Presidente da Alemanha em visita de Estado à China

Sem papas na língua. Num discurso para estudantes universitários, Gauck criticou fortemente os regimes comunistas, advogou a liberdade académica e mostrou-se preocupado com as recentes as recentes restrições impostas à sociedade civil chinesa. Um tom que rompe com os habituais elogios às relações económicas dos Chefes de Estado que visitam a China

O Presidente da Alemanha, Joachim Gauck, condenou ontem o regime ilegítimo comunista na antiga Alemanha de leste e enalteceu a importância dos direitos humanos durante um discurso para estudantes universitários em Xangai, a “capital” económica da China.
Evocando episódios da história alemã e da sua vida na antiga Alemanha do leste, Gauck condenou aquela “ditadura”: “A maioria das pessoas não eram nem felizes, nem livres. Todo o sistema carecia legitimidade”, afirmou.
Desde 1949, o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC) é um “princípio cardial” da governança da China.
Durante a actual liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades reforçaram o controlo sob académicos, advogados e jornalistas, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
Referindo-se à antiga Alemanha do leste, Gauck disse que “não existiam eleições livres, igualitárias e com voto secreto”
“O resultado era uma falta de credibilidade, que acompanhava a desconfiança entre governadores e aqueles que eram governados”, acrescentou.
“Era um Estado que, como parte da união de países comunistas dependentes da União Soviética, silenciava o seu próprio povo, prendendo-o e humilhando aqueles que recusavam seguir a vontade dos seus líderes”, disse ainda.

Liberdades fundamentais

Os comentários de Gauck contrastam com as afirmações da maioria dos chefes de Estado que visitam a China e que preferem enaltecer publicamente a importância das relações comerciais com a segunda maior economia do mundo.
Gauck, que se reuniu no início desta semana com Xi Jinping, em Pequim, afirmou que a Alemanha estava “preocupada” com as recentes notícias que dão conta de maiores restrições impostas à sociedade civil chinesa.
“Uma sociedade civil activa e vibrante traduz-se sempre numa sociedade flexível e inovadora”, afirmou.
O Presidente da Alemanha disse ainda aos estudantes que a liberdade académica beneficia toda a sociedade.
“A universidade tem de ser um local de investigação e discussão livre e franca”, realçou, perante cerca de 100 estudantes e professores. “Esta liberdade é um bem precioso”, disse.
Gauck rejeitou ainda que a noção de direitos humanos que consta da Declaração Universal das Nações Unidas seja um “produto do ocidente”, como é frequentemente defendido pelos líderes chineses.

Direitos humanos? Uma banalidade

No mês passado, a China qualificou de “irresponsáveis” os comentários do responsável pelos direitos humanos da ONU Zeid Ra’ad Al Hussein, que apelou à libertação imediata de advogados defensores dos direitos humanos e activistas detidos por Pequim.
Zeid disse estar preocupado com a detenção de 250 advogados e activistas pelas autoridades chinesas desde Junho, na sequência de uma campanha repressiva sobre os dissidentes em todo o país.
Na segunda-feira, a edição em inglês do jornal oficial do PCC Global Times afirmou em editorial que a questão dos direitos humanos não seria uma prioridade da visita do Presidente alemão, mas antes uma “questão banal”.
“O ocidente deveria avaliar os direitos humanos na China com base em factos. O progresso que a China fez nos direitos à vida e desenvolvimento dos seus 1,3 mil milhões de habitantes merecem um aplauso”, defendeu o jornal.

24 Mar 2016

Treze empresas portuguesas visitam China em Abril

Treze empresas portuguesas do sector turístico visitam em Abril a China, o maior emissor mundial de turistas, para uma série de encontros com operadores locais, anunciou ontem à Lusa o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.
“É uma maneira de as empresas sentirem as necessidades específicas dos turistas chineses”, explicou Araújo em Pequim, à margem de uma visita de quatro dias à China.
Segundo o responsável, o número de turistas chineses que visitaram Portugal no ano passado cresceu 36%, face a 2014, para “cerca de 150 mil”.
Em média, o turista chinês foi o que mais gastou em compras ‘tax free’ – 641 euros por transacção -, de acordo com estimativas da empresa Global Blue.
“Dá uma ideia da curiosidade que existe relativamente a Portugal como destino turístico e de investimento, duas componentes que temos de ter em consideração quando falamos do mercado chinês”, frisou Luís Araújo.
O homem que sucedeu em Fevereiro no cargo a João Cotrim de Figueiredo destacou ainda os novos centros para emissão de vistos para Portugal, com abertura prevista em cinco cidades chinesas (Shenyang, Nanjing, Fuzhou, Wuhan e Chengdu).

Consulado em Cantão

A abertura de um consulado-geral em Cantão, capital da província de Guangdong, no sul da China, “está também na recta final”, segundo confirmou a embaixada de Portugal em Pequim.
“Hoje em dia os vistos são emitidos em 24 horas. Isso é algo reconhecido por todas as entidades com quem estivemos”, enalteceu Luís Araújo.
Pelas contas do Governo chinês, 120 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental em 2015, um aumento de 19,5% face ao ano anterior.
Em 2014, o Turismo de Portugal passou a ter uma representante permanente na China, Inês Cunha Alves, 39 anos, especialista em relações internacionais e empreendedorismo.
No mesmo ano, o Governo português lançou uma campanha de promoção no país centrada na imagem de “C Luo” (Cristiano Ronaldo, em chinês), a figura portuguesa mais conhecida entre os chineses.
O turista chinês “viaja durante o ano todo” e é o que “gasta mais e fica mais tempo”, apontou Araújo. “E isso representa algo que nós queremos”, concluiu.

24 Mar 2016

China | Emissões de CO2 com a maior queda a nível global

Publica o jornal oficial “Diário do Povo”, que as emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas com a energia na China diminuíram 1,5% em 2015, representando a maior queda em termos de volume na comparação com outros países, reportando declarações na quarta-feira à Xinhua do director-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol.
“A diminuição das emissões da China devem-se principalmente a uma redução no uso de carvão”, disse Birol em entrevista.
A reestruturação económica da China teve menos indústrias de uso intensivo de energia e os esforços do governo para descarbonizar a geração de energia reduziram o uso de carvão.
Em 2015, o carvão gerou menos de 70% da electricidade na China, 10 pontos percentuais a menos que em 2011. No mesmo período, as fontes com baixas emissões de carbono aumentaram de 19% a 28%. A energia eólica e a hidroeléctrica registaram o maior crescimento, segundo a AIE.

Emissões mundiais sem mudança

As emissões globais de dióxido de carbono relacionadas com a energia — a maior fonte de emissões de gás produtor do efeito estufa geradas pelo homem — permaneceram estáveis pelo segundo ano consecutivo, de acordo com análises de dados preliminares para 2015 divulgados pela AIE.
“As novas cifras confirmam as surpreendentes, mas bem-vindas, notícias do ano passado. Temos visto dois anos consecutivos em que as emissões de gás produtor do efeito estufa não estiveram a par com o crescimento económico”, disse Birol. “Há apenas alguns meses depois do histórico acordo COP21 em Paris, este já é outro impulso para a luta global contra a mudança climática”.
As emissões globais de dióxido de carbono chegaram a 32,1 mil milhões de toneladas em 2015,permanecendo estável desde 2013, disse AIE.
Em mais de 40 anos nos quais a AIE tem proporcionado informação sobre as emissões de CO2, apenas houve quatro períodos em que as emissões se mantiveram ou baixaram com relação ao ano anterior. Três desses — no início da década de 1980, em 1992 e em 2009 — estiveram associados com o enfraquecimento económica global.

