Hoje Macau China / ÁsiaTibete | Líder chinês apela ao aumento dos “esforços contra o separatismo” Um alto quadro do regime chinês apelou ao “aumento dos esforços contra o separatismo” no Tibete, num sinal de que Pequim irá manter o controlo apertado numa das mais voláteis regiões da China [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]itado ontem pela imprensa estatal chinesa, Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China, sublinha a importância de vigiar as instituições budistas tibetanas, instando à “prontidão e precaução para os perigos em tempos seguros”. Wang afirmou que as figuras religiosas devem ser “corajosas para combater todos os elementos separatistas”, visando preservar a unidade nacional e estabilidade social, durante uma visita à capital tibetana, Lhasa, no domingo. Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que a região foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês. Ateísmo evangélico Desde 2008, quando vários protestos contra o Governo chinês abalaram a região, as autoridades chinesas têm reforçado as políticas repressivas, visando reduzir a influência do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, e que vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959. Wang é um dos principais responsáveis pela política de Pequim para a religião. Os seus comentários de domingo reflectem também o apelo do Governo chinês, oficialmente ateísta, para que as religiões no país sejam “achinesadas”, o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às directrizes do Partido Comunista. Entre as medidas mais recentes, foi exigido aos estudantes da região que assinassem um acordo em como “não participariam em qualquer tipo de actividade religiosa”, durante as férias de Verão.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | Mais de 50 detidos por apoio a protesto por direitos sindicais [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 50 estudantes foram detidos por apoiarem trabalhadores que se manifestam pelo direito de formar um sindicato na cidade de Shenzhen, disse à agencia noticiosa espanhola EFE uma organização não-governamental. A China Labour Bulletin (CLB), com sede em Hong Kong e que defende os direitos dos trabalhadores na China, assegurou que a maioria dos detidos são estudantes universitários que apoiam o movimento dos trabalhadores da empresa Jasic Technology. Desde Maio que os trabalhadores da Jasic Technology, com fábricas em Shenzhen e Chengdu com um total de 1.200 empregados, reivindicam os seus direitos, depois da empresa ter despedido os mais críticos. Três funcionários da empresa também foram detidos por algumas horas. “O ataque policial contra os activistas estudantis mostra que as autoridades estão muito preocupadas com o crescente apoio que os trabalhadores da Jasic estão a receber em toda a China e que estão a tentar silenciar essas vozes através da censura na Internet e da acção policial”, disse à EFE o director de comunicação da CLB, Geoffrey Crothall. “A menos que as autoridades abordem realmente o problema real, que é a falta de um sindicato legítimo que possa representar os interesses dos trabalhadores, este tipo de protestos voltará a acontecer”, alertou. Os empregados da Jasic Technology também protestam contra os baixos salários e as más condições de trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Mais de 10 feridos e 60 voos cancelados na passagem do tufão Cimaron [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]passagem do tufão Cimaron provocou mais de 10 feridos e levou ao cancelamento de 60 voos no oeste do Japão, a mesma zona afectada por chuvas torrenciais, em Julho, que causaram na altura 220 mortes. O tufão atravessou o oeste do arquipélago japonês e atingiu o Mar do Japão, tendo a sua intensidade sido reduzida, tornando-se num ciclone extratropical, segundo a Agência Meteorológica do Japão. A passagem do tufão por Osaka, Aichi e Shikoku causou fortes chuvas, inundações e ventos, além do risco de deslizamentos, o que levou as autoridades japonesas a manterem o nível de alerta nessas áreas. Treze pessoas ficaram feridas em vários incidentes relacionados com a passagem do tufão, incluindo um acidente de trânsito numa ponte na província de Hyogo. A passagem da tempestade em algumas das áreas onde ocorreram mais vítimas, devido às fortes inundações, em Julho, levou as autoridades japonesas a exercer extrema cautela. Em declarações obtidas pela agência de notícias japonesa Kyodo, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que as fortes chuvas devem continuar, mesmo após a passagem do tufão, e pediu às autoridades locais para “reforçarem a vigilância particularmente face a possíveis inundações e deslizamentos de terra”. O tufão Cimaron é o segundo a afectar o arquipélago japonês na semana passada depois de passar pelo sudoeste do território de Soulik.
