Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteHong Kong | Registado pior acidente de autocarro desde 2003. Não há portugueses envolvidos Um acidente com um autocarro de dois andares “numa estrada numa zona mais rural”, em Tai Po, provocou a morte de 19 pessoas em Hong Kong e mais de 60 feridos, sendo que muitos deles ainda lutam pela vida. Vítor Sereno, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, adiantou que não há portugueses envolvidos. Excesso de velocidade parece ser, para já, a causa para o acidente [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 19 pessoas morreram e 62 ficaram feridas no acidente de um autocarro de dois andares este sábado em Hong Kong, segundo a última atualização das autoridades. O acidente aconteceu na estrada de Tai Po, entre Chek Nai Ping e Tsung Tsai Yuen. De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), a circulação das vias reabriu às 6h40 de ontem. O acidente teve lugar cerca das 18h00 horas e envolveu um autocarro que percorria um troço de nove quilómetros numa autoestrada entre um hipódromo localizado em Shatin e uma área urbana próxima. As autoridades já consideraram este desastre como um dos piores em 15 anos, depois de, em 2003, 21 pessoas terem morrido num incidente semelhante, também num autocarro de dois andares. Poucas horas após o acidente, já o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, tinha feito uma publicação nas redes sociais no sentido de procurar mais informações sobre possíveis vítimas portuguesas. Não houve, contudo, qualquer registo. “Não há nacionais portugueses envolvidos. Estivemos em contacto com as autoridades desde ontem à noite, e já esta manhã, e segundo a informação que nos foi prestada não há nacionais portugueses envolvidos neste trágico acidente”, disse ao HM. Jason Santos, português a residir em Hong Kong, adiantou que Tai Po é uma zona mais rural da região vizinha, onde é pouco provável que residam estrangeiros. Questionado sobre a segurança dos autocarros públicos de Hong Kong, o português garantiu que este acidente não surpreende. “Sou condutor em Hong Kong há vários anos e quem me conhece já me ouviu dizer muitas vezes que prefiro andar de metro sempre que possível. Não confio nos condutores de Hong Kong, autocarros incluídos. Não me sinto seguro de forma alguma e este acidente vem demonstrar, mais uma vez, a falta de segurança rodoviária no geral.” “O condutor ia em excesso de velocidade e isso acontece todos os dias. Também parecia estar mal disposto, o que acontece constantemente. Quem paga são as pessoas que lá ficaram. Espero ver uma pena de prisão, mas já andam todos, partidos políticos incluídos, a mandar as culpas para cima de outras pessoas”, acrescentou. Também Gonçalo Frey-Ramos aponta para o mau serviço prestado pelos autocarros. “Em Hong Kong guia-se mal e depressa. Quando andava de mota sentia-me mais seguro, o que não deixa de ser um contra-senso. Cá em casa ninguém anda nos pequenos autocarros porque consideramos que os motoristas conduzem demasiado rápido e não são seguros”, descreveu. O residente em Hong Kong, e fundador de uma associação que representa a comunidade portuguesa na RAEHK, adiantou que “é habitual ver-se dois autocarros da mesma linha chegarem juntos à paragem de autocarro, depois de um tempo de espera maior do que o estipulado”. Condutor imediatamente preso As causas ainda são desconhecidas, mas um dos passageiros que sofreu ferimentos numa perna disse que o autocarro “ia muito mais rápido do que normalmente acontecia”, de acordo com o diário digital Hong Kong Free Press. O SCMP escreve que o condutor começou “a ficar chateado” depois de ser criticado por alguns passageiros por estar atrasado no percurso em cerca de dez minutos. Um total de 15 homens e três mulheres morreram no local, enquanto 63 ficaram feridos, tendo sido transportados para 12 hospitais da cidade. Citado pelo SCMP, o mais jovem passageiro do autocarro, de nome Lee Ho-sang, com 16 anos, falou de um cenário catastrófico: “Mais de 15 pessoas morreram no local, havia mãos, cabeças e pernas partidas e ouvi muitos gritos”. “Havia muitos feridos mas só eu e o meu pai é que estávamos a ajudar as pessoas. Muitos passageiros estavam deitado no chão mas ninguém estava capacitado para ajudar. Os que estavam com menos ferimentos ficaram no passeio a filmar o que se estava a passar”, acrescentou o jovem. Contudo, um outro homem entrevistado pelo jornal relatou que houve pessoas a tentar tirar outras do autocarro através da saída de emergência. Lee não tem dúvidas de que o acidente se deveu ao excesso de velocidade. “O autocarro ia mesmo muito, muito rápido. Acredito que o acidente se deveu à negligência do condutor”, frisou. Na noite de sábado, foi confirmada a morte de mais um homem, o que aumentou o número de mortes para 19. Na manhã de ontem dez passageiros ainda se encontravam no hospital em estado grave, enquanto 15 ainda estavam em estado crítico. Uma hora depois do acidente, cerca de uma vintena de pessoas continuava encarcerada no interior do veículo. Godwin So Wai-Kei, diretor-geral da empresa de autocarros Kowloon Motor Bus, dona do veículo, já disse que as famílias das vítimas serão indemnizadas com 80.000 dólares de Hong Kong. As autoridades policiais prenderam o condutor, que também ficou ferido, apesar de não ser claro se necessitava de tratamento hospitalar. Depois do acidente ficou um forte cheiro a petróleo na estrada, tendo sido espalhada água no local para evitar um incêndio. O homem, de 30 anos de idade, começou a trabalhar na empresa em 2014 e começou a trabalhar a tempo parcial em setembro do ano passado. Segundo o SCMP, esteve estava habituado à estrada, onde conduziu há três semanas. “Não havia sinais de exaustão”, disse um dos responsáveis da operadora de autocarros, que adiantou ainda que o condutor tinha feito turnos de sete horas nos últimos quatro dias, sendo que tinha cumprido um turno de apenas quatro horas no sábado. Condutores exigem mais condições Ainda que com dimensões diferentes, sobretudo em termos do número de vítimas, o acidente ocorrido em Hong Kong espelha uma situação semelhante a Macau, onde, recentemente, uma idosa faleceu esmagada entre um autocarro da Nova Era e um automóvel. O condutor, na empresa há algumas semanas e a trabalhar em regime de tempo parcial, terá acelerado o autocarro ao invés de travar. O incidente levou o Governo a suspender cerca de 30 motoristas que realizavam trabalho a tempo parcial. Se em Macau há falta de recursos humanos, que obriga a uma grande carga horária dos condutores de autocarros, na região vizinha também parece existir problema semelhante, de acordo com declarações de Wong Yu-loi, representante da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong. Há horas de trabalho em excesso, falta de condutores qualificados e maus salários. “O Governo tem de assumir a responsabilidade para garantir que os serviços de autocarros operam de uma forma razoável e segura”, apontou. Na visão de Wong, deve haver “uma revisão das orientações para condutores, uma redução das horas de trabalho, o aumento do salário base, a implementação de orientações salariais para atrair sangue novo para o sector e a monitorização dos condutores a tempo parcial. Estes são os problemas que o sector tem vindo a enfrentar há algum tempo”. O departamento de transportes em Hong Kong determina que um condutor deve fazer, no máximo, 14 horas de serviço, incluindo horas de descanso. Ao nível da condução, o trabalho não deve exceder as 11 horas semanais. Bill Chou, docente universitário que reside em Hong Kong, mas que viveu vários anos em Macau, considera que há diferenças entre os dois territórios nesta matéria. “Pelo que li o condutor tinha alguma experiência e neste caso não foi isso que teve influência no acidente. Penso que os salários em Macau são mais baixos do que em Hong Kong, então não há tanta possibilidade de escolha em termos de recrutamento como aqui. Além disso, Hong Kong é um território mais montanhoso do que Macau e isso cria maiores dificuldades à condução. Em Macau os motoristas têm mais dificuldade em conduzir a uma grande velocidade. Penso que há menos probabilidade de ocorrerem acidentes em Macau”, defendeu ao HM. Os últimos dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego apontam para uma redução de dez por cento no número de acidentes ocorridos com autocarros. O ano passado, em 11 meses, registaram-se 778 casos. Em Dezembro de 2016, 57 pessoas ficaram feridas, incluindo duas com gravidade, na sequência de um acidente ocorrido que envolveu dois autocarros de turismo, na Taipa. A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, visitou as vítimas nos hospitais e prometeu reforçar a segurança dos transportes públicos da região vizinha, tendo prometido criar um organismo independente, liderado por um juiz, para avaliar as condições de segurança dos autocarros. “O objectivo é garantir um sistema de transportes seguro e confiável, sobretudo a nível do serviço de autocarros”, frisou.
