Gaza | Papa pede a Abbas ajuda e protecção dos locais sagrados

O Papa pediu ontem “a entrada adequada de ajuda humanitária” em Gaza “com urgência”, num telefonema com o presidente da Autoridade Palestiniana em que sublinhou “a obrigação de proteger a população e os lugares sagrados”.

“Dada a dramática situação humanitária, foi sublinhada a urgência de prestar auxílio aos mais expostos às consequências do conflito e permitir a entrada adequada de ajuda humanitária”, informou o Vaticano, citando Leão XIV.

O pontífice renovou ainda “o seu apelo ao pleno respeito pelo direito internacional humanitário” e enfatizou “a obrigação de proteger os civis e os lugares sagrados”, bem como “a proibição do uso indiscriminado da força e da deslocação forçada de população”.

Na conversa telefónica, os dois líderes discutiram “os recentes desenvolvimentos do conflito na Faixa de Gaza e a violência na Cisjordânia”.

No domingo, durante a oração do Angelus, o Papa voltou a manifestar-se contra a violência no Médio Oriente, após o ataque israelita, na passada quinta-feira, à paróquia da Sagrada Família, a única igreja católica em Gaza, que provocou três mortos e vários feridos.

No dia seguinte ao ataque, Leão XIV recebeu um telefonema do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no qual o Papa pediu um cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza, bem como a protecção dos locais de culto e dos fiéis.

Durante a sua conversa com Abbas, o Papa recordou ainda o 10.º aniversário do Acordo Abrangente entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, assinado a 26 de Junho de 2015 e que entrou em vigor a 02 de Janeiro de 2016.

O acordo, assinado com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), determina o reconhecimento formal do Estado da Palestina pela Santa Sé e, entre outros aspectos, sublinha a necessidade de protecção dos lugares santos cristãos na Palestina.

22 Jul 2025

Jeju Air | Pilotos desligaram motor errado, segundo relatório

Os pilotos do avião da companhia coreana Jeju Air que sofreu um acidente em Dezembro do ano passado terão desligado, por engano, o motor menos danificado após o impacto com uma ave, indicou ontem fonte próxima da investigação.

Segundo o jornal Korea Joongang Daily, a fonte referiu que os elementos recolhidos, incluindo a gravação de voz da cabina, dados informáticos e um interruptor físico do motor encontrado entre os destroços, demonstram que os pilotos desligaram o motor esquerdo em vez do direito ao tomarem medidas de emergência após o impacto com a ave, ocorrido momentos antes da aterragem prevista.

A equipa de investigação, acrescentou a fonte, dispõe de “provas claras” e terá chegado a uma conclusão, ainda que o relatório oficial não tenha sido divulgado, devido a protestos por parte de familiares das vítimas.

A investigação ao acidente, ocorrido em Muan (sudoeste da Coreia do Sul), já revelou que a Jeju Air, como parte dos seus esforços para maximizar a rentabilidade operacional das suas aeronaves, reduz ao mínimo legal a duração das revisões de manutenção realizadas antes de cada voo.

O avião acidentado, um Boeing 737-800, terá sido atingido por uma ave e acabou por aterrar sem accionar o trem de aterragem nem outros sistemas de travagem, saindo da pista e colidindo com um muro no aeroporto de Muan.

No acidente de 29 de Dezembro de 2024 morreram 179 passageiros e membros da tripulação, tendo havido dois sobreviventes. O acidente foi o mais grave desastre da aviação civil ocorrido em solo sul-coreano e o pior do ano a nível mundial.

22 Jul 2025

Japão | PM permanece no cargo apesar de “duro golpe” eleitoral

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse ontem que vai manter-se no poder, depois de o partido que preside perder a maioria na câmara alta do Parlamento, nas eleições de domingo, num novo revés político.

“Continuamos a ser o partido com a maior representação. Apesar do duro golpe e as muitas dificuldades, muitas pessoas apoiaram-nos fortemente”, disse Ishiba numa conferência de imprensa, afirmando que a decisão de permanecer no cargo se deve à situação política global e às “condições difíceis” que o país atravessa.

Neste sentido, o dirigente destacou a imposição de tarifas aduaneiras ao Japão por parte dos Estados Unidos, a inflação e o receio de que um forte terramoto ou uma catástrofe natural possam atingir o país em algum momento.

O Partido Liberal Democrático (PLD) de Ishiba e o parceiro de coligação, Komeito, que precisavam de conquistar 50 lugares, além dos 75 que já possuem para manter a maioria, conseguiram 47.

Faltaram três lugares para a maioria e houve um recuo de 19 lugares em relação ao que tinham antes das eleições.

A derrota é mais um golpe para a coligação de Ishiba, tornando-a minoritária em ambas as câmaras, após a derrota em Outubro nas eleições para a câmara baixa, e agravando a instabilidade política do Japão. Foi a primeira vez que a coligação liderada pelo PLD perdeu a maioria em ambas as câmaras do parlamento desde a formação do partido em 1955.

Sobe e desce

Questionado sobre a possibilidade de alargar a coligação a outros partidos da oposição, Ishiba disse não ter qualquer intenção de o fazer nesta altura e afirmou que o PLD “deve ser responsável e desenvolver políticas”.

O responsável também excluiu a possibilidade de uma remodelação do Governo. “Vamos consultar seriamente os outros partidos e falar de responsabilidade e continuar com as políticas em matéria de tarifas e catástrofes”, acrescentou.

Entre os partidos da oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP), liberal de esquerda, ficou em segundo lugar, com 22 lugares, enquanto o reformista Partido Democrático Popular (PDP) ficou em terceiro, com 17.

A surpresa foi o partido nacionalista japonês de extrema-direita Sanseito, que, sob o lema “Japão primeiro”, emergiu como um dos grandes vencedores das eleições de domingo, conquistando 14 lugares e tornando-se o terceiro maior partido da oposição.

22 Jul 2025

Segurança | Pequim defende respeito pela lei após proibição de saída a cidadão dos EUA

A China defendeu ontem que todos devem respeitar as suas leis, após notícias de que um funcionário do Governo dos Estados Unidos está impedido de sair do país desde Abril por alegadas razões de segurança nacional.

“Independentemente de se tratar de um cidadão chinês ou estrangeiro, todos devem respeitar as leis chinesas enquanto estiverem na China”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

Guo sublinhou que a China é um Estado de direito e que gere os assuntos de entrada e saída do território “de acordo com a lei”, recusando-se, no entanto, a fornecer detalhes específicos sobre o caso.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, o cidadão em causa é um funcionário do Departamento do Comércio dos EUA, de origem chinesa e ex-militar, que viajou em Abril para a cidade de Chengdu por motivos pessoais. À chegada, foi informado de que não poderia deixar o país.

