Pelo menos 85 mortos nas Filipinas devido a tempestade tropical

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 85 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência das inundações e deslizamentos de terra causados pela tempestade tropical Usman, anunciaram hoje as autoridades em novo balanço.

O Conselho Nacional de Redução e Gestão de Desastres (NDRRMC), o órgão filipino que coordena as informações durante os desastres, colocou o número de deslocados em 191.597, devido à tempestade que passou pelas Filipinas durante o fim-de-semana.

Um total de 24.894 filipinos encontram-se em centros de acolhimento localizados nas regiões central e norte do país, as mais afetadas.

As autoridades locais declararam o estado de calamidade em Camarines del Sur, uma província da região de Bicol, localizada no sudeste de Luzon, cuja capital é Pili e que tem uma população de quase dois milhões de habitantes.

“Receio que (o balanço) continue a aumentar, porque ainda há muitas áreas que não alcançamos”, disse o director de protecção civil da região de Bicol, Claudio Yucot, na segunda-feira.

A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no sábado, causando inundações, deslizamentos de terra, provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país.

A tempestade tropical, não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”.

Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico.

As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.

2 Jan 2019

Taiwan | Xi Jinping diz que reunificação é “inevitável”. Tsai Ing-wen recusa

O presidente chinês disse ontem que a reunificação de Taiwan com a China continental é “inevitável”, tendo admitido que pode recorrer ao uso da força e “todos os meios necessários” caso a Formosa continue a apostar na independência. Xi Jinping defendeu uma reunificação tendo como base o princípio “Um País, Dois Sistemas”, mas Tsai Ing-wen recusou

 

[dropcap]T[/dropcap]aiwan está cada vez mais isolada no panorama internacional, sobretudo desde que São Tomé e Príncipe quebrou laços diplomáticos com a ilha para se juntar à China e ao Fórum Macau. Ainda assim, o Governo de Tsai Ing-wen continua firme na sua vontade de se manter afastado da China, apesar de Xi Jinping ter assumido ontem que a reunificação dos dois lados do estreito é o caminho a seguir na nova era de desenvolvimento do país.

No discurso ontem proferido, e que marcou os 40 anos da divulgação da “Mensagem aos Compatriotas de Taiwan”, Xi Jinping foi claro na sua mensagem: a reunificação de Taiwan com a China é “inevitável”, sendo que o território deve assumir-se como parte integrante da China no futuro. Além disso, as autoridades chinesas não hesitarão recorrer ao uso da força face a eventuais movimentos independentistas, admitiu o presidente chinês.

Apesar de ter frisado que “os chineses não lutam contra chineses”, Xi Jinping deixou claro de uma reunificação pacífica é a solução que melhor defende os interesses dos taiwaneses e continentais. “Não prometemos renunciar ao uso da força e reservamo-nos à opção de tomar todas as medidas necessárias”, frisou o presidente chinês.

Xi Jinping, citado pelo jornal China Daily, referiu que os “factos legais e históricos dizem-nos que Taiwan é parte da China e os dois lados do estreito de Taiwan pertencem a uma só China, e isso não poderá ser alterado por ninguém ou por nenhum tipo de força”.

Para o presidente chinês, está em causa “uma conclusão histórica desenhada nos últimos 70 anos de desenvolvimento das relações entre o estreito e uma questão de obrigatoriedade em relação da nação chinesa numa nova era”.

“Desde 1949 o Partido Comunista Chinês (PCC), o Governo chinês e os cidadãos chineses sempre consideraram resolvida, de forma inabalável, a questão de Taiwan, ao terem a noção da reunificação completa da China como uma tarefa histórica”, acrescentou Xi, que falou de “uma nova fase” das relações políticas entre os dois territórios.

A mesma família

Além de assumir o uso da força contra as forças independentistas de Taiwan, Xi Jinping deixou bem claro no seu discurso que só pela via da reunificação poderá ser garantida a segurança da Formosa.

“O desenvolvimento pacífico das relações do estreito são o caminho certo para manter a paz no estreito, promover um desenvolvimento comum e beneficiar os compatriotas de ambos os lados do estreito. Tendo como base a garantia da soberania chinesa, a segurança e interesses de desenvolvimento, o sistema social e estilo de vida em Taiwan serão plenamente respeitados, tal como a propriedade privada, crenças religiosas e direitos e interesses legítimos dos compatriotas de Taiwan”, disse.

“Somos a mesma família”, lembrou Xi Jinping. “As questões políticas do estreito são questões internas e devem ser sujeitas à nossa discussão e consulta. Os princípios da ‘reunificação pacífica’ e ‘Um País, Dois Sistemas’ são a melhor aproximação para a realização da unificação nacional”, frisou o governante.

Reunificação negada

Taiwan não se deixou amedrontar por esta mensagem clara de Xi Jinping e Tsai Ing-wen já emitiu uma mensagem onde defende que a democracia na Ilha Formosa deve ser mantida a respeitada, tendo posto de lado a ideia de uma reunificação com a China de acordo com o principio “Um País, Dois Sistemas”, que se aplica a Macau e Hong Kong e que garante autonomia política e económica dos dois territórios.

Tsai afirmou que Pequim se deve “conformar com a existência” da República de Taiwan, em declarações à imprensa feitas depois do discurso de Xi Jinping ter sido tornado público.

De acordo com o jornal Taipei Times, jornal inglês publicado em Taiwan, a presidente do território defendeu, num discurso de ano novo, quatro princípios base para a nova fase das relações com a China avancem numa “direcção positiva”, além de garantirem a manutenção da segurança nacional de Taiwan.

Esses princípios passam pelo reconhecimento, por parte da República Popular da China (RPC), da existência da República da China, além do respeito pelos “valores da democracia e liberdade”. A governante pede também que se resolvam as diferenças entre os dois territórios de uma forma pacífica e equilibrada, além de que quaisquer negociações com o Governo de Taiwan ou com alguma instituição devem ser acompanhadas por um mandato por parte do Governo chinês.

Tsai Ing-wen adiantou que só com o cumprimento destes desejos existe uma “base vital para o desenvolvimento positivo das relações do estreito”.

O editorial de ontem do Taipei Times, intitulado “Taiwan vai prevalecer face à China”, dá os parabéns a Tsai Ing-wen pelo tom de resposta utilizado face às palavras de Xi Jinping.

“Tendo em conta a derrota eleitoral do seu partido, as pessoas esperavam que Tsai poderia moderar a sua linguagem em relação à China, mas a sua posição resoluta, apesar de contra intuitiva, é a aproximação correcta. As diferenças entre Taiwan e China nunca foram tão grandes como agora”, pode ler-se.