Hoje Macau China / ÁsiaMercedes-Benz pede desculpas à China por citar Dalai Lama Agora foi a Mercedes Benz que ofendeu a China. A lista aumenta e os pedidos de desculpas, humildes e contristados, também [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a segunda-feira, a Mercedes publicou uma mensagem no Instagram, promovendo um salão da marca, acompanhada da frase “Observe uma situação de todos os ângulos, abra a sua mente!”. O autor foi devidamente citado: Dalai Lama. Apesar de o acesso ao Instagram ser bloqueado na China, a mensagem desencadeou reacções furiosas com toques nacionalistas nas redes sociais chinesas. O governo chinês diz que o Dalai Lama é “um lobo disfarçado de monge” e “um separatista”, apesar de o líder tibetano, exilado na Índia, exigir apenas maior autonomia para a região chinesa do Tibete. Diante da fúria chinesa, a Mercedes apagou prontamente a mensagem e publicou, no dia seguinte, um pedido de desculpas, em mandarim, na plataforma Weibo, uma versão local do Facebook. “Estamos conscientes de que ferimos os sentimentos do povo deste país”, reconheceu a empresa, afirmando “lamentar profundamente a publicação de informações extremamente incorrectas” e estar determinado a “aprofundar seu conhecimento da cultura chinesa”. A Mercedes-Benz tem todos os motivos para não desagradar à China, o seu primeiro mercado e onde as vendas aumentaram 26% no ano passado. Apesar das desculpas da empresa, a versão digital do Diário do Povo, porta-voz do Partido Comunista, dedicou ao incidente um editorial inteiro nesta quarta-feira: “Mercedes-Benz, tornaste-te um inimigo do povo chinês”, diz o texto, que acusa a empresa de “obter grandes benefícios” na China, principal mercado de automóveis do mundo, enquanto “humilha” o seu povo. Várias empresas ocidentais foram identificadas nas últimas semanas por ignorar a linha oficial de Pequim sobre a sua soberania, seja sobre o Tibete, Hong Kong, Macau ou Taiwan. Há tempos, os artistas sabem o quanto custa caro atravessar tais linhas vermelhas. O grupo de rock britânico Placebo recebeu no ano passado “a proibição vitalícia” de se apresentar na China, depois de publicar uma foto do Dalai Lama no Instagram. A comunicação das empresas é controlada de perto. A marca espanhola Zara e a companhia aérea americana Delta Airlines foram accionadas em Janeiro por terem incluído as suas sedes em Hong Kong e Taiwan na lista de “países”, como se fossem entidades independentes. A porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, sublinhou recentemente que a China “recebe com grande prazer as empresas estrangeiras, mas todas devem respeitar a soberania e a integridade territorial do país”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Importações sobem mais de 30 por cento [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s importações chinesas registaram em Janeiro uma subida homóloga de 30,2%, para 1,19 biliões de yuan, depois de em Dezembro terem crescido apenas 4,5%, segundo dados das alfândegas chinesas. No mesmo mês, as exportações da segunda maior economia mundial cresceram 6%, para 1,32 biliões de yuan. No conjunto, as trocas comerciais entre a maior potência comercial do planeta e o resto do mundo fixaram-se em 2,51 biliões de yuan, um aumento de 16,2% face a Janeiro de 2017. A China tem sido o motor da recuperação global, desde a crise financeira de 2008, e uma aceleração nas importações chinesas pode ter repercussões em vários países cujas economias dependem da exportação de matérias-primas. Nos primeiros seis meses de 2017, por exemplo, a China comprou 25% do conjunto das exportações brasileiras. O país é também o principal cliente do petróleo angolano. O excedente comercial da China caiu 59,7% em Janeiro, relativamente ao mesmo mês de 2017, para 135.800 milhões de yuan. As exportações chinesas para a União Europeia, o principal parceiro comercial do país, aumentaram 11,6%, para 33,7 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos europeus subiram 44,4%, para 23,8 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com a UE caiu 29,8%, face ao mesmo mês do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaDetida empresária próxima de Wei Jiabao [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas detiveram uma das mulheres mais ricas da China, que no passado fez negócios com familiares de um antigo primeiro-ministro chinês, avançou o jornal norte-americano The New York Times (NYT). A detenção de Duan Weihong, 49 anos, indica que a campanha anti-corrupção lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, poderá voltar a atingir um alto responsável do regime comunista. Duan, que fundou empresas em conjunto com familiares de Wen Jiabao, primeiro-ministro da China entre 2003 e 2013, foi detida no ano passado, nas vésperas do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, segundo o NYT, que cita várias fontes não identificadas. Nascida no norte da China, Duan Weihong trabalhou para uma firma estatal antes de criar um grupo imobiliário em Tianjin, cidade portuária a cerca de 120 quilómetros de Pequim. Segundo o NYT, o relacionamento entre Duan e Wen Jiabao, que é natural de Tianjin, remonta aos anos 1990, durante o seu período de ascensão no regime. De acordo com registos corporativos citados pelo jornal, Duan fundou várias empresas com a mãe, o irmão e a filha de Wen Jiabao. Uma das firmas de Duan realizou também investimentos em conjunto com a New Horizon Capital, um fundo de investimento gerido por Wen Yusong, filho de Wen Jiaobao, detalha o NYT. Em 2012, Duan reconheceu numa entrevista ao jornal norte-americano que era próxima da mulher e familiares de Wen, e que registou empresas em nome destes. Ela disse então que utilizou a identificação destes para esconder a sua participação na Ping An, um dos maiores conglomerados financeiros do país. “Quando investi na Ping An, não queria que ficasse registado”, disse na altura. “Por isso, pedi a familiares meus que encontrassem pessoas que pudessem manter a minha participação”, contou.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede aos EUA para seguirem exemplo das Coreias [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, enalteceu ontem a aproximação entre as duas Coreias, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, e pediu aos Estados Unidos para seguirem o exemplo. “Enquanto as duas partes na península coreana estão a abrir a porta, não é correcto que outros a tentem fechar”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa em Pequim. “Esperamos que o diálogo por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno se transforme em conversações de rotina, e o que existe agora entre as duas Coreias se expanda a outras partes, sobretudo entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, acrescentou. Uma delegação da Coreia do Norte vai participar no evento desportivo que se realiza na cidade sul-coreana de PyeongChang. Kim Yo-jong, irmã do atual líder norte-coreano Kim Jong-un, vai assistir ao evento, enquanto os atletas dos dois países desfilarão lado a lado na cerimónia de abertura, na sexta-feira. “Os dois lados da península tiveram recentemente uma interacção positiva nos preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno, e como vizinhos queremos que isto acabe com a situação de ponto morto e alivie as tensões”, afirmou Wang Yi. A China, que é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime norte-coreano, defende o regresso ao diálogo e propõe que Pyongyang suspenda o programa nuclear em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre Washington e Seul, que Pyongyang considera um treino para uma invasão.