Língua | Sector de tradução e serviços linguísticos emprega seis milhões de pessoas

O número total de pessoas empregadas no sector de tradução e serviços linguísticos na China em 2022 chegou a 6,01 milhões, 11,7 por cento acima do número do ano anterior, de acordo com a conferência anual da Associação de Tradutores da China (TAC, em inglês), iniciada na segunda-feira.

Na cerimónia de abertura, foram divulgados relatórios sobre o desenvolvimento do sector de tradução e serviços linguísticos, tanto em todo o país como no mundo. Além disso, foi lançada uma cerimónia para premiar excelentes tradutores em diferentes áreas e um concurso nacional de capacidades em tradução, indica o Diário do Povo.
Tang Heng, vice-secretário-geral do Departamento de Comunicação do Comité Central do Partido Comunista da China, disse no evento que a comunidade de tradutores e intérpretes do país apoiou e impulsionou substancialmente o intercâmbio internacional chinês em todas as frentes.

Tang pediu esforços para melhorar a aprendizagem mútua entre diferentes civilizações, ampliar o canal de intercâmbios, enriquecer o conteúdo da cooperação e promover a construção de uma comunidade humana com um futuro compartilhado.

Du Zhanyuan, chefe da Administração de Publicações em Línguas Estrangeiras da China e da TAC, pediu esforços para se integrar activamente no intercâmbio internacional.

5 Abr 2023

Malásia propõe criação de um fundo monetário asiático

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse na passada terça-feira que a China está aberta à sua iniciativa para formar um “Fundo Monetário Asiático”, visando contrariar o domínio global do dólar norte-americano e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Numa intervenção no parlamento malaio, Anwar revelou que “nos negócios entre a Malásia e outros países devem ser utilizadas as respectivas moedas nacionais”, segundo declarações recolhidas pela agência estatal Bernama.

O primeiro-ministro malaio defendeu a ideia da constituição de um fundo asiático, durante um encontro em Pequim, na sexta-feira passada, com o Presidente chinês, Xi Jinping, que “saudou” o início das conversações sobre esta iniciativa.

Anwar Ibrahim propôs também a constituição daquele fundo no Fórum Boao, a “Davos asiática”, que se realizou entre 28 e 31 de Março, na ilha de Hainan.

No fórum estiveram ainda o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, e a directora do FMI, Kristalina Georgieva.

“Não há razão para a Malásia continuar a depender do dólar”, afirmou o primeiro-ministro malaio, acrescentando que o banco central da Malásia já está a trabalhar para permitir que a China e o seu país façam negócios usando as moedas da Malásia e da China.

Sítio certo, hora certa

No cargo desde Novembro passado, Anwar, que também é ministro das Finanças, lembrou na terça-feira que já havia aventado a possibilidade de criar um fundo regional em 1990, quando assumiu pela primeira vez essa pasta, mas a ideia não foi adiante porque o “dólar ainda era visto como uma moeda forte”.

“Mas, agora, com a força das economias da China, Japão e outras, acho que devemos discutir isso, e também o uso da nossa moeda”, enfatizou. O relatório do Fórum Boao 2023, uma das principais conferências económicas internacionais da China, estimou que o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) da Ásia deve ser de 4,5 por cento, este ano. Aquele valor é um “destaque”, face à desaceleração da economia mundial, lê-se no relatório.

A China tem tentado internacionalizar a moeda chinesa, o yuan, desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo.

5 Abr 2023

Visita | Macron diz que Pequim tem um “papel importante” para a paz

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem à China para uma visita de três dias. A contribuição chinesa para o fim da guerra será um dos temas em destaque nas conversações com Xi Jinping

 

O Presidente francês afirmou ontem em Pequim que os chineses têm um papel importante a assumir para a paz na Ucrânia pela sua relação estreita com a Rússia.

“A China, dentro da sua estreita relação com a Rússia, reafirmada nos últimos dias, pode desempenhar um papel importante” na resolução da guerra, declarou Emmanuel Macron durante um discurso à comunidade de franceses residentes na China.

O Presidente francês sublinhou ainda a oposição da China em relação à utilização de armas nucleares e a defesa dos valores das Nações Unidas pelo país.

“A China mostrou o seu compromisso com a Carta das Nações Unidas, com a integridade territorial e a soberania das Nações”, acrescentou o Presidente francês.

O líder francês também destacou a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia e deixou claro que, embora não a tenha aceitado na sua totalidade, “pelo menos mostra vontade de se comprometer em busca de uma resolução”.

Por isso, considerou essencial o diálogo com a China e defendeu que a União Europeia não pode “deixar a exclusividade” da comunicação com outros países, como a Rússia.

Macron pediu que não se reedite uma “lógica de blocos”, face às “vozes que se levantam” preocupadas com o futuro das relações entre o Ocidente e a China.

O líder francês também quis recordar os três anos “particularmente difíceis” de pandemia da covid-19 que os residentes da China tiveram de viver, mas mostrou-se “feliz” por regressar ao país após a última viagem em novembro de 2019.

Agenda preenchida

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem a Pequim para uma visita de Estado de três dias à China, na sua primeira viagem ao país desde 2019.

O chefe de Estado francês terá um intenso dia de conversações esta quinta-feira com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e uma viagem a Cantão, no sul da China, na sexta-feira. Macron vai abordar com Xi Jinping a guerra na Ucrânia e as relações económicas bilaterais, além da cooperação em outras áreas.

Em território chinês, Macron estará também acompanhado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois representantes europeus terão agendas próprias, mas irão ter uma reunião comum, prevista para quinta-feira, com o Presidente chinês. Ursula von der Leyen tem prevista outra reunião com Xi Jinping, mas desta vez sozinha.

5 Abr 2023

Semicondutores | China pede ao Japão que reconsidere restrições

A China pediu no domingo ao Japão que não imponha restrições à exportação de equipamento para fabrico de ‘chips’ semicondutores, como parte de uma batalha geopolítica pelo domínio de componentes essenciais à produção de alta tecnologia.

“Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ao homólogo japonês, Yoshimasa Hayashi, num encontro em Pequim, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. O ministro chinês lembrou que os Estados Unidos reprimiram também, no passado, de “forma brutal”, a indústria de semicondutores do Japão, e que, agora, estão a tentar “repetir os seus velhos truques” contra a China. Tal bloqueio vai “apenas estimular a determinação da China em se tornar autossuficiente”, acrescentou Qin Gang, de acordo com o mesmo comunicado.