Para o Taipei Times, “à medida que a democracia em Taiwan evolui e se reforça, a China sob liderança de Xi Jinping está a regredir para a via de um totalitarismo rígido, com um estilo de liderança próximo de Mao Zedong”.

O jornal destaca ainda as questões relacionadas com os direitos humanos no país, com a detenção de advogados que fazem carreira nesta área ou o desaparecimento de empresários, celebridades e membros do Governo devido a suspeitas de corrupção.

“Isto não pode acabar bem. Apesar da força aparente da China, o seu modelo de governação mantém-se com frágeis fundações. Taiwan e o Ocidente devem ter fé nas suas superiores formas de governação e continuarem a jogar este longo jogo.”

2 Jan 2019

Abuso sexual e violações de freiras por padres católicos na Índia têm décadas, escreve AP

[dropcap]U[/dropcap]ma investigação da agência de notícias Associated Press denuncia hoje uma série de abusos sexuais e violações cometidos sobre freiras na Índia durante décadas por padres que contaram com o silêncio cúmplice da hierarquia católica.

Quase duas dúzias de freiras e ex-freiras queixam-se de repetidas violações e de uma hierarquia católica que pouco fez para as proteger, ao mesmo tempo que detalham frequentes situações de assédio sexual, existindo ainda relatos de sacerdotes que afirmam terem tido conhecimento directo deste tipo de incidentes.

Ainda assim, o problema é encoberto por uma cultura do silêncio. Muitas freiras acreditam que o abuso é comum e que a maioria das ‘irmãs’ pode pelo menos dizer que se defendeu já dos avanços sexuais de um padre, enquanto algumas dizem ter a convicção de que os episódios são raros.

Quase ninguém discute o assunto abertamente e a maioria só fala na condição de não serem identificadas.

No verão, uma freira trouxe o assunto para a discussão pública. Depois de repetidas acusações contra responsáveis da Igreja que não obtiveram resposta, a freira de 44 anos apresentou uma queixa na polícia contra o bispo que supervisiona a sua ordem, acusando-o de a ter violado 13 vezes em dois anos. Um grupo de freiras lançou mesmo um protesto público para exigir a prisão do bispo.

O protesto dividiu a comunidade católica da Índia. O acusador e as freiras que a apoiaram foram isoladas das outras ‘irmãs’, muitas das quais defendem o bispo.

“Algumas pessoas estão a acusar-nos de trabalhar contra a Igreja”, disse uma freira, Josephine Villoonnickal. “Elas dizem: ‘Você está a adorar Satanás’. Mas precisamos defender a verdade”, defendeu.

As queixas de algumas freiras têm décadas, como a de uma ‘irmã’ que ensinava numa escola católica no início dos anos 90, em Nova Deli, a capital.

Uma noite, um padre de 60 anos foi para uma festa na vizinhança. Voltou tarde e bateu à porta do quarto onde se encontrava. A freira diz que o sacerdote cheirava a álcool e que tentou forçar a entrada, agarrando-a e tentando beijá-la, embora esta tivesse conseguido empurrá-lo e fechar a porta.

A freira queixou-se à sua madre superiora e escreveu anonimamente aos responsáveis da Igreja. O padre acabou por ser transferido, mas não houve qualquer sanção pública nem lugar a avisos às outras freiras.

O arcebispo Kuriakose Bharanikulangara diz que o abuso é “esporádico: Uma vez aqui, uma vez ali”. Embora “muitas pessoas não queiram falar”, acrescentou.

Já as violações, garante uma outra freira, aconteceram num pequeno convento na zona rural de Kerala, onde as irmãs do Lar da Missão São Francisco passam os dias em oração ou a cuidar de idosos.

O violador, disse, era o homem mais influente naquela parte do mundo: o bispo Franco Mulakkal. Mulakkal era o patrono oficial de sua comunidade, os Missionários de Jesus, exercendo enorme influência sobre os seus orçamentos e atribuições de trabalho.

De acordo com uma carta que a freira escreveu aos responsáveis da Igreja, ele violou-a. O bispo nega veementemente as alegações, acusando a irmã de o tentar chantagear para conseguir um trabalho melhor.

“Estou a passar por uma dolorosa agonia”, disse o clérigo, que foi detido durante três semanas e posteriormente libertado sob fiança em Outubro. Muitos em Kerala veem Mulakkal como um mártir, e uma série apoiantes visitaram-no na cadeia.

Autoridades católicas pouco falaram sobre o caso, com a Conferência dos Bispos Católicos da Índia a divulgar uma nota alegando não ter jurisdição sobre os bispos, de forma individual, e que a investigação e o processo judicial deviam seguir o seu trâmite.

“O silêncio”, segundo aquele órgão, “não deve, de forma alguma, ser interpretado como uma tomada de partido a favor de uma das duas partes”.

2 Jan 2019

Milhares de manifestantes pró-democracia em Hong Kong protestam contra Governo

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas manifestaram-se em Hong Kong no primeiro dia do ano num protesto contra o Governo, a favor de uma sociedade mais democrática e para demonstrarem publicamente o seu receio pela supressão crescente de liberdades.

O protesto terá juntado cerca de 5.500 pessoas, segundo a organização, a Civil Human Rights Front, ou cerca de 3.200 manifestantes, de acordo com a polícia, avançou o South China Morning Post (SCMP).

Activistas pró-independência e pró-Pequim marcaram presença numa iniciativa que ficou marcada por alguns confrontos e durante a qual alguns dos manifestantes exigiram a demissão da secretária da Justiça Teresa Cheng Yeuk-wah, segundo o SCMP.

Em causa está o facto de esta não ter avançado com a acusação do antigo Chefe do Executivo de Hong Kong Leung Chun-ying após uma investigação sobre corrupção, mas também queixas sobre perseguição política e preocupações sobre legislação relacionada com a segurança nacional. Durante o protesto, activistas citados pelo SCMP alegaram terem sido ameaçados.

2 Jan 2019

Taiwan | “Coletes amarelos” chegam a Taipé

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de manifestantes vestidos com coletes amarelos, inspirados nos recentes protestos em França e replicados em Portugal, ocuparam ontem as ruas de Taiwan para exigirem menos impostos, na sua terceira mobilização em menos de uma semana. De acordo com agências noticiosas, milhares de manifestantes mobilizaram-se até à sede do Ministério das Finanças, em Taipé, empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem contra a política fiscal na ilha.

“Isto é pelo nosso futuro”, disse uma estudante de 23 anos Joanna Tai, citada pela agência Associated Press (AP). “Olhamos para os salários em Hong Kong e no interior da China. Queremos saber por que há tanta diferença em relação a Taiwan”, acrescentou.

