Covid-19 | Médicos chineses expõem novas informações sobre encobrimento pelas autoridades

[dropcap]O[/dropcap] hospital chinês onde trabalhava Li Wenliang, o primeiro médico que alertou para os perigos do novo coronavírus, foi o mais atingido pelo surto devido ao ocultar de informações essenciais, revela uma investigação da revista chinesa Caixin. Entre os 4.000 funcionários que trabalhavam no Hospital Central de Wuhan, 230 morreram devido a infeção pelo Covid-19, a maior taxa de mortalidade entre funcionários de saúde em Wuhan, cidade chinesa que é epicentro do surto.

O chefe de um dos departamentos do Hospital citado pela Caixin, uma das raras publicações independentes na China, culpou as autoridades por colocarem vidas em risco.

“As informações falsas divulgadas por departamentos relevantes [de que a doença era controlável e não era infecciosa entre seres humanos] deixaram centenas de médicos e enfermeiros no escuro, que fizeram tudo ao seu alcance para tratarem pacientes sem conhecerem a doença”, apontou o responsável, cujo nome não é identificado pela Caixin.

“E mesmo aqueles que adoeceram não puderam denunciar. Não puderam alertar os seus colegas e o público a tempo, apesar do sacrifício. Essa é a perda e a lição mais dolorosas”, disse. Segundo apurou a revista, o hospital estava sobrecarregado por pacientes com febre desde o início de Janeiro. Vários ficaram ao cuidado de médicos não especializados em doenças contagiosas.

Os médicos citados pela Caixin culparam a administração de “incompetência”. O chefe do Partido Comunista no hospital não tinha conhecimentos sobre doenças infecciosas e proibiu os médicos de divulgarem informações críticas para a saúde pública, apurou a revista.

Um documento interno do Hospital Central obtido pela Caixin revelou ainda interferência direta das autoridades municipais de saúde de Wuhan, que tornou difícil para o hospital divulgar casos, sobretudo entre os dias 12 e 17 de Janeiro passado, quando os quadros locais do Partido Comunista participaram nas reuniões do órgão legislativo local.

Segundo apurou a Caixin, um funcionário do ministério de Segurança Pública visitou o hospital no dia 12 de janeiro, e ordenou que os formulários sobre doenças infecciosas só pudessem ser preenchidos e relatados após consultas com especialistas a nível municipal e provincial, atrasando o processo.

Em 13 de janeiro, Wang Wenyong, chefe do gabinete de controlo de doenças infecciosas do distrito de Jianghan, em Wuhan, ligou para o hospital e pediu que fossem alterados relatórios suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, arquivados em 10 de Janeiro, para que constassem outras doenças nos ficheiros.

Em resposta, o hospital pediu às autoridades de saúde do distrito que colectassem amostras, mas foram informados que deviam aguardar. A espera durou três dias. Em 16 de Janeiro, após terminarem as reuniões do órgão legislativo local, o centro de controlo de doenças da cidade de Wuhan finalmente foi colectar amostras. Na altura, o hospital tinha 48 casos suspeitos.

As novas revelações ilustram como as autoridades de Wuhan agiram para suprimir informações sobre a doença, que já causou 4.500 mortos e infectou mais de 124 mil pessoas numa centena de países e territórios.

Reportagens anteriormente publicadas pela Caixin apuraram como, em 30 de dezembro passado, Ai Fen, chefe do departamento de emergência do Hospital Central, compartilhou as primeiras análises a pacientes infectados com uma nova “doença misteriosa”, através do aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, com amigos da faculdade e equipas médicas do hospital, alertando-os para que tivessem cuidado.

Na mesma noite, vários médicos em Wuhan, replicaram o aviso. As mensagens circularam amplamente ‘online’, mas várias pessoas, incluindo Li e outros dois médicos do hospital, foram posteriormente punidos pelas autoridades por “espalharem rumores”.

Ai Fen foi convocado pelos supervisores do hospital, em 2 de Janeiro passado, e punido por instigar o pânico e “afectar o desenvolvimento geral” de Wuhan, segundo a revista. No dia seguinte, o Hospital Central pediu a todos os departamentos que vigiassem a equipa de Ai e exigiu que não divulgassem “informações confidenciais” ao público, segundo uma gravação que vazou para o público.

O surto provocou forte descontentamento popular na China, com as redes sociais do país a encherem-se críticas diretas ao regime e apelos por liberdade de expressão, num fenómeno inédito no país asiático, onde ativistas ou dissidentes são frequentemente condenados por “perturbação da ordem pública” ou “subversão do poder do Estado”.

12 Mar 2020

Covid-19 | Médicos chineses expõem novas informações sobre encobrimento pelas autoridades

[dropcap]O[/dropcap] hospital chinês onde trabalhava Li Wenliang, o primeiro médico que alertou para os perigos do novo coronavírus, foi o mais atingido pelo surto devido ao ocultar de informações essenciais, revela uma investigação da revista chinesa Caixin. Entre os 4.000 funcionários que trabalhavam no Hospital Central de Wuhan, 230 morreram devido a infeção pelo Covid-19, a maior taxa de mortalidade entre funcionários de saúde em Wuhan, cidade chinesa que é epicentro do surto.
O chefe de um dos departamentos do Hospital citado pela Caixin, uma das raras publicações independentes na China, culpou as autoridades por colocarem vidas em risco.
“As informações falsas divulgadas por departamentos relevantes [de que a doença era controlável e não era infecciosa entre seres humanos] deixaram centenas de médicos e enfermeiros no escuro, que fizeram tudo ao seu alcance para tratarem pacientes sem conhecerem a doença”, apontou o responsável, cujo nome não é identificado pela Caixin.
“E mesmo aqueles que adoeceram não puderam denunciar. Não puderam alertar os seus colegas e o público a tempo, apesar do sacrifício. Essa é a perda e a lição mais dolorosas”, disse. Segundo apurou a revista, o hospital estava sobrecarregado por pacientes com febre desde o início de Janeiro. Vários ficaram ao cuidado de médicos não especializados em doenças contagiosas.
Os médicos citados pela Caixin culparam a administração de “incompetência”. O chefe do Partido Comunista no hospital não tinha conhecimentos sobre doenças infecciosas e proibiu os médicos de divulgarem informações críticas para a saúde pública, apurou a revista.
Um documento interno do Hospital Central obtido pela Caixin revelou ainda interferência direta das autoridades municipais de saúde de Wuhan, que tornou difícil para o hospital divulgar casos, sobretudo entre os dias 12 e 17 de Janeiro passado, quando os quadros locais do Partido Comunista participaram nas reuniões do órgão legislativo local.
Segundo apurou a Caixin, um funcionário do ministério de Segurança Pública visitou o hospital no dia 12 de janeiro, e ordenou que os formulários sobre doenças infecciosas só pudessem ser preenchidos e relatados após consultas com especialistas a nível municipal e provincial, atrasando o processo.
Em 13 de janeiro, Wang Wenyong, chefe do gabinete de controlo de doenças infecciosas do distrito de Jianghan, em Wuhan, ligou para o hospital e pediu que fossem alterados relatórios suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, arquivados em 10 de Janeiro, para que constassem outras doenças nos ficheiros.
Em resposta, o hospital pediu às autoridades de saúde do distrito que colectassem amostras, mas foram informados que deviam aguardar. A espera durou três dias. Em 16 de Janeiro, após terminarem as reuniões do órgão legislativo local, o centro de controlo de doenças da cidade de Wuhan finalmente foi colectar amostras. Na altura, o hospital tinha 48 casos suspeitos.
As novas revelações ilustram como as autoridades de Wuhan agiram para suprimir informações sobre a doença, que já causou 4.500 mortos e infectou mais de 124 mil pessoas numa centena de países e territórios.
Reportagens anteriormente publicadas pela Caixin apuraram como, em 30 de dezembro passado, Ai Fen, chefe do departamento de emergência do Hospital Central, compartilhou as primeiras análises a pacientes infectados com uma nova “doença misteriosa”, através do aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, com amigos da faculdade e equipas médicas do hospital, alertando-os para que tivessem cuidado.
Na mesma noite, vários médicos em Wuhan, replicaram o aviso. As mensagens circularam amplamente ‘online’, mas várias pessoas, incluindo Li e outros dois médicos do hospital, foram posteriormente punidos pelas autoridades por “espalharem rumores”.
Ai Fen foi convocado pelos supervisores do hospital, em 2 de Janeiro passado, e punido por instigar o pânico e “afectar o desenvolvimento geral” de Wuhan, segundo a revista. No dia seguinte, o Hospital Central pediu a todos os departamentos que vigiassem a equipa de Ai e exigiu que não divulgassem “informações confidenciais” ao público, segundo uma gravação que vazou para o público.
O surto provocou forte descontentamento popular na China, com as redes sociais do país a encherem-se críticas diretas ao regime e apelos por liberdade de expressão, num fenómeno inédito no país asiático, onde ativistas ou dissidentes são frequentemente condenados por “perturbação da ordem pública” ou “subversão do poder do Estado”.