Foi a primeira visita de um alto diplomata japonês a Pequim em mais de três anos, depois de a China ter mantido as suas fronteiras encerradas, desde Março de 2020, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, entretanto suspensa.

Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a sua própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.

4 Abr 2023

China | Actividade da indústria transformadora estabiliza em Março

A actividade da indústria transformadora da China estabilizou em Março após ter registado uma forte recuperação em Fevereiro, quando atingiu o maior ritmo de expansão em oito meses, indica uma análise publicada pela revista Caixin.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit, passou de 51,6 pontos, em Fevereiro, para 50, em Março.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.

Embora tenha evitado cair de novo na zona de contração, onde se situou por seis meses consecutivos e até Janeiro, os dados do PMI agora divulgados estão bem abaixo das previsões dos analistas, que apontavam para uma aceleração ainda maior, para os 51,7 pontos.

A medição oficial, divulgada na sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas da China, também expôs um abrandamento no ritmo de crescimento, ao passar de 52,6 pontos, em Fevereiro, para 51,9, em Março.

Rumo à solidez

“A actividade na indústria transformadora estabilizou após registar rápida recuperação em Fevereiro”, disse um economista da Caixin Wang Zhe, observando que a procura e a oferta no sector “enfraqueceram significativamente” no mês passado, o que mostrou que “os alicerces” da recuperação económica da China “ainda não são sólidos”. Esta interpretação é partilhada pelas autoridades.

Wang sublinhou, porém, que os empresários inquiridos para a elaboração do PMI continuam a mostrar “forte confiança” na recuperação da economia, após o fim da política de ‘zero covid’, que deprimiu a actividade económica, no ano passado.

O economista salientou que a recuperação da indústria transformadora vai depender do impulso da procura a nível interno, especialmente do consumo das famílias, pelo que apelou às autoridades para se concentrarem na “estabilização do emprego, no aumento dos rendimentos das famílias e na melhoria da confiança do mercado”.

4 Abr 2023

Banca | China Renaissance suspende negociações na bolsa de Hong Kong

A negociação das acções da China Renaissance, importante banco de investimento privado chinês especializado em tecnologia, foi ontem suspensa, na bolsa de valores de Hong Kong, na sequência do desaparecimento do fundador

 

A China Renaissance suspendeu ontem a negociação das suas acções na praça financeira de Hong Kong. A empresa explicou que não pode apresentar atempadamente os resultados auditados, referentes ao ano de 2022, precisamente porque os auditores ainda não conseguiram contactar o fundador e presidente executivo do grupo, Bao Fan, desaparecido desde Fevereiro passado, de acordo com um comunicado.

O banco de investimento, cujo valor das acções caiu mais de 27 por cento desde que foi divulgado o desaparecimento de Bao, vai manter as negociações suspensas até que possa apresentar resultados auditados para 2022. A administração da empresa não avançou qualquer data.

A China Renaissance garantiu que tem “feito todos os esforços” para atender aos pedidos dos auditores, mas salientou que o paradeiro de Bao “não é assunto que esteja sob controlo do grupo” e os assuntos que levaram ao desaparecimento do executivo “ainda não foram resolvidos”, acrescentou na mesma nota.

O grupo publicou uma demonstração de resultados não auditada, este fim-de-semana, que reflecte uma queda homóloga de 9,1 por cento no volume de negócios e perdas líquidas de 563,7 milhões de yuan, em comparação com lucros de 1.624 milhões de yuan, em 2021.

Tendência de mercado

O China Renaissance relatou o desaparecimento de Bao em 16 de Fevereiro e dez dias depois indicou “ter conhecimento” de que estava a colaborar com uma investigação realizada pelas autoridades chinesas, sem mais pormenores.

A segunda declaração parecia confirmar a tese de alguns órgãos de comunicação social que apontavam que a situação de Bao era semelhante à ocorrida em 2015, quando pelo menos cinco executivos de diferentes empresas desapareceram de forma semelhante, entre os quais o presidente do conglomerado Fosun, Guo Guangchang, detentor de várias empresas em Portugal.

A imprensa chinesa especulou em Fevereiro que podia estar relacionado com uma investigação lançada pelas autoridades contra Cong Lin, ex-presidente do China Renaissance, contratado em 2020 após uma longa carreira num dos maiores bancos estatais da China, o ICBC.

Bao supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio eletrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, Bao tentou transferir parte da fortuna da China e de Hong Kong para Singapura, território onde no final do ano passado tentou criar um fundo para administrar o seu património.

No final de Fevereiro passado, a Comissão Central de Inspecção e Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China, prometeu fortalecer a campanha contra irregularidades no sector financeiro.

O grupo China Renaissance, que conta com mais de 700 funcionários em todo o mundo, está presente em Singapura e nos Estados Unidos.

4 Abr 2023

Tradição | Ma Ying-jeou visitou túmulo dos seus antepassados

Ma Ying-jeou, ex-presidente do Partido Kuomintang, que governou Taiwan, e sua família visitaram na manhã de sábado o túmulo de seu avô na província de Hunan e homenagearam os antepassados da família no local. O túmulo está localizado no distrito de Xiangtan, em Hunan.

Ma e as suas quatro irmãs ficaram em frente ao túmulo, que está bem preservado, e realizaram uma cerimónia solene baseada na tradição local para prestar homenagens aos antepassados. Ma apresentou flores e frutas como oferenda e usou um dialecto local de Hunan ao ler um texto de homenagem ao seu avô. Após a cerimônia, a família tirou fotos no local.

Durante uma entrevista, Ma disse que ao longo dos anos sempre desejou visitar o local e prestar homenagem ao seu avô, e esse desejo agora finalmente foi cumprido. Ele também observou que valorizar o respeito pelos antepassados é “uma parte muito importante da educação ética do nosso povo chinês”.

Na sua visita, quando a população local o cumprimentou dizendo “bem-vindo a casa”, Ma usou o dialecto local e respondeu “o menino de Xiangtan está de volta!”