O grupo activista “Tax & Legal Reform League” convocou o protesto depois de já ter mobilizado 20 mil pessoas, há uma semana, em frente à sede do Governo, e outras 10 mil no sábado, de acordo com a imprensa local.

Os organizadores dizem-se inspirados pelo sucesso dos recentes protestos franceses.

Há mais de um mês, o movimento inédito “coletes amarelos”, nascido nas redes sociais, espalhou-se por toda a França, dando azo a cenários de conflito em Paris e obrigando o Governo a adoptar medidas sociais estimadas em dez mil milhões de euros.

Ao contrário de Paris, o movimento não paralisou nenhuma cidade portuguesa, no passado dia 21 de Dezembro. As manifestações, com pouca adesão, provocaram apenas alguns condicionamentos de trânsito, tendo a polícia identificado 24 pessoas e detido quatro manifestantes, na sequência de desacatos.

28 Dez 2018

Economia | Lucros da indústria registam primeira queda em três anos

[dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 1,8%, em Novembro, o primeiro registo negativo desde 2015, acompanhando a tendência registada noutros indicadores económicos do país, face às disputas comerciais com Washington. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, os lucros ascenderam a 594.800 milhões de yuans, em Novembro, uma queda de 3,6%, face ao mês anterior.

Nos primeiros onze meses do ano, os lucros totais das firmas industriais da China fixaram-se em 6,17 biliões de yuans, 11,8% mais do que no mesmo período do ano passado. Entre Janeiro e Outubro, a subida dos lucros fixou-se em 13,6%, em termos homólogos. Entre os 41 sectores inquiridos pelo GNE, 29 registaram um aumento dos lucros, nos primeiros onze meses do ano, incluindo o setor do petróleo, aço, material de construção ou produtos químicos.

He Ping, estatístico do GNE, atribuiu a redução dos lucros, em Novembro, à “queda nas vendas e aumento dos custos de produção”. No mesmo mês, a produção industrial, outro importante indicador da segunda maior economia mundial, aumentou 5,4%, em Novembro, face ao mesmo mês do ano passado, depois de ter subido 5,9%, em Outubro. Foi a menor subida dos últimos dez anos.

O aumento das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde Maio de 2003, depois de se ter fixado nos 8,6%, em Outubro passado. Os dados revelam que o crescimento da segunda maior economia do mundo deve abrandar no último trimestre do ano, depois de se ter fixado nos 6,5%, no terceiro trimestre, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos.

Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos EUA. A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

28 Dez 2018

Segurança | Ex-vice-ministro condenado a prisão perpétua por corrupção

Era um dos espiões mais poderosos da China. Agora não volta a pisar as ruas de Pequim.

[dropcap]O[/dropcap] ex-vice-ministro da Segurança da China Ma Jian foi ontem condenado a prisão perpétua por corrupção e uso de informação privilegiada, parte da mais ampla campanha anticorrupção da história da República Popular. O Tribunal Popular Intermédio de Dalian, no nordeste do país, condenou ainda Ma a pagar mais de 50 milhões de yuans em multas. Ma Jian admitiu ser culpado e decidiu não recorrer da sentença, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua.

A Comissão Central de Disciplina e Inspecção do Partido Comunista Chinês anunciou, em Janeiro de 2015, que Ma tinha sido colocado sob investigação. No mês seguinte, o ex-vice-ministro da Segurança Pública foi destituído como membro da Conferência Consultiva Política, uma espécie de senado sem poderes legislativos.

Ma, que trabalhou na agência de espionagem da China durante mais de 30 anos e ocupava o cargo de vice-ministro desde 2006, terá usado a sua influência em benefício do empresário Guo Wengui, um dos homens mais ricos da China, que fugiu da China e vive agora num apartamento de 68 milhões de dólares, em Nova Iorque. Guo afirma ter várias informações comprometedoras para a liderança chinesa, incluindo sobre o vice-presidente, Wang Qishan.

Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de um milhão e meio de membros do partido.

Os alvos incluíram funcionários menores, a que Xi se refere como “moscas”, mas também centenas de “tigres” – altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro ou superior.

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-diretor do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o “controlo ideológico” e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.

28 Dez 2018

Pequim | Explosão em universidade faz três mortos

[dropcap]U[/dropcap]ma explosão ocorrida ontem num laboratório da Universidade de Jiaotong, no norte de Pequim, matou três estudantes, avançaram os bombeiros da capital chinesa. A explosão ocorreu por volta das 9h30, no campus leste da Universidade, segundo detalhou à agência Lusa o português Marcos Mendes, que dá aulas naquela universidade. A área junto ao local da explosão encontra-se encerrada, mas o fogo foi rapidamente contido, disse a mesma fonte. O incidente ocorreu quando os estudantes do departamento de Engenharia Ambiental realizavam experiências para o tratamento de águas residuais, segundo um comunicado dos bombeiros. Oito equipas de combate ao incêndio e 30 veículos foram destacados para combater as chamas. Fotos difundidas nas redes sociais mostram um denso fumo negro e labaredas que cobrem todo o edifício.

27 Dez 2018

China | Lei proíbe transferência forçada de tecnologia

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas apresentaram um projecto de lei sobre investimento estrangeiro que proíbe a transferência forçada de tecnologias. A sessão bimestral do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, vai revisar esta semana o projecto de lei. O texto indica que a “China vai continuar a desenvolver e a melhorar as suas políticas de liberalização e facilitação do investimento estrangeiro”, visando “criar um ambiente estável, transparente e previsível”, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua. O projecto estipula que “todas as partes envolvidas no investimento devem decidir, através de negociações, as condições de cooperação tecnológica, no caso do investimento estrangeiro”, e que “nem os departamentos do governo, nem os funcionários, podem utilizar meios administrativos para forçar transferências de tecnologia”. “A propriedade intelectual das empresas estrangeiras estará protegida” e “os lucros obtidos pelas firmas na China podem ser livremente transferidos para fora do país”, estipula o texto.