12 Mar 2020

Covid-19 | Coreia do Sul anuncia 114 novos casos, menor número em quase três semanas

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje ter registado o menor número de novos casos diários de coronavírus em quase três semanas, 114, somando um total de 7.869 pessoas infectadas. Do total das infecções, 7.470 são casos activos, depois de 333 terem recebido alta hospitalar. Nas últimas 24 horas há a registar mais seis mortes, o que elevou para 66 o número de vítimas fatais desde o início do surto.

Das 114 novas transmissões, a maioria, 81, foi registada novamente no foco principal do país, localizado na cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e na província de Gyeongsang do Norte. Este foco representa 89% dos casos.

No entanto, os últimos números na região sugerem uma estabilização do foco, já que Daegu, com 73 novos casos na quarta-feira, contabilizou menos de 100 infecções pela segunda vez esta semana. Já em Gyeongsang do Norte, há a registar oito infecções nas últimas 24 horas, o menor número de testes positivos desde 20 de fevereiro.

O surto no sudeste está sobretudo associado à seita religiosa Shinchonji, com 60% das transmissões localizadas em Daegu, onde está sediada, sendo que mais de 200 mil membros já fizeram análises ao coronavírus.

A Coreia do Sul testou mais de 227.000 pessoas até o momento. Por sua vez, Seul registou 19 novos casos na quarta-feira e já identificou um total de 212 pessoas infectadas, tornando-se no terceiro local no país com mais infeções.

O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Sye-kyun, alertou hoje numa reunião do Governo para o perigo de uma “super-transmissão” do patógeno em Seul e arredores, onde residem 26 milhões de pessoas, mais de metade da população do país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os “níveis alarmantes de propagação e de inacção”.

12 Mar 2020

Covid-19 | Coreia do Sul anuncia 114 novos casos, menor número em quase três semanas

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje ter registado o menor número de novos casos diários de coronavírus em quase três semanas, 114, somando um total de 7.869 pessoas infectadas. Do total das infecções, 7.470 são casos activos, depois de 333 terem recebido alta hospitalar. Nas últimas 24 horas há a registar mais seis mortes, o que elevou para 66 o número de vítimas fatais desde o início do surto.
Das 114 novas transmissões, a maioria, 81, foi registada novamente no foco principal do país, localizado na cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e na província de Gyeongsang do Norte. Este foco representa 89% dos casos.
No entanto, os últimos números na região sugerem uma estabilização do foco, já que Daegu, com 73 novos casos na quarta-feira, contabilizou menos de 100 infecções pela segunda vez esta semana. Já em Gyeongsang do Norte, há a registar oito infecções nas últimas 24 horas, o menor número de testes positivos desde 20 de fevereiro.
O surto no sudeste está sobretudo associado à seita religiosa Shinchonji, com 60% das transmissões localizadas em Daegu, onde está sediada, sendo que mais de 200 mil membros já fizeram análises ao coronavírus.
A Coreia do Sul testou mais de 227.000 pessoas até o momento. Por sua vez, Seul registou 19 novos casos na quarta-feira e já identificou um total de 212 pessoas infectadas, tornando-se no terceiro local no país com mais infeções.
O primeiro-ministro sul-coreano, Chung Sye-kyun, alertou hoje numa reunião do Governo para o perigo de uma “super-transmissão” do patógeno em Seul e arredores, onde residem 26 milhões de pessoas, mais de metade da população do país.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença Covid-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os “níveis alarmantes de propagação e de inacção”.

12 Mar 2020

Covid-19 | China regista número mais baixo de novos casos desde que há registo

[dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 15 novos casos de infecção pelo Covid-19, o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em Janeiro, numa altura em que outros países lidam com novos focos do surto. Até à meia-noite de quarta-feira, o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infectados.

A Comissão Nacional de Saúde informou que 62.793 pessoas receberam alta após terem superado a doença, até à data, restando 14.831 em tratamento. Dez das onze mortes ocorreram na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde surgiram também 8 dos 15 novos casos detectados a nível nacional.

Esses oito casos foram detetados na capital de Hubei, a cidade de Wuhan, de onde o vírus é originário, e sob quarentena desde 23 de Janeiro passado. No total, Hubei soma 3.056 mortes e 67.781 casos de infecção, a maioria a nível mundial.

Nas últimas 24 horas, foram detectados seis casos “importados” de fora do país, incluindo três na província de Guangdong, adjacente a Macau. Segundo dados oficiais, 677.243 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, entre as quais 13.701 ainda estão sob observação.

Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países, à medida que Itália, Irão ou Coreia do Sul lidam com um rápido aumento no número de infectados. O surto de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos, entre mais de 124 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

12 Mar 2020

Covid-19 | China regista número mais baixo de novos casos desde que há registo

[dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 15 novos casos de infecção pelo Covid-19, o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em Janeiro, numa altura em que outros países lidam com novos focos do surto. Até à meia-noite de quarta-feira, o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infectados.
A Comissão Nacional de Saúde informou que 62.793 pessoas receberam alta após terem superado a doença, até à data, restando 14.831 em tratamento. Dez das onze mortes ocorreram na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde surgiram também 8 dos 15 novos casos detectados a nível nacional.
Esses oito casos foram detetados na capital de Hubei, a cidade de Wuhan, de onde o vírus é originário, e sob quarentena desde 23 de Janeiro passado. No total, Hubei soma 3.056 mortes e 67.781 casos de infecção, a maioria a nível mundial.
Nas últimas 24 horas, foram detectados seis casos “importados” de fora do país, incluindo três na província de Guangdong, adjacente a Macau. Segundo dados oficiais, 677.243 pessoas que tiveram contacto próximo com os infectados foram monitorizadas clinicamente desde o início do surto, entre as quais 13.701 ainda estão sob observação.
Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países, à medida que Itália, Irão ou Coreia do Sul lidam com um rápido aumento no número de infectados. O surto de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos, entre mais de 124 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

12 Mar 2020

Covid-19 | Portugal decide hoje se encerra escolas

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro português, António Costa, remeteu para esta quinta-feira uma eventual decisão sobre o encerramento de escolas em Portugal, devido à pandemia de Covid-19. “Haverá a decisão do Conselho Nacional de Saúde Pública, amanhã [quinta-feira] de manhã temos uma reunião do Conselho de Ministros e nessa altura serão adoptadas as orientações que tivermos de adotar”, declarou António Costa.

O chefe do Governo português falou aos jornalistas depois de um jantar com Angela Merkel na Chancelaria Federal, em Berlim, em que se abordou, também, a situação do novo coronavírus. António Costa defendeu a importância de o sistema político “ter a humildade de ouvir os técnicos e agir em função daquilo que é o aconselhamento técnico.”

Ainda sobre o eventual fecho dos estabelecimentos de ensino, o chefe do executivo assegurou que “esta noite não vai ser seguramente decretado nada”, destacando que a decisão de encerrar ou não escolas não se prende com o impacto que essas medidas possam ter na economia.

“Não podemos condicionar, por razões orçamentais ou por razões económicas, qualquer decisão que tenha a ver com a saúde das pessoas. A máxima prioridade é responder às necessidades de prevenção e à cura das pessoas infectadas”, adiantou.

Sobre a doença Covid-19, Costa reconheceu que “é um tema que concentra a atenção de todos”. “É uma ameaça global e todos temos de dar o nosso melhor para a controlar”, adiantou.

12 Mar 2020

Covid-19 | Portugal decide hoje se encerra escolas

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro português, António Costa, remeteu para esta quinta-feira uma eventual decisão sobre o encerramento de escolas em Portugal, devido à pandemia de Covid-19. “Haverá a decisão do Conselho Nacional de Saúde Pública, amanhã [quinta-feira] de manhã temos uma reunião do Conselho de Ministros e nessa altura serão adoptadas as orientações que tivermos de adotar”, declarou António Costa.
O chefe do Governo português falou aos jornalistas depois de um jantar com Angela Merkel na Chancelaria Federal, em Berlim, em que se abordou, também, a situação do novo coronavírus. António Costa defendeu a importância de o sistema político “ter a humildade de ouvir os técnicos e agir em função daquilo que é o aconselhamento técnico.”
Ainda sobre o eventual fecho dos estabelecimentos de ensino, o chefe do executivo assegurou que “esta noite não vai ser seguramente decretado nada”, destacando que a decisão de encerrar ou não escolas não se prende com o impacto que essas medidas possam ter na economia.
“Não podemos condicionar, por razões orçamentais ou por razões económicas, qualquer decisão que tenha a ver com a saúde das pessoas. A máxima prioridade é responder às necessidades de prevenção e à cura das pessoas infectadas”, adiantou.
Sobre a doença Covid-19, Costa reconheceu que “é um tema que concentra a atenção de todos”. “É uma ameaça global e todos temos de dar o nosso melhor para a controlar”, adiantou.