Hoje Macau China / ÁsiaIncêndio | Detido proprietário de hotel em que morreram 19 pessoas A polícia deteve o proprietário do hotel onde um incêndio causou, no sábado, a morte de 19 pessoas na cidade chinesa de Harbin, no noroeste do país, anunciou ontem a agência Xinhua [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas continuam a investigar as causas do fogo, que começou pelas 04h36 no hotel Beilong Hotspring Leisure, onde cerca de cem bombeiros trabalharam durante mais de três horas para extinguir o fogo. Apesar de, num primeiro momento, se noticiarem 18 mortes, um dos feridos morreu no hospital, onde estavam a ser assistidas outras 23 pessoas, segundo as autoridades locais. A polícia, que abriu uma investigação para esclarecer o sucedido, deteve até ao momento o proprietário do hotel, por alegada responsabilidade no incêndio. Em imagens difundidas pela televisão estatal chinesa CCTV, pode ver-se que vários andares do complexo hoteleiro ficaram totalmente calcinados, afectando uma área de cerca de 400 metros quadrados. As equipas de emergência conseguiram resgatar vinte pessoas que ficaram presas no hotel e retiraram outras 80 que se encontravam no edifício no momento do incêndio. Gelo e fogo Harbin, capital da província de Heilongjiang, a mais a norte do país, na fronteira com a Rússia, é conhecida por albergar no Inverno o Festival de Gelo e Neve, o maior recinto deste tipo no mundo. A cidade recebe a cada Inverno mais de um milhão de turistas, na maioria chineses, atraídos pelas colossais estátuas de água congelada e neve com forma de templos, pagodes, palácios e budas. Os incêndios em edifícios são comuns na China, onde as regras de segurança são regularmente negligenciadas. Dezoito pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas, em Abril, no incêndio de um espaço de karaoke no sul do país. As medidas de segurança anti-incêndio dos imóveis do país foram postas em causa em muitas ocasiões, especialmente após a morte de 19 pessoas, entre as quais oito crianças, num incêndio num edifício de vivendas no sul de Pequim, ocorrido em Dezembro. As autoridades lançaram então uma campanha de 40 dias para examinar as medidas anti-incêndio dos imóveis da capital e subúrbios, que acabou por resultar no desalojamento massivo de milhares de pessoas dos seus lares, na maioria trabalhadores migrantes.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim pede a EUA para não interferir na relação com El Salvador [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]equim pediu no fim-de-semana a Washington para não interferir na política externa de El Salvador, após a Casa Branca ter anunciado que os Estados Unidos vão rever a sua relação com Salvador, que rompeu relações diplomáticas com Taiwan. “Apenas o povo de El Salvador sabe qual é a decisão correcta e qual beneficia os seus interesses, assim esperamos que certos países respeitem o direito dos Estados soberanos de desenvolverem as suas relações internacionais, em vez de interferirem nos seus assuntos internos”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang. O dirigente chinês recordou ainda que El Salvador se juntou a outros 176 países que mantém relações oficiais com a China (e não com Taiwan, por imposição de Pequim). Países que mantêm laços diplomáticos com Pequim não podem ter ligações a Taipé e vice-versa. Taiwan conta agora com apenas 17 aliados diplomáticos no mundo, nove dos quais na América Latina e nas Caraíbas.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim acusa Trump de declarações “irresponsáveis” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China considerou “irresponsáveis” as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que justificou o cancelamento da viagem do seu secretário de Estado Mike Pompeo à Coreia do Norte com a falta de cooperação de Pequim. “As declarações americanas são falsas e irresponsáveis, estamos profundamente preocupados e solenemente protestamos contra os Estados Unidos”, disse Lu Kang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, citado pela AFP. Donald Trump, afirmou sexta-feira ter dado indicações ao secretário de Estado para adiar uma nova visita à Coreia do Norte, devido a progressos insuficientes na desnuclearização. Na sua conta da rede social Twitter, Trump escreveu que não acredita que a China esteja a ajudar com o esforço para conter a Coreia do Norte, por causa da crescente pressão dos Estados Unidos sobre o comércio com a China. Pompeo nomeou na quinta-feira para ser seu enviado especial à Coreia do Norte um director-executivo da Ford Motor Co., anunciando que os dois efectuariam uma viagem àquele país na próxima semana. “Pedi a Pompeo para não ir à Coreia do Norte, nesta altura, porque sinto que não estamos a fazer progressos suficientes no que diz respeito à desnuclearização da Península Coreana”. Algumas avaliações independentes sugerem que Pyongyang tem até aumentado a sua atividade nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos Humanos | EUA preocupados com tratamento aos jornalistas na China Repórteres com fronteiras Os Estados Unidos estão “profundamente preocupados” com o tratamento reservado aos jornalistas na China, declarou este fim-de-semana a embaixada dos Estados Unidos, depois de Pequim ter recusado renovar o visto de uma repórter norte-americana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos estão profundamente preocupados com o facto de jornalistas estrangeiros e locais na China continuarem a enfrentar restrições excessivas que impedem a sua capacidade de realizar o seu trabalho”, afirmou a embaixada dos Estados Unidos em Pequim, em resposta a uma pergunta enviada pela agência de noticias francesa AFP, sobre o caso de Megha Rajagopalan. A