China/África | Pequim suspende comentários críticos ‘online’

A caixa de comentários às notícias de que Pequim vai emprestar 60 mil milhões de dólares aos países africanos está suspensa em vários portais noticiosos chineses, após internautas terem manifestado a sua insatisfação nas redes sociais do país

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, avançou esta semana com aquele valor, na abertura da terceira edição do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que reuniu, em Pequim, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos, alguns isentos de juros ou com condições preferenciais, para projectos lançados no âmbito daquela iniciativa.

Segundo constatou a agência Lusa, no portal de informação económica Caijing ou na versão ‘online’ do jornal Beijing Evening News, a tentativa de colocar uma mensagem resulta no aviso de que “estão proibidos comentários a esta notícia”. A assistência financeira da China ao exterior é frequentemente alvo de críticas no país, onde dezenas de milhões de pessoas continuam a viver abaixo do limiar da pobreza ou sem acesso ao ensino e saúde. No Weibo, o ‘Twitter chinês’, vários internautas compararam o montante prometido por Xi com os gastos domésticos em educação ou no apoio às populações mais pobres.

“Devias primeiro criar as tuas próprias crianças”, escreve um internauta. “Há tantas vítimas na China em desastres naturais ou provocados pelo homem, poderias olhar pelos mais pobres aqui por favor?”.

Um ‘meme’ difundido na Internet chinesa mostra o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, a prometer que a China não vacilará nos seus compromissos económicos com África, ao lado dos comentário do ministro da Educação, Chen Baosheng, que afirma que o país tem escassez de fundos e “não pode exceder o seu estágio de desenvolvimento”.

A imprensa estatal, entretanto, tem realçado os benefícios mútuos da cooperação com África, apontando o grande potencial de consumo e abundantes recursos naturais do continente. “China e África são altamente complementares e o potencial de desenvolvimento de África irá criar um grande mercado”, lê-se num comentário no Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, no qual se acrescenta que a China importa do continente mais algodão e cobre do que produz internamente e que a exploração de campos petrolíferos africanos, por empresas chinesas, “ajudou muito” o país asiático a garantir a sua segurança energética.

Dinheiro entre irmãos

Um outro artigo no Diário do Povo lembra que, apesar de a assistência financeira de Pequim a África “não implicar condições políticas”, o continente tem expressado apoio às reclamações territoriais de Pequim no Mar do Sul da China. “Esta fraternidade não tem preço”, nota.

No FOCAC, Xi Jinping prometeu ainda um perdão das dívidas que venceriam no final deste ano para os países mais pobres do continente africano e 50 mil bolsas de estudos destinadas aos jovens.

Os empréstimos chineses inserem-se no projecto internacional de infra-estruturas lançado pela China, a Nova Rota da Seda, que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos ou centrais eléctricas, visando conectar Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Segunda maior economia mundial, a China continua a ter quase 50 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza, estabelecido pelo Governo chinês em 2.300 yuan anuais (290 euros). Em Pequim ou Xangai, as cidades mais prósperas do país, o rendimento ‘per capita’ é dez vezes superior ao das áreas rurais, onde quase metade dos cerca de 1.400 milhões de chineses continua a viver.

6 Set 2018

Ensino | Directora de infantário despedida após dança do varão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades da cidade de Shenzhen anunciaram ontem a demissão da directora de um infantário local após esta ter incluído a dança do varão na festa de início do ano lectivo. “O objectivo era ensinar às crianças um novo tipo de dança”, explicou Lai Rong, a responsável pelo infantário Xinshahui, citada pela imprensa local.

Vídeos e fotografias registados pelos pais, e que se tornaram virais na Internet chinesa, mostram uma mulher de calções pretos, blusa decotada e salto alto a fazer acrobacias num varão, para uma plateia composta por crianças. “As crianças são muito simples, não terão tido pensamentos complexos sobre o espectáculo”, garantiu Lai. “Eles apenas acham fantástico que alguém consiga fazer aqueles movimentos”, disse.

As cerimónias do início do ano lectivo na China são normalmente solenes e incluem o hastear da bandeira nacional da República Popular da China, ao som do hino do país. Neste caso, a bandeira chinesa foi hasteada no próprio varão. Segundo relatos dos pais, em Julho passado, a mesma escola recebeu dez dias de “actividades militares”, que incluíram exibições de metralhadoras e morteiros à entrada do estabelecimento.

6 Set 2018

Peste suína | Países asiáticos reúnem-se de emergência para discutir epidemia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Agência de Alimentos e Agricultura da Ásia (FAO, na sigla em inglês) reuniu-se ontem de emergência em Banguecoque, Tailândia, para abordar o risco da epidemia de peste suína africana registada na China se espalhar na região. “A região deve estar preparada para a alta probabilidade de que a peste suína africana cruze fronteiras”, informou a FAO num comunicado em que se sublinha a necessidade de se adoptar “uma resposta regional”.
Especialistas de nove países vizinhos da China (Camboja, Japão, Laos, Mongólia, Myanmar, Filipinas, Coreia do Sul, Tailândia e Vietname), incluindo epidemiologistas veterinários, reúnem-se durante três dias para definir um protocolo regional. “A peste suína africana, nova na Ásia, representa uma ameaça significativa”, refere a agência da ONU, cuja sede regional fica em Banguecoque.