12 Mar 2020

Covid-19 | Actuação das autoridades portuguesas provoca receios em Macau 

Vários portugueses a residir em Macau estão preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a combater a Covid-19 e há quem esteja a planear levar familiares para o território, que está sem novos casos de infecção há 35 dias. Nas redes sociais, espalham-se os avisos para que em Portugal se comece a usar máscara, à semelhança do que acontece em Macau

[dropcap]S[/dropcap]em novos casos de infecção há 35 dias e sem doentes internados, Macau tornou-se no bom exemplo a nível mundial de como se deve combater o surto causado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. No entanto, vários portugueses a residir no território mostram-se muito preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a levar a cabo os trabalhos de combate ao surto. Com 61 casos diagnosticados no país, o uso de máscara em locais públicos continua a estar longe de ser generalizado, apesar de este material ter esgotado nas farmácias. Além disso, dias antes de serem diagnosticados os primeiros casos, não havia qualquer rastreio de passageiros vindos de Itália, país que actualmente é considerado de alto risco. Nesta fase, já com 61 casos de infecção confirmados, continua a não existir rastreio de pessoas no aeroporto, uma vez que, segundo relatos feitos ao HM, não é obrigatório o preenchimento de qualquer documento sobre a origem do visitante nem é verificada a temperatura corporal à chegada. Também não é efectuado qualquer outro tipo de rastreio.

O receio em Macau é tanto que há quem esteja a ponderar levar familiares para o território. É o caso de Vera Varela, cujo pai viaja para o território a 18 de Março para escapar ao coronavírus em Portugal.

“Decidi pedir ao meu Pai que venha para Macau, agora que a crise epidémica chegou a Portugal, pois não vejo que o Governo português esteja a tomar as devidas precauções contra esta epidemia, o que me gera preocupação e receio”, contou ao HM.

Para Vera, as medidas adoptadas pelas autoridades portuguesas não só estão atrasadas como não existe “um plano conjunto de prevenção”. “Vão sendo lançadas, escassas e atabalhoadas medidas, que serão insuficientes e tardias para evitar o colapso, especialmente, da já debilitada ‘saúde’. O meu principal receio é a ‘saúde’ dos hospitais em Portugal, que não estão preparados, há falta de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e de condições necessárias, nomeadamente camas e zonas de isolamento. Tenho dúvidas que haja máscaras de protecção, hazmats, monitores, ventiladores, e medicamentos suficientes, vai ser caótico e triste.”

Quem também está a ponderar trazer os pais para Macau é Cristina Ferreira, jurista. “Os meus pais estão no grupo de risco e a minha irmã tem um bebé com um ano. Naturalmente que estou preocupada e sei que estariam mais seguros em Macau do que em Portugal”, disse ao HM.

Para Cristina Ferreira, a sociedade portuguesa ainda não tem verdadeira consciência do perigo que acarreta o novo coronavírus. Em Macau, pelo contrário, “há consciência do perigo de contágio e um sentimento de solidariedade e de cumprimento com as medidas de prevenção”.

“O respeito pelo colectivo não está a ser bem gerido devido à leviandade e à irresponsabilidade da Europa. O facto de não ter sintomas não significa que não seja portadora do vírus e não contamine o Ti Manel quando vou tomar a bica vinda do carnaval de Veneza! Não pode ser. As pessoas têm de ficar em casa durante 14 dias e aguardar sintomas reduzindo ao máximo os contactos e usando máscara ou outra protecção até passarem os 14 dias da incubação. Isto é básico e o Governo português não assume esta condição”, acrescenta a jurista.

Esta terça-feira, Graças Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que “havia uma grande pressão para publicar um plano específico” para o surto de Covid-19, mas que existia um plano genérico que permitia acção imediata e a acção era a prioridade. “Não podíamos deixar de agir. Não era que não quiséssemos publicar o plano, era porque já tínhamos um que nos permitia acção. Isso foi extremamente importante para a DGS.” O primeiro esboço formal do plano de contingência da DGS foi feito a 21 de Janeiro.

Negócios em crise

Vanessa Amaro, empresária, não só está preocupada com a sua família em Portugal como está também preocupada com os efeitos que esta epidemia vai causar no projecto de abertura de um segundo spa em Lisboa.

“Além dos receios do impacto que isso poderá ter nos meus familiares – tenho família em Guimarães e em Lisboa – também sinto que uma eventual epidemia terá efeitos catastróficos nos negócios que tenho em Portugal. Temos responsabilidades perante trabalhadores que dependem de nós para sustentar as suas famílias, e por isso caso o nosso spa venha a ser impactado, prevejo que não poderei contar com nenhum tipo de apoio financeiro para fazer face às despesas.”

Também Vanessa Amaro está preocupada com a forma “leviana” como o Governo português tem levado a cabo medidas preventivas. “Tenho bastante receio de como a ameaça de epidemia tem sido gerida pelas autoridades portuguesas, principalmente depois de termos passado por esta crise de maneira tão serena em Macau. Parece-me que as decisões são tomadas de forma muito leviana e as autoridades apenas vão tendo acções relativas, mostrando muito pouca pró-actividade.”

Já Sara Augusto, académica, confessa que avisou amigos em Portugal do verdadeiro impacto da epidemia que teve origem na cidade de Wuhan, China. “Dá-me a impressão que, não só as pessoas que conhecemos, mas também o Governo, não fizeram absolutamente nada. Deixou que as coisas chegassem à porta.”

Com alguns amigos “cépticos” em relação a medidas preventivas como o uso de máscara e desinfectante no dia-a-dia, Sara Augusto diz ter uma “família imensa” pelo facto de os pais “terem uma vida social muito forte” numa pequena cidade perto de Viseu.

“Depois de falar com uma das minhas irmãs, que é enfermeira, percebi que as pessoas, mesmo sem o Governo dizer nada, vão tomando as suas decisões. Há mais de duas semanas, a Universidade Sénior foi encerrada e não foi preciso o Governo dizer nada. Foi apenas porque alguns alunos da universidade foram a Itália e fizeram quarentena, ficaram em casa, mas a Universidade Sénior fechou por eles, não estiveram à espera”, apontou.

Sara Augusto confessa estar preocupada com a saúde da população idosa, um dos grupos de risco do novo coronavírus. “Será que em Portugal as medidas estão a ser eficazes? Não sei até que ponto podem estar a ser levadas a sério. Preocupa-me também as consequências económicas, em especial o aumento da clivagem entre o interior e as grandes cidades. Achava que os meus pais estavam sossegados na aldeia, mas não tenho tanta certeza. Basta um”, confessou.

Nas redes sociais, os alertas têm sido muitos. É o caso de Rita Gonçalves, professora de yoga, que decidiu chamar a atenção dos amigos que tem em Portugal. “Junto-me aos portugueses residentes em Macau/China que têm andado a partilhar este género de informação na tentativa de alertar amigos de Portugal. Bem sei que em Portugal nunca será possível montar tamanho dispositivo de ‘assepticidade’ e obediência civil [por comparação a Macau]. Mas vocês não são incapazes de tomar iniciativa e pensarem pela vossa cabeça.”

Usar máscara, lavar as mãos sempre que necessário e evitar espaços congestionados são os avisos principais. “A sério pessoal. Deixem-se de piadas e posts tontos e de queixumes sobre a incompetência dos governantes. Vão à farmácia comprar máscaras por favor”, rematou.

Medidas preventivas em Portugal

Lavar as mãos com frequência com sabão e água e esfregar as mãos com gel alcoólico se não for possível lavar as mãos

Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel descartável sempre que for necessário. O lenço de papel deverá ser deixado no caixote do lixo. Na ausência de lenços de papel poder-se-á tossir ou espirrar para a dobra do cotovelo

As pessoas que sintam tosse, febre ou dificuldades respiratórias devem permanecer em casa e não devem deslocar-se para o seu local de trabalho

Evitar contacto próximo com pessoas com tosse, febre ou dificuldades respiratórias

Limpar e desinfectar frequentemente objectos e superfícies de utilização comum

Em caso de sintomas ou dúvidas ligar para a linha SNS 24

O uso de máscara de protecção na população em geral não está recomendado, uma vez que não há qualquer evidência de benefício do seu uso fora de estabelecimentos de saúde.

Regressados de países como norte de Itália (regiões de Emigilia-Romana, Lombardia, Piemonte Veneto), China, Japão, Irão ou Singapura devem respeitar um período de isolamento de 14 dias após o seu regresso, estar atentos ao surgimento de sintomas

À hora do fecho desta edição, Governo pondera encerrar todas as escolas do país, numa altura em que algumas universidades e espaços de uso comunitário, sobretudo no norte do país, fecharam portas


DGS diz que está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir”

Esta terça-feira, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que Portugal está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” de equipamentos individuais de protecção para constituir uma reserva para enfrentar o surto de Covid-19.