Mais gás natural, mais nuclear

Entretanto, o recente travão nas emissões ocorre face à expansão da economia. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) global cresceu 3,4% em 2014 e 3,1% em 2015.
“É uma notícia muito boa que as emissões globais estejam estáveis. Vemos uma importante contribuição da China. Isso deve-se principalmente aos esforços do governo para impulsionar energias renováveis e outras tecnologias de energia limpa”, indicou Birol.
“O governo chinês tem desenhado e aplicado com sucesso as políticas”, afirmou.
“A estrutura energética da China será no futuro muito mais diversificada do que é agora. A principal energia na China tem sido o carvão e o petróleo nos últimos anos. Agora veremos menos carvão e mais energias renováveis, mais gás natural e mais energia nuclear”, disse.
“Espero ver que os objectivos da China indicados no novo Plano Quinquenal sejam cumpridos com sucesso. Também espero ver as emissões da China caírem sequencialmente”, declarou Birol.

18 Mar 2016

Livreiro desaparecido disse que fez contrabando de “livros proíbidos”

Um dos cinco livreiros de Hong Kong desaparecidos durante meses, que reapareceu há uma semana na antiga colónia britânica, admitiu que fez contrabando de “livros proibidos” (críticos em relação a membros do Partido Comunista) no interior da China.
Segundo o South China Morning Post (SCMP), que escreve com base em informações do diário Sing Tao Daily – também publicado em Hong Kong, mas com uma linha editorial próxima a Pequim –, o livreiro Cheung Chi-ping reconheceu o contrabando de livros proibidos no interior da China, mas que podem ser vendidos em Hong Kong.
Cheung admitiu a sua participação nesta actividade, mas disse que não era mais do que um “cúmplice” e que não tinha um papel importante no negócio.
Também disse que não sofreu coacção ou tortura durante o período em que esteve detido no interior da China e que não foi obrigado a fazer nada contra a sua vontade.
No entanto, não forneceu detalhes sobre a forma como entrou na China ou foi detido pelas autoridades chinesas, já que as autoridades de Hong Kong não têm registo da sua saída do território.

Mistério continua

Este é um mistério que envolve outros quatro livreiros ligados à mesma editora de Hong Kong que publicava livros críticos do regime chinês.
O seu desaparecimento, no final do ano passado, durou meses, tendo levantado suspeitas de que tivesse sido sequestrado pelas autoridades chinesas.
O livreiro voltou a Hong Kong no dia 6 de Março (embora tenha regressado à China de forma quase imediata), dois dias depois do regresso a Hong Kong do seu chefe na editora, Lui Por, e retirou a queixa pelo seu desaparecimento.
Segundo escreve o SCMP, o jornalista do Sing Tao Daily “esbarrou por acaso” com o livreiro, que entrevistou, e que lhe disse que “vivia livremente” na cidade de Dongguan, no sul da China, depois de ter sido libertado pelas autoridades chinesas.

18 Mar 2016

Hong Kong | Conselho Legislativo pede inquérito a distúrbios

O Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou uma moção para estabelecer uma comissão para investigar as causas dos distúrbios do mês passado, mas o trabalho não deve começar até ao fim deste ano legislativo, em Julho.
A moção, aprovada na quarta-feira e proposta por Alvin Yeung Ngok-kiu, do Partido Cívico, e Cyd Ho Sal-Ian, do Partido Trabalhista, foi apoiada por 24 deputados democratas.
Yeung criticou o chefe do Executivo por classificar os distúrbios como “motins” antes de uma investigação cuidada.
A expressão, repetida pela ala pró-Pequim, levou a que “conclusões não verificadas crescessem na sociedade”, disse.
O deputado lamentou também que o Governo só estivesse preocupado em deter e condenar os envolvidos, recusando-se a estabelecer uma comissão para investigar as causas.
“Muitos cidadãos participaram nos confrontos com a polícia”, apontou o deputado do Partido Cívico, considerando que “tal mostra que o problema não pode ser imputado a um pequeno grupo”.
“Pode ter sido causado por um forte descontentamento com o Governo, que não pode ser solucionado com a detenção de umas dezenas de participantes”, frisou.

Assunto para novo parlamento

Os incidentes na zona de Kowloon, no primeiro dia do Ano Novo Lunar, causaram 130 feridos, vários detidos e, até à data, 50 acusados.
Anteriormente, o Governo de Hong Kong rejeitou os pedidos para uma investigação independente, considerando que as investigações criminais são suficientes.
Em declarações aos jornalistas, Ho admitiu que é “muito improvável” que a comissão comece a trabalhar antes de o Conselho Legislativo de Hong Kong terminar esta sessão legislativa, já que há outras duas comissões à frente.
“Mas acreditamos que o campo pró-democracia tem responsabilidade de colocar a necessidade de uma investigação nos registos da reunião. Também esperamos (…) que os deputados da próxima sessão legislativa levem este registo e necessidade em consideração”, disse.

18 Mar 2016

Li Keqiang diz que Hong Kong continuará a ter “alto grau de autonomia”

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou ontem que Hong Kong continuará a gozar de um alto grau de autonomia, num momento em que a opinião pública da região crítica as intervenções do Governo central em assuntos internos do território.
“O alto grau de autonomia não se alterou nem se alterará”, assegurou Li, na única conferência de imprensa que realiza todos os anos.
A afirmação do responsável chinês surge num período de deterioração nas relações entre Hong Kong e Pequim, devido à designada ‘revolução dos guarda-chuvas’.
Em 2014, aquele movimento levou milhares de pessoas para a rua em protesto por uma democracia plena no território e contra a intervenção do Governo central no processo de escolha dos líderes locais.
Em Fevereiro passado, uma operação policial contra a venda ambulante ilegal de comida nas ruas de Hong Kong acabou em confrontos violentos, com 90 pessoas feridas e 54 detidos.
Questionado sobre esse incidente, Li limitou-se a manifestar a sua confiança no executivo de Hong Kong e nos habitantes da região especial administrativa chinesa para enfrentar futuras dificuldades.
“Acreditamos que o Governo de Hong Kong tem a capacidade e o povo de Hong Kong a sensatez para gerir adequadamente os complexos assuntos (que ocorram) em Hong Kong”, afirmou, no encerramento da sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), o órgão máximo legislativo chinês. “O futuro (do território) será brilhante”, frisou.

Uma China

Quanto a Taiwan, que Pequim considera uma província sua e não uma entidade política soberana, Li assinalou que o Governo central insiste na implementação de medidas para aumentar a cooperação económica e comercial entre ambos os lados.
Após anos de aproximação de Pequim, os eleitores do território elegeram no ano passado Tsai Ing-Wen, que se afirma a favor da identidade e soberania da ilha em relação a Pequim. “Enquanto ambas as partes reconheçam que existe apenas uma China, poderemos tratar de qualquer assunto”, vincou Li.

17 Mar 2016

Pequim “não vacilará” na protecção da soberania territorial

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou ontem que a China “não vacilará na determinação em defender a sua soberania e integridade territorial”, numa altura de crescente tensão em torno de disputas no Mar do Sul da China.
Pequim insiste que tem direitos históricos sobre a quase totalidade daquela área do Pacífico, onde disputa territórios reclamados também pelas Filipinas, Malásia, Taiwan, Vietname e Brunei.
E assegura que a instalação de unidades e equipamento militares nas ilhas que controla na região é uma resposta “à intrusão” norte-americana.
Em conferência de imprensa, Li Keqiang instou os países vizinhos e os EUA a esforçarem-se para “manter a estabilidade regional e a harmonia” na região e considerou “natural” que haja diferenças.
“Enquanto nos tratarmos com sinceridade e procurarmos soluções para as diferenças através de canais diplomáticos, a estabilidade regional será mantida”, afirmou.
No início do mês, a porta-voz da Assembleia Nacional Popular (ANP), o órgão máximo legislativo chinês, Fu Ying, acusou os EUA de militarizar o Mar do Sul da China.
“A maioria das embarcações e aviões militares que atravessam aquele território são dos Estados Unidos da América”, afirmou a antiga vice-ministra dos Negócios Estrangeiros.
Pequim está também preocupada com a possibilidade de Washington instalar o sistema antimísseis THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) na vizinha Coreia do Sul.
“O desenvolvimento é a nossa máxima prioridade, a China necessita de estabilidade nos países vizinhos e um ambiente pacífico para o seu desenvolvimento interno”, defendeu Li, perante centenas de jornalistas, no encerramento da sessão anual da ANP.