Mais de 40 mil porcos foram abatidos na China desde o início da epidemia, no início de Agosto, segundo a FAO. O gigante asiático, maior produtor de carne suína do mundo, está a tentar conter este surto de peste suína africana inédita no país. Os focos de peste suína africana foram detectados em cinco províncias da China, na sequência de uma exploração em Liaoning (nordeste). Na Ásia, o primeiro surto detectado, em Março de 2017, foi numa criação na Rússia, na Sibéria.

A peste suína africana, com casos registados em África, Rússia e em vários países da Europa do Leste, é muito difícil de controlar porque não existe uma vacina eficaz. No entanto, não representa qualquer perigo para a saúde humana.

A doença é transmitida por contacto directo entre porcos infectados, carraças ou animais selvagens e é fatal para os animais afectados, o que inflige perdas económicas significativas nas fazendas.

Cerca de metade da população mundial de suínos é criada na China, o país que mais consome esse tipo de carne per capita, segundo a FAO.

6 Set 2018

Ciência | Criado plástico que se decompõe em água do mar

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]ientistas chineses desenvolveram um tipo de plástico que se decompõe em águas do mar, sem deixar resíduos, visando combater a poluição dos oceanos, informou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. A decomposição do material, composto por poliéster, em água marinha, pode demorar entre alguns dias a vários meses, gerando pequenas moléculas que não causam poluição, segundo Wang Gexia, engenheiro do Instituto Técnico de Física e Química da Academia Chinesa de Ciências, citado pela Xinhua. “Durante muito tempo, as pessoas preocuparam-se com a contaminação do plástico apenas nos solos. A poluição dos mares apenas teve a atenção das pessoas nos últimos anos, com as notícias de animais marinhos mortos”, afirmou. Os cientistas combinaram hidrólise não enzimática, dissolução na água e processos biodegradáveis para gerar o novo material.

6 Set 2018

Crime | ‘Uber chinês’ inclui dispositivo para chamar polícia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empresa de transporte privado chinesa Didi, equivalente à Uber, incluirá um “botão de pânico” na aplicação para contactar directamente com a polícia, uma medida que surge após o assassínio de duas passageiras no espaço de três meses

O Didi anunciou ainda, em comunicado, que vai suspender os seus serviços nocturnos, durante uma semana, entre 8 e 15 de Setembro, visando incorporar as novas medidas de segurança. Outra das novidades da actualização será a possibilidade de realizar gravações áudio durante o trajecto. A firma prometeu ainda reforçar a verificação do antecedente criminal dos condutores.

A segurança da plataforma tem sido questionada pelas autoridades, depois da segunda morte, no espaço de três meses.
Há duas semanas, uma mulher de 20 anos foi violada e assassinada pelo condutor, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, no leste da China. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no homicídio de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro do país.

Caixa de Pandora

Vários casos de agressões sexuais a passageiras, por parte de condutores da aplicação de transporte, e que resultaram em processos judiciais, foram entretanto revelados pela imprensa chinesa.

O Governo chinês exigiu à empresa que entregue um plano aos reguladores, visando rectificar os lapsos de segurança da plataforma.

Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adoptou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em Janeiro passado. No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56 mil milhões de dólares (48.170 milhões de euros).

6 Set 2018

Tufão no Japão causa pelo menos 11 mortos e centenas de feridos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 11 pessoas morreram e centenas ficaram feridas no Japão, na sequência do tufão Jebi, considerado o mais violento a atingir diretamente o arquipélago em 25 anos, informou a televisão pública NHK.

“Este tufão causou sérios danos, especialmente na região de Osaka”, disse hoje o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, que prometeu “o máximo de esforços para resolver a situação e reabilitar as infraestruturas”.

A passagem do ciclone trouxe chuvas torrenciais e ventos fortes, com rajadas que atingiram nalguns locais os 220 quilómetros/hora.

O Jebi, o vigésimo primeiro tufão desta temporada no Pacífico, foi catalogado como “muito forte” pela Agência Meteorológica do Japão, o primeiro com esta intensidade a chegar ao arquipélago desde 1993.

O Japão foi atingido por vários tufões e chuvas torrenciais este verão. Uma grande parte do oeste do Japão foi atingida no início de julho por fortes inundações e deslizamentos de terra que resultaram na morte de mais de 200 pessoas e milhares de desalojados, naquele que foi considerado o mais grave desastre meteorológico no país desde 1982.