“Neste momento tudo o que o mercado consegue produzir nós temos tentado adquirir para constituir uma reserva. Essa reserva será activada de acordo com as necessidades. Há um controlo muito restrito sobre esta reserva. É o Infarmed, que é parceiro da Direcção-geral de Saúde (DGS), que está a gerir, com excelência diria eu, esta reserva, mas quando é para activar é a DGS, com cada região e com o país, todo que vê como é que pode alocar parte da reserva”, disse Graça Freitas.

Sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente no que diz respeito a cuidados intensivos e camas de isolamento, Graça Freitas garantiu que há margem para expansão, caso se revele necessário.

“Obviamente em Portugal [os cuidados intensivos] também são um ponto de risco. Isso também não há como dizer que não são, mas há capacidade para os expandir e os hospitais estão a fazer não só levantamentos como a ver a sua capacidade de expansão em função do que estamos a aprender com os doentes e com os outros países. Neste momento a indicação que há é não só actualizar a informação da capacidade instalada, mas arranjar mecanismos para expandir essa capacidade instalada para minimizar o impacto”, disse.

“Infecções ligeiras” são 80%

Não quis precisar quantos quartos existem para isolamento, referindo que são “x”, mas esse número “pode ser aumentado para muito mais do que ‘x’” se necessário, uma vez que a qualquer momento “qualquer enfermaria pode passar a quarto de isolamento”.

Referiu, no entanto, que cerca de 80% dos casos de Covid-19 são infecções ligeiras, que podem ser tratadas em casa. Questionada sobre se conta com o sector privado e social para a resposta ao surto, Graça Freitas garantiu que conta com todos.

Questionada sobre se entende que a DGS tem na lei todos os poderes que necessita para fazer face ao surto, Graça Freitas respondeu afirmativamente. Esta sublinhou que o nível de tranquilidade da população em relação à epidemia, mesmo reconhecendo que circula muita informação que não é verdadeira, disse que não se deve chegar a um ponto em que as pessoas tenham que fazer stocks de bens e mantimentos e pediu aos portugueses que “não açambarquem”, referindo que em situações de crise é possível encontrar redes de solidariedade.

12 Mar 2020

Covid-19 | Actuação das autoridades portuguesas provoca receios em Macau 

Vários portugueses a residir em Macau estão preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a combater a Covid-19 e há quem esteja a planear levar familiares para o território, que está sem novos casos de infecção há 35 dias. Nas redes sociais, espalham-se os avisos para que em Portugal se comece a usar máscara, à semelhança do que acontece em Macau

[dropcap]S[/dropcap]em novos casos de infecção há 35 dias e sem doentes internados, Macau tornou-se no bom exemplo a nível mundial de como se deve combater o surto causado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19. No entanto, vários portugueses a residir no território mostram-se muito preocupados com a forma como as autoridades portuguesas estão a levar a cabo os trabalhos de combate ao surto. Com 61 casos diagnosticados no país, o uso de máscara em locais públicos continua a estar longe de ser generalizado, apesar de este material ter esgotado nas farmácias. Além disso, dias antes de serem diagnosticados os primeiros casos, não havia qualquer rastreio de passageiros vindos de Itália, país que actualmente é considerado de alto risco. Nesta fase, já com 61 casos de infecção confirmados, continua a não existir rastreio de pessoas no aeroporto, uma vez que, segundo relatos feitos ao HM, não é obrigatório o preenchimento de qualquer documento sobre a origem do visitante nem é verificada a temperatura corporal à chegada. Também não é efectuado qualquer outro tipo de rastreio.
O receio em Macau é tanto que há quem esteja a ponderar levar familiares para o território. É o caso de Vera Varela, cujo pai viaja para o território a 18 de Março para escapar ao coronavírus em Portugal.
“Decidi pedir ao meu Pai que venha para Macau, agora que a crise epidémica chegou a Portugal, pois não vejo que o Governo português esteja a tomar as devidas precauções contra esta epidemia, o que me gera preocupação e receio”, contou ao HM.
Para Vera, as medidas adoptadas pelas autoridades portuguesas não só estão atrasadas como não existe “um plano conjunto de prevenção”. “Vão sendo lançadas, escassas e atabalhoadas medidas, que serão insuficientes e tardias para evitar o colapso, especialmente, da já debilitada ‘saúde’. O meu principal receio é a ‘saúde’ dos hospitais em Portugal, que não estão preparados, há falta de médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e de condições necessárias, nomeadamente camas e zonas de isolamento. Tenho dúvidas que haja máscaras de protecção, hazmats, monitores, ventiladores, e medicamentos suficientes, vai ser caótico e triste.”
Quem também está a ponderar trazer os pais para Macau é Cristina Ferreira, jurista. “Os meus pais estão no grupo de risco e a minha irmã tem um bebé com um ano. Naturalmente que estou preocupada e sei que estariam mais seguros em Macau do que em Portugal”, disse ao HM.
Para Cristina Ferreira, a sociedade portuguesa ainda não tem verdadeira consciência do perigo que acarreta o novo coronavírus. Em Macau, pelo contrário, “há consciência do perigo de contágio e um sentimento de solidariedade e de cumprimento com as medidas de prevenção”.
“O respeito pelo colectivo não está a ser bem gerido devido à leviandade e à irresponsabilidade da Europa. O facto de não ter sintomas não significa que não seja portadora do vírus e não contamine o Ti Manel quando vou tomar a bica vinda do carnaval de Veneza! Não pode ser. As pessoas têm de ficar em casa durante 14 dias e aguardar sintomas reduzindo ao máximo os contactos e usando máscara ou outra protecção até passarem os 14 dias da incubação. Isto é básico e o Governo português não assume esta condição”, acrescenta a jurista.
Esta terça-feira, Graças Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que “havia uma grande pressão para publicar um plano específico” para o surto de Covid-19, mas que existia um plano genérico que permitia acção imediata e a acção era a prioridade. “Não podíamos deixar de agir. Não era que não quiséssemos publicar o plano, era porque já tínhamos um que nos permitia acção. Isso foi extremamente importante para a DGS.” O primeiro esboço formal do plano de contingência da DGS foi feito a 21 de Janeiro.

Negócios em crise

Vanessa Amaro, empresária, não só está preocupada com a sua família em Portugal como está também preocupada com os efeitos que esta epidemia vai causar no projecto de abertura de um segundo spa em Lisboa.
“Além dos receios do impacto que isso poderá ter nos meus familiares – tenho família em Guimarães e em Lisboa – também sinto que uma eventual epidemia terá efeitos catastróficos nos negócios que tenho em Portugal. Temos responsabilidades perante trabalhadores que dependem de nós para sustentar as suas famílias, e por isso caso o nosso spa venha a ser impactado, prevejo que não poderei contar com nenhum tipo de apoio financeiro para fazer face às despesas.”
Também Vanessa Amaro está preocupada com a forma “leviana” como o Governo português tem levado a cabo medidas preventivas. “Tenho bastante receio de como a ameaça de epidemia tem sido gerida pelas autoridades portuguesas, principalmente depois de termos passado por esta crise de maneira tão serena em Macau. Parece-me que as decisões são tomadas de forma muito leviana e as autoridades apenas vão tendo acções relativas, mostrando muito pouca pró-actividade.”
Já Sara Augusto, académica, confessa que avisou amigos em Portugal do verdadeiro impacto da epidemia que teve origem na cidade de Wuhan, China. “Dá-me a impressão que, não só as pessoas que conhecemos, mas também o Governo, não fizeram absolutamente nada. Deixou que as coisas chegassem à porta.”
Com alguns amigos “cépticos” em relação a medidas preventivas como o uso de máscara e desinfectante no dia-a-dia, Sara Augusto diz ter uma “família imensa” pelo facto de os pais “terem uma vida social muito forte” numa pequena cidade perto de Viseu.
“Depois de falar com uma das minhas irmãs, que é enfermeira, percebi que as pessoas, mesmo sem o Governo dizer nada, vão tomando as suas decisões. Há mais de duas semanas, a Universidade Sénior foi encerrada e não foi preciso o Governo dizer nada. Foi apenas porque alguns alunos da universidade foram a Itália e fizeram quarentena, ficaram em casa, mas a Universidade Sénior fechou por eles, não estiveram à espera”, apontou.
Sara Augusto confessa estar preocupada com a saúde da população idosa, um dos grupos de risco do novo coronavírus. “Será que em Portugal as medidas estão a ser eficazes? Não sei até que ponto podem estar a ser levadas a sério. Preocupa-me também as consequências económicas, em especial o aumento da clivagem entre o interior e as grandes cidades. Achava que os meus pais estavam sossegados na aldeia, mas não tenho tanta certeza. Basta um”, confessou.
Nas redes sociais, os alertas têm sido muitos. É o caso de Rita Gonçalves, professora de yoga, que decidiu chamar a atenção dos amigos que tem em Portugal. “Junto-me aos portugueses residentes em Macau/China que têm andado a partilhar este género de informação na tentativa de alertar amigos de Portugal. Bem sei que em Portugal nunca será possível montar tamanho dispositivo de ‘assepticidade’ e obediência civil [por comparação a Macau]. Mas vocês não são incapazes de tomar iniciativa e pensarem pela vossa cabeça.”
Usar máscara, lavar as mãos sempre que necessário e evitar espaços congestionados são os avisos principais. “A sério pessoal. Deixem-se de piadas e posts tontos e de queixumes sobre a incompetência dos governantes. Vão à farmácia comprar máscaras por favor”, rematou.