jornalista norte-americana, correspondente em Pequim do ‘site’ de notícias norte-americano BuzzFeed, mora na China há seis anos. Megha Rajagopalan fazia, nomeadamente, a cobertura do reforço drástico de medidas de segurança em Xinjiang, no noroeste do país, uma região regularmente atingida por atentados. Os ataques são atribuídos pelas autoridades aos extremistas islâmicos ou “separatistas”. A embaixada também denunciou atrasos no processamento de vistos para jornalistas estrangeiros ou restrições à circulação em determinados locais considerados sensíveis pelas autoridades. Megha Rajagopalan disse numa mensagem publicada na rede social Twitter não saber claramente o motivo por trás da recusa para a renovação do seu visto. Detalhe processual Segundo a jornalista, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse-lhe que esta era uma “questão processual”. O Clube dos Correspondentes Estrangeiros na China informou, na quarta-feira, que pediu ao Ministério esclarecimentos “sobre as razões que levaram à expulsão de facto” de Megha Rajagopalan da China. Esta não é a primeira vez que jornalistas estrangeiros são obrigados a deixar o país. A ex-correspondente da revista francesa L’Obs, Úrsula Gauthier, teve de deixar a China depois de expirar o seu visto a 31 de Dezembro de 2015, já que as autoridades se recusaram renová-lo. Pequim acusou-a de defender os actos dos terroristas em Xinjiang num artigo.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Ministro japonês diz que Trump não compreende o comércio livre [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministro do Comércio do Japão disse ontem que a política de tarifas aduaneiras do Presidente dos Estados Unidos reflecte uma incompreensão grave da importância do comércio livre e da contribuição das empresas japonesas para a economia norte-americana. Hiroshige Seko, ministro da Economia, Comércio e Indústria, advertiu que o Japão pode tomar medidas se os Estados Unidos cumprirem a ameaça de impor uma tarifa de 25 por cento às importações de automóveis do Japão. O ministro não quis dar pormenores sobre uma tal resposta, mas não excluiu a adopção de tarifas retaliatórias. “Os fabricantes de automóveis japoneses são grandes contribuintes para a economia norte-americana”, disse Seko. “Se a indústria automóvel japonesa for enfraquecida, não terá capacidade para investir nos Estados Unidos”, acrescentou. “Isso não tem qualquer vantagem para a economia mundial. As empresas japonesas estão a enviar peças para a China para serem transformadas em produtos que são exportados para os Estados Unidos, e os efeitos já se fazem sentir”.
Hoje Macau China / ÁsiaCamberra acusada de vetar empresas chinesas por razões políticas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo da China acusou ontem a Austrália de vetar por razões políticas a participação das empresas chinesas Huawei e ZTE na rede australiana de telecomunicações de quinta geração (5G). A China também pediu a Camberra que crie melhores condições para permitir o investimento de companhias chinesas na Austrália. “Pedimos à Austrália que abandone o seu preconceito ideológico para criar um ambiente saudável para a cooperação justa das empresas chinesas” naquele país, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa. O porta-voz disse que o Governo chinês está “muito preocupado” com a decisão da Austrália, tomada apesar de Pequim “sempre incentivar as empresas chinesas a cumprir as normas internacionais e as leis locais ao realizar a cooperação económica no estrangeiro”. Lu Kang acrescentou que as trocas entre as empresas dos dois países “são mutuamente benéficas por natureza” e assegurou que permitir uma maior cooperação bilateral não só ajuda o desenvolvimento da China, mas também da Austrália. O responsável disse que “a Austrália deve oferecer facilidades para esse tipo de cooperação (…) em vez de procurar por todos os tipos de desculpas para criar obstáculos e adoptar medidas discriminatórias”. Preocupações em rede A Huawei, gigante de telecomunicações chinesa, foi impedida de lançar a rede 5G na Austrália por razões de segurança nacional. O Governo australiano disse hoje que o envolvimento de uma empresa “provavelmente sujeita a instruções extrajudiciais de um Governo estrangeiro” representava um risco excessivo. A Huawei tinha garantido que nunca entregaria dados de clientes australianos a agências de informação chinesas, mas o Governo de Camberra respondeu que nenhuma combinação de controlos de segurança mitigaria suficientemente o risco. A Huawei é a segunda maior empresa de produção de telemóveis do mundo, atrás da Samsung, da Coreia do Sul, e à frente da Apple, dos Estados Unidos. A ZTE é outro importante fornecedor global de equipamentos de telecomunicações e soluções de rede, com sede na cidade de Shenzhen, no sul da China.
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | Homem condenado à morte por ter assassinado e congelado a mulher [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m tribunal em Xangai condenou ontem à morte um homem que matou a sua mulher e manteve o corpo num congelador durante três meses. Zhu Xiaodong, chinês de 31 anos, foi considerado culpado de estrangular a sua mulher em 2016, após uma discussão. O homem envolveu o corpo da vítima num cobertor e colocou-o num congelador na sacada de sua casa, noticiam os ‘media’ locais chineses. Nos três meses seguintes, Zhu usou o dinheiro da mulher para pagar viagens e quartos de hotel que partilhou com outra mulher. Para esconder a morte da mulher, o homem fez-se passar por ela nas redes sociais, mas acabou por se entregar às autoridades pouco antes da festa de aniversário do seu sogro, onde a sua esposa era esperada.
