Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Exercícios aéreos conjuntos marcados para este mês As forças aéreas da China e da Tailândia vão realizar este mês, em território tailandês, a oitava edição do exercício militar conjunto ‘Falcon Strike’, anunciou ontem o Ministério da Defesa chinês. De acordo com um comunicado divulgado na conta oficial do ministério na rede social WeChat, a China vai enviar “vários tipos de aeronaves” e unidades de defesa antiaérea terrestre para participar nas manobras, previstas para meados de Setembro. O objectivo é “elevar o nível técnico e tático das tropas envolvidas” e “aprofundar a confiança mútua e a cooperação pragmática” entre os dois exércitos, referiu o ministério. Na edição anterior, realizada em Agosto de 2024, também na Tailândia, os exercícios prolongaram-se por 19 dias e envolveram caças J-10C da China e Gripen tailandeses, bem como treinos de combate aéreo dissimilar, apoio aéreo próximo, ataques de penetração e evacuações médicas em cenário de combate. Os ‘Falcon Strike’ decorrem desde 2015 e fazem parte de uma série de manobras bilaterais que incluem também exercícios navais como os ‘Blue Strike’, cuja última edição ocorreu em Março passado, ao largo da província chinesa de Guangdong, com a participação de 11 navios e forças terrestres em treinos de ataque marítimo, defesa anti-míssil, resgate no mar e combate ao terrorismo. A Tailândia tem procurado equilibrar as suas relações com os Estados Unidos e a China, mas tem vindo a aprofundar a cooperação militar com Pequim através deste tipo de exercícios conjuntos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Estabelecidos prazos de até 4 horas para relatar incidentes cibernéticos A Administração do Ciberespaço da China (CAC) anunciou ontem uma nova regulação que obriga os operadores de redes e serviços digitais a reportar incidentes de cibersegurança em prazos que variam de meia hora a quatro horas. A norma, intitulada “Medidas para a gestão de relatórios de incidentes de cibersegurança”, entrará em vigor a 1 de Novembro. A CAC definiu como incidentes de cibersegurança aqueles causados por ataques, falhas técnicas ou erros humanos que provoquem danos a sistemas, dados ou serviços com impacto nacional, social ou económico. O texto, com 14 artigos, estabelece que os operadores de infra-estruturas críticas devem notificar as autoridades de protecção e a polícia em menos de uma hora e que estas, em casos “graves ou especialmente graves”, devem elevar o alerta à CAC e ao Ministério da Segurança Pública num prazo máximo de 30 minutos. Os órgãos centrais do Estado terão um prazo de duas horas e os demais operadores, de quatro. Os relatórios deverão incluir informações básicas sobre o sistema afectado, o tipo de incidente, os danos causados, as medidas adoptadas e pistas para uma possível investigação, como vectores de ataque ou vulnerabilidades detectadas. Em ataques de ‘ransomware’ – programa malicioso que emprega criptografia, evitando que a vítima tenha acesso aos dados –, será obrigatório detalhar o valor exigido como resgate. A CAC habilitou seis canais para as notificações: um portal específico, um endereço de correio eletrónico, fax e contas oficiais no WeChat. Os operadores também serão obrigados a apresentar, no prazo de 30 dias após a resolução do incidente, um relatório final com as causas, os danos, as responsabilidades e as medidas correctivas. O regulamento prevê sanções para aqueles que ocultem, atrasem ou falsifiquem dados, com agravantes se isso gerar “consequências graves”.nPor outro lado, se forem aplicadas medidas razoáveis e for feito um relatório atempado, as autoridades poderão reduzir ou mesmo isentar de responsabilidade. Ir mais além O anexo da norma estabelece quatro níveis de gravidade, que incluem desde vazamentos de milhões de dados pessoais até a manipulação de portais governamentais com divulgação “em grande escala de informações ilegais”. As autoridades insistem que a medida se inspira em práticas internacionais, como as dos Estados Unidos ou da União Europeia, embora o seu alcance alimente o debate sobre se também constitui um reforço do controlo estatal sobre o ciberespaço num país onde o Google, o X ou o YouTube continuam bloqueados há anos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Crescimento da produção industrial volta a abrandar em Agosto para 5,2% em termos anuais A produção industrial na China registou um crescimento homólogo de 5,2 por cento em Agosto, que marca o terceiro mês consecutivo de desaceleração, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas O número do oitavo mês do ano ficou abaixo das expectativas dos analistas, que previam que o dado se recuperaria dos 5,7 por cento interanual registados em Julho (uma queda sensível em relação aos 6,8 por cento de Junho) para cerca de 5,8 por cento. Dos três grandes sectores em que o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) divide o indicador, o que mais aumentou a produção em Agosto foi o da indústria transformadora (+5,7 por cento), superando o sector mineiro (5,1 por cento) e o da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+2,4 por cento). Os dados também indicam que a produção industrial chinesa acumulou um crescimento de 6,2 por cento entre Janeiro e Agosto de 2025. O INE também divulgou ontem outros dados estatísticos de Julho, como as vendas a retalho, um indicador-chave para medir o estado do consumo, que seguiram a mesma tendência, desacelerando de 3,7 para 3,4 por cento, enquanto os analistas esperavam uma ligeira recuperação para 3,8 por cento. “A produção e a procura cresceram de forma sustentada, o emprego e os preços mantiveram-se estáveis em geral, e novos motores de crescimento foram cultivados e ampliados. A economia nacional manteve uma inércia geralmente estável, com progresso firme”, apontou a instituição. Por sua vez, a taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,3 por cento, um valor superior aos 5,2 por cento do mês anterior. A questão imobiliária Entretanto, o crescimento do investimento em activos fixos foi de 0,5 por cento nos primeiros oito meses do ano, um valor significativamente inferior ao acumulado até Julho, que tinha sido de 1,6 por cento, ou até Junho (2,8 por cento). Neste caso, os especialistas previam uma descida, mas a um ritmo muito mais lento do que o que acabou por se verificar, até 1,4 por cento. Na análise por sectores, o investimento destinado à indústria transformadora cresceu 5,1 por cento e o de infra-estruturas 2 por cento, enquanto o destinado à promoção imobiliária caiu 12,9 por cento no contexto da prolongada crise que o sector atravessa. Sobre este último ponto, o INE indicou que as vendas comerciais de imóveis medidas por área de terreno caíram 4,7 por cento em termos homólogos até Agosto. O organismo também publicou ontem o relatório sobre os preços imobiliários, que aponta para uma descida de 0,3 por cento entre Julho e Agosto nas habitações novas em 70 cidades seleccionadas, marcando o 27º mês consecutivo de descidas.