5 Set 2018

Coreia do Norte | Morreu figura-chave do programa de mísseis

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]u Kyu-chang, figura-chave do programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte no início desta década, morreu segunda-feira aos 89 anos, informou ontem a agência de notícias estatal KCNA. Ju Kyu-chang, descrito no obituário como um “soldado revolucionário” pela sua contribuição para desenvolver as “capacidades de defesa” do país, morreu de pancitopenia, um problema no sangue. Ju nasceu na província do Sul do Hamgyong, em 1928, e formou-se em engenharia pela Universidade de Kim Chaek, um dos centros tecnológicos de maior prestígio da Coreia do Norte. Em 2010 foi nomeado director do Departamento de Construção de Maquinaria do Partido dos Trabalhadores e membro do Comité Central, tendo desempenhado um papel importante no desenvolvimento bem sucedido do Unha-3, o primeiro veículo de transporte espacial que conseguiu colocar em órbita um satélite norte-coreano, em Dezembro de 2012.

5 Set 2018

Japão | Mais de 600 voos cancelados com chegada de tufão

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 600 voos foram cancelados no Japão devido aos ventos fortes e chuvas intensas com a aproximação do tufão Jebi, que a Agência Meteorológica daquele país prevê para as regiões oeste e leste do território. Além das companhias aéreas, que cancelaram mais de 600 voos ontem, os serviços de comboio locais e as linhas de alta velocidade, como a rota Osaka-Hiroshima, foram suspensos.

Algumas empresas recomendaram que os funcionários trabalhem em casa, as escolas encerraram e a actividade comercial foi interrompida, como o parque temático Universal Studios Japan em Osaka, relatou a agência de notícias japonesa Kyodo.

A pressão atmosférica detectada e as rajadas de vento até 216 quilómetros por hora, provocadas pelo tufão, levaram a agência a descrevê-lo como o mais poderoso que chega ao arquipélago nesta temporada e o mais forte em 25 anos, se mantiver a mesma intensidade quando chegar a terra. O Jebi, o vigésimo primeiro tufão desta temporada no Pacífico, catalogado como “muito forte” pela Agência Meteorológica do Japão, deve atingir a ilha de Shikoku (oeste) ou a península de Kii por volta das 12:00.

O Japão foi atingido por vários tufões e chuvas torrenciais este verão. Uma grande parte do oeste do Japão foi atingida no início de Julho por fortes inundações e deslizamentos de terra que resultaram na morte de mais de 200 pessoas e milhares de desalojados, naquele que foi considerado o mais grave desastre meteorológico no país desde 1982.

5 Set 2018

Timor-Leste | Parlamento revoga decreto sobre currículos escolares

O parlamento timorense revogou dois decretos aprovados pelo anterior Governo no início deste ano, que nem chegaram a entrar em vigor, e que alteravam dois outros polémicos textos legislativos sobre o uso de línguas maternas aplicados desde 2015

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]decisão tomada em Agosto, publicada no Jornal da República, resultou de um debate em que as bancadas da coligação do Governo (CNRT, PLP e KHUNTO) acabaram por votar a sós. A oposição (Fretilin e PD) protestou e recusou-se mesmo a votar.

Durante o debate, a ministra da Educação, Dulce de Jesus Soares, defendeu a revogação dos decretos-leis por considerar que, no âmbito dos anteriores, tinha decorrido um projecto-piloto nos municípios de Lospalos, Manatuto e RAEOA (Região Administrativa Especial de Oecússi Ambeno), sobre a implementação das línguas maternas no processo de aprendizagem, que disse revelar uma mudança significativa e que ajudou muitas das crianças a aprender mais.

Posição contestada pela oposição que disse que na implementação das línguas maternas no processo de aprendizagem não há eficiência e que o Governo deve traçar uma política de educação mais clara, especialmente no que diz respeito ao currículo, para que se ensine a língua tétum e o português – línguas oficiais – no ensino básico. A decisão parlamentar é o episódio mais recente num assunto que há muito divide os responsáveis políticos timorenses, especialmente no sector educativo: o uso de línguas maternas no ensino pré-escolar e início do ensino básico, empurrando para mais tarde um maior uso do português.

O assunto levou o Governo de então a aprovar em 2015 dois decretos – o 3/2015 sobre o currículo nacional de base da educação pré-escolar e o 4/2015 sobre o currículo do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico.

Numa das suas últimas decisões antes da dissolução do anterior parlamento, o VII Governo – apoiado pela coligação minoritária da Fretilin e do PD – tinha aprovado em Janeiro alterações a esses decretos, argumentando que se tratava de reflectir os resultados do 3.º Congresso Nacional da Educação, que decorreu em 2017 em Díli.

Património linguístico

Centrados em “quatro grandes alterações” esses decretos – que deveriam entrar em vigor no início de 2019 – abrangiam questões como “a definição das línguas oficiais com línguas de ensino, dando prioridade ao português como língua de ensino e ao tétum como língua de suporte”. As línguas nacionais eram definidas como “património cultural e histórico, para terem o devido tratamento nessa área”.

O Governo deliberou ainda duplicar a carga horária mínima do ensino pré-escolar, de duas para quatro horas por dia, sendo ainda reajustada a carga horária “para o ensino da capacidade linguística em tétum e português”.

Na defesa da sua proposta no Conselho de Ministros, o Ministério da Educação destacava “a necessidade de estabilidade e coerência em termos de aplicação de políticas educativas em Timor-Leste” e ainda “a necessidade de clarificar posições referentes às línguas a utilizar no sistema educativo”.

