Hoje Macau China / ÁsiaChina publica regras anti-monopólio para regular o sector digital A China publicou esta segunda-feira várias normas que visam “prevenir e barrar práticas monopolistas” de plataformas digitais, numa altura em que várias empresas do sector digital foram multadas por este tipo de conduta. Estas directrizes proíbem, por exemplo, as empresas de forçar os clientes a escolher entre duas plataformas ou vendas abaixo do custo de aquisição, como forma de concorrência desleal. A Administração Estatal de Regulação do Mercado indicou que os regulamentos visam “proteger a concorrência no mercado” e “salvaguardar os interesses do consumidor e do público”. Em Dezembro passado, o regulador multou os grupos Alibaba e Tencent por não cumprirem os procedimentos anti-monopólio na aquisição de outras empresas. Um porta-voz da agência disse na altura que, “embora o valor das multas seja relativamente baixo”, sinalizam uma fiscalização mais forte do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de mil manifestantes em Rangum contra o golpe de Estado em Myanmar Mais de mil pessoas começaram hoje a manifestar-se nas ruas de Rangum contra o golpe de Estado no início deste mês, no qual a líder Aung San Suu Kyi foi afastada do poder. “Estou a participar neste movimento porque não quero a ditadura”, disse à agência de notícias France-Presse o trabalhador de uma fábrica de confecção Hnin Thazin, durante o protesto na capital económica do país, iniciado às 10h locais. Ao mesmo tempo, os manifestantes apelavam para a realização de uma greve geral, tal como haviam feito durante o fim de semana, um pouco por todo o país. “Não vamos trabalhar mesmo que o nosso salário baixe”, acrescentou, desfilando ao lado de outros trabalhadores, monges e estudantes, que agitavam bandeiras vermelhas nas quais se podia ler: “Libertem os nossos dirigentes”, “Respeitem os nossos votos” ou “Rejeitem o golpe de Estado”. Em várias cidades do país decorriam protestos idênticos, tal como no fim de semana, com os manifestantes a gritarem: “Não queremos ditadura militar”, “Libertem ‘Mãe Suu'”. Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, foi detida, em local não conhecido, na segunda-feira. As manifestações, as mais importantes desde a revolta popular de 2007, violentamente reprimida pelos militares, decorreram sem grandes incidentes. Numa mensagem enviada aos órgãos de comunicação social, os organizadores dos protestos exigiram uma “revolução em todo o país contra a ditadura” e apelaram para uma greve geral, com um pedido aos funcionários públicos e trabalhadores das empresas privadas para se juntarem ao movimento. Dezenas de funcionários públicos de vários ministérios tinham já deixado de trabalhar na semana passada, em sinal de protesto. Os militares puseram fim, em 01 de fevereiro, a uma frágil transição democrática, ao instaurarem o estado de emergência por um ano e detiveram Suu Kyi e outros dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (LND). Mais de 150 pessoas, entre deputados, responsáveis locais e ativistas, foram interpelados e continuam detidos, indicou a AAPP. As ligações à internet foram parcialmente restabelecidas no domingo, depois de uma perturbação no serviço de 24 horas, mas o acesso à rede social Facebook, principal ferramenta de comunicação para milhões de birmaneses, continua a ser restrito. O país viveu sob um regime militar durante cerca de 50 anos, desde a independência em 1948. Uma liberalização progressiva começou em 2010, e cinco anos depois, com a vitória da LND nas eleições, chegou ao poder um governo civil, dirigido de facto por Suu Kyi. Muito criticada até há pouco pela comunidade internacional pela alegada passividade na crise dos muçulmanos rohingyas, Aung San Suu Kyi, que viveu sob residência vigiada durante 15 anos pela oposição à junta, continua a ser extremamente popular no país. De acordo com fontes partidárias, a ex-dirigente estará de “boa saúde”, confinada a uma residência em Naypyidaw, a capital construída pelos militares. A LND venceu novamente as legislativas de novembro, num escrutínio cuja regularidade foi contestada pelos militares, apesar de observadores internacionais não terem constatado quaisquer problemas graves. Os militares prometeram eleições livres depois do fim do estado de emergência.
Hoje Macau China / ÁsiaJornalista Cheng Lei acusada na China de fornecer segredos de Estado, diz Governo australiano O Governo da Austrália disse hoje que a jornalista australiana Cheng Lei, detida na China, foi acusada de “fornecer segredos de Estado a um país estrangeiro”. A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, afirmou que as autoridades chinesas apresentaram na sexta-feira uma acusação formal contra Cheng, nascida na China e apresentadora da televisão pública chinesa CGTN, detida desde 13 de agosto. O Governo australiano manifestou “grande preocupação” às autoridades chinesas acerca da detenção de Cheng e está a prestar-lhe assistência consular. “Esperamos que as normas básicas de equidade, justiça processual e tratamento humano sejam cumpridas, de acordo com as normas internacionais”, disse Payne. Além da jornalista, a China também deteve Yang Hengjun, escritor chinês-australiano, desde o início de 2019, por alegada espionagem. As relações já tensas entre Camberra e Pequim têm estado sob pressão crescente desde que a Austrália lançou este ano uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus, cujos primeiros casos da doença foram detetados na cidade chinesa de Wuhan. A Austrália também aprovou várias leis contra a interferência na política interna de países estrangeiros, sem citar explicitamente a China, com Pequim a responder impondo direitos aduaneiros a algumas importações australianas.
Hoje Macau China / ÁsiaSeca afecta 330.000 pessoas no sul da China Centenas de milhares de pessoas no sul e no leste da China estão a enfrentar escassez de água potável, devido aos baixos níveis de precipitação registados nos últimos meses, revelaram as autoridades. O Ministério dos Recursos Hídricos disse que mais de 500.000 hectares de terras aráveis foram afetados pela seca, deixando 330.000 pessoas em áreas rurais sem abastecimento suficiente de água potável. Desde outubro que os níveis de precipitação nas regiões a sul do rio Yangtse se fixaram entre 50% e 80% abaixo do normal, indicou a mesma fonte, citada pela imprensa chinesa. Cerca de 2,4 milhões de pessoas nas províncias de Zhejiang, Guangdong e Fujian já foram afetadas pela seca, e as preocupações estão a aumentar em Guangxi, Hunan e Yunnan, segundo o ministério. Em Taizhou, província de Zhejiang, os residentes da vila de Sanmen estão a enfrentar a pior seca dos últimos 50 anos, informou a emissora estatal CCTV. As autoridades locais ordenaram que o abastecimento de água para as famílias funcione apenas em dias alternados e que as empresas não essenciais que usam grandes quantidades de água suspendam as suas operações. Nas áreas rurais, a água potável é entregue aos moradores por bombeiros e novos poços estão a ser abertos para aumentar o abastecimento. Yuan Yuan, vice-diretor do departamento de previsão da Administração Meteorológica da China, disse em entrevista ao portal Thepaper.cn que a seca foi causada principalmente pela La Niña, um padrão climático complexo que ocorre devido às variações das temperaturas na banda equatorial do Oceano Pacífico. “A circulação anormal do ciclone continuou desde outubro e a sua intensidade aumentou no inverno”, referiu. Qian Yonglan, investigador do Centro Meteorológico Nacional, apontou que a seca já teve um impacto prejudicial nas safras de outono e inverno, como a batata, pimentão, tomate e banana, e pode representar uma ameaça às colheitas de arroz. “Se a precipitação continuar baixa, pode afetar o plantio do arroz”, descreveu.