João Luz China / Ásia MancheteONU | Pansy Ho vai a Genebra defender o Governo de Carrie Lam Pansy Ho vai amanhã defender Pequim e o Governo de Hong Kong na reunião do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra. A par de Annie Wu, filha do fundador do grupo Maxim, a empresária é uma das personalidades que, ao serviço de Pequim, procura mudar a perspectiva internacional quanto aos protestos na região vizinha Com agencias [dropcap]U[/dropcap]m pequeno grupo de manifestantes radicais não representa os cerca de 7,5 milhões de hongkongers. Esta é a principal mensagem que Pansy Ho, magnata do grupo SJM, leva amanhã, 10 de Setembro, a Genebra para a reunião do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Hoje começa a 42.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) na cidade suíça que irá prolongar-se até ao dia 27 de Setembro. Como não poderia deixar de ser, um dos assuntos quentes da sessão é o caos político em que Hong Kong está mergulhada nos últimos meses. Dois trunfos femininos do Governo de Carrie Lam, e de Pequim, discursam em Genebra. A visão do sistema será defendida perante o Conselho dos Direitos Humanos por duas poderosas herdeiras. Pansy Ho, filha de Stanley Ho e Annie Wu, filha do fundador do grupo de catering Maxim, James Tak Wu. Recorde-se que a empresário do universo da SJM é, desde 2018, embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU. As empresárias vão discursar amanhã em nome da Federação das Mulheres de Hong Kong, uma organização pró-governo. Entretanto, o portal do Conselho dos Direitos Humanos da ONU divulgou a cópia do discurso que as empresárias vão fazer. “A perspectiva de um pequeno grupo radical de manifestantes não representa a visão dos 7,5 milhões de cidadãos de Hong Kong. Os sistemáticos e calculados actos desde grupo nunca foram aprovados pelos hongkongers”, lê-se no discurso, citado pelo South China Morning Post. Depois da cedência do Governo de Carrie Lam, que desistiu definitivamente da polémica proposta de lei da extradição, uma das reivindicações dos protestantes, Pansy Ho apresenta o contexto oficial à ONU. A empresária descreve a lei como “bem-intencionada”, mas foi tirada do contexto pelos manifestantes radicais que a usaram como “propaganda para minar a autoridade do Executivo de Hong Kong na protecção dos direitos de uma residente” que foi assassinada. A referência diz respeito ao homicídio de uma jovem pelo seu namorado quando o casal se encontrava de férias em Taipé. O suspeito fugiu para Hong Kong depois de alegadamente ter cometido o crime, facto que na ausência de uma lei de extradição impediu o julgamento tanto em Taiwan, como em Hong Kong. Causa e efeito O discurso de Ho também menciona, de acordo com o South China Morning Post, o impacto negativo que os protestos estão a ter na economia da RAEHK e na subsistência dos residentes, ao mesmo tempo que defende a actuação da polícia. “Gás lacrimogéneo e balas de borracha são armas usadas por autoridades policiais de todo o mundo, não são um exclusivo da polícia de Hong Kong”, refere Pansy Ho no discurso, acrescentando que “usados de acordo com as regras de procedimento, são uma forma eficiente de distanciar a polícia e os manifestantes e evitar proximidade física que pode resultar em ferimentos”. Importa referir que ambas as herdeiras de impérios empresariais nas duas regiões administrativas especiais têm ligações ao aparelho de Estado, enquanto membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Apesar de não ser claro que o discurso foi aprovado directamente pelo Partido Comunista Chinês, a sua mensagem alinha-se na perfeição com a retórica usada por Pequim. Palavras feias e más O embaixador chinês para as Nações Unidas, Chen Xu, disse na passada sexta-feira que a China está preparada para a “retórica indesejada e não solicitada” em relação à situação política de Hong Kong e aos centros de detenção da região de Xinjiang. O diplomata que representa Pequim em Genebra insistiu ainda que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU não é o local certo para se discutir a situação de Hong Kong, ou a actuação do Executivo de Carrie Lam que tem feito os possíveis para defender a lei e a ordem pública. Recorde-se que na última sessão do Conselho dos Direitos Humanos, no passado mês de Junho, a cantora de Hong Kong Denise Ho teceu duras críticas à abordagem do Governo chinês aos protestos. A artista foi várias vezes interrompida por membros da comitiva chinesa enquanto discursava, numa sessão que deu voz a vários representantes de organizações não governamentais. Chen Xu voltou a repetir as críticas de Pequim à carta assinada por representantes de 22 países ocidentais durante a última sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. A tomada de posição conjunta pedia à China o fim das detenções arbitrárias em massa e de outras violações aos direitos humanos de uigures e outros muçulmanos da região de Xinjiang. O embaixador especificou mesmo que a táctica diplomática não era uma “abordagem construtiva” e acrescentou que passados alguns dias foi assinada por cerca de 37 países uma carta a enaltecer as “conquistas admiráveis” do Governo chinês em matéria de direitos humanos. Entre os países signatários contam-se vários membros da Organização para a Cooperação Islâmica, como o Paquistão, Arábia Saudita, Egipto, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Inferno na Terra Outro dos assuntos mais problemáticos que será abordado nesta sessão do Conselho dos Direitos Humanos é o conflito armado no Iémen, uma das maiores crises humanitárias dos últimos tempos. O grupo de especialistas no Iémen, comissionado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2017, identificou, na medida do possível, aqueles “que provavelmente são responsáveis por crimes internacionais” e comunicou os seus nomes, que permanecem confidenciais, à alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Muitas das violações cometidas “podem resultar em condenações por crimes de guerra se um tribunal independente e competente for estabelecido”, disseram os especialistas na apresentação do relatório. Apesar da falta de cooperação demonstrada pela coligação liderada pela Arábia Saudita e pelo Governo do Iémen, o painel de especialistas conseguiu realizar mais de 600 entrevistas com vítimas e testemunhas. Ataques e bombardeamentos aéreos que atingiram indiscriminadamente a população civil, o uso da fome como arma de guerra, tortura, violação, detenção arbitrária, desaparecimento forçado, recrutamento de crianças menores de 15 anos são alguns dos pontos abordados neste segundo relatório dos especialistas da ONU, que detalha crimes de guerra supostamente cometidos durante o conflito no Iémen. Os especialistas da ONU também instam a comunidade internacional a abster-se de fornecer armas que possam ser usadas no conflito, alertando que “a legalidade da transferência de armas pela França, Reino Unido e Estados Unidos Estados e outros estados permanecem discutíveis”. “Os Estados podem ser responsabilizados pela ajuda ou assistência prestada para a realização de violações do direito internacional se as condições de cumplicidade forem comprovadas”, insistem os especialistas, apontando que vários Estados fornecem apoio directa ou indirectamente às partes, como França, Irão, Reino Unido e Estados Unidos. O relatório será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos na sessão que hoje começa.
João Luz China / Ásia MancheteONU | Pansy Ho vai a Genebra defender o Governo de Carrie Lam Pansy Ho vai amanhã defender Pequim e o Governo de Hong Kong na reunião do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra. A par de Annie Wu, filha do fundador do grupo Maxim, a empresária é uma das personalidades que, ao serviço de Pequim, procura mudar a perspectiva internacional quanto aos protestos na região vizinha Com agencias [dropcap]U[/dropcap]m pequeno grupo de manifestantes radicais não representa os cerca de 7,5 milhões de hongkongers. Esta é a principal mensagem que Pansy Ho, magnata do grupo SJM, leva amanhã, 10 de Setembro, a Genebra para a reunião do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Hoje começa a 42.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) na cidade suíça que irá prolongar-se até ao dia 27 de Setembro. Como não poderia deixar de ser, um dos assuntos quentes da sessão é o caos político em que Hong Kong está mergulhada nos últimos meses. Dois trunfos femininos do Governo de Carrie Lam, e de Pequim, discursam em Genebra. A visão do sistema será defendida perante o Conselho dos Direitos Humanos por duas poderosas herdeiras. Pansy Ho, filha de Stanley Ho e Annie Wu, filha do fundador do grupo de catering Maxim, James Tak Wu. Recorde-se que a empresário do universo da SJM é, desde 2018, embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU. As empresárias vão discursar amanhã em nome da Federação das Mulheres de Hong Kong, uma organização pró-governo. Entretanto, o portal do Conselho dos Direitos Humanos da ONU divulgou a cópia do discurso que as empresárias vão fazer. “A perspectiva de um pequeno grupo radical de manifestantes não representa a visão dos 7,5 milhões de cidadãos de Hong Kong. Os sistemáticos e calculados actos desde grupo nunca foram aprovados pelos hongkongers”, lê-se no discurso, citado pelo South China Morning Post. Depois da cedência do Governo de Carrie Lam, que desistiu definitivamente da polémica proposta de lei da extradição, uma das reivindicações dos protestantes, Pansy Ho apresenta o contexto oficial à ONU. A empresária descreve a lei como “bem-intencionada”, mas foi tirada do contexto pelos manifestantes radicais que a usaram como “propaganda para minar a autoridade do Executivo de Hong Kong na protecção dos direitos de uma residente” que foi assassinada. A referência diz respeito ao homicídio de uma jovem pelo seu namorado quando o casal se encontrava de férias em Taipé. O suspeito fugiu para Hong Kong depois de alegadamente ter cometido o crime, facto que na ausência de uma lei de extradição impediu o julgamento tanto em Taiwan, como em Hong Kong. Causa e efeito O discurso de Ho também menciona, de acordo com o South China Morning Post, o impacto negativo que os protestos estão a ter na economia da RAEHK e na subsistência dos residentes, ao mesmo tempo que defende a actuação da polícia. “Gás lacrimogéneo e balas de borracha são armas usadas por autoridades policiais de todo o mundo, não são um exclusivo da polícia de Hong Kong”, refere Pansy Ho no discurso, acrescentando que “usados de acordo com as regras de procedimento, são uma forma eficiente de distanciar a polícia e os manifestantes e evitar proximidade física que pode resultar em ferimentos”. Importa referir que ambas as herdeiras de impérios empresariais nas duas regiões