A família também visitou um cais, cuja construção foi financiada pelo avô de Ma e outros moradores na década de 1910, para fornecer um serviço de barcos gratuitos na época.

3 Abr 2023

China | Homem rejeitado passa a noite na rua à porta do trabalho da ex-namorada

Um homem chinês apaixonado, que passou uma noite inteira de joelhos à chuva à porta do local de trabalho da ex-namorada a implorar-lhe que o levasse de volta, provocou uma agitação nos meios de comunicação social chineses.

O namorado abandonado ajoelhou-se à entrada do edifício de escritórios da mulher em Dazhou, no sudoeste da província chinesa de Sichuan, das 13h00 do dia 28 de Março até às 10h00 do dia seguinte com um grande ramo de rosas. Um vídeo do seu extremo apelo amoroso de 21 horas foi visto 150 milhões de vezes em Weibo.

Enquanto ele implorava à sua ex-parceira que o aceitasse de volta, os residentes locais reuniram-se à sua volta e instaram-no a desistir dos seus esforços, noticiou o canal de vídeo Jiupai News. Apesar das acções extremas do homem e do ramo de flores, a sua ex-namorada não apareceu nem se sabia do seu paradeiro.

“Muitos de nós tentaram convencê-lo a sair”, um homem, com o apelido, Li foi citado como dizendo: “Não é preciso continuares ajoelhado. A tua namorada não está disposta a aparecer, mas tu ainda estás aqui, a perder face”, disse Li, que informou ainda ter estado a chover durante todo o tempo em que o homemali esteve, acrescentando que ele saiu às 10 da manhã do dia 29 de Março “provavelmente porque não aguentava mais o frio”.

A polícia disse ter recebido relatórios de transeuntes sobre o homem e também tentou persuadi-lo a sair. “Ele disse que a sua namorada acabou com ele há alguns dias, quer pedir-lhe perdão e esperava que ela pudesse estar com ele novamente”. Um agente foi citado como tendo dito: “Quando os agentes tentaram movê-lo, o homem disse-lhes, alegadamente: “É ilegal para mim ajoelhar-me aqui? Se não é ilegal, por favor deixem-me em paz”.

As acções do homem apaixonado causaram um grande alvoroço nas redes sociais. “Uma pessoa que toma este tipo de extremos é horrível”, disse uma pessoa no Weibo: “Menina, afasta-te dele”, um segundo observador online aconselhou a ex-parceira, enquanto outro acrescentou: “O amor não se mendiga”. Outra pessoa comentou: “Isto não é amor, mas sequestro moral”.

3 Abr 2023

Cooperação | Líderes da ASEAN prometem aprofundar relações, promover multilateralismo

Os primeiros-ministros de Malásia e Singapura estiveram em Pequim para reforçar a cooperação. Xi pugna pelo direito dos asiáticos a “uma vida melhor e mais feliz”

 

O Grande Salão do Povo em Pequim assistiu a uma sexta-feira movimentada quando o presidente chinês se reuniu com líderes de Espanha, Malásia e Singapura. Xi Jinping encontrou-se com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, o primeiro-ministro da Malásia Datuk Seri Anwar Ibrahim e o primeiro-ministro de Singapura Lee Hsien Loong.

Durante as reuniões, especialmente com dois convidados estrangeiros da ASEAN, os líderes também sublinharam “a defesa do multilateralismo e o aprofundamento da cooperação para impulsionar o desenvolvimento regional e global, jurando apoiar a posição central da ASEAN e rejeitar a mentalidade da Guerra Fria e do confronto de blocos”, informa a Xinhua.

Durante a visita de Anwar, “a China e a Malásia chegaram a um consenso para construir conjuntamente uma comunidade China-Malásia com um futuro comum, o que certamente abrirá um novo capítulo na história das relações bilaterais”, disse Xi, que exortou as duas partes a fazerem esforços coordenados para fazer avançar o desenvolvimento das relações bilaterais e a cooperação em vários campos na próxima fase, impulsionar o crescimento constante e sustentado das relações China-Malásia, e injectar novo ímpeto na prosperidade e desenvolvimento dos dois países e da região em geral.

“A busca inabalável da China de abertura de alto nível e a modernização chinesa trarão novas oportunidades para o desenvolvimento da Malásia e de outros países”, disse Xi, apelando aos dois lados para que continuem a elevar o nível de cooperação de alta qualidade na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, avancem em projectos-chave, fomentem áreas de crescimento na economia digital, desenvolvimento verde e novas energias, e explorem a cooperação na subsistência das pessoas de modo a que as relações China-Malásia tragam mais benefícios para os dois povos.

O presidente chinês também salientou que a China está disposta a trabalhar com a Malásia para apoiar a posição central da ASEAN, de rejeição da “mentalidade da Guerra Fria e o confronto de campos”.

Por seu lado, Anwar disse que a Iniciativa de Segurança Global (GSI), a Iniciativa de Desenvolvimento Global (GDI) e a Iniciativa de Civilização Global (GCI) propostas pela China fazem eco da Malásia Madani – um quadro político que se concentra na boa governação e no desenvolvimento sustentável. Reconheceu também a protecção da China das mesquitas e o respeito pela liberdade de crença religiosa, e disse que a Malásia está disposta a aprofundar o diálogo sobre civilização com a China.

“A China intermediou recentemente com sucesso o diálogo Irão-Arábia Saudita em Pequim, que também mostrou que está a desempenhar um papel construtivo na promoção da paz”, disse o líder malaio.

Singapura, a favorita

Durante a reunião entre Xi e Lee, os dois líderes salientaram também a importância de salvaguardar os benefícios da paz e desenvolvimento regionais e de rejeitar firmemente hegemonias.

Xi disse que a China dá “prioridade diplomática a Singapura na sua diplomacia de vizinhança”. Xi observou que durante a visita de Lee, “os dois lados elevaram os laços bilaterais a uma parceria de alta qualidade orientada para o futuro, traçando o rumo para o desenvolvimento futuro das relações bilaterais. A China está pronta a reforçar a comunicação estratégica com o lado de Singapura, aprofundar o alinhamento estratégico, e fazer da ‘alta qualidade’ a característica mais distinta da cooperação China-Singapura”, disse o Presidente chinês.