Fontes citadas pelo mesmo jornal indicam que o caso poderá estar relacionado com uma suposta omissão na declaração do seu estatuto de funcionário público durante o pedido de visto.

Embora não tenha sido formalmente acusado, o cidadão terá sido posteriormente transferido para Pequim, acompanhado por um representante consular dos EUA. O seu paradeiro actual não foi confirmado.

De acordo com o South China Morning Post, as chamadas “proibições de saída” são aplicadas na China a cidadãos locais ou estrangeiros envolvidos em litígios civis, investigações criminais ou considerados ameaça à segurança nacional.

22 Jul 2025

China | Acções sobem após promessas de guerra de preços

As praças financeiras chinesas reagiram em alta nas últimas sessões, após Pequim prometer travar as guerras de preços que têm penalizado os lucros das empresas e agravado as tensões comerciais com parceiros como Estados Unidos e União Europeia.

A expressão dominante entre autoridades e analistas é “involução” – referência ao esforço para conter a concorrência excessiva e a sobrecapacidade de produção em sectores como o dos painéis solares, aço e veículos eléctricos.

Com a procura interna ainda fraca e o aumento das barreiras comerciais externas – incluindo tarifas mais elevadas nos EUA sob a presidência de Donald Trump –, muitos fabricantes chineses optaram por cortar preços, reduzindo margens de lucro e levando várias empresas à falência.

O índice de preços no produtor, que mede os preços à saída das fábricas, está em queda há quase três anos na China, num ciclo prolongado de deflação. A tendência já se reflectiu nos mercados globais, com exportações chinesas a preços baixos a gerar atritos comerciais com parceiros como Washington, Bruxelas, mas também vários países em desenvolvimento.

Face à pressão, o Governo chinês e várias associações industriais sinalizaram recentemente uma mudança de rumo. Em 30 de Junho, os 10 maiores fabricantes de vidro para painéis solares concordaram em reduzir a produção em 30 por cento.

As autoridades também lançaram uma campanha de inspecção à segurança automóvel, visando travar práticas de corte de custos que comprometam a qualidade. As medidas impulsionaram as acções em sectores pressionados. Apesar de os investidores estrangeiros não poderem comprar directamente acções chinesas, têm acesso a cerca de 2.700 títulos e 250 fundos através da Bolsa de Valores de Hong Kong.

Condenação superior

As medidas seguem-se a declarações de alto nível contra a chamada “concorrência desordenada”. A 29 de Junho, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, publicou um extenso editorial de primeira página condenando o fenómeno da “involução” como contrário aos objectivos de desenvolvimento económico de “alta qualidade” do país.

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu numa reunião interna maior regulação sobre incentivos locais à instalação de fábricas, considerados causa da sobrecapacidade em sectores estratégicos.

Economistas defendem que será necessário consolidar os sectores através de fusões e falências, mas reconhecem que o processo será lento, sobretudo devido à resistência dos governos locais, empenhados em proteger empresas e empregos regionais.

22 Jul 2025

União Europeia | China apela à cooperação apesar de divergências

António Costa e Ursula von der Leyen chegam esta quinta-feira a Pequim para encontros com Xi Jinping e Li Qiang com vista a estabelecer uma maior aproximação entre as duas partes face à instabilidade global

 

A China apelou ontem à cooperação com a União Europeia, apesar das divergências, e criticou o que classificou como exageros sobre disputas comerciais e acusações infundadas quanto à sua posição face à guerra na Ucrânia.

“O Governo chinês espera que a UE avance na mesma direcção, ultrapasse as diferenças e planeie em conjunto a cooperação para os próximos 50 anos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

Guo criticou o que descreveu como insistência, por parte de “algumas pessoas na Europa”, na chamada “tripla caracterização” da China – como parceiro, concorrente e rival sistémico – e acusou-as de “exagerar unilateralmente questões económicas e comerciais” e de lançar “acusações infundadas” sobre a Ucrânia, o que, segundo Pequim, tem gerado “perturbações desnecessárias” na relação bilateral.

O porta-voz destacou que, após meio século de relações diplomáticas, a ligação entre a China e a UE “acumulou experiência e energia positiva suficientes para resistir às mudanças e ultrapassar desafios”.

“A realização da cimeira China – UE neste momento tem grande significado e despertou ampla atenção da comunidade internacional”, afirmou, sublinhando que ambas as partes são “grandes forças que impulsionam o multilateralismo, grandes mercados que sustentam a globalização e grandes civilizações que promovem a diversidade”.

Conversas construtivas

A cimeira entre a China e a UE realiza-se esta quinta-feira, 24 de Julho, em Pequim, para assinalar o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Estão previstas as participações do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa.

Segundo fontes comunitárias, Bruxelas procurará promover um diálogo construtivo sobre temas globais e bilaterais, incluindo comércio, a guerra na Ucrânia e a transição energética.

A UE deverá reiterar que a actual relação económica com a China é insustentável, devido à falta de acesso recíproco e de concorrência justa, e poderá avançar com medidas correctivas caso não sejam alcançados reequilíbrios.

Líderes confirmados

A China confirmou ontem que os líderes da União Europeia (UE) vão deslocar-se ao país na quinta-feira para a cimeira bilateral, numa altura em que as duas partes procuram atenuar uma série de diferendos.

“O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocar-se-ão à China em 24 de Julho”, anunciou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. “O Presidente Xi Jinping vai reunir-se com ambos. O primeiro-ministro Li Qiang e os dois líderes da UE copresidirão à 25.ª cimeira China–UE”, acrescentou.

22 Jul 2025

Seul | Ex-presidente acusado de abuso de poder

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi acusado sábado de abuso de poder, pela tentativa falhada de impor a lei marcial naquele país asiático em Dezembro do ano passado.

De acordo com a Agência France Presse, a procuradora Park Ji-young revelou sábado, em declarações à imprensa em Seul, que o Ministério Público “acusou o antigo Presidente Yoon Suk Yeol de abuso de poder e de obstrução ao exercício de funções oficiais especiais”.

O MP considera que o antigo Presidente não cumpriu os procedimentos necessários para declarar a lei marcial, nomeadamente a organização de uma reunião formal do Conselho de Ministros. O antigo governante é também acusado de ter “redigido e deitado fora um documento falso indicando que o primeiro-ministro e o ministro da Defesa tinham aprovado a lei marcial”.

Em Janeiro, Yoon já tinha sido acusado pelo MP de ser o mentor de uma tentativa de rebelião, descrevendo a tomada de poder como uma tentativa ilegal de se apoderar da legislatura e dos gabinetes eleitorais e de deter opositores políticos. As acusações são puníveis com pena de morte ou prisão perpétua.