administrativas especiais têm ligações ao aparelho de Estado, enquanto membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Apesar de não ser claro que o discurso foi aprovado directamente pelo Partido Comunista Chinês, a sua mensagem alinha-se na perfeição com a retórica usada por Pequim. Palavras feias e más O embaixador chinês para as Nações Unidas, Chen Xu, disse na passada sexta-feira que a China está preparada para a “retórica indesejada e não solicitada” em relação à situação política de Hong Kong e aos centros de detenção da região de Xinjiang. O diplomata que representa Pequim em Genebra insistiu ainda que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU não é o local certo para se discutir a situação de Hong Kong, ou a actuação do Executivo de Carrie Lam que tem feito os possíveis para defender a lei e a ordem pública. Recorde-se que na última sessão do Conselho dos Direitos Humanos, no passado mês de Junho, a cantora de Hong Kong Denise Ho teceu duras críticas à abordagem do Governo chinês aos protestos. A artista foi várias vezes interrompida por membros da comitiva chinesa enquanto discursava, numa sessão que deu voz a vários representantes de organizações não governamentais. Chen Xu voltou a repetir as críticas de Pequim à carta assinada por representantes de 22 países ocidentais durante a última sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU. A tomada de posição conjunta pedia à China o fim das detenções arbitrárias em massa e de outras violações aos direitos humanos de uigures e outros muçulmanos da região de Xinjiang. O embaixador especificou mesmo que a táctica diplomática não era uma “abordagem construtiva” e acrescentou que passados alguns dias foi assinada por cerca de 37 países uma carta a enaltecer as “conquistas admiráveis” do Governo chinês em matéria de direitos humanos. Entre os países signatários contam-se vários membros da Organização para a Cooperação Islâmica, como o Paquistão, Arábia Saudita, Egipto, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Qatar. Inferno na Terra Outro dos assuntos mais problemáticos que será abordado nesta sessão do Conselho dos Direitos Humanos é o conflito armado no Iémen, uma das maiores crises humanitárias dos últimos tempos. O grupo de especialistas no Iémen, comissionado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2017, identificou, na medida do possível, aqueles “que provavelmente são responsáveis por crimes internacionais” e comunicou os seus nomes, que permanecem confidenciais, à alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Muitas das violações cometidas “podem resultar em condenações por crimes de guerra se um tribunal independente e competente for estabelecido”, disseram os especialistas na apresentação do relatório. Apesar da falta de cooperação demonstrada pela coligação liderada pela Arábia Saudita e pelo Governo do Iémen, o painel de especialistas conseguiu realizar mais de 600 entrevistas com vítimas e testemunhas. Ataques e bombardeamentos aéreos que atingiram indiscriminadamente a população civil, o uso da fome como arma de guerra, tortura, violação, detenção arbitrária, desaparecimento forçado, recrutamento de crianças menores de 15 anos são alguns dos pontos abordados neste segundo relatório dos especialistas da ONU, que detalha crimes de guerra supostamente cometidos durante o conflito no Iémen. Os especialistas da ONU também instam a comunidade internacional a abster-se de fornecer armas que possam ser usadas no conflito, alertando que “a legalidade da transferência de armas pela França, Reino Unido e Estados Unidos Estados e outros estados permanecem discutíveis”. “Os Estados podem ser responsabilizados pela ajuda ou assistência prestada para a realização de violações do direito internacional se as condições de cumplicidade forem comprovadas”, insistem os especialistas, apontando que vários Estados fornecem apoio directa ou indirectamente às partes, como França, Irão, Reino Unido e Estados Unidos. O relatório será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos na sessão que hoje começa.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Putin sublinha interesses geopolíticos “coincidentes” com a China As duas nações revelam um total alinhamento em matérias de ordem militar, económica e de política internacional. Vladimir Putin reuniu-se com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua em Vladivostoque, à margem do Fórum Económico Oriental [dropcap]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou ontem que Moscovo e Pequim têm interesses geopolíticos “coincidentes”, sublinhando a importância da cooperação entre os dois Estados para o reforço da segurança internacional. “Não falamos apenas sobre a coincidência dos nossos interesses geopolíticos, que são importantes, mas realizamos também trabalho concreto, obtivemos bons resultados e avançamos”, disse Putin, após uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua. A reunião do chefe de Estado russo com o alto quadro do regime chinês ocorreu às margens do Fórum Económico Oriental, que se realiza na cidade portuária de Vladivostoque, no extremo leste da Rússia. “Estamos a trabalhar activamente para fortalecer as instituições internacionais e sistemas de segurança. Colaboramos no campo militar e concordamos activamente nas nossas posições na arena internacional”, acrescentou. Putin expressou ainda satisfação por os parceiros chineses serem os principais investidores nas regiões do Extremo Oriente da Rússia. Hu enfatizou que os dois países atribuem grande importância ao fornecimento de produtos agrícolas russos à China, uma colaboração que descreveu como “muito promissora”. Um acordo entre os dois Estados prevê o aumento do cultivo de soja na Rússia, para fornecer o mercado chinês, à medida que Pequim suspende a compra de produtos agrícolas aos Estados Unidos, face à guerra comercial que trava com Washington. Em 2018, a China importou mais de 800.000 toneladas de soja da Rússia, um acréscimo de 64,7 por cento, em relação ao ano anterior. No mesmo tom O vice-primeiro-ministro chinês acrescentou que existem outras áreas de cooperação económica com potencial de crescimento, como o comércio electrónico transnacional. “Sabemos que isto exige uma simplificação adicional dos procedimentos aduaneiros. Estamos convencidos de que alcançaremos esse objectivo”, acordado entre Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, disse. A Rússia e a China alinharam já posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países. Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China. Ambos os países realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada. A nível económico, no entanto, a cooperação segue aquém da cooperação política e no âmbito da segurança. A China é o principal parceiro comercial da Rússia, enquanto a Rússia surge em décimo lugar entre os parceiros de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Putin sublinha interesses geopolíticos “coincidentes” com a China As duas nações revelam um total alinhamento em matérias de ordem militar, económica e de política internacional. Vladimir Putin reuniu-se com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua em Vladivostoque, à margem do Fórum Económico Oriental [dropcap]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou ontem que Moscovo e Pequim têm interesses geopolíticos “coincidentes”, sublinhando a importância da cooperação entre os dois Estados para o reforço da segurança internacional. “Não falamos apenas sobre a coincidência dos nossos interesses geopolíticos, que são importantes, mas realizamos também trabalho concreto, obtivemos bons resultados e avançamos”, disse Putin, após uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês Hu Chunhua. A reunião do chefe de Estado russo com o alto quadro do regime chinês ocorreu às margens do Fórum Económico Oriental, que se realiza na cidade portuária de Vladivostoque, no extremo leste da Rússia. “Estamos a trabalhar activamente para fortalecer as instituições internacionais e sistemas de segurança. Colaboramos no campo militar e concordamos activamente nas nossas posições na arena internacional”, acrescentou. Putin expressou ainda satisfação por os parceiros chineses serem os principais investidores nas regiões do Extremo Oriente da Rússia. Hu enfatizou que os dois países atribuem grande importância ao fornecimento de produtos agrícolas russos à China, uma colaboração que descreveu como “muito promissora”. Um acordo entre os dois Estados prevê o aumento do cultivo de soja na Rússia, para fornecer o mercado chinês, à medida que Pequim suspende a compra de produtos agrícolas aos Estados Unidos, face à guerra comercial que trava com Washington. Em 2018, a China importou mais de 800.000 toneladas de soja da Rússia, um acréscimo de 64,7 por cento, em relação ao ano anterior. No mesmo tom O vice-primeiro-ministro chinês acrescentou que existem outras áreas de cooperação económica com potencial de crescimento, como o comércio electrónico transnacional. “Sabemos que isto exige uma simplificação adicional dos procedimentos aduaneiros. Estamos convencidos de que alcançaremos esse objectivo”, acordado entre Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, disse. A Rússia e a China alinharam já posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países. Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China. Ambos os países realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico. A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada. A nível económico, no entanto, a cooperação segue aquém da cooperação política e no âmbito da segurança. A China é o principal parceiro comercial da Rússia, enquanto a Rússia surge em décimo lugar entre os parceiros de Pequim.