Contra o pano de fundo de mudanças aceleradas no mundo não vistas num século, Xi disse que “os países asiáticos deveriam acarinhar e manter a dinâmica de desenvolvimento duramente conquistada na região, salvaguardar conjuntamente os dividendos de paz da região, manter a direcção certa da globalização económica e da integração económica regional, e opor-se firmemente ao bullying, à dissociação ou ao corte das cadeias de abastecimento e industriais. Nenhum país deve ser autorizado a privar o povo da Ásia do seu direito a uma vida melhor e mais feliz”, disse Xi.

Lee disse ter firme confiança na resiliência da economia chinesa e acredita que esta se desenvolverá ainda mais. “Os países vizinhos, incluindo Singapura, estão desejosos de aprofundar ainda mais a cooperação económica com a China”, afirmou. Ele também enfatizou que mesmo que haja concorrência, esta tem de basear-se no respeito mútuo e na confiança e não se deve ter de escolher lados.

Sobre a questão de Taiwan, Lee salientou que “quase todos os países reconhecem que existe apenas uma China. Aqueles que defendem ‘Ucrânia hoje, Taiwan amanhã’ trazem consequências graves, e os países devem respeitar-se mutuamente e evitar conflitos, e lidar conjuntamente com desafios e riscos”.

Grandes expectativas

Alguns líderes empresariais e representantes da indústria esperam que tais interacções de alto nível aprofundem ainda mais os laços económicos China-Malásia e China-Singapura. Kian Chuan, chefe das Câmaras de Comércio e Indústria Associadas da China da Malásia (ACCCIM), disse que “a comunidade empresarial malaia tem grandes expectativas em relação à visita e espera que ela induza as empresas malaio-chinesas a cooperar em mais campos e a ajudar as empresas de ambos os lados a explorar conjuntamente o mercado da RCEP. Os dois países têm potencial para alcançar resultados mais frutuosos na cooperação em parques industriais, infra-estruturas, comunicações 5G, economia digital e turismo, e criar uma situação vantajosa para todos”, afirmou.

Uma cooperação mais estreita entre a China e a Malásia poderia também ajudar a impulsionar o renascimento do projecto ferroviário de alta velocidade Kuala Lumpur-Singapura, disseram alguns peritos. O Ministro dos Transportes da Malásia, Anthony Loke, disse recentemente que “utilizará a visita para realizar discussões com funcionários chineses sobre a promoção da parceria existente e a exploração de novas parcerias”.

Quanto à cooperação China-Singapura, peritos afirmaram que a cooperação bilateral está agora a estender-se dos tradicionais serviços financeiros, telecomunicações, transportes e imobiliário à biotecnologia, fabrico farmacêutico, desenvolvimento verde e investigação e desenvolvimento científico.

3 Abr 2023

Gás | Gazprom diz que fornecimento à China está quase no nível máximo

A Gazprom está a aumentar o fornecimento de gás para a China e espera atingir em breve o nível máximo planeado através de um gasoduto na Sibéria, disse o presidente da empresa estatal russa na quarta-feira.

Durante um fórum económico que está a decorrer na ilha de Hainan, no sul da China, Viktor Zubkov disse ainda que a Gazprom está a negociar com o país asiático um possível projecto de fornecimento adicional através da Mongólia. Zubkov afirmou que a empresa está aberta para atender outros mercados asiáticos.

O líder chinês Xi Jinping vê Moscovo como um parceiro diplomático crucial para contrapor o domínio dos EUA nos assuntos globais. Pequim recusou criticar a invasão da Ucrânia e pediu um cessar-fogo e negociações, mas não uma retirada russa.

As importações chinesas da Rússia, principalmente petróleo e gás, aumentaram 31,3 por cento, em Janeiro e Fevereiro, para 18,6 mil milhões de dólares. Isto ajuda o Presidente russo, Vladimir Putin, a compensar a perda de receitas, depois de os Estados Unidos, a Europa e o Japão terem bloqueado ou reduzido as importações.

“A Rússia está a aumentar o fornecimento de gás para a China”, disse Zubkov, no Fórum Boao para a Ásia. “O fornecimento de gás através do gasoduto Força da Sibéria vai atingir em breve o volume anual contratado de 38 mil milhões de metros cúbicos”, avançou.

Também no fórum, o vice-presidente da agência de planeamento do Conselho de Estado chinês disse que Pequim vai equilibrar os seus planos de reduzir as emissões de carbono com a necessidade de garantir a segurança energética. A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo.

30 Mar 2023

Fórum Boao | Economia tem bases sólidas, diz Li Qiang

O primeiro-ministro chinês Li Qiang expressou o seu optimismo na quarta-feira sobre a economia da China e pediu à comunidade internacional que defenda o multilateralismo e mantenha a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais.

Li fez as declarações durante uma reunião com Kristalina Georgieva, directora-gerente do Fundo Monetário Internacional, em Boao, província de Hainan. A chefe do FMI está na China para participar da Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2023.

Li disse que desde o início deste ano, a economia chinesa estabilizou e manteve o ritmo de recuperação, indica o Diário do Povo.

Observando que a economia da China desfruta de bases sólidas, amplas perspectivas e um futuro promissor, o primeiro-ministro afirmou que o país fortalecerá a coordenação macropolítica, esforçar-se-á para libertar o potencial de consumo e investimento, expandirá inabalavelmente a abertura e prevenirá e neutralizará os riscos de maneira adequada.

“Temos confiança e capacidade para cumprir as metas e cumprir as tarefas traçadas para o crescimento deste ano”, afirmou. O primeiro-ministro destacou também a necessidade de defender o multilateralismo e pediu à comunidade internacional que proteja a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais.

A China continuará aprofundando a cooperação com o FMI e avançando no desenvolvimento da governança global numa direção mais justa e equitativa, acrescentou. Georgieva prevê que a China responderá por mais de um terço do crescimento económico global este ano.

O FMI aprecia o apoio da China ao multilateralismo e suas importantes contribuições para prevenir crises de dívida em países em desenvolvimento, destacou, acrescentando que o FMI está pronto para aprofundar ainda mais a sua cooperação com a China.

30 Mar 2023

Brasil e China dão os primeiros passos para negociar usando moeda local

O Brasil e a China deram na quarta-feira os primeiros passos para estabelecer o comércio bilateral em moedas locais, excluindo o dólar, conforme anunciou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do país sul-americano.

