Estudo | Singapura ultrapassa Estados Unidos a atrair investimento chinês

O índice China Going Global Investment de 2017 do jornal The Economist mostra que os Estados Unidos deixaram de ser o principal foco de investimento estrangeiro de Pequim. Singapura passou a ocupar o primeiro lugar, enquanto Hong Kong ocupa o terceiro lugar do pódio, num ano em que o investimento no estrangeiro caiu cerca de 40 por cento, sendo expectável que volte a subir no futuro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o longo dos últimos anos, a economia chinesa tem inundado uma multitude de mercados estrangeiros com investimentos milionários. Primeiro com empresas estatais a conquistarem sectores económicos estratégicos e a comprar dívida externa, mais tarde com o sector privado abrir os cordões à bolsa para comprar o que lhes aparecia à frente.

Independentemente da ajuda, ou da coordenação de interesses privados com a cúpula de poder de Pequim, as empresas chinesas investiram fortemente em economias estrangeiras. Que o diga Portugal, o país da União Europeia com maior peso de investimento chinês no PIB local, chegando aos 3,3 por cento em 2011 durante os dias da total sangria de privatizações movidas pelo resgate financeiro à economia portuguesa.

Ao dinheiro chinês estatal gasto nas privatizações da EDP e REN, juntaram-se os milhões privados para a aquisição da seguradora Fidelidade e de empresas do ramo da saúde como as unidades hospitalares da Luz Saúde. Já para não falar dos avultados investimentos na frágil banca portuguesa, com a aquisição da maioria do capital do BCP pelo grupo Fuson e da venda do BES Investimento e no BANIF.

Seguindo as directivas de Xi Jinping, no ano passado o investimento externo em interesses estrangeiros bateu todos os records, ultrapassando os 200 mil milhões de dólares, depois de fortes incentivos de Pequim para aumentar a influência chinesa nos mercados internacionais. Uma tendência que se inverteu este ano, com uma queda considerável do investimento. Portugal passou do lugar 32 em 2015 para 48 na lista dos países onde a China injectou capital.

Montanha chinesa

Entretanto, as aquisições de empresas e dívida abrandaram nos primeiros nove meses deste ano, com o Governo chinês a colocar água na fervura da sangria de capitais para fora do país que estava a colocar uma grande pressão sob o yuan.

De acordo com o Ministro do Comércio chinês, o investimento no estrangeiro em países abrangidos pelo projecto “Uma Faixa, Uma Rota” cresceu 18,2 por cento para 14,8 mil milhões de dólares em 2015. Em 2016, esse valor contraiu 2 por cento, para 14,5 mil milhões de dólares. Entre, Janeiro e Setembro, os investimentos em países do projecto que recria a Rota da Sede caiu 13,7 por cento. No total, o investimento no estrangeiro caiu 40 por cento nos primeiros nove meses de 2017, de acordo com o China Going Global Investment.

A política de estabilização cambial fez com que algumas aquisições de grande montante fossem travadas, como por exemplo os investimentos da gigante Dalian Wanda Group em imobiliário e entretenimento em países como os Estados Unidos.

Outro dos factores de arrefecimento do investimento chinês no estrangeiro prende-se com algumas tensões que surgiram nas relações bilaterais e de comércio externo com países como os Estados Unidos, que perdeu o primeiro lugar da lista de investimentos, e a Índia, que caiu oito lugares. O caso indiano tem algum destaque no relatório do The Economist uma vez que é um dos países com melhores perspectivas de crescimento dentro do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”. Além disso, os gigantes dos sectores da electrónica e comunicações Xiaomi e Huawei estabelecerem negócios bem sucedidos na Índia.

Noutro prisma, perspectivas negras de desenvolvimento económico e problemáticas políticas domésticas motivaram o abrandamento do investimento chinês em países como o Brasil e o Reino Unido na sequência do Brexit.

Este ano, Singapura passou a ser o primeiro destino estrangeiro do capital chinês, ultrapassando os Estados Unidos que caíram para segundo lugar. Hong Kong está em terceiro lugar, enquanto a Malásia (que subiu 16 lugares) e Austrália ocupam o quarto e quinto posto, respectivamente.

Pode-se ler no relatório que “Malásia e Singapura destacam-se como países atractivos do projecto Uma Faixa, Uma Rota, providenciando bom ambiente para investimento, assim como oferecendo oportunidades e baixos níveis de risco”.

Recolher as fichas

Um dos elefantes na sala financeira da segunda maior economia mundial é a enorme dívida acumulada desde o crise financeira global de 2007. Ao longo da década de grande crescimento económico chinês, Pequim acumulou uma quantidade considerável de dívida. Em particular a dívida empresarial, que no ano passado ascendeu a 234 por cento do PIB chinês, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional.

Aliás, como resultado desta tendência, duas das mais influentes agências de classificação de risco de crédito, Moody’s e S&P, baixaram o rating da China.

A descida dos investimentos chineses também se ficou a dever à política de Pequim para prosseguir uma campanha de aquisições estrangeiras com maior racionalidade. Em primeiro lugar, o Governo de Xi Jinping proibiu investimentos nas indústrias do jogo e sexo. Os sectores do imobiliário, hotelaria, cinema e desporto passaram a ser sujeitos a restrições impostas pelo Conselho de Estado chinês, em contrapartida encorajou-se o investimento em países do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.

Ao mesmo tempo, Pequim apontou como um dos objectivos para as companhias nacionais o investimento global em tecnologias de ponta, como carros eléctricos, tecnologia financeira e energias renováveis. Nesse aspecto importa referir que os gigantes Tencent e Alibaba têm investido bastante em start-ups espalhadas pela Ásia inteira.

Novas estrelas

Desde o último índice China Going Global Investment, de 2015, ficou demonstrado que apesar do investimento chinês dar primazia à estabilidade de mercados já desenvolvidos, este ano os países em desenvolvimento foram os que registaram maiores subidas de investimento, principalmente aqueles inseridos no projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.

Daí as ascensões meteóricas no ranking de países como a Malásia, Cazaquistão, Tailândia e Irão.

O relatório elaborado pela equipa do The Economist aponta 2017 como um ano de acerto, principalmente tendo em conta o fortalecimento de supervisão e regulamentos aos investimentos estrangeiros. Assim sendo, o relatório indica que esta queda de investimento deve ver temporária, mantendo-se o desejo de conquistar novos mercados e adquirir marcas, patentes e tecnologia.

Dan Wang, analista chinês que participou na elaboração do índice, refere que “ainda é uma altura excitante para observar a expansão internacional da economia chinesa”. No entanto, o analista adverte que “as empresas precisam ser mais selectivas quanto às regiões e Estados onde investem”.

O caso do Japão é também de assinalar. Apesar da queda de sexto lugar no ranking para 14º, as relações diplomáticas entre Pequim e Tóquio têm melhorado, apesar de destabilizações episódicas. Ainda assim, uma sondagem do ano passado mostrava que apenas 11,3 por cento dos japoneses têm uma visão positiva da China.

Mas há sobretudo uma razão estrutural para a posição do Japão na lista de países que mais captam investimento chinês. Pode-se ler no relatório que “os Estados Unidos e Japão mantém as suas posições no ranking devido às oportunidades de aquisição de tecnologia e marcas que oferecem às empresas chinesas, através de fusões e aquisições”. Por outro lado, países como a “Índia e o Irão são mercados de desenvolvimento económico acelerado nos quais as empresas chinesas têm boas chances de serem competitivas”.

Apesar de Hong Kong estar entre as três regiões que mais investimento chinês conseguem captar, Macau não entra na lista do The Economist.