Medidas preventivas em Portugal

Lavar as mãos com frequência com sabão e água e esfregar as mãos com gel alcoólico se não for possível lavar as mãos
Cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel descartável sempre que for necessário. O lenço de papel deverá ser deixado no caixote do lixo. Na ausência de lenços de papel poder-se-á tossir ou espirrar para a dobra do cotovelo
As pessoas que sintam tosse, febre ou dificuldades respiratórias devem permanecer em casa e não devem deslocar-se para o seu local de trabalho
Evitar contacto próximo com pessoas com tosse, febre ou dificuldades respiratórias
Limpar e desinfectar frequentemente objectos e superfícies de utilização comum
Em caso de sintomas ou dúvidas ligar para a linha SNS 24
O uso de máscara de protecção na população em geral não está recomendado, uma vez que não há qualquer evidência de benefício do seu uso fora de estabelecimentos de saúde.
Regressados de países como norte de Itália (regiões de Emigilia-Romana, Lombardia, Piemonte Veneto), China, Japão, Irão ou Singapura devem respeitar um período de isolamento de 14 dias após o seu regresso, estar atentos ao surgimento de sintomas
À hora do fecho desta edição, Governo pondera encerrar todas as escolas do país, numa altura em que algumas universidades e espaços de uso comunitário, sobretudo no norte do país, fecharam portas


DGS diz que está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir”

Esta terça-feira, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, disse na Assembleia da República que Portugal está a comprar “tudo o que o mercado consegue produzir” de equipamentos individuais de protecção para constituir uma reserva para enfrentar o surto de Covid-19.
“Neste momento tudo o que o mercado consegue produzir nós temos tentado adquirir para constituir uma reserva. Essa reserva será activada de acordo com as necessidades. Há um controlo muito restrito sobre esta reserva. É o Infarmed, que é parceiro da Direcção-geral de Saúde (DGS), que está a gerir, com excelência diria eu, esta reserva, mas quando é para activar é a DGS, com cada região e com o país, todo que vê como é que pode alocar parte da reserva”, disse Graça Freitas.
Sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente no que diz respeito a cuidados intensivos e camas de isolamento, Graça Freitas garantiu que há margem para expansão, caso se revele necessário.
“Obviamente em Portugal [os cuidados intensivos] também são um ponto de risco. Isso também não há como dizer que não são, mas há capacidade para os expandir e os hospitais estão a fazer não só levantamentos como a ver a sua capacidade de expansão em função do que estamos a aprender com os doentes e com os outros países. Neste momento a indicação que há é não só actualizar a informação da capacidade instalada, mas arranjar mecanismos para expandir essa capacidade instalada para minimizar o impacto”, disse.

“Infecções ligeiras” são 80%

Não quis precisar quantos quartos existem para isolamento, referindo que são “x”, mas esse número “pode ser aumentado para muito mais do que ‘x’” se necessário, uma vez que a qualquer momento “qualquer enfermaria pode passar a quarto de isolamento”.
Referiu, no entanto, que cerca de 80% dos casos de Covid-19 são infecções ligeiras, que podem ser tratadas em casa. Questionada sobre se conta com o sector privado e social para a resposta ao surto, Graça Freitas garantiu que conta com todos.
Questionada sobre se entende que a DGS tem na lei todos os poderes que necessita para fazer face ao surto, Graça Freitas respondeu afirmativamente. Esta sublinhou que o nível de tranquilidade da população em relação à epidemia, mesmo reconhecendo que circula muita informação que não é verdadeira, disse que não se deve chegar a um ponto em que as pessoas tenham que fazer stocks de bens e mantimentos e pediu aos portugueses que “não açambarquem”, referindo que em situações de crise é possível encontrar redes de solidariedade.

12 Mar 2020

Covid-19 | Organização Mundial de Saúde declara pandemia

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje a doença Covid-19 como pandemia. “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afectados aumente”, afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”. “Os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”, ressalvou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça.

O vírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, teve origem em Dezembro na cidade de Wuhan, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

12 Mar 2020

Covid-19 | Organização Mundial de Saúde declara pandemia

[dropcap]A[/dropcap] Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje a doença Covid-19 como pandemia. “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afectados aumente”, afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS justifica a declaração de pandemia com “níveis alarmantes de propagação e inação”. “Os países podem ainda mudar o curso desta pandemia se detetarem, testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”, ressalvou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça.
O vírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, teve origem em Dezembro na cidade de Wuhan, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

12 Mar 2020

Covid-19 | Director da Faculdade Medicina do Porto destaca sucesso de Macau em carta

[dropcap]A[/dropcap]ltamiro da Costa Pereira, director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, especialista em Epidemiologia e Saúde Pública, alertou hoje para “a necessidade de se virem a tomar, com urgência, medidas mais restritivas que possam ainda vir a conter esta grave pandemia” em Portugal.

Numa carta aberta ao Conselho Nacional de Saúde Pública, que reúne esta quarta-feira em Lisboa, o responsável frisou o caso bem sucedido de Macau no combate ao novo coronavírus.

“Na China, uma vez reconhecida a magnitude do problema, rapidamente foram colocadas em prática medidas de quarentena cuja efetividade é hoje por demais notória. De facto, Wuhan começa a voltar à normalidade, Macau já não tem novos casos há mais de um mês , e em território chinês teme-se agora os casos importados! Já a Itália demorou mais tempo a tomar medidas mais restritivas, agindo maioritariamente de forma reactiva à medida que o número de novos casos disparava (e com os graus de liberdade inerentes às democracias)”, aponta.

Na mesma carta, Altamiro da Costa Pereira defende que “o ‘timing’ para adopção das inevitáveis medidas mais restritivas em Portugal poderá ter importantes consequências. Na verdade, é possível fazê-lo agora e prevenir ao máximo o número de novos casos de infeção, ou é possível manter a atitude que tem sido adoptada de apenas actuar quando surgem novos casos”.

SNS está “exaurido”

Segundo Altamiro da Costa Pereira, “por mais problemas sociais ou prejuízos económicos que venham a existir, no imediato – face às eventuais medidas de contenção que urge serem tomadas –, estes serão certamente bem menores do que aqueles que poderão advir dentro de duas a quatro semanas quando enfrentarmos o pico da epidemia, já com um SNS exaurido e uma população desamparada e desiludida”.

Neste seu contributo acerca da epidemia de Covid-19, em Portugal, Altamiro da Costa Pereira afirma que a sua “principal preocupação tem que ver com a limitada capacidade de resposta do SNS para enfrentar uma sobrecarga de procura”.

“Se as dificuldades do SNS já eram evidentes antes da epidemia por Covid-19 (algo que se verifica, por exemplo, na dificuldade de manter urgências abertas e funcionais de alguns serviços hospitalares) e se a Linha de Saúde SNS24 já não consegue dar resposta a todas as chamadas neste preciso momento, é de esperar o pior – ou seja, uma situação mais próxima do colapso – com o passar do tempo e subsequente aumento exponencial do número de casos de infeção Covid-19”, sustentou.

Actuar de forma rápida

Considerando que a voz do Conselho Nacional de Saúde Pública será muito importante para o aconselhamento das autoridades de saúde e do Governo português, Altamiro da Costa Pereira defende que “actuar rapidamente de forma preventiva e efectiva parece-me ser uma absoluta necessidade nesta fase de evolução da epidemia”.

“De facto, embora o enfrentamento de uma epidemia destas proporções e num mundo de tal forma globalizado seja algo inédito para todos nós, o facto de os primeiros casos de infeção Covid-19 em Portugal terem sido diagnosticados mais tardiamente que na maioria dos restantes países europeus abre-nos uma janela de oportunidade para implementarmos medidas efectivas de forma preventiva”, considera o director da Faculdade de Medicina do Porto.

Em seu entender, “é ilusório pensar que os próximos dias/semanas não trarão consigo muitos mais novos casos de infecção Covid-19. Nesse sentido, vale a pena olhar para os dois países com um maior número de casos confirmados de infecção e para o modo como foram capazes de responder à mesma”.