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Dívida de empresas estatais trocada por acções São a estrutura central da economia chinesa. E estão cheias de dívidas. O governo quer agora ver acções a privados para solucionar o problema [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho de Estado chinês divulgou na quarta-feira uma série de medidas para reduzir ainda mais as dívidas das empresas estatais no seu mais recente esforço para controlar os riscos financeiros. A China fornecerá um apoio mais forte para a troca de dívidas por acções, vai promover a reforma de propriedade mista e melhorar as políticas sobre reorganizações e falência de empresas, disse uma nota divulgada depois de uma reunião executiva presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang. As empresas estatais continuarão a ser prioridade na campanha de recuperação e o trabalho deve ser executado com meios orientados pelo mercado e baseados na lei, segundo a nota. A proporção dívidas/activos das empresas industriais com um facturamento anual de mais de 20 milhões de yuans caiu para 55,5% no fim de 2017, face aos 56,1% de há um ano atrás. A proporção para as empresas controladas pelo Estado ficou em 60,4%. Os programas de troca de dívidas por acções receberam destaque durante a reunião. O governo alargará o canal ao capital privado para a troca de dívidas por acções das empresas estatais. As instituições de investimento em acções serão incentivadas a participar do processo, com medidas para permitir o estabelecimento de fundos de private equity concentrados na troca de dívidas por acções. As instituições financeiras como bancos, companhias estatais de investimento de capital e seguradoras, serão apoiadas para conduzir trocas de dívidas por acções usando unidades existentes ou criando novos departamentos. Haverá directrizes específicas do governo para melhorar a qualidade das trocas e executar os acordos relacionados o mais breve possível. Medidas serão adoptadas para melhorar a governança corporativa. Um mecanismo de controlo de dívidas será estabelecido e capitais corporativos podem ser reabastecidos por ofertas adicionais de acções ou entrada de investidores estratégicos. A reforma de propriedade mista será promovida. As políticas sobre a reestruturação de dívidas e falência também serão melhoradas. Governo, empresas e bancos assumirão juntos as perdas de acções resultantes da falência das “empresas zombie”, que têm altas dívidas e prejuízos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Primeiro drone de passageiros realiza voo inaugural [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s veículos voadores que se deslocam entre arranha-céus, costumava ficar exclusivamente pelas histórias de ficção científica. No entanto, o sonho de voar sobre o trânsito rodoviário torna-se realidade. O primeiro drone de passageiros no mundo, EHang 184, realizou o seu primeiro voo na terça-feira. Uma vez que os passageiros entram na pequena cabine e apertam o cinto de segurança, o avião automático pode descolar. “Nenhum veículo voador tradicional pode materializar a meta de voo autónomo, por isso, é cedo para dizer que o veículo pode ser usado no transporte diário,” disse Hu Huazhi, CEO da EHang, o fabricante do drone. O voo levado a cabo na terça-feira significa que a cena da ficção científica “está bem próxima à população comum”, acrescentou Hu. O fabricante afirma que o veículo é movido a energia eléctrica. O aparelho pode carregar uma pessoa com peso até 100 quilos, voando a uma altitude de 500 metros com a velocidade máxima de 100 km por hora por 25 minutos. A companhia diz que o drone foi submetido a mais de mil testes, sendo projectado para resistir a vento moderado com a velocidade de até 50 km por hora. Mas a maior preocupação continua a ser a segurança. “Temos sistemas especiais de segurança que podem controlar o drone em caso de avaria. Além disso, os passageiros podem fazer com que o veículo páre e fique no lugar se for necessário,” afirmou Hu. Acredito que este ano podemos obter a permissão de voo em 80% dos países e regiões no mundo.” No ano passado, o Dubai anunciou um plano de cooperar com a EHang para desenvolver um táxi de voo autónomo para transportar as pessoas na cidade. De acordo com especialistas, o veículo voador autónomo pode reduzir o congestionamento visivelmente e, mais importante, pode ser usado nos serviços urbanos como resgate de emergência. A EHang afirmou que o produto final para uso comercial provavelmente entrará no mercado dentro de um ano.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo em Taiwan faz pelo menos quatro mortos [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram e 225 ficaram feridas num sismo de magnitude 6,4 registado em Taiwan na terça-feira à noite, havendo 145 pessoas ainda desaparecidas, segundo a Agência Noticiosa Central de Taiwan. Seis edifícios de Hualien ficaram bastante danificados e três deles ruíram parcialmente, incluindo um hotel, cujo piso térreo abateu, matando um funcionário e deixando outros dois presos nos escombros. De acordo com a televisão TVBS, está ainda em curso a operação de resgate e salvamento no hotel Marshal, embora os hóspedes estivessem sobretudo nos andares superiores do edifício. Devido à destruição causada pelo terramoto em edifícios e infra-estruturas, as autoridades suspeitam de que o número de mortos pode aumentar nas próximas horas, à medida que decorrerem as operações de resgate. O sismo danificou ainda dois hospitais e duas pontes de Hualien tiveram de ser encerradas devido aos estragos. Também se registaram deslizamentos de terras que afectaram uma auto-estrada central da ilha e há fendas em várias estradas e ruas, com roturas em canos de água e gás e colapso de fios eléctricos, serviços que foram interrompidos em milhares de casas. O sismo ocorreu às 23:50 locais, com epicentro a 18 quilómetros da cidade de Hualien e foi sentido em toda a ilha, incluindo a capital, Taipé. O governo de Taiwan, citando informações do serviço de bombeiros, relatou que outro hotel também sofreu danos, mas sem adiantar mais pormenores, nomeadamente sobre eventuais vítimas. O USGS, organismo norte-americano que é uma referência a nível mundial em matérias sismológicas, precisou que o sismo foi registado a uma profundidade de cerca de 9,4 quilómetros. Nos últimos três dias foram registados mais de 20 movimentos sísmicos diários e o sismólogo Lee Chyi-tyi, da Universidade Central de Taiwan, referiu, na segunda-feira, que a ilha entrou num ciclo sísmico de 100 anos. No século XX, a ilha de Taiwan, que a China considera ser parte integrante do seu território, registou dois sismos de magnitude 8,0. Um ocorreu em 1910 ao largo da costa de Yilan, enquanto o outro foi registado em 1920 ao largo da costa de Hualien. Alguns sismólogos em Taiwan afirmam que será provável o registo de sismos de magnitude 8,0 em torno da Fossa Ryukyu, uma fenda geológica que se encontra a entre 500 e 600 quilómetros de Hualien, dentro de 10 anos.
Hoje Macau China / ÁsiaMarcas chinesas conquistam mercados As empresas chinesas são encorajadas a ampliar os seus horizontes, e muitas delas começaram a explorar novos mercados, como o Brasil e o México, em vez de pensarem apenas na Europa e nos EUA [dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]mpulsionadas pela inovação e pela iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, as marcas chinesas têm recebido um reconhecimento cada vez maior nos mercados globais, especialmente nos sectores dos produtos electrónicos e do comércio electrónico, de acordo com o último relatório de marcas divulgado na terça-feira pela Google e Brandz. Analisando em profundidade as marcas chinesas que estão a criar impacto nos mercados internacionais, o relatório Top 50 Chinese Global Brand Builders 2018 classifica as marcas chinesas em termos de influência no exterior. A categoria de electrónicos de consumo é, de longe, a que contém as marcas mais conhecidas, como por exemplo a Lenovo, Huawei, Xiaomi e Anker. Simultaneamente, o sector dos jogos tem sido uma categoria com um rápido crescimento, com duas marcas classificadas no top 10 deste ano. Colectivamente, os electrónicos de consumo, jogos para dispositivos móveis e comércio electrónico representam 61% das 50 principais marcas chinesas mais influentes, segundo o relatório. “Os jogos são geralmente subestimados em termos de influência”, disse Scott Beaumont, presidente da Google Greater China, à CGTN na terça-feira, observando que o chamado nicho de mercado é muitas vezes maior do que as indústrias de filmes e música combinadas. Além da inovação em produtos e serviços, a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de empresas no exterior. As empresas chinesas são encorajadas a ampliar os seus horizontes, e muitas delas começaram a explorar novos mercados, como o Brasil e o México, em vez de pensarem apenas na Europa e nos EUA, afirmou Beaumont. Concomitantemente, a expansão global das marcas chinesas também beneficiou da abertura dos jovens consumidores. “Os consumidores mais jovens estão a voltar-se para marcas como a Lenovo, Alibaba e JD.com, pois combinam bons produtos com serviços interessantes e acessíveis”, referiu Doreen Wang, chefe global da BrandZ. Os rankings são baseados em pontuações obtidas por um algoritmo aplicado a 168 marcas chinesas, em 12 categorias de produtos, com base em dados do Google e BrandZ.