Essa decisão de Janeiro acabou por causar polémica com várias organizações nacionais e 70 cidadãos timorenses a escreverem ao Presidente da República a expressar preocupação sobre as alterações aos currículos do pré-escolar e primeiro ciclo que consideraram terem sido feitas sem avaliação científica adequada. A carta refere que as alterações foram aprovadas de forma “súbita” e vão contra vários estudos que apoiavam o currículo em vigor.

5 Set 2018

China/África | Maurícia é o primeiro país africano a assinar acordo de livre comércio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]arquipélago da Maurícia vai ser o primeiro país africano a assinar um acordo de livre comércio com a China, revelou ontem o ministério chinês do Comércio, à margem do Fórum de Cooperação China/África. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e o seu homólogo mauriciano, Pravind Jugnauth, assinaram um memorando de entendimento, pondo fim às negociações iniciadas em Dezembro de 2017. Bens, serviços, investimento e cooperação económica serão abrangidos pelo acordo, detalhou o ministério. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares. Pequim tem acordos de livre comércio com o Peru, Costa Rica, Islândia, Suíça, Singapura, Paquistão ou Austrália. Situado a cerca de 2.000 quilómetros da costa sudeste do continente africano, a República da Maurícia tem pouco mais de um milhão de habitantes.

5 Set 2018

China/África | Presidente de Moçambique almoça com empresários chineses

 

O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, participou na segunda-feira num almoço com mais de duas dezenas de directores de empresas chinesas, num clube privado de Pequim, à margem do Fórum de Cooperação China/África

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]evento reuniu 24 empresários chineses, incluindo o conglomerado Tiens Group, que opera nas áreas biotecnologia, logística, finanças e comércio internacional, no Beijing Capital Club, segundo imagens difundidas na rede social Wechat de um dos participantes. Situado no norte de Pequim, junto ao estádio olímpico, e fundado em 1994, o Beijing Capital Club é o “mais antigo” clube privado de negócios da capital chinesa, segundo o seu portal oficial.

Este fim-de-semana, o líder moçambicano revelou que o fluxo de transacções comerciais entre Moçambique e China atingiu os 4,6 mil milhões de dólares, entre 2013 e 2017.
Entre os produtos exportados por Moçambique, Nyusi destacou os bens agrícolas, minérios e matérias-primas, enquanto as importações oriundas da China foram sobretudo compostas por automóveis, cereais, gasóleo, maquinaria e cimento. “No que toca aos investimentos, a China tornou-se também um dos maiores investidores no nosso país: entre 2013 e o primeiro semestre de 2018, foram aprovados 148 projectos, num valor total de 751 milhões de dólares, em investimento directo chinês, susceptíveis de criar 20.000 postos de trabalho para os cidadãos moçambicanos”, acrescentou.

Nyusi destacou a presença da China nos sectores do turismo, agricultura e agro-indústria, e lembrou o potencial do seu país na mineração, produção de energia e infra-estruturas. “É na agricultura, em toda a sua cadeia de valor, onde vemos uma vasta, rápida e imediata participação do empresariado chinês, através da construção de infra-estruturas agrícolas, introdução de novas tecnologias, mecanização e investigação”, disse.

Recursos apetecíveis

O líder moçambicano lembrou ainda que “a República Popular da China é um dos maiores investidores na indústria hoteleira de Moçambique, com grandes empreendimentos turísticos nas principais cidades do país, com destaque para as que pertencem ao grupo AFECC Gloria, donos do maior hotel de Maputo”.

Nyusi destacou “o potencial, ainda enorme, por explorar” no sector da pesca, “sobretudo na pescaria do atum e no cultivo de peixes crustáceos e moluscos”, e na produção de energia hidroeléctrica, solar, eólica, notando que o país detém reservas de 180 biliões de pés cúbicos de gás natural e 20.000 milhões de toneladas de carvão.

“A existência de um grande potencial energético, aliado à localização geoestratégica do nosso país, coloca-nos numa posição privilegiada em relação aos outros países da África Austral, no que concerne à produção de energia, cuja procura situa-se 40 por cento acima das actuais necessidades”, disse.

Na área das infra-estruturas, o líder moçambicano afirmou que é “imperativa a construção de mais portos e a reabilitação das estradas”, enquanto na componente habitacional, “existe um enorme potencial para um mercado que abrange um universo de 350 mil funcionários públicos e jovens em início de carreira”. Nyusi revelou que esteve reunido, em Pequim, com empresários da área farmacêutica, apontando a produção de vacinas, pesticidas, drogas e medicamentos agrários como uma oportunidade de investimento.
O evento contou ainda com a participação do ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, o director-geral da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX), Lourenço Sambo, e do presidente da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá.

Trinta e nove empresários moçambicanos, do sector público e privado, marcaram também presença.

