João Santos Filipe Manchete PolíticaAssociativismo | Nova associação promove colaboração com Pequim Uma associação para reforçar os laços entre Pequim e Macau. Foi desta forma que Pansy Ho, presidente da recém-criada União Geral das Associações de Pequim (Macau), a par de Jason Ho, filho do Chefe do Executivo, apresentou a criada União Geral das Associações de Pequim (Macau). A cerimónia de lançamento decorreu em finais do mês passado e contou com os representantes de altos quadros do Partido Comunista Chinês como Yang Jinbai, hefe do Departamento da Frente Unida do comité municipal de Pequim, Qiu Yu, subdirectora do Departamento de Coordenação do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, mas também Edmundo Ho, vice-presidente do Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e de André Cheong, secretário para a Administração e Justiça. Diante da elite de Pequim, Pansy Ho prometeu uma associação focada no reforço da cooperação entre Pequim e Macau, que pode aproveitar as vantagens de cada região e contribuir para “a construção nacional”. A filha de Stanley Ho apontou também que a associação tem como objectivo “promover a integração de Macau no desenvolvimento nacional” e tornar-se numa “plataforma para a implementação da estratégia de desenvolvimento exterior” do país. Nos órgãos da sociais da associação, que foi promovida pelos órgãos de comunicação do Governo da RAEM, constam várias figuras ligadas a famílias e empresários protegidos pelo regime. Clube dos filhos Além da presidência bipartida pelas famílias Ho, de Stanley, e a família Ho, ligada ao Chefe do Executivo, também o clã iniciado por Ho Yin, pai de Edmundo Ho, está representado pelo sobrinho Eric Ho King Fung, vice-presidente permanente da associação. Por sua vez, Ngan Iek Chan, filha do empresário Ngan In Leng, que chegou a ser um dos cinco representantes de Macau no comité permanente da CCPPC, é a presidente do Conselho Fiscal. Além do reforço da ligação com a capital, a associação garante ainda ser uma força patriota, que promete total apoio às políticas do Chefe do Executivo, que vai realizar vários eventos em áreas como “a cultura, gastronomia, turismo, desporto comércio e cuidados médicos”. No discurso de lançamento da associação, Pansy Ho apontou ainda, de acordo com o jornal Ou Mun, que “a compatibilidade cultural entre as populações dos dois lugares vai fazer com que se sintam mais próximas e que possam beneficiar da cooperação com benefícios mútuos, com um melhor desenvolvimento económico e social”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTurismo | Associação das Mulheres exige caça aos uniformes escolares A estética dos uniformes escolares de Hong Kong e Macau está a fascinar os turistas do Interior que se querem fotografar vestidos de alunos. No entanto, a Associação das Mulheres implementou uma campanha contra o fenómeno que considera “perturba os alunos” A Associação Geral das Mulheres apelou ao Governo para lutar contra uma das tendências mais recentes dos turistas do Interior: fotografias com os uniformes das escolas de Macau. À boleia do que acontece em Hong Kong, os turistas do Interior mostram cada vez mais um fascínio com os uniformes escolares de Macau. Assim sendo, tornou-se mais frequente a compra destes uniformes para sessões de fotografias nas ruas do território. No entanto, a Associação Geral das Mulheres está contra o fenómeno e pede ao Governo que dê início imediatamente uma campanha contra estes turistas. Em declarações ao jornal Ou Mun, a vice-presidente da associação, Loi I Weng, defende que o Governo deve regular a venda de uniformes escolares, para evitar “influências negativas” na imagem das escolas e para evitar “perturbar os alunos e os encarregados de educação”. A responsável não explicou como é que a utilização dos uniformes por turistas vai perturbar os alunos ou encarregados de educação, ainda assim apontou que actualmente a compra dos uniformes escolares é demasiado conveniente. Loi afirmou ainda ter recebido queixas de “alguns residentes” e que o Governo até pressionou os fornecedores para que identifiquem os compradores, de forma a evitar abusos com os uniformes. No entanto, as autoridades não indicaram critérios para forçar os fornecedores a identificarem os compradores, o que coloca em causa qualquer esforço para contrariar esta prática. Problemas no trânsito A reboque das opiniões partilhadas por outros deputados recentemente, Loi I Weng alertou também as autoridades para o problema das fotografias que os turistas tiram no meio das ruas de Macau. Apesar de considerar que as imagens podem promover Macau como um destino turístico, Loi I Weng apontou os perigos das fotografias tiradas no meio das estradas ou nas passadeiras, por constituírem um risco acrescido para os próprios e para transeuntes e condutores. Como forma de combater a prática de fotografias no meio da estrada, a dirigente associativa sugeriu que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego coloque sinais de trânsito nos pontos mais afectados, além de promover uma melhor divulgação contra a infracção na Internet. Loi I Weng recordou ainda que alguns turistas foram punidos por violarem a lei do trânsito e que até partilharam este facto nas redes sociais, alertando os outros para que evitem a prática. Contudo, a dirigente pede ao Governo que faça mais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Governo promete aumentar frota “a curto prazo” Segundo a DSAT, desde 2019 até Maio deste ano foram canceladas licenças de cinco taxistas, que cometeram