma forma, o tecnológico Nasdaq cedeu 0,25%, para as 7.819,71 unidades, e o alargado S&P500 recuou 0,40%, para as 2.821,93. Os três índices tinham começado a sessão com ganhos, antes de começarem a apresentar sinais de hesitação quanto ao rumo a seguir. “Os investidores foram sem dúvida influenciados pela situação na Turquia e por todos os receios quanto às consequências que ela pode provocar, mesmo que no final a situação tenha sido contida”, observou Karl Haeling, da LBBW, destacando os fracos volumes das transações. Em fundo de tensão diplomática entre Ancara e Washington, a moeda turca tornou a cair hoje para o seu nível mais baixo. Na esperança de tranquilizar os investidores, o banco central da Turquia garantiu que iria tomar as “medidas necessárias” para garantir a estabilidade financeira, mas isso foi insuficiente para estancar a queda da moeda. A contração da praça nova-iorquina neste contexto “correspondeu talvez a um novo acesso de nervosismo do mercado, que se vai estabilizar e rapidamente recuperar para novos recordes”, previu Haeling. Não obstante, este analista avisou: “Não se pode afastar todo o risco e as comparações com a crise asiática de 1997, desencadeada com a queda da moeda tailandesa, não devem ser totalmente negligenciadas”, salientou. Haeling acrescentou que “numerosos países endividaram-se muito em dólares, que está a subir fortemente, o que vai encarecer os seus reembolsos”. Ao mesmo tempo, insistiu, “a lista dos países confrontados com problemas económicos não se reduziu, incluindo China, Federação Russa, Argentina, Turquia ou Itália”.
Hoje Macau InternacionalPrimeiro-ministro israelita volta a defender lei “Estado-nação” após protestos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro israelita voltou a defender a controversa lei que define Israel como “Estado-nação do povo judaico”, após milhares de árabes israelitas terem ocupado uma das praças centrais de Telavive, no sábado, contra a decisão. “Não há maior prova da necessidade desta lei nacional”, afirmou Benjamin Netanyahu na conta oficial da rede social Twitter, referindo-se a um vídeo que mostra os manifestantes a levantarem a bandeira da Palestina. Netanyahu garante que vai continuar a “levantar a bandeira de Israel e a cantar o hino nacional com muito orgulho”. Milhares de árabes israelitas manifestaram-se no sábado em Telavive contra a lei polémica que define Israel como o “Estado-nação do povo judaico”. A concentração, que decorreu na praça Yitzhak Rabin, foi convocada por organizações representativas da minoria árabe israelita, que constitui 17,5% da população, enquanto na semana passada os drusos, uma outra minoria, realizaram uma grande manifestação também contra esta lei. Os árabes israelitas são os descendentes dos palestinianos que se mantiveram nas suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948. Para as minorias drusa e árabe, a lei, aprovada no mês passado, torna-os cidadãos de segunda categoria. Judeus israelitas juntaram-se aos manifestantes, que gritavam em hebreu e árabe “igualdade, igualdade”, “não vamos calar-nos, o ‘apartheid’ não passará”, enquanto chamavam “fascista” ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. A lei, aprovada no parlamento israelita em 19 de julho, com o apoio do Netanyahu, confere aos judeus o direito “único” à autodeterminação em Israel e proclama que o hebreu é a única língua oficial de Israel, enquanto o árabe tem um estatuto “especial” que não foi definido.
Hoje Macau InternacionalUE | Pedidos de asilo descem 15 por cento nos primeiros 6 meses do ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]número de pedidos de asilo na União Europeia (UE) diminuiu 15 por cento na primeira metade de 2018, comparativamente com o mesmo período do ano anterior, segundo dados publicados ontem pelo Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo. De acordo com a agência europeia, nos primeiros seis meses do ano foram apresentados 301.390 pedidos de asilo no espaço comunitário, Suíça e Noruega, menos 15 por cento do que em igual período de 2017. Em Junho, segundo o relatório divulgado, foram apresentados 51.300 pedidos de asilo, menos 1.600 do que em Maio passado, sobretudo de migrantes oriundos da Síria, Afeganistão, Iraque, Paquistão e Nigéria. A tendência de declínio dos números mantém-se, uma vez que no ano passado também já se havia registado uma descida de 43 por cento dos pedidos. Os dados demonstram ainda que aproximadamente 2,5 por cento dos migrantes que solicitam asilo comunitário são menores de idade não acompanhados. Apesar da descida do número de pedidos a aguardar uma decisão de primeira instância (3.000 menos do que em Maio), em finais de Junho os casos sem resposta continuavam a ser 420.238.
Hoje Macau InternacionalItália | Pelo menos dois mortos e 60 a 70 feridos na explosão de camião [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] explosão ocorrida ontem numa autoestrada perto de Bolonha, no norte de Itália, fez pelo menos um morto e entre 60 a 70 feridos, segundo diferentes fontes dos serviços de emergência citadas por agências internacionais. O acidente envolveu um camião-cisterna, que explodiu, provocando um violento incêndio, segundo os bombeiros. Cerca das 16h locais (22h em Macau), um porta-voz dos bombeiros disse à imprensa que o incêndio já tinha sido extinto. Muitos dos feridos foram atingidos por estilhaços provocados pelo impacto da explosão em edifícios e outras estruturas nas imediações do local, uma autoestrada em Borgo Panigale, perto do aeroporto de Bolonha. Os bombeiros citados pela agência France-Presse estimam que 40 pessoas tenham ficado feridas, mas outras fontes avançam números mais elevados. Segundo a polícia de Bolonha, citada pela Associated Press, até 70 pessoas sofreram ferimentos e, segundo os serviços de emergência, citados pela EFE, 67 pessoas ficaram feridas, tendo sido tratadas a queimaduras de diferentes graus. Segundo a imprensa, o condutor do camião está desaparecido. As causas da explosão não são conhecidas. A agência italiana ANSA noticiou que a explosão se deu após um acidente envolvendo um camião que transportava substâncias inflamáveis. Outras fontes afirmam que o camião explodiu sem embater noutros veículos, quando passava por um ‘stand’ automóvel, desencadeando explosões em viaturas estacionadas, danificando uma ponte pedonal e abrindo uma cratera no piso da autoestrada
Hoje Macau InternacionalDiplomacia | Irão diz que EUA, Arábia Saudita e Israel estão “isolados” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s dirigentes norte-americano, Donald Trump, saudita, Mohamed bin Salman, e israelita, Benjamin Netanyahu, “estão isolados” na sua oposição ao Irão, afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohamad Javad Zarif. “Hoje, o mundo inteiro declarou que já não acompanha a política americana contra o Irão”, afirmou Zarif num discurso, citado pela agência semioficial Isna. “Falem com quem quer que seja, onde quer que seja no mundo, e dir-vos-ão que Netanyahu, Trump e Salman [o príncipe herdeiro saudita] estão isolados, não o Irão”, acrescentou. Na véspera da imposição de novas sanções dos Estados Unidos ao Irão, consequência da retirada de Washington do acordo nuclear de 2015, Zarif reconheceu que o Irão atravessa um período difícil. “Naturalmente, a intimidação americana e as pressões políticas podem provocar perturbações, mas o facto é que, no mundo actual, a América está isolada”, disse o ministro iraniano. A Arábia Saudita e Israel, rivais do Irão, são dos únicos países a apoiar a restabelecimento das sanções norte-americanas. Os outros signatários do acordo – Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia – consideram que o Irão respeita os compromissos e prometeram salvar o acordo e garantir protecções económicas a Teerão.
Hoje Macau InternacionalDiplomatas asiáticos instam Pyongyang a destruir arsenal nuclear [dropcap style=’circle’] D [/dropcap] iplomatas asiáticos de topo pressionaram no fim-de-semana a Coreia do Norte para cumprir o seu compromisso de desmantelar totalmente o seu arsenal nuclear, numa altura em que há preocupações de que esteja a prosseguir os seus programas armamentistas. O ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Ho, por seu lado, atacou os Estados Unidos num fórum sobre segurança na Ásia, em Singapura, acusando-os de certas atitudes “alarmantes”, entre as quais “elevar mais ainda a sua voz para manter as sanções contra” a Coreia do Norte. Tais atitudes, disse Ri aos seus homólogos, poderão fazer com que um acordo com a Administração Trump, que engloba o compromisso de Pyongyang em proceder à desnuclearização total da Península da Coreia, “enfrente dificuldades”. A China e os Estados do sudeste asiático também foram alvo de apelos, nas reuniões de Singapura, para concluírem rapidamente um pacto de não-agressão eficaz que possa ajudar a evitar possíveis confrontos no disputado mar do Sul da China. Ambas as partes anunciaram um acordo de princípio sobre um “código de conduta” regional que classificaram como um marco, após 16 anos de negociações esporádicas. O alarme relativo ao aumento do proteccionismo comercial, que os Governos asiáticos advertiram poderá impedir o crescimento económico, dominaram também as reuniões, com o Japão a exortar a rápida conclusão de um acordo de livre comércio entre os 16 Estados asiáticos que não inclua os Estados Unidos. O ministro dos Negócios Estrangeiros filipino, Alan Peter Cayetano, afirmou que a aproximação entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, juntamente com a conclusão de uma primeira versão do “código de conduta” para o mar do Sul da China são progressos, mas acrescentou que “como qualquer avanço em negociações diplomáticas, poderá levar a alguma coisa muito boa ou poderá levar a nada”. “Agora, o trabalho difícil está mesmo nos pormenores”, disse Cayetano à imprensa antes de iniciar um dia de reuniões entre os membros da Associação de Estados do Sudeste Asiático (ASEAN) e os seus parceiros Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul. Os chefes da diplomacia da ASEAN e os seus homólogos da China, Japão e Coreia do Sul instaram os Estados Unidos e a Coreia do Norte “bem como partes interessadas, a continuarem a trabalhar no sentido da obtenção de paz e estabilidade duradouras numa Península Coreana desnuclearizada”, de acordo informação a que a agência Associated Press (AP) teve acesso.