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador: “China permanece confiante e aberta apesar do fraco juízo de alguém nos EUA” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador chinês nos Estados Unidos, Cui Tiankai, disse recentemente que apesar do fraco juízo de alguém nos Estados Unidos, a China permanecerá confiante no caminho do desenvolvimento e os que esperam pelo contrário devem enfrentar a realidade. “Recentemente, registaram-se alguns desenvolvimentos nas relações China-EUA que são matéria de preocupação, o que reflecte a deficiência de alguém dos Estados Unidos no seu entendimento da China, e também o seu fraco juízo de estratégias adoptadas pela China. Por exemplo, alguém se sente deprimido por causa de adesão da China ao seu próprio caminho de desenvolvimento,” disse Cui numa reunião realizada na embaixada chinesa para celebrar o Ano-Novo chinês. O caminho do desenvolvimento escolhido pela China está baseado nas realidades nacionais do país, guiado pelas suas próprias teorias, garantido por seu próprio sistema e estabelecido em sua própria cultura, disse Cui. “Então, nosso caminho do desenvolvimento não pode e não deve mudar.” “A escolha chinesa do caminho do desenvolvimento não mudará devido ao pensamento de outras pessoas. Espero que aqueles O embaixador disse que a China permanece confiante, mas também permanecerá aberta a novas ideias e está disposta a aprender com outras culturas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Três activistas evitam prisão. Recurso aceite no tribunal [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês membros do movimento pró-democracia evitaram a prisão após o tribunal superior em Hong Kong aceitar o seu recurso, num caso considerado como um teste sobre a independência da justiça em relação a Pequim. Os activistas Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow advertiram, no entanto, que ainda não é hora de celebrações, porque a liberdade de pensamento e de expressão ainda estão ameaçadas no território, que foi devolvido pelo Reino Unido à China em 1997. Joshua Wong, de 21 anos, que se tornou o rosto da “revolta dos guarda-chuvas” – que ocorreu no outono de 2014 -, e os seus companheiros foram condenados, em agosto, a penas de entre seis e oito meses de prisão. Essa condenação seguiu-se a um recurso do Ministério Público, que pedia sentenças mais pesadas do que as decididas em primeira instância – realização de serviço comunitário e penas suspensas. Os três foram libertados sob fiança algumas semanas depois, enquanto decorria a análise do seu recurso perante o Tribunal Supremo de Hong Kong, o mais alto tribunal de recurso. O juiz Geoffrey Ma referiu ontem que os três activistas receberam penas “significativamente mais pesadas” do que as sentenças geralmente impostas em casos de manifestações ilegais. Levando em consideração o idealismo dos réus, a sua juventude e o facto de o seu registo criminal estar limpo, o tribunal de primeira instância fez um julgamento adequado, declarou o juiz Ma. Os três activistas foram condenados pelo seu papel numa manifestação ocorrida em 26 de Setembro de 2014, quando manifestantes escalaram barreiras de metal e entraram na Praça Cívica, que está situada num complexo governamental. Na semana passada, 12 deputados dos Estados Unidos propuseram a nomeação dos líderes da ‘revolta dos guarda-chuvas’, Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, como candidatos ao Prémio Nobel da Paz, a atribuir em Outubro. De acordo com uma carta enviada ao comité Nobel, os 12 republicanos e democratas acreditam que Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, que lideraram o movimento, devem ser honrados “pelos seus esforços pacíficos para implementar reformas políticas e proteger a autodeterminação de Hong Kong”.
Hoje Macau China / ÁsiaJornal do PC garante relações com o Vaticano “mais cedo ou mais tarde” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) considerou ontem que Pequim e o Vaticano vão estabelecer relações diplomáticas “mais cedo ou mais tarde”, o que implicaria que a Santa Sé cedesse na nomeação dos bispos. “Acreditamos que os diplomatas de Pequim podem gerir as negociações tendo em conta o interesse nacional e as crenças religiosas”, escreve o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. Pequim e a Santa Sé não têm relações diplomáticas, divergindo sobretudo na nomeação dos bispos, com cada lado a reclamar para si esse direito. A China tem cerca de 12 milhões de católicos, mas as manifestações católicas no país são apenas permitidas no âmbito da Associação Patriótica Católica Chinesa, a igreja aprovada pelo PCC e independente do Vaticano. O objectivo é garantir que os católicos do país funcionam “independentemente” de forças externas e “promovem o socialismo e patriotismo através da religião”. Milhões de católicos chineses estão, porém, ligados às chamadas igrejas clandestinas, constituídas fora do controlo daquele organismo estatal e que juram lealdade ao papa. “A chegada a um acordo com a China sobre a escolha dos bispos iria reflectir a habilidade dos católicos para se adaptarem às mudanças”, acrescenta o Global Times, em editorial. Vários órgãos de comunicação próximos do Vaticano afirmam que um acordo entre ambos os Estados está pronto e pode ser assinado nos próximos meses, mas não se sabe ainda como será resolvida a questão da nomeação dos bispos. No caso do Vietname, país vizinho da China e também governado por comunistas, um acordo assinado em 1996 estabelece que a Santa Sé propõe três bispos a Hanói, e o governo vietnamita escolhe um deles. Na semana passada, o cardinal de Hong Kong Joseph Zen criticou a própria Santa Sé pelos seus avanços diplomáticos com o regime chinês. Zen acusou a igreja de forçar bispos a retirarem-se, para que possam ser substituídos por outros, apoiados por Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaChina acusa EUA de prática de dumping [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério de Comércio da China informou neste domingo ter dado início a investigações para apurar uma suposta prática de dumping nas exportações de sorgo dos Estados Unidos. Informações preliminares apontam que grandes volumes do produto têm sido vendidos pelos EUA à China a preços baixos e com subsídios do governo dos EUA, prejudicando os produtores chineses. O ministério disse também que a produção chinesa de sorgo depende de um grande número de pequenos agricultores. Ao anunciar a acção, o governo chinês não mencionou a recente decisão da administração Trump de impor tarifas sobre as importações norte-americanas de painéis solares chineses. Autoridades da China disseram a representantes de empresas dos EUA que Pequim está a preparar medidas de retaliação caso as exportações chinesas sejam afectadas pela política defendida por Trump conhecida como “America First”. Os EUA estão envolvidos também em processos que podem impor à China penalidades relacionadas à propriedade intelectual e comércio de aço e alumínio. Produtos agrícolas dos EUA são um alvo provável na lista do governo chinês, já que Estados agrícolas norte-americanos são vistos como a base política do presidente Donald Trump. A China tem-se destacado como um grande mercado para o sorgo produzido nos EUA. Desde 2013, mais de 27 milhões de toneladas do produto foram vendidas para o país asiático, conforme dados da associação de produtores de sorgo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Estudante de 81 anos recebe diploma da Universidade de Tianjin [dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]ue Minxiu, estudante de 81 anos, recebeu no domingo um diploma de graduação da Universidade de Tianjin. “Eu acho que o significado da vida é desafiar-se continuamente e melhorar, por isso queria agradecer à Universidade de Tianjin por me oferecer esta oportunidade preciosa para tornar os sonhos que não foram concluídos antes numa realidade”, disse