Os dois primeiros acordos para a implementação do mecanismo foram assinados durante o Seminário Económico Brasil-China, realizado em Pequim com a participação de representantes dos dois países e cerca de 500 empresários.

A primeira delas estabelece que o banco brasileiro BBM, com sede em Salvador e controlado pelo Banco Chinês de Comunicações (BoCom), ingresse no CIPS (China Interbank Payment System), alternativa do país asiático ao Swift internacional.

“A expectativa é a redução dos custos das transações comerciais com câmbio directo entre o real e o yuan” e o BBM será o “primeiro participante directo desse sistema na América do Sul”, disse um comunicado da Apex.

Da mesma forma, foi acordado que a filial brasileira do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) “passa a actuar como banco de compensação do yuan no Brasil”.

Chile e Argentina têm acordos semelhantes com o ICBC para obter créditos chineses para melhorias de infra-estrutura. “As reduções nas restrições ao uso do yuan visam promover ainda mais o comércio bilateral e facilitar o investimento com o yuan”, acrescentou o Apex.

Grandes parceiros

A China assinou recentemente acordos semelhantes com a Arábia Saudita e a Rússia, esperando aumentar a participação do yuan no comércio mundial, actualmente estimada em 2 por cento.

A secretária de Relações Internacionais do Ministério da Fazenda do Brasil, Tatiana Rosito, disse no final do seminário que a etapa inicial permite maior previsibilidade das taxas de câmbio e reduz custos de transação.

Do seminário, do qual foram assinados mais 18 acordos em diferentes áreas, também participaram o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, e o vice-ministro do Comércio da China, Guo Tingting.

O encontro fez parte da programação paralela à visita oficial que o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, faria nestes dias ao país asiático, que cancelou a viagem à última hora devido a uma pneumonia.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio entre os dois países atingiu o recorde de 150,5 mil milhões de dólares.

30 Mar 2023

Brasil | Custo de financiamento “proibitivo” trava oportunidades geradas pela China

O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, integrado na extensa comitiva presidencial brasileira, lamenta os impedimentos financeiros que impedem o país sul-americano de agarrar todas as oportunidades de negócio ao dispor na segunda maior economia mundial

 

O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, disse na passada quarta-feira, em Pequim, que a taxa de juros no Brasil, de 13,75 por cento, constitui um obstáculo para os empresários aproveitarem as oportunidades geradas pela China.

“É frustrante gerar tantas oportunidades aqui na China e os empresários brasileiros depois não conseguirem arrecadar investimentos com os juros nesse patamar”, afirmou Carlos Fávaro, durante um fórum empresarial realizado na capital chinesa.

O Banco Central do Brasil decidiu, na terça-feira, manter a taxa de juros base em 13,75 por cento ao ano – o patamar mais alto desde Dezembro de 2016.

O governante brasileiro considerou aquele valor “proibitivo” e defendeu que o país sul-americano tem a inflação e gastos públicos “sob controlo”.

Carlos Fávaro enalteceu ainda a decisão das autoridades chinesas de levantar o embargo às importações de carne bovina brasileira, que estavam suspensas desde Fevereiro. O embargo foi suspenso pela China após 29 dias de negociação.

“Essa rapidez, não comprometendo de forma alguma a qualidade e a segurança necessária para a relação comercial, mostra a relação afectuosa e profícua entre os dois países”, vincou. “A última vez que aconteceu um caso semelhante, foram precisos mais de 100 dias para o embargo ser levantado”, disse o ministro.

O ministro também comemorou a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas brasileiras para exportar para a China, o que não ocorria desde 2019, além da retoma de duas plantas frigoríficas que estavam suspensas.

“Temos hoje mais de 50 plantas frigoríficas cadastradas para serem avaliadas pelo governo chinês. As oportunidades estão postas na mesa e tenho a certeza de que teremos mais produtos comercializados com a China”.

O responsável afirmou também que houve avanços na negociação de outros produtos como algodão, milho, uva fresca, noz, sorgo e gergelim.

Moeda em crescimento

Em Fevereiro, os bancos centrais do Brasil e da China assinaram um memorando de entendimento para o estabelecimento de acordos de compensação do yuan, como parte dos esforços de Pequim para internacionalizar a moeda chinesa.

O estabelecimento desses arranjos “vai beneficiar as transacções transfronteiriças e promover ainda mais o comércio bilateral e a facilitação de investimentos”, disse então, em comunicado, o Banco Popular da China (banco central).

A China tem tentado internacionalizar o yuan desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo.

Esta questão tornou-se mais urgente à medida que fricções políticas e a prolongada guerra comercial e tecnológica entre Pequim e Washington resultaram na imposição de sanções contra várias entidades chinesas.

30 Mar 2023

Arábia Saudita | Integração na Organização de Cooperação de Xangai aprovada

A Arábia Saudita aprovou ontem a sua associação à Organização de Cooperação de Xangai (SCO), à qual pertencem Rússia e China, como parceiro de diálogo, ilustrando a sua estratégia de aproximação a Pequim.

“O memorando para a concessão ao reino da Arábia Saudita do estatuto de membro associado no diálogo da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) foi aprovado”, disse a agência oficial de notícias saudita SPA, sem dar mais pormenores.

A decisão foi aprovada numa sessão presidida pelo rei saudita, Salmán bin Abdulaziz, no palácio Al Salam, na cidade de Jeddah. O estatuto de membro associado ao diálogo é um pré-requisito para os países que se querem tornar membros plenos da organização.

A SCO é uma organização política, económica e militar da Eurásia, fundada em 2001 em Xangai pelos líderes da China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. Há quatro anos, o grupo passou a incluir a Índia e o Paquistão, com o objectivo de desempenhar um maior papel maior como contrapeso à influência ocidental na região. O Irão deve obter o estatuto de membro na próxima cimeira, que se realiza em Abril, na Índia.

Desde a sua criação, a organização tem-se concentrado principalmente em questões de segurança regional, na luta contra o terrorismo, separatismo étnico e extremismo religioso.

O Irão e a Arábia Saudita anunciaram, este mês, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por Riade em 2016, no que foi visto como um triunfo para a China, que tem reclamado um papel maior na resolução de questões internacionais.