Hoje Macau InternacionalVenezuela | Maduro acusa homólogo colombiano de ordenar alegado atentado de que foi alvo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de ter ordenado o alegado ataque de que foi alvo este sábado, que provocou sete feridos. “Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado”, denunciou Maduro, durante um transmissão televisiva ao país este sábado, desde o palácio presidencial de Miraflores. O Presidente da Venezuela explicou que o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, vai abandonar a presidência do país, no dia 7 de agosto e que não podia deixar o poder “sem fazer dano” ao seu país. “Tratou-se de um atentado para me matar. No dia de hoje (sábado) tentaram assassinar-me. As investigações apontam a Bogotá”, disse. Duas explosões, aparentemente provocadas por um ‘drone’ [avião não tripulado], obrigaram hoje o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar). O ato, que decorria na Avenida Bolívar de Caracas (centro), estava a ser transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas e no momento em que Nicolás Maduro anuncia que tinha chegado a hora da recuperação económica ouviu-se uma das explosões, que fez inclusive vibrar a câmara que focava o chefe de Estado. Nesse instante, a mulher do Presidente venezuelano, Cília Flores, e o próprio chefe de Estado olharam para cima. Antes da televisão venezuelana suspender a transmissão foi possível ainda ver, o momento em que militares rompiam a formação. “As investigações estão muito avançadas” e já “foram capturados parte dos autores materiais do atentado e capturada parte da evidência [drone]”, afirmou o Presidente venezuelano. Por outro lado disse esperar que o Presidente norte-americano, Donald Trump, entre outros, colaborem com a Venezuela, porque, segundo Maduro, as primeiras investigações indicam que vários dos responsáveis intelectuais e financeiros do atentado vivem na Florida. “Espero ter a colaboração dos Governos do continente, onde estão parte destes redutos da extrema-direita fascista”, frisou. Colômbia já negou acusações A Presidência da Colômbia refutou a afirmação do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que acusou o seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de ter ordenado o alegado ataque de que foi alvo este sábado. “Isso não tem base, o presidente está empenhado no batismo da sua neta Celeste, e não em derrubar governos estrangeiros”, disse uma fonte da presidência colombiana aos jornalistas, este sábado. “Tudo aponta para a extrema-direita venezuelana, em aliança com a extrema-direita colombiana e tenho a certeza que Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado”, denunciou Maduro, durante uma transmissão televisiva ao país, desde o palácio presidencial de Miraflores. O Presidente da Venezuela explicou que Juan Manuel Santos vai abandonar a presidência do país, no dia 7 de agosto e que não podia deixar o poder “sem fazer dano” ao seu país.
Hoje Macau InternacionalGases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2017 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em todo no mundo em 2017, um ano marcado por temperaturas anormalmente elevadas e uma fusão do gelo sem precedentes no Ártico, segundo um documento de referência publicado ontem. O relatório anual publicado pela agência dos EUA para os oceanos e a atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) e sociedade norte-americana de meteorologistas divulga um conjunto de indicadores que mostra a aceleração em 2017 do aquecimento do planeta. Este aquecimento resulta da combustão de energias fósseis, que aumentam a concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera. O ano de 2017 foi o ano em que Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo internacional de Paris sobre o clima. Os EUA são o segundo poluidor mundial, a seguir à China, mas a eleição do milionário republicano para Presidente colocou no poder os que negam a responsabilidade humana no aquecimento do planeta, e o próprio Dolnald Trump, que têm procurado desmantelar a regulação deixada pelo presidente antecessor, Barack Obama, destinadas a mitigar o efeito nefasto das atividades humanas. O documento, com 300 páginas, compilado por mais de 450 cientistas originários de cerca de 60 países, usa o termo ‘anormal’ mais de uma dezena de vezes para se referir às tempestades, às secas, às temperaturas elevadas ou ainda o degelo recorde verificado no Ártico em 2017. Entre as principais conclusões do documento está a dos níveis recordes atingidos pelos tipos de gases com efeito de estufa mais perigosos libertados na atmosfera, designadamente o dióxido de carbono e o metano. A taxa de concentração do dióxido de carbono (CO2) na superfície da Terra atingiu 405 partes por milhão, que é “a mais alta desde que há registos das medidas atmosféricas modernas”. No documento salientou-se ainda que “a taxa de crescimento global do CO2 quase que foi multiplicada por quatro desde o início dos anos 1960”. O recorde do ano mais quente da época moderna continua a ser o estabelecido em 2016, mas o ano de 2017 não está longe, “com temperaturas bem mais elevadas do que a média” em boa parte do planeta, sublinhou-se no documento. Em função dos dados em que o relatório se baseia, 2017 foi o segundo ou o terceiro ano mais quente desde meados do século XIX e foi também “o ano mais quente sem o El Nino”, desde que os dados são coligidos de forma sistemática, sublinhou-se no texto, aludindo ao fenómeno climático ocasional que provoca a subida da temperatura. No último ano, foram registadas temperaturas recorde na Argentina, no Uruguai, na Espanha e na Bulgária. Quanto ao México, ele “bateu o seu recorde de calor pelo quarto ano consecutivo”. Em 2017, o nível do mar também atingiu um valor recorde pelo sexto ano consecutivo. O nível médio do mar está agora 7,7 centímetros acima do registado em 1993. Gregory Johnson, um oceanógrafo que trabalha para a NOAA, avisou, em declarações à comunicação social, que “mesmo que se congelasse as taxas de gases com efeito de estufa nos seus níveis atuais, os oceanos continuariam a aquecer e o mar continuaria a subir durante séculos, talvez mesmo milénios”. No Ártico, a temperatura no solo era superior em 1,6 graus Celsius à média do período 1981-2010 e o documento sublinhou que “o Ártico não conheceu temperaturas tão anormalmente elevadas do ar e da superfície da água desde há dois mil anos”. Em março, a extensão máxima do banco de gelo foi a mais fraca desde que há 37 anos começou a ser medida por satélite. Os glaciares do planeta recuaram também pelo 38.º ano consecutivo. Por outro lado, “as precipitações na terra firme em 2017 foram nitidamente abaixo da média”, sublinhou-se no relatório. As temperaturas mais elevadas das massas oceânicas conduziram a uma taxa de humidade mais elevada, em particular nestes três últimos anos, o que provocou mais precipitação, enquanto outras partes do planeta sofreram longos períodos de seca.
Hoje Macau InternacionalFacebook detecta esforços “sofisticados” para influenciar eleições americanas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Facebook afirma ter detectado nas suas plataformas esforços “sofisticados”, possivelmente ligados à Rússia, para influenciar a política norte-americana. A empresa diz que removeu 32 contas do Facebook e Instagram porque estavam envolvidas num “comportamento político coordenado” e aparentavam ser falsas. A Facebook não chegou a dizer que o esforço visava influenciar as eleições intermediárias dos EUA em novembro, embora o momento da atividade suspeita fosse consistente com tal tentativa. A Facebook divulgou ontem as suas descobertas depois de o jornal The New York Times as ter noticiado. A empresa afirmou que não sabe quem está por detrás destes esforços, mas considera que pode ter ligações com a Rússia. A Facebook disse que descobriu algumas conexões entre as contas que removeu e as associadas à Agência de Pesquisa da Internet da Rússia, que foram removidas antes e depois das eleições presidenciais dos EUA em 2016. A primeira página foi criada em março de 2017. A Facebook afirma que mais de 290 mil contas seguiram pelo menos uma das páginas falsas. As páginas mais seguidas do Facebook tinham nomes como “Aztlan Warriors”, “Black Elevation”, “Mindful Being” e “Resisters”. A Facebook revela que as páginas publicaram cerca de 150 anúncios por 11 mil dólares norte-americanos no Facebook e no Instagram, pagos em dólares americanos e canadianos. O primeiro anúncio foi criado em abril de 2017 e o último em junho de 2018. A empresa acrescentou que os responsáveis têm tido “mais cuidado em apagar os seus rastos” do que em 2016, em parte devido às medidas que a Facebook tem adotado para evitar abusos, no último ano.