Xue, que falava como representante dos estudantes na cerimónia. “Para mim, o mais importante na vida é seguir meu próprio caminho. Isto é, não sucumbir à pressão dos colegas. Mesmo com tempo limitado, devemos permanecer fiel às nossas aspirações originais mesmo que estejamos com fome. O mais importante é ter a coragem de prosseguir”, assinalou Xue. A idosa mencionou que, apesar de todas as dificuldades durante o estudo, tornou-se mais sábia e mais madura, acrescentando que alguém só se pode conhecer depois de enfrentar adversidades. Xue elogiou a educação moderna à distância, que lhe forneceu os meios para conseguir o diploma. Também agradeceu aos professores da Universidade de Tianjin, que a apoiaram com cordialidade, esperança e coragem. Xue inscreveu-se no curso “E-commerce” pela educação à distância da Universidade de Tianjin em Março de 2014 quando tinha 77 anos. Estudante mais velha da turma, ela era uma das mais estudiosas. Levantava-se às cinco da manhã todos os dias e a primeira coisa que fazia era ligar o computador e estudar por algum tempo. Xue nunca ligou a televisão na sua casa durante quatro anos, pois acreditava que devia aproveitar o tempo todo para estudar. Xue tentou seis vezes antes de passar a última prova online e finalmente recebeu o diploma. A estudante de 81 anos fala cinco línguas (chinês, inglês, francês, russo e latim), também é boa em Excel e Photoshop. No seu tempo livre, Xue gosta de tirar fotos, patinar e nadar.
Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | Governo chinês doou arroz para famílias afectadas pelas chuvas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês doou sete mil toneladas de arroz para as famílias afectadas pelas calamidades naturais em Moçambique, anunciou o embaixador da China em Maputo. Su Jian, citado pelo diário Notícias, disse que o donativo representa “mais uma prova da visão da China em construir uma “comunidade de destino comum com os seus parceiros de outros países”, lembrando as “boas relações” que o seu país possui com Moçambique. O donativo foi entregue na sexta-feira nos portos da Beira e Maputo e a cerimónia central, na capital moçambicana, contou com a presença do secretário permanente do Ministério da Administração Estatal e Função Pública, António Tchamo. “O donativo disponibilizado vai garantir a assistência as famílias afectadas pelos fenómenos calamitosos, minimizando assim o seu sofrimento”, declarou António Tchamo. Entre Outubro e Abril, Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, sujeita à passagem de tempestades e, ao mesmo tempo, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral. O Governo estima serem necessários 447 milhões de meticais (61 milhões de patacas) para enfrentar os estragos provocados pela chuva e ventos ciclónicos que atingiram o centro e norte do país nas últimas duas semanas. Desde Outubro, 21 pessoas morreram devido às intempéries da estação das chuvas em Moçambique, sendo as províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia as mais afectadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina ordena encerramento de plataformas de intercâmbio de criptomoedas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai reforçar os esforços para travar o uso de criptomoedas como a Bitcoin, incluindo o encerramento de firmas que negoceiam em moedas virtuais e respectivas plataformas de intercâmbio, noticiou ontem a agência oficial Xinhua. A agência chinesa detalha que o banco central chinês quer encerrar todas as plataformas que fazem transacções de moedas criptografadas. Em Setembro passado, o banco central chinês e seis ministérios do país emitiram um comunicado conjunto a declarar a ilegalidade das moedas virtuais. Pequim ordenou então às empresas que comercializam aquela moeda que não registem novos utilizadores. As autoridades proibiram ainda os bancos e empresas de pagamentos que realizem transações de grandes valores com moedas virtuais. A China é o maior consumidor e produtor mundial de bitcoins. Segundo dados citados pela imprensa chinesa, mais de 90% do comércio global da moeda chegou a ser feito na China. Ao contrário das divisas físicas, como o euro e o dólar, os Bitcoins não são regulados por bancos centrais, sendo gerados por milhares de computadores em todo o mundo. Utilizado por milhares de ‘sites’ da Internet e mesmo por lojas reais, a moeda virtual (Bitcoin) pode ser trocada por serviços como tarifas de táxis, vários produtos ou mesmo divisas, a partir do momento em que a outra parte aceita o princípio da transacção virtual. No início de Janeiro, a bitcoin registou um ‘crash’, depois de em Dezembro ter valido quase vinte mil dólares, o preço mais alto de sempre e cerca de 20 vezes mais do valor 12 meses antes. Na semana passada, a moeda caiu para baixo da fasquia dos oito mil dólares, o preço mais baixo desde Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaEstado Unidos tentam vender armas a países vizinhos da China [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos enviaram a sua diplomata responsável pela venda de armamento para promover armas norte-americanas na maior feira aeronáutica da Ásia, onde tem crescido a presença militar e influência política da China. Tina Kaidanow disse aos jornalistas que uma vasta delegação dos EUA está a fazer “tudo o que pode” para encorajar os governos do sudeste asiático a comprar armamento ao país, como caças F-35. Washington tem tentado atrair países como o Vietname, outrora um inimigo, com a venda de armamento, numa altura em que uma política externa mais assertiva da China, que reclama a quase totalidade do mar do Sul da China, tem suscitado protestos dos países vizinhos. Desde que o Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2012, Pequim construiu várias ilhas artificiais e ergueu instalações militares em recifes disputados pelo Vietname, Filipinas, Malásia, Brunei ou Taiwan. Kaidanow classificou a transferência de uma embarcação norte-americana de guarda costeira para o Vietname, no ano passado, de “incrivelmente positiva”. “Eles vão poder usar o nosso equipamento no domínio marítimo, para a sua segurança, é importante para eles”, disse Kaidanow, que na semana passada esteve em Hanói. A visita ocorreu poucos dias após o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, ter anunciado no Vietname planos para enviar um porta-aviões para o país, numa demonstração de “solidariedade”. Apesar da postura chinesa no Mar do Sul da China ter suscitado reclamações, Pequim tem também financiado e desenvolvido infra-estruturas na região, como forma de assegurar aliados, e vendido armas a Manila, em apoio à controversa campanha antidrogas do Presidente filipino, Rodrigo Duterte. Kaidanow disse ainda que reunirá com funcionários do Japão e outros países do sudeste asiático durante os próximos dias, argumentando que as nações da região devem comprar armamento norte-americano, “não só por questões de segurança, mas também para manter o equilíbrio na região”. A diplomata norte-americana acrescentou que os EUA vão manter as suas operações de liberdade de navegação nas águas do Mar do Sul da China reclamadas por Pequim. “Iremos absolutamente manter o ritmo”, disse. A China condena as operações de Washington na região como provocações “imprudentes”, que aumentam os riscos de confrontos militares entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaXi e May fazem acordos de US$ 13,26 mil milhões [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, partiu este fim de semana da China com acordos de mais de US$ 13,26 mil milhões assinados ao final de uma missão comercial de três dias durante a qual presidente chinês, Xi Jinping, prometeu expandir a “era de ouro” do relacionamento. O Reino Unido está a tentar reinventar-se como nação comercial global desde o referendo de 2016 que decidiu pela saída do país da União Europeia, e a China, a segunda maior economia do mundo, está no topo da lista de países com os quais Londres quer assinar um acordo de livre comércio. Durante uma cimeira de negócios em Xangai, a capital comercial da China, May disse que o Reino Unido está determinado a ajudar a concretizar a visão de globalização de Xi e uma economia chinesa mais aberta. “Enquanto isso, o Reino Unido prepara-se para deixar a União Europeia. Estamos a aproveitar a oportunidade para nos tornarmos um Reino Unido global ainda mais aberto para o exterior, aprofundando nossas relações comerciais com nações de todo o mundo, incluindo a China”, frisou. “O investimento chinês