5 Set 2018

Malásia | Condenadas a espancamento por terem relações homossexuais

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]uas mulheres da Malásia foram ontem espancadas após uma decisão de um tribunal que alegou que as duas violaram as leis islâmicas por terem tido relações homossexuais. As mulheres foram sentenciadas pelo Tribunal Superior da Sharia de Kuala Terengganu, a capital do estado Terengganu, disse um oficial do tribunal. A execução deste tipo de sanção não é pública. A decisão já foi criticada por organizações de direitos humanos que denunciaram a deterioração dos direitos da comunidade gay e lésbica da Malásia. A chefe da Amnistia Internacional na Malásia, denunciou esta punição como “cruel e injusta”.As duas mulheres, de 22 e 32 anos, foram detidas em Abril depois de serem encontradas dentro de um carro perto de uma praça pública no estado conservador de Terengganu, no norte do país. Ambas declararam-se culpadas de violar a lei islâmica e foram sentenciadas por um tribunal islâmico a uma multa de cerca de 690 euros.A comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBT) tem sofrido crescentes pressões nos últimos anos na Malásia, um país onde cerca de 60 por cento dos 32 milhões de habitantes são muçulmanos.O sistema judicial na Malásia permite que os tribunais islâmicos tenham poder em relação a questões religiosas e familiares, bem como em casos como o adultério.

4 Set 2018

China/África | União Africana anuncia escritório em Pequim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União Africana (UA) revelou ontem que vai abrir um escritório de representação em Pequim, durante o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz à capital chinesa dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. A inauguração das instalações contará com a presença de Moussa Faki, presidente da Comissão da UA, o cargo executivo mais importante da organização. Faki discursou durante a cerimónia de abertura, em Pequim. O Governo chinês e a UA deverão assinar um memorando de entendimento visando “reforçar a sinergia” entre o projecto internacional de infra-estruturas chinês, a “Nova Rota da Seda”, e a agenda 2063, da organização, segundo o comunicado da UA. Durante a sua estadia em Pequim, Faki “vai reunir com as autoridades chinesas para discutir a melhor forma de avançar com a parceria entre a União Africana e a República Popular da China, no contexto dos resultados do FOCAC”, refere o comunicado da organização.

4 Set 2018

China/África | MNE chinês defende presença de presidente do Sudão na cimeira

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu ontem a presença do presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, na cimeira sino-africana que decorre em Pequim, apesar de o líder do país africano ser procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio.

“A China não faz parte do Estatuto de Roma (estabelecido em 1998 pelo TPI), por isso temos reservas sobre a matéria e esperamos que esse tribunal possa lidar com o assunto com prudência”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

A fonte oficial considerou “inapropriado” para a imprensa perguntar se Al-Bashir poderia ser detido durante a sua presença na China – um país que já visitou em várias ocasiões – e disse que os dois países “são amigos” e que a China apoia “os esforços do Sudão para manter paz e estabilidade “. “Estamos dispostos a trabalhar com o Sudão para contribuir positivamente para a estabilidade e a paz daquele país”, concluiu.

Al-Bashir foi recebido no fim-de-semana numa reunião bilateral do Presidente da China, Xi Jinping, que repetiu este gesto diplomático com cerca de trinta chefes de Estado e de Governo presentes até hoje na sétima reunião do Fórum de Cooperação África-China.
O presidente do Sudão, que chegou ao poder através de um golpe de Estado, em 1989, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio durante o conflito no Darfur. O Sudão tem sido tradicionalmente um dos principais fornecedores de petróleo na África, uma região na qual a China espera aumentar sua presença comercial e de investimentos.

4 Set 2018

Economia | Xi Jinping e Guterres unidos contra o proteccionismo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, concordaram que é necessário promover o multilateralismo face a correntes proteccionistas que “danificam a ordem internacional”, informou ontem a agência Xinhua.

O encontro decorreu no domingo, na véspera do arranque do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos.

Citado pela Xinhua, Xi Jinping afirmou que a ONU continua a ser a “bandeira do multilateralismo” e que o mundo precisa do organismo “mais do que nunca”. “É necessário uma ONU mais forte, face à ascensão do unilateralismo e do proteccionismo, que constituem um duro golpe para a ordem internacional e o sistema global de governação”, afirmou.

O líder chinês garantiu ao secretário-geral da ONU que Pequim não deseja obter contrapartidas políticas ou privilégios em África.

Citado pela agência, o português afirmou que a ONU valoriza a cooperação entre a China e o continente africano, assinalando que o crescimento do país asiático é uma “tendência imparável” e de grande importância para o desenvolvimento e paz mundiais.

Pequim tem vindo a reclamar maior protagonismo na governação de assuntos globais, desde a ascensão ao poder, em 2017, do Presidente norte-americano, Donald Trump, que rasgou compromissos internacionais sobre o clima, comércio livre, migração ou nuclear.

4 Set 2018

Angola | João Lourenço grato por ajuda chinesa na reconstrução do país

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente angolano, João Lourenço, agradeceu domingo, em Pequim, ao homólogo chinês, Xi Jinping, a ajuda ao processo de reconstrução nacional em Angola, país que foi devastado por uma guerra civil. Segundo noticiou ontem o Jornal de Angola, João Lourenço falava durante a recepção oficial que lhe foi oferecida por Xi e afirmou que Angola encontrou na China um parceiro que está a ajudar a construir o país e que foi o país asiático “quem estendeu a mão na fase de reconstrução nacional”.