No final, sublinha o especialista, Itália acabou por ter de decretar quarentena, mas quando o fez já mais de 9000 pessoas tinham sido infectadas e mais de 400 tinham morrido . Acresce que nos hospitais italianos, já há relatos da necessidade de fazer opções relativamente a quem tratar, e o descontrolo italiano foi parte da causa da rápida disseminação da infeção a outros países europeus.

“A Itália mostra-nos que este último caminho pode revelar-se demasiadamente perigoso, tanto em termos humanos como em termos socio-económicos”, frisa.

A carta aberta do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto ao Conselho Nacional de Saúde Pública é subscrita pelo Conselho Nacional das Escolas Médicas. Altamiro da Costa Pereira é doutorado em Epidemiologia e Saúde Pública, pela Universidade de Dundee, Reino Unido, fundador e coordenador de uma unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o Centro de Investigação de Tecnologias e Sistemas de Informação em Saúde (CINTESIS), ex-director do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde da FMUP e actual director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

11 Mar 2020

Covid-19 | Director da Faculdade Medicina do Porto destaca sucesso de Macau em carta

[dropcap]A[/dropcap]ltamiro da Costa Pereira, director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, especialista em Epidemiologia e Saúde Pública, alertou hoje para “a necessidade de se virem a tomar, com urgência, medidas mais restritivas que possam ainda vir a conter esta grave pandemia” em Portugal.
Numa carta aberta ao Conselho Nacional de Saúde Pública, que reúne esta quarta-feira em Lisboa, o responsável frisou o caso bem sucedido de Macau no combate ao novo coronavírus.
“Na China, uma vez reconhecida a magnitude do problema, rapidamente foram colocadas em prática medidas de quarentena cuja efetividade é hoje por demais notória. De facto, Wuhan começa a voltar à normalidade, Macau já não tem novos casos há mais de um mês , e em território chinês teme-se agora os casos importados! Já a Itália demorou mais tempo a tomar medidas mais restritivas, agindo maioritariamente de forma reactiva à medida que o número de novos casos disparava (e com os graus de liberdade inerentes às democracias)”, aponta.
Na mesma carta, Altamiro da Costa Pereira defende que “o ‘timing’ para adopção das inevitáveis medidas mais restritivas em Portugal poderá ter importantes consequências. Na verdade, é possível fazê-lo agora e prevenir ao máximo o número de novos casos de infeção, ou é possível manter a atitude que tem sido adoptada de apenas actuar quando surgem novos casos”.

SNS está “exaurido”

Segundo Altamiro da Costa Pereira, “por mais problemas sociais ou prejuízos económicos que venham a existir, no imediato – face às eventuais medidas de contenção que urge serem tomadas –, estes serão certamente bem menores do que aqueles que poderão advir dentro de duas a quatro semanas quando enfrentarmos o pico da epidemia, já com um SNS exaurido e uma população desamparada e desiludida”.
Neste seu contributo acerca da epidemia de Covid-19, em Portugal, Altamiro da Costa Pereira afirma que a sua “principal preocupação tem que ver com a limitada capacidade de resposta do SNS para enfrentar uma sobrecarga de procura”.
“Se as dificuldades do SNS já eram evidentes antes da epidemia por Covid-19 (algo que se verifica, por exemplo, na dificuldade de manter urgências abertas e funcionais de alguns serviços hospitalares) e se a Linha de Saúde SNS24 já não consegue dar resposta a todas as chamadas neste preciso momento, é de esperar o pior – ou seja, uma situação mais próxima do colapso – com o passar do tempo e subsequente aumento exponencial do número de casos de infeção Covid-19”, sustentou.

Actuar de forma rápida

Considerando que a voz do Conselho Nacional de Saúde Pública será muito importante para o aconselhamento das autoridades de saúde e do Governo português, Altamiro da Costa Pereira defende que “actuar rapidamente de forma preventiva e efectiva parece-me ser uma absoluta necessidade nesta fase de evolução da epidemia”.
“De facto, embora o enfrentamento de uma epidemia destas proporções e num mundo de tal forma globalizado seja algo inédito para todos nós, o facto de os primeiros casos de infeção Covid-19 em Portugal terem sido diagnosticados mais tardiamente que na maioria dos restantes países europeus abre-nos uma janela de oportunidade para implementarmos medidas efectivas de forma preventiva”, considera o director da Faculdade de Medicina do Porto.
Em seu entender, “é ilusório pensar que os próximos dias/semanas não trarão consigo muitos mais novos casos de infecção Covid-19. Nesse sentido, vale a pena olhar para os dois países com um maior número de casos confirmados de infecção e para o modo como foram capazes de responder à mesma”.
No final, sublinha o especialista, Itália acabou por ter de decretar quarentena, mas quando o fez já mais de 9000 pessoas tinham sido infectadas e mais de 400 tinham morrido . Acresce que nos hospitais italianos, já há relatos da necessidade de fazer opções relativamente a quem tratar, e o descontrolo italiano foi parte da causa da rápida disseminação da infeção a outros países europeus.
“A Itália mostra-nos que este último caminho pode revelar-se demasiadamente perigoso, tanto em termos humanos como em termos socio-económicos”, frisa.
A carta aberta do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto ao Conselho Nacional de Saúde Pública é subscrita pelo Conselho Nacional das Escolas Médicas. Altamiro da Costa Pereira é doutorado em Epidemiologia e Saúde Pública, pela Universidade de Dundee, Reino Unido, fundador e coordenador de uma unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o Centro de Investigação de Tecnologias e Sistemas de Informação em Saúde (CINTESIS), ex-director do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde da FMUP e actual director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

11 Mar 2020

Covid-19 | Empresas de Wuhan autorizadas a retomar “gradualmente” a actividade

[dropcap]A[/dropcap]s empresas na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto de Covid-19 e em quarentena desde Janeiro passado, podem retomar “gradualmente” a actividade, informaram hoje as autoridades locais. Para as empresas que produzem bens e serviços essenciais a retoma deve ser imediata, detalhou o Governo da província de Hubei, do qual Wuhan é a capital.

Nesta categoria estão incluídas empresas de equipamento médico e farmácias, serviços públicos como fornecimento de gás, electricidade ou aquecimento, supermercados de produtos frescos e a produção agrícola.

As empresas de outros sectores de actividade, mas com “grande importância na cadeia produtiva nacional e internacional”, poderão retomar o trabalho após obterem autorização. As outras empresas não poderão reiniciar actividade até 21 de Março.

Regras semelhantes serão aplicadas nas áreas de “alto risco” no resto da província: empresas ligadas à prevenção da epidemia, necessidades básicas e serviços públicos podem voltar ao trabalho. Em territórios classificados como de “risco moderado ou baixo”, mais empresas serão autorizadas a voltar ao trabalho.

O transporte de passageiros de avião, comboio, carro, barco e autocarro pode também “gradualmente ser retomado” em áreas de “risco moderado ou baixo”, que exclui Wuhan, detalhou o Governo de Hubei, sem adiantar uma data específica.

Situada no centro da China, a província de Hubei concentra a maioria dos casos e mortes devido ao Covid-19 registados a nível mundial, 67.773 e 3.046, respectivamente. As medidas de isolamento afectaram quase 60 milhões de pessoas distribuídas por 15 cidades da província.

As autoridades de saúde de Hubei anunciaram hoje apenas 13 novas infecções nas últimas 24 horas – todas em Wuhan.

11 Mar 2020

Covid-19 | Empresas de Wuhan autorizadas a retomar “gradualmente” a actividade

[dropcap]A[/dropcap]s empresas na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto de Covid-19 e em quarentena desde Janeiro passado, podem retomar “gradualmente” a actividade, informaram hoje as autoridades locais. Para as empresas que produzem bens e serviços essenciais a retoma deve ser imediata, detalhou o Governo da província de Hubei, do qual Wuhan é a capital.
Nesta categoria estão incluídas empresas de equipamento médico e farmácias, serviços públicos como fornecimento de gás, electricidade ou aquecimento, supermercados de produtos frescos e a produção agrícola.
As empresas de outros sectores de actividade, mas com “grande importância na cadeia produtiva nacional e internacional”, poderão retomar o trabalho após obterem autorização. As outras empresas não poderão reiniciar actividade até 21 de Março.
Regras semelhantes serão aplicadas nas áreas de “alto risco” no resto da província: empresas ligadas à prevenção da epidemia, necessidades básicas e serviços públicos podem voltar ao trabalho. Em territórios classificados como de “risco moderado ou baixo”, mais empresas serão autorizadas a voltar ao trabalho.
O transporte de passageiros de avião, comboio, carro, barco e autocarro pode também “gradualmente ser retomado” em áreas de “risco moderado ou baixo”, que exclui Wuhan, detalhou o Governo de Hubei, sem adiantar uma data específica.
Situada no centro da China, a província de Hubei concentra a maioria dos casos e mortes devido ao Covid-19 registados a nível mundial, 67.773 e 3.046, respectivamente. As medidas de isolamento afectaram quase 60 milhões de pessoas distribuídas por 15 cidades da província.
As autoridades de saúde de Hubei anunciaram hoje apenas 13 novas infecções nas últimas 24 horas – todas em Wuhan.