Hoje Macau InternacionalIncêndios | Número de mortos na Grécia subiu para 81 com autoridades a continuarem as buscas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de mortos nos incêndios que afectaram a região grega de Ática, perto de Atenas, subiu para 81, anunciou ontem a porta-voz dos bombeiros, referindo que as organizações de socorro continuam empenhadas nas buscas. Stavroula Maliri, porta-voz dos bombeiros, afirmou que existem já 81 vítimas mortais confirmadas, das quais quatro são turistas. Entre as vítimas mortais está um jovem irlandês, confirmou a embaixada irlandesa na Grécia. O jovem estava em lua de mel no local quando foi surpreendido pelas chamas, enquanto a sua mulher conseguiu chegar à praia, mas sofreu ferimentos na cabeça e nas mãos. Três outros turistas foram identificados entre as vítimas mortais: dois polacos, mãe e filho, e um belga, cuja filha adolescente foi salva. Stavroula Maliri afirmou que é possível que “algumas das pessoas desaparecidas” estejam entre as vítimas mortais, referindo que o estado dos corpos dificulta as identificações. A porta-voz apelou aos familiares das pessoas que estão desaparecidas para se deslocarem ao serviço de medicina forense, de modo a obterem “informações sobre os procedimentos”. Segundo a responsável, existem 11 feridos que continuam em estado crítico, referindo que as autoridades continuam a efetuar buscas, procurando potenciais novas vítimas. Milhares de casas e centenas de viaturas foram completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão. Entretanto, o parlamento grego determinou, por unanimidade, uma série de medidas para apoiar as crianças que ficaram órfãs durante os incêndios da região da Ática oriental. A primeira medida será o pagamento de uma soma de 10 milhões de euros das reservas do parlamento para uma conta especial aberta pelo Estado para apoiar as vítimas de incêndio, e depois será paga uma quantia fica às crianças que perderam os pais, anunciou o presidente do parlamento, Nikos Voutsis.
Hoje Macau InternacionalIncêndios/Grécia: Voluntários recebem donativos mas autarquia considera situação controlada [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezenas de voluntários reuniram-se hoje na autoridade municipal grega de Rafina-Pikermi, em Rafina, para juntarem ajudas às vítimas dos incêndios que destruíram parte da região, mas o presidente da autarquia considera que a situação está controlada. “Para já, temos solução em termos de comida, alojamento, ajuda médica e apoio psicológico”, afirmou Vagelis Bournous à agência Lusa na noite de terça-feira, quando ainda havia uma grande azáfama dentro e fora do edifício, cerca das 00:30 (hora de Lisboa). Nas últimas 24 horas, pessoas e empresas têm feito chegar comida, garrafas de água, fraldas para bebés, medicamentos e “até dinheiro”, incluindo do estrangeiro, disse. “As infraestruturas da cidade estão a funcionar, mas a beleza natural em algumas partes desapareceu completamente”, lamentou Bournous. Na segunda-feira, os incêndios nesta região costeira nos arredores de Atenas provocaram a morte de, pelo menos, 74 pessoas e 187 feridos, vários dos quais em estado muito grave, segundo fontes oficiais. Mais de 1.500 casas foram afetadas e mais de 300 viaturas completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde têm segunda casa muitos habitantes da capital e onde passam férias de Verão. Os feridos em pior estado foram assistidos nos hospitais mais próximos e os desalojados colocados em hotéis ou em casa de familiares ou amigos. Apesar de estar escuro e de a zona de Mati não ter eletricidade, é possível sentir esta madrugada um forte cheiro a queimado, mesmo depois de as chamas terem sido extintas. Vasiliki Beka, assessora do presidente da câmara local, relatou à Lusa que foi “uma tragédia” o que aconteceu na região, onde muitas casas estavam ocupadas por idosos, que tomavam conta dos netos durante as férias. “Houve pessoas que não conseguiram escapar, outras que se lançaram no mar e que ficaram na água durante cinco a seis horas, algumas afogaram-se. Um grupo de 26 pessoas ficou queimado, com os pais a abraçarem as mulheres e os filhos para tentar salvá-los, mas não conseguiram”, relatou, emocionada. A catástrofe levou um grupo de voluntários que normalmente distribui comida pelos sem-abrigo em Atenas a deslocar-se a Rafina, a cerca de 30 quilómetros de distância. “Pedimos aos restaurantes com quem trabalhamos e eles fizeram mais refeições. Como não são precisas para as vítimas, entregámos-las aos outros voluntários e à Cruz Vermelha”, afirmou Maniana Peppa, coordenadora do grupo Dypno Agapis. Junto à sede do município, um dos voluntários, o residente local George Petridis, relatou como viu o incêndio aproximar-se a meio da tarde de segunda-feira até 300 metros da sua casa. “Tivemos de sair porque era difícil respirar por causa do fumo. Penso que o problema foi que as pessoas subestimaram a gravidade do incêndio e não sairam logo. Depois veio muito vento, que pegou fogo a tudo”, afirmou. As autoridades gregas continuam à procura de eventuais vítimas do incêndio, em terra ou no mar. O Governo de Alexis Tsipras decretou três dias de luto e pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio, como é o caso de Portugal. O executivo grego já desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas. O ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, anunciou hoje que Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Hoje Macau Internacional MancheteIsrael | Parlamento aprova lei que limita auto-determinação a judeus Há quem lhe chame o novo apartheid. A Lei Básica da Nação-Estado aprovada, na semana passada, no parlamento israelita define que apenas os judeus têm direito à autodeterminação. Entretanto, os árabes que têm sido vítimas de crescentes restrições, ficam cada vez mais isolados. União Europeia e Nações Unidas estão preocupadas com a situação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós um intenso debate, de mais de oito horas, no parlamento israelita, a “Lei Básica da Nação-Estado” foi aprovada com 62 votos a favor e 55 contra. O diploma está envolto em controvérsia, e foi considerado por alguns sectores políticos como discriminatório. Muitos dos deputados árabes israelitas não participaram na votação. A polémica lei consagra Israel como nação judaica, “lar nacional” do povo judaico e o hebraico como única língua oficial. A língua árabe perde direitos, os colonatos judeus são considerados de interesse estratégico nacional e Jerusalém, “una e indivisa”, será a capital do país. Além disso, a nova legislação determina que apenas os judeus têm o direito de autodeterminação no país. Para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiado por uma maioria de direita e de extrema direita, trata-se de uma vitória e fortalecimento da democracia em que a maioria tem o direito de decisão, refere a LUSA. O objectivo “é garantir o carácter de Israel como o Estado nacional dos judeus, para definir na Lei Básica os valores de Israel como um Estado democrático judaico, no espírito dos princípios da Declaração de Independência”, de acordo com um comunicado publicado na página da Internet do Knesset, parlamento de Israel. Até aqui, a menção directa à identidade judaica tinha sido sempre evitada devido à existência de outras culturas e religiões no país, que vivem em Israel desde a sua criação, em 1948, e que representam cerca de 20 por cento da população – 1,8 milhões de uma população total de cerca de nove milhões. A minoria árabe no parlamento israelita considera que morreu a democracia em Israel com a criação de um estado segregacionista. O Centro de Apoio Jurídico às Minorias Árabes defende que “a aprovação desta lei representa uma tentativa de implementar a superioridade étnica através da promoção de políticas racistas”. Categorias especiais A proposta de lei inicial que incluía um artigo relativo à “criação de comunidades no país compostas por motivos de fé ou origem” foi muito criticada pelo Presidente de Israel, Reuven Rivlin, como sendo discriminatória, tendo o artigo sido retirado. De acordo com a nova legislação, “os árabes terão uma categoria especial, todos os judeus terão o direito de migrar para Israel e obter a cidadania de acordo com as disposições da lei, o Estado agirá para reunir os judeus no exílio”. Durante as alegações e diante de uma câmara praticamente vazia, o parlamentar palestiniano de nacionalidade israelita Ayman Odeh, da United List (Lista Unida), denunciou a falta de carácter democrático da proposta iniciativa e ergueu uma bandeira negra para representar “o funeral da democracia”. O primeiro-ministro israelita foi alvo de duras críticas durante o mesmo debate. Outro deputado palestiniano Jamal Zahalka afirmou que Benjamin Netanyahu está a forçar os cidadãos a escolherem entre serem judaicos ou democratas. Preocupação internacional A União Europeia fez questão de manifestar a sua preocupação com a aprovação da lei da nacionalidade judaica pelo parlamento israelita, mas escusou-se a condenar a lei que consagra Israel como nação judaica, “lar nacional” do povo judaico, e o hebraico como única língua oficial. “A democracia e a igualdade, relativamente às minorias, continuam a ser a base da nossa associação com Israel”, começou por referir a porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa da União Europeia, Federica Mogherini, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário. “Estamos muito preocupados e já expressámos essa preocupação. Vamos continuar a comunicar com as autoridades israelitas dentro deste contexto”, referiu a porta-voz, citada pela agência de notícias Reuters. “Fomos muito claros na nossa defesa de uma solução para o conflito israelo-palestiniano com dois Estados, com Jerusalém como capital, e acreditamos que esta decisão torna mais difícil que esta se torne realidade”, sublinhou. Ao ser questionada sobre a possibilidade de a UE “condenar ou reprovar” que o árabe deixe de ser considerado língua oficial ou que se promovam as comunidades exclusivamente judias, Maja Kocijancic limitou-se a manifestar a sua preocupação e a assegurar que esta foi comunicada ao