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Número de pessoas com 100 anos ou mais chega quase aos 100 mil O número de centenários no Japão atingiu um novo recorde, ultrapassando pela primeira vez os 99.000 indivíduos, informou o governo nipónico, dias antes do feriado do Dia do Respeito aos Idosos, comemorado hoje. De acordo com dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do país asiático, os números actualizados apontam para um recorde de 99.763 pessoas com 100 anos ou mais no arquipélago, um aumento de 4.644 indivíduos em relação ao ano anterior, sendo que este número que não parou de crescer nos últimos 55 anos. As mulheres representam 88 por cento do total, com 87.784 pessoas, enquanto o número de homens centenários é de 11.979. A pessoa mais velha do Japão é Shigeko Kagawa, uma mulher com 114 anos da cidade de Yamatokoriyama, na prefeitura de Nara (oeste), e a sexta pessoa mais velha do mundo, de acordo com o Gerontology Research Group, uma organização que mantém um registo dos centenários a nível global. O homem mais velho do país asiático é Kiyotaka Mizuno, com 111 anos, residente na cidade de Iwata, em Shizuoka (centro). O Japão atingiu uma média de 80,58 centenários por cada 100.000 habitantes. Por prefeituras, a de Shimane, no oeste do país, lidera a lista de concentração, com uma média de 168,69 centenários por cada 100.000 residentes. Quando estes dados começaram a ser recolhidos em 1963, havia 153 centenários no Japão. Em 1981, esse número ultrapassou os mil e, em 1998, os 10.000, um aumento da longevidade que os especialistas atribuem principalmente ao desenvolvimento de tecnologias e tratamentos médicos. De acordo com o Ministério da Saúde do país, a esperança de vida dos japoneses é de 87,13 anos para as mulheres e 81,09 anos para os homens.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Estudantes manifestaram-se contra corrupção no país Milhares de estudantes nas Filipinas manifestaram-se na cidade de Quezon contra a corrupção, quando decorrem investigações a projectos de controlo de cheias que alegadamente foram concluídos, mas que são inexistentes ou de baixa qualidade Em comunicado, o Conselho Estudantil da Universidade das Filipinas-Diliman declarou que o “vasto sistema de corrupção e a corrupção dentro do governo” é exposto diariamente. A organização de estudantes acrescentou que “os corruptos vivem no luxo” enquanto milhões de cidadãos filipinos continuam a viver em extrema pobreza. Mais de dois mil jovens vestidos de negro protestaram na universidade da cidade de Quezon, de acordo com os dados do conselho estudantil citados pela emissora filipina ABS-CBN. A manifestação universitária na província de Quezon, organizada por vários grupos estudantis e da sociedade civil, ocorreu no dia em que estavam também planeados outros protestos em Manila, incluindo um protesto frente à sede do Departamento de Obras Públicas e Estradas das Filipinas (DPWH). As autoridades mobilizaram uma força de segurança reforçada de 2.500 polícias em vários pontos da capital das Filipinas. De acordo com o porta-voz da polícia de Manila, Randulf Tuaño, o objectivo do destacamento foi evitar surtos de violência como os que se registaram durante recentes protestos anticorrupção em outros países asiáticos. “O que aconteceu na Indonésia e no Nepal não faz parte da cultura filipina”, disse Tuaño em entrevista à emissora estatal PTV. Bolsos cheios Os protestos ocorridos nas Filipinas foram organizados numa altura em que se regista indignação no país sobre projectos multimilionários de controlo de cheias, mas que se revelaram inexistentes ou de baixa qualidade. O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., ordenou em Agosto uma investigação sobre os projectos. De acordo com o ministro das Finanças, Ralph Recto, os projectos causaram prejuízos de 1,771 mil milhões de euros ao erário público nos últimos dois anos. Marcos criou um órgão independente para rever os contratos atribuídos pelo DPWH, enquanto o Senado conduz uma própria investigação sobre o assunto, marcada por alegações de corrupção contra dois senadores.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Pequim acusa Manila de conluio com forças “extra-regionais” A China acusou as Filipinas de conluio com “forças extra-regionais” para organizar patrulhas marítimas conjuntas, divulgar “reivindicações ilegais” de soberania marítima e de minar a estabilidade regional, num novo episódio de tensão entre os dois países “Advertimos solenemente o lado filipino para que pare imediatamente de provocar incidentes e de se envolver em acções que aumentam as tensões no Mar da China Meridional”, afirmou o porta-voz do Comando do Teatro Sul do Exército Popular de Libertação (EPL, Exército chinês), Tian Junli, citado pela agência estatal chinesa, Xinhua. Tian enfatizou que as “tentativas de provocar distúrbios ou perturbar a ordem” naquela região marítima estão “condenadas ao fracasso”. As “tropas do Comando do Teatro Sul permanecem em alerta máximo para salvaguardar resolutamente a soberania territorial e a segurança nacional da China, bem como para manter a paz e a estabilidade no Mar da China Meridional”, acrescentou, de acordo com um comunicado oficial, divulgado pela Xinhua. A marinha de guerra chinesa realizou “patrulhas de rotina no Mar da China Meridional na sexta-feira e no sábado”, dias 12 e 13, informou ainda o porta-voz. As manobras coincidem com a crescente actividade naval de Pequim no Pacífico. No sábado, a imprensa oficial chinesa informou que o porta-aviões Fujian, o terceiro do país, tinha atravessado o estreito de Taiwan em direção ao Mar da China Meridional para realizar testes e treinos. Zona cinzenta Especialistas em defesa em Taipé, citados pela agência de notícias CNA, alertaram que a futura entrada ao serviço do Fujian permitirá à China operar permanentemente três grupos de combate de porta-aviões, o que aumentará a pressão sobre Taiwan e ampliará a projecção naval de Pequim em relação aos Estados Unidos. No mesmo dia, a Guarda Costeira de