11 Mar 2020

Covid-19 | China envia equipa de especialistas a Itália para apoiar no combate ao surto

[dropcap]A[/dropcap] China vai enviar uma equipa de especialistas a Itália para apoiar no combate ao surto do Covid-19, à medida que o país europeu se converte no segundo com mais casos de infecção a nível mundial. “A China está a preparar-se para enviar uma equipa de médicos especialistas a Itália para trabalhar na prevenção e controlo da epidemia”, revelou hoje o porta-voz do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse também, em comunicado, que, “apesar de a China continuar a ter alta procura por equipamento médico (…), vai fornecer máscaras a Itália e redobrar os esforços para exportar material de alta necessidade”, face a um pedido das autoridades italianas.

Itália já registou 631 mortos e 10.149 casos de infecção pela doença. Até à meia-noite de quarta-feira, a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizava, no total, 80.778 infectados e 3.158 mortos devido ao novo coronavírus.

No entanto, a maioria das mortes e casos de infeção no país foram registados na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde várias cidades permanecem em quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, enquanto a maioria das restantes províncias do país não registam novos casos há vários dias.

11 Mar 2020

Covid-19 | China envia equipa de especialistas a Itália para apoiar no combate ao surto

[dropcap]A[/dropcap] China vai enviar uma equipa de especialistas a Itália para apoiar no combate ao surto do Covid-19, à medida que o país europeu se converte no segundo com mais casos de infecção a nível mundial. “A China está a preparar-se para enviar uma equipa de médicos especialistas a Itália para trabalhar na prevenção e controlo da epidemia”, revelou hoje o porta-voz do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse também, em comunicado, que, “apesar de a China continuar a ter alta procura por equipamento médico (…), vai fornecer máscaras a Itália e redobrar os esforços para exportar material de alta necessidade”, face a um pedido das autoridades italianas.
Itália já registou 631 mortos e 10.149 casos de infecção pela doença. Até à meia-noite de quarta-feira, a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizava, no total, 80.778 infectados e 3.158 mortos devido ao novo coronavírus.
No entanto, a maioria das mortes e casos de infeção no país foram registados na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde várias cidades permanecem em quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, enquanto a maioria das restantes províncias do país não registam novos casos há vários dias.

11 Mar 2020

Covid-19 | Ministra diz que Portugal vai entrar na fase de mitigação rapidamente

[dropcap]A[/dropcap] ministra da Saúde afirmou hoje ser inevitável que Portugal entre “dentro de horas ou dias” na fase de mitigação da doença Covid-19, quando se verifica a transmissão comunitária da infecção.

“É inevitável que entremos dentro de horas ou dias” na fase de mitigação, porque “a dinâmica da situação epidemiológica está a ser muito rápida”, afirmou Marta Temido na Comissão Parlamentar de Saúde, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira.

A audição da ministra hoje no parlamento decorreu no dia em que o número de infecções em Portugal subiu para 59 casos face aos 41 registados na terça-feira, o maior aumento diário desde o início da epidemia.

“Tínhamos um conjunto significativo de contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, que têm feito um papel notável como foi perceptível em casos acontecidos no Porto e em Coimbra, com o apelo das autoridades de saúde à mobilização social para a identificação de eventuais contactos em eventos que juntaram volumes significativos de pessoas e que tiveram entre eles um caso confirmado”, observou Marta Temido.

Segundo a ministra, a definição de caso de Covid-19 foi alterada na terça-feira pela DGS, explicando que, a partir de agora, passa a ter em conta não só a situação epidemiológica e clínica, mas também a situação de outros síndromes que possam ser, à partida, identificados como a nova doença. “Todos os países estão a fazer, no fundo, este processo à medida que avançamos no combate ao surto”, afirmou.

O deputado Moisés Ferreira advertiu para as dificuldades da Linha SNS 24 e da Linha de Apoio ao Médico. “Continua a haver alguns relatos de muitas horas de espera para atendimento da Linha de Apoio ao Médico e compreendemos que isto é um problema”, disse o deputado, acrescentando que esta situação atrasa a triagem e a sinalização das pessoas para fazerem o teste, o que pode fazer com que “existam pessoas que podem estar contagiadas e que não são devidamente triadas”.

Durante a audição regimental, a ministra foi questionada pela deputada do CDS-PP Rita Bessa se as escolas iam encerrar e se as férias da Páscoa vão ser antecipadas devido à epidemia, lembrando que esta decisão já foi tomada em alguns países.

Apesar de ter remetido a decisão para a reunião do Conselho Nacional de Saúde, que se realiza hoje à tarde, Marta Temido disse que “não são medidas simples” e que é preciso ponderar os efeitos que esta decisão pode significar.

A ministra disse ser um facto que, por exemplo, a Grécia já tomou esta decisão, tendo um cenário parecido com Portugal. “Temos conversado muito entre ministros em Portugal e com os nossos congéneres e o ministro da Educação está a acompanhar essa possibilidade e os impactos que podem ter de ser minimizados noutras áreas”, disse Marta Temido.

A ministra referiu que há “muitas crianças cuja refeição única é na escola e o deixar de ter este ritmo precisa de precaução”, mas que se pode colmatar a trabalhar com outras redes como as autarquias e IPSS para garantir que “ninguém fica desprovido de uma substância básica por estar em isolamento.”

Também é preciso garantir resposta aos idosos e mais vulneráveis, “daí os contactos com as misericórdias, no sentido de ver como se podem usar esses recursos para melhor responder com coisas simples como pão, leite, géneros essenciais”, apontou.

A epidemia de Covid-19 foi detectada em Dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em mais de cem países e territórios

O número de infectados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados

A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada)

O boletim divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde assinala também que há 83 casos a aguardar resultado laboratorial e 3.066 contactos em vigilância, um aumento face aos 667 divulgados na terça-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) reúne-se hoje para discutir medidas de contenção do surto de Covid-19, incluindo a possibilidade de antecipação das férias escolares da Páscoa.

As medidas já adoptadas em Portugal para conter a epidemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

11 Mar 2020

Covid-19 | Ministra diz que Portugal vai entrar na fase de mitigação rapidamente

[dropcap]A[/dropcap] ministra da Saúde afirmou hoje ser inevitável que Portugal entre “dentro de horas ou dias” na fase de mitigação da doença Covid-19, quando se verifica a transmissão comunitária da infecção.
“É inevitável que entremos dentro de horas ou dias” na fase de mitigação, porque “a dinâmica da situação epidemiológica está a ser muito rápida”, afirmou Marta Temido na Comissão Parlamentar de Saúde, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira.
A audição da ministra hoje no parlamento decorreu no dia em que o número de infecções em Portugal subiu para 59 casos face aos 41 registados na terça-feira, o maior aumento diário desde o início da epidemia.
“Tínhamos um conjunto significativo de contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, que têm feito um papel notável como foi perceptível em casos acontecidos no Porto e em Coimbra, com o apelo das autoridades de saúde à mobilização social para a identificação de eventuais contactos em eventos que juntaram volumes significativos de pessoas e que tiveram entre eles um caso confirmado”, observou Marta Temido.
Segundo a ministra, a definição de caso de Covid-19 foi alterada na terça-feira pela DGS, explicando que, a partir de agora, passa a ter em conta não só a situação epidemiológica e clínica, mas também a situação de outros síndromes que possam ser, à partida, identificados como a nova doença. “Todos os países estão a fazer, no fundo, este processo à medida que avançamos no combate ao surto”, afirmou.
O deputado Moisés Ferreira advertiu para as dificuldades da Linha SNS 24 e da Linha de Apoio ao Médico. “Continua a haver alguns relatos de muitas horas de espera para atendimento da Linha de Apoio ao Médico e compreendemos que isto é um problema”, disse o deputado, acrescentando que esta situação atrasa a triagem e a sinalização das pessoas para fazerem o teste, o que pode fazer com que “existam pessoas que podem estar contagiadas e que não são devidamente triadas”.
Durante a audição regimental, a ministra foi questionada pela deputada do CDS-PP Rita Bessa se as escolas iam encerrar e se as férias da Páscoa vão ser antecipadas devido à epidemia, lembrando que esta decisão já foi tomada em alguns países.
Apesar de ter remetido a decisão para a reunião do Conselho Nacional de Saúde, que se realiza hoje à tarde, Marta Temido disse que “não são medidas simples” e que é preciso ponderar os efeitos que esta decisão pode significar.
A ministra disse ser um facto que, por exemplo, a Grécia já tomou esta decisão, tendo um cenário parecido com Portugal. “Temos conversado muito entre ministros em Portugal e com os nossos congéneres e o ministro da Educação está a acompanhar essa possibilidade e os impactos que podem ter de ser minimizados noutras áreas”, disse Marta Temido.
A ministra referiu que há “muitas crianças cuja refeição única é na escola e o deixar de ter este ritmo precisa de precaução”, mas que se pode colmatar a trabalhar com outras redes como as autarquias e IPSS para garantir que “ninguém fica desprovido de uma substância básica por estar em isolamento.”
Também é preciso garantir resposta aos idosos e mais vulneráveis, “daí os contactos com as misericórdias, no sentido de ver como se podem usar esses recursos para melhor responder com coisas simples como pão, leite, géneros essenciais”, apontou.
A epidemia de Covid-19 foi detectada em Dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em mais de cem países e territórios
O número de infectados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados
A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada)
O boletim divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde assinala também que há 83 casos a aguardar resultado laboratorial e 3.066 contactos em vigilância, um aumento face aos 667 divulgados na terça-feira.
No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos O Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP) reúne-se hoje para discutir medidas de contenção do surto de Covid-19, incluindo a possibilidade de antecipação das férias escolares da Páscoa.
As medidas já adoptadas em Portugal para conter a epidemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.