Governo de Israel. Direitos pouco humanos De acordo com a agência noticiosa chinesa, Xinhua, também a Organização das Nações Unidas (ONU) já expressou a sua relutância face à decisão israelita. “Reafirmamos que as Nações Unidas respeitam a soberania dos estados na definição do seu carácter constitucional bem como enfatizamos a necessidade de todos aderirem aos princípios dos direitos humanos, incluindo a protecção dos direitos das minorias”, disse o porta voz da ONU, Farhan Haq, citado pela Xinhua. De acordo com a mesma fonte, Haq apontou ainda que a única solução para se conseguir uma paz duradoura capaz de resolver o estado permanente de conflito e que tenha em conta as aspirações dos dois povos é através da negociação de uma solução que inclua a existência de dois estados. “Apelamos mais uma vez a todas as partes para evitarem movimentos unilaterais que possam boicotar uma solução de paz”, cita a Xinhua. A Turquia, que se opôs peremptoriamente à decisão, anunciada no ano passado, dos Estados Unidos em deslocar a embaixada daquele país para Jerusalém, também criticou a aprovação da nova lei. “Identificar o direito à autodeterminação como um direito dado apenas a judeus é o resultado e uma mentalidade ultrapassada e discriminatória”, disse o ministro dos negócios estrangeiros, de acordo com a Reuters. O porta-voz do presidente Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin , apelou mesmo à comunidade internacional “para reagir a esta injustiça que está a acontecer à frente dos olhos do mundo inteiro”, lê-se. O porta-voz presidencial criticou ainda aquilo a que chamou de “movimento racista que vai servir para acabar com o povo palestiniano e proibi-lo de viver na sua terra quer fisicamente, quer legalmente”, disse. Análise | Pacheco Pereira realça a oficialização do apartheid “Agora não foi sequer a gota de água, foi uma torrente que se abriu com a nova lei da nacionalidade que institui na prática uma situação de apartheid e de racismo”. As palavras são de José Pacheco Pereira num artigo de opinião publicado no jornal Público. O ex-deputado e historiador lamenta as transformações que estão a acontecer num país que um dia fez parte da sua admiração. “Sempre fui amigo de Israel e não só pelas razões que vêm do Holocausto (…) eram pró-israelitas contra ‘as monarquias feudais árabes’, até aos eventos mais recentes que colocavam uma pequena democracia armada no meio de inimigos governados por ditaduras, umas mais cruéis do que as outras, mas nenhuma recomendável”, começa por dizer. No entanto, “o ‘querido Bibi’ acossado pela Justiça empurrou a actual legislação racista que acaba com os últimos traços de um Estado de Israel que pertencia a judeus e árabes, assente na “completa igualdade de direitos políticos e sociais (…) para todos os seus habitantes, independentemente de religião, raça e sexo, como se lia na Declaração de Independência de 1948”, remata Pacheco Pereira. Minorias | Comunidade LGBT israelita contra exclusão na lei A comunidade LGBT israelita está contra a exclusão de homossexuais da lei da sub-rogação, aprovada na semana passada, juntamente com a nova lei de Nação-Estado que declara o país nação judaica e o hebraico língua oficial. Membros e apoiantes da comunidade LGBT de Israel estiveram no domingo em protesto contra a exclusão de homossexuais da lei. Os protestantes marcharam em Telavive e em outras cidades israelitas, exibindo bandeiras com as sete cores do arco-íris — símbolo da comunidade LGBT (lésbicas, ‘gays’, bissexuais e transexuais) — e bloquearam, inclusive, uma autoestrada durante algum tempo. A comunidade contesta a legislação apoiada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que prevê a sub-rogação para pais homossexuais (a substituição numa relação jurídica duma pessoa por outra que toma o seu lugar). O chefe do Governo de Israel acabou por votar contra, alegadamente sob a pressão dos parceiros de coligação ultraortodoxos. Os protestos evoluíram para um alerta sobre a igualdade, considerando que a legislação aprovada parece ter como alvo o liberalismo israelita. As manifestações foram amplamente apoiadas por centenas de entidades patronais que permitiram funcionários observar e participar nos protestos sem penalizações. Ainda para este domingo está programado um comício, na Praça Rabin, em Telavive. Hoje Macau InternacionalFacebook vai remover informações falsas que potenciem violência iminente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Facebook vai remover informações falsas publicadas naquela rede social que possam contribuir para atos de violência iminente, anunciou quarta-feira a empresa, que já testou essa medida no Sri Lanka, recentemente abalado pelos conflitos inter-religiosos. “Estamos a começar a implementar essa nova política em países onde vemos exemplos em que a desinformação levou à violência”, disse a gestora de produtos do Facebook, Tessa Lyons, citando o caso do Sri Lanka, em declarações aos jornalistas na sede da empresa no oeste da Califórnia. A rede social pode remover, por exemplo, conteúdo impreciso ou enganoso, como fotos falsas, criadas ou compartilhadas para contribuir ou exacerbar a violência física. O Facebook contará com a ajuda de organizações locais ou agências especializadas para determinar se essas publicações podem causar violência iminente e que, portanto, justifiquem a sua remoção. Discursos de ódio e apelos diretos à violência já violam as regras do Facebook. A nova política é examinar e remover outro tipo de conteúdo, menos explicitamente violento, mas que ainda assim sejam suscetíveis de potenciar conflitos. Tessa Lyons acrescentou que essa mudança na política do Facebook seria colocada em prática gradualmente nos próximos meses. Também na quarta-feira, o sítio de notícias de tecnologia e ‘media’ digital Recode publicou uma entrevista com o CEO do Facebook, na qual Mark Zuckerberg defende que apesar de achar que a negação do Holocausto é “profundamente ofensiva”, não acredita que tal conteúdo deva ser banido da rede social. As declarações provocaram críticas, inclusive da Liga Anti-Difamação, que afirmou em comunicado que o Facebook tem uma “obrigação moral e ética” de não permitir que as pessoas divulguem a negação do Holocausto na sua plataforma. Zuckerberg, que é judeu, disse que o conteúdo ofensivo não tem que ser necessariamente proibido, a menos que seja para planear danos ou atacar alguém. Hoje Macau InternacionalTrump diz que reunião com Putin foi “ainda melhor” do que cimeira da NATO [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem que a sua reunião com o homólogo russo foi “ainda melhor” do que a cimeira da NATO e culpou os ‘media’ por darem uma ideia errada da cimeira bilateral. “Apesar de ter tido uma excelente reunião com a NATO, captando vastas quantidades de dinheiro, tive uma conversa ainda melhor com Vladimir Putin, da Rússia. Infelizmente, os ‘media’ não estão a contar a história assim – os ‘media’ ‘Fake News’ estão a ficar loucos”, escreveu Trump numa mensagem hoje divulgada na rede social Twitter. Trump tem sido criticado nos Estados Unidos por não ter confrontado Putin com as interferências russas nas eleições norte-americanas e por ter questionado as conclusões das agências dos serviços secretos norte-americanos sobre essas interferências. Mesmo apoiantes de Trump, como o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, ou o presidente da comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, Bob Corker, criticaram o seu desempenho na cimeira de Helsínquia. Donald Trump reafirmou na segunda-feira, numa conferência de imprensa conjunta com Putin após uma cimeira bilateral em Helsínquia, que não houve “conluio” entre a sua campanha e os russos. “Fizemos uma campanha brilhante, por isso é que eu sou o Presidente. As sondagens são um desastre no nosso país, não existiu nenhum conluio”, afirmou Trump. As principais agências dos serviços secretos norte-americanas, incluindo a CIA e o FBI, dizem há meses ter provas de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais norte-americanas, mas descartam que a sua interferência tenha influenciado o resultado final, que permitiu a Trump ganhar a Hillary Clinton. Hoje Macau InternacionalCimeira: Putin nega ingerência russa nas eleições dos EUA apesar de querer vitória de Trump [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que queria que Donald Trump vencesse a eleição presidencial de 2016, mas rejeitou que tenha tomado alguma atitude durante a campanha eleitoral para que isso acontecesse. Putin referiu que pretendia a vitória de Donald Trump devido às suas políticas. Os dois chefes de Estado reuniram-se em Helsínquia, na primeira cimeira entre os dois, e passaram “muito tempo” a discutir as acusações de interferência eleitoral da Rússia nas eleições norte-americanas, disse na conferência de imprensa final o Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump também reafirmou que não houve “conluio” entre a sua campanha e os russos. Também Vladimir Putin negou tudo, durante a conferência de imprensa conjunta dos dois líderes. “Fizemos uma campanha brilhante, por isso é que eu sou o Presidente. As sondagens são um desastre no nosso país, não existiu nenhum conluio”, afirmou Trump. O Presidente russo também negou aquilo a que chamou “a alegada ingerência da Rússia” nas eleições. Putin salientou que a alegada ingerência da Rússia nas eleições é “um disparate”, garantindo que a Rússia nunca interferiu e nunca vai interferir no processo eleitoral norte-americano. Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência. De acordo com informação do procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, os russos foram indiciados de pirataria, numa investigação sobre a possível coordenação entre a campanha de Donald Trump e a Rússia. Os russos são acusados de invadir as redes de computadores do Comité Nacional Democrata, do Comité Democrata de Campanha do Congresso e da campanha presidencial de Hillary Clinton, libertando depois correios eletrónicos roubados na Internet nos meses que antecederam a eleição. Anteriormente, 20 pessoas e três empresas tinham já sido indiciadas na investigação à alegada ingerência russa nas últimas eleições, que o procurador especial Robert Mueller lidera. Isso inclui quatro ex-elementos da campanha de Trump e assessores da Casa Branca e 13 russos acusados de participar numa campanha de redes sociais, para influenciar a opinião pública norte-americana na eleição de 2016. O encontro entre os dois presidentes realizou-se no Palácio Presidencial em Helsínquia, no centro da capital finlandesa, que tem uma longa tradição no acolhimento de cimeiras Leste-Oeste. “Cimeira produtiva e útil” Ambos os presidentes consideraram ontem que a primeira cimeira entre os dois Estados foi produtiva e útil. “Acabo de concluir uma reunião com o Presidente Putin sobre uma série de questões críticas para os nossos dois países. Tivemos um diálogo directo, aberto e muito produtivo”, declarou Trump na conferência de imprensa conjunta no final da cimeira na capital da Finlândia. “As conversações decorreram num ambiente franco e de trabalho. Considero-as muito bem-sucedidas e muito úteis”, disse, por seu turno, Putin. O chefe de Estado russo considerou não existirem “razões objetivas” para as dificuldades nas relações russo-americanas, assinalando que a Guerra Fria terminou e que Rússia e Estados Unidos devem resolver os problemas em conjunto. O Presidente dos Estados Unidos pronunciou-se no mesmo sentido, defendendo que Washington e Moscovo devem encontrar formas para “cooperar em relação a interesses partilhados”. A propósito, Putin disse que Moscovo está pronto para prolongar a colaboração com Washington ao nível dos serviços de informações em relação ao terrorismo e às ameaças cibernéticas. “Os nossos serviços especiais trabalham com muito sucesso”, disse. Hoje Macau InternacionalIngerência russa nas eleições nos EUA e situação na Ucrânia e na Síria pairam sobre cimeira Trump-Putin [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s presidentes dos EUA e da Rússia realizam hoje em Helsínquia a sua primeira cimeira bilateral, sob o espetro da ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e ainda da situação na Ucrânia e na Síria. O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin realiza-se na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia, Sauli Niinisto, e o Presidente norte-americano voltará pela terceira vez a discutir com o homólogo russo a situação na Síria, na Ucrânia e no Médio Oriente, e ainda o estado das relações bilaterais, de que se destaca a alegada ingerência russa nas eleições de 2016. Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência. A proximidade entre os presidentes norte-americano e russo tem sido notória há mais de um ano, como também tem sido um facto que a Administração de Donald Trump foi envolvida em controvérsias por causa da ingerência russa. Antes de viajar para Helsínquia, durante a visita que efetuou ao Reino Unido, Donald Trump afirmou que os ataques ao Presidente russo são uma “caça às bruxas” e estão a prejudicar as relações com Moscovo. “Eu acho que isso prejudica a sério o nosso país, e prejudica a sério a nossa relação com a Rússia. Eu acho que nós teríamos uma oportunidade de ter uma relação muito boa com a Rússia e uma relação muito boa com o Presidente Putin”, afirmou. Por outro lado, o apoio, difícil de esconder, de Moscovo aos separatistas ucranianos e a intervenção militar na Síria, para manter Bashar al-Assad na Presidência, colocam a Rússia e os Estados Unidos em lados diferentes do conflito. Na Síria, o único denominador comum é o combate ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas tal não chega para esbater as diferenças que se acumulam entre Washington e Moscovo noutros domínios, apesar do bom relacionamento pessoal que os dois presidentes mutuamente cultivam. A cimeira de Helsínquia será a terceira entre presidentes dos dois países e embora não se pronuncie sobre a agenda do encontro, Trump ainda acredita que a melhoria das relações bilaterais assenta no bom relacionamento pessoal que mantém com Putin. Todavia, numa entrevista à CBS News, divulgada domingo por aquela cadeia de televisão norte-americana, Donald Trump afirmou que não espera muito da cimeira: “Não vou com altas expetativas”. Cerca de 2.000 pessoas manifestaram-se contra Trump e Putin em Helsínquia Cerca de 2.000 pessoas manifestaram-se ontem na capital finlandesa contra as políticas de Putin e Trump, que hoje se encontram em Helsínquia para a terceira cimeira entre os chefes de Estado da Rússia e dos Estados Unidos. A manifestação percorreu o centro de Helsínquia em protesto contra as políticas de imigração da Administração de Donald Trump e a intenção do Presidente dos Estados Unidos construir um muro na fronteira com o México e contra a homofobia impulsionada pelo Kremlin, a falta de liberdade e a detenção de ativistas na Rússia. O lema da manifestação foi “Seremos novamente grandes nos direitos humanos”, em alusão ao ‘slogan’ de Donald Trump desde que chegou à Casa Branca, há um ano e meio. O protesto contra os líderes das duas grandes potências nucleares reuniu ativistas da Amnistia Internacional, ecologistas, anarquistas e membros do movimento LGBT (lésbicas, homossexuais, bissexuais e transexuais). Também a comunidade ucraniana que vive em Helsínquia protestou contra o facto de a Rússia continuar a ocupar a Crimeia. “Que Putin faça tudo o que queira no seu próprio país é uma coisa, mas invadir outros países para lhes roubar territórios não está nada bem”, disse à agência Efe o ucraniano Víctor Ivanov, que marchou acompanhado da sua mulher envolto numa bandeira da Ucrânia. Oki, um finlandês que se expressa em russo, percorreu 250 quilómetros desde a cidade de Pori, no noroeste da Finlândia, para manifestar-se no centro de Helsínquia com um grande cartaz com os dizeres “Deportemos o racismo”. “Queremos que Putin e Trump deixem de estimular guerras em todo o mundo”, disse à Efe. A poucos metros, Helena, finlandesa que trabalha numa instituição da ONU em Genebra, exibia um cartaz que exigia a liberdade para o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão na Rússia, por delitos de terrorismo, e que se encontra em greve de fome há dois meses. “A situação da liberdade de imprensa na Rússia é realmente deplorável. Falar com liberdade e trabalhar para os direitos humanos é muito problemático na Rússia”, afirmou Helena. A política migratória de Trump, que desde abril provocou a separação de cerca de 3.000 crianças indocumentadas das suas famílias, na fronteira com o México, foi outro dos temas que motivou o protesto. Hoje Macau InternacionalHamas anuncia que trégua foi para acabar com ataques israelitas sobre Gaza [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hamas anunciou ter chegado a uma trégua para pôr fim aos ataques de Israel sobre a faixa de Gaza, parte de uma operação de grande escala que fez pelo menos dois mortos e 25 feridos palestinianos. O acordo terá sido conseguido com a mediação do Egipto, afirmou um porta-voz do movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza, Fawzi Barhum, em comunicado, embora Israel ainda não tenha feito nenhum comentário. Israel admitiu que fez os maiores ataques aéreos em Gaza desde a campanha de 2014 contra o Hamas. O primeiro-ministro israelita ameaçou “aumentar, se necessário, a intensidade dos ataques”, que chamou “uma acção contundente contra o terrorismo do Hamas”. Dois jovens de 15 e 16 anos atingidos por estilhaços dos bombardeamentos e 25 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde palestiniano. Netanyahu garantiu que os ataques continuarão até que o movimento palestiniano “entenda a mensagem”, com bombardeamentos sobre dezenas de objetivos, incluindo dois túneis, armazéns e fábricas de armas, centros de treino e outros. Segundo indicaram responsáveis militares israelitas, trata-se de uma “operação em massa que está a acontecer em Gaza” e é uma represália por ataques contra Israel, nomeadamente “a grande quantidade de explosivos e projécteis incendiários e os ‘rockets'” disparados para Israel. Três civis israelitas ficaram feridos quando um ‘rocket’ atingiu a sua casa, no sul. Segundo o exército israelita, cerca de uma centena daqueles projécteis e granadas de morteiro caíram no sábado sobre Israel vindas da Faixa de Gaza. Entretanto, o exército israelita suspendeu as restrições que tinha imposto ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, num sinal de que aceitou o cessar-fogo mediado pelo Egipto, terminando com 24 horas de combates com militantes do Hamas. Os militares fecharam uma praia popular e impuseram limitações às aglomerações de grandes multidões, mas o exército informou ontem que os acampamentos de Verão vão funcionar normalmente e que a rotina diária pode ser retomada. Hoje Macau InternacionalTrump anuncia intenção de se recandidatar à Presidência dos Estados Unidos em 2020 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos anunciou a sua intenção de se recandidatar em 2020 à Presidência dos Estados Unidos, em entrevista publicada ontem pelo jornal britânico Daily Mail, e afirmou não vislumbrar nenhum opositor Democrata capaz de o vencer. “Bem, eu tenho toda a intenção de fazer isso, parece que todo mundo quer que façamos”, disse Donal Trump ao jornalista que o entrevistou. “Eu sinto-me bem”, enfatizou, quando questionado se se vai candidatar à reeleição. “Você nunca sabe o que acontece com a saúde e outras coisas”, acrescentou, contudo, Trump, de 72 anos. Questionado se vê algum candidato democrata capaz de o vencer nas eleições presidenciais que vão realizar-se em 2020, respondeu: “Não. Eu não vejo ninguém, conheço todos e não vejo ninguém”. Hoje Macau InternacionalJuíza brasileira nega 143 pedidos de liberdade de Lula da Silva [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), corte de terceira instância da Justiça do Brasil, Laurita Vaz, negou ontem 143 pedidos de ‘habeas corpus’ apresentados em favor do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em comunicado, a presidente do STJ informou que os recursos foram indeferidos porque “o Poder Judiciário não pode ser utilizado como balcão de reivindicações ou manifestações de natureza política ou ideológico-partidárias”, pois “não é essa sua missão constitucional”. O STJ destacou que todas as petições negadas eram padronizadas e com o subtítulo “Ato Popular 09 de julho de 2018 – Em defesa das garantias constitucionais”. Os recursos foram assinados por pessoas que não integram a defesa do ex-Presidente Lula da Silva e contestavam a execução provisória da pena a que foi condenado e pediam sua liberdade. Na decisão, a juíza Laurita Vaz frisou que o direito de petição aos poderes públicos é garantia fundamental de qualquer cidadão, mas ressalvou que o ‘habeas corpus’ não é a via própria para a prática de “atos populares”. A mesma magistrada sublinhou que o ex-Presidente brasileiro tem advogados, que “se estão a valer de todas as garantias e prerrogativas do ofício para exercer, com plenitude, a defesa e o contraditório, com a observância do devido processo legal”. “Assim, não merece seguimento o insubsistente pedido de ‘habeas corpus’, valendo mencionar que a questão envolvendo a determinação de cumprimento provisório da pena em tela já foi oportunamente decidida por este Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal”, concluiu a presidente do CNJ ao indeferir as petições. «1...7891011121314151617»