Algumas melhoras

Li vê ainda “sinais de melhoria” nas relações entre a China e o Japão, com quem mantém renovadas tensões em torno da soberania das ilhas Diaoyu, mas ressalvou que estas “ainda são frágeis e não estão plenamente estabilizadas”.
No entanto, o primeiro-ministro apostou no fortalecer das relações com Tóquio e a Coreia do Sul.
Em Novembro passado, os três países realizaram, em Seul, a primeira cimeira conjunta desde 2012, que se deverá repetir este ano na capital do Japão.
“Acredito que os três países podem ter uma forte cooperação no sector de manufactura avançada para desenvolver produtos de alta qualidade”, apontou.
O chefe do Governo defendeu ainda as relações com a Rússia, afirmando que os países “não cederão às pressões de terceiras partes, ou às alterações de circunstância na esfera internacional”. “A China mantém uma postura de não-alinhamento”, frisou.

17 Mar 2016

China | Plano quinquenal para crescimento anual de 6,5%

A Assembleia Nacional Popular (ANP) da China aprovou ontem o XIII plano quinquenal do país (2016-2020), que prevê um crescimento anual da economia de pelo menos 6,5%.
O plano quinquenal da China até 2020 é o primeiro desde a chegada do Presidente Xi Jinping ao poder e prevê que em 2020 o Produto Interno Bruto chinês (PIB) seja o dobro do de 2010.
Após quase duas semanas, o plenário da ANP, o órgão legislativo chinês, terminou ontem a sua reunião anual, dando luz verde ao documento.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou, numa conferência de imprensa no final da votação, que vê “mais esperanças do que dificuldades” na economia da China e descartou a possibilidade de o país vir a sofrer uma “aterragem forçada”.
Li disse estar confiante em que a segunda economia mundial cumpra os objectivos estabelecidos para este ano e defendeu que a China está numa “boa posição” para evitar riscos financeiros.
Em 2015, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo dos últimos 25 anos e aquém dos 7% que tinha estimado.
No mesmo período, o sector dos serviços representou pela primeira vez mais de metade do PIB, à frente da indústria e agricultura.
As perspectivas para este ano indicam um crescimento entre 6,5 e 7% do PIB, que a inflação se mantenha em torno dos 3% e a criação de 10 milhões de postos de trabalho urbanos (depois de em 2015 terem sido gerados 13,12 milhões).

Outras metas

O documento prevê que a população chinesa chegue aos 1.420 milhões de pessoas em 2020 (actualmente ronda os 1.280 milhões), que 60% vivam em áreas urbanas (hoje são 50%), que não haja ninguém abaixo do limiar da pobreza e que a esperança média de vida aumente em um ano.
Segundo o documento aprovado pela ANP, Pequim vai criar um fundo de 100 mil milhões de yuan para subsídios e compensações para trabalhadores que percam o emprego no âmbito do processo de reestruturação industrial.
O XIII plano quinquenal pretende modernizar a indústria da China e responder à excessiva capacidade de produção industrial em certos sectores.
Por outro lado, a China vai aumentar o tecto máximo do seu défice público para 3% do PIB, para dinamizar o crescimento económico.
O documento prevê que as linhas ferroviárias de alta velocidade tenham 30 mil quilómetros em 2020, face aos 19 mil actuais, e que unam 80% das grandes cidades do país.
Segundo o XII Plano Quinquenal, a China vai investir 800 mil milhões de yuan na sua rede ferroviária e 1,65 mil milhões de yaun nas estradas.
A China tem a maior rede de comboios de alta velocidade do mundo, seis vezes superior à de Espanha, a segunda mais extensa.

17 Mar 2016

China |Empresas estrangeiras proibidas de publicar na Internet

Uma normativa que entrou ontem em vigor na China proíbe as empresas estrangeiras de publicarem conteúdo na Internet chinesa, em mais um esforço de Pequim para controlar aquele que ainda é considerado o espaço mais livre do país.
O novo documento, designado “regulamento para a gestão dos serviços publicitários online”, obriga ainda as empresas chinesas com capitais estrangeiros a obterem a aprovação das autoridades antes de difundir conteúdos no espaço cibernético chinês.
A medida, abrangerá sobretudo as “indústrias criativas” de jogos, animação, banda desenhada e gravações de áudio ou vídeo, mas também livros, jornais e revistas, segundo o jornal oficial Global Times.
A regulamentação anterior, que data de 2002, permitia às empresas estrangeiras difundir conteúdo “criativo” directamente no espaço cibernético.
As alterações tinham sido já anunciadas, no ano passado, pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC), o organismo ministerial chinês encarregue do planeamento económico, e o próprio Ministério do Comércio.

Valores socialistas

Os conteúdos online deverão, a partir de agora, “promover valores socialistas essenciais” e “transmitir princípios morais que sirvam para melhorar o país e promover o desenvolvimento económico”, detalha o Global Times.
“A proibição do investimento estrangeiro em serviços de publicação ‘online’ destina-se a proteger a segurança ideológica e cultural da nação”, disse àquele jornal Wang Sixin, professor na Universidade de Comunicação da China.
“Ajudará também a prevenir que a nossa cultura seja influenciada por culturas estrangeiras”, acrescentou.
Na quarta-feira, as contas oficiais do jornal do South China Morning Post nas principais redes sociais chinesas – Sina Weibo, Tencent Weibo e Wechat – foram encerradas.

Solo nacional

A população online da China atingiu os 688 milhões de pessoas em 2015, mas Pequim esforça-se para sufocar a liberdade criada pela internet através do “Grande Firewall da China”.
Aquele mecanismo censura sítios como o Facebook, Youtube e Google. Nos últimos anos, foi aperfeiçoado, bloqueando selectivamente páginas com termos “sensíveis” em vez de uma censura integral do site.
Desde que Xi subiu ao poder, em 2012, uma lei de segurança nacional que visa “a protecção da soberania do espaço cibernético” foi aprovada, enquanto as autoridades têm vindo a reforçar a monitorização da rede.
Em Fevereiro passado, ao discursar na Conferência Mundial sobre a Internet em Wuzhen (leste da China), o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que cada país deve controlar a sua própria Internet, uma vez que “liberdade e ordem” devem andar de mãos dadas na rede.

11 Mar 2016

China | Inflação cresce 2,3% em Fevereiro

O Índice de Preços no Consumidor da China (IPC), um dos principais indicadores da inflação, subiu para 2,3% em Fevereiro, face ao mesmo mês do ano passado, segundo anunciou o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país.
Trata-se do maior aumento em quase dois anos e supera a projecção de 1,8%, avançada pela agência financeira Bloomberg.
O preço dos alimentos disparou durante o período do Ano Novo Lunar, com os preços da carne de porco e dos vegetais a subirem 25,4% e 30,6%, respectivamente.
No mesmo período, o Índice de Preços ao Produtor caiu 4,9%, em termos homólogos, uma ligeira recuperação face à queda de 5,3% registada em Janeiro.
A subida nos preços dos alimentos é ainda justificada pelas sucessivas vagas de frio que atingiram grande parte da China em Fevereiro, assume o analista do GNE, Yu Qiumei, em comunicado.
“Tempestades de vento, queda da temperatura, chuva e nevões, em meados de Fevereiro, afectaram a produção e transporte de vegetais frescos”, justificou Yu, detalhando que os preços dos vegetais avançaram 29,9% face a Janeiro, a maior subida desde Março de 2008.
A escassez de pessoal em alguns sectores, durante aquele período, contribuiu também para o aumento dos preços, explicou Yu.
Os preços no sector dos transportes e nos locais turísticos registaram também uma subida acentuada, reflectindo o aumento da procura durante o Ano Novo Chinês.