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteFátima | China interfere em evento com presença de Cardeal Joseph Zen A revista portuguesa Sábado publicou ontem uma reportagem onde dá conta da presença de funcionários da Embaixada da China em Lisboa num evento católico na cidade de Fátima, no centro de Portugal. A causa prende-se com a presença de dois deputados de Hong Kong e do Cardeal Joseph Zen. O MNE e o Presidente da República sabem de tudo [dropcap]F[/dropcap]átima, cidade do centro de Portugal famosa no mundo inteiro por motivos religiosos, foi palco, a 22 de Agosto, do décimo encontro da International Catholic Legislators Network (ICLN), que pela primeira vez organizou um encontro entre católicos e políticos fora do Vaticano. De acordo com a revista Sábado, o evento ficou marcado por uma tentativa de interferência da embaixada da China em Lisboa, situação que é do conhecimento do próprio ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva. O ministério “teve conhecimento de que estiveram funcionários da embaixada da China em Fátima, desconhecendo qual o seu intuito”, refere a revista. O objectivo estaria, no entanto, bem definido, uma vez que a publicação, citando “fontes nacionais e estrangeiras”, fala de “uma operação subversiva organizada pela embaixada chinesa em Lisboa para tentar perturbar a reunião”, devido à “presença no encontro de dois deputados de Hong Kong e, sobretudo, do bispo emérito e assumido opositor do regime de Pequim e apoiante dos protestos pró-democracia – Joseph Zen Ze-kiun”. Essas acções “passavam por “múltiplas tentativas de entrar nas instalações do hotel, perceber o que ia ser discutido nas várias reuniões programadas, fotografar os participantes do encontro e até seguimentos durante as orações realizadas diariamente no santuário”. A revista descreve “condutas intimidatórias – que correspondem a técnicas usadas pelos serviços de informações mundiais, umas mais visíveis do que outras, não para recolher informações mas como forma de actuação psicológica”. De acordo com fontes nacionais, estas condutas foram tidas como “’inaceitáveis’ por parte de funcionários de uma representação diplomática estrangeira em território nacional”. A reportagem dá conta ainda de depoimentos de pessoas que estiveram presentes no encontro e relataram que “foi audível o pedido feito pelos diplomatas chineses para que a ILCN ‘desconvidasse’ dois dos oradores convidados com o argumento de que seriam ‘mentirosos’”. A Sábado tentou pedir um comentário à ILCN, sem sucesso. Apenas George Glass, embaixador dos EUA em Lisboa, falou abertamente sobre o assunto. “Infelizmente houve tentativas de perturbar o encontro, uma das quais testemunhei pessoalmente, por pessoas que queriam bloquear a participação do cardeal Joseph Zen Ze-kun de Hong Kong. As autoridades portuguesas impediram estas tentativas.” Além do MNE, também a Presidência da República portuguesa sabe do assunto. O MNE adiantou ainda que “Portugal não estabelece restrições à movimentação de diplomas acreditados no país”. No entanto, “está a ser considerado, no MNE, se esta deslocação a Fátima cumpriu estes critérios (ao abrigo da Convenção de Viena)”. Intervenção policial Os agentes policiais da Guarda Nacional República (GNR) tiveram de intervir no caso, uma vez que, em Fátima, chegou a ser abordado “um cidadão chinês que, estando sem documentos, foi levado para o posto para identificação”. “De acordo com as informações recolhidas pela Sábado, pouco depois terá havido um telefonema a informar que o individuo era funcionário da embaixada da China em Lisboa”, lê-se na reportagem, que acrescenta ainda que “no mesmo hotel onde esse cidadão estava instalado, encontravam-se ainda inúmeros funcionários de representação diplomática da China – que terá pago directamente a estadia”. A embaixada chinesa em Lisboa não respondeu às perguntas da revista, que escreve que “não é a primeira vez que funcionários de embaixadas chinesas são apanhados em actividades consideradas impróprias relacionadas com os protestos pró-democracia que ocorrem em Hong Kong desde 31 de Março”. A revista dá exemplos de casos ocorridos na Lituânia e na Austrália. As acções dos funcionários consulares terão sido observadas logo no início do encontro do ICLN, pois “assim que os convidados começaram a chegar os responsáveis pela segurança aperceberam-se de que, a partir da janela de um hotel localizado em frente ao hotel Consolata, havia alguém a fotografar todos aqueles que entravam no local arrendado para o encontro”. Uma fonte disse que “tinham uma grande lente e estavam claramente a fotografar quem chegava para essa reunião”. Além disso, “vários participantes no encontro contaram à Sábado que logo no primeiro dia houve diplomatas chineses a entrar no hotel Consolata e a exigir falar com responsáveis da ICLN”. Os organizadores do evento “perceberam que havia elementos ‘estranhos’ ao evento a circular nas instalações”, enquanto que foram vistas mulheres a fotografar os programas do evento e “alguns dos convidados”. Quase 200 pessoas estiveram em Fátima, incluindo o chefe de gabinete do Presidente norte-americano, Donald Trump e Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, entre outros.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteFátima | China interfere em evento com presença de Cardeal Joseph Zen A revista portuguesa Sábado publicou ontem uma reportagem onde dá conta da presença de funcionários da Embaixada da China em Lisboa num evento católico na cidade de Fátima, no centro de Portugal. A causa prende-se com a presença de dois deputados de Hong Kong e do Cardeal Joseph Zen. O MNE e o Presidente da República sabem de tudo [dropcap]F[/dropcap]átima, cidade do centro de Portugal famosa no mundo inteiro por motivos religiosos, foi palco, a 22 de Agosto, do décimo encontro da International Catholic Legislators Network (ICLN), que pela primeira vez organizou um encontro entre católicos e políticos fora do Vaticano. De acordo com a revista Sábado, o evento ficou marcado por uma tentativa de interferência da embaixada da China em Lisboa, situação que é do conhecimento do próprio ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva. O ministério “teve conhecimento de que estiveram funcionários da embaixada da China em Fátima, desconhecendo qual o seu intuito”, refere a revista. O objectivo estaria, no entanto, bem definido, uma vez que a publicação, citando “fontes nacionais e estrangeiras”, fala de “uma operação subversiva organizada pela embaixada chinesa em Lisboa para tentar perturbar a reunião”, devido à “presença no encontro de dois deputados de Hong Kong e, sobretudo, do bispo emérito e assumido opositor do regime de Pequim e apoiante dos protestos pró-democracia – Joseph Zen Ze-kiun”. Essas acções “passavam por “múltiplas tentativas de entrar nas instalações do hotel, perceber o que ia ser discutido nas várias reuniões programadas, fotografar os participantes do encontro e até seguimentos durante as orações realizadas diariamente no santuário”. A revista descreve “condutas intimidatórias – que correspondem a técnicas usadas pelos serviços de informações mundiais, umas mais visíveis do que outras, não para recolher informações mas como forma de actuação psicológica”. De acordo com fontes nacionais, estas condutas foram tidas como “’inaceitáveis’ por parte de funcionários de uma representação diplomática estrangeira em território nacional”. A reportagem dá conta ainda de depoimentos de pessoas que estiveram presentes no encontro e relataram que “foi audível o pedido feito pelos diplomatas chineses para que a ILCN ‘desconvidasse’ dois dos oradores convidados com o argumento de que seriam ‘mentirosos’”. A Sábado tentou pedir um comentário à ILCN, sem sucesso. Apenas George Glass, embaixador dos EUA em Lisboa, falou abertamente sobre o assunto. “Infelizmente houve tentativas de perturbar o encontro, uma das quais testemunhei pessoalmente, por pessoas que queriam bloquear a participação do cardeal Joseph Zen Ze-kun de Hong Kong. As autoridades portuguesas impediram estas tentativas.” Além do MNE, também a Presidência da República portuguesa sabe do assunto. O MNE adiantou ainda que “Portugal não estabelece restrições à movimentação de diplomas acreditados no país”. No entanto, “está a ser considerado, no MNE, se esta deslocação a Fátima cumpriu estes critérios (ao abrigo da Convenção de Viena)”. Intervenção policial Os agentes policiais da Guarda Nacional República (GNR) tiveram de intervir no caso, uma vez que, em Fátima, chegou a ser abordado “um cidadão chinês que, estando sem documentos, foi levado para o posto para identificação”. “De acordo com as informações recolhidas pela Sábado, pouco depois terá havido um telefonema a informar que o individuo era funcionário da embaixada da China em Lisboa”, lê-se na reportagem, que acrescenta ainda que “no mesmo hotel onde esse cidadão estava instalado, encontravam-se ainda inúmeros funcionários de representação diplomática da China – que terá pago directamente a estadia”. A embaixada chinesa em Lisboa não respondeu às perguntas da revista, que escreve que “não é a primeira vez que funcionários de embaixadas chinesas são apanhados em actividades consideradas impróprias relacionadas com os protestos pró-democracia que ocorrem em Hong Kong desde 31 de Março”. A revista dá exemplos de casos ocorridos na Lituânia e na Austrália. As acções dos funcionários consulares terão sido observadas logo no início do encontro do ICLN, pois “assim que os convidados começaram a chegar os responsáveis pela segurança aperceberam-se de que, a partir da janela de um hotel localizado em frente ao hotel Consolata, havia alguém a fotografar todos aqueles que entravam no local arrendado para o encontro”. Uma fonte disse que “tinham uma grande lente e estavam claramente a fotografar quem chegava para essa reunião”. Além disso, “vários participantes no encontro contaram à Sábado que logo no primeiro dia houve diplomatas chineses a entrar no hotel Consolata e a exigir falar com responsáveis da ICLN”. Os organizadores do evento “perceberam que havia elementos ‘estranhos’ ao evento a circular nas instalações”, enquanto que foram vistas mulheres a fotografar os programas do evento e “alguns dos convidados”. Quase 200 pessoas estiveram em Fátima, incluindo o chefe de gabinete do Presidente norte-americano, Donald Trump e Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, entre outros.