ajuda o Reino Unido a desenvolver a infra-estruturas e criar empregos, cerca de 50 mil empresas importam bens da China e mais de 10 mil vendem os seus produtos para o país asiático”, acrescentou. “Acertámos medidas para trazer mais alimentos e bebidas internacionalmente reconhecidos do Reino Unido para a China, para abrir o mercado para alguns dos provedores de serviços financeiros de nível mundial do Reino Unido”, afirmou May. Abertura de vagas Os US$ 13,26 mil milhões em acordos criarão mais de 2500 empregos em todo o Reino Unido, divulgou o governo britânico. As empresas britânicas de serviços financeiros sozinhas já garantiram acordos de mais de mil milhões de libras esterlinas e acesso a mercados que significarão 890 empregos, informou o governo, sem dar detalhes. Pequim vê Londres como um aliado importante no seu apelo por mercados globais mais abertos, apesar dos temores generalizados na comunidade empresarial estrangeira com a dificuldade de se operar na China, e os dois países referem uma “era de ouro” nas relações. Xi disse a May na capital chinesa que as duas nações deveriam “dar um novo significado aos laços bilaterais de maneira a forjar uma versão aprimorada da ‘Era de Ouro’”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim critica nova estratégia americana de armas nucleares [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China criticou ontem a nova estratégia de armas nucleares dos Estados Unidos, aconselhando os americanos a perderem a “mentalidade da Guerra Fria” e a assumirem a “responsabilidade principal” no desarmamento nuclear. O Ministério da Defesa chinês afirmou que o documento sobre a nova política de armas nucleares, elaborado pelos serviços americanos da Defesa, Estado e Energia, “especula com o caminho do desenvolvimento” chinês e exagera a ameaça que representam as forças nucleares do país asiático. A nova estratégia de armas nucleares americana, anunciada esta semana pelo Pentágono, exige a introdução de dois novos tipos de armamento, acabando com os esforços da era de Barack Obama para reduzir o tamanho e o alcance do arsenal norte-americano. Durante a apresentação, o secretário de Defesa, Jim Mattis, afirmou que a capacidade dos arsenais nucleares russo e chinês “estão a melhorar”, ao contrário do que acontece com os Estados Unidos. A política da administração anterior dependia do que o então Presidente Barack Obama chamou de obrigação moral para que os Estados Unidos liderassem com o exemplo para livrar o mundo das armas nucleares. Mas oficiais da administração de Donald Trump e do Exército norte-americano argumentam que a abordagem de Obama se mostrou excessivamente idealista, particularmente quando a Rússia ressurgiu, com os Estados Unidos a não conseguirem persuadir os seus adversários nucleares a seguir o exemplo. “Esperemos que os Estados Unidos compreendam correctamente a intenção estratégica da China e que assumam uma visão justa sobre a defesa nacional e o desenvolvimento militar da China”, respondeu hoje o porta-voz da Defesa chinês, Ren Guoqiang, citado pela agência estatal Xinhua. O porta-voz chinês exortou ainda os americanos a perderem “mentalidade da Guerra Fria”. EUA desrespeitam América Latina Entretanto, a China acusou os Estados Unidos de desrespeitarem a América Latina depois do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter alertado os países da região contra a dependência excessiva dos laços económicos com a China. Tillerson, num discurso antes de uma visita ao México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica, disse que a China estava a ficar mais forte na América Latina, usando políticas económicas para atrair a região para sua órbita. Em comunicado divulgado no final da sexta-feira, respondendo a Tillerson, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China informou que a cooperação entre a China e a América Latina é baseada em interesses comuns e necessidades mútuas. “O que os Estados Unidos disseram é inteiramente contra a verdade e mostrou desrespeito ao vasto número de países latino-americanos”, afirmou o ministério. A cooperação entre a China e os países latino-americanos baseia-se na igualdade, reciprocidade, abertura e inclusão, acrescentou. “A China é um importante comprador internacional de commodities a granel da América Latina e importa cada vez mais produtos agrícolas e de alto valor agregado da região”, informou o ministério. O investimento e a cooperação financeira da China com os países latino-americanos estão em plena conformidade com as regras comerciais e as leis e regulamentos locais, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaCamioneta em chamas no centro de Xangai [dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]elo menos 18 pessoas ficaram feridas, no centro de Xangai, quando uma camioneta em chamas saiu da estrada e atingiu vários peões no passeio, disseram as autoridades e testemunhas. Três pessoas ficaram gravemente feridas, acrescentaram. O acidente ocorreu cerca das 9:00, perto do emblemático parque do povo, num bairro comercial muito movimentado no centro da cidade, no leste da China, e quando numerosas pessoas se dirigiam para o trabalho. De acordo com os primeiros elementos do inquérito, o condutor do veículo, de 40 anos, estava a fumar e transportava “sem autorização” substâncias perigosas. Um princípio de incêndio causou a perda de controlo do veículo, acrescentou a polícia do bairro de Huangpu, em Xangai. “A camioneta já estava em chamas quando saiu da estrada e subiu o passeio”, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) Zhang Sai, segurança de um prédio vizinho, que assistiu ao acidente. O veículo perdeu o controlo e subiu o passeio com grande velocidade, atingindo vários peões, enquanto outros fugiam da trajectória da camioneta. Xu Xin, empregado de restaurante de 23 anos, contou à AFP que chegou ao local, no percurso da sua corrida matinal, quando várias pessoas telefonavam já para os serviços de emergência. No interior do veículo, disse, viam-se pequenas botijas de gás, de um modelo habitualmente usado para placas de cozinha. O acidente ocorreu na secção oeste da rua de Nankin, zona muito frequentada e onde se situam hotéis de prestígio, restaurantes, grandes centros comerciais e edifícios de escritórios. Em 2013, dois turistas morreram na praça Tiananmen, em Pequim, quando um veículo galgou o passeio, atingindo várias pessoas, antes de se incendiar. As autoridades chinesas atribuíram este atentado, no qual morreram três atacantes, a separatistas da etnia muçulmana uigur, oriundos da região de Xinjiang, no noroeste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo à procura de adrenalina traz dinheiro a região pobre [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]poiada no braço de uma amiga, Fang Bing atravessou a mais longa ponte de vidro do mundo, suspensa num desfiladeiro no noroeste da China, numa experiência de “adrenalina”, onde o truque é “não olhar para baixo”. “Arrependi-me quando cheguei a meio”, admite à agência Lusa Fang, uma das curiosas que viajou até ao parque natural de Hongyagu, para caminhar a quase 218 metros de altitude sobre uma plataforma transparente. Inaugurada em Dezembro passado, a ponte de Hongyagu é constituída por 1.077 placas de vidro – cada uma com quatro centímetros de espessura -, e tem 488 metros de comprimento. Fang Bing, que se deslocou cerca de 80 quilómetros desde Shijiazhuang, a capital da província de Hebei, assume ter sentido “muito medo” ao caminhar sobre a ponte. “Mas também se não tivesse sentido, não tinha valido a pena gastar 398 yuan”, acrescenta, referindo-se ao preço do bilhete de acesso à plataforma. Para alcançar a ponte é necessário subir 2000 degraus, num percurso de quase uma hora, que poderá ser evitado a partir de Maio, quando a organização inaugurar um teleférico. Em redor da estrutura, erguem-se até perder de vista dezenas de montanhas, áridas devido ao inverno seco do noroeste chinês. Outros visitantes revelam-se mais corajosos: “No início senti medo, mas quando cheguei a meio já estava bem”, conta Sheng Yuxiao, que vive a poucos quilómetros do parque. Sentada ao lado de uma amiga sobre a plataforma, Sheng diverte-se a tirar ‘selfies’, indiferente à vertigem sentida por outros visitantes. Pontes de vidro não são novidade na China, que conta já com 60 estruturas deste género, segundo a imprensa local. É também no país asiático que se encontra a ponte de vidro mais alta do mundo, suspensa a 300 metros do solo, no