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Biden diz que vai haver “concorrência extrema” com China, mas não um conflito O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que a rivalidade com a China vai traduzir-se numa “concorrência extrema”, mas assegurou que quer evitar qualquer conflito entre as duas potências mundiais. Numa entrevista à televisão norte-americana CBS, de que foram divulgados apenas excertos, Biden diz que ainda não falou com o homólogo chinês, Xi Jiping, mas frisou não ter “nenhuma razão para não lhe telefonar” e que “há muito para falar”. “Ele é muito inteligente, é muito duro. Ele não tem – e não digo isto como uma crítica, é apenas a realidade -, ele não tem um grama de democracia em si”, acrescentou o Presidente norte-americano na entrevista. “Sempre lhe disse que não precisamos de ter um conflito. Mas vai haver uma concorrência extrema. E não o vou fazer da maneira que ele sabe. E é por isso que ele também está a enviar sinais. Não o vou fazer da maneira que Trump o fez. Vamos concentrar-nos nas regras internacionais”, acrescentou. A China é considerada por Washington como o seu principal adversário estratégico. Apesar disso, no seu primeiro discurso sobre política externa, na semana passada, Joe Biden foi relativamente vago quanto ao assunto, prometendo apenas estar disposto a enfrentar “o avanço do autoritarismo, em particular as ambições crescentes da China”. Biden disse então também que se vai empenhar, sem precisar, em “contrariar os abusos económicos da China” e os seus “atos de agressão” e que vai defender os direitos humanos, embora esteja determinado a trabalhar com Pequim “quando isso for do interesse dos Estados Unidos”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina financia assistência técnica a agricultura cabo-verdiana com aposta nas algas O Governo chinês assinou esta quinta-feira um acordo com Cabo Verde para o financiamento de quase 1,5 milhão de dólares em assistência técnica, a implementar pela FAO na atividade agrícola e segurança alimentar, apostando na produção de algas no arquipélago. O projeto de assistência técnica a Cabo Verde, a três anos (2021 a 2024), surge no âmbito do Programa de Cooperação Sul-Sul entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a China, e deverá abranger 4.500 agricultores das ilhas de Santo Antão e de Santiago, além de 100 investigadores, estudantes e técnicos, no reforço das capacidades. “Não se trata de um projeto de infra-estruturas, em que cerca de 1,5 milhões de dólares irão ser empregues em equipamentos e infra-estruturas. Não é nada disto. Trata-se essencialmente de partilha de conhecimento e de boas práticas no domínio da agricultura, da pecuária e da produção de algas marinhas como uma novidade no contexto dos projetos técnicos que temos estado a desenvolver aqui em Cabo Verde”, destacou o ministro da Agricultura, Gilberto Silva. O governante cabo-verdiano falava após a assinatura, na Praia, do acordo tripartido para implementar o projecto. Durante três anos, o projecto financiado pela China, com a presença de sete peritos chineses, vai fornecer a Cabo Verde assistência técnica na promoção da horticultura, com apoio à gestão dos solos, água e fertilizantes, e na promoção da proteção das plantas, através da introdução de métodos e da organização de formações de campo para a gestão integrada de pragas do milho e os métodos de controlo biológicos sobre as pragas de solo. Envolve ainda a “promoção do pequeno produtor pecuário”, através da melhoria da produção animal e da melhoria da genética animal, do reforço da vigilância epidemiológica e da valorização dos produtos animais. O projecto prevê ainda um estudo sobre a eco-fisiologia e o potencial do cultivo de algas marinhas e da cadeia de valor em Cabo Verde, bem como o desenvolvimento e implementação de “sítios-piloto para introduzir e promover a cultura de algas marinhas”, explicou a FAO. “Temos um imenso mar e é possível tirar melhor proveito deste imenso mar na produção de algas e introdução de algas como alimentos, mas também, e porque não, utilizar as algas para outros fins, como a cosmética e efeitos farmacêuticos. Temos de começar a tirar melhor proveito dos recursos marinhos”, enfatizou o ministro da Agricultura. O objectivo, explicou Gilberto Silva, é tirar partido da “experiência” da China nesta actividade. “Não tendo nós tradição nem experiência neste domínio, entendemos que é bom começar com estudos e com a partilha de conhecimentos que nos levem a definir melhor o caminho e empregar uma boa franja da nossa população, sobretudo aquela que se vem dedicando à extração de areias nas praias, à produção de algas. Portanto, encontrar um caminho mais sustentável para assegurar o emprego e o rendimento, e acima de tudo proteger o ambiente”, disse ainda o governante. O montante estimado do projeto é de quase 1,5 milhão de dólares, financiados pelo Governo da China, sendo a execução e gestão a cargo da FAO, através do acordo tripartido assinado. De acordo com Ana Touza, representante da FAO em Cabo Verde, o arquipélago será o décimo país a implementar um projeto ao abrigo do Programa de Cooperação Sul-Sul/FAO-China. “Em temos de inovação o destaque vai para a possibilidade de aquacultura em algas marinhas, área ainda não muito estudada e aproveitada em Cabo Verde, um país com 99% de mar e com grande potencial na matéria”, destacou a representante da FAO, sublinhando igualmente a atenção que será dada ao combate às pragas que afetam a produção agrícola no país. O embaixador da China em Cabo Verde, Du Xiaocong, assumiu que este projeto é um dos passos para assinalar, em 2021, os 45 anos das relações diplomáticas entre os dois países, reforçando a cooperação bilateral. “E demonstra que no futuro próximo, a China vai apoiar mais parceiros internacionais e oferecer mais apoio aos países africanos, na agricultura”, destacou o diplomata chinês. “Leva-nos a crer que vamos no caminho certo, no caminho de uma agricultura cada vez mais resiliente e adaptada às mudanças climáticas, mais inteligente e voltada para o reforço da segurança alimentar e nutricional, tendo em conta que é necessário produzir mais alimentos saudáveis e colocar na mesa dos cabo-verdianos”, concluiu o ministro Gilberto Silva.