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas dizem que retirada da lei é positiva, mas insuficiente O braço de ferro entre activistas e o Governo de Hong Kong continua, apesar do anúncio de Carrie Lam da retirada da polémica lei da extradição que esteve na origem dos protestos. A porta-voz do movimento pró-democracia promete não desistir da luta até ver todas as cinco reivindicações dos manifestantes satisfeitas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz do movimento pró-democracia que tem liderado os maiores protestos em Hong Kong disse à Lusa que as manifestações vão continuar apesar do Governo ter anunciado ontem a retirada formal da lei da extradição. “Os ‘slogans’ que têm sido entoados nas ruas são claros. ‘Cinco exigências: nem uma a menos’”, disse Bonnie Leung, que é também vice-coordenadora da Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) que reúne mais de uma dezena de partidos e organizações não governamentais. “Esta [a lei da extradição] era a mais simples de responder, mas as outras quatro são igualmente importantes”, sublinhou, defendendo que “seria também simples aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente para averiguar a actuação da polícia” que é acusada de usar força excessiva. A responsável da FCDH frisou que tanto a retirada da lei como a criação da comissão de inquérito são aquelas que aparecem no topo das exigências da comunidade estudantil “em sondagens científicas” que têm sido efectuadas pelas universidades. “Sem o inquérito independente a sociedade não pode avançar, porque as agressões indiscriminadas e o uso de armas letais continuam a acontecer todos os dias por parte da polícia”, sustentou. “Ontem [terça-feira], um estudante quase morreu e voltaram a ser negados primeiros socorros”, assinalou a activista. Governo cede A chefe do Governo de Hong Kong anunciou a retirada da lei da extradição, que esteve na origem dos protestos que duram há três meses no território. Esta é a única cedência de Carrie Lam às cinco reivindicações do movimento pró-democracia. Num anúncio pré-gravado e transmitido pelas televisões pouco antes das 18:00, Carrie Lam voltou a recusar a criação de uma comissão de inquérito independente e a amnistia aos manifestantes detidos. Lam disse ainda que a alteração da denominação dos incidentes violentos, que os manifestantes exigem que não sejam chamados de motins, depende das linhas mestras que guiam os processos judiciais. A governante sustentou a ideia de que a discussão sobre o sufrágio universal para o cargo de chefe de Governo e para o parlamento de Hong Kong deve ser realizada num ambiente favorável e não polarizado, sublinhando, contudo, que esse é um objectivo último inscrito na Lei Básica. Por outro lado, prometeu iniciar já este mês diligências no âmbito da anunciada plataforma de diálogo com a sociedade e prometeu o desenvolvimento de um estudo para determinar as razões na origem das insatisfações de natureza social. Caos instalado Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pró-democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Desde Junho, mais de um milhar de pessoas foram detidas, entre elas proeminentes activistas e deputados. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas dizem que retirada da lei é positiva, mas insuficiente O braço de ferro entre activistas e o Governo de Hong Kong continua, apesar do anúncio de Carrie Lam da retirada da polémica lei da extradição que esteve na origem dos protestos. A porta-voz do movimento pró-democracia promete não desistir da luta até ver todas as cinco reivindicações dos manifestantes satisfeitas [dropcap]A[/dropcap] porta-voz do movimento pró-democracia que tem liderado os maiores protestos em Hong Kong disse à Lusa que as manifestações vão continuar apesar do Governo ter anunciado ontem a retirada formal da lei da extradição. “Os ‘slogans’ que têm sido entoados nas ruas são claros. ‘Cinco exigências: nem uma a menos’”, disse Bonnie Leung, que é também vice-coordenadora da Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) que reúne mais de uma dezena de partidos e organizações não governamentais. “Esta [a lei da extradição] era a mais simples de responder, mas as outras quatro são igualmente importantes”, sublinhou, defendendo que “seria também simples aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente para averiguar a actuação da polícia” que é acusada de usar força excessiva. A responsável da FCDH frisou que tanto a retirada da lei como a criação da comissão de inquérito são aquelas que aparecem no topo das exigências da comunidade estudantil “em sondagens científicas” que têm sido efectuadas pelas universidades. “Sem o inquérito independente a sociedade não pode avançar, porque as agressões indiscriminadas e o uso de armas letais continuam a acontecer todos os dias por parte da polícia”, sustentou. “Ontem [terça-feira], um estudante quase morreu e voltaram a ser negados primeiros socorros”, assinalou a activista. Governo cede A chefe do Governo de Hong Kong anunciou a retirada da lei da extradição, que esteve na origem dos protestos que duram há três meses no território. Esta é a única cedência de Carrie Lam às cinco reivindicações do movimento pró-democracia. Num anúncio pré-gravado e transmitido pelas televisões pouco antes das 18:00, Carrie Lam voltou a recusar a criação de uma comissão de inquérito independente e a amnistia aos manifestantes detidos. Lam disse ainda que a alteração da denominação dos incidentes violentos, que os manifestantes exigem que não sejam chamados de motins, depende das linhas mestras que guiam os processos judiciais. A governante sustentou a ideia de que a discussão sobre o sufrágio universal para o cargo de chefe de Governo e para o parlamento de Hong Kong deve ser realizada num ambiente favorável e não polarizado, sublinhando, contudo, que esse é um objectivo último inscrito na Lei Básica. Por outro lado, prometeu iniciar já este mês diligências no âmbito da anunciada plataforma de diálogo com a sociedade e prometeu o desenvolvimento de um estudo para determinar as razões na origem das insatisfações de natureza social. Caos instalado Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pró-democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Desde Junho, mais de um milhar de pessoas foram detidas, entre elas proeminentes activistas e deputados. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChefe do Governo de Hong Kong retira formalmente lei da extradição [dropcap]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje a retirada da lei da extradição, que esteve na origem dos protestos que duram há três meses no território. Esta é a única cedência de Carrie Lam às cinco reivindicações do movimento pró-democracia. Num anúncio pré-gravado e transmitido pelas televisões pouco antes das 18:00, Carrie Lam voltou a recusar a criação de uma comissão de inquérito independente e a amnistia aos manifestantes detidos. Lam disse ainda que a alteração da denominação dos incidentes violentos, que os manifestantes exigem que não sejam chamados de motins, depende das linhas mestras que guiam os processos judiciais. A governante sustentou a ideia de que a discussão sobre o sufrágio universal para o cargo de chefe de Governo e para o parlamento de Hong Kong deve ser realizada num ambiente favorável e não polarizado, sublinhando, contudo, que esse é um objectivo último inscrito na Lei Básica. Por outro lado, prometeu iniciar já este mês diligências no âmbito da anunciada plataforma de diálogo com a sociedade e prometeu o desenvolvimento de um estudo para determinar as razões na origem das insatisfações de natureza social. Em entrevista à Lusa na semana passada, o presidente da Ordem de Advogados de Hong Kong disse que o Governo devia reiniciar o processo do sufrágio universal no território, mas considerou irrealista a exigência de libertar detidos em protestos pró-democracia. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Desde Junho, mais de um milhar de pessoas foram detidas, entre elas proeminentes activistas e deputados. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePossível retirada da lei de extradição faz ‘disparar’ bolsa de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] bolsa de Hong Kong subiu hoje mais de 3%, depois de o jornal South China Morning Post noticiar que a chefe do Governo vai retirar integralmente a lei da extradição, que desencadeou uma grave crise política no território. O jornal de Hong Kong, que cita fontes governamentais, avança que Carrie Lam vai abandonar, por completo, as emendas propostas à lei de extradição, cuja discussão está suspensa desde Junho. A confirmar-se, esta será uma cedência do Governo a uma das cinco exigências dos manifestantes, que enchem há 13 semanas as ruas de Hong Kong, no maior desafio ao Governo chinês desde a transferência da ex-colónia britânica, em 1997. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePossível retirada da lei de extradição faz 'disparar' bolsa de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] bolsa de Hong Kong subiu hoje mais de 3%, depois de o jornal South China Morning Post noticiar que a chefe do Governo vai retirar integralmente a lei da extradição, que desencadeou uma grave crise política no território. O jornal de Hong Kong, que cita fontes governamentais, avança que Carrie Lam vai abandonar, por completo, as emendas propostas à lei de extradição, cuja discussão está suspensa desde Junho. A confirmar-se, esta será uma cedência do Governo a uma das cinco exigências dos manifestantes, que enchem há 13 semanas as ruas de Hong Kong, no maior desafio ao Governo chinês desde a transferência da ex-colónia britânica, em 1997. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim nega ser origem de opióide que matou dezenas de milhares nos EUA [dropcap]C[/dropcap]hina negou ontem ser a origem de um poderoso opióide que matou já milhares de pessoas nos Estados Unidos, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado o país de estar por detrás daquele fenómeno. A droga geralmente chega aos EUA por correio ou através da fronteira com o México. É mais forte e letal do que a heroína e responsável por dezenas de milhares de mortes no país todos os anos. No mês passado, o líder norte-americano pediu a todas as transportadoras que “procurassem e recusassem entregas de fentanil enviadas da China ou qualquer outro país”. “O Presidente [chinês], Xi [Jinping], disse que ia parar, mas não parou” com o tráfico do opióide, acrescentou Trump. Liu Yuejin, vice-director da Comissão Nacional de Controlo de Narcóticos da China, afirmou que as alegações de Trump sobre o fentanil são “completamente infundadas e falsas”. Liu afirmou que Pequim está a fazer grandes esforços para controlar a produção daquele poderoso opióide e que não deve ser rotulada como a principal fonte de fentanil dos EUA. Em Maio passado, o país asiático começou a regular todos os medicamentos compostos por fentanil como uma classe de substâncias controladas, visando conter o tráfico de drogas. Desde que as novas medidas foram aplicadas, não foi descoberto nenhum caso de contrabando de fentanil entre os EUA e a China, disse Liu. No entanto, as autoridades norte-americanas disseram, na semana passada, que a China estava ligada a uma apreensão de fentanil suficiente para matar 14 milhões de pessoas. Uma das 39 pessoas detidas na sequência da operação, que envolveu polícias de vários Estados, é acusada de encomendar fentanil a um vendedor localizado em Xangai, a “capital” económica da China. Visões distintas “A grande maioria do fentanil ilícito que chega aos EUA tem origem na China e muito chega pelos correios”, disse G. Zachary Terwilliger, advogado pelo Distrito Leste do Estado da Virgínia, citado pela imprensa norte-americana. Liu observou que as mortes por fentanil nos EUA continuam a aumentar, apesar do controlo cada vez mais rigoroso do lado chinês, sugerindo que é uma indicação de que a droga não é proveniente da China. Liu acusou ainda “alguns políticos” nos EUA de enganarem o público norte-americano sobre o trabalho desenvolvido pela China para ajudar os EUA a combater a crise de opióides. As autoridades chinesas e norte-americanas estão a trabalhar juntas para lidar com crimes relacionados com drogas, afirmou o responsável.