11 Mar 2020

Covid-19 | Pequim impõe quarentena a todas as pessoas que cheguem do exterior

[dropcap]T[/dropcap]odas as pessoas que chegarem a Pequim oriundas do exterior terão de cumprir um período de quarentena de 14 dias, informaram hoje as autoridades locais, à medida que o número de casos importados aumenta na capital chinesa.

Além das pessoas que chegam de países gravemente afetados pelo novo coronavírus, e já sujeitas a quarentena, a medida impõe que qualquer passageiro oriundo de um país estrangeiro será colocado “sob observação em casa ou num local previsto para esse fim”, afirmou em conferência de imprensa um funcionário do município de Pequim, Zhang Qiang.

A capital chinesa já estava a forçar passageiros chegados de alguns países gravemente afetados a medidas de quarentena, incluindo Coreia do Sul, Irão, Itália e Japão.

Mas à medida que o número de países afetados pelo surto de Covid-19 cresce, a cidade alargou a medida a todos os passageiros que chegam do exterior. A capital chinesa registou hoje seis novas infeções, cinco pessoas que regressaram de Itália e uma dos Estados Unidos.

A China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, num dia em que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

11 Mar 2020

Covid-19 | Pequim impõe quarentena a todas as pessoas que cheguem do exterior

[dropcap]T[/dropcap]odas as pessoas que chegarem a Pequim oriundas do exterior terão de cumprir um período de quarentena de 14 dias, informaram hoje as autoridades locais, à medida que o número de casos importados aumenta na capital chinesa.
Além das pessoas que chegam de países gravemente afetados pelo novo coronavírus, e já sujeitas a quarentena, a medida impõe que qualquer passageiro oriundo de um país estrangeiro será colocado “sob observação em casa ou num local previsto para esse fim”, afirmou em conferência de imprensa um funcionário do município de Pequim, Zhang Qiang.
A capital chinesa já estava a forçar passageiros chegados de alguns países gravemente afetados a medidas de quarentena, incluindo Coreia do Sul, Irão, Itália e Japão.
Mas à medida que o número de países afetados pelo surto de Covid-19 cresce, a cidade alargou a medida a todos os passageiros que chegam do exterior. A capital chinesa registou hoje seis novas infeções, cinco pessoas que regressaram de Itália e uma dos Estados Unidos.
A China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, num dia em que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

11 Mar 2020

Covid-19 | Dos 41 casos em Portugal um inspira cuidados, um melhorou e restantes estão estáveis

[dropcap]O[/dropcap]s 41 casos de Covid-19 em Portugal estão quase todos estáveis e apenas uma pessoa inspira cuidados, tendo havido uma “evolução positiva” num caso que inspirava cuidados na segunda-feira.

O balanço foi ontem feito pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pela directora-geral da Saúde, Graça Freitas, numa conferência de imprensa para dar conta do evoluir da situação da epidemia do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19.

Marta Temido citou os mesmos números que tinham sido divulgados na manhã de ontem, disse que do total de doentes um inspira mais cuidados, e acrescentou que hoje vai reunir o Conselho Nacional de Saúde, que irá discutir questões como a antecipação das férias escolares da Páscoa ou o funcionamento dos grandes museus.

A ministra reafirmou a importância de as populações respeitarem as indicações das autoridades de Saúde, como manterem-se isolados em caso de necessidade, evitarem viajar para zonas de risco, lavarem as mãos e não visitar pessoas vulneráveis.

“É fundamental que nos preparemos para a fase seguinte do surto”, alertou Marta Temido, explicando que as autoridades de Saúde ao mesmo tempo que estão a tentar conter o vírus também estão a preparar-se para um maior fluxo a hospitais ou para colheitas de sangue através do INEM, incluindo ao domicílio.

Quer a ministra quer a diretora-geral explicaram que até agora todos os casos de infeção com o novo coronavírus têm ligação epidemiológica a algum sítio ou caso, e que quando isso deixar de acontecer e a doença se espalhar através de contágio local deverá passar-se da atual fase de contenção para uma fase de mitigação.

“Neste momento os portugueses têm cumprido genericamente as indicações das autoridades de saúde pública”, disse, apelando para que sejam cumpridas as orientações das autoridades.

Questionadas pelos jornalistas, as duas responsáveis disseram que dos 41 casos de infecção um deles está a ser tratado no domicílio, por circunstâncias específicas, algo que no futuro pode ser uma “tendência dominante”, disse Graça Freitas.

Graça Freitas disse também que os bombeiros de todos os distritos vão receber formação das autoridades de saúde locais.

E Marta Temido, também nas respostas aos jornalistas, afirmou que os hospitais procurarão, caso necessário, fazer uma gestão equilibrada dos meios (como ventiladores) e disse que alguns hospitais estão a comprar equipamentos, como ventiladores, e outros a verificar equipamentos que tenham em reserva.

A epidemia de Covid-19 (a doença provocada pelo novo coronavírus) foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos. Cerca de 114 mil pessoas foram infectadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram. Portugal registou até ao momento 41 pessoas infectadas.

11 Mar 2020

Covid-19 | Dos 41 casos em Portugal um inspira cuidados, um melhorou e restantes estão estáveis

[dropcap]O[/dropcap]s 41 casos de Covid-19 em Portugal estão quase todos estáveis e apenas uma pessoa inspira cuidados, tendo havido uma “evolução positiva” num caso que inspirava cuidados na segunda-feira.
O balanço foi ontem feito pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pela directora-geral da Saúde, Graça Freitas, numa conferência de imprensa para dar conta do evoluir da situação da epidemia do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19.
Marta Temido citou os mesmos números que tinham sido divulgados na manhã de ontem, disse que do total de doentes um inspira mais cuidados, e acrescentou que hoje vai reunir o Conselho Nacional de Saúde, que irá discutir questões como a antecipação das férias escolares da Páscoa ou o funcionamento dos grandes museus.
A ministra reafirmou a importância de as populações respeitarem as indicações das autoridades de Saúde, como manterem-se isolados em caso de necessidade, evitarem viajar para zonas de risco, lavarem as mãos e não visitar pessoas vulneráveis.
“É fundamental que nos preparemos para a fase seguinte do surto”, alertou Marta Temido, explicando que as autoridades de Saúde ao mesmo tempo que estão a tentar conter o vírus também estão a preparar-se para um maior fluxo a hospitais ou para colheitas de sangue através do INEM, incluindo ao domicílio.
Quer a ministra quer a diretora-geral explicaram que até agora todos os casos de infeção com o novo coronavírus têm ligação epidemiológica a algum sítio ou caso, e que quando isso deixar de acontecer e a doença se espalhar através de contágio local deverá passar-se da atual fase de contenção para uma fase de mitigação.
“Neste momento os portugueses têm cumprido genericamente as indicações das autoridades de saúde pública”, disse, apelando para que sejam cumpridas as orientações das autoridades.
Questionadas pelos jornalistas, as duas responsáveis disseram que dos 41 casos de infecção um deles está a ser tratado no domicílio, por circunstâncias específicas, algo que no futuro pode ser uma “tendência dominante”, disse Graça Freitas.
Graça Freitas disse também que os bombeiros de todos os distritos vão receber formação das autoridades de saúde locais.
E Marta Temido, também nas respostas aos jornalistas, afirmou que os hospitais procurarão, caso necessário, fazer uma gestão equilibrada dos meios (como ventiladores) e disse que alguns hospitais estão a comprar equipamentos, como ventiladores, e outros a verificar equipamentos que tenham em reserva.
A epidemia de Covid-19 (a doença provocada pelo novo coronavírus) foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos. Cerca de 114 mil pessoas foram infectadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram. Portugal registou até ao momento 41 pessoas infectadas.

11 Mar 2020