Yoon é igualmente acusado de aplicar a lei marcial sem seguir os procedimentos legais exigidos e de mobilizar ilegalmente as forças de segurança presidenciais como um exército privado para bloquear uma primeira tentativa das forças da ordem de o deterem na residência no início de Janeiro.

Caos instalado

O rival liberal, Lee Jae-myung, que venceu as eleições antecipadas de Junho para o substituir, aprovou no mês passado uma lei que prevê o lançamento de investigações especiais sobre o fracasso da lei marcial de Yoon e outras alegações criminais que envolvem também a mulher e a administração.

Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul numa crise política quando tentou derrubar o regime em 03 de Dezembro do ano passado, enviando soldados armados ao parlamento para impedir que os representantes eleitos votassem contra a sua declaração de lei marcial.

O antigo presidente, que foi deposto em Abril, já tinha passado algum tempo detido entre Janeiro e Março, tornando-se no primeiro chefe de Estado em exercício a ser preso na história da Coreia do Sul. Na altura, acabou por ser libertado por razões processuais.

Em 10 de Julho, foi novamente colocado em prisão preventiva por ordem de um juiz, por receio que o ex-dirigente pudesse destruir provas. Yoon esteve em tribunal na sexta-feira, numa audiência para pedir a anulação da sua sentença. O tribunal rejeitou o pedido.

21 Jul 2025

Minerais | Pequim vai reforçar combate ao contrabando

A procura por minerais essenciais à produção tecnológica tem desencadeado uma corrida desenfreada às terras raras

As autoridades chinesas anunciaram sábado que vão intensificar os seus esforços para combater o contrabando de minerais estratégicos, um dia depois de terem alertado para “operações estrangeiras que visam a obtenção ilegal” de materiais como terras raras.

“Vamos intensificar ainda mais a campanha de combate ao contrabando de minerais estratégicos”, afirmou sábado o departamento nacional de coordenação das exportações num breve comunicado, após uma reunião em Nanning, no sul da China, na qual participaram várias agências estatais, como o Ministério do Comércio, o Ministério da Segurança Pública e a Administração-Geral das Alfândegas.

Na sexta-feira, o Ministério da Segurança Estatal da China afirmou ter detectado tentativas, nos últimos anos, de agências de informação e intermediários estrangeiros de estabelecer ligações com indivíduos chineses para facilitar a extração clandestina destes recursos, considerados de duplo uso, civil e militar.

As operações incluíram a utilização de embalagens de pequeno volume, alterações na rotulagem e modificações nos canais de transporte, segundo o Ministério.

Em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre os produtos chineses em Abril, a China anunciou restrições à venda externa de samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio, que fazem parte do grupo de 17 elementos que são considerados terras raras e são essenciais para setores como a defesa e a aeronáutica.

Donos da terra

A China possui 44 milhões de toneladas de reservas de terras raras, aproximadamente 49 por cento do total mundial, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Em 2024, a China terá extraído 270.000 toneladas de minério de terras raras, 69,2 por cento da produção global.

Em meados de Maio, Pequim e Washington estabeleceram uma trégua comercial de 90 dias, durante a qual reduziram as respectivas tarifas em 115 pontos percentuais. Em Junho, assinaram outro acordo que inclui a remoção de certas restrições e a promessa da China de facilitar a exportação de terras raras.

21 Jul 2025

Taiwan | Detectado grande número de aviões chineses

Pequim enviou 58 aeronaves militares para os arredores de Taiwan entre terça e quarta-feira, o maior número desde Abril, depois de terem surgido rumores de uma possível escala do líder taiwanês nos Estados Unidos.

Segundo as autoridades de Taiwan, 45 cruzaram a linha média do Estreito e entraram nas zonas norte, centro, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan.

Esta é a maior incursão aérea desde 02 de Abril, quando a China realizou as manobras militares “Strait Thunder-2025A” em torno de Taiwan.

Os voos ocorreram no mesmo dia em que a China manifestou “firme oposição” a uma eventual passagem do líder taiwanês, William Lai Ching-te, pelos Estados Unidos, durante uma viagem oficial ao Paraguai, prevista para Agosto.

“Opomo-nos firmemente a qualquer tipo de intercâmbio oficial entre os EUA e a região chinesa de Taiwan, bem como ao trânsito de William Lai por território norte-americano sob qualquer pretexto”, afirmou Chen Binhua, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês).

20 Jul 2025

Inquérito | Empresas dos Estados Unidos cortam investimento na China

As empresas norte-americanas na China prevêem mínimos históricos de novos investimentos em 2025, citando incertezas políticas e a guerra comercial como principais preocupações, segundo um inquérito da Câmara de Comércio EUA-China, divulgado ontem.

As empresas referem também a desaceleração da economia chinesa, marcada por uma fraca procura interna e excesso de capacidade industrial, como factores que têm vindo a erodir a rentabilidade dos negócios no país asiático.

“As empresas estão actualmente menos lucrativas na China do que há alguns anos, mas os riscos – desde os reputacionais aos regulatórios e políticos – estão a aumentar”, afirmou Sean Stein, presidente da Câmara de Comércio EUA-China, organização com sede em Washington, que representa grandes multinacionais norte-americanas com operações no país.

O inquérito, realizado entre Março e Maio junto de 130 empresas, surge num contexto de tensões comerciais entre Pequim e Washington, que incluem taxas alfandegárias e controlos à exportação de produtos estratégicos como semicondutores avançados e minerais de terras raras.

Apesar de conversações de alto nível em Genebra e Londres terem resultado em acordos para aliviar parte das restrições, a ausência de um pacto comercial duradouro mantém a incerteza no sector.

Mais de metade das empresas inquiridas indicaram que não têm planos de novos investimentos na China este ano – um valor recorde, segundo Kyle Sullivan, vice-presidente da entidade.

Cerca de 40 por cento das empresas relataram efeitos negativos resultantes das medidas de controlo às exportações impostas pelos EUA, incluindo perda de vendas, ruptura de relações com clientes e danos reputacionais por serem consideradas fornecedoras pouco fiáveis.

As restrições afectam sobretudo produtos de alta tecnologia, cujo potencial uso militar preocupa Washington.

Sean Stein advertiu que estas medidas devem ser aplicadas com precisão, sob pena de empresas europeias, japonesas ou chinesas preencherem rapidamente o vazio deixado pelas companhias norte-americanas.

Mudanças em curso

A fabricante norte-americana de ‘chips’ Nvidia recebeu recentemente autorização do Governo dos EUA para retomar a venda à China dos ‘chips’ H20, utilizados em sistemas de inteligência artificial, anunciou o presidente executivo da empresa, Jensen Huang. No entanto, os semicondutores mais avançados da empresa continuam sujeitos a restrições.