Hoje Macau China / ÁsiaNovas tarifas alfandegárias entraram ontem em vigor [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s novas taxas alfandegárias entraram ontem em vigor nos Estados Unidos e na China sobre parte das importações oriundas dos dois países, uma medida que está a deixar empresários e investidores “apavorados”. Desde ontem, os funcionários das alfândegas norte-americanas passaram a recolher taxas adicionais sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 16 mil milhões de dólares nas importações dos Estados Unidos do país asiático. Os principais produtos penalizados são bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição. Como medida de retaliação, a China promete retaliar com taxas semelhantes aos produtos oriundos dos EUA, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. Washington acusa ainda a China de “tácticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês. A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. Acção/Reacção Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento. Em Julho passado, Trump impôs já taxas adicionais de 25 por cento sobre um conjunto de produtos chineses que, no ano passado, representaram 29 mil milhões de euros nas importações norte-americanas. A primeira ronda de taxas afectou, sobretudo, os sectores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, indicando que Washington quer travar Pequim de competir, no futuro, naqueles sectores de alto valor agregado. Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos EUA, afectando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump. O líder norte-americano já avisou que caso Pequim rejeite ceder às exigências norte-americanas e continue a retaliar, irá punir ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Luanda pede apoio financeiro a Pequim para as Forças Armadas O Governo angolano solicitou à China apoio financeiro para continuar com o seu programa de formação, preparação e reequipamento dos quadros das Forças Armadas Angolanas (FAA) [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]pedido, segundo o secretário de Estado para os Recursos Materiais e Infra-estruturas do Ministério da Defesa angolano, Afonso Carlos Neto, enquadra-se na cooperação e visão estratégia a longo prazo para executar os projectos relacionados com a formação, reequipamento e construção de recursos humanos, materiais e infra-estruturas. A posição foi manifestada quarta-feira durante a abertura da 5.ª reunião do Comité Conjunto de Cooperação da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Angola-China, na qual a parte chinesa esteve representada pelo vice-chefe da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China, Xu Zhanbin. A reunião ocorre a pouco menos de duas semanas do Fórum China-África, que decorrerá em Pequim no início de Setembro e no qual o Presidente de Angola marcará presente. Afonso Carlos Neto justificou o pedido face à persistente crise financeira mundial e à falta de um pacote de financiamento institucional, que estão a dificultar a execução de projectos e programas do sector da Defesa. Sobre a solicitação de Angola, o responsável chinês assegurou que a China “está disponível e disposta” a cooperar com a parte angolana para aprofundar as relações bilaterais, a analisar os projectos parados em Angola e definir um plano de trabalho futuro incluindo também as áreas da comunicação bilateral e da promoção dos projectos da indústria militar chinesa. Metade do petróleo A 4.ª reunião do Comité Conjunto de Cooperação da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa foi realizada em Pequim a 18 de Setembro de 2015, e completada pela reunião extraordinária que teve lugar em Luanda, entre 14 a 17 de Maio de 2016, em que foi definido um conjunto de projectos e programas que serão analisados na reunião da capital angolana. As relações entre Angola e China datam de 1983. Angola, desde 2007, é o maior parceiro comercial africano da China, com quem coopera nos domínios militar, agrícola, académico, agroindustrial, infraestrutural, petrolífero e tecnológico. No quadro das boas relações bilaterais, o gigante asiático absorve cerca de metade do petróleo extraído em solo angolano, e conta com mais de 250 mil trabalhadores em Angola, sobretudo na construção e reparação de infra-estruturas, nomeadamente caminhos-de-ferro, estradas e habitações.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Incêndio em prédio provoca quatro mortos e 22 feridos [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m incêndio deflagrou ontem no 12.