11 Dez 2017

Bloqueio marítimo é “declaração de guerra” para Coreia do Norte

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte advertiu ontem que um bloqueio marítimo seria “uma declaração de guerra”, numa referência a uma das novas sanções que os Estados Unidos planeiam impor a Pyongyang após o recente lançamento de um míssil balístico. “As movimentações dos Estados Unidos para impor um bloqueio marítimo nunca podem ser toleradas, porque constituem uma clara violação da soberania e dignidade de um Estado independente”, diz um artigo de opinião publicado ontem no diário oficial Rodong Sinmun.

 

Washington “tenta abertamente impor um bloqueio marítimo contra a RPDC [República Popular Democrática de Coreia, nome oficial do país] para estrangular a sua economia em tempos de paz”, algo que, realça o mesmo artigo, faz parte do plano que os Estados Unidos aplicam “há décadas” para “aumentar o isolamento” da Coreia do Norte. O artigo, também reproduzido pela agência de notícias estatal KCNA, assinala que os tratados internacionais estabelecem que o bloqueio económico de um país em tempos de paz configura “um acto ilegal” sendo, aliás, “considerado como invasão”.

As novas sanções que Washington promove e as manobras aéreas levadas a cabo esta semana na península coreana – as maiores até à data – representam “abomináveis actos criminosos que visam empurrar a actual situação para uma fase de catastrófica e incontrolável de guerra”, sublinha Pyongyang. Neste sentido, o artigo adverte o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o “seu gangue”, de que “até o mais pequeno movimento para pôr em prática um bloqueio marítimo terá uma resposta imediata e implacável de autodefesa por parte da RPDC”.

 

O pior é o outro menino

Entretanto, o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Políticos terminou sábado a visita à Coreia do Norte, durante a qual ambas as partes acordaram “manter contactos de forma regular a vários níveis”, segundo os ‘media’ norte-coreanos. Pouco depois de o emissário da ONU ter deixado hoje Pyongyang, com destino a Pequim, os ‘media’ estatais norte-coreanos fizeram um balanço da visita de cinco dias, destacando o “profundo entendimento” entre as partes, insistindo que a actual crise na península coreana figura como consequência da “hostilidade” dos Estados Unidos.

Durante os encontros, a RPDC “clarificou a sua posição relativamente à salvaguarda da paz na península coreana e sobre a legitimidade das Nações Unidas”, escreveu a agência de notícias KCNA. Para Pyongyang, “a tensa situação na península é da inteira responsabilidade da política hostil dos Estados Unidos e das suas ameaças nucleares contra a RPDC”. Washington “revelou o seu esquema para executar um ataque nuclear preventivo de surpresa contra a RPDC, através dos maiores exercícios aéreos realizados até à data, envolvendo todo o tipo de bombardeiros estratégicos”, enfatizou o regime liderado por Kim Jong-un durante as reuniões com o norte-americano Jeffrey Feltman, segundo os ‘media’ norte-coreanos.

A delegação da ONU, por seu lado, manifestou a intenção de “ajudar a reduzir as tensões na península da Coreia à luz da Carta das Nações Unidas, que estabelece a missão de manter a paz e da segurança internacionais”, ainda de acordo com a KCNA. Feltman protagonizou a primeira visita de um responsável de Assuntos Políticos da ONU à Coreia do Norte desde o seu antecessor, o também norte-americano Lynn Pascoe, em Fevereiro de 2010.

11 Dez 2017

Xi Jinping promete China mais aberta ao mundo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, assegurou ontem que a China facilitará o comércio e investimento e estabelecerá um novo padrão de abertura ao mundo com novas alianças globais e maior liberalização económica.

Numa mensagem enviada ao Fórum Fortune Global, que arrancou ontem em Guangzhou, cidade do sul da China, Xi incitou as empresas estrangeiras a investir na China e a partilhar as oportunidades geradas pelas reformas e desenvolvimento do país.

“A China não fechará a porta ao mundo e continuará a forjar alianças globais, expandir interesses comuns com outros países e a impulsionar uma globalização económica mais aberta, inclusiva, equitativa e benéfica para todos”, afirmou.

Pequim tem assumido a defesa do livre comércio e da globalização, numa altura em que a liderança de Donald Trump, nos Estados Unidos, e o ‘Brexit’, na Europa, sugerem a emergência do proteccionismo nos países ocidentais.

No entanto, apesar da retórica da liderança chinesa, as empresas acusam a China, o maior mercado do mundo para vários bens de consumo e serviços, de interditar o acesso de capital externo a vários sectores, incluindo finanças e telecomunicações.

O país asiático ocupa o 59.º lugar, entre 62 países, do ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro.

Na mensagem difundida pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi Jinping disse que o país facilitará o comércio e investimento, visando maior integração da China no mundo e um ambiente de negócios mais aberto, transparente e regulado.

7 Dez 2017

Taiwan aprova lei para apagar símbolos de sua história autoritária

Chang Kai-chek e outros símbolos do regime nacionalista e do “terror branco” vão ser retirados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s símbolos criados em homenagem ao ex-ditador nacionalista taiwanês Chang Kai-chek serão retirados da ilha após a aprovação de uma lei que pretende fechar um capítulo de seu passado autoritário. Os deputados taiwaneses aprovaram na terça-feira uma lei sobre a “justiça transicional”, que prevê a retirada obrigatória de todos os símbolos de homenagem e dos monumentos dedicados ao polémico dirigente. Estátuas serão derrubadas e os nomes de muitas ruas e escolas serão modificados.

A lei também abre o caminho para uma investigação exaustiva sobre o “terror branco” registado em Taiwan a partir de 1949, quando os nacionalistas do partido Kuomintang (KMT) fugiram da China continental após sua derrota às mãos das tropas comunistas de Mao Zedong. De 1949 a 1987, quando foi revogada a lei marcial, milhares de pessoas consideradas hostis ao governo foram torturadas e assassinadas sob o mandato de Chang e de seu filho.

Alguns taiwaneses lutam há muito tempo para limpar os nomes das pessoas que foram presas injustamente e das vítimas executadas, assim como para que os autores dos crimes sejam denunciados publicamente.

O governo autoritário de Chang Kai-chek deve ser “expurgado de toda legitimidade” porque viola a liberdade e a democracia, afirma a lei. “Com este objectivo, instituições, escolas, edifícios e espaços públicos não poderão contar com símbolos comemorativos do reinado autoritário”, destaca o texto. “Os símbolos e os sinais relacionados a este deverão ser retirados, renomeados ou eliminados”.

A presidente Tsai Ing-wen deverá ratificar a lei nas próximas duas semanas.

7 Dez 2017

Coreia do Sul : UE criticada por inclusão em lista de paraísos fiscais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério das Finanças da Coreia do Sul criticou ontem a União Europeia (UE) por incluir o país na lista negra de paraísos fiscais, argumentando que essa decisão “não está em conformidade com padrões internacionais”. Os ministros da Economia e Finanças da União Europeia (UE), reunidos na terça-feira em Bruxelas, adoptaram uma “lista negra” de 17 paraísos fiscais, por serem consideradas jurisdições não cooperantes, entre as quais figura a Coreia do Sul.

A inclusão da quarta economia da Ásia surge em resposta ao facto de ter “regimes fiscais preferenciais prejudiciais e de não se ter comprometido a corrigi-los ou aboli-los antes de 31 de Dezembro de 2018”, de acordo com o documento emitido pelo Ecofin.