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim apoia Governo caso situação se descontrole Pequim manifesta a sua solidariedade para com as autoridades de Hong Kong e diz estar disponível para intervir caso os distúrbios se tornem ainda mais graves e a polícia perca o controlo da situação [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que ajudará as autoridades de Hong Kong a lidar com os manifestantes, caso as tensões escalem a um ponto em que a polícia local perca o controlo sobre a situação. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Xu Luying, lembrou que Pequim pode intervir de acordo com a Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong. A lei de Hong Kong prevê que o Executivo da região possa pedir ao exército chinês, estacionado em vários quartéis da cidade, para “ajudar a manter a ordem pública”. Xu negou que uma intervenção significasse o fim do princípio “um país, dois sistemas”, que garante um alto grau de autonomia a Hong Kong. Forças da polícia militar estão reunidas desde o mês passado em Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong, e, num exercício recente, a China reforçou o número de soldados estacionados nos vários quartéis da cidade. Xu enfatizou, no entanto, que Pequim “apoia resolutamente” a polícia e o governo de Hong Kong a punirem as pessoas por detrás de actos de violência. Na quarta conferência de imprensa desde o início dos protestos em Hong Kong, em Junho passado, o outro porta-voz do Gabinete de Ligação, Yang Guang, enfatizou o papel do Executivo e do judiciário de Hong Kong no restauro da ordem. O porta-voz do Governo central disse ainda que a voz dos manifestantes pacíficos e os actos dos radicais devem ser diferenciados. “As suas exigências reflectem problemas profundamente enraizados em Hong Kong e deve-se prestar atenção às suas preocupações”, acrescentou. Olhares tendenciosos Sobre os comentários de governos estrangeiros, Yang afirmou que Londres não tem o direito de interferir nos assuntos internos da China e de Hong Kong e acusou “esses governos” de terem uma visão tendenciosa quando acusam a polícia de “excessiva” e enaltecem as acções dos manifestantes violentos. Yang considerou ainda que os diplomatas ocidentais que criticaram a actuação da polícia de Hong Kong lembram “moscas que gemem e choram depois de baterem contra um muro”, citando um poema do fundador da República Popular da China, Mao Zedong, de 1962, quando Pequim enfrentava uma disputa ideológica com Moscovo. Yang questionou ainda sobre o que fariam os governos estrangeiros caso uma situação semelhante ocorresse nos seus países. Hong Kong vive um clima de contestação social, desde o início de Junho, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da Chefe do Executivo, Carrie Lam, a retirada definitiva da emenda à lei, um inquérito independente à intervenção policial, a libertação dos detidos nos protestos e que estas acções não sejam consideradas motins. A solução Grande Baía O Governo chinês defendeu ontem que o desenvolvimento de Hong Kong no âmbito de um projecto de integração com o continente é “o melhor” para a região, mesmo quando “manifestantes tentam comprometer” o seu futuro. O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês Yang Guang defendeu em conferência de imprensa os “benefícios” de uma maior conectividade entre Hong Kong, Macau e Shenzhen. O porta-voz considerou que o projecto Área da Grande Baía trará a Hong Kong desenvolvimento e estabilidade “a longo prazo”. Na semana passada, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times advertiu que, caso os tumultos persistam na antiga colónia britânica, a cidade “poderá perder o seu encanto” e levar à transferência de “alguns serviços financeiros importantes para o emergente vizinho Shenzhen”, em sectores como a captação de recursos para ‘startups’ ou a internacionalização da moeda chinesa, o yuan. Shenzhen aprovou já um plano de incentivos fiscais e subsídios visando atrair os melhores talentos de Hong Kong e Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim apoia Governo caso situação se descontrole Pequim manifesta a sua solidariedade para com as autoridades de Hong Kong e diz estar disponível para intervir caso os distúrbios se tornem ainda mais graves e a polícia perca o controlo da situação [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que ajudará as autoridades de Hong Kong a lidar com os manifestantes, caso as tensões escalem a um ponto em que a polícia local perca o controlo sobre a situação. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Xu Luying, lembrou que Pequim pode intervir de acordo com a Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong. A lei de Hong Kong prevê que o Executivo da região possa pedir ao exército chinês, estacionado em vários quartéis da cidade, para “ajudar a manter a ordem pública”. Xu negou que uma intervenção significasse o fim do princípio “um país, dois sistemas”, que garante um alto grau de autonomia a Hong Kong. Forças da polícia militar estão reunidas desde o mês passado em Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong, e, num exercício recente, a China reforçou o número de soldados estacionados nos vários quartéis da cidade. Xu enfatizou, no entanto, que Pequim “apoia resolutamente” a polícia e o governo de Hong Kong a punirem as pessoas por detrás de actos de violência. Na quarta conferência de imprensa desde o início dos protestos em Hong Kong, em Junho passado, o outro porta-voz do Gabinete de Ligação, Yang Guang, enfatizou o papel do Executivo e do judiciário de Hong Kong no restauro da ordem. O porta-voz do Governo central disse ainda que a voz dos manifestantes pacíficos e os actos dos radicais devem ser diferenciados. “As suas exigências reflectem problemas profundamente enraizados em Hong Kong e deve-se prestar atenção às suas preocupações”, acrescentou. Olhares tendenciosos Sobre os comentários de governos estrangeiros, Yang afirmou que Londres não tem o direito de interferir nos assuntos internos da China e de Hong Kong e acusou “esses governos” de terem uma visão tendenciosa quando acusam a polícia de “excessiva” e enaltecem as acções dos manifestantes violentos. Yang considerou ainda que os diplomatas ocidentais que criticaram a actuação da polícia de Hong Kong lembram “moscas que gemem e choram depois de baterem contra um muro”, citando um poema do fundador da República Popular da China, Mao Zedong, de 1962, quando Pequim enfrentava uma disputa ideológica com Moscovo. Yang questionou ainda sobre o que fariam os governos estrangeiros caso uma situação semelhante ocorresse nos seus países. Hong Kong vive um clima de contestação social, desde o início de Junho, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da Chefe do Executivo, Carrie Lam, a retirada definitiva da emenda à lei, um inquérito independente à intervenção policial, a libertação dos detidos nos protestos e que estas acções não sejam consideradas motins. A solução Grande Baía O Governo chinês defendeu ontem que o desenvolvimento de Hong Kong no âmbito de um projecto de integração com o continente é “o melhor” para a região, mesmo quando “manifestantes tentam comprometer” o seu futuro. O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês Yang Guang defendeu em conferência de imprensa os “benefícios” de uma maior conectividade entre Hong Kong, Macau e Shenzhen. O porta-voz considerou que o projecto Área da Grande Baía trará a Hong Kong desenvolvimento e estabilidade “a longo prazo”. Na semana passada, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times advertiu que, caso os tumultos persistam na antiga colónia britânica, a cidade “poderá perder o seu encanto” e levar à transferência de “alguns serviços financeiros importantes para o emergente vizinho Shenzhen”, em sectores como a captação de recursos para ‘startups’ ou a internacionalização da moeda chinesa, o yuan. Shenzhen aprovou já um plano de incentivos fiscais e subsídios visando atrair os melhores talentos de Hong Kong e Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Mais de mil detidos desde início dos protestos O número de detidos não para de crescer desde o início dos protestos, há quase três meses. Só neste fim-de-semana, um dos mais violentos, quase 160 manifestantes foram presos [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong anunciou ontem que desde o início dos protestos pró-democracia foram detidas 1.117 pessoas, 159 das quais no fim-de-semana, marcado por manifestações não autorizadas e confrontos violentos. Dos 159 detidos, 132 são homens e 26 mulheres entre os 25 e os 38 anos, adiantaram as forças de segurança numa conferência de imprensa transmitida em directo na rede social Facebook, durante a qual se destacaram os actos de vandalismo de alguns “manifestantes radicais”. Os manifestantes foram detidos por participação em manifestações ilegais e agressões a elementos das forças de segurança. A polícia sublinhou que entre sexta-feira e domingo as bombas incendiárias lançadas pelos manifestantes foram “mais destrutivas e perigosas”, com muitas das acções a colocarem em perigo a população. A escalada de violenta na região administrativa especial chinesa traduziu-se este fim-de-semana em 241 disparos de gás lacrimogéneo e 92 balas de borracha por parte da polícia, que foi obrigada a efectuar dois disparos de aviso para o ar. A conferência de imprensa teve lugar ontem à tarde, num momento em que milhares de manifestantes participavam em mais um protesto pró-democracia, no primeiro de dois dias de greve geral e no início de um boicote às aulas que deve durar duas semanas. A organização indicou que, pelas 17:00, cerca de 40 mil pessoas participavam na iniciativa. Ao contrário do que sucedeu no sábado, marcado de novo por violentos confrontos, a manifestação de ontem foi autorizada pela polícia. Cerca de 400 funcionários do Hospital Queen Mary, em Hong Kong, formaram ontem um cordão humano para condenar a polícia por ter negado primeiros socorros a manifestantes que foram alvo de uma intervenção das forças de segurança no sábado, noticiou ontem a rádio local RTHK. Segundo a organização do protesto, é inaceitável que a polícia tenha demorado mais de duas horas a permitir o transporte para os hospitais dos jovens que ficaram feridos na estação de metro de Prince Edward e que tenha bloqueado o acesso ao local dos socorristas. Os protestos em Hong Kong duram há quase três meses. Na passada semana, foram detidos proeminentes activistas e três deputados do parlamento. A polícia deixou de fazer policiamento a pé pelas ruas para evitar quaisquer emboscadas às forças de segurança. Um activista foi atacado com tacos de basebol por homens com o