º andar de um prédio residencial em Bombaim, capital financeira e de entretenimento da Índia, matando quatro pessoas e ferindo outras 22, incluindo dois bombeiros, segundo as autoridades locais. Dezenas de pessoas foram resgatadas do prédio de 17 andares Crystal Tower, segundo um oficial do corpo de bombeiros. A causa do incêndio nesta área comercial de Parel, em Bombaim, em está sob investigação. As chamas e o fumo espalharam-se rapidamente, deixando presos alguns moradores numa escadaria, disse aos jornalistas o chefe dos serviços de bombeiros, P.S. Rahangdale. Rahangdale disse que pediu à polícia que o prédio fosse encerrado e o seu dono detido, porque os equipamentos de combate a incêndios, incluindo aspersores e acoplamentos de mangueiras, funcionavam com problemas. Avinash Supe, responsável pelo Hospital KME, disse que 24 pessoas foram levadas para o hospital, quatro das quais já sem vida. Outras 20 pessoas estavam a ser tratadas por inalação de fumo e queimaduras, mas em condição estável, disse Avinash Supe. Dois bombeiros também ficaram feridos enquanto combatiam o incêndio, disse um oficial da corporação. Os incêndios são comuns na Índia, onde leis de construção e segurança são muitas vezes desrespeitadas por construtores e moradores. Em Dezembro, um incêndio de madrugada num restaurante em Bombaim matou 15 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaTermina em lágrimas reencontro de familiares de ambas as Coreias [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de duzentos coreanos do norte e do sul despediram-se ontem em lágrimas no final da reunião entre famílias de ambos os países que se separaram após a guerra civil da península. O grupo de 89 sul-coreanos que cruzou a fronteira na segunda-feira para se encontrar com 185 familiares residentes no norte regressou ontem ao seu país de origem, após uma despedia emotiva entre familiares que nalguns casos não se viam há mais de sete décadas. Um dos participantes, Lee Su-nam, de 77 anos, disse sentir “algo indescritível” ao rever o seu irmão e sobrinho, que moram no norte e a quem não via há 65 anos, mas também expressou a sua frustração por ter de se separar deles novamente. “Podemos ver-nos novamente?” Parece impossível, a menos que fôssemos mais jovens “, disse Lee, em declarações à agência sul-coreana Yonhap. A maioria das centenas de sul-coreanos que participam das reuniões desta semana são septuagenários e octogenários – a mais velha é uma mulher de 101 anos chamada Baik Sung-gyu – segundo o Ministério da Unificação em Seul. Danos familiares Dezenas de idosos sul-coreanos atravessaram a fronteira com a Coreia do Norte para encontrar-se com familiares dos quais estão separados desde a Guerra da Coreia (1950-53). Os 89 participantes encontraram-se com familiares da Coreia do Norte na estância de esqui do monte Kumgang, sob a supervisão de agentes norte-coreanos. Estas reuniões prolongaram-se por seis sessões durante três dias, num total de 12 horas. A iniciativa integra uma nova série de encontros de famílias separadas pela guerra e decorre no quadro da reaproximação entre Seul e Pyongyang, iniciada no princípio do ano. A Guerra da Coreia separou milhões de pessoas e selou a divisão hermética da península. As reuniões caracterizam-se pelas fortes emoções, uma vez que a maioria dos participantes tem idades avançadas e anseiam por rever os seus familiares uma vez mais antes de morrer.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Fins científicos justificam a captura 177 baleias [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Japão capturou 177 baleias durante sua temporada de pesca de cetáceos que tem lugar na costa norte do arquipélago no Verão, uma acção que os nipónicos explicam ter uma finalidade científica, informou ontem a Agência Nacional de Pesca. O Japão sustenta que o objectivo da captura das baleias passa por contribuir para a gestão e conservação dos recursos marítimos, analisando o conteúdo dos seus estômagos, cujos resultados são depois enviados à Comissão Internacional da Baleia. A actividade baleeira japonesa tem sido alvo de críticas por parte da comunidade internacional e organizações de animais, que a classificam de pesca comercial encapotada, uma vez que a carne dos espécimes estudados é posteriormente vendida. O país nipónico afirma que a análise também é usada com o objectivo de calcular uma quota adequada para a captura de baleias, de acordo com o comunicado divulgado pela entidade pesqueira japonesa.
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | Ataque com faca deixa seis mortos e doze feridos [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]eis pessoas morreram e outras doze ficaram feridas num ataque com uma faca no sul da China, alegadamente perpetuado por um homem de 54 anos, informou ontem a imprensa local. Identificado pela polícia como Huang, o suspeito terá morto a namorada e três familiares desta, incluindo a mãe, após discutirem, em Liuzhou, na região autónoma Zhuang de Guangxi, sudoeste do país. O homem conduziu a seguir até ao centro da cidade, onde alegadamente esfaqueou 14 pessoas, entre as quais se registaram duas vítimas mortais, segundo um comunicado da polícia, citado pela imprensa local. O comunicado afirma que Huang foi detido na cena do crime e admitiu ter morto a namorada e a mãe desta. A China tem registado vários incidentes do género, normalmente ligados a pessoas com problemas psicológicos ou com ressentimentos com vizinhos ou a sociedade no geral. Em Abril passado, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu outros 19 quando os jovens regressavam a casa, no norte da China. Em Fevereiro, um homem matou uma mulher e feriu 12 pessoas num centro comercial em Pequim, também num ataque com faca.