Hoje Macau China / ÁsiaReino Unido retira licença de transmissão a canal estatal chinês CGTN O Reino Unido retirou esta quinta-feira a licença de transmissão ao canal de notícias estatal chinês CGTN, após apurar que o titular não tinha controlo editorial sobre a produção, controlada antes pelo Partido Comunista da China. A CGTN (China Global Television Network), que estava disponível na televisão gratuita e paga no Reino Unido, não comentou ainda a decisão. O regulador da imprensa britânico Ofcom começou a investigar o canal depois de várias pessoas terem apresentado queixa, devido à exibição de confissões forçadas, que violam as regras de justiça e objectividade. Uma das confissões envolveu o antigo funcionário do Consulado Britânico em Hong Kong que afirma ter sido detido e torturado pela polícia chinesa à procura de informações sobre os manifestantes na antiga colónia britânica. Outro caso envolveu um investigador corporativo britânico que disse ter sido forçado a confessar durante a sua detenção na China. O regulador disse ainda ter apurado que a entidade que detinha a licença do canal, a Star China Media Limited, não tinha responsabilidade editorial pela produção da CGTN, que é um requisito para obter licenciamento. Um pedido de transferência da licença para a China Global Television Network Corporation (CGTNC) foi rejeitado porque faltavam “informações cruciais”, disse o Ofcom. “Consideramos que o CGTNC seria desqualificado de deter uma licença, já que é controlado por um órgão que é controlado pelo Partido Comunista Chinês”, justificou ainda. O regulador disse que deu à CGTN “tempo significativo” para cumprir com os requisitos. “Após cuidadosa consideração, levando em consideração todos os factos e os direitos da emissora e do público à liberdade de expressão, decidimos que é apropriado revogar a licença da CGTN para transmitir no Reino Unido”, justificou.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Equipa da OMS em Wuhan diz que lado chinês está a cooperar Um dos investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) em busca de pistas sobre a origem do novo coronavírus na cidade de Wuhan, centro da China, disse hoje que o lado chinês ofereceu um alto nível de cooperação. Numa mensagem difundida via Twitter, o zoólogo Peter Daszak elogiou as reuniões de quarta-feira com a equipa do importante Instituto de Virologia de Wuhan, incluindo o vice-diretor Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Daszak para rastrear as origens da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SARS, que teve origem na China, em 2003. “Reunião extremamente importante hoje, incluindo com o Dr. Shi Zhengli. Uma discussão franca e aberta. As principais perguntas que fizemos tiveram resposta”, escreveu Daszak. A equipa permaneceu no hotel e parecia não ter visitas programadas para hoje. Anteriormente, Daszak difundiu imagens dos jornalistas à porta do instituto. “Agradecemos à imprensa pela sua paciência e interesse em divulgar estas notícias para o mundo. O trabalho está a avançar e esperamos poder conversar sobre os resultados o mais rápido possível”, apontou. O Instituto de Virologia de Wuhan juntou muitas amostras de vírus, levando a alegações não comprovadas de que pode ter causado o surto original, através de um acidente. A China negou veementemente essa possibilidade e promoveu teorias não comprovadas de que o vírus pode ter tido origem em outro lugar. A equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou ainda hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado ao surto original. É provável que sejam precisos anos para confirmar a origem do vírus por causa da pesquisa exaustiva, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens possa ter passado o vírus para comerciantes que o carregaram para Wuhan, mas isso ainda não foi provado. Os primeiros pacientes da covid-19 foram detetados em Wuhan, no final de 2019, levando o governo a colocar a cidade de 11 milhões de habitantes sob um bloqueio de 76 dias. Desde então, a China relatou mais de 89.000 casos e 4.600 mortes.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Norte vai receber 1,9 milhões de vacinas no primeiro semestre A Coreia do Norte vai receber 1.992.000 unidades de vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a covid-19 no primeiro semestre do ano através do projeto COVAX, segundo um relatório provisório divulgado na quarta-feira. O relatório divulgado pela COVAX [consórcio que pretende garantir aos países de baixo e médio rendimento acesso às vacinas contra a covid-19] avança que a Coreia do Norte vai receber vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford e fabricadas pelo Serum Institute of India (SII). De acordo com o documento, a previsão é que entre 35 e 40% do total seja entregue no primeiro trimestre e 60-65% no segundo. O mecanismo global de fornecimento de vacinas explicou que começará a distribuir um total de 337 milhões de doses para países de baixo e médio rendimento no final de fevereiro. Os meios de propaganda norte-coreana não noticiaram hoje o anúncio da COVAX. El Rodong, principal jornal de um regime, divulgou hoje os últimos números de infeções a nível global, com reportagens separadas para os números da Europa ou da Ásia. A Coreia do Norte continua a não relatar nenhum caso de covid-19 à Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com o último relatório regional da organização com sede em Genebra. De acordo com Pyongyang, nenhuma das mais de 13.200 pessoas que fizeram o teste teve resultado positivo. No entanto, e apesar de o país ter fechado as suas fronteiras, a total ausência de infeções é uma afirmação que muitos especialistas duvidam ser verdadeira. Em agosto passado, o regime publicou um decreto no qual reconhecia que muitos norte-coreanos continuaram a entrar e sair ilegalmente da China durante o início da pandemia e que dava ordens para atirar para matar qualquer um que se aproximasse das áreas de fronteira. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio 2020 | Presidente da organização desculpa-se por comentários ofensivos sobre mulheres O presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, pediu hoje desculpas públicas pelos comentários ofensivos sobre mulheres, um dia depois de o incidente ter gerado críticas e apelos à sua demissão. “Reconheço que os comentários durante a reunião com o Comité Olímpico do Japão foram contrários ao espírito olímpico. Lamento”, disse hoje Mori, de 83 anos, durante uma conferência de imprensa. Na quarta-feira, Yoshiro Mori defendeu que as mulheres têm dificuldade em ser concisas, observando que os membros femininos do órgão a que preside “sabem colocar-se no seu lugar”. As declarações do responsável máximo do comité organizador da próxima edição dos Jogos Olímpicos (JO), adiada para 2021 devido à pandemia de covid-19, foram feitas durante uma reunião com o Comité Olímpico do Japão, aberta à comunicação social e reproduzidas pelo diário Asahi Shimbun. “As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante”, sustentou Mori. “As mulheres têm espírito competitivo. Se uma levanta a mão [para poder intervir], as outras sentem-se na obrigação de se exprimirem também. É por isso que todos acabaram por falar”, acrescentou. O antigo primeiro-ministro japonês (2000-2001) notou que “o comité organizador [dos Jogos Olímpicos Tóquio2020] tem sete mulheres, mas elas sabem colocar-se no seu lugar”, um comentário que motivou sorrisos entre vários responsáveis presentes na reunião. As declarações levaram a uma chuva de críticas na rede social Twitter, com apelos à demissão de Mori, acusando-o de discriminar as mulheres. Questionado sobre se tencionava abandonar o cargo, por causa da polémica, Mori recusou à partida essa possibilidade, mas acrescentou: “Se todos me disserem que estou a incomodar, então deverei pensar nisso”. O responsável máximo do comité que prepara os próximos JO na capital japonesa reiterou as desculpas perante os ofendidos com as declarações e as pessoas que fazem parte da organização, considerando que “estão a fazer tudo o que é possível” para o sucesso da competição. O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Económico Mundial sobre a igualdade de género, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Farmacêutica Sinovac solicita autorização na China para comercializar vacina A farmacêutica chinesa Sinovac solicitou à Administração Nacional de Produtos Médicos da China “autorização comercial condicional” para a sua vacina contra a covid-19, designada CoronaVac, informou hoje a empresa em comunicado. Segundo a nota, o antígeno já foi fornecido a “dezenas de milhares de pessoas na China” como parte de um programa de uso de emergência, lançado em julho passado, e que visou grupos específicos com alto risco de infeção. “Catorze dias após a vacinação das duas doses, a taxa de eficácia está de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes para avaliação clínica de vacinas preventivas para a covid-19 emitidas pela Administração Nacional de Produtos Médicos”, assegurou a Sinovac. “A vacina candidata foi testada em ensaios clínicos da fase 3, realizados fora da China. Os resultados preliminares desses testes mostraram um bom perfil de segurança para a vacina”, acrescentou a empresa. Os ensaios revelaram diferentes taxas de eficácia para a vacina da Sinovac: na Turquia, os testes revelaram uma eficácia de 91,25%, na Indonésia, de 65,3%, e no Brasil de 50,4%. No mês passado, as autoridades chinesas autorizaram, pela primeira vez, o uso comercial de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica Sinopharm e pela sua subsidiária, o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim. A China está a executar uma campanha de vacinação que visa imunizar 50 milhões de nacionais, antes da chegada do Ano Novo lunar, em 12 de fevereiro. Desde o início da pandemia, 89.649 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | China rejeita ter dado consentimento tácito ao golpe A China rejeitou hoje ter apoiado ou dado consentimento tácito ao golpe de Estado em Myanmar (antiga Birmânia) e reiterou que espera que todas as partes resolvam as suas diferenças e promovam a estabilidade. “Essas teorias não são verdadeiras. Desejamos que todas as partes em Myanmar possam resolver as suas diferenças e defender a estabilidade política e social”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, questionado sobre o alegado apoio de Pequim. Wang observou que a comunidade internacional “deve criar um bom ambiente externo” para que o país do sudeste asiático possa “resolver os seus conflitos de maneira apropriada”. “A China está perplexa e chocada com a fuga de um documento interno que está a ser debatido no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse o porta-voz, referindo-se à publicação por órgãos de imprensa do projeto de resolução que não foi aprovado na terça-feira pelo órgão máximo da ONU, devido ao bloqueio da China e da Rússia. O projeto, promovido pelo Reino Unido, condenava o golpe e instava os militares a respeitar a lei e os Direitos Humanos e a libertar os detidos imediatamente. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, visitou em janeiro Myanmar, onde se encontrou com o chefe militar, Min Aung Hlaing, que executou o golpe, e também com a líder de fato do Executivo, Aung San Suu Kyi, que foi presa após os militares assumirem o poder. A China reiterou desde a última segunda-feira que confia que todas as partes no Myanmar “vão resolver corretamente as suas diferenças, de acordo com a Constituição e a lei”. “Qualquer decisão da comunidade internacional deve ajudar a estabilidade política e social em Myanmar, promover uma solução pacífica e evitar mais conflitos”, enfatizou o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Equipa da OMS visita laboratório em Wuhan alvo de especulação Investigadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) visitaram hoje o laboratório na cidade chinesa de Wuhan que tem sido objecto de especulação sobre a origem do novo coronavírus, sustentada pela anterior administração dos Estados Unidos. A visita da equipa da OMS ao Instituto de Virologia de Wuhan faz parte da missão para reunir dados e pistas sobre a origem e a disseminação do vírus. Jornalistas estrangeiros acompanharam a equipa até à instalação de alta segurança, mas tal como em visitas anteriores, não houve acesso direto aos investigadores, que deram poucos detalhes sobre a pesquisa em Wuhan, até à data. Guardas de segurança em uniforme e à paisana ficaram de vigia, mas não havia sinal dos trajes de proteção que os membros da equipa usaram na terça-feira, durante uma visita a um centro de pesquisa de doenças animais. O instituto, que é um dos principais laboratórios de pesquisa de vírus da China, construiu um arquivo de informações genéticas sobre coronavírus em morcegos, após o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, em 2003. Isto levou a alegações de que a covid-19 pode ter vazado daquelas instalações, teoria promovida pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados em Wuhan, no final de 2019. A China negou veementemente essa possibilidade. O Governo chinês promoveu teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais. O vice-director do instituto é Shi Zhengli, um virologista que trabalhou com Peter Daszak, zoólogo na equipa da OMS, para rastrear as origens da SARS, que teve origem na China e levou ao surto de 2003. Shi publicou estudos em revistas académicas e trabalhou para refutar as teorias defendidas por Trump de que o vírus é uma arma biológica que vazou do laboratório do instituto. Depois de duas semanas em quarentena, a equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou hospitais, institutos de pesquisa e um mercado de frutos do mar ligado a muitos dos primeiros casos. Determinar a origem de um surto requer uma grande quantidade de pesquisas, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. Uma possibilidade é que um caçador de animais selvagens tenha passado o vírus para comerciantes, que o levaram para Wuhan. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.237.990 mortos resultantes de mais de 103,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Chefe militar diz que golpe de segunda-feira era “inevitável” O chefe das Forças Armadas do Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, que passou a concentrar o essencial dos poderes, considerou ontem que o golpe de Estado militar de segunda-feira era “inevitável”. “Este desfecho era inevitável para o país e foi por isso que o escolhemos”, declarou o general Min Aung Hlaing segundo a página oficial das Forças Armadas na rede social Facebook, um dia após o golpe de estado condenado pelos principais atores internacionais. As declarações do responsável militar coincidiram com um endurecimento da posição dos Estados Unidos, que hoje acusou os militares birmaneses de terem perpetrado um “golpe de estado”, implicando uma redução da ajuda norte-americana, apesar de o chefe militar continuar aparentemente a ignorar as condenações internacionais e os apelos à libertação da líder do Governo civil, Aung San Suu Kyi. “Após uma análise cuidadosa dos factos e circunstâncias, chegamos à conclusão de que Aung San Suu Kyi, a líder do partido governante em Myanmar, e Win Myint, o Presidente do Governo eleito, foram depostos num golpe” na segunda-feira, disse um oficial do Departamento de Estado norte-americano. Os Estados Unidos anunciaram também que irão limitar a ajuda pública ao Governo de Myanmar, que fica “automaticamente interrompida”. O exército prendeu na segunda-feira a chefe do Governo civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais. Os militares acusaram a comissão eleitoral de não ter sanado as “enormes irregularidades”, que segundo eles ocorreram durante as eleições legislativas de novembro, vencidas por esmagadora maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND, na sigla em inglês), no poder desde 2015. Para além da interrupção da ajuda financeira a Myanmar, o Governo norte-americano fará também cortes na colaboração em diversos programas de ajuda internacional.
Hoje Macau China / ÁsiaAlto diplomata chinês apela a melhoria das relações com os Estados Unidos O mais alto quadro da diplomacia chinesa apelou a melhores relações com os Estados Unidos, ressalvando que Washington deve “respeitar efectivamente a posição e as preocupações da China na questão de Taiwan”. O chefe do gabinete do Partido Comunista para os assuntos externos, Yang Jiechi, disse que os dois países têm diferenças entre si, mas que não devem permitir que isso atrapalhe as relações. Em comentários no influente Comité Nacional dos EUA sobre as relações bilaterais, Yang deu continuidade ao tom positivo que a China está a adotar em relação à nova administração norte-americana, após um deteriorar das relações, durante o mandato do ex-presidente Donald Trump. As relações deterioram-se rapidamente, face a uma prolongada guerra comercial e disputas sobre o estatuto de Hong Kong ou Taiwan, ilha que Pequim considera ser uma província chinesa, apesar de actuar como entidade política soberana. “A China e os Estados Unidos são dois grandes países com histórias, culturas e sistemas diferentes e, portanto, têm diferenças em algumas questões. É crucial geri-las adequadamente e não permitir que interfiram no desenvolvimento geral das relações bilaterais”, disse Yang, numa intervenção via vídeo. Os EUA devem “respeitar o princípio de uma só China e respeitar efetivamente a posição e as preocupações da China sobre a questão de Taiwan”, disse Yang. O tom positivo alimenta a perceção de que os líderes chineses esperam um novo início nas relações e um discurso mais civilizado com Washington, apesar das profundas divisões. Os EUA acusam a China de usurpar propriedade intelectual e condenam as políticas de Pequim para as regiões do Tibete, Xinjiang e Hong Kong. A China ressente-se ainda do apoio dado pelos EUA a Taiwan, juntamente com a presença militar norte-americana no Mar do Sul da China. A nomeada de Biden para embaixadora nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, designou na semana passada a China como “adversário estratégico” que ameaça o mundo, e expressou pesar por um discurso que fez, em 2019, no qual elogiou as iniciativas da China em África sem referir abusos dos Direitos Humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Pequim pede à comunidade internacional que não complique a situação A China apelou ontem à comunidade internacional para não “complicar ainda mais a situação” em Myanmar (antiga Birmânia), antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do golpe de Estado. Pequim, que tem importantes interesses estratégicos e económicos no seu vizinho do sul, é tradicionalmente hostil à “interferência” nos assuntos internos dos Estados e à imposição de sanções internacionais. Depois de pedir às partes que “resolvam as suas disputas”, de acordo com as leis e a Constituição do país, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu hoje à comunidade internacional “que contribua para a estabilidade política e social” no Myanmar. O Conselho de Segurança da ONU deve realizar uma reunião de emergência sobre a situação no país durante o dia de ontem. O porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin pediu que se evite a escalada do conflito e se complique ainda mais a situação. O presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçou na segunda-feira impor sanções contra Myanmar, depois de os militares tomarem o poder e prenderem os principais líderes civis do país, incluindo a Nobel da Paz e líder de facto, Aung San Suu Kyi. Na China, a imprensa oficial recorreu ontem a eufemismos para reportar a situação no país vizinho, evitando cuidadosamente usar o termo “golpe”. A agência noticiosa oficial Xinhua falou de uma “grande remodelação do gabinete”, para se referir à substituição de ministros civis por militares. Citando “especialistas”, o jornal oficial em inglês Global Times referiu-se ao golpe militar como “ajuste à estrutura de poder desequilibrada”. O jornal culpou ainda o ex-presidente dos EUA Donald Trump pelo comportamento dos militares do Myanmar. “Ao se recusar a admitir a sua derrota eleitoral e aparentemente encorajar distúrbios no Capitólio, Trump pode ter servido de exemplo para os militares do Myanmar”, acusou o Global Times.