Segundo um comunicado publicado hoje pelo Ministério das Finanças da Coreia do Sul, “a UE decidiu que o regime fiscal [de isenções] para empresas estrangeiras em zonas económicas especiais e outras zonas designadas” que se aplica na Coreia do Sul “entra dentro da classificação de regime tributário preferencial”.

Seul considera, no entanto, que “estas decisões da UE não se encontram em conformidade com padrões internacionais como os da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] e também vão contra acordos internacionais”.

Entre outros, o executivo sul-coreano advoga que, segundo o projecto BEPS [sigla do Plano de Acção para o Combate à Erosão Tributária e à Transferência de Lucros da OCDE], o sistema de apoio ao investimento sul-coreano não cai na qualificação de ‘regime preferencial’”.

Também considera que o bloco dos 28 estendeu o foco de aplicação ao sector manufactureiro quando, segundo Seul, os critérios do BEPS geralmente apenas limitam sectores como o financeiro ou de serviços.

A “lista negra” inclui Samoa Americana, Bahrein, Barbados, Granada, Guam, Coreia do Sul, Macau, Ilhas Marshall, Mongólia, Namíbia, Palau, Panamá, Santa Lúcia, Samoa, Trinidad e Tobago, Tunísia e Emirados Árabes Unidos. Além da lista de 17 jurisdições consideradas não cooperantes, a UE elaborou uma lista “cinzenta” de 47 jurisdições que se comprometeram a cumprir os critérios exigidos e que serão reavaliadas, entre as quais se conta Cabo Verde.

7 Dez 2017

EUA e Coreia do Sul insistem em exercícios militares

China e Rússia haviam proposto que EUA e Coreia do Sul desistissem de grandes exercícios militares em troca da suspensão dos programas de armas da Coreia do Norte. Nada feito

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos e a Coreia do Sul realizaram exercícios aéreos conjuntos de larga escala nesta segunda-feira, um gesto que, segundo a Coreia do Norte, deixará a Península Coreana “à beira da guerra nuclear” e que ignorou pedidos de cancelamento feitos por Rússia e China.

As manobras acontecem uma semana depois de Pyongyang dizer que testou o seu míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) mais avançado e capaz de alcançar os EUA, parte de um programa de armas que vem desenvolvendo em desafio a sanções e críticas internacionais.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse ser “lamentável” que todas as partes não tenham “aproveitado a janela de oportunidade” apresentada por dois meses de calma relativa antes do lançamento norte-coreano mais recente.

China e Rússia haviam proposto que EUA e Coreia do Sul desistissem de grandes exercícios militares em troca da suspensão dos programas de armas da Coreia do Norte. Pequim classifica a ideia formalmente como proposta de “suspensão dupla”.

Os exercícios anuais EUA-Coreia do Sul, baptizados de Ás Vigilante, decorrerão até sexta-feira; e seis caças anti-radar F-22 Raptor estarão entre as mais de 230 aviões participantes.

No domingo o Comité de Reunificação Pacífica do País norte-coreano chamou o presidente norte-americano, Donald Trump; de “louco” e disse que as manobras “levarão a situação já crítica na Península Coreana à beira da guerra nuclear”.

Caças F-35 também se envolverão nos exercícios, que incluirão o maior número de caças de quinta geração; que já participaram do evento, segundo um porta-voz da Força Aérea dos EUA baseado na Coreia do Sul.

Cerca de 12 mil efectivos, inclusindo dos Fuzileiros Navais e da Marinha, juntar-se-ão às tropas sul-coreanas. Os aviões partirão de oito instalações militares dos EUA e da Coreia do Sul. Reportagens dos medias sul-coreanaos disseram que bombardeiros B-1B Lancer podem juntar-se aos exercícios nesta semana. Mas o porta-voz da Força Aérea norte-americana não as confirmou.

Na semana passada Trump disse que sanções adicionais de peso serão impostas a Pyongyang em reacção a seu teste de ICBM. No início deste mês o presidente inclui o regime numa lista de patrocinadores estatais do terrorismo, uma designação que permite a impor mais sanções.

6 Dez 2017

Punidos mais de 260 mil funcionários por violarem código do Partido Comunista Chinês

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 260 mil funcionários chineses foram punidos nos últimos cinco anos por violarem a “política de frugalidade” imposta pela liderança do país, informou ontem o órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista da China (PCC).

Até Outubro passado, as agências de inspecção do partido investigaram 193.200 casos envolvendo “extravagâncias” ou “estilos de trabalho indesejáveis”, informou a mesma fonte num comunicado citado pela imprensa chinesa.

O código de frugalidade do PCC foi publicado em 4 de Dezembro de 2012, logo após a ascensão de Xi Jinping a secretário-geral da organização.

A campanha condena explicitamente os quadros dirigentes que dão ou recebem presentes. Organizar extravagantes recepções, casamentos ou funerais com dinheiros públicos também passou a ser punido.

A “política de frugalidade” afectou sobretudo marcas e restaurante de luxo, com hotéis de cinco estrelas a tentar deliberadamente reduzir a sua classificação para quatro ou três estrelas, para não perderem hóspedes entre os funcionários do partido.

Entre os referidos casos, 29 envolveram altos quadros do regime, segundo o comunicado.

Sob a direcção de Xi Jinping, a China lançou a mais ampla e longa campanha anticorrupção de que há memória no país.

Mais de 400 altos quadros do partido e altas patentes do exército foram investigados pela Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC, entre os quais 43 integravam o Comité Central do partido – os 200 membros mais poderosos do regime – e nove pertenciam ao próprio órgão anticorrupção.

Os casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang, um ex-presidente da Comissão Militar Central e o ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao.

6 Dez 2017

China | Papa Francisco manifesta disponibilidade para visita oficial

O Papa não esconde o seu desejo de visitar o País do Meio. Mas as relações entre o Vaticano e Pequim ainda não foram totalmente regularizadas. Por outro lado, notícias de perseguições a cristãos não ajudam a acalmar a fogueira

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ssegurando que “não está” nada “em preparação”, o Papa Francisco manifestou a sua disponibilidade para visitar oficialmente a China. A declaração, aos jornalistas, aconteceu no passado sábado, dia 2 de Dezembro, a bordo do avião de regresso a Roma depois da viagem ao Bangladesh e a Myanmar. “A viagem à China não está em preparação: fiquem tranquilos, no momento não está em preparação”, afirmou o Santo Padre, sublinhando que este seu desejo “não é”, porém, “segredo” para ninguém.

No diálogo com os jornalistas no avião, uma prática comum nas viagens papais, Francisco fez algumas referências às negociações em curso entre o Vaticano e as autoridades chinesas para a regularização das relações entre os dois Estados. Afirmando que “é necessário ter paciência”, o Papa explicou que as negociações “são de alto nível cultural”, dando como exemplo uma “Mostra dos Museus chineses” que está a decorrer actualmente no Vaticano.

No entanto, as negociações existentes vão para além das questões meramente culturais. “Existe diálogo político, sobretudo pela Igreja chinesa, com aquela história da Igreja Patriótica, a Igreja clandestina, que se deve caminhar passo a passo, com delicadeza, como já está sendo feito, lentamente”.

Assegurando que “as portas do coração estão abertas”, o Santo Padre fez questão de sublinhar que, para o sucesso do diálogo com as autoridades chinesas, “é necessário ter paciência”. É neste contexto que o Papa Francisco afirmou “que fará bem a todos uma viagem à China”. E acrescentou: “Eu gostaria muito de fazê-la”.