Apesar de 82 por cento das empresas terem registado lucros em 2024, menos de metade manifestaram optimismo quanto ao futuro das operações na China, citando as tarifas, deflação (queda anual nos preços no consumidor) e imprevisibilidade política como factores de risco.

O número de empresas norte-americanas com planos para transferir operações para fora da China atingiu também um máximo histórico: 27 por cento, face a 19 por cento no ano anterior.

Pela primeira vez em anos, questões como o ambiente regulatório chinês, protecção de propriedade intelectual ou acesso ao mercado deixaram de figurar entre as cinco principais preocupações das empresas.

“Não é porque a situação tenha melhorado significativamente, mas sim porque os novos desafios, muitos deles vindos dos EUA, se tornaram igualmente problemáticos”, disse Sean Stein. Quase todas as empresas inquiridas reconheceram, no entanto, que não conseguem manter a competitividade global sem a presença no mercado chinês.

Um relatório semelhante da Câmara de Comércio da União Europeia na China, publicado em Maio, apontava igualmente para cortes nas despesas e planos de redução de investimentos, devido à desaceleração económica e à intensa concorrência no mercado local.

20 Jul 2025

Veículos eléctricos | Pequim promete combater “concorrência irracional” no sector

O Governo chinês quer pôr ordem no sector através do reforço do controlo sobre os preços e as regras da concorrência

 

As autoridades da China prometeram ontem reforçar a regulação do mercado para travar a “concorrência irracional” no sector dos veículos eléctricos, mergulhado numa prolongada guerra de preços entre fabricantes.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou ao “desenvolvimento de alta qualidade” do sector e à necessidade de “combater a concorrência irracional”, durante uma reunião do Conselho de Estado (o Executivo chinês).

Segundo um resumo do encontro, divulgado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, as medidas previstas incluem “maior regulação da ordem do mercado”, reforço da monitorização de custos e preços e aperfeiçoamento dos mecanismos de concorrência de longo prazo, sem que fossem especificadas acções concretas.

Caminho anunciado

No início do ano, o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros, Cui Dongshu, já tinha antecipado que a guerra de preços no sector automóvel chinês se manteria em 2025, num contexto de “concorrência extremamente feroz”.

Nos meses seguintes, marcas locais e internacionais – como a Tesla ou a ‘joint venture’ entre a chinesa GAC e a japonesa Toyota – lançaram campanhas com pagamentos sem juros, reduções nas entradas ou cortes nos preços de alguns modelos.

Em Maio, a líder mundial em vendas de eléctricos, a chinesa BYD, anunciou descontos de até 34 por cento em cerca de 20 modelos, decisão que analistas consideraram um sinal das crescentes dificuldades do mercado.

Segundo a agência de notícias financeiras Bloomberg, as autoridades chinesas terão convocado em Junho os dirigentes das principais fabricantes para pedir autorregulação e o fim da prática de vender carros abaixo do custo ou com descontos descritos como irracionais.

Face à fraca procura interna, causada pela desaceleração económica e pela incerteza, várias empresas chinesas têm procurado expandir-se no exterior, o que motivou o aumento do escrutínio por parte dos Estados Unidos e da União Europeia e a imposição de novas tarifas alfandegárias.

20 Jul 2025

Óbito | Morre aos 114 anos indiano considerado o maratonista mais velho do mundo

O homem considerado o maratonista mais velho do planeta, o indiano Fauja Singh, morreu aos 114 anos na Índia, atropelado por um carro, anunciou terça-feira o seu biógrafo.

Apelidado de ‘Tornado de Turbante’, este indiano foi atingido por um veículo enquanto atravessava na segunda-feira uma rua na sua terra natal, no distrito de Jalandhar, no Estado de Punjab, no noroeste do país, adiantou Khushwant Singh na sua conta na rede social X.

“O meu ‘Tornado de Turbante’ já não existe, descansa em paz, meu querido Fauja”, destacou Khushwant Singh.

O clube de atletismo e instituição de caridade, ‘Sikhs in the City’, com sede em Londres, confirmou a sua morte, acrescentando que após o acidente foi transportado para o hospital, onde morreu.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prestou homenagem a Singh, realçando que foi “extraordinário pela sua personalidade única e pela forma como inspirou os jovens da Índia num tema tão importante: o fitness”.

Fauja Singh nunca conseguiu apresentar uma certidão de nascimento, mas a sua família afirma que nasceu em 01 de Abril de 1911, quando a Índia ainda fazia parte do império britânico.

Ganhou notoriedade ao começar a correr maratonas aos 89 anos, inspirado pelas transmissões televisivas.

Conhecido em todo o mundo, o homem com uma farta barba e de turbante carregou a chama olímpica em 2004 e 2012.

Fauja Singh correu a distância de 42,195 quilómetros pela última vez em 2013, em Hong Kong, quando tinha 101 anos.

De acordo com os relatos, extraía a sua energia e vitalidade através do consumo regular de ‘laddu’, um doce local, e de leite coalhado.

17 Jul 2025

Espionagem | Pequim diz que julgamento de japonês foi de acordo com a lei

O Governo chinês defendeu ontem a condenação de um cidadão japonês a três anos e meio de prisão por alegado envolvimento em actividades de espionagem, assegurando que o processo foi conduzido “de acordo com a lei”.

“As autoridades judiciais da China tratam os casos com estrito respeito pela legislação, garantindo os direitos e interesses legítimos das partes envolvidas. Em conformidade com as convenções internacionais e com o acordo consular entre a China e o Japão, facilitámos o trabalho consular da parte japonesa”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lin Jian, em conferência de imprensa.

O porta-voz sublinhou ainda que a China “sempre apoiou a cooperação económica e comercial com o Japão” e assegurou ter proporcionado “um ambiente favorável ao trabalho legal das empresas e cidadãos japoneses no país”.

“Damos as boas-vindas às empresas estrangeiras que queiram desenvolver cooperação económica e comercial na China. Desde que os cidadãos estrangeiros cumpram a lei e ajam conforme a legislação, não há motivo para preocupações”, acrescentou.

As autoridades chinesas ainda não tinham confirmado oficialmente a condenação, noticiada ontem pelo embaixador do Japão em Pequim, Kenji Kanasugi, após o julgamento.

“O cidadão japonês foi condenado a três anos e meio de prisão por suspeita de espionagem. Consideramos esta sentença extremamente lamentável”, declarou o diplomata, citado pela imprensa japonesa.

Segundo a televisão pública NHK, Kanasugi garantiu que o Governo nipónico continuará a pressionar por várias vias para que o cidadão seja libertado “o mais rapidamente possível” e prestará “todo o apoio necessário”.

O caso remonta a Março de 2023, quando o homem, funcionário da farmacêutica japonesa Astellas Pharma, foi detido pelas autoridades chinesas quando se preparava para regressar ao Japão. O suspeito foi acusado de violar leis de contraespionagem, mas poucos detalhes foram tornados públicos.