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão prolonga estado de emergência em Tóquio e outros departamentos O Governo japonês prolongou hoje o estado de emergência em Tóquio e outros departamentos do país devido à covid-19 até 7 de Março, a menos de seis meses dos Jogos Olímpicos, adiados devido à pandemia. A extensão do estado de emergência por um mês vai abranger 10 dos 11 departamentos atualmente afetados pela medida, segundo o primeiro-ministro, Yoshihide Suga, durante uma reunião com o gabinete responsável por orientar a resposta do Governo. Sob o estado de emergência, o Governo emitiu pedidos não vinculativos para que as pessoas evitem aglomerações e refeições em grupos e para que os restaurantes e bares fechem às 20:00. Os novos casos diminuíram em Tóquio e em todo o país desde o início de janeiro, mas os especialistas dizem que os hospitais continuam inundados com casos graves e que as medidas preventivas devem permanecer em vigor. O Japão teve cerca de 400.000 infeções de covid-19, incluindo 5.800 mortes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede aos EUA que também convidem a OMS para investigar origem do vírus A China instou ontem os Estados Unidos a convidarem também os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estão actualmente na cidade chinesa de Wuhan para investigar a origem do novo coronavírus. Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin disse que especialistas locais “compartilharam uma vasta quantidade de informações e resultados de pesquisas” com cientistas internacionais e fizeram “trocas aprofundadas” com eles. Wang espera que os EUA sigam o exemplo da China e adoptem uma atitude “positiva, científica e cooperativa” na busca da origem do vírus. Defende também que os Estados Unidos devem convidar especialistas da OMS para visitar o país como parte das suas pesquisas. Alguns porta-vozes chineses afirmaram que o vírus poderia ter chegado a Wuhan através dos soldados do Exército dos EUA que participaram dos Jogos Militares na cidade, em outubro de 2019, e até apontaram a possibilidade de que o vírus tenha surgido num laboratório norte-americano. Não há qualquer evidência científica nesse sentido. No seu quarto dia em Wuhan, a missão de especialistas internacionais visitou um centro de prevenção e controle de doenças animais. A possibilidade de o vírus ter chegado aos humanos por meio de um animal, eventualmente de um morcego, é a mais plausível, segundo os cientistas, diretamente ou por meio de um “hospedeiro intermediário”. Na quarta-feira, os especialistas da OMS vão visitar o Instituto de Virologia de Wuhan e o seu laboratório P4 para máxima segurança biológica. O governo anterior dos Estados Unidos garantiu repetidamente que o vírus saiu daquele laboratório, embora não tenha fornecido nenhuma prova. Até à data, a OMS reiterou que todas as hipóteses estão em cima da mesa e reclamou às autoridades chinesas que prestem o “apoio, acesso e dados” que os especialistas precisam. O Governo chinês promoveu ainda teorias de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China prende mais de 80 suspeitos de vender vacinas falsas A China prendeu mais de 80 pessoas suspeitas de envolvimento num esquema de venda de vacinas falsas contra a covid-19, que funcionava desde setembro do ano passado, informou hoje a imprensa oficial. O jornal estatal Global Times noticiou que as autoridades chinesas também apreenderam 3.000 doses do falso antígeno durante a operação. Segundo a mesma fonte, a rede criminosa estava presente em várias cidades e a operação foi realizada em conjunto pelas forças de segurança de Pequim e das províncias de Jiangsu e Shandong, no litoral norte da China. Citado pelo jornal, o especialista em vacinas Tao Lina garantiu que “as ‘vacinas’, cheias de soro fisiológico, não surtem efeito, mas também não causam problemas de saúde, por isso é claro que os suspeitos queriam dinheiro”. Outras fontes citadas pelo Global Times argumentaram que a rede poderia estar envolvida na comercialização dessas vacinas falsas no exterior. Em 28 de janeiro, a farmacêutica chinesa Sinovac, que desenvolveu uma das vacinas no país asiático, publicou um comunicado no qual alertava que algumas “empresas e indivíduos” falsificaram e utilizaram documentos de autorização da empresa para tentarem atuar como “distribuidores da vacina CoronaVac contra a covid-19 e outros produtos de vacinação em mercados fora da China”. A China iniciou no ano passado uma série de campanhas de vacinação para casos especiais, como militares ou diplomatas colocados no exterior. As autoridades sanitárias iniciaram também em dezembro passado uma campanha que visa imunizar até 50 milhões de chineses, antes da chegada do Ano do Boi, em 12 de fevereiro, quando milhões de trabalhadores chineses regressam às respetivas terras natais. A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou hoje que diagnosticou 12 casos por contágio local na segunda-feira, em duas províncias do nordeste do país. O número total de infetados ativos na China continental é de 1.582, entre os quais 72 se encontram em estado grave, segundo as estatísticas oficiais.
Hoje Macau China / ÁsiaChina disposta a partilhar tecnologia nuclear A China promoverá a cooperação internacional no uso pacífico da energia nuclear, partilhando a tecnologia de seu novo reactor de terceira geração, que acaba de entrar em uso comercial, informou um especialista no domingo. A unidade nº 5 do reactor começou a gerar electricidade para venda no sábado na cidade de Fuqing, na Província de Fujian, leste da China, a primeira unidade de energia nuclear do país que usa a tecnologia Hualong One, um reactor de terceira geração desenvolvido pelo próprio país. “Estamos dispostos a fornecer a outros países do mundo a tecnologia Hualong, incluindo componentes principais, treino de pessoal, bem como as nossas experiências em cooperação global”, disse Xing Ji, designer-chefe da Hualong One, em entrevista à Xinhua. “Também esperamos uma cooperação mais ampla com outros países no desenvolvimento de novas tecnologias de energia nuclear”, afirmou Xing, também engenheiro-chefe da China Nuclear Power Engineering Corporation. A China tem participado activamente de organizações internacionais no campo da energia nuclear, como a Agência Internacional de Energia Atómica, para promover intercâmbios tecnológicos internacionais. O país também desempenha um papel significativo no ITER, a maior experiência de fusão nuclear do mundo, e trabalha com outros países para enfrentar desafios a este respeito. Com 716 patentes nacionais e 65 internacionais, mais de 200 marcas registadas no exterior e 125 direitos