27 Dez 2018

Permitidas licenças para novos jogos de vídeo ao fim de nove meses

[dropcap]A[/dropcap] China levantou esta semana a suspensão na atribuição de licenças para novos de jogos de vídeo, ao fim de nove meses, impulsionando as empresas do sector por altura do Natal e do Ano Novo. “Acabámos de rever um primeiro lote de jogos de vídeo e vamos acelerar a distribuição das licenças”, afirmou esta semana Feng Shixin, vice-director da Administração Estatal de Imprensa e Publicação (SAPP, na sigla em Inglês).
“Existe ainda uma enorme quantidade de jogos de vídeo para analisar. Por isso o processo levará algum tempo. Vamos continuar a trabalhar no duro, e espero que sejam pacientes”, acrescentou, citado pela imprensa estatal. A China é o maior mercado de jogos de vídeo do mundo, com cerca de 620 milhões de jogadores.
O mercado interno é quase exclusivamente alimentado por empresas domésticas, face às dificuldades das empresas estrangeiras em se adaptarem aos regulamentos.
Todas as empresas devem apresentar os jogos aos reguladores antes da comercialização. O processo de revisão pode levar até dez meses.
Por vezes, os jogos acabam por ser retirados do mercado pouco após a publicação: o jogo “Monster Hunter: World” foi proibido cinco dias após o seu lançamento.
As licenças estavam suspensas desde que, em Abril passado, o departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês alargou as suas funções, após a extinção da Administração Estatal de Imprensa, Publicação, Rádio, Cinema e Televisão.
As autoridades justificaram a decisão de suspender a emissão de novos jogos com a necessidade de combater a miopia entre as crianças e o vício de jogos ‘online’.
As empresas foram também forçadas a adoptar sistemas mais restritos de confirmação da identidade dos jogadores.
Em resultado, as empresas tecnológicas do país perderam um terço do seu valor, em 2018, nas principais praças financeiras do país.
Segundo o portal noticioso Caixin, pelo menos dez empresas chinesas de jogos perderam 20% das suas receitas, no primeiro semestre de 2018, enquanto a quebra de receitas em outras cinco empresas supera os 50%.
O sector registou assim o ritmo de crescimento mais lento da última década, de 5%, face ao ano anterior. Previsões apontam uma receita anual de 214.000 milhões de yuan. É a primeira vez desde 2009 que o crescimento da indústria na China não alcança os dois dígitos.

27 Dez 2018

Huawei exportou 200 milhões de telemóveis em 2018

[dropcap]A[/dropcap] gigante chinesa das telecomunicações Huawei exportou, em 2018, mais de 200 milhões de telemóveis para todo o mundo, um novo recorde para a empresa, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo a fonte, a Huawei superou a norte-americana Apple, em vendas, no terceiro e quarto trimestre deste ano, convertendo-se no segundo maior vendedor de ‘smartphones’, logo a seguir à sul-coreana Samsung.
Em 2010, as exportações anuais da Huawei, que tem sede em Shenzhen, sul da China, fixaram-se em três milhões de telemóveis, compara a firma de análise de mercado IDC, que é citada pela Xinhua.
Hoje, a empresa é o maior fabricante global de equipamentos de rede e está na vanguarda no desenvolvimento de redes de quinta geração (5G).
A Huawei tem, no entanto, estado sob crescente escrutínio em alguns países ocidentais, devido às suas alegadas ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC).
Fundada em 1987, por um ex-engenheiro das forças armadas chinesas, a Huawei rejeita as acusações de que é controlada pelo PCC, ou que desenvolve equipamentos que facilitam a espionagem chinesa. Mas funcionários estrangeiros citaram uma lei da China que requer às empresas a cooperação com os serviços secretos.
A emergência das redes 5G acrescentou receios, à medida que os governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.
Esta tecnologia destina-se a expandir as redes de telecomunicações para conectarem carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas.
No início deste mês, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.

27 Dez 2018

Tailândia | Marijuana legalizada para fins medicinais

[dropcap]O[/dropcap] parlamento da Tailândia aprovou hoje a legalização do uso de marijuana com fins medicinais e de investigação. A medida faz com que se torne no primeiro país do sudeste asiático a unir-se ao Canadá, Austrália, México, Brasil e alguns estados dos Estados Unidos da América.

A alteração apresentada pelo Governo à lei de estupefacientes de 1979 foi aprovada com 166 votos a favor e 13 abstenções dos deputados da assembleia escolhida pela junta militar no poder desde o golpe de Estado de 2014.

A modificação contempla também a legalização com fins medicinais do kratom, uma árvore do sudeste asiático cujas folhas se usam como estimulante, analgésico ou narcótico.

A Assembleia Nacional aprovou também aumentar de 17 para 25 o número de elementos do comité de controlo de narcóticos que se encarrega de aprovar a produção, importação, exportação e posse de canábis e de kratom.

Segundo a reforma, a posse das duas substâncias será legal em quantidades necessárias para tratamentos juntamente com uma prescrição ou certificado emitidos por médicos, dentistas ou especialistas de medicina tradicional e indígena.

A câmara remeteu ao executivo o diploma, que entrará em vigor quando for publicado no boletim do Governo.

A Tailândia ilegalizou a marijuana em 1935 e até agora castigava-se com até cinco anos de prisão a posse ou transporte de até 10 quilos, enquanto para quantidades superiores as penas ascendiam a 15 anos de prisão.

O sudeste da Ásia conta com algumas das legislações mais duras contra as drogas, que no caso de Singapura, Indonésia ou Malásia preveem a pena de morte para os traficantes de estupefacientes, incluindo a marijuana.

27 Dez 2018

Polícia impede acesso a tribunal onde julgam activista dos Direitos Humanos

[dropcap]M[/dropcap]ais de vinte polícias à paisana cercaram ontem o tribunal no norte da China onde está a ser julgado um conhecido advogado dos Direitos Humanos, afastando jornalistas, diplomatas estrangeiros ou apoiantes.

Wang Quanzhang é um de mais de 200 advogados e activistas que foram detidos, em 2015, parte de uma campanha repressiva lançada pelo Governo chinês contra defensores dos direitos humanos no país.

Wang foi acusado, em 2016, de “subversão contra o poder do Estado”, uma acusação muito grave na China e cuja pena máxima é prisão perpétua. Está detido, há mais de três anos, sem acesso a familiares ou advogados.

A sociedade de advogados à qual pertence, a Fengrui, esteve envolvida em vários casos politicamente sensíveis e representou críticos do Partido Comunista. Wang representou membros do culto religioso Falun Gong, que o PCC considera um culto maligno, e que baniu do país, em 1999.

Líderes do culto de prática espiritual foram condenados a longas penas de prisão e vários seguidores detidos, por alegadamente constituírem uma ameaça.

Citada pela agência Associated Press, a esposa do advogado, Li Wenzu, afirmou, na terça-feira, que agentes do ministério chinês de Segurança do Estado impediram-na de se deslocar a Tianjin, cidade portuária onde decorre o julgamento.

Os julgamentos de activistas na China decorrem muitas vezes durante o período de natal, quando muitos diplomatas ocidentais e jornalistas se encontram de férias.

Li e Wang Qiaoling, esposa de outro advogado de defesa dos Direitos Humanos que foi detido, descreveram na rede social Twitter o seu encontro com membros da Segurança do Estado.