17 Jul 2025

Wang Yi chinês enaltece mundo cada vez mais multipolar

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, saudou ontem o avanço de um “mundo multipolar” e o “aprofundamento da globalização”, num momento de “turbulência” internacional.

Durante a reunião de chefes da diplomacia dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada na cidade chinesa de Tianjin, Wang apelou para um “maior consenso” entre os Estados-membros da OCX face ao “avanço do proteccionismo” e à intensificação dos “conflitos regionais”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

O ministro chinês alertou para um contexto de segurança internacional “complexo e grave”, marcado pelo “surgimento constante de novas ameaças e desafios”.

Wang condenou ainda os recentes ataques israelitas contra o Irão – país membro da OCX – que classificou como uma “violação da soberania” iraniana.

Num apelo à “boa vizinhança” entre os membros da organização, Wang Yi recordou que a OCX inclui países com relações tensas, como a Índia e o Paquistão, que em Maio trocaram ataques aéreos, provocando dezenas de mortos.

“A OCX deve aproveitar o 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas como uma oportunidade para defender um mundo multipolar, equitativo e ordenado, bem como uma globalização económica inclusiva”, acrescentou o ministro, sublinhando a necessidade de construir um “sistema de governação global mais justo e racional”.

A China exerce actualmente a presidência rotativa da OCX, frequentemente apelidada de “NATO asiática”. Wang anunciou que a cimeira anual da organização terá lugar entre 31 de Agosto e 01 de Setembro deste ano.

 

Todos juntos

Paralelamente à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu os responsáveis diplomáticos da OCX em Pequim, apelando a um reforço dos “mecanismos de resposta” às “ameaças e desafios de segurança globais”.

“Devemos unir esforços e liderar o Sul Global para promover a criação de um sistema de governação internacional mais justo e razoável”, afirmou Xi, citado pela imprensa oficial.

A OCX é composta por China, Rússia, Índia, Irão, Paquistão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão, representando o maior bloco regional do mundo em termos de população e extensão geográfica — cerca de 40 por cento da população mundial.

Embora os seus membros insistam que não se trata de uma aliança militar, e que o seu objectivo é proteger os Estados membros contra ameaças como o terrorismo, o extremismo e o separatismo, analistas consideram que a OCX funciona, de facto, como um contrapeso estratégico à NATO.

17 Jul 2025

Air India | Retomadas parte das rotas internacionais

Após o acidente que fez 260 vítimas mortais e deixou apenas um sobrevivente, a companhia aérea indiana volta a usar rotas cortadas para a Europa, Estados Unidos e Ásia Pacífico

A companhia aérea Air India anunciou a retoma parcial das rotas internacionais suspensas após o acidente do voo AI171, que deixou 260 mortos em Junho, ao cair segundos após descolar da cidade indiana de Ahmedabad.

A Air India anunciou “a reposição parcial dos horários reduzidos ao abrigo da sua ‘Pausa de Segurança’, adoptada após o trágico acidente do AI171 em 12 de Junho de 2025”, informou a transportadora num comunicado divulgado na terça-feira à noite.

A companhia prevê reiniciar parte das ligações internacionais a partir de 01 de Agosto, com o objectivo de restaurar completamente a sua rede até 01 de Outubro.

Entre as mudanças, destaca-se a operação de três voos semanais entre Ahmedabad e o aeroporto de Londres-Heathrow, entre 01 de Agosto e 30 de Setembro, em substituição das cinco ligações anteriores para Gatwick – rota onde ocorreu o acidente.

Durante este período de pausa, a companhia realizou inspecções adicionais aos seus aviões Boeing 787 e ajustou as operações face ao encerramento do espaço aéreo sobre o Paquistão e o Médio Oriente.

 

Viagem trágica

O acidente envolveu um Boeing 787 Dreamliner com destino a Londres, que perdeu potência pouco depois da descolagem em Ahmedabad e se despenhou, provocando a morte de 241 das 242 pessoas a bordo, além de 19 vítimas em terra.

Na sequência do desastre, a Air India reduziu várias rotas internacionais, incluindo frequências para a Europa, Estados Unidos e Ásia Pacífico.

Numa nota interna dirigida aos funcionários na segunda-feira, o presidente executivo da companhia, Campbell Wilson, apelou à cautela e à rejeição de “conclusões prematuras”, assegurando que a investigação inicial “confirma que não houve problemas com o combustível, manutenção ou falhas técnicas ou mecânicas”.

A mensagem ajudou a acalmar os mercados e parceiros estratégicos como a Boeing, cujas acções subiram após a divulgação do relatório preliminar, que não apontava para defeitos de conceção.

Segundo a Autoridade de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), todas as manutenções obrigatórias estavam em dia, embora tenha sido identificado que a Air India não realizou inspecções recomendadas em 2018 pela agência de aviação dos EUA (FAA) ao mecanismo de corte de combustível – sistema que terá falhado após a descolagem.

A empresa-mãe da companhia, o conglomerado Tata, está a tentar conter os danos reputacionais enquanto decorre a investigação oficial, cujo relatório final está previsto no prazo de um ano.

17 Jul 2025

China/ Irão | MNE chinês garante apoio ao país em encontro com homólogo iraniano

Os chefes das diplomacias chinesa e iraniana encontraram-se à margem da reunião da Organização de Cooperação de Xangai. Pequim voltou a manifestar todo o seu apoio a Teerão em defesa da sua dignidade

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, assegurou ontem ao seu homólogo iraniano, Abás Araqchí, que Pequim continuará a apoiar Teerão na defesa da sua “soberania e dignidade nacionais”.

O encontro decorreu ontem na cidade chinesa de Tianjin, à margem da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), segundo comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

“China e Irão mantêm relações diplomáticas há mais de meio século, tendo resistido às vicissitudes internacionais com um desenvolvimento estável e saudável”, afirmou Wang Yi, acrescentando que, como parceiro estratégico integral, a China “continuará a apoiar o Irão na defesa dos seus direitos e interesses, através do diálogo”.

O chefe da diplomacia chinesa manifestou ainda disponibilidade para “aprofundar a confiança mútua, reforçar a cooperação, expandir os intercâmbios e promover o desenvolvimento estável e de longo prazo” das relações bilaterais.

Araqchí agradeceu o “valioso apoio” de Pequim, sublinhando que “a vontade do Irão de desenvolver as relações com a China é ainda mais firme”.

“A parceria estratégica integral entre o Irão e a China tem grande potencial e amplas perspectivas”, acrescentou o ministro iraniano.

Sobre a questão nuclear, Araqchí reiterou que o Irão “não desenvolve armas nucleares”, mas também “não renuncia ao seu legítimo direito ao uso pacífico da energia nuclear”.