rosto tapado. Um polícia foi alvo também de um violento ataque com uma faca à saída de um turno, na sexta-feira. Das exigências Em Hong Kong vive-se um impasse político, depois de os manifestantes terem exigido inicialmente a retirada de uma lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China, para depois somarem outras reivindicações, uma delas o sufrágio universal. A chefe do Governo admitiu chamar a si poderes reforçados face à situação de emergência que se vive no território e com a China a estacionar tropas na cidade vizinha, Shenzen. O movimento pró-democracia definiu cinco reivindicações: a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, e finalmente a demissão da chefe de Governo Carrie Lam e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Mais de mil detidos desde início dos protestos O número de detidos não para de crescer desde o início dos protestos, há quase três meses. Só neste fim-de-semana, um dos mais violentos, quase 160 manifestantes foram presos [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong anunciou ontem que desde o início dos protestos pró-democracia foram detidas 1.117 pessoas, 159 das quais no fim-de-semana, marcado por manifestações não autorizadas e confrontos violentos. Dos 159 detidos, 132 são homens e 26 mulheres entre os 25 e os 38 anos, adiantaram as forças de segurança numa conferência de imprensa transmitida em directo na rede social Facebook, durante a qual se destacaram os actos de vandalismo de alguns “manifestantes radicais”. Os manifestantes foram detidos por participação em manifestações ilegais e agressões a elementos das forças de segurança. A polícia sublinhou que entre sexta-feira e domingo as bombas incendiárias lançadas pelos manifestantes foram “mais destrutivas e perigosas”, com muitas das acções a colocarem em perigo a população. A escalada de violenta na região administrativa especial chinesa traduziu-se este fim-de-semana em 241 disparos de gás lacrimogéneo e 92 balas de borracha por parte da polícia, que foi obrigada a efectuar dois disparos de aviso para o ar. A conferência de imprensa teve lugar ontem à tarde, num momento em que milhares de manifestantes participavam em mais um protesto pró-democracia, no primeiro de dois dias de greve geral e no início de um boicote às aulas que deve durar duas semanas. A organização indicou que, pelas 17:00, cerca de 40 mil pessoas participavam na iniciativa. Ao contrário do que sucedeu no sábado, marcado de novo por violentos confrontos, a manifestação de ontem foi autorizada pela polícia. Cerca de 400 funcionários do Hospital Queen Mary, em Hong Kong, formaram ontem um cordão humano para condenar a polícia por ter negado primeiros socorros a manifestantes que foram alvo de uma intervenção das forças de segurança no sábado, noticiou ontem a rádio local RTHK. Segundo a organização do protesto, é inaceitável que a polícia tenha demorado mais de duas horas a permitir o transporte para os hospitais dos jovens que ficaram feridos na estação de metro de Prince Edward e que tenha bloqueado o acesso ao local dos socorristas. Os protestos em Hong Kong duram há quase três meses. Na passada semana, foram detidos proeminentes activistas e três deputados do parlamento. A polícia deixou de fazer policiamento a pé pelas ruas para evitar quaisquer emboscadas às forças de segurança. Um activista foi atacado com tacos de basebol por homens com o rosto tapado. Um polícia foi alvo também de um violento ataque com uma faca à saída de um turno, na sexta-feira. Das exigências Em Hong Kong vive-se um impasse político, depois de os manifestantes terem exigido inicialmente a retirada de uma lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China, para depois somarem outras reivindicações, uma delas o sufrágio universal. A chefe do Governo admitiu chamar a si poderes reforçados face à situação de emergência que se vive no território e com a China a estacionar tropas na cidade vizinha, Shenzen. O movimento pró-democracia definiu cinco reivindicações: a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, e finalmente a demissão da chefe de Governo Carrie Lam e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
João Luz China / ÁsiaEstudo | “Uma Faixa, Uma Rota” pode colocar em risco Acordo de Paris Um estudo do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua analisou o custo ambiental da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e concluiu que pode ser fatal para os objectivos estabelecidos no Acordo de Paris. O impacto ambiental pode comprometer o esforço conjunto para inverter a marcha no combate às alterações climáticas, graças às práticas dos países envolvidos no projecto, numa altura em que Pequim aposta na economia verde [dropcap]Q[/dropcap]uando os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris, estabelecido em 2015 para combater o aquecimento global e as alterações climáticas, tudo indicava que a China teria a porta aberta para assumir um papel de liderança em questões ambientais. Ainda para mais, face à irónica tese conspirativa que Donald Trump repetiu diversas vezes, em campanha eleitoral e ainda antes, de que as alterações climáticas eram uma fraude perpetuada por Pequim. Segundo um estudo do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua divulgado ontem, a realidade parece apontar no sentido contrário, muito por culpa da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. O desenvolvimento económico de países que fazem parte da política global depende energeticamente em grande parte do carvão, o que pode tornar impossível de atingir os objectivos estabelecidos em 2015 pelo Acordo de Paris. A gigantesca teia de portos, caminhos-de-ferro, redes rodoviárias e parques industriais espalhados pela Ásia, África, Médio Oriente e Europa representa um investimento brutal, distribuído por 126 países. Enquanto Pequim entra com uma parte significativa do dinheiro, os projectos vão também contar com injecções de capitais de outros actores nacionais públicos e privados, aumentando as preocupações quanto às eventuais consequências ambientais. O estudo da Universidade Tsinghua traça um mau resultado da pegada de ecológica, quanto às emissões de carbono, da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, concluindo que existe um risco significativo de apenas com base nas emissões de gases de efeito estufa originadas pela construção das infra-estruturas do mega-projecto os objectivos do Acordo de Paris irem por água abaixo. Quase um terço O Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua diz na sua análise que 126 dos países envolvidos no projecto “Uma Faixa, Uma Rota” representam 28 por cento das emissões de gases de efeito de estufa resultantes de acção humana. O estudo teve em conta os efeitos de diferentes abordagens na construção de megaportos, condutas de transporte de combustíveis, caminhos-de-ferro e autoestradas em 17 países abrangidos pela iniciativa de Pequim. Neste aglomerado de nações, estima-se que países como a Rússia, Irão, Arábia Saudita e Indonésia teriam de baixar as emissões de carbono em 68 por cento até 2050, comparado com as actuais trajectórias, de forma a cumprir os objectivos traçados em Paris. “Estamos num cenário em que nada mudou. Se continuarmos nesta direcção, mesmo que todos os outros países do planeta cumpram, incluindo os Estados Unidos, China e Índia, ainda assim as emissões de carbono vão rebentar a escala”, aponta Simon Zadek, investigador convidado da Universidade Tsinghua. “A dinâmica de crescimento da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ é tão grande, que se as emissões de carbono abrangidas pelo programa não cumprirem o acordo, não interessa se os restantes países cumprem ou não”, acrescenta o investigador. O estudo indica que, até 2050, as emissões de gases estufa produzidas pelos países da iniciativa poderiam ser 39 por cento mais baixas, se fossem seguidas as melhores práticas industriais, recorrendo a tecnologias mais amigas do ambiente. Oportunidade única Importa referir que a China continua a ser o maior poluidor no que diz respeito às emissões de carbono, produzindo cerca de 30 por cento de todo carbono de origem humana, mesmo que per capita as emissões andem a par das emitidas pela Europa. Apesar de Pequim ter firmado uma posição forte em termos de política doméstica de controlo da poluição atmosférica, tem sido alvo de críticas graças ao investimento baseado em combustíveis fósseis em projectos fora das suas fronteiras. O investigador do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua indica que é necessário que Pequim tenha uma “política consistente”, tanto em casa, como fora, no que toca às emissões de carbono. Segundo uma estimativa das Nações Unidas, cerca de dois terços das infra-estruturas projectadas até 2050 ainda estão por construir. Neste aspecto, Zadek adianta que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” constitui uma oportunidade global para “descarbonizar”, ao mesmo tempo que se expande o comércio e o crescimento económico. Para tal, o investigador sugere que se estabeleça uma plataforma internacional de apoio e financiamento “verde” aos países abrangidos pela iniciativa que procura replicar a antiga rota da seda, musculada e com fiscalizações ambientais obrigatórias aos investimentos chineses. “Será fácil? Será que conseguimos atingir este objectivo até amanhã às 9h? Claro que não. Mas se mostrarmos qual o caminho para atingir estes objectivos, creio que será exequível”, estima o investigador. Em brasa Empresas chinesas estão envolvidas em, pelo menos, 240 estações de produção de energia baseadas na combustão de carvão em 25 países abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre eles Bangladesh, Paquistão, Sérvia, Quénia, Gana, Maláui e Zimbabué. Pequim está também a financiar perto de metade das estações que usam carvão no Egipto, Tanzânia e Zâmbia. Apesar de a China estar a construir no Bangladesh uma estação de “carvão limpo”, as restantes assentam em tecnologia menos avançada e que não tem em conta o controlo das emissões de carbono. Importa recordar que a indústria da energia e do carvão estiveram no centro da revolução industrial e económica chinesa. De 1990 para 2015, o consumo anual de carvão na China passou das 1.05 mil milhões de toneladas para 3.97 mil milhões de toneladas, garantindo mais de 70 por cento da produção energética, factor determinante no rápido crescimento do PIB chinês. O preço pago pelo vício do carvão foi elevado levando à escassez de água, chuvas ácidas e níveis alarmantes de poluição atmosférica. Hoje em dia, a liderança política de Pequim aposta na “eco-civilização”, conceito inscrito na constituição do Partido Comunista Chinês, que assenta na protecção ambiental e numa nova fase do desenvolvimento económico do país. Os planos de mudança da estratégia assente na forte industrialização para uma economia baseada no sector dos serviços, acompanhada por grandes investimentos em energias renováveis, pode permitir à China atingir reduções substanciais na “intensidade energética” baseada em combustíveis fósseis. Até lá, espera-se que o consumo de carbono atinja o seu auge, antes de começar a baixar. Porém, a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” ameaça amarrar a China a parceiros económicos responsáveis por elevadas emissões de carbono, num momento em que a segunda maior economia do mundo, a passos de se tornar na maior, se distancia deste tipo de práticas que ameaçam fazer escalar o aquecimento global. Em 2016, o Presidente Xi Jinping projectou o desejo de ver a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” como um projecto “verde, saudável, inteligente e pacífico”, ao mesmo tempo que incentivou os países participantes a aprofundarem a cooperação em termos de protecção ambiental. Foram divulgadas directrizes nesse sentido, mas sem carácter obrigatório, levando à fraca aplicabilidade. O problema permanece, com ou sem Acordo de Paris. Com AP