Hoje Macau Internacional MancheteIsrael | Parlamento aprova lei que limita auto-determinação a judeus Há quem lhe chame o novo apartheid. A Lei Básica da Nação-Estado aprovada, na semana passada, no parlamento israelita define que apenas os judeus têm direito à autodeterminação. Entretanto, os árabes que têm sido vítimas de crescentes restrições, ficam cada vez mais isolados. União Europeia e Nações Unidas estão preocupadas com a situação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós um intenso debate, de mais de oito horas, no parlamento israelita, a “Lei Básica da Nação-Estado” foi aprovada com 62 votos a favor e 55 contra. O diploma está envolto em controvérsia, e foi considerado por alguns sectores políticos como discriminatório. Muitos dos deputados árabes israelitas não participaram na votação. A polémica lei consagra Israel como nação judaica, “lar nacional” do povo judaico e o hebraico como única língua oficial. A língua árabe perde direitos, os colonatos judeus são considerados de interesse estratégico nacional e Jerusalém, “una e indivisa”, será a capital do país. Além disso, a nova legislação determina que apenas os judeus têm o direito de autodeterminação no país. Para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiado por uma maioria de direita e de extrema direita, trata-se de uma vitória e fortalecimento da democracia em que a maioria tem o direito de decisão, refere a LUSA. O objectivo “é garantir o carácter de Israel como o Estado nacional dos judeus, para definir na Lei Básica os valores de Israel como um Estado democrático judaico, no espírito dos princípios da Declaração de Independência”, de acordo com um comunicado publicado na página da Internet do Knesset, parlamento de Israel. Até aqui, a menção directa à identidade judaica tinha sido sempre evitada devido à existência de outras culturas e religiões no país, que vivem em Israel desde a sua criação, em 1948, e que representam cerca de 20 por cento da população – 1,8 milhões de uma população total de cerca de nove milhões. A minoria árabe no parlamento israelita considera que morreu a democracia em Israel com a criação de um estado segregacionista. O Centro de Apoio Jurídico às Minorias Árabes defende que “a aprovação desta lei representa uma tentativa de implementar a superioridade étnica através da promoção de políticas racistas”. Categorias especiais A proposta de lei inicial que incluía um artigo relativo à “criação de comunidades no país compostas por motivos de fé ou origem” foi muito criticada pelo Presidente de Israel, Reuven Rivlin, como sendo discriminatória, tendo o artigo sido retirado. De acordo com a nova legislação, “os árabes terão uma categoria especial, todos os judeus terão o direito de migrar para Israel e obter a cidadania de acordo com as disposições da lei, o Estado agirá para reunir os judeus no exílio”. Durante as alegações e diante de uma câmara praticamente vazia, o parlamentar palestiniano de nacionalidade israelita Ayman Odeh, da United List (Lista Unida), denunciou a falta de carácter democrático da proposta iniciativa e ergueu uma bandeira negra para representar “o funeral da democracia”. O primeiro-ministro israelita foi alvo de duras críticas durante o mesmo debate. Outro deputado palestiniano Jamal Zahalka afirmou que Benjamin Netanyahu está a forçar os cidadãos a escolherem entre serem judaicos ou democratas. Preocupação internacional A União Europeia fez questão de manifestar a sua preocupação com a aprovação da lei da nacionalidade judaica pelo parlamento israelita, mas escusou-se a condenar a lei que consagra Israel como nação judaica, “lar nacional” do povo judaico, e o hebraico como única língua oficial. “A democracia e a igualdade, relativamente às minorias, continuam a ser a base da nossa associação com Israel”, começou por referir a porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa da União Europeia, Federica Mogherini, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário. “Estamos muito preocupados e já expressámos essa preocupação. Vamos continuar a comunicar com as autoridades israelitas dentro deste contexto”, referiu a porta-voz, citada pela agência de notícias Reuters. “Fomos muito claros na nossa defesa de uma solução para o conflito israelo-palestiniano com dois Estados, com Jerusalém como capital, e acreditamos que esta decisão torna mais difícil que esta se torne realidade”, sublinhou. Ao ser questionada sobre a possibilidade de a UE “condenar ou reprovar” que o árabe deixe de ser considerado língua oficial ou que se promovam as comunidades exclusivamente judias, Maja Kocijancic limitou-se a manifestar a sua preocupação e a assegurar que esta foi comunicada ao Governo de Israel. Direitos pouco humanos De acordo com a agência noticiosa chinesa, Xinhua, também a Organização das Nações Unidas (ONU) já expressou a sua relutância face à decisão israelita. “Reafirmamos que as Nações Unidas respeitam a soberania dos estados na definição do seu carácter constitucional bem como enfatizamos a necessidade de todos aderirem aos princípios dos direitos humanos, incluindo a protecção dos direitos das minorias”, disse o porta voz da ONU, Farhan Haq, citado pela Xinhua. De acordo com a mesma fonte, Haq apontou ainda que a única solução para se conseguir uma paz duradoura capaz de resolver o estado permanente de conflito e que tenha em conta as aspirações dos dois povos é através da negociação de uma solução que inclua a existência de dois estados. “Apelamos mais uma vez a todas as partes para evitarem movimentos unilaterais que possam boicotar uma solução de paz”, cita a Xinhua. A Turquia, que se opôs peremptoriamente à decisão, anunciada no ano passado, dos Estados Unidos em deslocar a embaixada daquele país para Jerusalém, também criticou a aprovação da nova lei. “Identificar o direito à autodeterminação como um direito dado apenas a judeus é o resultado e uma mentalidade ultrapassada e discriminatória”, disse o ministro dos negócios estrangeiros, de acordo com a Reuters. O porta-voz do presidente Tayyip Erdogan, Ibrahim Kalin , apelou mesmo à comunidade internacional “para reagir a esta injustiça que está a acontecer à frente dos olhos do mundo inteiro”, lê-se. O porta-voz presidencial criticou ainda aquilo a que chamou de “movimento racista que vai servir para acabar com o povo palestiniano e proibi-lo de viver na sua terra quer fisicamente, quer legalmente”, disse. Análise | Pacheco Pereira realça a oficialização do apartheid “Agora não foi sequer a gota de água, foi uma torrente que se abriu com a nova lei da nacionalidade que institui na prática uma situação de apartheid e de racismo”. As palavras são de José Pacheco Pereira num artigo de opinião publicado no jornal Público. O ex-deputado e historiador lamenta as transformações que estão a acontecer num país que um dia fez parte da sua admiração. “Sempre fui amigo de Israel e não só pelas razões que vêm do Holocausto (…) eram pró-israelitas contra ‘as monarquias feudais árabes’, até aos eventos mais recentes que colocavam uma pequena democracia armada no meio de inimigos governados por ditaduras, umas mais cruéis do que as outras, mas nenhuma recomendável”, começa por dizer. No entanto, “o ‘querido Bibi’ acossado pela Justiça empurrou a actual legislação racista que acaba com os últimos traços de um Estado de Israel que pertencia a judeus e árabes, assente na “completa igualdade de direitos políticos e sociais (…) para todos os seus habitantes, independentemente de religião, raça e sexo, como se lia na Declaração de Independência de 1948”, remata Pacheco Pereira. Minorias | Comunidade LGBT israelita contra exclusão na lei A comunidade LGBT israelita está contra a exclusão de homossexuais da lei da sub-rogação, aprovada na semana passada, juntamente com a nova lei de Nação-Estado que declara o país nação judaica e o hebraico língua oficial. Membros e apoiantes da comunidade LGBT de Israel estiveram no domingo em protesto contra a exclusão de homossexuais da lei. Os protestantes marcharam em Telavive e em outras cidades israelitas, exibindo bandeiras com as sete cores do arco-íris — símbolo da comunidade LGBT (lésbicas, ‘gays’, bissexuais e transexuais) — e bloquearam, inclusive, uma autoestrada durante algum tempo. A comunidade contesta a legislação apoiada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que prevê a sub-rogação para pais homossexuais (a substituição numa relação jurídica duma pessoa por outra que toma o seu lugar). O chefe do Governo de Israel acabou por votar contra, alegadamente sob a pressão dos parceiros de coligação ultraortodoxos. Os protestos evoluíram para um alerta sobre a igualdade, considerando que a legislação aprovada parece ter como alvo o liberalismo israelita. As manifestações foram amplamente apoiadas por centenas de entidades patronais que permitiram funcionários observar e participar nos protestos sem penalizações. Ainda para este domingo está programado um comício, na Praça Rabin, em Telavive.