autorais de software, o Hualong One é o modelo nacional da China para o reactor de terceira geração mais seguro e eficiente. A segurança é geralmente uma grande preocupação para as centrais nucleares, algo ainda mais sublinhado desde o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011. O Hualong One tem uma vida útil de 60 anos e cumpre os mais rigorosos padrões de segurança do mundo. De acordo com Xing, o núcleo do reactor do Hualong One contém 177 conjuntos de combustível. O projecto pode aumentar a potência da unidade e torná-la mais segura. O reactor vem completo com uma combinação de sistemas de segurança activa e passiva. O sistema de segurança passiva, que depende de forças naturais como a gravidade, fornece uma rede de segurança extra para o reactor quando todos os abastecimentos energéticos são desligados em emergências, observou Xing. O Hualong One foi projectado para resistir a danos equivalentes a um terramoto de magnitude 9 ou ao impacto de uma aeronave, acrescentou. O reactor pode evitar vazamentos nucleares e reiniciar rapidamente as operações, mesmo em circunstâncias extremas como as de Fukushima, onde um terramoto foi associado a um tsunami. A energia nuclear é considerada uma fonte de energia limpa, promovida para o desenvolvimento global de baixo carbono. O passo à frente do Hualong One nas operações comerciais demonstra “o compromisso da China com o desenvolvimento verde como um país responsável”, destacou Xing. A China prometeu atingir o pico das suas emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Xing acredita que essas metas exigem muito mais confiança em alternativas de baixo carbono, como a energia nuclear. A unidade nº 5 provavelmente gerará quase 10 biliões de kWh de eletricidade por ano, reduzindo potencialmente as emissões de dióxido de carbono em 8,16 milhões de toneladas em termos anuais, mostraram os dados da China National Nuclear Corporation. O Hualong One também estendeu o intervalo de reabastecimento para 18 meses, tornando-o mais económico, segundo Xing. O engenheiro também mencionou que a China obteve resultados frutíferos na pesquisa de tecnologia de energia nuclear de quarta geração para uso comercial. O país fez avanços nas tecnologias de reactores de neutrões rápidos e reactores de alta temperatura refrigerados a gás.
Hoje Macau China / ÁsiaNavalny | Analistas dizem que russos perderam o medo de Vladimir Putin A população russa está a perder o medo de Vladimir Putin, mas o Presidente russo dificilmente negociará com os opositores ao regime, para não mostrar sinais de fraqueza, dizem analistas consultados pela Lusa. Este fim de semana, a polícia russa deteve mais de 4.700 pessoas e bloqueou os centros de várias cidades, incluindo a capital, durante novas manifestações no país pela libertação do opositor Alexei Navalny. Os apoiantes de Navalny apelam à realização de novos protestos em Moscovo, na terça-feira, quando este for presente a tribunal numa audição que poderá levá-lo à prisão por vários anos, prometendo a continuação das manifestações que têm realizado em várias cidades russas. “Os manifestantes que pedem a libertação de Navalny não são necessariamente apoiantes seus. São, sobretudo, pessoas que admiram a coragem que ele tem demonstrado ao enfrentar o Presidente Putin”, explicou Judy Dempsey, analista da organização Carnegie Europe e diretora executiva da revista Strategic Europe, em declarações à Lusa. Pavel Slunkin, especialista em política russa do Conselho Europeu para Relações Internacionais, acrescentou que Putin dificilmente aceitará negociar com os manifestantes, com receio de passar uma imagem de fraqueza. “Para os regimes autoritários, o diálogo com a sociedade e com os opositores políticos é visto como uma manifestação de fraqueza inaceitável. Logo, o Governo russo quer demonstrar a sua força e a sua vontade de ser muito duro”, disse Slunkin, em declarações à Lusa. Slunkin recordou que um documentário recentemente divulgado na Rússia por Alexei Navalny foi visto por mais de 100 milhões de pessoas. O vídeo revela uma ligação direta entre Putin e os seus colaboradores e negócios corruptos, com evidentes danos para o prestígio do regime. Contudo, Judy Dempsey acredita que não será esse dano reputacional que fará Putin mudar de rumo, embora o Presidente se encontre perante um dilema sem solução. “Se ele libertar Navalny vai mostrar fraqueza e perder popularidade; mas, se não libertar Navalny, vai ter de usar de muita violência, e vai perder popularidade”, disse Dempsey, admitindo que não sabe que atitude tomará o Presidente russo. “Os russos estão fartos de corrupção. E querem tornar isso muito visível. Mas não subestimemos o poder da violência policial das forças de segurança russas”, acrescentou Judy Dempsey, para realçar a determinação do regime em continuar a conter os movimentos oposicionistas. Pavel Slunkin chamou a atenção, contudo, para o impacto que esta repressão pode ter no prestígio, interno e externo, de Putin, em particular junto daqueles que olhavam para ele como um líder honesto e equilibrado. Os protestos podem provocar a atitude do Governo, na véspera das eleições gerais para o Parlamento russo, da Duma, em setembro próximo, que, na perspetiva de Slunkin, podem ser “um teste para a autoridade do regime” de Putin. “Eu espero uma reação previsível das autoridades autoritárias russas: mais repressão ativa sobre os dissidentes e mais esquemas para controlo da campanha eleitoral”, concluiu Slunkin, acrescentando que considera improvável que os resultados eleitorais tragam grandes surpresas, numa Duma onde o partido que apoia Putin tem 75% dos lugares. Também Judy Dempsey considera que as eleições para o Parlamento estão muito longe e que Putin está, porventura, mais preocupado com as eleições presidenciais, que apenas acontecerão em 2024. Por outro lado, Putin não parece preocupado com a eventualidade de sanções internacionais motivadas pelo agravamento da repressão policial, não sendo de esperar um aumento de ameaças por parte da União Europeia, explicou Dempsey. “A União Europeia não tem vontade de colocar mais sanções. E não tem sequer uma estratégia para enfrentar a Rússia”, disse Judy Dempsey. “Com os Estados Unidos, a situação pode ser diferente. Há uma nova atmosfera em Washington, que parece querer experimentar uma dualidade nas relações com Moscovo”, acrescentou a especialista em política russa, referindo-se à forma como a Casa Branca está a negociar acordos de armas nucleares com o Kremlin, ao mesmo tempo que procura mostrar mais dureza na reação às ameaças russas. Pavel Slunkin recorda que as sanções não têm tido grande efeito sobre a Rússia, referindo-se ao impacto das medidas tomadas pela comunidade internacional sobre os eventos da Crimeia, pelo que suspeita que novas ações retaliatórias seriam infrutíferas. “O que não quer dizer que não tenham significado. Apenas não devemos colocar grande esperança nas sanções”, disse Slunkin. “Mas os protestos estão em todo o lado, na Rússia. E devem subir de tom, apesar da repressão. E internacionalmente vai também aumentar a vigilância às atitudes do Kremlin. E tudo isso representa, para já, uma enorme incógnita sobre o futuro político da Rússia”, concluiu Judy Dempsey.