João Luz China / ÁsiaEstudo | “Uma Faixa, Uma Rota” pode colocar em risco Acordo de Paris Um estudo do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua analisou o custo ambiental da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e concluiu que pode ser fatal para os objectivos estabelecidos no Acordo de Paris. O impacto ambiental pode comprometer o esforço conjunto para inverter a marcha no combate às alterações climáticas, graças às práticas dos países envolvidos no projecto, numa altura em que Pequim aposta na economia verde [dropcap]Q[/dropcap]uando os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris, estabelecido em 2015 para combater o aquecimento global e as alterações climáticas, tudo indicava que a China teria a porta aberta para assumir um papel de liderança em questões ambientais. Ainda para mais, face à irónica tese conspirativa que Donald Trump repetiu diversas vezes, em campanha eleitoral e ainda antes, de que as alterações climáticas eram uma fraude perpetuada por Pequim. Segundo um estudo do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua divulgado ontem, a realidade parece apontar no sentido contrário, muito por culpa da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. O desenvolvimento económico de países que fazem parte da política global depende energeticamente em grande parte do carvão, o que pode tornar impossível de atingir os objectivos estabelecidos em 2015 pelo Acordo de Paris. A gigantesca teia de portos, caminhos-de-ferro, redes rodoviárias e parques industriais espalhados pela Ásia, África, Médio Oriente e Europa representa um investimento brutal, distribuído por 126 países. Enquanto Pequim entra com uma parte significativa do dinheiro, os projectos vão também contar com injecções de capitais de outros actores nacionais públicos e privados, aumentando as preocupações quanto às eventuais consequências ambientais. O estudo da Universidade Tsinghua traça um mau resultado da pegada de ecológica, quanto às emissões de carbono, da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, concluindo que existe um risco significativo de apenas com base nas emissões de gases de efeito estufa originadas pela construção das infra-estruturas do mega-projecto os objectivos do Acordo de Paris irem por água abaixo. Quase um terço O Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua diz na sua análise que 126 dos países envolvidos no projecto “Uma Faixa, Uma Rota” representam 28 por cento das emissões de gases de efeito de estufa resultantes de acção humana. O estudo teve em conta os efeitos de diferentes abordagens na construção de megaportos, condutas de transporte de combustíveis, caminhos-de-ferro e autoestradas em 17 países abrangidos pela iniciativa de Pequim. Neste aglomerado de nações, estima-se que países como a Rússia, Irão, Arábia Saudita e Indonésia teriam de baixar as emissões de carbono em 68 por cento até 2050, comparado com as actuais trajectórias, de forma a cumprir os objectivos traçados em Paris. “Estamos num cenário em que nada mudou. Se continuarmos nesta direcção, mesmo que todos os outros países do planeta cumpram, incluindo os Estados Unidos, China e Índia, ainda assim as emissões de carbono vão rebentar a escala”, aponta Simon Zadek, investigador convidado da Universidade Tsinghua. “A dinâmica de crescimento da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ é tão grande, que se as emissões de carbono abrangidas pelo programa não cumprirem o acordo, não interessa se os restantes países cumprem ou não”, acrescenta o investigador. O estudo indica que, até 2050, as emissões de gases estufa produzidas pelos países da iniciativa poderiam ser 39 por cento mais baixas, se fossem seguidas as melhores práticas industriais, recorrendo a tecnologias mais amigas do ambiente. Oportunidade única Importa referir que a China continua a ser o maior poluidor no que diz respeito às emissões de carbono, produzindo cerca de 30 por cento de todo carbono de origem humana, mesmo que per capita as emissões andem a par das emitidas pela Europa. Apesar de Pequim ter firmado uma posição forte em termos de política doméstica de controlo da poluição atmosférica, tem sido alvo de críticas graças ao investimento baseado em combustíveis fósseis em projectos fora das suas fronteiras. O investigador do Centro de Finanças e Desenvolvimento da Universidade Tsinghua indica que é necessário que Pequim tenha uma “política consistente”, tanto em casa, como fora, no que toca às emissões de carbono. Segundo uma estimativa das Nações Unidas, cerca de dois terços das infra-estruturas projectadas até 2050 ainda estão por construir. Neste aspecto, Zadek adianta que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” constitui uma oportunidade global para “descarbonizar”, ao mesmo tempo que se expande o comércio e o crescimento económico. Para tal, o investigador sugere que se estabeleça uma plataforma internacional de apoio e financiamento “verde” aos países abrangidos pela iniciativa que procura replicar a antiga rota da seda, musculada e com fiscalizações ambientais obrigatórias aos investimentos chineses. “Será fácil? Será que conseguimos atingir este objectivo até amanhã às 9h? Claro que não. Mas se mostrarmos qual o caminho para atingir estes objectivos, creio que será exequível”, estima o investigador. Em brasa Empresas chinesas estão envolvidas em, pelo menos, 240 estações de produção de energia baseadas na combustão de carvão em 25 países abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre eles Bangladesh, Paquistão, Sérvia, Quénia, Gana, Maláui e Zimbabué. Pequim está também a financiar perto de metade das estações que usam carvão no Egipto, Tanzânia e Zâmbia. Apesar de a China estar a construir no Bangladesh uma estação de “carvão limpo”, as restantes assentam em tecnologia menos avançada e que não tem em conta o controlo das emissões de carbono. Importa recordar que a indústria da energia e do carvão estiveram no centro da revolução industrial e económica chinesa. De 1990 para 2015, o consumo anual de carvão na China passou das 1.05 mil milhões de toneladas para 3.97 mil milhões de toneladas, garantindo mais de 70 por cento da produção energética, factor determinante no rápido crescimento do PIB chinês. O preço pago pelo vício do carvão foi elevado levando à escassez de água, chuvas ácidas e níveis alarmantes de poluição atmosférica. Hoje em dia, a liderança política de Pequim aposta na “eco-civilização”, conceito inscrito na constituição do Partido Comunista Chinês, que assenta na protecção ambiental e numa nova fase do desenvolvimento económico do país. Os planos de mudança da estratégia assente na forte industrialização para uma economia baseada no sector dos serviços, acompanhada por grandes investimentos em energias renováveis, pode permitir à China atingir reduções substanciais na “intensidade energética” baseada em combustíveis fósseis. Até lá, espera-se que o consumo de carbono atinja o seu auge, antes de começar a baixar. Porém, a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” ameaça amarrar a China a parceiros económicos responsáveis por elevadas emissões de carbono, num momento em que a segunda maior economia do mundo, a passos de se tornar na maior, se distancia deste tipo de práticas que ameaçam fazer escalar o aquecimento global. Em 2016, o Presidente Xi Jinping projectou o desejo de ver a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” como um projecto “verde, saudável, inteligente e pacífico”, ao mesmo tempo que incentivou os países participantes a aprofundarem a cooperação em termos de protecção ambiental. Foram divulgadas directrizes nesse sentido, mas sem carácter obrigatório, levando à fraca aplicabilidade. O problema permanece, com ou sem Acordo de Paris. Com AP
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal | Número de turistas chineses aumentou 18,4% até Junho [dropcap]O[/dropcap] número de turistas chineses a visitar Portugal aumentou 18,4 por cento no primeiro semestre deste ano, disse na sexta-feira Filipe Silva, administrador do Turismo de Portugal, à margem da inauguração da rota aérea Lisboa-Xi’an-Pequim. “Este ano estamos com um crescimento de 18,4 por cento nos hóspedes e 16 por cento nas dormidas”, afirmou Filipe Silva aos jornalistas, acrescentando que as percentagens dizem respeito a “cerca de 200 mil hóspedes e 300 mil dormidas” no final de Junho de 2019. Em 2018, o número de turistas chineses em Portugal alcançou as 315 mil pessoas, afirmou Filipe Silva. O responsável do Turismo de Portugal falava à margem da cerimónia de apresentação do voo inaugural Lisboa-Xi’an-Pequim, da Beijing Capital Airlines, que decorreu junto a uma das portas de embarque do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. “Com o novo voo, temos condições para aumentar esta percentagem. São três frequências semanais” num avião com capacidade para “300 pessoas”, o que representa “mais 50 por cento do que o avião anterior”, frisou, numa referência à ligação aérea Lisboa-Pequim-Hangzhou, suspensa em Outubro de 2018. Filipe Silva referiu que um dos objectivos é “aumentar a estadia média” do turista chinês em Portugal, utilizando argumentos “quer do ponto de vista gastronómico, quer do ponto de vista cultural”. O responsável salientou também “a parte de compras, que é bastante sensível e apelativa”, acrescentando que “Portugal está cada vez mais capacitado não só na oferta de compras adaptadas ao turista chinês, mas também nas próprias condições em termos de ‘tax free’ [compras livres de impostos], que é um elemento que valorizam bastante”. A ligação inaugural na sexta-feira aterrou em Lisboa pelas 17:41 e trouxe 202 pessoas, com o voo de regresso, que partiu para Xi’an às 22:58, a totalizar 177 passageiros, disse à Lusa uma representante da Beijing Capital Airlines.