parque de Zhangjiajie, que inspirou as Montanhas Aleluia do filme “Avatar”. “As pontes de vidro são muito populares na China”, explica à Lusa Liu Qiqi, engenheiro-chefe da estrutura em Hongyagu. Sentado num dos restaurantes da cidade antiga de Hongyagu, onde são servidos pratos típicos da região, incluindo massa com carne de javali, Liu revela que o vidro usado nesta obra é de “tecnologia militar”. “Cada bloco de um metro tem capacidade para suportar 500 quilos”, diz. “Este tipo de vidro é apenas frágil ao impacto de objectos pequenos: varas com pontas de ferro, bengalas, ou objectos bicudos”. Liu revela que o custo de construção da ponte fixou-se em 150 milhões de yuan. Hongyagu pertence ao condado de Pingshan, no extremo noroeste de Hebei, junto à fronteira com a província de Shanxi. Hebei produz mais aço do que qualquer país no mundo – com excepção da própria China. Shanxi é o núcleo da indústria do carvão no gigante asiático – o maior consumidor de carvão do planeta. No dia em que a agência Lusa esteve em Hongyagu, um espesso manto de poluição cobria ambas as províncias e persistia no ar o cheiro a carvão. Na auto-estrada que liga Shijiazhuang e Hongyagu, a circulação de camiões carregados daquele minério negro era constante, num fluxo que o Governo chinês espera diminuir, através da promoção de outras fontes energéticas, como o gás natural ou as renováveis, parte da sua “guerra à poluição”. Só nas indústrias do aço e do carvão, a China deverá extinguir 1,8 milhão de empregos ao longo dos próximos anos. A ponte de vidro de Hongyagu parece assim ligar uma região pobre e isolada à emergente indústria do turismo chinesa, que só no ano passado facturou 5,4 biliões de yuan. “Queremos dinamizar o turismo na região, torna-lo mais competitivo”, afirma Liu. “Por isso, erguemos aqui esta ponte”.
João Luz China / Ásia MancheteEstudo | Relatório do The Economist revela declínio global da democracia O Índice de Democracia da unidade de pesquisa do The Economist revela que 2017 foi um ano negro para as aspirações democráticas no mundo inteiro. De acordo com o relatório, a Ásia foi das regiões que mais caíram no índice, numa tendência global de ataque à democracia e à liberdade de expressão. Em primeiro lugar do ranking ficou Noruega. O último lugar foi, sem surpresas, para a Coreia do Norte [dropcap style≠’circle’]2[/dropcap]017 foi um ano negro para a democracia, uma asserção que não parece surpreendente se fizermos uma revisão do que se passou no ano passado, mas que ganha substância no Índice de Democracia do jornal The Economist. O relatório divide em quatro categoria os regimes analisados: Democracias completas, democracias com falhas, regimes híbridos e regimes autoritários. O estudo baseia-se na análise de 60 indicadores que medem o processo eleitoral e o pluralismo, o funcionamento do Governo, a participação política, a cultura democrática e política e as liberdades civis. Logo à partida, o resultado é chocante, nomeadamente por demonstrar que apenas 5 por cento da população mundial vive numa democracia completa. Enquanto que quase um terço do mundo vive sob o jugo de regimes autoritários, com particular destaque para a China neste capítulo. Aliás, no geral, 89 países e territórios viram as suas pontuações descerem, registando a maior queda desde 2010, com os países asiáticos a liderar o declínio. Não é, portanto, de espantar que nesta parte do globo os únicos países com pontuações que os colocam na categoria das democracias completas são a Austrália e a Nova Zelândia. A Ásia foi o continente que sofreu o maior declínio em relação a 2016, além de registar a maior discrepância entre países. O bloco asiático obteve 5.63 de pontuação, ficando para trás em relação à América do Norte que atingiu os 8.56, a Europa Ocidental que teve 8.38 e a América Latina com 6.26. A pontuação obtida pela Ásia em 2017 contraria os avanços registados nos anos anteriores. “Foi um ano de retrocesso democrático na região e a pior performance desde 2010/2011 no rescaldo da crise económica e financeira global”, explica Duncan Innes-Ker, director da Ásia The Economist Inteligent Unit, a organização responsável pelo estudo. Duncan Innes-Ker salienta “como maiores razões para as tendências de regressão a consolidação do poder de alguns líderes chave da região, a crescente intolerância em relação a minorias e os atropelos à liberdade de expressão”. As duas maiores democracias emergentes asiáticas, a Índia e a Indonésia, sofreram declínios acentuados nas respectivas pontuações. A Índia caiu da 32ª posição, que ocupava em 2016, para o lugar 42, enquanto a Indonésia desceu do lugar 48 para 68. Um dos maiores reveses sofridos pelo Estado indonésio, que explicam a queda de 20 lugares no ranking, está relacionado com o município de Jacarta, após a prisão por blasfémia contra o Islão do antigo Governador, Basuki Tjahaja Purnama, um cristão de origem chinesa. O ex-governante foi condenado a uma pena de prisão de dois anos. China na cauda A ascensão das ideologias conservadoras e religiosas também afectaram a Índia. O fortalecimento das forças Hindus de direita levou ao aumento do número de melícias e vigilantes e da opressão de comunidades de minorias, em especial muçulmanas, e outras vozes dissidentes. Cá pela região, Hong Kong caiu três lugares para o lugar 71, num total de 167 jurisdições. Macau não está incluída na lista do The Economist, porém, a pontuação obtida pela região vizinha é um bom indicador comparativo. Na análise de 2017, Hong Kong teve a mesma pontuação que a Namíbia e o Paraguai, ocupando a categoria das democracias com falhas, ficando atrás de territórios como Singapura, Mongólia, Malásia e Sri Lanka. Neste aspecto é de referir que a China ficou no 139º lugar, entre 167 países e territórios, ocupando a categoria dos regimes autoritários, atrás de países como Zimbabué, Ruanda, Rússia, Cuba, Venezuela Angola, Moçambique e Iraque. O resultado chinês foi influenciado pela consolidação do poder de Xi Jinping, algo que teve o seu apogeu na inscrição do pensamento do presidente sobre a Nova Era de socialismo de características chinesas na constituição do Partido Comunista Chinês. Além disso, a pontuação chinesa também foi influenciada pela aceleração do estado de vigilância trazido pelas políticas de Pequim no que toca à ciber-segurança e pela perseguição e prisão de activistas dos direitos humanos e líderes religiosos. Apesar de terem características políticas completamente diferentes, também o Japão e as Filipinas viram os seus líderes consolidarem o poder. O Primeiro-Ministro Shinzo Abe assegurou o quarto mandato à frente dos destinos do Japão, depois de uma vitória esmagadora do seu partido, o Partido Democrático Liberal, que mantém a posição dominante na legislatura. No que diz respeito às Filipinas, que ocupa o lugar 51, o país desceu a sua pontuação devido à pouco precisa declaração de lei marcial na parte sul de Mindanao e pela actuação autoritária do presidente Rodrigo Duterte. Imprensa livre Um dos factores de análise da equipa de investigação do The Economist é a liberdade de imprensa e de expressão. Nesse domínio, a editora do relatório, Joan Hoey, explica que a liberdade de expressão enfrenta uma tripla ameaça. “Tanto nos regimes democráticos como autoritários, o crescimento do uso de processos por difamação, a prevenção do terrorismo e as leis de blasfémia são entraves à liberdade de expressão”. As ameaças à liberdade de expressão não são oriundas apenas das estruturas de poder político. “Entidades privadas, onde se incluem militantes islâmicos, gangs criminais e interesses instalados usam a intimidação, ameaças, violência e homicídio para limitar o discurso livre. Aqueles que argumentam pelo direito de não se sentirem ofendidos estão a exigir “espaços seguros”, “avisos de ofensas” e leis e regulamentos para trazer o “discurso odioso” nas redes sociais de forma a limpar a vida pública de conteúdos alegadamente ofensivos”, explica a editora. De acordo com o índice respeitante à liberdade de imprensa, o estudo revela que apenas 30 países, do universo de 167 estudados, estão classificados como “completamente livres”. Esta parcela representa apenas 11 por cento da população mundial. Na categoria de parcialmente livre estão 40 países, onde vive 34,2 por cento da população mundial. De resto, 97 países do Índice de Liberdade de Imprensa tiveram notas que os colocaram na categoria de “sem liberdade”. Pilares tremidos Apesar dos maus resultados, 2017 é um ano que traz alguma