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Refugiados Rohingya no Bangladesh satisfeitos com detenção de Aung San Suu Kyi Os refugiados Rohingya no Bangladesh manifestaram-se hoje satisfeitos com a detenção da chefe do governo de Myanamar, Aung San Suu Kyi, tal como o Presidente do país, Win Myint, e outros líderes governamentais. “Sinto uma sensação de alegria, porque Suu Kyi é em grande parte responsável pelo genocídio contra nós”, disse Mohammad Jubair, líder da Sociedade Arakan Rohingya pela Paz e Direitos Humanos, de Kutupalong, o principal campo de refugiados em Cox’s Bazar, no sudeste do Bangladesh. Cerca de 738.000 Rohingya fugiram para esses campos após o início, em agosto de 2017, de uma campanha de perseguição e violência do exército birmanês no país vizinho, que a ONU descreveu como um exemplo de limpeza étnica e possível genocídio, algo que os tribunais internacionais estão a investigar. “Violaram as nossas mães e irmãs, mataram o nosso povo, tiraram as nossas terras e obrigaram-nos a morar aqui neste pequeno abrigo, mas ela (Suu Kyi) não fez nada. Bem-vindo (a prisão e o golpe militar). Vou comemorar”, disse Jubair. No entanto, o líder Rohingya disse não acreditar que o golpe militar vá afetar o processo de repatriação dos refugiados para a Birmânia, já que considera que depende sobretudo da comunidade internacional. “A Birmânia não aceitará o nosso regresso sem a pressão da comunidade internacional. Está a decorrer um processo judicial. Assim que estiver concluído, esperamos poder regressar”, disse. Por seu turno, Abdur Rahman, que lecionava na Birmânia antes de fugir para o Bangladesh, reconheceu em declarações à agência de notícia espanhola Efe que “nenhum golpe é bom”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh, AK Abdul Momen, também se mostrou preocupado com o que se passa na Birmânia, pois acredita no “princípio da democracia” e também, como país vizinho, espera “paz e estabilidade”. “O processo constitucional deve ser respeitado na Birmânia. Iniciamos seriamente as negociações para a devolução dos Rohingya e esse processo deve continuar em qualquer circunstância”, garantiu o ministro. Duas tentativas de iniciar a repatriação falharam até agora, já que membros dessa minoria de maioria muçulmana se recusaram a regressar até que a Birmânia lhes garantisse a cidadania e a segurança na sua terra natal. Militares prometem eleições A chefe de facto do governo civil de Myanamar, Aung San Suu Kyi, foi detida ao amanhecer, tal como o Presidente do país, Win Myint, e outros líderes governamentais. O Exército de Myanmar declarou o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, informou um canal televisivo controlado por militares. O Exército de Myanmar prometeu entretanto organizar novas eleições quando terminar o estado de emergência de um ano, decretado após o golpe de Estado levado a cabo pelos militares. “Estabeleceremos uma verdadeira democracia multipartidária”, anunciaram os militares num comunicado publicado na rede social Facebook, acrescentando que o poder será transferido após a realização de “eleições gerais livres e justas”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Equipa da OMS visita organismo que lidou com primeiros casos do vírus A equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregada de investigar as origens da pandemia de covid-19 visitou hoje o Centro de Controlo de Doenças que lidou com os primeiros casos de covid-19 na China. Os investigadores chegaram à cidade chinesa de Wuhan no mês passado, para procurar pistas e visitar os hospitais que, em dezembro de 2019, trataram os primeiros pacientes, e o mercado de frutos do mar que foi o elo comum dos casos iniciais. A visita ao Centro de Controlo de Doenças de Hubei, província da qual Wuhan é capital, ocorre numa altura em que a China tenta redefinir a narrativa sobre a doença. O Governo chinês promoveu teorias, com poucas evidências, de que o surto pode ter começado com a importação de frutos do mar congelados contaminados com o vírus, uma ideia totalmente rejeitada por cientistas e agências internacionais. Os dados que a equipa da OMS recolher em Wuhan serão o ponto de partida para o que se espera ser um trabalho de investigação que pode demorar anos. Determinar a origem de um surto requer uma grande quantidade de pesquisas, incluindo amostras de animais, análises genéticas e estudos epidemiológicos. A China restringiu amplamente a transmissão doméstica por meio de testes rigorosos e rastreio das cadeias de transmissão. O uso de máscaras em público é cumprido com rigor quase absoluto e bloqueios imediatos são impostos sempre que são detetados casos num determinado distrito ou cidade. A China detetou 33 casos por contágio local no domingo, a maioria na província de Heilongjiang, perto da Sibéria, onde o inverno é rigoroso. As viagens foram drasticamente reduzidas durante o feriado do Ano Novo Lunar deste mês, com o Governo a oferecer incentivos para que os trabalhadores não regressem às respetivas terras natais durante a festa mais importante para as famílias chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China soma 42 novos casos, 33 por contágio local A Comissão de Saúde da China informou hoje que foram diagnosticados 42 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, incluindo 33 por contágio local. As infecções locais foram detectadas nas províncias de Heilongjiang (22), Jilin (dez) e Hebei (um). As autoridades chinesas redobraram, nas últimas semanas, os esforços para conter os surtos que atingiram diferentes regiões do norte da China: várias áreas foram isoladas e realizaram-se testes em massa da população, na tentativa de desacelerar a curva de casos. A China quer evitar um aumento dos casos durante o período de férias do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro, quando centenas de milhões de trabalhadores regressam às suas terras natais. Os restantes nove casos registados pelas autoridades foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (quatro), Pequim (dois) e Tianjin (um) e nas províncias de Guangdong (um) e Hunan (um). A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à meia-noite local, o número total de infectados activos na China continental se fixou em 1.614, entre os quais 68 em estado grave. Desde o início da pandemia, 89.564 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.219.793 mortos resultantes de mais de 102,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.