Sinal mais

É o 48.º mês consecutivo em que o principal indicador da inflação no sector grossista regista uma queda, reflectindo o impacto do excesso de produção que afecta grande parte do sector secundário chinês.
Uma inflação moderada pode beneficiar o consumo, estimulando os consumidores a comprarem na expectativa que os preços subirão, enquanto uma queda encoraja os clientes e empresas a adiarem as encomendas.
O aumento da inflação constitui, por isso, um sinal positivo para a economia chinesa, que cresceu no ano passado ao ritmo mais lento do último quarto de século (6,9%).
Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando um maior ênfase no consumo, em detrimento do investimento em grande obras públicas ou exportações.

11 Mar 2016

Hong Kong | Pequim diz que vai libertar três dos cinco livreiros

Três dos cinco livreiros de Hong Kong detidos na China vão ser libertados dentro de poucos dias, após uma confissão na televisão estatal, confirmaram as autoridades chinesas às de Hong Kong na noite de quarta-feira.
Num comunicado, a polícia de Hong Kong confirma a iminente libertação de Cheung Chi-ping, Lui Por e Lam Wing-kei, ainda que continue a desconhecer-se o destino dos outros dois livreiros, Gui Minhai e Lee Bo, ambos com passaportes europeus.
Cheung, Lui e Lam serão libertados sob fiança devido à “boa atitude” manifestada, apesar de continuarem a ser investigados e ainda não se saber se poderão voltar às suas casas em Hong Kong ou se terão de permanecer na China continental.
As autoridades acusam-nos de estarem envolvidos num caso de comércio de livros proibidos na China, uma actividade que alegadamente realizaram sob ordens de Gui Minhai, considerado o cérebro da operação.
Os cinco livreiros trabalham para editoras especializadas em livros sobre pormenores sórdidos acerca do Partido Comunista e dos seus líderes, bem como batalhas internas pelo poder, e desapareceram em misteriosas circunstâncias quando se encontravam em Hong Kong, na Tailândia ou durante deslocações à China interior.
Todos reapareceram sob custódia chinesa e protagonizaram confissões transmitidas na televisão estatal, uma prática habitual no país e que é muito criticada por organizações de direitos humanos, que consideram que são realizadas sob coação.

Sem autorização

Gui, com passaporte sueco, é dono da editora Mighty Current e tem como sócio Lee Bo, com passaporte britânico. Liu Por era gerente da empresa, Cheung Ji-ping seu assistente e Lam Wing-kei gerente da livraria Causeway Bay Books, propriedade da Mighty Current.
As autoridades chinesas argumentam que Cheung, Lam e Liu enviaram 4.000 exemplares não autorizados a 380 compradores no território chinês desde Outubro de 2014, algo que teriam feito sob a ordem de Gui.
Desconhece-se de que é acusado Lee, mas o livreiro explicou, na sua confissão na televisão, que se tinha deslocado à China por vontade própria para colaborar com uma investigação sobre a sua editora.
A União Europeia já mostrou preocupação com a situação dos cinco livreiros, e sublinhou que, além da questão de direitos humanos, este caso põe em causa “o respeito” para com o princípio “Um país, dois sistemas”, que estipula que Hong Kong e Macau têm mais liberdades que aquelas que existem no resto da China, como é o caso da liberdade de expressão.

4 Mar 2016

Empresa chinesa desiste de aquisição nos EUA por causa de escrutínio

Uma empresa chinesa do ramo tecnológico desistiu de um investimento multimilionário num fabricante de discos rígidos dos Estados Unidos da América devido ao escrutínio imposto por legisladores norte-americanos, noticiou ontem a imprensa estatal da China.
A Unisplendour Corp (UNIS) cancelou uma oferta de 3,8 mil milhões de dólares por aproximadamente 15% da Western Digital, uma empresa sediada no Estado da Califórnia.
A decisão surge após o anúncio de que a Comissão para os Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, no acrónimo em inglês) iria rever o negócio.
Aquele grupo, que inclui responsáveis do Departamento da Defesa, Estado e Segurança Nacional, é responsável por analisar se os investimentos propostos por empresas estrangeiras colocam em causa a segurança dos EUA.
A notícia terá levado a empresa chinesa, subsidiária da estatal Tsinghua Unisplendour Group, a accionar uma cláusula que lhe permite desistir do negócio, segundo um comunicado emitido pela Western Digital.
A CFIUS tem aumentado o escrutínio sobre as empresas chinesas, acompanhando o crescente fluxo de investimento oriundo do “gigante asiático” nos últimos anos.
Em 2014, a China foi o maior país comprador estrangeiro de empresas norte-americanas pelo terceiro ano consecutivo, segundo dados oficiais.
Com este investimento, a Unisplendour passaria a ter um lugar na administração da Western Digital e tornar-se-ia o maior accionista da empresa, cuja área de negócio principal são discos rígidos e dispositivos de armazenamento.

Negócios aéreos

Na semana passada, o grupo chinês HNA – empresa matriz da companhia aérea Hainan Airlines e futuros accionistas da TAP – concordou em pagar 6.000 milhões de dólares pela distribuidora de tecnologia norte-americana Ingram Micro.
A Ingram Micro é responsável pela distribuição de produtos da Apple, Microsoft, IBM e Cisco, entre outras firmas do setor, e tem 200 mil clientes espalhados por cerca de 160 países, segundo o ‘site’ oficial.
Segundo um comunicado emitido em meados deste mês pelo HNA, o grupo compromete-se a realizar um empréstimo de 120 milhões de euros à companhia aérea brasileira Azul, destinado à compra de obrigações convertíveis da TAP a 10 anos.
A empresa assegurará assim 6,4% do direito de voto na TAP e 55% dos benefícios económicos, lê-se na mesma nota.
Além desse empréstimo, com maturidade de 181 dias e taxa de juros anual fixada em 14,25%, o HNA prevê mais um financiamento de 300 milhões de dólares à Azul, visando tornar-se accionista da empresa.
Desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP, em 2012, o montante do investimento chinês em Portugal já ultrapassou os 10.000 milhões de euros.

26 Fev 2016

Mar do Sul | Confirmado “armamento” em ilhas disputadas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China confirmou que mantém armamento numa ilha disputada no Mar do Sul da China, avançou ontem a imprensa estatal, depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusar Pequim de “militarizar” um território estrategicamente vital.
O ministério chinês da Defesa confirma que o país “mantém armamento na ilha há muito tempo”, escreve o Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC).
O mesmo artigo não especifica qual o tipo de armamento.
A cadeia norte-americana Fox News avançou na quarta-feira que a China instalou na semana passada um sistema de lançamento de mísseis terra-ar na ilha Woody, que faz parte do arquipélago Paracel.
Alegadamente rico em petróleo e gás natural, a soberania daquele território é reivindicada por Pequim, Taiwan e Vietname.
“A China tem o direito legal e justo de colocar instalações defensivas nas fronteiras do seu território”, acrescenta o Global Times, acusando a imprensa ocidental de tocar “a mesma cantiga de sempre”, sobre “a ameaça chinesa”.