Um dos funcionários ofereceu-se para as levar até Tianjin, mas acrescentou que o julgamento não é publico e que estas não poderiam assistir.

Li e Wang afirmaram terem rejeitado a proposta e tentado sair do complexo, mas que todas as seis saídas tinham polícias à porta.

Li tem feito uma campanha pela libertação do marido. No início deste mês, ela e as mulheres de outros detidos rasparam o cabelo, num ato de protesto.

Em chinês, as palavras “cabelo” e “lei” são quase homófonas. “Podemos não ter cabelo, mas temos lei”, afirmaram.

Diplomatas das embaixadas dos Estados Unidos, Suíça, Reino Unido ou Alemanha esperaram nas imediações do tribunal, em Tianjin. Os diplomatas afirmaram que o acesso ao julgamento lhes foi negado.

Um apoiante gritou palavras de apoio a Wang Quanzhang, antes de ser enfiado dentro de um carro por polícias à paisana.

“Um académico debilitado, e vocês tratam-no assim”, afirmou Yang Chunlin, citado pela AP.

“Wang Quanzhang é a pessoa mais fantástica na China”, gritou. “Exijo reformas políticas, direitos civis. Eleições no Partido e respeito pelos direitos humanos”, disse, antes de ser levado pela polícia.

27 Dez 2018

Reformas de Xi Jinping acabam com festividades natalícias

[dropcap]P[/dropcap] elo menos quatro cidades e um condado na China restringiram este ano as celebrações de Natal, testemunhando a supressão religiosa levada a cabo pelo líder chinês, Xi Jinping, disseram locais e especialistas à agência de notícias Associated Press. “A reacção local contínua contra o Natal é parte do sentimento mais amplo desde que Xi [Jinping] tomou poder”, frisou o académico de Singapura Zi Yang, especialista em Estudos Chineses.
Desde que tomou posse, em 2013, o líder chinês tem tentado ampliar a lealdade ao Partido Comunista e reduzir a importância da religião na vida dos chineses. “Portanto, elementos culturais estrangeiros, como o Natal, estão em risco de desaparecer”, apontou o académico.
Na cidade de Nanyang, a oeste de Xangai, por exemplo, levou menos de 24 horas para que todas as árvores de Natal, luzes e sinos desaparecessem de um complexo de lojas e escritórios de 27 andares. Mais a sul, em Hengyang, na província de Hunan, uma mensagem divulgada numa conta oficial do Governo, nas redes sociais, advertia a população sobre os enfeites de Natal que “bloqueiam as estradas”, ameaçando com punições.
Já no distrito de Panlong de Kunming, capital da província de Yunnan, no sul da China, a polícia fez circular um aviso de que hotéis, salas de ‘karaoke’, cafés e bares deviam proibir decorações e actividades relacionadas com o Natal. “É proibido pendurar meias de Natal, usar chapéus de Natal, colocar árvores de Natal, e assim por diante”, lê-se no aviso.
Não ficou claro se o aviso se aplicava a toda a cidade de Kunming, embora um polícia tenha dito à agência de notícias Associated Press que a ordem para divulgar o aviso veio das autoridades.
Restrições que se seguem, na verdade, a surtos semelhantes de uma retórica anti-Natal, entre 2014 e 2017.
Este ‘cerco’ ao Natal é um exemplo de como os esforços para “normalizar” o pensamento sangram na vida quotidiana de muitos chineses. A pressão ficou patente este ano com os campos de reeducação para muçulmanos uigures e na repressão às igrejas cristãs.

27 Dez 2018

Hong Kong recusa visto a músico e deputado pró-independência de Taiwan

[dropcap]H[/dropcap] ong Kong recusou o visto de trabalho a um músico e deputado pró-independência de Taiwan, convidado a actuar num festival de música no território, alegando falta de “competências e conhecimento” para trabalhar na região.
De acordo com o jornal South China Morning Post, Freddy Lim Tshiong-tso devia ter actuado com a sua banda de ‘heavy metal’ no festival “On the Pulse of Music”, no domingo, mas as autoridades de imigração rejeitaram o visto do também deputado a favor da independência da ilha.
“De acordo com a política existente, uma pessoa que pretenda candidatar-se a um emprego [em Hong Kong] deve, entre outras coisas, possuir uma competência, conhecimentos ou experiência especiais de valor” para a região, justificaram as autoridades, segundo uma carta divulgada na rede social Facebook.
O cantor e activista brincou na resposta, afirmando que os estrangeiros devem praticar invisibilidade e outros “super poderes” antes de solicitarem um visto de trabalho para Hong Kong.
Em Outubro, a região administrativa especial chinesa foi alvo de críticas internacionais por ter recusado renovar o visto de trabalho de um jornalista do Financial Times, mas defendeu-se categoricamente.
“Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir nas decisões tomadas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong sobre questões de vistos”, afirmaram as autoridades, citadas pela agência de notícias estatal Xinhua.

27 Dez 2018

EUA acusaram dois chineses de roubo de dados de empresas norte-americanas

[dropcap]O[/dropcap] Departamento de Justiça dos EUA acusou hoje dois cidadãos chineses de roubo de dados de empresas norte-americanas, ao serviço do governo de Pequim. Os procuradores do Departamento de Justiça apresentaram hoje um processo contra Zhu Hua e Zhang Shillong acusando-os de terem pirateado dados de empresas dos EUA, ao serviço de agências de inteligência da China.

Nos últimos meses, os EUA têm acentuado as acusações, junto de organizações internacionais, de que o governo chinês tem promovido acções de roubo de dados e de violação de patentes. Documentos judiciais apresentados no tribunal federal de Manhattan, Nova Iorque, alegam que os ‘hackers’ conseguiram violar os computadores de mais de 45 entidades em 12 estados.

As vítimas dos ‘hackers’ foram empresas de vários ramos, da aviação e do espaço à tecnologia farmacêutica. Os procuradores alegam que os piratas informáticos conseguiram roubar “centenas de gigabytes” de dados, a partir dos computadores das empresas.

Documentos judiciais dizem que os ‘hackers’ invadiram servidores informáticos para obter acesso às redes de empresas, a fim de roubar propriedade intelectual e dados de negócios. A acusação foi hoje anunciada pelo pelo vice-procurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, pelo director do FBI, Chris Wray, e por Geoffrey Berman, advogado representante do governo dos Estados Unidos em Manhattan.

Na semana passada, autoridades do Departamento de Justiça, do FBI e do Departamento de Segurança Interna declararam ao Comité Judiciário do Senado que a China tem repetidamente financiado acções de roubo de segredos comerciais e propriedade intelectual de empresas americanas para prejudicar a economia dos EUA e promover seu próprio desenvolvimento.