esperança, pelo menos no contraste com o ano anterior. De acordo com os autores do relatório, “se 2016 teve uma notável insurgência de populismo contra políticos e partidos mainstream em democracias desenvolvidas na Europa e na América do Norte, 2017 foi marcado pela resposta a este populismo evidente nos movimentos de oposição ao Brexit e à administração Trump”. No Estados Unidos, o estudo realça a polarização política, que tem vindo a crescer ainda mais desde que Donald Trump ocupa a Casa Branca, intensificando clivagens entre republicanos e democratas em temas como a imigração, economia e políticas ambientais. “As crescentes divisões entre os dois pólos políticos ajudam a explicar o porquê das dificuldades de governação da Administração Trump, apesar de os republicanos controlarem ambas as câmaras do Congresso”, lê-se no relatório. Face a este cenário não é de estranhar que os Estados Unidos tenham sido classificados como uma democracia com falhas, uma classificação que abrange também a grande maioria dos países europeus como, por exemplo, Portugal, Itália, França, Grécia e Bélgica. O último classificado na lista de países com democracias completas é a Espanha, que viu o seu lugar posto em causa devido à forma como Madrid lidou com a questão catalã. A equipa do The Economist não deixou passar em claro as tentativas de parar o referendo pela independência da Catalunha, nomeadamente a forma como foram invadidas assembleias de voto, se encerraram portais de internet e se perseguiram eleitores. A maioria dos países europeus classificados como democracia com falhas situam-se na Europa de Leste, com a Roménia à cabeça desta lista, ocupando o número 64 do ranking. De acordo com o relatório, “a Europa de Leste tem tradicionalmente pontuações baixas no Índice de Democracia devido à fraca cultura política, transições políticas para a democracia e dificuldades na salvaguarda da lei e contra a corrupção”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Bairro evacuado por causa de bomba da II Guerra Mundial [dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas foram ontem retiradas do bairro de Wanchai, em Hong Kong, devido ao perigo de rebentamento de uma bomba de 450 quilos dos tempos da Segunda Guerra Mundial, encontrada numa zona de construção. Segundo relatos das autoridades locais, dezenas de especialistas estão a tentar desactivar o engenho explosivo, o que levou à retirada forçada de mais de quatro mil pessoas no distrito comercial e financeiro de Wanchai, um dos mais movimentados da cidade. No espaço de quatro dias é a segunda bomba dos tempos da Segunda Guerra Mundial que é encontrada naquela área urbana, onde decorrem escavações no subsolo. Uma primeira bomba de 450 quilos dos tempos da Segunda Guerra Mundial provocou na quarta-feira o encerramento de várias ruas importantes e a suspensão de serviço de balsas no bairro. “A bomba está numa situação perigosa. O mecanismo do fusível está gravemente danificado e a sua posição impede que a nossa equipa trabalhe de uma maneira eficiente”, disse ao jornal South China Morning Post o especialista em desativação de engenhos explosivos Alick McWhirte. Segundo as autoridades locais, ambos os engenhos explosivos foram lançados pela aviação militar americana durante a Segunda Guerra Mundial, ficando “incrustados no solo” sem explodir até agora.
Hoje Macau China / ÁsiaConsumo na China | Jovens dão nova vida ao mercado do luxo Há empresas como a LVMH, que congrega marcas como a Gucci, Kering e Hermes, que olham para os jovens chineses como os principais consumidores de artigos de luxo [dropcap]G[/dropcap]uo Jiaxi é uma jovem típica de uma nova geração que está a surgir na China e que aposta no luxo: é jovem, é mulher e não tem medo de gastar. A contabilista de 24 anos, gosta de marcas como Coach e Louis Vuitton e já comprou, para oferecer, um lenço da Acne Studios, um relógio Daniel Wellington ou um cinto Mont Blanc. Com um salário anual de 50 mil yuans, cerca de 6400 euros, a jovem gasta um quinto do seu rendimento em artigos de luxo. “O luxo não é uma necessidade total para mim, mas sempre que tenho dinheiro suficiente, compro”, confessa. Não é a única. O ano passado, de acordo com a consultora Bain & Co, deu-se um aumento “dramático” em compras de luxo na China. E há empresas como a LVMH, que congrega marcas como a Gucci, Kering e Hermès, que olham para os jovens chineses como os principais consumidores de artigos de luxo. A vontade que esta geração tem de gastar – muitas vezes mais do que pode pagar – tem alguns senãos porque se trata de consumidores que não são tão leais às marcas tradicionais, e são influenciados por mudanças de tendências online. “Alguns destes jovens, mesmo quando não têm dinheiro suficiente, continuam a comprar produtos de luxo”, informa Huang Yue, 27 anos, que dirige a secção de moda no portal chinês Loving Luxury. Yue acrescenta que a mudança com os millenials, aqueles com idades entre os 20 e os 34 anos, foi dramática pois estimulou o surgimento de novas áreas, como o streetwear de luxo e o vestuário desportivo, o que a consultora Bain & Co. confirma que é essa a mudança que está por trás do rápido crescimento. Impulsionados pelo optimismo geral, atraídos pela facilidade das compras online e ajudados por pais que também beneficiaram do rápido crescimento do país, os millenials não só contribuem para o mercado de luxo interno como para o externo.. Esta geração de consumidores deram um impulso de 18 mil milhões de euros às vendas no ano passado, cerca de 20% mais do que no ano anterior. É, de longe, o salto mais alto em mais de meia década de crescimento lento, segunda a Bain & Co.. Os bens de luxo comprados na China representam 8% do total global, enquanto os compradores chineses, que fazem três quartos das suas compras de luxo no exterior, representam 32% das vendas em todo o mundo. O presidente-executivo da LVMH, Bernard Arnault, declara que a China é um mercado “muito dinâmico”, no qual a marca Louis Vuitton é sólida. “A China deu-nos um bom retorno”, disse à comunicação social há uma semana. A Gucci e a marca de conhaque Remy Cointreau estão entre outras bem conhecidas que registam um crescimento forte no mercado chinês. No entanto, analistas e insiders da indústria, confirmam que os consumidores estão a alargar a gama de marcas que compram, o que coloca um desafio às mais tradicionais. Por exemplo, a Coach e a Burberry revelam que, o ano passado, os seus resultados foram mais fracos, assim como a Prada também sentiu uma quebra nas vendas na China. Por isso, estas marcas têm vindo a estabelecer parcerias com personalidades que são influencers, assim como, no caso da Prada, lançou uma loja online em Dezembro. Revendedores online como a Alibaba e JD.com decidiram lançar as suas próprias plataformas de luxo e vender marcas como Yves Saint Laurent, Stella McCartney e Alexander McQueen. “Os consumidores chineses estão a passar por várias mudanças”, declara Liao Jianwen, director estratégico da JD.com, durante o Fórum de Mercados Globais da Reuters no World Economic Forum, em Davos, acrescentando que estes querem produtos de alta qualidade a “preços competitivos”. Mesmo que os consumidores gastem mais, estão a tornar-se mais exigentes. Veja-se o caso de Zhang Xia, 24 anos, uma jovem que trabalha na área financeira, e que já comprou malas Dior, Louis Vuitton, jóias Bulgari e até já pagou 19 mil euros por um relógio Piaget; mas que agora tornou-se mais difícil conquistá-la. “Cada vez mais, o que eu quero são padrões e objectos originais”, justifica, acrescentando que, tal como Guo, às vezes os pais ajudam-na a pagar as suas compras. Esta mudança teve como consequência o surgimento de áreas que não eram vistas no mesmo espaço do luxo tradicional, como o casualwear, a streetwear e até roupas de desporto premium. Os consumidores também estão mais disponíveis para comprar bens usados, o que significa que as pessoas que fazem compras em primeira mão podem, mais tarde, vender esses artigos, reavendo parte do que gastaram. “Porque sabem que podem vender em segunda mão, as pessoas não são tão rigorosas com os seus orçamentos para artigos de luxo”, justifica Deng Yun, 33 anos, director de operações da plataforma Luxusj, que vende bens de luxo usados. Segundo este responsável, os artigos mais populares no site são as malas Louis Vuitton, Chanel, Gucci e Fendi. Chloe, da casa Richemont, é popular entre compradores mais jovens, enquanto Hermès ainda tem um bom cachet, acrescenta. Com REUTERS