Taiwan denunciou a presença de um navio da guarda costeira e de um barco de pesca chineses nas proximidades da ilha de Dongsha, sob controlo taiwanês, que obrigou ao envio de patrulhas para os expulsar. Taipei classificou as incursões como “tácticas na zona cinzenta” e comprometeu-se a manter a vigilância. A China considera o estreito de Taiwan parte das suas águas territoriais, enquanto Taipé, Washington e aliados o classificam como via marítima internacional. O trânsito de navios de guerra pela zona costuma aumentar a tensão entre as duas margens, num contexto de crescente mobilização militar de Pequim em torno da ilha. O Mar da China Meridional, para onde se dirige o porta-aviões Fujian, é outro foco de atritos: Pequim reivindica a maior parte desse espaço marítimo, também disputado por países como as Filipinas ou o Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaChina recebe restos mortais de trinta soldados mortos na Guerra da Coreia Um avião militar chinês aterrou em Shenyang com os restos mortais de 30 soldados chineses que combateram na Guerra da Coreia (1950-1953), repatriados da Coreia do Sul ao abrigo de um acordo bilateral. Trata-se da 12ª repatriação conjunta desde 2014, elevando para 1.011 o número total de soldados chineses cujos restos mortais foram devolvidos pela Coreia do Sul. A cerimónia de entrega decorreu no aeroporto internacional de Incheon, onde os caixões, cobertos com a bandeira chinesa, receberam honras militares. Os restos mortais dos soldados foram depois transportados num avião Y-20 da Força Aérea chinesa, escoltado por quatro caças J-20 ao entrar no espaço aéreo da China. O avião aterrou no aeroporto de Taoxian, em Shenyang, nordeste do país, onde foi recebido com um arco de água tradicional feito por camiões de bombeiros, em sinal de respeito máximo. Perto da fronteira A maioria dos soldados chineses mortos na guerra – na qual Pequim enviou mais de dois milhões de combatentes em apoio à Coreia do Norte – permanece sepultada em território norte-coreano. Dados oficiais chineses indicam cerca de 197.600 mortos, embora estimativas ocidentais apontem para números mais elevados. Os 30 soldados agora repatriados serão sepultados no cemitério de mártires de Shenyang, construído em 1952 para acolher combatentes chineses mortos no conflito. A cidade situa-se a cerca de 350 quilómetros da fronteira com a Coreia do Norte. Em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, existe um monumento em homenagem aos soldados chineses mortos na guerra, visitado por vários líderes chineses em deslocações oficiais ao país vizinho. Conhecida na China como a “Guerra para Resistir à Agressão dos Estados Unidos e Ajudar a Coreia”, a Guerra da Coreia tem recebido crescente atenção no país nos últimos anos, impulsionada por superproduções patrióticas como A Batalha do Lago Changjin (2021), o segundo filme mais visto da história do cinema chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Anunciado plano para “estabilizar” as vendas de automóveis A China disse que tem um plano para “estabilizar” o crescimento do sector automóvel nos próximos dois anos, face á guerra de preços entre fabricantes e as dificuldades à exportação de carros chineses. O plano prevê uma desaceleração do crescimento das vendas de veículos a partir de 2025, sendo o objectivo de em 2025 face a 2024 haver um crescimento de 3 por cento para aproximadamente 32,3 milhões de veículos vendidos. Tal representa uma quebra face ao crescimento de 4,5 por cento registado entre 2023 e 2024, segundo a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. O plano, anunciado por oito agências governamentais para 2025 e 2026 e noticiado pela agência de notícias estatal Xinhua, também inclui “reforçar os inquéritos sobre os custos e a monitorização dos preços”, assim como incentivar a inovação e apoiar a procura interna. O Estado chinês investiu massivamente nos últimos anos no desenvolvimento da indústria chinesa de veículos eléctricos. Mas a guerra de preços entre fabricantes a nível global levou muitas empresas recentemente criadas à falência, à medida que os grandes fabricantes inundaram o mercado com veículos de baixo custo acompanhados de programas de troca atractivos. Numa reunião em Julho, altos responsáveis chineses apelaram à contenção da “concorrência irracional” e ao incentivo ao desenvolvimento “mais saudável” do sector. Os fabricantes de automóveis chineses também enfrentam desafios nas exportações, sobretudo para a União Europeia, que iniciou em 2023 uma investigação sobre concorrência desleal. No início desta semana, o México anunciou um projeto de lei para aumentar as tarifas sobre os automóveis chineses para 50%, face ao atual intervalo de 15% a 20%, irritando Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Eslovénia pede a Pequim para usar influência junto da Rússia A ministra dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, a social-democrata Tanja Fajon, apelou a Pequim para usar a sua influência junto da Rússia de modo a cessar os ataques à Ucrânia e alcançar uma paz duradoura. As declarações de Fajon, antiga eurodeputada, surgem no âmbito da visita do seu homólogo chinês, Wang Yi, que realizou ontem uma visita à Eslovénia. Num comunicado emitido após um encontro entre os dois e citado pela agência noticiosa Efe, ambos destacaram a importância do multilateralismo nas relações internacionais e o respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas. “Estamos perante violações sem precedentes do direito internacional, especialmente do direito internacional humanitário e dos direitos humanos. Os acontecimentos em Gaza recordam-nos isso todos os dias”, apontou a responsável eslovena. A ministra registou que é necessário um trabalho conjunto para assegurar que o multilateralismo seja a base da ordem internacional e que o direito internacional não fique “apenas no papel”. Fajon considerou que a posição se sustenta em princípios e foi defendida no Conselho de Segurança da ONU. Por sua vez, Wang Yi apontou que a China é um membro responsável da comunidade internacional que quer promover o diálogo e negociações de paz, acrescentando que o seu país não quer estabelecer uma alternativa às estruturas existentes no mundo. Segundo a Efe, a ministra eslovena destacou a cooperação económica entre os dois países, que se reforçou nos últimos anos, em particular em áreas como investimentos, cultura, ciência ou educação. Wang foi recebido ontem pela Presidente da Eslovénia, Natasa Pirc Musar, e pelo primeiro-ministro, Robert Golob.