30 Mar 2023

Taiwan | Pequim ameaça retaliar se Tsai Ing-wen se reunir com Kevin McCarthy

A China ameaçou ontem adoptar “contramedidas resolutas”, caso a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, se reúna com o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, no Estado norte-americano da Califórnia.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Zhu Fenglian, denunciou em conferência de imprensa o plano de Tsai de fazer escala nos Estados Unidos, a caminho de um périplo pelos aliados diplomáticos de Taipé na América Central, e exigiu que nenhuma autoridade norte-americana se reúna com ela.

“Opomo-nos firmemente a [um encontro] e vamos tomar contramedidas resolutas caso isso aconteça”, disse Zhu. Os EUA devem “abster-se de organizar visitas durante o trânsito de Tsai Ing-wen e até mesmo o contacto com autoridades norte-americanas, e tomar acções concretas no âmbito do compromisso de não apoiarem a independência de Taiwan”, afirmou a porta-voz.

As visitas feitas durante as escalas realizadas nos Estados Unidos, nas viagens internacionais mais amplas dos líderes de Taiwan, são há muitos anos habituais, defenderam altos funcionários dos EUA anteriormente.

Tsai deve fazer escala em Nova Iorque, a 30 de Março, antes de seguir para a Guatemala e Belize. A 5 de Abril, deverá estar em Los Angeles, no caminho de volta para Taiwan, e reunir-se ali com McCarthy.

30 Mar 2023

Brasil | Embaixador diz que o país não faz política com o comércio externo

Apesar do adiamento da visita do Presidente Lula à China, devido a uma pneumonia, uma extensa delegação brasileira de empresários, governadores e deputados, encontra-se já em Pequim dando seguimento à agenda presidencial

 

O embaixador brasileiro em Pequim, Marcos Galvão, disse ontem que o Brasil “não faz política com o comércio externo” e lembrou o contributo do seu país para a segurança alimentar da China. “A China sabe que o Brasil não faz política com o seu comércio externo ou na atracção e tratamento de investimentos estrangeiros”, disse Galvão, durante um fórum empresarial realizado na capital chinesa.

As declarações do diplomata surgem num período de crescentes fricções geopolíticas, marcado, em particular, por uma prolongada guerra comercial e tecnológica entre a China e os Estados Unidos e pelas sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais, na sequência da invasão da Ucrânia.

Lembrando que o mundo atravessa uma “era de crescente politização na área económico – comercial”, o embaixador considerou que a “confiança e respeito adquiriram um valor ainda mais crucial”.

“Sabemos da confiança que significa sermos o primeiro fornecedor e responsável por mais de um quinto de todos os produtos agrícolas que a China importa”, disse. “Temos perfeita consciência da importância que a sociedade chinesa atribui à sua segurança alimentar, bem como ao abastecimento de outros produtos estratégicos”, acrescentou.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 150 mil milhões, em 2022. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20 por cento das importações agrícolas do país asiático.

Marcos Galvão frisou ainda a dimensão geopolítica da relação entre Brasília e Pequim, adquirida na sequência da crise financeira internacional de 2008, que “confirmou uma mudança na correlação global de forças”.

“As grandes economias emergentes foram chamadas a participar do esforço de resposta, quando o [grupo dos países desenvolvidos] G7 reconheceu que, sozinho, não daria conta do desafio”, lembrou. “O G20 tornou-se, assim, o palco principal da mobilização internacional e nasceu o BRICS”, o bloco de economias emergentes que junta Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, apontou.

O diplomata disse que Brasil e China trabalharam então activamente e, muitas vezes, de forma coordenada, visando “conquistar e consolidar espaços nas deliberações internacionais sobre economia e finanças”.

Comitiva em Pequim

Luiz Inácio Lula da Silva tinha previsto realizar esta semana uma visita à China, que foi, entretanto, adiada, após o Presidente do Brasil ter contraído uma pneumonia.

Uma comitiva com centenas de empresários, além de governadores, senadores, deputados e ministros, encontra-se, no entanto, em Pequim, prosseguindo com a agenda original, que incluiu a realização do fórum empresarial, ontem, num hotel da capital chinesa.

Durante o fórum foram anunciados vários acordos entre empresas dos dois países nas áreas energias renováveis, agricultura ou comercialização de créditos de biodiversidade.

30 Mar 2023

Honduras | Pequim quer salvaguardar interesses dos países em desenvolvimento

A China quer trabalhar com as Honduras para “salvaguardar conjuntamente os interesses dos países em desenvolvimento” e “construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, disse ontem o vice-Presidente chinês. Estes dois objectivos, sempre presentes no roteiro diplomático de Pequim, foram abordados na reunião, em Pequim, entre Han Zheng e o ministro dos Negócios Estrangeiros das Honduras, Eduardo Reina.

No encontro, Han transmitiu calorosas saudações e votos de felicidades do Presidente chinês, Xi Jinping, à homóloga hondurenha, Xiomara Castro, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua. Xi convidou Castro a visitar a China o “mais breve possível” para “desenharem em conjunto” um plano para as relações bilaterais, dentro da “grande importância” que o líder chinês atribui ao relacionamento entre os dois países, indicou.

De acordo com Han, a China está disposta a trabalhar com o país da América Central para desenvolver a coordenação e cooperação em questões internacionais. Em resposta a Taipé, que condenou no domingo a “diplomacia do dólar” de Pequim, a China disse que o estabelecimento das relações oficiais com as Honduras foi feito “sem contrapartidas”.

“Não houve pré-requisitos para o estabelecimento das relações diplomáticas”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acrescentando que a decisão de Tegucigalpa “foi baseada no respeito pelo princípio ‘Uma China’”.

Xiomara Castro, anunciou, em meados de Março, através da rede social Twitter, que tinha pedido a Reina para estabelecer relações diplomáticas com a China. Isto acarretou automaticamente um rompimento dos laços com Taiwan.

29 Mar 2023

China | Nova fonte de água encontrada em amostras lunares

Cientistas descobriram uma nova e renovável fonte de água na Lua, em amostras lunares recolhidas por uma missão chinesa, que pode ser utilizada por futuros exploradores. A água estava incorporada em pequenas esferas de vidro no solo lunar onde ocorrem impactos de meteoritos.