Hoje Macau InternacionalFacebook vai remover informações falsas que potenciem violência iminente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Facebook vai remover informações falsas publicadas naquela rede social que possam contribuir para atos de violência iminente, anunciou quarta-feira a empresa, que já testou essa medida no Sri Lanka, recentemente abalado pelos conflitos inter-religiosos. “Estamos a começar a implementar essa nova política em países onde vemos exemplos em que a desinformação levou à violência”, disse a gestora de produtos do Facebook, Tessa Lyons, citando o caso do Sri Lanka, em declarações aos jornalistas na sede da empresa no oeste da Califórnia. A rede social pode remover, por exemplo, conteúdo impreciso ou enganoso, como fotos falsas, criadas ou compartilhadas para contribuir ou exacerbar a violência física. O Facebook contará com a ajuda de organizações locais ou agências especializadas para determinar se essas publicações podem causar violência iminente e que, portanto, justifiquem a sua remoção. Discursos de ódio e apelos diretos à violência já violam as regras do Facebook. A nova política é examinar e remover outro tipo de conteúdo, menos explicitamente violento, mas que ainda assim sejam suscetíveis de potenciar conflitos. Tessa Lyons acrescentou que essa mudança na política do Facebook seria colocada em prática gradualmente nos próximos meses. Também na quarta-feira, o sítio de notícias de tecnologia e ‘media’ digital Recode publicou uma entrevista com o CEO do Facebook, na qual Mark Zuckerberg defende que apesar de achar que a negação do Holocausto é “profundamente ofensiva”, não acredita que tal conteúdo deva ser banido da rede social. As declarações provocaram críticas, inclusive da Liga Anti-Difamação, que afirmou em comunicado que o Facebook tem uma “obrigação moral e ética” de não permitir que as pessoas divulguem a negação do Holocausto na sua plataforma. Zuckerberg, que é judeu, disse que o conteúdo ofensivo não tem que ser necessariamente proibido, a menos que seja para planear danos ou atacar alguém.
Hoje Macau InternacionalTrump diz que reunião com Putin foi “ainda melhor” do que cimeira da NATO [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem que a sua reunião com o homólogo russo foi “ainda melhor” do que a cimeira da NATO e culpou os ‘media’ por darem uma ideia errada da cimeira bilateral. “Apesar de ter tido uma excelente reunião com a NATO, captando vastas quantidades de dinheiro, tive uma conversa ainda melhor com Vladimir Putin, da Rússia. Infelizmente, os ‘media’ não estão a contar a história assim – os ‘media’ ‘Fake News’ estão a ficar loucos”, escreveu Trump numa mensagem hoje divulgada na rede social Twitter. Trump tem sido criticado nos Estados Unidos por não ter confrontado Putin com as interferências russas nas eleições norte-americanas e por ter questionado as conclusões das agências dos serviços secretos norte-americanos sobre essas interferências. Mesmo apoiantes de Trump, como o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, ou o presidente da comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, Bob Corker, criticaram o seu desempenho na cimeira de Helsínquia. Donald Trump reafirmou na segunda-feira, numa conferência de imprensa conjunta com Putin após uma cimeira bilateral em Helsínquia, que não houve “conluio” entre a sua campanha e os russos. “Fizemos uma campanha brilhante, por isso é que eu sou o Presidente. As sondagens são um desastre no nosso país, não existiu nenhum conluio”, afirmou Trump. As principais agências dos serviços secretos norte-americanas, incluindo a CIA e o FBI, dizem há meses ter provas de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais norte-americanas, mas descartam que a sua interferência tenha influenciado o resultado final, que permitiu a Trump ganhar a Hillary Clinton.
Hoje Macau InternacionalCimeira: Putin nega ingerência russa nas eleições dos EUA apesar de querer vitória de Trump [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que queria que Donald Trump vencesse a eleição presidencial de 2016, mas rejeitou que tenha tomado alguma atitude durante a campanha eleitoral para que isso acontecesse. Putin referiu que pretendia a vitória de Donald Trump devido às suas políticas. Os dois chefes de Estado reuniram-se em Helsínquia, na primeira cimeira entre os dois, e passaram “muito tempo” a discutir as acusações de interferência eleitoral da Rússia nas eleições norte-americanas, disse na conferência de imprensa final o Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump também reafirmou que não houve “conluio” entre a sua campanha e os russos. Também Vladimir Putin negou tudo, durante a conferência de imprensa conjunta dos dois líderes. “Fizemos uma campanha brilhante, por isso é que eu sou o Presidente. As sondagens são um desastre no nosso país, não existiu nenhum conluio”, afirmou Trump. O Presidente russo também negou aquilo a que chamou “a alegada ingerência da Rússia” nas eleições. Putin salientou que a alegada ingerência da Rússia nas eleições é “um disparate”, garantindo que a Rússia nunca interferiu e nunca vai interferir no processo eleitoral norte-americano. Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência. De acordo com informação do procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, os russos foram indiciados de pirataria, numa investigação sobre a possível coordenação entre a campanha de Donald Trump e a Rússia. Os russos são acusados de invadir as redes de computadores do Comité Nacional Democrata, do Comité Democrata de Campanha do Congresso e da campanha presidencial de Hillary Clinton, libertando depois correios eletrónicos roubados na Internet nos meses que antecederam a eleição. Anteriormente, 20 pessoas e três empresas tinham já sido indiciadas na investigação à alegada ingerência russa nas últimas eleições, que o procurador especial Robert Mueller lidera. Isso inclui quatro ex-elementos da campanha de Trump e assessores da Casa Branca e 13 russos acusados de participar numa campanha de redes sociais, para influenciar a opinião pública norte-americana na eleição de 2016. O encontro entre os dois presidentes realizou-se no Palácio Presidencial em Helsínquia, no centro da capital finlandesa, que tem uma longa tradição no acolhimento de cimeiras Leste-Oeste. “Cimeira produtiva e útil” Ambos os presidentes consideraram ontem que a primeira cimeira entre os dois Estados foi produtiva e útil. “Acabo de concluir uma reunião com o Presidente Putin sobre uma série de questões críticas para os nossos dois países. Tivemos um diálogo directo, aberto e muito produtivo”, declarou Trump na conferência de imprensa conjunta no final da cimeira na capital da Finlândia. “As conversações decorreram num ambiente franco e de trabalho. Considero-as muito bem-sucedidas e muito úteis”, disse, por seu turno, Putin. O chefe de Estado russo considerou não existirem “razões objetivas” para as dificuldades nas relações russo-americanas, assinalando que a Guerra Fria terminou e que Rússia e Estados Unidos devem resolver os problemas em conjunto. O Presidente dos Estados Unidos pronunciou-se no mesmo sentido, defendendo que Washington e Moscovo devem encontrar formas para “cooperar em relação a interesses partilhados”. A propósito, Putin disse que Moscovo está pronto para prolongar a colaboração com Washington ao nível dos serviços de informações em relação ao terrorismo e às ameaças cibernéticas. “Os nossos serviços especiais trabalham com muito sucesso”, disse.