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim optimista quanto a negociações com Washington [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China afirmou ontem que tem esperança de “obter bons resultados” nas conversações sobre a disputa comercial com os Estados Unidos, numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse não esperar grande coisa desse diálogo. O vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, deve reunir-se nos próximos dias em Washington com o subsecretário do Tesouro norte-americano que tem o pelouro dos assuntos internacionais, David Malpass. Mas, numa entrevista divulgada ontem pela agência Reuters, citada pela AFP, Trump referiu não esperar grande coisa das conversações, precisando que não tem agenda para a resolução do conflito sobre as tarifas e apontando para um “horizonte a longo prazo”. “Na China continuamos com esperança de obter bons resultados” nas negociações, afirmou ontem Lu Kan, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “A China não gosta de se exprimir antes do início das negociações. Esperamos que as duas partes possam sentar-se calmamente, com pragmatismo e trabalhar bastante para alcançar bons resultados com base na igualdade e na confiança”, insistiu Lu, em conferência de imprensa. O secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, teve conversações em Junho, em Pequim, com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, mas sem conseguir reduzir a tensão. Após a imposição no início de Julho de taxas às importações de produtos chineses representando 34 mil milhões de dólares, Washington prepara-se para taxar a partir de 23 de Agosto uma série de outros produtos, no valor de 16 mil milhões de dólares. A administração Trump acusa a China de práticas “desleais” e de “roubo de propriedade intelectual”, exortando o gigante asiático e reduzir drasticamente o excedente comercial com os Estados Unidos. Em resposta, Pequim adoptou em Julho taxas no valor de 34 mil milhões de dólares para produtos norte-americanos importados, nomeadamente porco e soja, e prometeu tarifas suplementares de 16 mil milhões. “Creio que certamente a China manipula a sua divisa” para resistir às tarifas, disse Trump à Reuters, repetindo uma acusação que já tinha feito várias vezes. O banco central chinês refutou ontem qualquer manipulação, reafirmando que não transforma a taxa (do yuan) em “arma” comercial.
Hoje Macau China / ÁsiaSaúde Pública | China combate surto de peste suína africana [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China está a combater um surto da peste suína africana, detectado em três áreas do país, susceptível de afectar a produção de carne de porco no maior produtor do mundo, de acordo com o ministério da Agricultura chinês. Milhares de porcos morreram ou foram abatidos, num esforço para travar a doença, que é altamente contagiosa, e só afecta porcos e javalis. O surto surge numa altura em que a China tenta deslocar a criação de porcos das fazendas para operações em larga escala, onde o desperdício e a propagação de doenças são mais fáceis de controlar. A China produz anualmente 600 milhões de porcos e a carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país. A flutuação do preço daquela carne é sensível e o Governo guarda uma grande quantidade congelada, para pôr no mercado quando os preços sobem. Na cidade de Lianyungang, leste do país, 15.000 porcos foram abatidos, depois de um surto ter sido detectado, na semana passada, segundo o ministério da Agricultura. As autoridades detectaram 615 porcos infectados, entre os quais 88 morreram. Estão a ser tomadas medidas para desinfectar áreas contaminadas e impedir que a doença se espalhe. No início deste mês, em Shenyang, no nordeste do país, foi reportado o primeiro surto da doença, com 47 porcos infectados, e que acabaram por morrer. Outros 30 porcos foram encontrados mortos devido ao vírus, em Zhengzhou, no centro do país, para onde foram transportados desde Jiamusi, no extremo norte da China.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Nomeado novo responsável pela propaganda internacional Pequim nomeou ontem um membro de confiança do Partido Comunista Chinês para dirigir as operações de propaganda internacional, numa altura em que a China se tenta promover como uma grande potência responsável [dropcap style=’circle’]X[/dropcap]u Lin, antigo responsável pelo regulador chinês para a Internet, estará encarregue de promover a imagem da China no exterior, numa altura em que o país é alvo de críticas por práticas comerciais injustas, violações dos direitos humanos e militarização do Mar do Sul da China, que reclama quase na totalidade. A escolha de Xu para director do Gabinete de Informação do Conselho de Estado surge numa altura em que o país reclama a posição de grande potência, capaz de preencher o vazio na governação das questões globais, alegadamente deixado pelos Estados Unidos com a ascensão ao poder de Donald Trump. Desde que Trump foi eleito, em 2017, Washington rasgou compromissos internacionais sobre o clima, comércio livre, migração ou nuclear, permitindo a Pequim reclamar a liderança nestas áreas. A “solução chinesa” materializa-se na “Nova Rota da Seda”, um gigantesco plano de infra-estruturas lançado pelo Presidente do país, Xi Jinping, e avaliado em 778 mil milhões de euros, visando reactivar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático. Outro lado da medalha Críticos lembram, no entanto, que a China continua a ser a mais proteccionista entre as principais economias e o maior emissor de gases com efeito de estufa. Pequim, que há muito se queixa que a imprensa ocidental domina o discurso global e alimenta preconceitos contra o país, investiu nos últimos anos milhares de milhões de euros para convencer o mundo de que a China é um sucesso político e cultural. Xu, de 55 anos, estava encarregue pela Administração do Ciberespaço da China, organismo que controla o conteúdo disponível para os mais de 700 milhões de internautas chineses e exerce vigilância sobre as empresas do sector da Internet.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Violadores de rapariga de 8 anos condenados a pena de morte [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m tribunal indiano condenou ontem à morte dois homens de 20 e 24 anos pela violação de uma rapariga de 8 anos, que suscitou emoção e manifestações de fúria no país. A sentença é uma das primeiras a ser pronunciada na sequência de uma nova lei, que permite acelerar os procedimentos judiciários e a pena de morte para a violação de crianças. Na altura dos factos, há dois meses, multidões de manifestantes desfilaram aos gritos de “morte aos violadores”, após a agressão da rapariga, que continua hospitalizada em estado crítico. Os réus esperaram-na frente à sua escola em Mandsaur, no Estado de Madhya Pradesh (centro), onde o pai deveria ir buscá-la. Levaram-na para um local isolado, violaram-na e abandonaram-na. A rapariga apenas está viva porque foi levada de urgência ao hospital por pessoas que a encontraram. Na sequência de protestos acerca de casos anteriores, a Índia tornou a violação de crianças até aos oito anos punível com a pena de morte.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Nove mortos e quatro feridos em incêndio em fábrica [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos nove pessoas morreram e quatro ficaram feridas na sequência de um incêndio numa fábrica de equipamento electrónica em Incheon, a oeste de Seul, na Coreia do Sul, anunciaram ontem as autoridades. O incêndio começou por volta das 14h43 de Macau no quarto andar e foi dado como extinto cerca de duas horas depois, segundo os relatórios oficiais citados pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap, que não descartam a hipótese de o número de vítimas aumentar à medida que os bombeiros percorrem as instalações. A Yonhap acrescenta que alguns dos trabalhadores morreram quando tentavam escapar das chamas, saltando do prédio para a rua, antes da chegada dos bombeiros, que mobilizaram dezenas de viaturas para a fábrica, localizada no complexo industrial de Namdong. As forças de segurança estão a tentar determinar a causa exacta do incêndio.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de um milhão de deslocados devido a inundações no sul da Índia [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de um milhão de pessoas foram colocadas em campos de deslocados em Kerala na sequência da violenta monção que já causou mais de 400 mortos, anunciaram ontem as autoridades do sul da Índia. “O número de pessoas nos campos humanitários agora é de 1.028.000”, distribuídos por mais de 3.000 centros, disse à Agência France Presse Subhash T.V., porta-voz do governo local. Na segunda-feira, foram descobertos seis corpos, elevando o número de mortos para 410 desde o início da monção, uma das mais graves em 100 anos naquele estado do sul da Índia. Em Chengannur, uma das cidades mais afectadas, a água ainda está com 60 centímetros de altura, continuando a bloquear muitas estradas. A chuva continua a cair na região, mas em menor quantidade. Segundo o exército indiano no terreno, vários milhares de pessoas ainda estão em casas inundadas na cidade. De acordo com um oficial que não quis ser identificado, a maioria dessas pessoas não deseja ser resgatada, mas apenas receber comida e beber água. De acordo com Shashi Tharoor, deputado parlamentar de Kerala e ex-funcionário da ONU, as chuvas causaram a destruição de 50 mil casas. Milhares de soldados do Exército, da Marinha e da Força Aérea foram mobilizados para resgatar aqueles que estão isolados pelas águas. A contaminação de fontes de água potável e as más condições de higiene fazem as autoridades temerem o surgimento de doenças e já há equipas de saúde no terreno a monitorizar a situação, esclareceram as autoridades. Os danos causados pelas inundações estão estimados, até ao momento, em cerca de 2,6 mil milhões de euros. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, já prometeu que vão ser disponibilizados cerca de 61 milhões de euros para ajudar a colmatar as consequências das cheias. O estado de Kerala, procurado pelos turistas devido às praias rodeadas de palmeiras e às plantações de chá, é afectado anualmente por fortes chuvas na época das monções.