O diálogo entre o Vaticano e Pequim reveste-se de particular dificuldade, até porque continuam a ser visíveis os ataques que as autoridades continuam a fazer à comunidade cristã neste gigantesco país asiático. Ainda recentemente, no passado mês de Novembro, a Fundação AIS dava conta que as autoridades de Yugan, uma cidade situada na província de Jiangsi, estavam a obrigar os cristãos a substituir símbolos religiosos, como por exemplo retratos de Jesus Cristo, por retratos do presidente Xi Jinping.

De acordo com o jornal South China Morning Post, que se publica em Hong Kong, esta medida já afectou “milhares de cristãos” que se viram forçados a ceder às autoridades comunistas sob pena de poderem vir a deixar de receber “subsídios” de desemprego e de combate à pobreza. Esta campanha visa, ainda segundo o referido jornal, “transformar” os cristãos em “crentes no Partido” que lidera os destinos da China. Este ataque contra a comunidade cristã em Yugan pode ser visto como estando integrado numa estratégia mais vasta de cerco às actividades da Igreja neste país.

De facto, ainda em Março, a Fundação AIS dava conta da prisão de alguns cristãos na província de Liaoning, no nordeste da China, por estarem envolvidos na distribuição de literatura religiosa, tendo-se registado, ainda este ano, a expulsão de pelo menos 32 missionários sul-coreanos de Yanji, uma região situada no nordeste da China perto da fronteira com a Coreia do Norte, onde realizavam trabalho humanitário há mais de uma década.

Também este ano, foi detido o líder de uma igreja protestante sob a acusação de ter “divulgado segredos de Estado”. O referido cristão, o pastor Yang Hua, da igreja “Living Stone Church”, em Guizhou, foi condenado pelo Tribunal a cumprir pena de prisão de dois anos e meio.

Paralelamente a estes episódios, continua a verificar-se, em diversas regiões da China, uma campanha de demolição de cruzes e de outros símbolos cristãos em Igrejas e casas de culto, que tem provocado também os mais profundos protestos por parte das comunidades cristãs locais, especialmente as que se mantêm fiéis ao Santo Padre. Na China, recorde-se, há uma comunidade cristã muito activa, apesar de “clandestina”, que se mantém fiel ao Papa, e que tem sofrido, desde o advento do regime comunista, a perseguição por parte das autoridades.

Vaticano e Pequim não têm relações diplomáticas, sendo que a China tenta controlar, de alguma forma, a vida religiosa do país tendo instituído para isso a “Associação Patriótica Católica”, que nomeia os prelados à revelia da autoridade do Bispo de Roma e que são considerados, por isso, como “ilegítimos” pelo Vaticano.

As negociações entre os dois Estados são vistas com cepticismo por alguns sectores da Igreja na própria China. No final do mês passado, a Fundação AIS dava conta, igualmente, das críticas proferidas pelo cardeal emérito de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, durante uma celebração em memória de um sacerdote da Igreja Clandestina, Yu Heping, que morreu em circunstâncias misteriosas há cerca de dois anos.

O Cardeal Zen afirmou então ter ficado “chocado” com os pormenores que conseguiu apurar, através de várias fontes, sobre as negociações sino-vaticanas, assegurando que haveria um plano “malévolo” para permitir a substituição dos Bispos fiéis a Roma pelos nomeados por Pequim. D. Zen Ze-kiun afirmou que, a ser verdade, esta informação é “chocante”. E acrescentou: “É o começo do fim”.

Esta não é a primeira vez que o Cardeal de Hong Kong acusa o Vaticano de ingenuidade nas negociações com as autoridades da China. O Cardeal emérito afirmou que a Santa Sé tem receio de ofender Pequim. Isso explicaria, por exemplo, a ausência de condenação, por parte do Vaticano, em relação à morte misteriosa do padre Yu Heping, ou à campanha de demolição de cruzes em edifícios da Igreja na província de Zhejiang.

6 Dez 2017

Pequim aprecia compromisso da Mongólia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China aprecia a posição da Mongólia de aderir “com firmeza” à política de Uma Só China e de que respeitará os interesses fundamentais e as principais preocupações da China sobre assuntos relacionados com o Tibete, Xinjiang e Taiwan, declarou na segunda-feira em Pequim o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. Wang fez a declaração depois de conversar com o ministro das Relações Exteriores da Mongólia, Damdin Tsogtbaatar, que está de visita à China.

“A China e a Mongólia são vizinhos amigos”, disse Wang. “O novo governo da Mongólia enviou uma clara mensagem à China sobre a manutenção da confiança mútua e o modo apropriado de abordar assuntos sensíveis, e o país expressou uma forte esperança de aprofundar a cooperação com a China”, acrescentou o ministro.

Wang indicou que a China dá as boas-vindas à atitude da Mongólia e considera que as relações bilaterais continuarão na direcção correta. “A China, como sempre, respeitará a independência, soberania e integridade territorial da Mongólia, assim como a opção do povo da Mongólia de seu caminho de desenvolvimento”, assegurou.

“A declaração da Mongólia é muito importante, aumentou a confiança mútua entre as duas partes”, disse Wang, assinalando que a confiança é um factor chave que garante as relações boas e estáveis entre os dois países.

Por seu lado, Tsogtbaatar mencionou que o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China “desenhou um projecto para o futuro desenvolvimento da China e estabeleceu o objectivo de promover a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade e fez uma importante contribuição ao desenvolvimento mundial que gerará oportunidades para os países vizinhos”.

Tsogtbaatar disse que a Mongólia adere com firmeza à política de Uma Só China e considera que o Tibete e Taiwan são parte inalienável do território chinês. A Mongólia quer promover uma parceria estratégica abrangente entre os dois países para um novo nível com base no respeito de independência, soberania, integridade territorial e os interesses fundamentais um do outro”.

6 Dez 2017

Presidente chinês reúne-se com Hun Sen

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping encontrou-se com o presidente do Partido do Povo Cambojano e primeiro-ministro do Camboja Samdech Techo Hun Sen. Xi chamou Hun Sen de velho e bom amigo, e amigo verdadeiro do PCC e do povo chinês.

Os laços China-Camboja estão actualmente no melhor período na história, disse Xi, citando a confiança política melhorada, cooperação e intercâmbios culturais expandidos. O ano 2018 marca o 60º aniversário de laços diplomáticos China-Camboja. Xi solicitou que ambos os lados tomem a oportunidade para avançar relações. O PCC e o governo chinês sempre tratam dos laços China-Camboja com uma visão estratégica e perspectiva de longo prazo, notou Xi, que expressou apoio aos esforços do Camboja para manter o desenvolvimento e a estabilidade, acrescentando que a China espera impulsionar a cooperação com o Camboja em defesa, aplicação da lei e segurança. assim como outras áreas.

O presidente chinês pediu por coordenação bilateral mais forte em mecanismos multilaterais como as Nações Unidas, Cooperação no Leste Asiático e a Cooperação Lancang-Mekong.

Por seu lado, Hun Sen congratulou-se pela reeleição de Xi como o secretário-geral do Comité Central do PCC e elogiou o diálogo entre o PCC e os partidos políticos mundiais. Chamando a China um amigo fidedigno e íntimo do Camboja, ele disse que o Camboja está satisfeito com o crescimento dos laços bilaterais e espera promover ainda mais a relação.

O Camboja espera aprender de experiência de governança da China, acrescentou Hun Sen.

5 Dez 2017

Poluição do ar em Pequim desce no inverno

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] poluição do ar diminuiu notavelmente em Pequim, especialmente durante os meses de Inverno, e a cidade pode cumprir sua meta de controle de smog do ano, disse no sábado o ministro da Protecção Ambiental da China, Li Ganjie. Durante um fórum sobre meio ambiente realizado em Huizhou, da Província de Guangdong, Li disse que os níveis de PM2,5 de Pequim caíram cerca de 27% anualmente entre Março e Novembro deste ano. O PM2,5 mede a densidade de partículas finas e prejudiciais no ar e é frequentemente usado para examinar a severidade do smog.