Hoje Macau China / ÁsiaSemicondutores | Pequim abre investigações sobre políticas americanas O Ministério do Comércio da China anunciou a abertura de duas investigações sobre importações e políticas dos Estados Unidos no sector de semicondutores, na véspera da quarta ronda de negociações comerciais entre os dois países em Madrid. Num comunicado publicado no sábado à noite, o ministério informou que iniciou uma investigação “antidumping” sobre determinados circuitos integrados analógicos provenientes dos Estados Unidos, após um pedido de uma associação provincial da indústria. De acordo com os dados fornecidos pelos requerentes, entre 2022 e 2024, as importações desses chips aumentaram 37 por cento e os seus preços caíram 52 por cento, o que teria pressionado o mercado interno para baixo. O ministério especificou que a investigação abrangerá chips de interface de dados e controladores de ecrã fabricados com tecnologia de 40 nanómetros ou superior e que será concluída, salvo prorrogação, em setembro de 2026. Paralelamente, Pequim abriu uma segunda investigação “antidiscriminação” contra as medidas dos EUA que, desde 2018, restringiram a exportação de semicondutores para a China ou limitaram a actividade de empresas com ligações ao país asiático. O ministério citou como exemplos as regras associadas à lei norte-americana de Chips e Ciência de 2022, as restrições notificadas em 2023 e 2024 e as directrizes publicadas em Maio passado para vetar o uso de chips da Huawei ou processadores chineses em inteligência artificial.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Funcionário de zoo morto por leões diante de visitantes Um funcionário de um jardim zoológico em Banguecoque foi morto na quarta-feira por vários leões em frente a dezenas de visitantes, disseram ontem as autoridades tailandesas. O incidente ocorreu no Bangkok Safari World, o maior jardim zoológico privado do país, localizado no distrito de Khan Na Yao, no sul da capital tailandesa. A polícia já está a investigar o caso. O coronel Niruchpol Yothamat, superintendente da esquadra de polícia local, explicou à imprensa que a vítima, de 58 anos, trabalhava no jardim zoológico há quase três décadas, onde desempenhava as funções de supervisor da área de animais selvagens. “Os leões foram trancados nas suas jaulas depois do incidente”, disse o superintendente da polícia. Um funcionário do zoológico garantiu à imprensa, na mesma conferência de imprensa, que nunca tinha sido registado um incidente fatal no local e que cinco leões, de um total de 32 que estão no zoológico, estavam no local onde ocorreu o ataque. Os visitantes do safari disseram que foram acionadas buzinas para dissuadir os animais, mas os leões não reagiram. Jason Baker, vice-presidente da organização não-governamental (ONG) Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), lamentou a morte do responsável e considerou que este incidente, que não considera isolado, “deve servir de alerta”. “É tempo de pararmos de tratá-los como animais de exposição e considerá-los como seres que merecem liberdade e respeito. Os jardins zoológicos confinam animais selvagens em condições não naturais, suprimindo os seus instintos”, disse em comunicado. A ONG defende que o Bangkok Safari World deveria levar os leões para um santuário.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong legaliza apostas em basquetebol O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou ontem, em terceira leitura, uma alteração à Lei do Imposto sobre Apostas, que legaliza as apostas em jogos de basquetebol e estabelece um quadro regulamentar para a sua implementação. A medida, apoiada por larga maioria dos legisladores, visa desviar fundos do mercado ilegal para circuitos controlados, aumentar as receitas fiscais e reforçar a prevenção contra a dependência do jogo, sobretudo entre os mais jovens. Dos 89 deputados em funções, 83 participaram na votação: 77 votaram a favor, dois contra e dois abstiveram-se, segundo o portal de notícias local hk01. A nova legislação altera o Capítulo 108 da Ordenança do Imposto sobre Apostas e suas disposições complementares, criando um enquadramento específico para o sector. Entre os principais pontos, o texto atribui ao director do Gabinete para os Assuntos Juvenis a competência para emitir licenças e definir condições de operação. Estabelece ainda um imposto de 50 por cento sobre o valor líquido das apostas, alinhado com o que já é aplicado nas apostas em futebol, e amplia os poderes da Comissão de Jogos e Lotarias na supervisão da atividade. A deputada Mak Mei-kuen, do Partido Democrático Progressista, anunciou o reforço dos programas de orientação para prevenir o vício do jogo entre os jovens. As apostas em jogos de basquetebol passarão a ser operadas pelo Hong Kong Jockey Club, replicando o modelo existente para as corridas de cavalos e apostas em futebol. O Gabinete para os Assuntos Juvenis sublinhou que a nova estratégia visa reduzir o impacto social do jogo, através da criação de um centro especializado em aconselhamento e de campanhas educativas para desencorajar a adesão a plataformas ilegais. A secretaria confirmou que já decorreram reuniões com o Jockey Club para definir os detalhes da implementação da nova lei, assegurando que a medida pretende canalizar fundos para o circuito regulado sem promover o vício. Outras apostas O Executivo comprometeu-se ainda a intensificar acções de sensibilização, educação e fiscalização legal, com aumento de recursos destinados a iniciativas de combate à dependência, incluindo a criação de um centro focado na prevenção junto da população juvenil. No debate parlamentar, intervieram 28 deputados. Alguns, como Chan Chun-ying e Chow Man-kong, defenderam a proposta pelo seu potencial para combater fluxos ilícitos e apoiar o desporto local. Outros, como Tik Chi-yuen e Chu Kwok-keung, manifestaram cepticismo, recordando que regulações anteriores não impediram o crescimento do jogo ilegal nem protegeram eficazmente os jovens. O Governo garantiu que irá reforçar o combate às apostas clandestinas com uma abordagem integrada que combine regulação, educação e aplicação da lei.