“Estamos a reconstruir o nosso país com o financiamento chinês também”, afirmou, numa intervenção breve na sala de audiências do Grande Palácio do Povo, após ter sido recebido pelo homólogo chinês, em que foi analisada a cooperação bilateral.

Em relação ao continente em geral, João Lourenço reconheceu que a China tem desempenhado um papel importante no processo de desenvolvimento de África, processo que “requer uma certa atenção”. “As nossas parcerias no passado não deram certo e, em poucas décadas, a China estendeu-nos a mão e os resultados são visíveis em praticamente todo o continente”, reconheceu.

4 Set 2018

China/África | Xi Jinping garante empréstimos sem “condições políticas”

Xi Jinping, afirmou ontem que apoia a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional, perante líderes e empresários chineses e africanos, garantindo que o investimento de Pequim não tem “condições políticas”. Para já, o valor total do empréstimo ronda os 60 mil milhões de dólares

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem, no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos para países africanos. “A China decidiu emprestar um total de 60 mil milhões de dólares, no formato de assistência governamental e através de investimento e financiamento de instituições financeiras e empresas”, disse.

A China “está pronta a reforçar a cooperação” com África, visando “construir um desenvolvimento de alta qualidade, que se ajuste às condições nacionais e seja inclusivo e benéfico para todos”, afirmou. Xi garantiu que o investimento chinês no continente não acarreta “condições políticas”, numa reacção às acusações de que Pequim deseja aumentar a sua esfera de influência através do plano internacional de infraestruturas Nova Rota da Seda. O líder chinês frisou que “a cooperação China/ África”, no âmbito da Nova Rota da Seda, é uma “forma de atingir prosperidade comum, com benefícios para ambos os povos”. “A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, apontou.

O Presidente chinês falava na cerimónia de abertura do Diálogo de Alto Nível entre Líderes e Representantes Comerciais de China e África, que antecede o Fórum de Cooperação China/África (FOCAC).

Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquela iniciativa, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável.

Caras novas

O FOCAC traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. Nas vésperas do Fórum, Xi reuniu com dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi.

A cimeira contará com três novos países, incluindo São Tomé e Príncipe, que se junta aos restantes países africanos de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. As restantes estreias são o Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China.

Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares, com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação.

O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.

4 Set 2018

PCC acusa ocidente de “dor de cotovelo” face ao papel da China

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês afirmou ontem que o ocidente sente “dor de cotovelo” face ao papel cada vez mais proeminente da China em África, ilustrando a insistência de Pequim de refutar acusações de neocolonialismo no continente.

O editorial do Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista da Chinês, surge numa altura em que o Fórum de Cooperação China/África junta, em Pequim, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano.

O jornal denuncia a “retórica” na imprensa e por parte de políticos ocidentais, de que a China está a pilhar os recursos naturais do continente e a conduzir estes países para a armadilha do endividamento.

“Preferem revelar dor de cotovelo, ao invés de reflectirem por que é que a colaboração de África com os Estados Unidos e a Europa ficou para trás”, acusa o jornal. O “problema fundamental” é que o ocidente menospreza África e “trata o continente como se fosse o seu quintal”, acrescenta.

Num discurso proferido ontem perante líderes e empresários chineses e africanos, também o Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu que o investimento de Pequim não acarreta “condições políticas”, apoiando a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional lançado pela China, a Nova Rota da Seda.

Mundos e fundos

“A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, afirmou Xi, notando que “os projectos desenvolvidos no continente visam resolver obstáculos ao desenvolvimento”. “Os recursos para a nossa cooperação não são para ser gastos em projectos fúteis, mas nos sítios em que mais são necessários”, disse.

Segundo a unidade de investigação China AidData, desde 2000, Pequim concedeu mais de 110.000 milhões de dólares em financiamento aos países africanos. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares.

4 Set 2018

Alta-comissária da ONU insta à libertação dos dois jornalistas condenados em Myanmar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, instou hoje o Governo birmanês a libertar dois jornalistas locais da agência Reuters condenados a sete anos de prisão por divulgarem segredos oficiais enquanto investigavam um massacre de rohingyas.

No seu primeiro dia no cargo de representante da ONU, Bachelet classificou como uma “paródia” o julgamento a que foram submetidos os repórteres, considerando “de interesse público” a informação que divulgaram sobre o massacre.

“Penso que esta é uma notícia terrível e chocante, e insto o Governo [de Myanmar, antiga Birmânia] a libertá-los de imediato”, insistiu.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram detidos quando investigavam um massacre de membros da minoria muçulmana rohingya na aldeia de Inn Dinn.

As autoridades acusaram-nos de violar uma lei da era colonial: terem obtido documentos secretos, neste caso, sobre operações militares no estado de Rakhine que desencadearam, há um ano, o início do êxodo de 700.000 rohingyas para o Bangladesh.