Li disse que os níveis de PM2,5 caíram 40% em Outubro e Novembro. O inverno é conhecido como o período com pior smog em Pequim porque no inverno os ventos desaceleram e moradores ligam fornos a carvão para aquecimento.

O governo tomou uma série de medidas para combater a poluição do ar: encerramento de fábricas, limitação de carros e substituição de carvão por energia limpa.

Li disse que a China viu uma melhoria sem precedentes no meio ambiente nos últimos cinco anos. Nos primeiros onze meses, 338 cidades chinesas viram uma redução combinada de 20,4% em PM10 em comparação com o nível em 2013. O nível de PM2,5 nas principais áreas metropolitanas: Pequim-Tianjin-Hebei, Delta do Rio Yangtzé e Delta do Rio das Pérolas caíram 38,2%, 31,7% e 25,6%, respectivamente, segundo Li.

Pequim, que chama muito mais atenção que outras cidades em controlo da poluição, estabeleceu uma meta para reduzir a média anual de PM2,5 para menos de 60 microgramas por metros cúbicos em 2017.

Li disse que o governo está confiante que a meta possa ser cumprida. “Tirámos importantes lições”, disse. “Apesar dos desafios, intensificamos os esforços para combater e para ganhar a guerra contra poluição, para que o céu seja azul de novo.”

5 Dez 2017

China e Canadá iniciam negociações para Acordo de Comércio Livre

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e o Canadá podem iniciar negociações para um acordo de livre comércio durante a visita do primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau à China, embora haja ainda muito a fazer antes das duas partes atingirem consensos, segundo declarações de especialistas ao Global Times. Trudeau chegou à China para a sua segunda visita ao país, que durará até quinta-feira.

A imprensa estrangeira considerou a visita como uma boa oportunidade para os dois países iniciarem negociações em torno do livre comércio. O portal de notícias cbcnews, avançou no sábado que se avizinha um período “frutífero” para dar início a negociações formais entre ambos os países.

De acordo com Bai Ming, pesquisador na Academia Chinesa de Cooperação Internacional Comercial e Económica, a promoção das negociações do Acordo de Livre Comércio beneficiará ambas as partes. “A China depende de várias importações do Canadá, tais como madeira, frutos do mar e minerais. Por outro lado, o Canadá precisa também do mercado e do capital chinês”, disse Bai.

O comércio entre a China e o Canadá aumentou 14,2% anualmente para 42,4 bilhões de dólares nos primeiros 10 meses deste ano, segundo dados alfandegários publicados no dia 8 de Novembro. Actualmente, a China é o segundo maior parceiro comercial do Canadá.

Bai indicou ainda que o Canadá se distanciou dos EUA devido à retirada da administração de Trump da Parceria Transpacífico no início deste ano e da sua posição intransigente no Tratado de Livre Comércio da América do Norte. Tal situação, refere, motivará o Canadá a estabelecer laços mais estreitos com a China.

Além do comércio, a visita de Trudeau deverá também estar na base de um conjunto de acordos comerciais entre empresas canadenses e chinesas nas áreas da tecnologia limpa e do turismo, de acordo com a imprensa estrangeira.

No entanto, Bai afirmou que a China não deve ser tão optimista sobre os resultados das negociações do Acordo do Livre Comércio durante a visita de Trudeau. “Os dois países estão agora a estudar a viabilidade do Acordo de Livre Comércio, mas há uma grande distância até à implementação real”, disse Bai, acrescentando que deverão haver rodadas de negociações antes do estabelecimento da cooperação.

Reportagens da imprensa estrangeira indicam também que o governo canadiano tem ainda algumas ressalvas sobre a assinatura de um acordo de livre comércio com a China.

O Wall Street Journal citou um porta-voz do ministro do Comércio, dizendo que “estão a estudar a complexidade do desafio, a escala das oportunidades de criação de empregos e as realidades apresentadas por esse mercado único [China]”.

5 Dez 2017

Ideólogo-chave do regime defende regras equilibradas para a Internet

[dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Huning, considerado o arquitecto da ideologia oficial do regime chinês nas últimas duas décadas, apelou este fim-de-semana a regras “mais equilibradas” para o ciberespaço, numa rara intervenção pública. Wang, 62 anos, um dos principais assessores políticos para três presidentes da China – Jiang Zemin, Hu Jintao e Xi Jinping -, é visto como um estrategista-chave do regime e teólogo defensor do carácter autocrático da liderança chinesa, mas raramente faz discursos em público.

No domingo, durante a Conferência Mundial sobre Internet, que decorre na cidade de Wuzhen, costa leste da China, Wang apelou a “regras mais equilibradas” para o ciberespaço. “A China está contente por trabalhar com a comunidade internacional para definir regras internacionais mais equilibradas e que melhor reflectem os interesses de todas as partes”, afirmou.

Wang Huning apelou ainda por “ordem e segurança” na Internet, sublinhando o direito de cada país de controlar o seu ciberespaço, perante executivos de multinacionais como a Apple e Google.

A censura imposta por Pequim no ciberespaço resulta no bloqueio de vários portais estrangeiros e alguns serviços de “gigantes” do setor, como o Facebook, Google ou Twitter.

A aparição de Wang surge um mês após a sua ascensão ao Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, apesar de nunca ter sido governador de província ou tido a tutela de um ministério.

Antigo professor de Direito na Universidade de Fudan, em Xangai, o trabalho de Wang Huning começou a ganhar notoriedade nos anos 1980, ao defender que a China precisa de um Estado forte e autoritário para recuperar a sua grandeza.

Num artigo publicado em 1988, Wang escreve que um modelo de liderança centralizada é melhor de que o modelo “democrático e descentralizado”, porque permite às autoridades maior eficiência na distribuição de recursos e promoção de um rápido crescimento.

Wang entrou para a política pela mão de Jiang Zemin, então chefe do PCC em Xangai, e que se tornou Presidente da China depois da sangrenta repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen, em 1989.

Uma liderança unificada “pode prevenir conflitos desnecessários entre ideias diferentes”, defende Wang no referido artigo.

Um sistema autocrático ajuda as autoridades a “reagir prontamente a todo o tipo de situações urgentes e imprevistas” e adotar “ações contundentes que previnam instabilidades e fragmentação durante a modernização” do país, defende.

5 Dez 2017

Casal chinês apanhado com 200 baratas vivas no aeroporto

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]gentes da alfândega num aeroporto da China tiveram uma surpresa desagradável ao abrir a mala de mão de um casal e descobrir cerca de 200 baratas vivas. O caso aconteceu no dia 25 de Novembro no aeroporto internacional de Baiyun, em Cantão, no sudeste do país, segundo o jornal chinês Beijing Youth Daily.

Os funcionários perceberam um movimento estranho na bagagem de um casal de idosos enquanto o objecto era colocado no raio X. “Havia um saco de plástica branco com vários itens pretos que se moviam no seu interior”, disse a funcionária Xu Yuyu ao site de notícias chinês Kankan News. “Uma das funcionárias abriu a mala e uma barata pulou para fora. Ela quase chorou”, acrescentou.

Quando questionado por que transportavam baratas, o marido afirmou que os insectos seriam usadas numa “pomada” para a pele de sua mulher. Ele não explicou qual era o problema de saúde mas, segundo Xu, ” trata-se de um remédio popular antigo. Misturam-se as baratas num creme medicinal e coloca-se sobre a pele”, teria dito o homem aos agentes.