Hoje Macau China / ÁsiaQatar | Pequim diz que “força não trará paz” O Governo chinês afirmou ontem que “a força, por si só, não trará a paz ao Médio Oriente”, após o exército israelita ter morto na terça-feira, em Doha, cinco membros do grupo palestiniano Hamas. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Lin Jian expressou “profunda preocupação” com a possibilidade de o ataque agravar ainda mais as tensões na região. Pequim condenou com veemência o que considerou uma “violação da soberania territorial e da segurança nacional do Qatar por parte de Israel” e apelou ao “diálogo e à negociação”. “Manifestamos o nosso desagrado perante acções das partes envolvidas que minam as negociações para um cessar-fogo”, afirmou Lin Jian, instando “especialmente Israel” a “esforçar-se por pôr fim aos combates e retomar as negociações”. Na terça-feira, o Governo do Qatar confirmou que Israel atacou uma reunião de “vários membros do gabinete político” do Hamas, num edifício residencial, sem os identificar. O Hamas confirmou a morte de cinco dos seus membros no ataque, sublinhando que nenhum deles fazia parte da delegação envolvida nas negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaPolónia | PM vai invocar Tratado da NATO após incursões russas O primeiro-ministro polaco anunciou ontem que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos. As conversações com os aliados “estão actualmente a assumir a forma de um pedido formal para activar o artigo quarto do Tratado do Atlântico Norte”, avançou Donald Tusk ao parlamento polaco. De acordo com o artigo em causa, os Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “devem consultar-se mutuamente quando, a critério de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”. O primeiro-ministro da Polónia acusou ontem a Rússia de “provocação em grande escala”, após a entrada de drones russos no espaço aéreo do país membro da União Europeia e da NATO. Donald Tusk disse que durante a noite de ontem, a Polónia sofreu uma um total de 19 violações do seu espaço aéreo por aparelhos aéreos não tripulados (drones russos). As Forças Armadas da Polónia anunciaram terem sido enviados, de imediato, aviões polacos e dos aliados. “As aeronaves usaram armas contra objectos hostis”, referiu o ministro da Defesa polaco, Wladysla Kosiniak-Kamysz, numa mensagem difundida através das redes sociais. Em contacto O ministro da Defesa referiu ainda que estava em contacto permanente com o comando da NATO. Também a NATO anunciou ter ajudado a Polónia a abater os drones russos que invadiram o espaço aéreo polaco. Numa publicação feita ontem de manhã nas redes sociais, a porta-voz do secretário-geral da aliança militar que une a Europa e os Estados Unidos, Mark Rute, confirmou estar em contacto com as autoridades polacas e disse que as defesas aéreas da NATO ajudaram a Polónia. “Vários drones entraram no espaço aéreo polaco durante a noite e encontraram defesas aéreas polacas e da NATO”, escreveu Allison Hart. O primeiro-ministro holandês em fim de mandato, Dick Schoof, confirmou que os Países Baixos participaram na operação aérea na Polónia com aviões F-35, denunciando uma “violação inaceitável” do espaço aéreo polaco. “É bom que os caças F-35 holandeses tenham conseguido prestar apoio”, disse Schoof nas redes sociais. “Sejamos claros: a violação do espaço aéreo polaco na noite passada por drones russos é inaceitável”, considerou. O primeiro-ministro polaco indicou ainda que o secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio, também está em “contacto constante” com o Presidente do país, Karol Nawrocki, e o ministro da Defesa, que esteve em Londres para participar numa reunião com quatro colegas europeus na quarta-feira. A violação do espaço aéreo polaco obrigou ao encerramento temporário de quatro aeroportos: o Aeroporto Chopin de Varsóvia, o Aeroporto de Varsóvia-Modlin, o Aeroporto de Rzeszów-Jasionka e o Aeroporto de Lublin, a maioria dos quais pôde reabrir ao início da manhã de ontem.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Fome provocada por Israel em Gaza tem de acabar A presidente da Comissão Europeia defendeu ontem que a fome provocada por Israel em Gaza “não pode ser uma arma de guerra” e “tem de acabar” e anunciou medidas para aumentar a pressão sobre Telavive. No discurso sobre o Estado da União, na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, Ursula von der Leyen descreveu: “Pessoas mortas enquanto imploravam por comida, mães segurando bebés sem vida… Estas imagens são simplesmente catastróficas e, por isso, quero começar com uma mensagem muito clara [dizendo que] a fome provocada pelo homem nunca pode ser uma arma de guerra”. Depois de ter sido bastante criticada pelo silêncio sobre Gaza e por ser próxima de Israel, a responsável alemã vincou, obtendo aplausos dos eurodeputados: “Pelo bem das crianças, pelo bem da humanidade, isto tem de acabar”. De acordo com Ursula von der Leyen, o que está a acontecer no enclave palestiniano devido à ofensiva israelita “abalou consciência do mundo” e “é inaceitável”. “Isto também faz parte de uma mudança mais sistemática nos últimos meses que é simplesmente inaceitável”, adiantou a política alemã de centro-direita, condenando o sufoco financeiro da Autoridade Palestiniana, os planos para colonização da Cisjordânia ocupada e “as acções e declarações dos ministros mais extremistas do governo israelita”. Ao vincar que “a Europa deve liderar o caminho”, Ursula von der Leyen anunciou mais medidas para pressionar Israel a acabar com a ofensiva em Gaza, como a suspensão do apoio bilateral, a interrupção dos pagamentos sem afectar o trabalho com a sociedade civil, a introdução de sanções contra os ministros extremistas e os colonos violentos e ainda a suspensão parcial do Acordo de Associação da UE com Telavive no que diz respeito a questões comerciais.