Da soberania

O “gigante” asiático insiste que tem direitos de soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via marítima estratégica pela qual passam um terço do petróleo negociado internacionalmente.
Nos últimos meses, tem construído ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes do arquipélago Spratly, a sul do Paracel, e alvo de disputa pela China, Vietname, Taiwan, Filipinas, Malásia e Brunei.
“Existem evidências, todos os dias, de que há um reforço da militarização de um género ou outro”, disse Kerry na quarta-feira à imprensa em Washington.
Em editorial, o Global Times reagiu, acusando os EUA de instalar a “maioria dos elementos militares na região”.
Se a China de facto colocou mísseis terra-ar na ilha, “talvez sirvam para desencorajar aviões de combate norte-americanos de realizar voos provocativos na região. Para nós, é um ótimo resultado”, conclui.
 

19 Fev 2016

Grupo accionista da TAP compra distribuidora mundial de tecnologia

[dropcap style=’circle’]O[dropcap] grupo chinês HNA – empresa matriz da companhia aérea Hainan Airlines e futuros accionistas da TAP – vão comprar a distribuidora de tecnologia norte-americana Ingram Micro, por 6.000 milhões de dólares.
A HNA pagará 38,90 dólares por cada acção do Ingram Micro – um valor 31% acima da cotação actual – segundo um comunicado emitido ontem pelo grupo listado em Nova Iorque.
“Com a ajuda do Ingram Micro, o HNA Group terá acesso a oportunidades de negócio em mercados emergentes, com altas taxas de crescimento e retornos”, reagiu, entretanto, o CEO da empresa chinesa, Adam Tan.19216P10T1
Segundo um comunicado emitido há dias pelo HNA, o grupo compromete-se a realizar um empréstimo de 120 milhões de euros à companhia aérea brasileira Azul, destinado à compra de obrigações convertíveis da TAP a 10 anos.
A empresa assegurará assim 6,4% do direito de voto na TAP e 55% dos benefícios económicos, lê-se na mesma nota.
Além desse empréstimo, com maturidade de 181 dias e taxa de juros anual fixada em 14,25%, o HNA prevê mais um financiamento de 300 milhões de dólares à Azul, visando tornar-se accionista da empresa.

Apostar lá fora

Pequim tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica.
A estatal chinesa China National Chemical Corp. ofereceu este mês 43 mil milhões de dólares pela gigante suíça de pesticidas e sementes Syngenta, no que se poderá tornar na maior aquisição de sempre da China no exterior.
A Ingram Micro é responsável pela distribuição de produtos da Apple, Microsoft, IBM e Cisco, entre outras firmas do sector, e tem 200 mil clientes espalhados por cerca de 160 países, segundo o ‘site’ oficial.
A HNA compromete-se ainda a manter a sede da empresa no Estado norte-americano da Califórnia e os actuais membros da administração.

19 Fev 2016

ICBC | Pequim diz-se disposta a cooperar com Espanha

[dropca style=’circle’]A[/dropcap] China está disposta a colaborar com Espanha na investigação à sede do banco chinês ICBC em Madrid, por alegado branqueamento de capitais, e espera que as autoridades espanholas actuem de acordo com a lei.
“Estamos dispostos a manter a comunicação com o lado espanhol”, afirmou ontem um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, numa conferência de imprensa em Pequim.
Hong apelou à justiça espanhola para tratar deste assunto “de acordo com a lei” e recordou que Pequim sempre urge as empresas chineses no exterior a cumprir estritamente com as leis chinesas e do país onde operam.

Operação serpente

A Guarda Civil espanhola deteve na quarta-feira cinco directores do banco estatal chinês ICBC em Madrid, todos de nacionalidade chinesa, e entre os quais consta o diretor-geral da sucursal.
Em causa está uma operação coordenada pela procuradoria anti-corrupção de Espanha e que a imprensa espanhola diz estar relacionada com a investigação Snake, contra a máfia chinesa na região madrilena de Cobo Calleja.
O banco é suspeito de operar uma estrutura criminal que se dedicava a transferir dinheiro para a China, obtido através de contrabando, fraude fiscal e exploração de mão-de-obra, “de maneira a que parecesse legal”.
Executivos e advogados do ICBC deslocaram-se entretanto a Madrid, para cooperar com as autoridades, informou ontem a instituição num comunicado citado pela imprensa chinesa.
A mesma nota acrescenta que o banco sempre cumpriu “com os princípios básicos de gestão e regulamentos contra a lavagem de dinheiro”.
O ICBC abriu portas na capital espanhola em 2011 e opera sob a tutela da central europeia, no Luxemburgo.
Está também presente em Lisboa há alguns anos, mas através de um escritório de representação, sendo conhecida a sua vontade de abrir uma sucursal no país a curto prazo.
Trata-se da maior instituição bancária do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos.

19 Fev 2016

ONG | Número de presos políticos na China triplicou em três anos

O número de presos políticos na China quase triplicou desde que o Presidente Xi Jinping ascendeu ao poder, em 2012, segundo uma das Organizações Não Governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos mais activas no país.
No mesmo período, a China consolidou o seu papel no plano internacional, com iniciativas como o Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII) ou a nova Rota da Seda, nota a Chinese Human Rights Defenders (CHRD), num relatório ontem difundido.
A organização indica que as autoridades chinesas detiveram 22 activistas dos direitos humanos no ano passado por “crimes políticos”, acusados de incitar à subversão contra o poder do Estado, uma cifra igual à soma dos três anos anteriores (quatro em 2014, dez em 2013 e oito em 2012).
Em Janeiro passado, a CHRD confirmou 11 casos de detenção de cidadãos por “subversão”.
O número diz respeito unicamente aos acusados de crimes “políticos”, enquanto a cifra total de detenção de activistas de direitos humanos ascendeu a mais de 700 no ano passado, incluindo aqueles que passaram, no mínimo, cinco dias sob custódia.

Leque alargado

Sob o mandato de Xi, a repressão estendeu-se a grupos que anteriormente contavam com a aprovação do Governo, como feministas ou trabalhadores de ONG que defendem os grupos mais frágeis da sociedade, indica o relatório.
O documento acrescenta que no ano passado se registou um “ataque sem precedentes” contra advogados que trabalham em casos sensíveis.
Só em Julho, uma campanha resultou na detenção para interrogatório ou “desaparecimento” de mais de 300 advogados, entre os quais mais de vinte continuam nas mãos das autoridades, alguns acusados de subversão, o que na China pode resultar em penas até prisão perpétua.
Xi recorreu a nova legislação para justificar a redução de liberdades, como a lei de Segurança Nacional ou a emenda da Lei Criminal, nota a CHRD.
Um dos casos mais mediáticos envolveu a condenação a três anos de prisão de Pu Zhiqiang, activista e defensor dos direitos humanos, por “incitação ao ódio étnico” e “provocação de distúrbios” por comentários que publicou numa rede social.

17 Fev 2016

China | Regulamentos da OMC são cumpridos “fielmente”

Após as manifestações europeias em protesto contra a alegada prática de “dumping” pelas empresas chinesas, Pequim responde que tudo o que faz está de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio

A China assegurou ontem que “cumpre fielmente” com os regulamentos da Organização Mundial do Comércio (OMC), face aos protestos em Bruxelas, que acusam Pequim de praticar concorrência desleal nas suas exportações de aço.
Representantes do sector na Europa saíram na segunda-feira às ruas em Bruxelas para protestar contra a prática de “dumping” – produção subsidiada que mantém o preço abaixo do custo de fabrico – pela China.
Os manifestantes apelaram ainda à União Europeia (UE) para que não conceda o estatuto de economia de mercado ao país asiático.
A China luta pelo reconhecimento de que a “economia de mercado socialista” – um modelo em que os sectores chave da economia permanecem estatais, mas geridos sobre uma base comercial – funciona em pleno, segundo as regras capitalistas.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei, assegurou, entretanto, que Pequim “cumpre fielmente” com as suas obrigações perante a OMC, mas que, por outro lado, também pode exercer os seus “direitos” como membro daquela instância reguladora.