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal | Número de turistas chineses aumentou 18,4% até Junho [dropcap]O[/dropcap] número de turistas chineses a visitar Portugal aumentou 18,4 por cento no primeiro semestre deste ano, disse na sexta-feira Filipe Silva, administrador do Turismo de Portugal, à margem da inauguração da rota aérea Lisboa-Xi’an-Pequim. “Este ano estamos com um crescimento de 18,4 por cento nos hóspedes e 16 por cento nas dormidas”, afirmou Filipe Silva aos jornalistas, acrescentando que as percentagens dizem respeito a “cerca de 200 mil hóspedes e 300 mil dormidas” no final de Junho de 2019. Em 2018, o número de turistas chineses em Portugal alcançou as 315 mil pessoas, afirmou Filipe Silva. O responsável do Turismo de Portugal falava à margem da cerimónia de apresentação do voo inaugural Lisboa-Xi’an-Pequim, da Beijing Capital Airlines, que decorreu junto a uma das portas de embarque do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. “Com o novo voo, temos condições para aumentar esta percentagem. São três frequências semanais” num avião com capacidade para “300 pessoas”, o que representa “mais 50 por cento do que o avião anterior”, frisou, numa referência à ligação aérea Lisboa-Pequim-Hangzhou, suspensa em Outubro de 2018. Filipe Silva referiu que um dos objectivos é “aumentar a estadia média” do turista chinês em Portugal, utilizando argumentos “quer do ponto de vista gastronómico, quer do ponto de vista cultural”. O responsável salientou também “a parte de compras, que é bastante sensível e apelativa”, acrescentando que “Portugal está cada vez mais capacitado não só na oferta de compras adaptadas ao turista chinês, mas também nas próprias condições em termos de ‘tax free’ [compras livres de impostos], que é um elemento que valorizam bastante”. A ligação inaugural na sexta-feira aterrou em Lisboa pelas 17:41 e trouxe 202 pessoas, com o voo de regresso, que partiu para Xi’an às 22:58, a totalizar 177 passageiros, disse à Lusa uma representante da Beijing Capital Airlines.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Entram em vigor novas tarifas sobre produtos da China [dropcap]A[/dropcap]s novas tarifas anunciadas pelo Governo dos Estados Unidos sobre cerca de 300 mil milhões de euros de importações da China entraram ontem em vigor, num novo episódio da guerra comercial entre as duas maiores potências mundiais. A partir de agora, cerca de 300 mil milhões de euros de mercadorias oriundas da China terão de pagar mais 15 por cento de taxas alfandegárias, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estado Unidos. As taxas entraram em vigor às 00:01, segundo a Agência do Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla inglesa). No total, mais de dois terços dos bens de consumo que os Estados Unidos importam da China são agora alvo de impostos mais elevados. O Presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a admitir adiar a imposição de novas tarifas aduaneiras para Janeiro de 2020 – pressionado por organizações de comércio norte-americanas, preocupadas com o efeito da medida na época de compras natalícia – mas na noite de sexta-feira confirmou que a medida iria mesmo entrar em vigor a 1 de Setembro. Pequim deverá reagir, como tinha anunciado em Julho, aumentando as tarifas adicionais em cerca de 70 mil milhões de euros de produtos importados dos Estados Unidos, mas a confirmação desta resposta ainda não foi divulgada pelo Governo chinês. Esta é mais uma etapa na escalada de imposições tarifas aduaneiras na guerra comercial entre os EUA e a China, que se prolonga desde Março de 2018, apesar das inúmeras rondas de negociações entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Entram em vigor novas tarifas sobre produtos da China [dropcap]A[/dropcap]s novas tarifas anunciadas pelo Governo dos Estados Unidos sobre cerca de 300 mil milhões de euros de importações da China entraram ontem em vigor, num novo episódio da guerra comercial entre as duas maiores potências mundiais. A partir de agora, cerca de 300 mil milhões de euros de mercadorias oriundas da China terão de pagar mais 15 por cento de taxas alfandegárias, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estado Unidos. As taxas entraram em vigor às 00:01, segundo a Agência do Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla inglesa). No total, mais de dois terços dos bens de consumo que os Estados Unidos importam da China são agora alvo de impostos mais elevados. O Presidente norte-americano, Donald Trump, chegou a admitir adiar a imposição de novas tarifas aduaneiras para Janeiro de 2020 – pressionado por organizações de comércio norte-americanas, preocupadas com o efeito da medida na época de compras natalícia – mas na noite de sexta-feira confirmou que a medida iria mesmo entrar em vigor a 1 de Setembro. Pequim deverá reagir, como tinha anunciado em Julho, aumentando as tarifas adicionais em cerca de 70 mil milhões de euros de produtos importados dos Estados Unidos, mas a confirmação desta resposta ainda não foi divulgada pelo Governo chinês. Esta é mais uma etapa na escalada de imposições tarifas aduaneiras na guerra comercial entre os EUA e a China, que se prolonga desde Março de 2018, apesar das inúmeras rondas de negociações entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim reafirma recusa de arbitragem internacional Apesar das reivindicações filipinas, a China não altera uma vírgula à sua posição de soberania sobre a totalidade do Mar do Sul e recusa qualquer posição internacional que ponha em causa as suas pretensões [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, reiterou ao seu homólogo filipino que o país não reconhecerá uma decisão arbitral internacional que não vá ao encontro das pretensões chinesas no Mar do Sul da China, foi sábado divulgado. Esta posição chinesa foi transmitida pelo porta-voz do governo da Filipinas, citado pela agência AP, na sequência de uma reunião entre os dois países, durante a qual foi abordada a questão em torno da soberania do Mar do Sul da China. A China reclama a soberania total daquele mar, apesar da existência de uma decisão de 2016 de um tribunal internacional que invalida a pretensão chinesa. Os chineses não reconhecem essa decisão e têm expandido a sua presença no território, militarizando uma série de ilhas e recifes disputados. “O Presidente Xi Jinping reiterou que o seu governo não reconhece a decisão arbitral, no entanto ambos os Presidentes entendem que estas diferenças não devem prejudicar o bom relacionamento entre os dois países”, sublinhou o porta-voz filipino. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que tem reforçado os laços com Pequim, é criticado por nacionalistas e grupos de esquerda nas Filipinas, por não exigir à China que cumpra com a decisão do tribunal. Manobras perigosas O Mar do Sul da China é de vital importância geoestratégica, já que ali circula 30 por cento do comércio global e 12 por cento da pesca mundial, contendo ricas reservas de petróleo e gás. Em Junho passado, uma colisão entre uma embarcação pesqueira filipina e uma embarcação chinesa em águas disputadas provocou a ira de vários grupos nacionalistas filipinos, apesar de Manila e Pequim terem minimizado o incidente. Em Maio passado, o líder filipino falou brevemente do assunto com Xi, mas o porta-voz presidencial das filipinas, Salvador Panelo, indicou que Duterte abordaria desta vez o assunto de forma mais directa. O secretário de Defesa das Filipinas, Delfin Lorenzana, pediu a Pequim este mês para explicar as movimentações dos navios de guerra chineses em águas reivindicadas pelas Filipinas e acusou a China de abusar. Lorenzana disse que a China não pediu permissão para enviar vários navios de guerra pelo estreito de Sibutu, na ponta sul do arquipélago das Filipinas, em quatro ocasiões, entre Fevereiro e Julho. Acusou ainda dois navios chineses que fazem prospecção de operar na zona económica exclusiva das Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim reafirma recusa de arbitragem internacional Apesar das reivindicações filipinas, a China não altera uma vírgula à sua posição de soberania sobre a totalidade do Mar do Sul e recusa qualquer posição internacional que ponha em causa as suas pretensões [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, reiterou ao seu homólogo filipino que o país não reconhecerá uma decisão arbitral internacional que não vá ao encontro das pretensões chinesas no Mar do Sul da China, foi sábado divulgado. Esta posição chinesa foi transmitida pelo porta-voz do governo da Filipinas, citado pela agência AP, na sequência de uma reunião entre os dois países, durante a qual foi abordada a questão em torno da soberania do Mar do Sul da China. A China reclama a soberania total daquele mar, apesar da existência de uma decisão de 2016 de um tribunal internacional que invalida a pretensão chinesa. Os chineses não reconhecem essa decisão e têm expandido a sua presença no território, militarizando uma série de ilhas e recifes disputados. “O Presidente Xi Jinping reiterou que o seu governo não reconhece a decisão arbitral, no entanto ambos os Presidentes entendem que estas diferenças não devem prejudicar o bom relacionamento entre os dois países”, sublinhou o porta-voz filipino. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que tem reforçado os laços com Pequim, é criticado por nacionalistas e grupos de esquerda nas Filipinas, por não exigir à China que cumpra com a decisão do tribunal. Manobras perigosas O Mar do Sul da China é de vital importância geoestratégica, já que ali circula 30 por cento do comércio global e 12 por cento da pesca mundial, contendo ricas reservas de petróleo e gás. Em Junho passado, uma colisão entre uma embarcação pesqueira filipina e uma embarcação chinesa em águas disputadas provocou a ira de vários grupos nacionalistas filipinos, apesar de Manila e Pequim terem minimizado o incidente. Em Maio passado, o líder filipino falou brevemente do assunto com Xi, mas o porta-voz presidencial das filipinas, Salvador Panelo, indicou que Duterte abordaria desta vez o assunto de forma mais directa. O secretário de Defesa das Filipinas, Delfin Lorenzana, pediu a Pequim este mês para explicar as movimentações dos navios de guerra chineses em águas reivindicadas pelas Filipinas e acusou a China de abusar. Lorenzana disse que a China não pediu permissão para enviar vários navios de guerra pelo estreito de Sibutu, na ponta sul do arquipélago das Filipinas, em quatro ocasiões, entre Fevereiro e Julho. Acusou ainda dois navios chineses que fazem prospecção de operar na zona económica exclusiva das Filipinas.