Em sua defesa, os jornalistas argumentaram não ter pedido acesso a documentos secretos, pelo que não sabiam serem secretos aqueles que lhes foram fornecidos e que tinham em sua posse.

Michelle Bachelet indicou que, na próxima semana, o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgará um relatório sobre a liberdade de expressão em Myanmar.

Repórteres Sem Fronteiras exortam Suu Kyi a libertar jornalistas da Reuters

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) qualificou ontem de “iníqua” a condenação na Birmânia a sete anos de prisão de dois jornalistas da Reuters e exortou a dirigente e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi a libertá-los.

Num comunicado, a RSF considera que ontem “foi um dia negro para a liberdade de imprensa na Birmânia”, assinalando que “o único crime (dos jornalistas) foi fazerem o seu trabalho”.

Os dois jornalistas birmaneses, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, acusados de “violação do segredo de Estado” por investigarem o massacre de muçulmanos rohingyas pelo exército birmanês, foram condenados hoje a sete anos de prisão.

O secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, considera no comunicado que o julgamento “coloca em causa o processo de transição democrática na Birmânia”. Segundo os RSF, “durante as audiências preliminares, um agente da polícia confessou que os seus superiores criaram um ardil para entregar documentos supostamente confidenciais aos dois jornalistas e depois prendê-los”.

A União Europeia, as Nações Unidas e organizações dos direitos humanos já criticaram a condenação dos jornalistas na Birmânia, que a RSF classifica em 137.º lugar num total de 180 países em termos de liberdade de imprensa.

4 Set 2018

Presidente das Filipinas inicia visita histórica a Israel

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, iniciou ontem uma visita histórica a Israel, que ilustra a sua disposição em reduzir a dependência militar do tradicional aliado norte-americano, noticia a agência France-Presse.

A visita de quatro dias é a primeira de um chefe de Estado filipino desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, há 60 anos.

A chegada de Duterte foi seguida de perto em Israel, devido à forte personalidade e franqueza do líder populista que há dois anos chegou a comparar-se a Adolf Hitler.
Duterte tem agendado para hoje um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, onde será acompanhado por uma grande delegação.

“Esta visita é de grande importância para nós, pois simboliza as fortes e calorosas relações entre os nossos dois povos”, afirmou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.

A chegada ao poder de Duterte, em meados de 2016, resultou numa deterioração das relações com os Estados Unidos, país presidido então por Barack Obama, apesar do acordo de defesa que vinculava as duas nações.

Para o chefe de Estado filipino, a visita é “uma oportunidade de visitar outro mercado para (…) equipar as suas Forças Armadas”, disse à AFP Henelito Sevilla, especialista em relações internacionais.

Corrida às armas

Só no ano passado, a indústria de defesa e segurança de Israel exportou um total de 9.200 milhões de euros em armas. Cerca de 60 por cento das exportações de defesa vão para a região da Ásia-Pacífico, segundo dados oficiais. Nesse mesmo ano, Manila tornou-se grande cliente de Israel, ao comprar 21 milhões de dólares em equipamentos.

Em 2016, ano em que subiu ao poder, Duterte recebeu críticas de Israel por se comparar a Adolf Hitler. “Hitler abateu três milhões de judeus, bem, há três milhões de viciados em drogas (nas Filipinas), eu ficaria feliz em abatê-los”, disse à epoca.

O Presidente filipino, que pediu desculpas “ao povo judeu”, irá visitar o Yad Vashem, o memorial do Holocausto em Jerusalém.

3 Set 2018

Tecnologia | China vai limitar número de videojogos para “evitar miopia”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China vai limitar o número de videojogos disponíveis na Internet do país, “para evitar a miopia”, uma doença que afecta muitas crianças e adolescentes chineses, avançou o ministério chinês da Educação. O novo regulamento foi anunciado na quinta-feira, logo após uma “importante directriz” do Presidente chinês, Xi Jinping, que apelou à protecção da visão das crianças.

As autoridades limitarão o número de videojogos na Internet, mas também o lançamento de novos produtos no mercado, segundo o comunicado do ministério da Educação. Outras medidas poderão incluir limitar o número de horas que as crianças passam a jogar, lê-se na mesma nota, coassinada por outras sete administrações do país.

As acções de várias empresas do sector nas praças financeiras chinesas afundaram no final da semana passada. A cotação do gigante chinês da internet Tencent desvalorizou mais de 5 por cento, em Hong Kong. A Perfect World caiu 9 por cento, na bolsa de Shenzhen.

Os estudantes chineses sofrem de uma alta taxa de miopia, que é cada vez mais precoce, alertou Xi Jinping, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. O distúrbio ocular tem um impacto negativo significativo na saúde física e mental das crianças e representa um grande problema para o futuro da nação, acrescentou.

A medida anunciada na quinta-feira surge depois de Pequim ter suspendido a emissão de licenças para comercializar novos videojogos. Segundo a lista da Agência Nacional para a Rádio e Televisão, nenhuma empresa obteve novas licenças desde maio passado.