De acordo com as regras de transporte aéreo na China, não é permitido levar seres vivos na bagagem de mão. O casal decidiu, então, deixar as baratas com os funcionários da alfândega. O seu destino não é conhecido.

Esta não é a primeira vez que algo do tipo acontece na China. Em Agosto, um homem foi apanhado quando tentava transportar os dois braços amputados do seu irmão numa mala após passar pelo raio X de uma estação de camionetas na província de Guizhou, no sul do país.

À polícia, alegou que transportava os membros para enterrá-los quando o seu irmão morrer. Segundo uma tradição da sua aldeia, explicou, o morto tem de ser enterrado com todas as partes de seu corpo. O homem acrescentou que os braços foram amputados quando o seu irmão sofreu um choque eléctrico.

Segundo as regras da China, os passageiros podem transportar partes do corpo humano se possuírem um atestado médico, além de autorizações da polícia e do Ministério da Saúde.

4 Dez 2017

China propõe criação de zona de livre-comércio com Celac

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse nesta sexta-feira que a China fez uma proposta para a criação de uma zona de livre-comércio com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). “Já recebemos e estamos a avaliar uma interessante proposta formulada pela China que inclui ideias tão audazes e transformadoras como a promoção de uma zona de livre-comércio entre a Celac e a China”, disse Vázquez durante a seu discurso na sessão de abertura da XI cimeira de negócios China-América Latina e Caribe (China LAC), realizada em Punta del Este.

O presidente uruguaio indicou que esta cimeira servirá como “instância preparatória da segunda reunião ministerial do fórum Celac-China”, que será realizada no Chile em 2018, na qual será avaliada essa proposta feita pelo gigante asiático e na qual se pretende elaborar “um plano de acção conjunto de cooperação”.

Vázquez lembrou que em 3 de Fevereiro de 2018 se completarão 30 anos do restabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Uruguai, e indicou que a melhor homenagem é seguir adiante na relação bilateral e “trabalhar para a relação latino-americana e caribenha com a China”

“Promover a relação bilateral com inclusão e compromisso com a região não é incompatível. Esta cúpula (China LAC) assim como a reunião ministerial Celac-China são, cada uma, instâncias convergentes para continuar a caminhar juntos para benefício de todos”, concluiu Vázquez.

A cimeira de negócios China LAC vai até o próximo sábado e acontece no Centro de Convenções de Punta del Este, um espaço de 5.600 metros quadrados e que abriga 150 pavilhões de empresas e países participantes,

O evento inclui sessões plenárias, paralelas, assim como visitas técnicas, todas actividades que estarão centradas em cinco temas: infra-estrutura; segurança alimentar e agronegócios, logística e energias renováveis, e-commerce e cidades, e serviços globais.

4 Dez 2017

Comércio electrónico na agenda da OMC

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] comércio electrónico é um dos temas nos quais os chineses têm insistido nas reuniões bilaterais e em encontros como do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do G-20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo). A China tem também aumentado a pressão na Organização Mundial de Comércio (OMC).

A questão acabou por se tornar tema da OMC e será debatida, pela primeira vez, numa reunião ministerial, no próximo dia 10, em Buenos Aires. Os chineses insistem por este ser um dos pontos fortes da economia do seu país.

O director do Departamento de Projectos de Serviços de Dados da China International Electronic Commerce (CIECC, instituto vinculado a exportações), Wei Guo Zhi, afirma que o comércio electrónico dentro da China atinge dois biliões de yuans, ou cerca de US$ 300 mil milhões.

“Queremos muito incrementar as exportações. O problema maior hoje é a distância e a comunicação. Uma base de dados conjunta pode ajudar”, diz Wei. As plataformas de e-commerce na China são extremamente eficientes. Em Pequim, há um exército de dezenas de milhares de jovens motorizados que transportam as encomendas. Pode-se pedir oito filtros de ar a um fabricante às 9h e recebê-los ao meio dia.

Pela primeira vez, haverá um fórum empresarial em Buenos Aires sobre o assunto, para que os agentes do sector façam as suas exigências à OMC. O dono da Alibaba, Jack Ma, participa como convidado especial. Será o seu terceiro encontro com o director-geral da OMC, Roberto Azevedo.

4 Dez 2017

Aung San Suu Kyi visita a China

A líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, iniciou ontem uma visita à China, numa altura em que a comunidade internacional intensifica as críticas a Rangum, pela perseguição à minoria muçulmana rohingya. Suu Kyi deverá ser recebida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, com uma cerimónia de boas-vindas e honras de chefe de Estado.

O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo do interesse de Pequim, já que os confrontos com o exército da Birmânia ocorrem frequentemente em zonas junto à fronteira chinesa.

A China deverá ainda pressionar Suu Kyi a arrancar com as obras de construção da barragem de Myitsone, financiada por Pequim, e adiadas pelo governo birmanês.

Nos últimos meses, mais de 600 mil rohingya chegaram ao Bangladesh em fuga da violência do exército da Birmânia, numa campanha que as Nações Unidas e os Estados Unidos descrevem como “limpeza étnica”.

A China, único apoio internacional da Junta Militar que governou a Birmânia (desde o final dos anos 1960 até 2011) e que manteve Suu Kyi 15 anos na prisão, tem protegido o país das críticas da comunidade internacional. No mês passado, vetou um projecto de resolução da ONU que condenava a Birmânia.

Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de Presidente, por ser casada com um estrangeiro. Suu Kyi recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991.

4 Dez 2017

China não “exportará” modelo chinês, diz Xi

Xi explicou. Os outros compreenderam. É o futuro contado às crianças e ao povo

O diálogo de alto nível entre o Partido Comunista da China e vários partidos políticos mundiais foi inaugurado no dia 30, em Pequim, sob o tema: “Construção conjunta da comunidade de destino comum da humanidade e de um mundo melhor: responsabilidades dos partidos políticos”. O secretário-geral do Comité Central do PCC e presidente chinês Xi Jinping assistiu à cerimónia de abertura do diálogo, tendo proferido um discurso na ocasião.

Segundo Xi, o PCC não “importará” modelos estrangeiros de desenvolvimento nem “exportará” o modelo chinês nem pedirá a outros países que “copiem” a prática chinesa. O presidente reiterou que o PCC se empenha tanto para o bem-estar do povo chinês como para o progresso humano. Então, o PCC criará mais oportunidades para o mundo promovendo o desenvolvimento da China, disse Xi. O PCC, como o maior partido político no mundo, também explorará a lei do desenvolvimento social para a humanidade pela sua própria prática que compartilhará com outros países.

Os representantes dos vários partidos políticos estrangeiros reconheceram o conceito de construção da comunidade de destino comum da humanidade, apresentado por Xi, e demonstraram o propósito de que os diversos partidos políticos do mundo possam desempenhar um papel importante na realização dessa meta.

O presidente do Partido Popular do Camboja e primeiro-ministro do país, Hun Sen, referiu que a realização do evento pelo PCC tem um significado histórico, assinalando que espera realizar diálogos e intercâmbios com Xi e outros líderes de partidos políticos no âmbito do desenvolvimento dos seus países, regiões e do mundo.

 

Inspiração para África

O secretário-geral do Partido da Revolução da Tanzânia, Abdulrahaman Kinana, afirmou que o “Pensamento sobre o Socialismo com Características Chinesas na Nova Era” apresentado por Xi no 19º Congresso Nacional do PCC, é uma importante inspiração para os países em desenvolvimento, tendo sido amplamente reconhecido e apoiado pelo povo africano. Kinana acrescentou que o seu partido quer fazer esforços conjuntos juntamente com o PCC e outros partidos políticos do mundo para construir um mundo melhor.