Investigação em curso

Por seu lado, a Comissão Europeia anunciou que usará todos os instrumentos para defender a indústria na Europa.
Na passada sexta-feira, colocou em marcha investigações sobre três produtos siderúrgicos importados do país asiático, para determinar se foram introduzidos no mercado comunitário recorrendo a concorrência desleal.
Os produtos envolvidos são tubos, chapas grossas e produtos de aço planos laminados a quente, com origem na China.
Pequim anunciou no início deste mês planos de reduzir o excesso de produção na indústria do aço chinesa, ao longo dos próximos cinco anos, com um corte anual de entre 100 a 150 milhões de toneladas – 12,5% do total produzido pelo país.
O excesso de capacidade levou nos últimos anos à imposição de sanções comerciais à indústria siderúrgica chinesa por “dumping” em vários mercados de exportação.

17 Fev 2016

Hong Kong indicia 37 pessoas de motim por distúrbios de segunda-feira

Trinta e sete pessoas foram ontem presentes a tribunal em Hong Kong e acusadas individualmente de participação em motim, em conexão com os distúrbios registados na noite segunda-feira, informa a imprensa local.
Um adolescente de 15 anos, que enfrenta a mesma acusação, deverá ser presente a um tribunal juvenil, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).
Entre os acusados está o porta-voz do grupo Hong Kong Indigenous, Edward Leung – apontado como candidato às eleições deste ano para o Conselho Legislativo (LegCo) – e Stephen Ku Bok-him, da revista dos alunos da Universidade de Hong Kong Undergrad.
Derek Lam, um membro do movimento estudantil Scholarism – que esteve envolvido nos protestos pró-democracia em 2014 – integra também o grupo de acusados.
A acusação requereu o adiamento dos casos para 7 de Abril para dar continuidade à investigação da polícia.
O crime de que são acusados é punível com uma sentença de até 10 anos de prisão.
Até quarta-feira, foram detidas 64 pessoas em conexão com os incidentes ocorridos na noite de segunda-feira na zona de em Mong Kok. Destes, foram acusados 35 homens e três mulheres com idades entre 15 e 70 anos.
Os distúrbios, que escalaram de um protesto contra uma tentativa da polícia para dispersar vendedores ambulantes de comida, resultaram em 130 feridos, a maioria polícias, refere a RTHK. Seis pessoas continuavam na manhã de ontem internadas no hospital.
O grupo ‘Scholarism’ disse em comunicado que Derek Lam esteve apenas quatro horas em Mong Kok na noite de segunda-feira e que não participou nos confrontos violentos nem atacou os polícias.
Segundo o Scholarism, agentes tentaram revistar a casa de Derek Lam sem um mandado do tribunal e que a revista não chegou a acontecer porque o seu advogado chegou rapidamente ao local.

Avisos escolares

Em declarações ontem à RTHK, o líder do Scholarism, Joshua Wong, advertiu que Hong Kong pode testemunhar mais incidentes como os motins de Mong Kok, se a abordagem do Governo liderado por Leung Chun-ying, também conhecido por CY Leung, não mudar.
Wong disse que vários partidos políticos e amplos sectores da sociedade condenaram a violência, mas que o Governo deve aceitar a responsabilidade pela divisão social que existe.
Segundo Wong, alguns activistas radicalizaram-se após os protestos pró-democracia de 2014, por considerarem que os movimentos pacíficos não conseguem mudanças.
Também o deputado do Partido Democrático James To disse que prender pessoas não resolve nada e defendeu que é preciso analisar as razões pelas quais tantos jovens desenvolveram um profundo ódio à polícia e às autoridades.
Já o deputado da Liga dos Sociais Democratas Leung Kwok-hung, conhecido por acções radicais dentro e fora do Conselho Legislativo, disse que as pessoas estão fartas de CY Leung, que descreveu como um tirano que não foi eleito pela população.
Por sua vez, o deputado Tam Yiu-Chung, do partido pró-Pequim Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB, na sigla inglesa), apontou os protestos pró-democracia em 2014 como a razão da radicalização dos manifestantes.
Para Tam Yiu-Chung, estes manifestantes estão cada vez mais arrojados nas suas acções, advertindo que este é um caminho perigoso, desencadeado por não terem sido punidos adequadamente.

Sem desculpas

A acção da polícia também está sob escrutínio. Um jornalista do jornal em língua chinesa Ming Pao disse que foi espancado por agentes quando estava a tirar fotografias a um autocarro, apesar de ter gritado repetidamente que era repórter.
Entretanto, o secretário para as Finanças do Governo de Hong Kong, John Tsang, disse acreditar que a violência foi incitada por um pequeno grupo de pessoas irracionais que queriam atacar a polícia.
Também acrescentou que não é apropriado justificar as acções dos atacantes culpando o Governo de CY Leung por má governação, porque não há desculpas para a violência.

12 Fev 2016

China | Mercado financeiro chinês à beira do colapso ?

Kyle Bass, que cometeu o “pecado” de apostar contra os fundos imobiliários de Wall Street alerta para os perigos do mercado financeiro chinês. Uma crise quatro vezes pior do que a americana, com perdas gigantescas no horizonte e a obrigatoriedade da China desvalorizar o yuan em pelo menos 30%, são algumas das revelações

Numa carta dirigida aos investidores, e à qual a Bloomberg teve acesso, Kyle Bass alerta para o facto de que se o sistema bancário chinês perder 10 por cento dos seus activos por via do crédito mal parado, verá desaparecer cerca de 3.5 biliões de dólares de capital. Isto significa que a segunda maior economia mundial poder ver-se obrigada a “imprimir mais de 10 biliões de yuan para recapitalizar a banca e pressionar a moeda para desvalorizar em pelo menos 30% em relação ao dólar”, garante o investidor
Bass, que ganhou uma fortuna ao apostar contra as hipotecas do mercado financeiro norte-americano em 2007, e retratado no recente filme “The Big Short”, tem-se mostrado um às na previsão de colapsos financeiros pois, para além da crise norte-americana previu, em 2010, a crise do mercado obrigacionista japonês. “Estamos a assistir à redefinição do maior macro desequilíbrio que o mundo alguma vez viu” garante Bass na referida carta, avisando ainda que “o crédito na China atingiu o limite de curto prazo e o sistema bancário vai conhecer um ciclo de perdas que terão implicações profundas no resto do mundo.” Bass reforça a ideia dizendo ainda que, “os problemas que a China enfrenta não têm precedentes. São tão grandes que o Governo chinês vai ter de se empenhar a fundo para rectificar os desequilíbrios. Investimentos de risco não é o lugar para se estar quando isto está a acontecer”, diz o investidor que nos últimos 18 meses tem vindo a libertar-se dos seus activos de maior risco, apesar de ter “85% do portefólio investido em produtos relacionados com a China”, como próprio garantiu.