Essa mesma acusação foi esta semana apresentada pelo governo dos EUA junto da Organização Mundial do Comércio, numa reunião em Genebra. Os esforços de espionagem chinesa tornaram-se “a ameaça de contra espionagem mais grave que nosso país enfrenta hoje”, disse Bill Priestap, director assistente da divisão de contra inteligência do FBI, no Senado.

Nos últimos meses, o Departamento de Justiça tem avançado com acusações contra vários elementos de serviços de informação e ‘hackers’ chineses.

21 Dez 2018

China | Empresa de partilha de bicicletas considera abrir falência

[dropcap]A[/dropcap] empresa chinesa de partilha de bicicletas Ofo, que tem operação em Portugal, está com “imensos problemas” de liquidez e a considerar declarar insolvência, revelou hoje o fundador da empresa. “Os problemas de liquidez da empresa agravaram-se”, escreveu Dai Wei, fundador da empresa, numa carta aos funcionários, citada pela imprensa. “Já pensei inúmeras vezes (…) dissolver a empresa e declarar insolvência”, afirmou.

As firmas chinesas de partilha de bicicletas, incluindo a OFO e a rival Mobike, revolucionaram nos últimos anos o transporte nas cidades do país, ao distribuir mais de 20 milhões de bicicletas. Fundada em 2014, a OFO angariou já mais de 2,2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) junto dos investidores, e expandiu as suas operações além-fronteiras. No ano passado, entrou em Portugal através do serviço de partilha de bicicletas na vila de Cascais. Na altura disponibilizou 50 bicicletas.

A empresa é considerada uma startup “unicórnio”, com avaliação superior a mil milhões de dólares, mas incapaz agora de cumprir com encargos mensais de 25 milhões de dólares em salários.

“Durante este ano, sofremos imensos problemas de liquidez: devolver os depósitos aos usuários, pagar dívidas aos fornecedores. De forma a manter a empresa a funcionar, por cada renminbi [moeda chinesa] investido tínhamos que ganhar três”, descreveu.

As notícias sobre a debilidade da firma levaram milhões de utilizadores do aplicativo a pedir o reembolso dos seus depósitos, de 99 yuans que a empresa está agora a tentar processar. Dai Wei atribuiu as dificuldades da empresa ao facto de “não ser capaz de avaliar correctamente as mudanças externas, a partir do ano passado”.

A rival Mobike foi comprada em Abril deste ano pela gigante chinesa de entrega de comida ao domicilio Meituan, por 3,7 mil milhões de dólares, enquanto outro competidor, o Bluegogo, entrou em falência no ano passado, mas foi comprado pela empresa de transporte privado Didi Chuxing, a Uber chinesa.
A Ofo está ainda sob pressão dos fornecedores: em Setembro, a empresa foi processada por um fabricante de bicicletas por falhar pagamentos superiores a 10 milhões de dólares.

21 Dez 2018

China aprova lei do e-commerce para combater a pirataria

Quase dois anos depois o Governo atende ao pedido do Alibaba por leis mais rígidas para combater a venda de produtos piratas e fazer valer os direitos de propriedade intelectual das marcas nacionais e internacionais

 

[dropcap]A[/dropcap] China é o maior mercado de e-commerce do mundo, com as vendas a crescer 32,2% por ano em 2017, atingindo 7,18 trilhões de yuans. Durante uma conferência de imprensa, na sua sede em Hangzhou, em Fevereiro de 2017, o Alibaba disse que as leis existentes na China para regulamentar a propriedade intelectual eram “ambíguas” e argumentou que essas leis estavam a impedir a capacidade das autoridades de criar processos legais contra falsificadores, resultando numa baixa taxa de condenações que é “a razão fundamental para a ineficiência no combate à falsificação e protecção da propriedade intelectual”.

Agora, quase dois anos depois, o governo aprovou a primeira lei específica de comércio electrónico do país em Novembro, a nova lei entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2019.

Cumprir a nova lei será um desafio para o Alibaba e seus pares, incluindo JD.com e Tencent? A lei inclui cláusulas que visam remediar a ampla disponibilidade de falsificações on-line e responsabilizará os mercados por produtos falsificados e outras mercadorias violadas vendidas por comerciantes terceirizados nas suas plataformas.

Especificamente, a legislação aplica-se a portais individuais das empresas, bem como aos vendedores e aos operadores / proprietários de plataformas de comércio electrónico, como o TaoBao, do Alibaba. A lei exige que tais operadores de comércio electrónico se registem como entidades de mercado e respeitem as leis e regulamentações chinesas existentes com relação à protecção dos dados pessoais dos consumidores (incluindo, mas não se limitando a apagar imediatamente as informações de um usuário do portal mediante solicitação).

Mais, os operadores não se devem envolver em publicidade enganosa (incluindo a não divulgação de mensagens pagas, a fabricação de informações falsas sobre transacções e a publicação de apreciações falsas de usuários ou a exclusão de apreciações de usuários genuínos e que falem coisas negativas sobre um determinado produto).

De acordo com a lei, se a loja ou a plataforma falhar em tomar medidas preliminares e, em última instância, apropriadas com relação aos produtos falsificados ao receber uma notificação judicial, por parte de alguma marca detentora de propriedades intelectuais, será solidariamente responsável pelos danos causados ao detentor dos direitos. E, além disso, a lei estabelece que “sempre que um operador de plataforma sabe ou deveria saber que um [vendedor] na plataforma infringiu os direitos de propriedade intelectual, mas não toma as medidas preliminares necessárias, o operador da plataforma é conjuntamente responsável por todos os danos causados. ”

“A lei tem como objectivo apoiar e promover o desenvolvimento do comércio electrónico, regulamentar a ordem de mercado e proteger os direitos e interesses legítimos de todas as partes no comércio electrónico”, disse Cong Bin, vice-presidente do Comité de Constituição e Direito da APN. em um relatório para os legisladores quando o projecto de lei foi divulgado através do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo neste verão.

Não é novidade que a lei está a ser bem recebida por marcas de luxo, que têm sido rotineiramente atormentadas por falsificações chinesas. O director financeiro da LVMH, Jean-Jacques Guiony, pareceu optimista durante a mais recente divulgação de resultados do conglomerado de luxo sediado em Paris, cujas marcas, incluindo Louis Vuitton e Dior, são constantemente algumas das mais atingidas pelo comércio global de falsificação. De acordo com Guiony, a legislação mais estrita e a fiscalização de dentro da China são bem-vindas, e “o [governo] chinês que se move nessa direcção é bom para nós”.