O membro do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e membro do Parlamento angolano, Mário Pinto Andrade, assinalou que o seu partido valoriza o importante discurso feito por Xi no 19º Congresso Nacional do PCCh e os êxitos obtidos pela China no seu desenvolvimento socioeconómico.

Mário Andrade disse que o PCC atribui uma grande importância à construção de organizações partidárias, promove a democracia dentro do partido, aprofunda a educação do espírito partidário e o combate resolutamente a corrupção.

O MPLA reconhece o conceito apresentado pela parte chinesa e apoia os esforços feitos pela China na defesa da paz mundial, soberania nacional, erradicação de pobreza e realização da justiça social, acrescentou.

Enquanto primeiro evento diplomático multilateral organizado pela China após o 19º Congresso Nacional do PCC, este diálogo, que conta com participação de líderes de cerca de 200 partidos e organizações políticas de mais de 120 países, é o primeiro diálogo de alto nível entre o PCC e os diversos partidos políticos do mundo.

4 Dez 2017

Pequim Embaixador português cessante prevê China mais interventiva no exterior

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador Jorge Torres-Pereira, que terminou ontem uma missão de mais de quatro anos à frente da Embaixada portuguesa em Pequim, diz existir um “reajustamento” na geopolítica mundial, com a China a assumir-se como grande potência. “É claro que a política de baixo perfil deliberado de Deng Xiaoping foi abandonada”, disse o diplomata à agência Lusa.

Torres-Pereira, que parte esta semana de Pequim, seguindo para a Embaixada de Portugal em França, considera que a China entrou numa “nova fase”, em que intervirá “em todas as coisas relacionadas com o desenvolvimento, a paz e a governança globais”. Desde que ascendeu ao poder, em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, visitou 60 países, e passou mais de 200 dias no estrangeiro.

Neste período, Pequim lançou um novo banco internacional e um gigante plano de infra-estruturas que visa conectar o sudeste Asiático, Ásia Central, África e Europa. A moeda chinesa, o RMB, avançou para a internacionalização. No espaço de um ano, o país acolheu a cimeira do G20 e do bloco de economias emergentes.

Trata-se do início de uma “nova era” em que “a China se aproximará do palco principal e fará maiores contribuições para a humanidade”, apontou Xi, no discurso inaugural do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), abdicando assim dos princípios vigentes desde a liderança de Deng – “manter um perfil discreto” e “nunca reclamar a liderança”.

Já na Europa, o “Brexit” abalou a União Europeia, enquanto nos Estados Unidos, Donald Trump foi eleito com uma agenda isolacionista e nos primeiros meses de governação retirou Washington do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas e do acordo transpacífico de comércio livre.

Torres-Pereira diz que foi “fascinante observar a partir da China” a tudo isto. “É como um reajustamento nas placas tectónicas da geologia internacional”, nota. “Um dos aspectos mais importantes será perceber como é que os EUA e a China aprenderão a viver um com o outro nesta nova realidade”, acrescenta.

O diplomata discorda, no entanto, que a ascensão do país asiático aumentará a atractividade do seu modelo político autocrático junto da opinião pública ocidental. “Eu não estou a ver alguém a propor no ocidente a cooptação, em vez de eleições competitivas, mesmo que tenhamos um sistema que pode eventualmente ser menos eficiente em algumas formas de lidar com os problemas sociais e desigualdades e aspectos de planificação macroeconómica”, afirma. “O modelo chinês funciona para a China”, realça.

Era dourada

Por outro lado, Jorge Torres-Pereira considera que as relações entre Portugal e a China atravessam uma “era dourada”. “Efectivamente, estamos numa era dourada das relações entre Portugal e a China”, disse o diplomata, destacando o investimento chinês em Portugal, visitas bilaterais e intercâmbio entre pessoas.

Desde que, em 2012, a China Three Gorges (CTG) comprou uma participação de 21,35% no capital da EDP, o montante do investimento chinês em Portugal ascendeu a 10.000 milhões de euros, segundo dados do Governo português.

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal quase duplicou, para 183.000, e no primeiro semestre de 2017 aumentou 40%, face ao mesmo período do ano passado. A companhia aérea chinesa Capital Airlines abriu, entretanto, um voo directo entre os dois países. Coincidindo com o aumento do investimento chinês em Portugal, as visitas bilaterais de alto nível registaram, nos últimos anos, uma frequência inédita.

Torres-Pereira afirma que “claramente se consolidou a ideia de que o posto [em Pequim] está na primeira linha das preocupações do Governo português e do ministério [dos Negócios Estrangeiros]”. “Tivemos vários sinais disso, incluindo um reforço de pessoal, um pouco em contraciclo”, notou.

O diplomata considera que, para os próximos anos, é “importante” Portugal consolidar a sua imagem de plataforma para as empresas chinesas terem uma melhor inserção em terceiros mercados. “É importante que apareçam mais exemplos como o da parceria entre a CTG e a EDP, que já tem projetos no Peru, Brasil ou Reino Unido”, afirma.

Torres-Pereira concorda que a China é um posto diferente, apontando a dimensão continental do país. “Não é apenas conhecer a realidade da capital que permite criar uma imagem realista do que a China é”, nota. “É preciso ir para além das cidades habituais, dos contactos mais expectáveis, com empresários ou interlocutores e dirigentes institucionais”, aponta.

Jorge Torres-Pereira foi substituído em Pequim por José Augusto Duarte, anterior assessor diplomático do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

1 Dez 2017

Taiwan : Pequim não quer que figuras políticas obstruam reunificação

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz de Pequim advertiu na quarta-feira figuras políticas em Taiwan para que não obstruam a reunificação nacional. Ma Xiaoguang, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, fez as observações numa conferência de imprensa. A reunificação dos dois lados do Estreito de Taiwan é uma aspiração comum de todos os chineses e também um interesse fundamental da nação chinesa, segundo Ma.

“Colocamos as nossas esperanças nas pessoas de Taiwan”, indicou o porta-voz. “As figuras políticas em Taiwan devem, pelo menos, não fazer nada que obstrua a reunificação nacional, para não mencionar realização de actividades separatistas.”

Ao responder a uma pergunta sobre a crescente vontade dos moradores da ilha de procurar oportunidades de emprego e de estudo na parte continental, o porta-voz disse que mais residentes em Taiwan perceberão que os compatriotas dos dois lados pertencem a uma comunidade de futuro compartilhado.

“As políticas da parte continental para Taiwan ajudaram mais pessoas em Taiwan a entender que o nosso compromisso de procurar bem-estar para os compatriotas de Taiwan é sincero e que o desenvolvimento da parte continental é uma oportunidade, não uma ameaça, para Taiwan”, acrescentou.

Ma observou que a “independência de Taiwan” prejudicará os interesses fundamentais das pessoas em ambos os lados e os interesses imediatos das pessoas em Taiwan.

Ao responder a uma pergunta em específico, Ma prometeu apoiar os departamentos locais do Partido e do governo em Fujian para testar mais programas que promovam o bem-estar dos compatriotas taiwaneses e o desenvolvimento integrado através do Estreito nas áreas económicas e sociais.

Ma disse também que o princípio de Uma Só China é uma tendência que está de acordo com a vontade da população e um consenso da comunidade internacional, e expressou oposição ao desenvolvimento de relações militares entre os Estados Unidos e Taiwan e a qualquer tipo de intercâmbio oficial entre Taiwan e os países que têm relações diplomáticas com a República Popular da China.