Bomba Relógio

Para Bass, “o epicentro do problema é o sistema bancário chinês e as suas perdas em perspectiva.” Segundo as suas estimativas, “os activos bancários chineses aumentaram 10 vezes na última década, para mais de 34.5 biliões de dólares, e está impregnado de produtos de risco utilizados por instituições financeiras para fugirem aos regulamentos.” O crescimento da banca no país, que estima ter inchado mais de 600% nos últimos três anos — citando dados da UBS Group AG data — “é onde os primeiros problemas de crédito estão a surgir”, garante. Para além disso, “os produtos de gestão de fortunas que têm sido utilizados pelos bancos chineses para cobrirem as folhas de balanço emprestando e atraindo compradores com promessas de garantias e lucros que ultrapassam os depósitos bancários, começam a falhar”, assegura Bass, adiantando ainda que a utilização dos ‘trust beneficiary rights’ – direitos legais para garantir produtos financeiros – “são autênticas bombas relógio, pois são utilizadas pelos bancos para esconderem as suas perdas nos créditos mal parados”.

Padrão de desaceleração

O crescimento da economia chinesa, que se manteve na casa dos 10% durante quase 30 anos, tem vindo a desacelerar desde há cinco atingindo o seu ponto mais baixo em 25 anos em 2015, com uma taxa de 6.9%. Este ano, segundo uma sondagem efectuada pela Bloomberg junto de economistas, prevê-se que baixe ainda mais para os 6.5%. Este abrandamento fica a dever-se à mudança de perfil da economia chinesa que tem vindo a mutar de um padrão de manufactura e investimento para um perfil de serviços e consumo que, segundo os especialistas, não conseguiu ainda equilibrar com o antigo perfil económico do país.
Em Outubro Kyle Bass já tinha previsto que a China iria fazer face a uma contracção de crédito e uma iminente crise bancária na Ásia.

12 Fev 2016

Taiwan | Pelo menos 42 mortos no sismo de sábado

A terra voltou a tremer na antiga Formosa. A ilha está situada junto de duas placas tectónicas e sofre com regularidade o impacto de abalos sísmicos. Na cidade de Tainan, a mais afectada pelo sismo de 6,4 na escala de Richter, um prédio com cerca de 200 apartamentos ruiu completamente
O sismo de sábado no sul de Taiwan matou pelo menos 42 pessoas e 107 continuam desaparecidas, segundo o balanço mais recente das autoridades da ilha.
As equipas de resgate continuam no terreno e estavam desde terça-feira a recorrer a maquinaria pesada para mover os escombros de um dos edifícios que ruíram na cidade de Tainan, depois de terem sido detectados sinais de vida no local, informou o Serviço de Emergências de Taiwan.
“Em Taipe, num caso similar, salvámos pessoas vivas cinco dias depois do terramoto”, sublinhou terça-feira a presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, para defender a manutenção das equipas de resgate no terreno.
Na segunda-feira, foram retiradas dos escombros cinco pessoas com vida, entre elas, uma menina de oito anos e um bebé de seis meses, encontrado nos braços do pai morto.
O sismo de sábado teve uma magnitude de 6,4 na escala de Richter.

Zona de risco

Taiwan está próxima de duas placas tectónicas e é atingida com regularidade por abalos sísmicos.
Em Junho de 2013, um abalo com magnitude 6,3 atingiu o centro da ilha e provocou quatro mortes e deslizes de terra generalizados.
Em Setembro de 1999 um abalo de magnitude 7,6 provocou cerca de 2.400 mortos.
As equipas de socorro continuavam a detectar sinais de vida de pelo menos 15 pessoas, mas o facto de na segunda-feira apenas terem sido resgatados cinco sobreviventes e de terça-feira terem sido encontradas mortas pessoas que há de 24 horas tinham dado sinais de vida reduz a esperança de conseguir retirar vivas muitas mais vítimas.
A maquinaria pesada visa facilitar a abertura de vias entre os escombros, uma vez que com os meios habituais são precisas 10 a 11 horas para que as equipas de socorro consigam avançar um metro.
O edifício Weiguang Jinlong, o único da cidade a ruir completamente durante o tremor de terra, tinha cerca de 200 apartamentos. Pelo menos 210 pessoas foram retiradas dos escombros com vida.

Detido construtor de edifício que ruiu

As autoridades de Taiwan detiveram o construtor de um arranha-céus que ruiu no sismo de sábado matando pelo menos 40 pessoas, depois de indícios de que foram usadas latas e espuma para encher partes da estrutura de betão.
Mais de 100 pessoas continuavam desaparecidas, presumivelmente presas nos escombros do edifício de apartamentos com 16 andares da cidade de Tainan, a mais afectada pelo sismo de magnitude 6,4.
O Ministério Público de Tainan deteve esta terça-feira Lin Ming-Hui, acusado de negligência, e os sócios Chang Kui-Na e Cheng Chin-Kui.
Nos escombros, de onde foram retiradas 40 das 42 vítimas mortais do sismo contabilizadas até ontem, foram encontradas latas vazias e espuma de poliestireno em pilares que deveriam ter sido enchidos com betão.
Os três executivos da empresa de construção Weiguan criaram uma nova empresa depois de declararem falência em 1994, após a conclusão do edifício em causa, segundo a Procuradoria de Tainan.

11 Fev 2016

Zika | Primeiro caso num homem de Jiangxi

As autoridades sanitárias chinesas confirmaram o primeiro caso de infecção com o vírus Zika no país, num homem de 34 anos que esteve na Venezuela e regressou à China a 5 de Fevereiro, noticiou ontem a imprensa oficial.
O infectado está hospitalizado e em quarentena, mas encontra-se já em recuperação, segundo as autoridades.
O homem, natural da província de Jiangxi, no sudeste da China, teve sintomas de febre, tonturas e dores de cabeça a 28 de Janeiro, quando ainda estava na Venezuela, e regressou à terra natal a 5 de Fevereiro, depois de ter feito escala em Hong Kong.
O risco de difusão do vírus é “extremamente baixo” devido às temperaturas frias desta altura do ano na região, asseguraram as autoridades de Saúde chinesas.
Transmitido pela picada de mosquitos do género ‘Aedes’, as autoridades sanitárias suspeitam que o Zika seja a causa de numerosos casos de deformações congénitas em bebés cujas mães foram contaminadas durante a gravidez.
O Brasil é actualmente o país mais atingido no mundo pela epidemia de Zika, com 1,5 milhões de doentes, seguindo-se a Colômbia (22.600 casos).

Emergência mundial

A 1 de Fevereiro, a Organização Mundial de Saúde considerou que o recente aumento de casos de microcefalia e de desordens neurológicas em bebés na América Latina constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional e que existe uma forte suspeita de que o aumento daqueles casos seja causado pelo vírus Zika.
A microcefalia é um distúrbio de desenvolvimento fetal que resulta num perímetro do crânio infantil abaixo do normal, com consequências no desenvolvimento do bebé.
O vírus Zika também é suspeito de causar a síndrome neurológica de Guillain-Barré, que pode causar uma paralisia definitiva.
Os sintomas e sinais clínicos da infecção pelo vírus, transmitida (de forma comprovada) aos seres humanos por picada de mosquitos infectados (na América Latina através do ‘Aedes aegypti’, também vector de transmissão do vírus do Dengue, da febre Chikungunya e da Febre Amarela), são muito parecidos com os da gripe, provocando febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares.Geralmente, os sintomas começam a desaparecer quatro ou cinco dias depois.
O período normal de incubação varia entre três a 12 dias.