“Estamos dispostos a retomar negociações e consultas com todas as partes o mais brevemente possível, desde que exista respeito mútuo, com vista a uma solução política”, afirmou.

 

Via do diálogo

Wang Yi reiterou que a China “opõe-se ao uso da força ou à ameaça do uso da força” e defendeu que “as diferenças devem ser resolvidas através do diálogo e da consulta”.

“Damos importância ao compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares e respeitamos o seu direito ao uso pacífico da energia nuclear. Apreciamos os esforços iranianos para alcançar a paz por meios diplomáticos”, afirmou o ministro chinês, assegurando que Pequim continuará “a desempenhar um papel construtivo na solução da questão nuclear e na promoção da estabilidade no Médio Oriente”.

O encontro entre Wang e Araqchí ocorre após um conflito de 12 dias entre o Irão e Israel, iniciado a 13 de Junho com uma ofensiva israelita contra alvos iranianos. A acção foi na altura condenada pelos membros da OCX, incluindo a China e a Rússia, aliados estratégicos de Teerão.

17 Jul 2025

Rússia | Xi pede apoio mútuo a Moscovo em reunião com Lavrov

O Presidente da China, Xi Jinping, pediu ontem, em Pequim, “apoio mútuo” ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, que apelidou de “velho amigo do povo chinês”, segundo a agência russa Sputnik.

O chefe de Estado chinês reuniu-se com Lavrov, num momento em que os Estados Unidos endurecem o tom contra Moscovo.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou, na segunda-feira, impor tarifas adicionais caso não seja alcançado um acordo de paz na Ucrânia nos próximos 50 dias.

O encontro ocorreu um dia depois de Trump sinalizar um recuo na sua postura face ao Kremlin, após ter expressado publicamente frustração com o Presidente russo, Vladimir Putin, pela continuidade dos bombardeamentos na Ucrânia.

Durante a reunião, Xi apelou à continuação da implementação dos consensos alcançados entre os dois líderes, no quadro de uma relação cada vez mais estreita entre China e Rússia.

Segundo Xi, os ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países devem “prosseguir eficazmente” esse trabalho conjunto.

O encontro serviu ainda para discutir “vários temas relacionados com os contactos políticos bilaterais de alto nível”, incluindo a próxima visita de Putin à China, informou a Sputnik.

De acordo com a agência russa Ruptly, o líder russo deverá participar no desfile de 03 de Setembro, em Pequim, que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

 

16 Jul 2025

Investigada ligação entre 34 apostadores desaparecidos e guerra antidroga nas Filipinas

As Filipinas estão a investigar uma possível relação entre o desaparecimento de 34 homens ligados a apostas em lutas de galos e execuções extrajudiciais durante a guerra antidroga do ex-presidente Duterte, disse ontem uma advogada das vítimas.

A ligação entre o desaparecimento e as execuções no âmbito da guerra antidroga, levada a cabo por Rodrigo Duterte, reforçaria o caso perante o Tribunal Penal Internacional contra o ex-presidente, disse à emissora filipina ABS-CBN Kristina Conti, uma das representantes das famílias das vítimas.

“Seria uma prova adicional. A polícia, ou em particular esses esquadrões da morte, estiveram envolvidos em assassínios de activistas e outros assassínios direccionados”, afirmou.

O caso dos 34 ‘sabungeros’ – como são conhecidos nas Filipinas os adeptos das lutas de galos -, desaparecidos em 2021, tem feito manchetes desde que um dos acusados, Julie Patidongan, afirmou que foram mortos e depois atirados para o lago que rodeia o vulcão Taal.

Patidongan acusou o empresário Charlie Ang, envolvido em lucrativas apostas ‘online’ e para quem trabalhava como segurança, de ter ordenado os assassínios, levados a cabo por agentes da polícia.

Equipas de mergulhadores da Guarda Costeira das Filipinas continuam a fazer buscas nas turbulentas águas vulcânicas, um processo que pode demorar meses, tendo até agora recuperado vários sacos com restos mortais humanos e de animais que as autoridades estão a analisar.

 

Outras investigações

O secretário da Justiça, Jesus Crispin Remulla, disse na segunda-feira que estava a investigar se os polícias acusados dos desaparecimentos estiveram também envolvidos em execuções extrajudiciais durante a guerra de Duterte contra a droga.

“Há pessoas envolvidas nos assassínios da guerra contra a droga e no e-sabong [apostas ‘online’], é tudo o que podemos citar para já, mas temos de estabelecer ligações mais claras”, afirmou.

Por seu lado, o palácio presidencial sublinhou que irá proceder a uma investigação exaustiva aos desaparecimentos, apesar das críticas dos familiares por anos de inação neste caso.

“Isto não será negligenciado, não haverá encobrimento e a investigação continuará; é isso que o Presidente [Ferdinand Marcos Jr.] quer”, disse a porta-voz presidencial Claire Castro, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

 

 

16 Jul 2025

Economia | Crescimento de 5,2 % no segundo trimestre apesar de tensão comercial com EUA

A economia chinesa cresceu 5,2 por cento, no segundo trimestre do ano, em termos homólogos, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, num contexto de escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.

Face ao trimestre anterior, a segunda maior economia do mundo expandiu-se 1,1por cento, segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE).

No acumulado do primeiro semestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,3por cento, em termos homólogos.

Um dos principais motores do crescimento foram as exportações. Na segunda-feira, as autoridades chinesas anunciaram que as vendas ao exterior aumentaram 5,8 por cento, em Junho, face ao mesmo mês do ano anterior, acelerando face aos 4,8 por cento registados em Maio.

O alívio temporário das tarifas punitivas sobre os produtos chineses nos EUA, no âmbito da retoma das negociações comerciais entre os dois países, levou a um aumento repentino das encomendas por parte de empresas e consumidores.

As empresas chinesas têm também procurado diversificar os destinos das exportações e reforçar a produção noutros países, como forma de mitigar o impacto das tarifas impostas por Washington.

“De um modo geral, com a aplicação de políticas macroeconómicas mais proativas e eficazes, a economia nacional manteve um crescimento estável, com boa dinâmica, demonstrando resiliência e vitalidade”, lê-se no relatório do GNE.

Apesar do crescimento, os dados mostram sinais de fragilidade na procura interna: os preços no consumidor caíram 0,1 por cento, no primeiro semestre de 2025, o que evidencia os persistentes riscos deflacionários no país.

Os líderes chineses fixaram uma meta de crescimento de 5 por cento para este ano, em linha com a expansão registada em 2024.