Hoje Macau China / ÁsiaConsumo | Preços voltam a cair em Agosto Os preços ao consumidor na China voltaram a cair em Agosto, evidenciando persistentes pressões deflacionistas, enquanto uma descida mais moderada nos preços à saída da fábrica sugere um efeito da campanha de Pequim contra as guerras de preços. O índice de preços no consumidor (IPC), principal indicador da inflação, recuou 0,4 por cento em termos homólogos no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático. O valor ficou abaixo das expectativas do mercado, depois de uma sondagem da agência financeira Wind prever uma queda de 0,2 por cento. Em Julho, o IPC permaneceu inalterado face ao mesmo mês de 2024. A segunda maior economia mundial enfrenta há mais de dois anos pressões deflacionistas, com a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial a penalizarem os preços, enquanto a incerteza no comércio internacional dificulta o escoamento de produtos por parte dos fornecedores. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Outro dos efeitos, é o de levar ao adiamento das decisões de consumo e investimento em resultado de expectativas de preços mais baixos no futuro, podendo criar uma espiral descendente de preços e procura difícil de inverter, afectando a economia por inteiro.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Reconhece parentalidade conjunta a casal lésbico Um tribunal de Hong Kong considerou ilegal impedir que um casal lésbico registe conjuntamente a maternidade do filho concebido por fertilização in vitro, ao considerar que essa exclusão viola os direitos à privacidade e à vida familiar da criança. A decisão do tribunal de primeira instância, divulgada na terça-feira pela imprensa local, representa um marco na luta pelos direitos das famílias homoparentais na região administrativa especial chinesa. O casal, identificado como R, de nacionalidade chinesa, e B, cidadã sul-africana com residência permanente em Hong Kong, casou-se no estrangeiro em 2019. O filho, identificado como K e nascido em 2021, foi concebido através de fertilização in vitro recíproca, com um óvulo de R e gestação por B. Contudo, o registo civil local reconheceu apenas B como mãe legal, deixando R – que tem o único vínculo genético com a criança – sem qualquer estatuto parental oficial. A disputa remonta a 2022, quando o casal deu início a uma acção judicial para reinterpretar a legislação local e garantir o reconhecimento de R como mãe. A juíza Queeny Au reconheceu R como “progenitora segundo o direito consuetudinário”, mas sem clarificar os direitos concretos, por considerar que tal ultrapassaria as competências do tribunal. Face à recusa do Departamento de Justiça em alterar o certificado de nascimento, foi pedida uma nova revisão judicial em 2023. Outras perspectivas O juiz Russell Coleman, que presidiu à audiência mais recente, classificou a decisão anterior como “vazia”, por não conferir a R quaisquer direitos ou obrigações legais efectivos. Sublinhou que a omissão de R no certificado de nascimento poderia pôr em causa o seu papel parental, afectando a dignidade e identidade da criança. “Reflecte um sentimento de inferioridade decorrente da ausência de um quadro legal de reconhecimento”, afirmou o magistrado, citando uma decisão de 2023 do Tribunal de Última Instância que obriga à protecção dos direitos das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Coleman rejeitou o argumento do Governo de que o certificado de nascimento era “pouco relevante” e frisou que imprecisões nesse documento podem prejudicar a privacidade e o desenvolvimento da identidade da criança em momentos importantes da sua infância. O juiz rejeitou também a sugestão governamental de que R deveria pedir tutela legal da criança, considerando que “um progenitor é um progenitor” e que tal alternativa é insuficiente. O tribunal instou os advogados a proporem medidas concretas para executar a sentença. Em Hong Kong, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido de forma plena, sendo apenas admitido para efeitos limitados, como tributação ou heranças, após disputas judiciais. Em 2023, o Tribunal de Última Instância deu dois anos ao Governo para criar um quadro legal claro para os casais do mesmo sexo. Contudo, um projecto de lei sobre direitos médicos e decisões póstumas enfrenta forte oposição e estava prevista para ontem uma votação no Conselho Legislativo. A decisão judicial representa um avanço na luta pela igualdade de direitos da comunidade LGBTQ em Hong Kong, onde o reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo continua restrito e controverso.
Hoje Macau China / ÁsiaNepal | China espera “restabelecimento da ordem social o mais rapidamente possível” A China afirmou ontem esperar que o Nepal “restabeleça a ordem social e a estabilidade o mais rapidamente possível”, após uma vaga de distúrbios que causou dezenas de mortos e levou à demissão do primeiro-ministro, K.P. Sharma Oli. “China e Nepal são tradicionalmente vizinhos amistosos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa, acrescentando que Pequim espera que “todos os sectores do Nepal lidem adequadamente com os seus assuntos internos”. O porta-voz indicou ainda que as autoridades chinesas recomendaram aos cidadãos chineses no Nepal que “estejam atentos à sua segurança”. O exército nepalês, que assumiu o controlo da segurança no país, anunciou ontem a extensão do recolher obrigatório a nível nacional até hoje, após uma vaga de protestos violentos que provocou pelo menos 25 mortos. As forças armadas manifestaram também disponibilidade para facilitar conversações entre as partes envolvidas, com o objectivo de encontrar uma saída política para a crise. O ponto de partida da revolta popular foi a controversa proibição de 26 plataformas de redes sociais, mas os protestos reflectem uma frustração acumulada face à corrupção sistémica e ao nepotismo, simbolizados em campanhas virais contra os chamados “Nepo Kids” – filhos da elite – e contra uma classe política que tem alternado no poder ao longo de décadas. Durante anos, um dos maiores desafios e legados de K.P. Sharma Oli foi a gestão do delicado equilíbrio entre os dois gigantes asiáticos, China e Índia. Oli ganhou reputação como político próximo de Pequim, com quem o Nepal partilha uma fronteira de quase 1.400 quilómetros nos Himalaias, tendo assinado acordos considerados “históricos” para reduzir a dependência de Nova Deli e ganhado popularidade interna ao “desafiar o irmão mais velho indiano”.