Hoje Macau InternacionalIngerência russa nas eleições nos EUA e situação na Ucrânia e na Síria pairam sobre cimeira Trump-Putin [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s presidentes dos EUA e da Rússia realizam hoje em Helsínquia a sua primeira cimeira bilateral, sob o espetro da ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e ainda da situação na Ucrânia e na Síria. O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin realiza-se na residência oficial do chefe de Estado da Finlândia, Sauli Niinisto, e o Presidente norte-americano voltará pela terceira vez a discutir com o homólogo russo a situação na Síria, na Ucrânia e no Médio Oriente, e ainda o estado das relações bilaterais, de que se destaca a alegada ingerência russa nas eleições de 2016. Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência. A proximidade entre os presidentes norte-americano e russo tem sido notória há mais de um ano, como também tem sido um facto que a Administração de Donald Trump foi envolvida em controvérsias por causa da ingerência russa. Antes de viajar para Helsínquia, durante a visita que efetuou ao Reino Unido, Donald Trump afirmou que os ataques ao Presidente russo são uma “caça às bruxas” e estão a prejudicar as relações com Moscovo. “Eu acho que isso prejudica a sério o nosso país, e prejudica a sério a nossa relação com a Rússia. Eu acho que nós teríamos uma oportunidade de ter uma relação muito boa com a Rússia e uma relação muito boa com o Presidente Putin”, afirmou. Por outro lado, o apoio, difícil de esconder, de Moscovo aos separatistas ucranianos e a intervenção militar na Síria, para manter Bashar al-Assad na Presidência, colocam a Rússia e os Estados Unidos em lados diferentes do conflito. Na Síria, o único denominador comum é o combate ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, mas tal não chega para esbater as diferenças que se acumulam entre Washington e Moscovo noutros domínios, apesar do bom relacionamento pessoal que os dois presidentes mutuamente cultivam. A cimeira de Helsínquia será a terceira entre presidentes dos dois países e embora não se pronuncie sobre a agenda do encontro, Trump ainda acredita que a melhoria das relações bilaterais assenta no bom relacionamento pessoal que mantém com Putin. Todavia, numa entrevista à CBS News, divulgada domingo por aquela cadeia de televisão norte-americana, Donald Trump afirmou que não espera muito da cimeira: “Não vou com altas expetativas”. Cerca de 2.000 pessoas manifestaram-se contra Trump e Putin em Helsínquia Cerca de 2.000 pessoas manifestaram-se ontem na capital finlandesa contra as políticas de Putin e Trump, que hoje se encontram em Helsínquia para a terceira cimeira entre os chefes de Estado da Rússia e dos Estados Unidos. A manifestação percorreu o centro de Helsínquia em protesto contra as políticas de imigração da Administração de Donald Trump e a intenção do Presidente dos Estados Unidos construir um muro na fronteira com o México e contra a homofobia impulsionada pelo Kremlin, a falta de liberdade e a detenção de ativistas na Rússia. O lema da manifestação foi “Seremos novamente grandes nos direitos humanos”, em alusão ao ‘slogan’ de Donald Trump desde que chegou à Casa Branca, há um ano e meio. O protesto contra os líderes das duas grandes potências nucleares reuniu ativistas da Amnistia Internacional, ecologistas, anarquistas e membros do movimento LGBT (lésbicas, homossexuais, bissexuais e transexuais). Também a comunidade ucraniana que vive em Helsínquia protestou contra o facto de a Rússia continuar a ocupar a Crimeia. “Que Putin faça tudo o que queira no seu próprio país é uma coisa, mas invadir outros países para lhes roubar territórios não está nada bem”, disse à agência Efe o ucraniano Víctor Ivanov, que marchou acompanhado da sua mulher envolto numa bandeira da Ucrânia. Oki, um finlandês que se expressa em russo, percorreu 250 quilómetros desde a cidade de Pori, no noroeste da Finlândia, para manifestar-se no centro de Helsínquia com um grande cartaz com os dizeres “Deportemos o racismo”. “Queremos que Putin e Trump deixem de estimular guerras em todo o mundo”, disse à Efe. A poucos metros, Helena, finlandesa que trabalha numa instituição da ONU em Genebra, exibia um cartaz que exigia a liberdade para o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão na Rússia, por delitos de terrorismo, e que se encontra em greve de fome há dois meses. “A situação da liberdade de imprensa na Rússia é realmente deplorável. Falar com liberdade e trabalhar para os direitos humanos é muito problemático na Rússia”, afirmou Helena. A política migratória de Trump, que desde abril provocou a separação de cerca de 3.000 crianças indocumentadas das suas famílias, na fronteira com o México, foi outro dos temas que motivou o protesto.
Hoje Macau InternacionalHamas anuncia que trégua foi para acabar com ataques israelitas sobre Gaza [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hamas anunciou ter chegado a uma trégua para pôr fim aos ataques de Israel sobre a faixa de Gaza, parte de uma operação de grande escala que fez pelo menos dois mortos e 25 feridos palestinianos. O acordo terá sido conseguido com a mediação do Egipto, afirmou um porta-voz do movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza, Fawzi Barhum, em comunicado, embora Israel ainda não tenha feito nenhum comentário. Israel admitiu que fez os maiores ataques aéreos em Gaza desde a campanha de 2014 contra o Hamas. O primeiro-ministro israelita ameaçou “aumentar, se necessário, a intensidade dos ataques”, que chamou “uma acção contundente contra o terrorismo do Hamas”. Dois jovens de 15 e 16 anos atingidos por estilhaços dos bombardeamentos e 25 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde palestiniano. Netanyahu garantiu que os ataques continuarão até que o movimento palestiniano “entenda a mensagem”, com bombardeamentos sobre dezenas de objetivos, incluindo dois túneis, armazéns e fábricas de armas, centros de treino e outros. Segundo indicaram responsáveis militares israelitas, trata-se de uma “operação em massa que está a acontecer em Gaza” e é uma represália por ataques contra Israel, nomeadamente “a grande quantidade de explosivos e projécteis incendiários e os ‘rockets'” disparados para Israel. Três civis israelitas ficaram feridos quando um ‘rocket’ atingiu a sua casa, no sul. Segundo o exército israelita, cerca de uma centena daqueles projécteis e granadas de morteiro caíram no sábado sobre Israel vindas da Faixa de Gaza. Entretanto, o exército israelita suspendeu as restrições que tinha imposto ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza, num sinal de que aceitou o cessar-fogo mediado pelo Egipto, terminando com 24 horas de combates com militantes do Hamas. Os militares fecharam uma praia popular e impuseram limitações às aglomerações de grandes multidões, mas o exército informou ontem que os acampamentos de Verão vão funcionar normalmente e que a rotina diária pode ser retomada.
Hoje Macau InternacionalTrump anuncia intenção de se recandidatar à Presidência dos Estados Unidos em 2020 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos anunciou a sua intenção de se recandidatar em 2020 à Presidência dos Estados Unidos, em entrevista publicada ontem pelo jornal britânico Daily Mail, e afirmou não vislumbrar nenhum opositor Democrata capaz de o vencer. “Bem, eu tenho toda a intenção de fazer isso, parece que todo mundo quer que façamos”, disse Donal Trump ao jornalista que o entrevistou. “Eu sinto-me bem”, enfatizou, quando questionado se se vai candidatar à reeleição. “Você nunca sabe o que acontece com a saúde e outras coisas”, acrescentou, contudo, Trump, de 72 anos. Questionado se vê algum candidato democrata capaz de o vencer nas eleições presidenciais que vão realizar-se em 2020, respondeu: “Não. Eu não vejo ninguém, conheço todos e não vejo ninguém”.
Hoje Macau InternacionalJuíza brasileira nega 143 pedidos de liberdade de Lula da Silva [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), corte de terceira instância da Justiça do Brasil, Laurita Vaz, negou ontem 143 pedidos de ‘habeas corpus’ apresentados em favor do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em comunicado, a presidente do STJ informou que os recursos foram indeferidos porque “o Poder Judiciário não pode ser utilizado como balcão de reivindicações ou manifestações de natureza política ou ideológico-partidárias”, pois “não é essa sua missão constitucional”. O STJ destacou que todas as petições negadas eram padronizadas e com o subtítulo “Ato Popular 09 de julho de 2018 – Em defesa das garantias constitucionais”. Os recursos foram assinados por pessoas que não integram a defesa do ex-Presidente Lula da Silva e contestavam a execução provisória da pena a que foi condenado e pediam sua liberdade. Na decisão, a juíza Laurita Vaz frisou que o direito de petição aos poderes públicos é garantia fundamental de qualquer cidadão, mas ressalvou que o ‘habeas corpus’ não é a via própria para a prática de “atos populares”. A mesma magistrada sublinhou que o ex-Presidente brasileiro tem advogados, que “se estão a valer de todas as garantias e prerrogativas do ofício para exercer, com plenitude, a defesa e o contraditório, com a observância do devido processo legal”. “Assim, não merece seguimento o insubsistente pedido de ‘habeas corpus’, valendo mencionar que a questão envolvendo a determinação de cumprimento provisório da pena em tela já foi oportunamente decidida por este Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal”, concluiu a presidente do CNJ ao indeferir as petições.