11 Fev 2016

Bolsa de Chicago comprada por grupo chinês

A Bolsa de Chicago (CHX) anunciou esta semana ter sido adquirida por um grupo de investidores liderados pelo Chongqing Casin Enterprise Group (Grupo Casin). A operação foi aprovada unanimemente pela direcção daquela instituição financeira apesar de ainda estar sujeita a ser confirmada pelo sistema regulador. A aquisição definitiva espera-se que seja consumada na segunda metade deste ano. Os termos da transacção não foram divulgados mas o presidente e director executivo da CHX, John Kerin, disse que “depois de uma análise aprofundada de várias alternativas estratégicas, acreditamos que esta aquisição será a melhor solução para os nossos clientes, accionistas e para a comunidade comercial no seu todo.” Kerian adiantou ainda que “com a entrada destes novos investidores teremos recursos adicionais para ir atrás de novas oportunidades de negócios como o lançamento do nosso produto de leilão on-demand, CHX|snap, na Primavera de 2016.
Shengju Lu, o líder do Grupo Casin sediado em Chongqing, considera “uma honra sermos parceiros da CHX” adiantando ainda que “revimos os planos da CHX para aumentarem a sua quota de mercado através de novas iniciativas de crescimento e damos-lhes todo o apoio.” O empresário chinês esclarece ainda que “em conjunto temos uma oportunidade única de desenvolver os mercados financeiros na China a longo prazo e de proporcionar e de introduzir empresas chinesas em crescimento aos investidores norte-americanos.”
O grupo chinês pretende preservar a base de operações da actual plataforma comercial da CHX que consideram ter demonstrado estar na vanguarda, ser veloz e administrar um sistema fiável. Na sequência da aquisição, John Kerin manterá a posição como presidente e director executivo e aguarda que os restantes membros da direcção também continuem nos seus lugares.

Partes envolvidas

A Bolsa de Chicago foi fundada em 1882 e é uma das plataformas financeiras de serviço completo mais antigas nos Estados unidos orgulhando-se de oferecer uma tecnologia robusta e de elevada performance. O Grupo Casin é uma entidade privada fundada em 1997 com sede em Chongqing, especializada no sector imobiliário, na protecção ambiental, em infra-estruturas municipais e construção. Tem actualmente 821 funcionários e, para além da China continental, distribui as suas operações em lugares como Hong Kong, Sidney e agora nos Estados Unidos da América.

11 Fev 2016

Kuomintang analisa resultados eleitorais e diz que perdeu apoios

Depois da estrondosa derrota eleitoral, os herdeiros da Aliança Revolucionária, reuniram-se para perceber o que correu mal e chegaram à conclusão que perderam o apoio do público

O Kuomitang, um dos partidos mais antigos e ricos do mundo, publicou ontem um relatório sobre a pesada derrota nas eleições de 16 de Janeiro.
No relatório, apresentado na quarta-feira, à porta fechada, na reunião do seu Comité Permanente, foram identificadas como principais causas da derrota os erros na “adopção de políticas pelo governo”, muito impopulares, a “falta de comunicação eficaz” e discórdias internas.
O KMT, que controlou o Parlamento (Yuan) até este ano, mas não a presidência de 2000 a 2008, teve um claro apoio popular até 2012, data em que venceu as eleições presidenciais e legislativas, refere o relatório, citado pela agência Efe.
Segundo o documento, desde 2012, uma série de políticas, como os impostos sobre as receitas de capital, a subida dos preços do gás e da electricidade e a tentativa de forçar a aprovação legislativa de um acordo de serviços com a China beliscaram a popularidade do KMT.
A morte em 2013 de um soldado por castigos excessivos pouco antes do final do seu serviço militar, vários incidentes de segurança alimentar, os altos preços da habitação, o aumento do fosso entre ricos e pobres e a paralisação dos salários inflamaram a ira pública, de acordo com o relatório.
Não valorizar a influência dos meios de comunicação social e fóruns da Internet, é outro dos pecados elencados, o que fez com que perdesse a oportunidade de manifestar e clarificar a sua posição, criando uma brecha com a opinião pública.
A falta de consenso interno, a má distribuição dos benefícios da aproximação económica à China e o incidente da cantora taiwanesa Chou Tzu-yu, que sofreu pressões por parte da China depois de exibir uma bandeira nacional num programa de televisão da Coreia do Sul, em vésperas das eleições, também contribuíram para a derrota eleitoral, segundo o relatório.

Agora vai ser mais difícil

“O KMT depara-se agora com desafios mais difíceis do que quando perdeu, pela primeira vez, as eleições presidenciais em 2000, e temos de enfrentar o facto de que perdemos o apoio do público”, conclui o documento.
O KMT, fundado na China em 1911, foi o principal impulsionador da revolução chinesa do ano seguinte, a qual colocou um ponto final à dinastia imperial Qing e estabeleceu a República.
Depois de perder a guerra civil com os comunistas em 1949, o partido mudou-se para Taiwan, onde governou de forma autoritária até à década de 1980, avançando depois para a transição democrática. Desde as primeiras eleições legislativas democráticas (1992) e as primeiras presidenciais directas (1996) até 2000, o KMT controlou a presidência e o Parlamento da Ilha Formosa e só perdeu a maioria parlamentar no mês passado.

10 Fev 2016

Ex-editor do Diário do Povo arrasa censores

Uma das principais vozes do movimento de reforma da era de Deng Xiaoping e ex-editor delegado do Diário do Povo avisa que a supressão da diversidade de opiniões está a prejudicar a reforma

‘Estão a ir longe demais” disse Zhou Ruijin, também conhecido pelo pseudónimo Huang Fuping, acusando os chefes da propaganda chinesa de intervirem demasiado. Estas declarações surgiram no sitio Ifeng.com e foram retiradas de um conjunto de comentários do reformista publicados o mês passado no continente.
Zhou emergiu no princípio da década de 90 assinando crónicas em defesa da politica de reforma de Deng Xiaoping quando a China vivia um período de profundo conservadorismo político e tornou-se numa voz muito influente.
Esta critica à acção dos censores surge numa altura em que as autoridades chinesas têm vindo a apertar o cerco aos média e a intensificar a propaganda ideológica no continente. Zhou concorda com o Presidente Xi Jinping na necessidade de aumentar os esforços de propaganda mas acha que os responsáveis da censura estão a ir longe demais, dizendo que o que se vive agora é “uma discrepância da ideia de reforma”. E vai mais longe: “Para ser franco, alguns líderes da propaganda do partido gerem a imprensa como se fosse um horário de comboios, intervindo directamente na abordagem e nos procedimentos da produção de notícias. Alguns chefes da propaganda … até dão ordens como se fossem editores de jornais.”

Acção intensa

Pequim tem vindo a aumentar o controle sobre os média e a internet desenvolvendo em simultâneo uma agressiva campanha ideológica. As universidades Chinesas foram obrigadas a banir livros que promovessem os valores ocidentais e membros do partido punidos por “comentários impróprios às politicas do governo central”, lê-se no artigo do Ifeng.com. Uma grande quantidade de gente, onde se incluem celebridades e advogados dos direitos humanos, têm vindo a ser obrigados a desfilar nas televisões estatais para confessarem alegadas ofensas mesmo ainda antes de terem sido ouvidos em foros judiciais. Zhou opõe-se a esta abordagem administrativa “hiper-simplificada e mesmo crua” para lidar com os problemas, tais como as “vagas de campanhas, supressões estritas e humilhações públicas”.
Segundo o reformista, “intervir com um violento aparelho [de estado] à mínima provocação, pedir aos média públicos que sirvam de magistrados, deitarem websites abaixo, apagarem mensagem nas redes sociais e bloquearem contas vão contra a tendência corrente da campanha de um Estado de Direito”, acrescentando que “numa fase de transição social é normal que existam visões diferentes e discussões no campo ideológico e que o público emita as suas opiniões sobe o aprofundamento das reformas. Devem ser guiados e não reprimidos”, sentencia. Vai ainda mais longe dizendo que “a liberdade de expressão dos cidadãos, conforme garantida pela constituição, deve ser protegida” e que “o tempo da opinião pública uniforme é coisa do passado.”
Para além de Zhou, dois outros reformistas influentes – Shi Zhihong and Ling He – escrevem sob o pseudónimo Huang Fuping.

10 Fev 2016