Hoje Macau China / ÁsiaRedes Sociais | Bloqueadas 1.200 contas por divulgar notícias alegadamente falsas As autoridades chinesas anunciaram ontem o encerramento ou bloqueio de mais de 1.200 contas nas redes sociais por se fazerem passar por órgãos de imprensa e divulgarem conteúdos informativos sem autorização. De acordo com a Administração do Ciberespaço da China, entre os casos identificados estão perfis em plataformas como Weibo – equivalente chinês da rede X, bloqueada no país –, WeChat ou Baijiahao, que usavam nomes, logótipos ou imagens semelhantes aos de órgãos oficiais para publicar notícias alegadamente falsas. O regulador indicou que foram também eliminadas contas que realizavam entrevistas e reportagens sem licença, outras que utilizavam fotografias de apresentadores da televisão estatal para reforçar publicações sensacionalistas, bem como várias que, segundo as autoridades, difundiam informações falsas ou difamatórias sobre empresas. A medida insere-se numa série de campanhas lançadas recentemente para reforçar o controlo sobre o espaço digital: em Julho, as autoridades intensificaram a supervisão sobre vídeos curtos com conteúdos considerados enganadores e, em Fevereiro, anunciaram o encerramento de mais de 10.000 portais ‘online’ desde o início do ano. Nos últimos anos, os reguladores chineses têm promovido diversas campanhas contra comportamentos como ostentação de riqueza, “informações falsas”, “conteúdos inapropriados” e “valores erróneos” nas redes sociais, o que levou ao encerramento de milhares de contas. A China é o país com mais utilizadores da Internet no mundo – mais de 1.100 milhões – mas também um dos que impõe maior controlo sobre conteúdo ‘online’: serviços populares no resto do mundo, como Google, Facebook, X (antigo Twitter) ou YouTube, estão bloqueados no país há vários anos.
Hoje Macau China / ÁsiaMandarim | Analisadas novas leis para fomentar unidade étnica O projecto de lei em análise visa o reforço da integração étnica e a consciência de uma unidade nacional A China analisou na segunda-feira dois projectos legislativos destinados a reforçar a integração étnica e a promoção do uso do mandarim entre minorias, no âmbito da estratégia do Presidente Xi Jinping para consolidar a identidade nacional. Segundo informou ontem a imprensa local, um dos diplomas, a proposta de “Lei para a Promoção da Unidade e Progresso Étnicos”, foi apresentada ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão legislativo máximo do país. A agência noticiosa oficial Xinhua considerou o projecto de lei como “um requisito urgente para fomentar um forte sentido de comunidade da nação chinesa e avançar na construção de uma identidade nacional unificada”. Com sete capítulos que abrangem identidade cultural, integração social, desenvolvimento económico, supervisão e responsabilidades legais, a proposta sublinha a promoção de intercâmbios interétnicos através de iniciativas culturais, educativas e turísticas. O projecto estava inscrito no plano quinquenal da 14.ª legislatura da APN, que termina este ano, e foi igualmente discutido pelo Politburo do Partido Comunista Chinês em Agosto, numa reunião presidida por Xi Jinping. Em paralelo, foi apresentada uma revisão à “Lei sobre a Língua Chinesa Comum Escrita e Falada”, com 32 artigos distribuídos por cinco capítulos, que prevê medidas abrangentes para padronizar e promover o uso do mandarim em sectores como os serviços públicos, a educação, a comunicação internacional e o espaço digital. Segundo a Xinhua, o mandarim “é um elemento fundamental da cultura chinesa e um símbolo nacional, tal como a bandeira, o hino e o emblema”. A revisão estabelece ainda a terceira semana de Setembro como a “Semana Nacional de Promoção do Mandarim”. Sentido de comunidade As propostas enquadram-se na política de Xi Jinping para construir “um sentido de comunidade da nação chinesa”, lançada em 2014 e reafirmada em 2021, e surgem em contexto de crescente escrutínio internacional sobre a abordagem de Pequim às minorias étnicas em regiões como o Tibete e Xinjiang, onde as autoridades intensificaram a regulação da língua e da cultura locais. Contas à língua De acordo com dados oficiais, mais de 80 por cento da população chinesa fala mandarim e 95 por cento dos adultos alfabetizados usam carateres normalizados, com a taxa de iliteracia a rondar 2,7 por cento. Contudo, permanecem desafios relacionados com a promoção desigual da língua, a regulação insuficiente nos serviços públicos e no espaço digital e a necessidade de adaptação à era digital e da inteligência artificial. O projecto de revisão reforça também os princípios legais ao acrescentar como objectivos “o fortalecimento da consciência da comunidade da nação chinesa e a consolidação da confiança cultural”, prevendo que “nenhuma organização ou indivíduo poderá impedir os cidadãos de aprender e utilizar a língua comum nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaSul-coreanas forçadas a prostituir-se durante décadas processam EUA Mais de 100 mulheres sul-coreanas forçadas a prostituir-se para militares norte-americanos entre as décadas de 1950 e 1980 apresentaram um processo inédito contra os Estados Unidos, acusando-os de violência sexual, anunciaram ontem os advogados das denunciantes. Dezenas de milhares de mulheres sul-coreanas trabalharam em bordéis aprovados pelo Estado durante este período, de acordo com historiadores e activistas. Os seus clientes eram militares norte-americanos que protegiam os sul-coreanos da Coreia do Norte. Em 2022, o mais alto tribunal da Coreia do Sul decidiu que o Governo tinha “criado, gerido e operado” ilegalmente estes bordéis para os militares norte-americanos. O tribunal ordenou o pagamento de indemnizações a aproximadamente 120 denunciantes. Na semana passada, 117 vítimas apresentaram um novo processo, acusando formalmente os militares norte-americanos pela primeira vez e exigindo um pedido de desculpas. Pedem 10 milhões de wons (aproximadamente 6.116 euros) por vítima pelos danos causados e procuram especificamente a responsabilização dos Estados Unidos. Numa declaração conjunta, os activistas dos direitos das mulheres que apoiam as vítimas alegaram que os militares norte-americanos “ignoraram a Constituição sul-coreana”, privaram estas mulheres das suas liberdades e “destruíram as suas vidas”. “Este julgamento visa responsabilizar tanto o Governo sul-coreano como as autoridades militares norte-americanas”, disse a advogada Ha Ju-hee à agência de notícias AFP. O processo nomeia formalmente o Governo sul-coreano como réu, uma vez que Seul é legalmente responsável por indemnizar as vítimas de soldados norte-americanos em serviço. Seul deve então procurar o ressarcimento de Washington, disseram os advogados. Corpo do negócio Ao contrário das “mulheres de conforto”, abusadas sexualmente pelos soldados japoneses na Segunda Guerra Mundial, as mulheres sul-coreanas entregues aos norte-americanos permaneceram praticamente invisíveis, em parte devido aos fortes laços entre Washington e Seul. A economia ligada às bases norte-americanas – incluindo bordéis, restaurantes, salões de beleza e bares – representou 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul nas décadas de 1960 e 1970, segundo os historiadores. Os Estados Unidos mantêm actualmente 28.500 soldados no país para o proteger da Coreia do Norte, que possui armas nucleares.