21 Dez 2018

Dívida queniana pode levar China a penhorar maior porto do país

[dropcap]O[/dropcap] Quénia pode perder o porto de Mombaça, o maior do país e da África Oriental, para a China, caso falhe o pagamento de obrigações ao Banco de Exportações e Importações da China (BEIC), segundo os media locais.

De acordo com um artigo publicado hoje pelo jornal diário queniano Nation, que cita um relatório do auditor-geral do país, a penhora do porto poderá ocorrer caso o Governo do Quénia não consiga pagar o empréstimo contraído para a construção de uma linha férrea entre Mombaça e várias cidades, incluindo a capital, Nairobi.

Em 2014, o banco chinês acordou um empréstimo de 90% dos 3.800 milhões de dólares para a realização da empreitada, tendo o Quénia assegurado, no ano seguinte, um crédito adicional de 1.500 milhões de dólares para expandir a rede em mais 120 quilómetros.

“Não temos comentários a fazer sobre o assunto porque qualquer documento divulgado teria de fazer parte de um processo de auditoria interna, e nós não comentamos a validade ou autenticidade desses documentos por uma questão de política”, disse o responsável pela comunicação do gabinete do Auditor-Geral do Quénia, citado pela Bloomberg.

Segundo o artigo do Nation, o relatório indica que caso as dívidas não sejam saldadas, as receitas da Autoridade Portuária do Quénia (APQ) serão utilizadas para pagar a dívida ao país asiático. No final do primeiro semestre de 2018, as receitas da APQ cifravam-se em 42.700 milhões de xelins quenianos.

De acordo com os dados do Tesouro do Quénia, a China representa o maior credor do Quénia, com 22% da dívida pública externa, calculada em 2,4 biliões de xelins quenianos.

A construção da ferrovia queniana integra o projeto de infra-estruturas internacional ‘Uma Faixa, Uma Rota’, criado pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

Lançada em 2013 pelo chefe de Estado chinês, o projeto, também apelidado de ‘nova rota da seda’, inclui a construção de portos, aeroportos, auto-estradas, centrais elétricas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste asiático.

A iniciativa é vista como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiram a Washington criar a fundação de alianças diplomáticas e militares que perduram até hoje.

A perda do controlo de infra-estruturas por parte de países com dívidas à China não é inédita. No final de 2017, o Governo do Sri Lanka, ao não cumprir com as obrigações com a China, cedeu o porto de Hambantota para o Executivo chinês por um período de 99 anos.

De acordo com o New York Times, esta transferência fortaleceu o controlo chinês num território pouco distante da costa da Índia, um dos principais rivais comerciais locais.

As mesmas razões levaram a que, em Setembro deste ano a Zâmbia também cedesse o seu aeroporto internacional à China.

20 Dez 2018

Canadá recusa relacionar terceira detenção na China com caso Huawei

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Canadá recusou hoje relacionar o terceiro cidadão do país detido na China aos dois casos anteriores, que terão servido de retaliação pela detenção da directora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei.

Segundo a imprensa canadiana, a professora Sarah McIver é a terceira nacional detida pelas autoridades chinesas, numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, que deteve Meng Wanzhou, executiva da Huawei, a pedido dos Estados Unidos.

McIver trabalhava como professora no país asiático, antes de ser detida pela polícia, devido a irregularidades no seu visto.

Justin Trudeau considerou hoje, em conferência de imprensa, que o caso de Mclver “parece” ser diferente dos envolvendo o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor, que são acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”.

Trudeau afirmou que Otava tem evitado criticar publicamente a China, apesar de as detenções terem servido aparentemente como represália, para evitar agravar as tensões com Pequim.

“Por vezes, politizar ou amplificar o nível de discurso político pode parecer satisfatório a curto prazo, mas não contribuirá para o resultado que queremos, que é a segurança dos canadianos”, disse.

Canadá e China enfrentam um conflito diplomático desde a detenção, no início do mês, de Meng, quando fazia escala em Vancouver.

As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse Meng, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal norte-americana proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

Na semana passada, e após advertirem Otava com “graves consequências”, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig e Michael Spavor.

20 Dez 2018

Pequim rejeita insinuações do Japão sobre a sua expansão militar na região

[dropcap]A[/dropcap] China rejeitou as insinuações feitas pelo Japão de que está a expandir a sua influência militar na região, e as classificou de “acusações falsas” e “infundadas”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, respondeu assim à aprovação japonesa de novas linhas de defesa que incluem o reforço das suas capacidades e a compra de modernos aviões de combate que poderiam ser posicionados em navios da Marinha.

“Os conteúdos relacionados com a China nestes documentos (das novas linhas de defesa japonesa) só repetem velhas canções, fazendo acusações infundadas às actividades do exército chinês”, declarou Hua. Além disso, a porta-voz da chancelaria chinesa disse que se tratam de “acusações falsas” sobre a ameaça da China, “algumas das quais cheiram a mentalidade da Guerra Fria”. “Devido a razões históricas, os movimentos do Japão sempre foram observados de perto pelos seus vizinhos e pela comunidade internacional”, provocou Hua, que recomendou a Tóquio “que tome cuidado com suas palavras e suas acções no campo militar e de segurança”.

A porta-voz chinesa considerou ainda que as insinuações japonesas “não são boas para o desenvolvimento de laços bilaterais, nem para manter a paz e a estabilidade regional”. A revisão aprovada pelo governo japonês é a primeira na estratégia de defesa que o país adopta desde 2013, entre sinais de tensão internacional pela crescente influência chinesa na região e pelas ameaças ainda latentes do programa nuclear norte-coreano.

O Executivo de Tóquio, segundo os documentos da aprovação das novas estratégias defensivas, está “profundamente preocupado” com as actividades militares de Pequim no Mar da China Oriental, assim como com as interferências no ciberespaço que poderiam prejudicar as capacidades defensivas japonesas.

20 Dez 2018

China pede que à OMC investigue tarifas impostas pelos EUA

O governo chinês apresentou uma queixa na Organização Mundial de Comércio contra os EUA, na sequência da guerra comercial iniciada por Donald Trump

 

[dropcap]O[/dropcap] governo chinês solicitou formalmente nesta terça-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) a criação de um grupo especial para investigar as tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações oriundas do país asiático desde Julho deste ano, origem da actual guerra comercial entre as duas potências.

O pedido fecha a fase de consultas bilaterais que tinha começado em Agosto, e a disputa passará agora a ser tratada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, formado por representantes de países-membros da organização internacional.

As tarifas contra as quais a China protesta foram impostas pelo governo do presidente americano Donald Trump em resposta a supostas más práticas chinesas em matéria de transferência de tecnologia e propriedade intelectual.