Estas esferas de vidro multicoloridas e brilhantes estavam em amostras que foram recolhidas na Lua pela China em 2020. As esferas variam em tamanho, desde a largura de um cabelo até vários cabelos.

O teor da água é apenas uma fração minúscula destas, explicou Hejiu Hui, da Universidade de Nanjing, que participou na investigação. Como existem biliões ou triliões destas esferas de impacto, isso pode representar quantidades substanciais de água, mas minerá-las seria difícil, de acordo com os investigadores.

“Sim, vai exigir muitas e muitas esferas de vidro. Por outro lado, há muitas”, salientou Hui, numa resposta por correio electrónico à agência Associated Press (AP). Estas esferas poderiam produzir água continuamente graças ao constante bombardeamento de hidrogénio pelo vento solar.

Amostras promissoras

As descobertas, publicadas esta segunda-feira na revista Nature Geoscience, são baseadas em 32 esferas de vidro seleccionadas aleatoriamente do solo lunar recuperado pela missão lunar Chang’e 5.

Serão analisadas mais amostras, realçou Hui. Estas esferas de impacto estão por toda a parte, resultando do arrefecimento do material derretido expelido pelas rochas espaciais que atingem a Lua.

A água pode ser extraída pelo aquecimento das esferas, possivelmente por futuras missões robóticas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar se isso seria viável e, em caso afirmativo, se a água seria segura para beber.

Isto mostra que “a água pode ser renovável na superfície da lua… um novo reservatório de água na lua”, vincou ainda Hui. Estudos anteriores encontraram água em esferas de vidro formadas pela actividade vulcânica lunar, com base em amostras recolhidas pelos astronautas da Apollo há mais de meio século.

Estas esferas também poderiam fornecer água não apenas para a utilização por futuras tripulações, mas também como combustível para foguetões. A agência espacial norte-americana (NASA) pretende voltar a colocar os astronautas na superfície lunar até ao final de 2025. A missão irá focar-se no polo sul, onde se acredita que as crateras permanentemente à sombra estão cheias de água congelada.

29 Mar 2023

Teerão/Riade | Xi defende que diálogo vai aliviar as tensões na região

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao príncipe herdeiro saudita Mohamed Bin Salman que o “diálogo bem-sucedido” entre a Arábia Saudita e o Irão vai “aliviar as tensões na região”.

Durante uma conversa por telefone, o líder chinês assegurou que a recente normalização dos laços entre Teerão e Riade, patrocinada pela China, “ajudou a melhorar as relações bilaterais entre os dois países” e “reforçou a solidariedade regional”, de acordo com a televisão estatal CCTV.

“A China vai continuar a apoiar este processo”, disse Xi, acrescentando que a normalização dos laços entre os dois países, tradicionalmente rivais na região, foi “elogiada pela comunidade internacional”.

Segundo o dirigente chinês, a “solução dos conflitos e divergências através do diálogo e da consulta está de acordo com a vontade dos povos e os interesses de todos os países”. O príncipe herdeiro saudita indicou que o seu país “agradece sinceramente o apoio da China para melhorar as relações com o Irão”.

Acordos retomados

A mediação das negociações por Pequim “demonstra o papel da China como potência responsável”, afirmou Bin Salman, que disse esperar que o país asiático “desempenhe um papel cada vez mais fundamental e construtivo nos assuntos regionais e internacionais”.

O acordo entre o Irão e a Arábia Saudita, as duas potências xiitas e sunitas no Médio Oriente, inclui a reabertura das respectivas embaixadas, e foi assinado na China, que tem actuado como mediadora entre os dois países rivais tradicionais, que há anos lutam pelo domínio na região e apoiam lados rivais em conflitos regionais.

Como parte do pacto, o Irão e a Arábia Saudita prometem “respeitar a soberania dos países e não interferir nos seus assuntos internos”. Um acordo de segurança de 2001 e memorandos de cooperação de 1998 sobre economia, comércio, investimento, tecnologia, ciência, cultura, desporto e juventude foram também reactivados.

29 Mar 2023

Israel | Presidente pede fim imediato da reforma judicial

O Presidente de Israel pediu ontem ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para “actuar com responsabilidade e coragem” e pôr fim “de imediato” ao processo legislativo da polémica reforma judicial que está a dividir o país.

“Pelo bem da unidade do povo de Israel, pelo bem da responsabilidade necessária, peço que ponham fim ao processo legislativo de imediato”, afirmou Isaac Herzog, em comunicado, quando o país regista as maiores manifestações de sempre e se encontra à beira de uma greve geral.

“Toda a nação está profundamente preocupada. A nossa segurança, economia, sociedade – todos estão sob ameaça”, alertou Herzog. “Acorda agora!”

Na noite passada, Netanyahu demitiu o ministro da Defesa, depois de Yoav Gallant ter pedido publicamente o fim da reforma judicial, na primeira voz crítica do Governo.

A decisão do primeiro-ministro levou mais de 600 mil pessoas para as ruas em protestos maciços e improvisados em várias cidades israelitas.

As universidades de todo o país fecharam “até nova ordem” em protesto e espera-se que os sindicatos apelem para uma greve geral.

A reforma judicial desencadeou uma das mais graves crises internas de Israel, ao unir, em oposição generalizada, líderes empresariais, funcionários judiciais e mesmo militares do país.

Uma aparente calma regressou às ruas do país depois de uma noite de protestos, em que milhares de manifestantes acenderam fogueiras na principal autoestrada de Telavive, bloqueando a passagem, bem como em outras em todo o país.

Última palavra

A peça central da revisão é uma lei que dará à coligação governamental a última palavra sobre todas as nomeações judiciais. Outras leis podem dar ao parlamento a possibilidade de anular decisões do Supremo Tribunal e limitar a revisão judicial das leis.

Netanyahu e aliados disseram que o plano vai devolver o equilíbrio entre os ramos judicial e executivo e controlar o que consideram ser um tribunal intervencionista com simpatias liberais. Mas críticos advertiram que as leis vão eliminar o sistema de controlos e equilíbrios de Israel e concentrar o poder nas mãos da coligação governamental, acrescentando que Netanyahu, a ser julgado por acusações de corrupção, tem um conflito de interesses.