Hoje Macau China / ÁsiaSupremo tailandês decreta prisão para ex-PM Thaksin Shinawatra O Supremo Tribunal da Tailândia ordenou ontem que o influente ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra cumpra um ano de prisão, depois de, em 2023, ter passado parte de uma pena por corrupção num hospital em vez de na prisão. Os 180 dias que Thaksin, figura-chave da política tailandesa nas últimas décadas, passou hospitalizado sob custódia policial alegando problemas de saúde “não podem ser contabilizados na sua pena”, explicou o tribunal num comunicado. O poderoso ex-governante foi detido para cumprir várias penas pendentes por corrupção em Agosto de 2023, quando regressou à Tailândia, coincidindo com o regresso ao poder do seu partido, o Pheu Thai, depois de ter passado 15 anos no Dubai em fuga da justiça, mas foi-lhe permitida uma hospitalização sob custódia policial. Thaksin permaneceu no hospital por seis meses e depois aceitou um regime de prisão domiciliária, que terminou em Agosto de 2024. “O réu beneficiou com a permanência no hospital”, quando “sofria apenas de doenças crónicas que podiam ter sido tratadas em regime ambulatório, sem necessidade de internamento”, decidiu hoje o Supremo Tribunal. O tribunal salientou ainda que Thaksin optou por “submeter-se a cirurgias não urgentes” devido a problemas num dedo e no ombro direito, o que “resultou no prolongamento da sua hospitalização”. Na sombra A Justiça tailandesa analisou o argumento de Thaksin sobre os problemas de saúde num momento em que o ex-líder, de 76 anos, mantém uma agenda recheada de viagens ao exterior e aparições em eventos públicos, e é considerado o líder na sombra dos governos do clã político da família Shinawatra, entre eles o de sua filha Paetongtarn. Na noite da última quinta-feira, o magnata voou de Tailândia para Dubai no seu jacto particular, alegando, mais uma vez, motivos de saúde, o que gerou rumores de que poderia ter fugido novamente. No entanto, Thaksin retornou esta segunda-feira ao país para cumprir a obrigação de comparecer na audiência agendada pelo Supremo Tribunal. A viagem do ex-governante, inicialmente planeada para realizar um exame médico na vizinha Singapura, ocorreu horas antes da votação realizada na sexta-feira no Parlamento para a eleição de um novo primeiro-ministro depois da destituição de Paetongtarn, da qual saiu vencedor o conservador Anutin Charnvirakul. Paetongtarn, afastada do poder pelo Tribunal Constitucional por ter criticado o Exército, disse ontem à imprensa à saída do tribunal, onde se deslocou para acompanhar o pai que a “família agradece a clemência real ao reduzir a pena” de Thaksin para um ano. O patriarca dos Shinawatra passará, em princípio, um ano na prisão, depois de ter sido absolvido no passado dia 22 de Agosto de uma acusação de lesa-majestade, um crime que protege a Casa Real da Tailândia de qualquer insulto e que, nos últimos anos, tem sido utilizado como uma arma legal para desacreditar adversários políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | China, Rússia e Mongólia realizam manobras conjuntas China, Rússia e Mongólia realizaram entre 08 e 09 de Setembro o exercício “Cooperação Fronteiriça-2025”, as primeiras manobras conjuntas organizadas pelas forças de defesa de fronteiras dos três países, informou ontem a imprensa oficial chinesa. O exercício teve lugar numa zona fronteiriça partilhada e focou-se na “prevenção e combate a actividades terroristas e de sabotagem em áreas limítrofes”, segundo a mesma fonte. Durante as manobras, as três partes estabeleceram um posto de comando conjunto em território chinês, sob o princípio de “quem organiza no seu território, lidera”, com consultas multilaterais e comando paralelo. As actividades incluíram operações de reconhecimento conjunto, bloqueio, ataques coordenados, controlo de danos e entrega de suspeitos, entre outras. As autoridades chinesas indicaram que o objectivo do exercício foi “elevar o nível de coordenação estratégica, reforçar a capacidade de resposta a ameaças à segurança nas fronteiras e consolidar a confiança mútua”, testando ainda um novo modelo de cooperação fronteiriça. Após a conclusão do simulacro, representantes dos três países trocaram experiências sobre gestão de fronteiras e mecanismos de controlo. É a primeira vez que as forças de defesa de fronteiras da China, Rússia e Mongólia participam num exercício conjunto deste tipo, que, segundo Pequim, visa “demonstrar uma cooperação pragmática e aprofundar a amizade tradicional” entre os três países vizinhos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Xi felicita Kim Jong-un pelos 77 anos do país O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, por ocasião do 77.º aniversário da fundação da Coreia do Norte, reiterando a vontade de Pequim em manter e desenvolver os laços bilaterais. Na mensagem, divulgada pela televisão estatal chinesa, Xi assinala que, nas últimas décadas, a Coreia do Norte “tem impulsionado o desenvolvimento dos seus projectos socialistas”, e expressa confiança na capacidade do país para enfrentar com sucesso os próximos desafios políticos e económicos. O chefe de Estado chinês recorda que a China e Coreia do Norte são “vizinhos tradicionais unidos por montanhas e rios” e sublinha que “manter, consolidar e desenvolver” os laços bilaterais constitui uma “estratégia inabalável” para Pequim. Xi mencionou ainda a recente visita de Kim a Pequim para participar nas celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, ocasião em que ambos os líderes se reuniram e “traçaram uma rota” para a cooperação futura. O líder chinês afirmou estar disposto a “reforçar a comunicação estratégica” com Pyongyang e a “avançar lado-a-lado” para contribuir para a paz e estabilidade na região.