16 Jul 2025

Pyongyang | Voos directos de e para Moscovo ainda este mês

Rússia e Coreia do Norte continuam a estreitar a cooperação. Os voos directos entre as duas capitais vão ser uma realidade a partir de dia 27, com uma frequência de um voo por mês numa primeira fase

A Coreia do Norte e a Rússia vão inaugurar voos directos entre Moscovo e Pyongyang, a partir de 27 de Julho, num reforço da cooperação entre os dois países, anunciou ontem o Governo russo.

Trata-se do primeiro serviço aéreo directo entre as duas capitais e o voo terá uma duração aproximada de oito horas, disse o Ministério dos Transportes da Rússia, citado pela agência de notícias do país TASS.

Numa primeira fase, as ligações vão ser efectuadas uma vez por mês, para gerar uma procura estável e assegurar a ocupação dos voos.

O anúncio da data surge cinco dias depois de a Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia ter autorizado a Nordwind, com sede em Moscovo, a efectuar voos regulares entre as duas cidades, com uma frequência máxima de duas ligações por semana.

Até agora, a única ligação aérea directa entre os dois países era a rota entre Vladivostok (leste russo) e Pyongyang.

 

Bons parceiros

O anúncio segue-se à visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, à Coreia do Norte, na semana passada, que incluiu um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que reafirmou o “apoio incondicional” à Rússia na guerra contra a Ucrânia.

Lavrov teve também uma reunião com o homólogo norte-coreano, Choe Son-hui, na qual ambos reafirmaram a vontade de avançar para uma “parceria estratégica a longo prazo” através do tratado bilateral assinado em 2024, que inclui uma cláusula de defesa mútua em caso de agressão.

Os laços entre a Rússia e a Coreia do Norte estreitaram-se depois da assinatura desse tratado e acredita-se que Pyongyang tenha enviado tropas, foguetes e munições para apoiar a invasão russa da Ucrânia em troca de sistemas de armas antiaéreas.

 

Por terra

O reinício dos voos directos segue-se a outros desenvolvimentos recentes no sector dos transportes.

Em 17 de Junho, Rússia e Coreia do Norte restabeleceram o serviço ferroviário direto entre Moscovo e Pyongyang, suspenso desde 2020 devido à pandemia de covid-19 e considerado a mais longa viagem de comboio sem paragens do mundo, cobrindo mais de 10 mil quilómetros em apenas oito dias.

As duas nações também concordaram em retomar a rota ferroviária entre Pyongyang e Khabarovsk (extremo oriente russo), bem como em aumentar a frequência de voos entre os dois países e iniciar a construção conjunta de uma ponte para a circulação de veículos sobre o rio Tumen, em linha com os compromissos estratégicos para reforçar a cooperação em matéria de transportes.

16 Jul 2025

O sexo e a cidade

Rejeição da união homossexual pode violar Estado de direito em Hong Kong

O líder do Governo de Hong Kong prometeu ontem respeitar a decisão do parlamento sobre o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo, mas alertou que uma rejeição poderia violar o Estado de direito.

John Lee Ka-chiu recordou ontem que o tribunal superior do território deu, em Setembro de 2023, dois anos às autoridades para elaborar normas que garantam os “direitos fundamentais” dos casais homossexuais, como as uniões civis.

“O Governo não deve agir em violação da decisão do tribunal; caso contrário, será contra o Estado de direito”, sublinhou aos jornalistas o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa.

“O Estado de Direito é a pedra basilar da economia de Hong Kong, da confiança dos investidores e do seu sucesso de longa data. Violar o Estado de direito significará consequências graves”, alertou John Lee.

Um quadro legal, proposto pelo Executivo, que pretende reconhecer certos direitos a casais do mesmo sexo legalmente casados no estrangeiro, vai pela primeira vez ao Conselho Legislativo – o parlamento de Hong Kong – na quarta-feira.

Em 03 de Julho, a maioria dos intervenientes numa discussão parlamentar mostrou-se contra. De acordo com o jornal South China Morning Post, pelo menos 41 dos 90 deputados já demonstraram intenção de vetar a proposta.

 

Apoio popular

John Lee prometeu ontem “respeitar a decisão final” do parlamento, mas garantiu que Hong Kong vai continuar a apenas permitir “o matrimónio monógamo e heterossexual”.

Também a 03 de Julho, o fundador da organização não-governamental Hong Kong Marriage Equality (‘Igualdade no casamento’) garantiu à Lusa que “a sociedade está pronta”, citando um estudo de 2023, segundo o qual 60 por cento da população apoia o matrimónio entre homossexuais.

“A orientação é muito conservadora e temos uma grande preocupação com uma das condições, que exigiria que os casais registassem primeiro a união no estrangeiro. Acreditamos que isso é injusto”, afirmou Jerome Yau.

“Se a proposta se tornar lei, o que se vai fazer, essencialmente, é criar duas classes de casais do mesmo sexo, aqueles que se casaram lá fora e os que não são casados”, referiu Yau, fazendo nota da estranheza de ter de “pagar para viajar” e casar.

A proposta em discussão não vai equiparar as uniões ao casamento, mas limita-se a conceder direitos em áreas como questões médicas, incluindo visitas hospitalares e acesso aos registos médicos do casal, bem como disposições pós-morte.

A proposta exige que os casais sejam maiores de idade e que pelo menos um dos parceiros seja residente em Hong Kong.

16 Jul 2025

OCX | Chefes da diplomacia reúnem-se na China

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) reuniram-se ontem em Tianjin, nordeste chinês, num momento marcado por tensões internas e pelo esforço de Pequim para reforçar a coesão do bloco.
A reunião junta os chefes da diplomacia de países como China, Rússia, Índia, Irão e Paquistão, entre outros, num ano em que a presidência rotativa da organização está a cargo de Pequim.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, o encontro visa promover “um consenso mais alargado” entre os Estados membros, abordando a cooperação regional e os principais desafios internacionais.
A reunião decorre poucas semanas após uma cimeira entre ministros da Defesa da OCX, realizada em Qingdao, que terminou sem declaração conjunta devido a desacordos sobre questões de segurança, nomeadamente no combate ao terrorismo.
Nessa ocasião, a Índia recusou assinar o texto final, acusando veladamente o Paquistão de usar o terrorismo transfronteiriço como instrumento político e de dar abrigo a grupos extremistas.
A presença do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, surge na sequência de uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi, realizada na véspera em Pequim, naquela que foi a primeira visita de um chefe da diplomacia indiana à China desde o confronto fronteiriço no vale de Galwan, em 2020, que causou vítimas mortais em ambos os lados.
Wang apelou para um relançamento das relações com base na “boa vizinhança e confiança mútua”, enquanto Jaishankar destacou os avanços na normalização dos laços no último ano e frisou a necessidade de evitar novas fricções fronteiriças e restrições comerciais.
O ministro indiano defendeu ainda que a OCX deve adotar uma política de “tolerância zero” face ao terrorismo.