Hoje Macau China / ÁsiaMar de Timor | Xanana conduz ratificação de tratado de fronteiras O ex-Presidente timorense Xanana Gusmão foi ontem nomeado pelo Governo como representante especial de Timor-Leste para a conclusão do processo de ratificação do Tratado de fronteiras marítimas com a Austrália, no Mar de Timor [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]decisão, com base numa proposta do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, foi aprovada ontem em Conselho de Ministros e confirma ainda que Xanana Gusmão vai também liderar as negociações para o acordo sobre o desenvolvimento dos poços do Greater Sunrise. Em concreto, Xanana Gusmão liderará o processo para a ratificação “do Tratado entre a República Democrática de Timor-Leste e a Austrália que estabelece as respectivas fronteiras marítimas no Mar de Timor” bem como “a aquisição de interesses em campos petrolíferos e a celebração de acordos relativos ao desenvolvimento dos campos petrolíferos do Greater Sunrise”, explica o Governo. “O representante especial irá representar o Estado Timorense em todas as questões relacionadas com o referido Tratado, negociar com vista a aquisição de interesses participativos em certos activos petrolíferos no Mar de Timor, que se espera virem a contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento de uma indústria petrolífera moderna em Timor-Leste e, consequentemente, para o desenvolvimento de outras indústrias e sectores económicos relacionados”, refere o Governo timorense, em comunicado. “O Representante Especial irá ainda liderar o processo de negociação e celebração com a Austrália e com as empresas petrolíferas os acordos necessários ao desenvolvimento dos campos do Greater Sunrise, reafirmando a intenção do Governo que os campos do Greater Sunrise sejam desenvolvidos através de um gasoduto para a costa sul de Timor-Leste e a construção e operação de uma fábrica de processamento de gás natural em Beaço”, nota o Executivo. Mar gasoso A 6 de Março, Timor-Leste e a Austrália assinaram, em Nova Iorque, o histórico “Acordo de pacote abrangente sobre os elementos centrais de uma delimitação de fronteiras marítimas entre os dois países no Mar de Timor”, documento produzido depois de negociações sob os auspícios de uma Comissão de Conciliação. O documento tem agora de ser ratificado pelos parlamentos dos dois países, sendo que o processo já começou na Austrália. No caso de Timor-Leste ainda não está marcado o arranque do processo no Parlamento Nacional timorense. O processo obriga ainda a que sejam finalizados acordos de transição para a gestão de todos os recursos que estão actualmente a ser explorados no Mar de Timor, com a jurisdição – e as receitas – até agora partilhadas entre Timor-Leste e a Austrália a passar exclusivamente para Timor-Leste. Falta ainda chegar a acordo “sobre os termos comerciais para o desenvolvimento do Greater Sunrise”, que garantirá “condições equivalentes” às empresas sob qualquer novo regime para o Greater Sunrise, em conformidade com os compromissos assumidos no Tratado do Mar de Timor e subsequente Acordo de Unitização Internacional. Os campos do Greater Sunrise contêm reservas estimadas de 5,1 triliões de pés cúbicos de gás e estão localizados no mar de Timor, a aproximadamente 150 quilómetros a sudeste de Timor-Leste e a 450 quilómetros a noroeste de Darwin, na Austrália. Xanana Gusmão, que é actualmente presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), lidera a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação que venceu as últimas eleições e que sustenta o Governo liderado por Taur Matan Ruak, do Partido Libertação Popular (PLP). O ex-Presidente e ex-chefe do Governo chegou a ser formalmente nomeado por duas vezes pelo actual chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, para integrar o VIII Governo, mas sempre recusou tomar posse em solidariedade com vários membros indigitados a quem Lu-Olo não deu posse. Xanana Gusmão foi o negociador principal da equipa de Timor-Leste que conclui, a 30 de Agosto de 2017, a base do novo tratado de fronteiras marítimas com a Austrália, assinado este ano em Nova Iorque.
Hoje Macau China / ÁsiaPM malaio cancela projectos financiados pela China [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]agência estatal noticiosa da Malásia citou ontem o primeiro-ministro malaio, Mahathir Mohamad, a confirmar que cancelou projectos no país avaliados em milhares de milhões de dólares e apoiados pela liderança chinesa. Mahathir proferiu aquelas declarações na sequência de uma visita oficial a Pequim, onde esperava renegociar os termos dos contratos para aqueles projectos, financiados por bancos estatais chineses. Em causa estão um projecto ferroviário ao longo da costa leste da península da Malásia, avaliado em 20 mil milhões de dólares, e dois oleodutos. O líder malaio disse aos jornalistas que ambos o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, entenderam os motivos para o cancelamento e “aceitaram-nos”. Os projectos encontravam-se suspensos, após o novo Governo da Malásia apelar a cortes drásticos, face à subida acentuada dos custos, estimados, no total, em 22 mil milhões de dólares. “Nós não queremos uma nova versão do colonialismo, porque os países pobres não conseguem competir com países ricos”, afirmou Mahathir, na segunda-feira, em Pequim, após reunir-se com Li Keqiang. Em Maio passado, Mahathir sucedeu a Najib Razak, como primeiro-ministro da Malásia, após este ter perdido as eleições, afectado por vários escândalos de corrupção, alguns que envolvem investimentos chineses no país. Os projectos são parte-chave da iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, lançada em 2013 por Xi Jinping e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao período do Império Romano, e então percorridas por caravanas. Construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, os projectos no âmbito daquela iniciativa estendem-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático. No entanto, o crescente endividamento dos países envolvidos face a Pequim acarreta riscos, como é exemplo o Sri Lanka, onde um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa revelou-se um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infra-estrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos. “Nós não queremos uma situação como a do Sri Lanka, na qual eles não conseguiram pagar e os chineses acabaram por ficar com o projecto”, afirmou o novo ministro malaio das Finanças, Lim Guan Eng, numa entrevista recente.