Xinhua

1 Dez 2017

Direitos humanos | Dois activistas assassinados nas Filipinas

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois activistas que investigavam presumíveis violações dos direitos humanos foram mortos nas Filipinas, informaram ontem as autoridades, agravando o “clima de impunidade” denunciado por diversas ONG.

Os dois militantes, que promoviam um inquérito sobre as acusações de expropriação de terras de camponeses por um responsável municipal da ilha de Negros (centro), circulavam de moto quando homens armados, em duas outras motos, os atingiram a tiro, anunciou a polícia.

Elisa Badayos, responsável da organização nacional de defesa dos direitos humanos Karatapan, e Eleuterio Moisés, membro de uma organização camponesa local, foram mortos e um outro membro da equipa ferido, acrescentou a polícia. Foi anunciada a abertura de um inquérito.

A secretária-geral da Karapatan, Cristina Palabay, considerou, em declaração à agência noticiosa France-Presse (AFP), que este duplo assassinato agrava o “clima de impunidade” nas Filipinas. “Os homens de mão dos proprietários e dos políticos são encorajados e cometer violações dos direitos humanos, sobretudo após as declarações de Duterte [referência ao actual Presidente Rodrigo Duterte] que protege os violadores dos direitos humanos que integram a sua polícia e o seu exército”, declarou Palabay.

As organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que as Filipinas se baseiam numa cultura na qual as pessoas poderosas pensam que podem promover assassinatos com total impunidade, incluindo de militantes ou de jornalistas. Para os observadores, a situação agravou-se desde a chegada ao poder de Duterte em 2016. O Presidente filipino tem multiplicado as críticas dirigidas aos ativistas de direitos humanos, que têm criticado a sua guerra contra a droga que provocou milhares de vítimas.

30 Nov 2017

Hong Kong : Chow Tai Fook compra anel por 270 milhões

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Christie’s vendeu, em Hong Kong, um anel com um diamante rosa incrustado de 14,93 quilates por 32 milhões de dólares (cerca de 270 milhões de patacas), tornando-o numa das mais caras jóias arrematadas em leilão na Ásia.

A pedra, de formato oval, colocada num anel de platina e rodeada de diamantes rosados mais pequenos, foi vendida na terça-feira durante uma licitação de pouco mais de três minutos, de acordo com a leiloeira. A peça não alcançou o valor máximo de 42 milhões de dólares norte-americanos (35,4 milhões de euros) estimado inicialmente pela Christie’s.

Com os diamantes rosados a figurarem como as mais exclusivas e valiosas do mundo entre as pedras preciosas da sua classe, a Ásia converteu-se, nos últimos anos, um ponto-chave para o leilão de peças de grande valor, onde é elevada a procura por diamantes de qualidade.

Em Abril, a leiloeira londrina Sotheby’s estabeleceu um recorde, em termos de valor, ao vender um diamante rosa de 59,6 quilates, denominado de “Estrela Rosa”, por 71,2 milhões de dólares (60 milhões de euros).

A pedra preciosa foi arrematada em leilão pela Chow Tai Fook Enterprises, consórcio de empresas de Hong Kong presente nos sectores da hotelaria, casinos e imobiliário, que detém uma extensa rede de joalharias sob o mesmo nome com mais de 2.000 lojas em Hong Kong, em Macau, e na China.

A empresa adquiriu, em 2010, um diamante de 507 quilates por 35,3 milhões de dólares norte-americanos (29,8 milhões de euros), batendo o recorde do preço mais elevado alguma vez pago por um diamante em bruto, superado este ano pela “Estrela Rosa”.

Esta pedra bateu o recorde que pertencia anteriormente ao diamante “Oppenheimer Blue”, vendido por 57,5 milhões de dólares (48,5 milhões de euros) pela leiloeira Christie’s, em Genebra, em maio de 2016.

Um mês antes, a Sotheby’s Hong Kong estabeleceu um recorde na Ásia, ao vender por 32 milhões de dólares norte-americanos (27 milhões de euros) o maior diamante oval azul alguma vez visto num leilão.

30 Nov 2017

Julgamento de taiwanês é usado para “propaganda política”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz da parte continental da China disse que qualquer tentativa de usar o julgamento e a sentença do taiwanês Lee Ming-che para “propaganda política” fracassará. Ma Xiaoguang, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, enfatizou quarta-feira que a condenação e a sentença de Lee têm base em factos claros e provas evidentes.

“Os ataques infundados contra a parte continental por algumas pessoas de Taiwan prejudicaram seriamente as relações através do Estreito”, disse Ma em conferência de imprensa, ao comentar as críticas de Taiwan de que a condenação de Lee “prejudicou os laços”.

Ma observou que “respeito mútuo às vias de desenvolvimento e sistemas sociais de cada lado é a linha final para as relações através do Estreito”. “Respeitamos o actual sistema e estilo de vida dos compatriotas de Taiwan, mas isso não significa que o lado de Taiwan possa impor suas ideias políticas na parte continental”, comentou. “Isso também não significa que certas pessoas em Taiwan possam violar arbitrariamente a lei da parte continental sob o pretexto de ‘democracia e liberdade'”, disse.

Lee foi condenado a cinco anos na prisão por “subverter o poder do Estado”. A sentença foi aplicada na terça-feira pelo Tribunal Popular Intermediário da cidade de Yueyang, na Província de Hunan. Um cidadão da parte continental, Peng Yuhua, foi condenado a sete anos de prisão no mesmo caso.

Os dois homens foram destituídos de seus direitos políticos por dois anos. Eles disseram que não apelarão. Ma disse que o processo seguiu as regras e que os direitos e interesses dos dois foram totalmente assegurados durante a investigação e processo de julgamento. A família de Lee, acompanhada por algumas pessoas da ilha, esteve presente na decisão do tribunal em Yueyang, garantiu.

30 Nov 2017

Pequim expressa “profunda preocupação” com míssil norte-coreano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês ontem expressou a sua “profunda preocupação” com o último míssil balístico intercontinental lançado na terça-feira pela Coreia do Norte, capaz de transportar uma grande ogiva nuclear e chegar a todo o território dos Estados Unidos. “A China expressa profunda preocupação e oposição ao lançamento (…) e urgentemente exorta a Coreia do Norte a atender as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e parar as acções que levam tensões na península”, afirmou Geng Shuang, porta-voz dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Continuaremos a defender a desnuclearização da península, bem como uma solução pacífica para a questão através do diálogo e da negociação”, acrescentou. Geng sublinhou que Pequim sempre cumpriu as suas obrigações internacionais rigorosamente e que a via militar “não é a melhor alternativa” para a resolução da crise norte-coreana.

A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou o lançamento “bem sucedido” – o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Trata-se de um novo modelo de míssil balístico intercontinental, batizado de Hwasong-15, capaz de atingir o maior alcance alguma vez conseguido por um projéctil norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de armamento deste país.

Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciou que o seu governo defende novas sanções contra a Coreia do Norte, a quem pediu para abandonar os ensaios e respeitar a legalidade.

Além disso, Nauert leu uma declaração da secretária de Estado, Rex Tillerson, na qual anunciou que irá propor, juntamente com o Canadá, avançar na próxima reunião do Comando das Nações Unidas (UNC) com o contingente que controla a Zona Conjunta de Segurança (JSA) que separa as duas Coreias.

Por seu lado, o primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak-yon, disse hoje que o novo lançamento não foi completado com total sucesso, já que o projéctil perdeu o contacto com o centro de controlo a meio da sua trajectória.

30 Nov 2017