Uma primeira imposição de tarifas sobre bens chineses avaliados em US$ 34 mil milhões (aos quais aplicou uma taxa de 25%) foi aprovada nos EUA em Julho e, em Setembro, foram impostas tarifas adicionais de 10% a produtos procedentes da China avaliados em US$ 200 mil milhões.

A China destacou que as consultas com os EUA em Agosto e Outubro terminaram sem avanços e que as tarifas “afectam significativamente os seus interesses comerciais”, o que, além disso, piora o clima do intercâmbio comercial e prejudica as linhas de produção de indústrias em todo o mundo. As acções unilaterais dos EUA “não só prejudicam os direitos e interesses da China, mas violam flagrantemente as regras da OMC”, argumentou a representação do país asiático na organização.

Resposta americana

Os Estados Unidos responderam que a China procura utilizar o sistema de resolução de disputas como um escudo para “uma grande gama de políticas que distorcem o comércio e práticas não admitidas pelas regulações da OMC”, por isso ameaçam a viabilidade dos mecanismos mediadores.

Washington também classificou de hipócrita a decisão da China de levar a disputa à OMC, quando já está a aplicar em resposta às tarifas americanas os seus próprios encargos sobre US$ 100 mil milhões em produtos dos EUA.

Trump ameaça empreender uma escalada na guerra comercial com a imposição de mais tarifas contra a economia chinesa, origem de quase metade do elevado défice comercial que os EUA mantêm com seus parceiros comerciais, e que superou os US$ 800 mil milhões em 2017.

20 Dez 2018

Café Delta estabelece parceria com o Alibaba

A Delta Cafés foi escolhida para dinamizar a categoria “café” no Alibaba, que domina o e-commerce na China. As exportações representam 32% dos negócios do Grupo Nabeiro

 

[dropcap]O[/dropcap] Alibaba, uma espécie de Amazon chinesa, identificou o café como uma das categorias estratégicas para os próximos anos e convidou a Delta Cafés para a dinamização desta nova categoria, num projecto de parceria desenhado a 5 anos. “Sendo o TMALL o principal veículo de criação de marca na China, a Delta Cafés assumiu o desafio de lançar a primeira Flagship Store oficial portuguesa gerida directamente pela marca, oportunidade única para a Delta Cafés, enquanto marca inovadora, de aprender e corresponder às novas expectativas dos consumidores”, considera Alberto Pinto, director para os mercados internacionais do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

As exportações representam cerca de 32% do negócio do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, cujo volume de negócios em 2018 será da ordem dos 400 milhões de euros. Está presente em 25 países mas os mercados em que estão com posição mais interessante são aqueles em que a marca tem operação própria, com destaque para Espanha, Brasil, França, Angola, Suíça e Luxemburgo. “Temos apostado continuamente nos diferentes mercados onde estamos presentes, pensando de forma global e agindo localmente, proporcionando novos momentos de consumo e chegando a novos consumidores”, refere Alberto Pinto.

Presença em Xangai

A Delta tem presença directa na China com a Delta Food Shangai, que tem como principal actividade a promoção e comercialização de café e produtos complementares no mercado asiático e em Angola, através da Angonabeiro, que faz a distribuição dos produtos da Delta e produz a marca de café Ginga.

Mas é Angola é um caso especial. Como diz Alberto Pinto, “reconhecemos a qualidade do café angolano e por isso o compromisso do Grupo Nabeiro com Angola é de longo prazo”. Considera ainda que a Angonabeiro, “tem contribuído activamente para restaurar o café angolano e os hábitos de consumo dos angolanos e esses esforços têm dado frutos ao longo dos anos”.

Um dos objectivos da Delta Cafés é entrar no ‘top ten’ das marcas de café mundiais, nos próximos cinco anos. Para este objectivo, além da internacionalização, o outro pilar é a inovação, por isso pretendem “continuar a criar tendências e a acrescentar valor aos vários momentos de consumo e de partilha proporcionados pelo café, diz Alberto Pinto.

Uma das lanças para a conquista de mercados, está a Delta Q, sistema de cápsulas para consumo no lar e nas empresas, que surgiu no mercado em Novembro de 2007 com uma produção diária de 395 cápsulas. Dez anos depois, a marca de café do grupo Nabeiro produz mais de dois milhões de cápsulas por dia, com destino a 25 países.

Algumas acções recentes que obedecem a estes dois pilares são o primeiro café expresso móvel, através do Delta Q WALQ), a aposta num novo segmento de mercado com barras de cereais Croffee, o Go Chill by Delta é uma bebida fria de café com leite, uma nova edição Chef’s Collection com assinaturas dos ‘chefs’ Ljubomir Stanisic e Ricardo Costa e novas campanhas internacionais, com a nomeação dos embaixadores Ricardo Pereira e Pauleta, respectivamente para os mercados do Brasil e de França.

20 Dez 2018

Fundação sul-coreana retira prémio atribuído em 2004 a Aung San Suu Kyi

[dropcap]U[/dropcap]ma das maiores organizações de defesa dos direitos humanos da Coreia do Sul anunciou ontem que ia retirar um prémio atribuído em 2004 à dirigente birmanesa Aung San Suu Kyi, devido à indiferença manifestada perante a crise dos muçulmanos rohingyas.

Na altura dissidente admirada, Aung San Suu Kyi não pôde receber na época o prémio Gwangju dos direitos humanos por se encontrar sob detenção domiciliária, decidida pela junta militar no poder.

Desde que o partido da prémio Nobel da paz chegou ao poder, Aung San Suu Kyi é a dirigente “de facto” de Myanmar, sendo alvo de numerosas críticas da comunidade internacional pela recusa de condenar as violências contra os rohingyas.

Mais de 720 mil rohingyas fugiram, desde 2017, da violência exercida pelos militares birmaneses e por milícias budistas, numa crise que a ONU qualificou de genocídio.

A “indiferença perante as atrocidades cometidas contra os rohingyas é contrária aos valores defendidos por este prémio, a protecção e a promoção dos direitos humanos”, declarou o porta-voz da Fundação do Memorial de 18 de Maio, Cho Jin-tae. Como consequência, o conselho de administração da fundação decidiu retirar o prémio a Aung San Suu Kyi.

Criada em 1994, esta fundação assinala o levantamento democrático de Gwangju em 1980, brutalmente reprimido pelo exército sul-coreano, com mais de 200 mortos e feridos.

A revolta contra o ditador militar Chun Doo-hwa inspirou o movimento contestatário que culminou no restabelecimento da democracia, sete anos mais tarde, na Coreia do Sul.

Em meados de Novembro, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional retirou a Aung San Suu Kyi um prémio concedido em 2009, por considerar que a antiga dissidente tinha “traído os valores que outrora defendeu”.

19 Dez 2018