Ultrapassar diferenças
O chefe da diplomacia iraniano, Abás Araqchí, também participa na reunião, depois de um recente conflito de 12 dias entre Irão e Israel, que lançou uma ofensiva contra alvos iranianos a 13 de Junho. Esses ataques foram condenados por vários membros da OCX, incluindo a China e a Rússia, aliados estratégicos de Teerão.
Citado pelo jornal oficial Global Times, o director do Centro de Desenvolvimento Social Euroasiático do Conselho de Estado chinês, Li Yongquan, minimizou as tensões internas, sublinhando que “as diferenças não anulam o valor da organização” e que a OCX constitui “uma excelente plataforma para gerir essas divergências e impedir que se agravem”.
Na mesma linha, o investigador Cui Heng, do Instituto Nacional para a Cooperação Judicial e Intercâmbio Internacional da OCX, afirmou que a organização, inicialmente centrada na segurança, evoluiu para um mecanismo de cooperação abrangente.
“Há um défice de segurança na Eurásia, agravado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e a OCX oferece um quadro complementar para colmatar essa lacuna”, explicou.

Meio mundo
A OCX, que integra países como China, Rússia, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão, Bielorrússia e Usbequistão, é considerada a maior organização regional do mundo em termos de população e extensão geográfica, abrangendo cerca de 40 por cento da população global.
Apesar de os membros afirmarem que a OCX não é uma aliança militar e visa proteger os Estados contra ameaças como o terrorismo, o separatismo e o extremismo, alguns analistas consideram que a sua principal função é contrabalançar a influência da NATO.
Li rejeitou essa leitura, defendendo que a organização “não é um contrapeso direto aos Estados Unidos” e que assenta “no respeito pela soberania, integridade territorial e diversidade cultural” dos seus membros.

16 Jul 2025

Visita | Xi Jinping elogia reaproximação com Austrália

O Presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, reuniram-se ontem em Pequim com o objectivo de “impulsionar a relação bilateral”, num contexto de normalização dos laços entre os dois países.
“Pequim está disposta a colaborar com a parte australiana para promover o desenvolvimento da relação bilateral e alcançar novos progressos que beneficiem os dois povos”, afirmou Xi Jinping antes da reunião, segundo um comunicado divulgado pelo Governo australiano.
Albanese destacou os avanços na cooperação com o seu principal parceiro comercial e a vontade de actualizar o Acordo de Livre Comércio entre os dois países, em vigor desde dezembro de 2015, apesar das divergências políticas e comerciais.
“Agradeço a oportunidade de apresentar as opiniões e interesses da Austrália, bem como a nossa perspectiva sobre como manter a paz, a segurança, a estabilidade e a prosperidade na nossa região”, disse o líder australiano, conhecido pelas suas críticas à crescente influência chinesa no Indo-Pacífico.

Objectivos comuns
A visita de Albanese à China surge num momento em que tanto Camberra como Pequim procuram diversificar os seus mercados, perante as elevadas taxas alfandegárias impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
As relações entre os dois países deterioraram-se entre 2018 e 2022, sob o anterior Governo conservador australiano, após o pedido de uma investigação internacional sobre a origem da covid-19.
Em resposta, Pequim impôs tarifas elevadas sobre produtos australianos como vinho, cevada, lagosta e carne bovina – restrições que foram sendo gradualmente levantadas nos últimos anos.
“A relação entre a China e a Austrália superou os retrocessos e deu uma volta positiva, trazendo benefícios concretos para os povos chinês e australiano”, afirmou Xi.
Albanese, que chegou no sábado a Xangai acompanhado por uma comitiva de empresários, deverá reunir-se com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e visitar a cidade de Chengdu amanhã, onde concluirá a sua visita.
Apesar da tradicional proximidade entre Camberra e Washington, o líder australiano ainda não se encontrou com Donald Trump desde o regresso deste à Casa Branca.
Uma reunião bilateral prevista para Junho, à margem da cimeira do G7 no Canadá, foi cancelada à última hora, e Albanese também não participou no encontro da NATO na Holanda.
As relações entre os dois aliados históricos atravessam um momento sensível, devido às tarifas impostas pelos EUA sobre exportações australianas de cobre, alumínio e aço.
Além disso, Trump tem revisto os termos do pacto de segurança AUKUS, assinado em 2021 com Reino Unido e Austrália, no âmbito do qual Camberra planeia adquirir submarinos de propulsão nuclear com tecnologia norte-americana.

16 Jul 2025

Terras raras | Exportações sobem 32% após flexibilização de licenças

As exportações chinesas de terras raras aumentaram 32 por cento, entre Maio e Junho, após Pequim ter prometido “rever e aprovar” os pedidos para vender ao exterior este grupo de minerais críticos para indústrias como semicondutores, aeronáutica, automóvel e defesa.
Segundo os dados divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas da China, o volume exportado de terras raras aumentou 32,02 por cento em Junho, face a Maio, e cresceu 60,34 por cento, em termos homólogos.
No primeiro semestre de 2025, as exportações aumentaram 11,9 por cento face ao mesmo período de 2024, apesar de o valor dessas vendas ter recuado 24,4 por cento, de acordo com os relatórios alfandegários.
Os dados preliminares ontem divulgados não detalham as exportações por elemento nem indicam os países de destino, apresentando apenas o total agregado.

Dá licença?
Desde 02 de Abril, no contexto da guerra comercial com os Estados Unidos, a China implementou um novo regime de licenças que obriga empresas estrangeiras a solicitar autorização para exportar sete dos 17 minerais que compõem o grupo das terras raras – nomeadamente samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio –, bem como ímanes derivados, invocando razões de segurança nacional.
A introdução destas restrições provocou uma queda acentuada das exportações em Abril
(-15,56 por cento), mas em Maio as vendas recuperaram com um aumento mensal de 22,57 por cento, superando inclusive os níveis de Março.
Os controlos têm impacto significativo em sectores altamente dependentes destes materiais, uma vez que a China foi responsável por 99 por cento do processamento global de terras raras pesadas em 2024 e detém cerca de 49 por cento das reservas mundiais.
A promessa de acelerar a emissão de licenças faz parte dos compromissos assumidos por Pequim no âmbito do acordo alcançado durante a mais recente ronda de negociações comerciais com os Estados Unidos, realizada há pouco mais de um mês em Londres.
Na altura, as autoridades chinesas comprometeram-se a “rever e aprovar” os pedidos de exportação de bens restritos, numa aparente referência às terras raras – um dos principais focos de tensão entre as duas potências e que chegou a ameaçar a continuidade da trégua comercial de 90 dias iniciada em meados de Maio.

15 Jul 2025