27 Mar 2023

Alibaba | Empresário Jack Ma regressa à China após mais de um ano de ausência

O fundador da gigante chinesa do comércio electrónico Alibaba, Jack Ma, regressou à China após uma ausência de mais de um ano, informou o jornal diário de Hong Kong South China Morning Post.

O empresário desapareceu da vida pública chinesa em 2020, depois de ter criticado o sistema de supervisão financeira do país, após os reguladores chineses suspenderem a oferta pública inicial da Ant Group, empresa tecnológica para o sector financeiro da Alibaba, ao abrigo de regulamentos mais restritivos para o sector.

Desde então, Ma tem-se mantido discreto. Vários meios de comunicação social internacionais escreveram sobre viagens que terá feito ao estrangeiro, nomeadamente a Espanha, Tailândia e Japão. O magnata chinês, que se especulou estar detido, visitou ontem uma escola na cidade de Hangzhou, fundada por executivos da Alibaba em 2017, de acordo com uma reportagem exclusiva do South China Morning Post.

Ma, que deixou a presidência da Alibaba em 2019, discutiu questões como a educação e a inteligência artificial durante a visita, ainda de acordo com o jornal. O valor das acções da gigante do comércio electrónico subiram 4,28 por cento pouco depois das 13:00 horas locais na bolsa de Hong Kong, onde está cotada.

Pequim permitiu ao sector tecnológico crescer durante anos sem apertada regulamentação, mas em 2020 iniciou uma campanha de controlo que resultou nos últimos anos em pesadas penalizações para várias empresas do sector.

27 Mar 2023

China | Vendas de carros usados com forte expansão em Fevereiro

As vendas de automóveis usados na China registaram uma recuperação robusta em fevereiro, impulsionadas pela crescente procura e forte recuperação do mercado após a Festa da Primavera, indica o Diário do Povo.

No mês passado, cerca de 1,46 milhão de veículos usados mudaram de mãos no país, um aumento de 35,48 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação de Distribuidores Automobilísticos da China.

Nos primeiros dois meses deste ano, mais de 2,7 milhões de veículos de segunda mão foram negociados na China, um aumento anual de 5,68 por cento.

O mercado de carros usados recuperou o forte ímpeto em Fevereiro e a procura reprimida continuará a trazer grandes oportunidades de mercado, avalia a associação, acrescentando que a nova política da China para incentivar operações comerciais em grande escala e padronizadas no sector promoverá o desenvolvimento saudável do mercado.

A associação expressou optimismo quanto às futuras perspectivas do mercado e observou que, à medida que as empresas de automóveis usados recuperam a confiança, espera-se que o mercado experimente uma recuperação gradual.

27 Mar 2023

Espionagem | Cidadão japonês vai ser alvo de processo

O homem é empregado da companhia farmacêutica japonesa Astellas e foi um alto responsável da Câmara de Comércio e Indústria do Japão na República Popular da China. Estava prestes a regressar ao Japão

 

Um cidadão japonês detido na República Popular da China é suspeito de espionagem e vai ser processado, disse ontem o governo de Pequim. “O cidadão japonês é suspeito de envolvimento em actividades de espionagem, em violação do Código Penal e da Lei Anti-Espionagem da República Popular da China”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.

“As autoridades chinesas tomaram medidas coercivas” contra o suspeito com vista ao estabelecimento de um “processo”, disse a mesma porta-voz durante uma conferência de imprensa.

Ontem, antes das declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Tóquio apelou à libertação “sem grandes demoras” do cidadão japonês.

A embaixada de Tóquio em Pequim foi informada “este mês de que um japonês, com idade entre os 50 e os 60 anos, tinha sido detido em Pequim por violar as leis chinesas”, disse ontem o porta-voz do Governo do Japão, Hirokazu Matsuno.

O porta-voz nipónico acrescentou que o consulado de Tóquio na capital da República Popular da China já pediu às autoridades de Pequim para “visitar” o cidadão japonês.

A história repete-se

O homem que foi detido é um empregado da companhia farmacêutica japonesa Astellas, confirmou à agência France Presse fonte da empresa, recusando-se a prestar mais declarações. Segundo a imprensa de Tóquio, o cidadão detido trabalhava na República Popular da China há duas décadas.

A agência de notícias japonesa Kyodo, indicou que se trata de um “antigo alto responsável da Câmara de Comércio e Indústria do Japão na República Popular da China” e que foi detido pouco antes da data que tinha previsto para “regressar”.

“A China é um país que respeita o Estado de Direito. Os cidadãos estrangeiros na China devem respeitar as leis chinesas. Os que não respeitam a lei e cometem crimes ou delitos são processados”, disse Mao Ning. “Nos últimos anos, verificaram-se casos semelhantes em que estão implicados cidadãos japoneses. O Japão deve disciplinar melhor e ‘pôr na ordem’ os próprios cidadãos”, acrescentou Mao.

Em Outubro de 2019, um professor universitário japonês foi detido em Pequim e acusado de espionagem tendo sido libertado um mês depois da detenção.

27 Mar 2023

FMI | Pequim incentivado a reequilibrar a economia para o consumo

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, saudou ontem a forte contribuição da China para o crescimento global em 2023, mas exortou Pequim a reequilibrar a sua economia para o consumo.

O FMI espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático cresça 5,2por cento este ano, um desempenho tornado possível pela normalização gradual da atividade após o levantamento das restrições anti-covid no país em Dezembro.

“Esta forte recuperação significa que a China deverá ser responsável por cerca de um terço do crescimento global em 2023, o que proporcionará um impulso bem-vindo à economia mundial”, disse Kristalina Georgieva, que discursava num fórum em Pequim.

No entanto, Kristalina Georgieva apelou à China “para aumentar a produtividade e reequilibrar a economia, afastando-a do investimento para um crescimento mais orientado para o consumo”. Georgieva disse que isto era mais sustentável, menos dependente da dívida e que ajudaria a enfrentar os desafios climáticos.

“Para o conseguir, o sistema de protecção social deveria desempenhar um papel central, aumentando os subsídios de saúde e de desemprego para amortecer os choques domésticos”, argumentou. Kristalina Georgieva também pediu “reformas” para “nivelar as condições de concorrência entre o sector privado e as empresas estatais”, sendo estas últimas tradicionalmente favorecidas pelo Estado.

27 Mar 2023