3 Set 2018

UE | Pequim saúda fim das restrições sobre a venda de painéis solares

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China saudou ontem a decisão da Comissão Europeia (CE) de eliminar as taxas de importação dos painéis solares chineses a partir do próximo dia 3 de Setembro, ao final de quase cinco anos em vigor. Em comunicado, o ministério do Comércio chinês afirmou que a medida vai “restaurar o comércio de painéis solares entre a China e a União Europeia de acordo com as “condições normais do mercado”. Além disso, vai gerar um “ambiente de negócios mais estável e previsível” de modo a que as indústrias de ambas as partes possam obter “resultados vantajosos”, considerou. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o gigante asiático quer continuar a cooperar com a UE e a promover “o livre comércio global” e um “sistema multilateral de comércio baseado em regras”. A Comissão Europeia impôs as taxas em Dezembro de 2013, depois de meses de uma investigação que revelou que empresas chinesas vendiam painéis solares na Europa muito abaixo dos preços normais de mercado.

3 Set 2018

China/África | Teoria da armadilha do endividamento é “fantasia infundada”

Um conhecido analista chinês classificou ontem de “fantasia” a teoria da armadilha do endividamento nos países incluídos no projecto de infra-estruturas internacional da China, nas vésperas de Pequim anunciar milhares de milhões de dólares em empréstimos a África

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão há motivos para que a China queira levar a situações de incumprimento para poder então pressionar estes países”, disse Gao Zhikai, um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, à agência Lusa, em Pequim.
A capital chinesa recebe, hoje e amanhã, o Fórum de Cooperação China/África, que reúne dezenas de chefes de Estado e de Governo dos países africanos, e deve anunciar a inclusão do continente na Nova Rota da Seda.

Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquele gigantesco plano de infra-estruturas, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Críticos da iniciativa apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável.

No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, revelou-se um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.

Na sequência do episódio, o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, cancelou projectos apoiados pela liderança chinesa no seu país e avaliados em mais de 22.000 milhões de dólares. “Nós não queremos uma nova versão do colonialismo porque os países pobres não conseguem competir com os países ricos”, afirmou Mahathir sobre a sua decisão.

“Passivo Político”

Também a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, alertou já para os riscos de derrapagem financeira e armadilha do endividamento. “Nos países onde a dívida pública é alta, uma gestão cuidadosa dos termos financeiros é crucial”, disse.
Antigo intérprete de Deng Xiaoping, formado em língua inglesa e com um mestrado em Ciências Políticas na Universidade de Yale, Gao Zhikai considera aquelas acusações uma “fantasia completamente infundada” e lembra que o “endividamento é necessário” para arrancar com os projectos em países com pouco capital.

“Condenar a iniciativa pelos termos do financiamento é simplesmente bater à porta errada”, defende o analista chinês, que ilustra o significado da Nova Rota da Seda com o caso de África, “provavelmente” o continente “mais fragmentado”, “devido ao colonialismo europeu”. “Estes países focaram-se em conectar as suas colónias, em vez de conectar os países tendo em conta a sua localização na respectiva região ou no continente” lembra.

Segundo a unidade de investigação China AidData, desde 2000, Pequim concedeu mais de 110.000 milhões de dólares em financiamento aos países africanos. Aquele valor coloca o país asiático lado a lado com os Estados Unidos como o maior credor do continente, mas Gao Zhikai recorda que, ao contrário de Washington, Pequim não tem um “passivo político” para com África. “Enquanto os EUA têm uma longa história de esclavagismo, a China nunca teve um racismo institucionalizado contra os africanos”, recorda.

Durante os anos 1960 e 1970, a então pobre e isolada China apoiou dezenas de países africanos “na luta contra o imperialismo” e na “defesa do internacionalismo proletário”. “As relações entre China/África começaram num nível mais elevado”, conclui Gao.

3 Set 2018

Defesa | Taiwan fabrica 66 aviões de treino avançado até 2026

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan vai fabricar 66 aviões de treino avançado até 2026, desenvolver novos motores de aeronaves e componentes-chave de aviões de combate de última geração, anunciou no fim-de-semana o Ministério da Defesa. Segundo a agência Efe, Taiwan contratou a Corporação de Desenvolvimento Industrial Aeroespacial (AIDC, na sigla em inglês) para o desenvolvimento e fabrico dos aviões, um plano de fortalecimento das forças armadas para os próximos cinco anos, e que visa fazer frente ao avanço militar chinês. Em comunicado, o Ministério indica que a empresa já iniciou a montagem do primeiro dos 66 aviões e que pretende realizar testes no solo em Setembro de 2019.

O Ministério da Defesa de Taiwan acrescenta que o primeiro voo está planeado para Junho de 2020.

Os novos aviões vão substituir as actuais aeronaves de treino AT-3 e também os F-5E e F, de fabrico norte-americano.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, lançou um programa de modernização militar, que inclui o aumento dos gastos da defesa até 3 por cento do Produto Interno Bruto, a aquisição de equipamento tecnológico norte-americano e a produção de submarinos, aviões, navios e mísseis em Taiwan.

3 Set 2018