quatro infracções graves num período de cinco anos O Governo promete aumentar o número de táxis a circular na cidade face às crescentes queixas sobre a dificuldade cada vez maior em conseguir aceder a este meio de transporte. A promessa foi deixada por Lei Veng Hong, subdirector dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DST), em resposta a uma interpelação da deputada Lo Choi In. De acordo com a interpelação da legisladora ligada à Associação de Jiangmen, no final de 2022 circulavam em Macau 1.397 táxis normais, ou seja, aqueles que não são chamados por telefone. Este número era inferior ao de 2019, quando estavam registados 1.800 táxis. “Esta grande diferença deve-se ao facto de o alvará com prazo de oito anos de mais de 400 táxis ter terminado, sucessivamente, e, no próximo ano, vai haver também cerca de 100 táxis na mesma situação, o que causará dificuldades aos taxistas que aluguem o veículo”, explicou e alertou a deputada. Em resposta a estes avisos, o Governo promete resolver a situação a curto prazo. “Esta Direcção de Serviços irá aumentar, a curto prazo, o número adequado de táxis em conformidade com a realidade de Macau, as condições objectivas de operação e a procura por serviços de táxis pelo público em geral”, prometeu Lei Veng Hong. O representante do Governo não adianta, no entanto, um calendário para lançar no mercado mais alvarás nem aponta o número previsto a emitir. Nos últimos tempos, também a empresa Rádio Táxis, que gere os táxis que podem ser chamados através do telefone ou aplicação móvel, admitiu que para fazer face a toda a procura aceitaria mais alvarás. Sete castigados Na resposta à deputada, o subdirector da DSAT revelou também que desde que entrou em vigor a lei mais recente dos táxis, em 2019, foi reprimida “a maioria das infracções e elevada a qualidade dos serviços de táxis”, com recurso ao “sistema de terminal inteligente nos veículos”. Este é um equipamento que além de guardar as gravações áudio e de imagem do que se passa no interior do táxi também inclui um sistema GPS, que permite saber os percursos feitos pelos taxistas e se houve intenção de enganar os clientes. Desde essa data até Maio deste ano, sete condutores de táxis viram a licença para conduzir este meio de transporte cancelada por terem cometido várias infracções administrativas graves. A lei impõe um máximo de quatro infracções graves num espaço de cinco anos, antes da licença ser suspensa.
João Santos Filipe SociedadeJoão Luis Rodrigues distinguido pelo trabalho contra o narcotráfico O investigador João Rodrigues da Polícia Judiciária foi um dos vários agentes distinguidos pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. A menção de mérito excepcional foi publicada ontem no Boletim Oficial. “João Luis de Sousa Rodrigues trabalha com grande sentido de responsabilidade, entusiasmo e sem se importar com perdas ou ganhos pessoais, está sempre disposto a apoiar e orientar os novos colegas, demonstra plenamente o espírito de cooperação na equipa e conclui eficazmente as tarefas dadas pelo superior”, escreveu Wong Sio Chak, na menção. “Os resultados do seu trabalho têm sido reconhecidos”, acrescentou. A menção em concreto foi justificada com um caso em que cocaína chegou a Macau disfarçada de vinho. “No início deste ano, com a recuperação ordenada do transporte aéreo transfronteiriço, as actividades de tráfico transfronteiriço de estupefacientes voltaram a aumentar. João Luis de Sousa Rodrigues chefiou a sua equipa para enfrentar os desafios e, com todo o esforço, recolher informações sobre os voos e pessoas suspeitas”, foi justificado. “Desta forma conseguiu identificar dois traficantes, detendo-os quando entraram em Macau, e resolveu o caso de narcotráfico, no qual a cocaína líquida era disfarçada em vinho tinto”, foi complementado. Outros méritos Também o inspector António Manuel Pereira, um dos membros desta polícia com mais distinções no currículo, voltou a merecer uma menção de mérito excepcional, por parte de Wong Sio Chak. Em causa, está o papel assumido por António Pereira na coordenação das investigações a dois homicídios. “Em Março e Maio de 2023, ocorreram dois casos de homicídio em Macau, António Manuel Pereira supervisionou pessoalmente as investigações, coordenando várias unidades na execução do plano de contingência de forma eficiente”, foi explicado. “Durante o processo, pela sua experiência em investigação criminal, perspicácia e sensibilidade, deu orientações às subunidades que dirige para esclarecer rapidamente os factos dos casos, o que facilitou a sua rápida resolução. Com esta atitude ficou demonstrado que os serviços de execução da lei defendem firmemente o Estado de Direito e têm determinação e capacidade para reprimir o crime com rigor, o que deu um excelente contributo para manter a segurança da RAEM”, foi acrescentado pelo secretário para a Segurança.
João Santos Filipe PolíticaPedida revisão da classificação de actividades económicas O deputado da FAOM questionou o Governo sobre a revisão da Classificação das Actividades Económicas por considerar que a estrutura económica do território sofreu alterações significativas desde 1997 Lei Chan U defende a necessidade de se levar a cabo uma revisão do diploma legal que regula a classificação das actividades económicas, com vista a implementar a política “1+4”. Esta iniciativa do Governo pretende utilizar as verbas do jogo para diversificar a economia do território através da aposta em áreas como a Medicina Tradicional Chinesa, Finanças Modernas, Turismo de Saúde e Eventos de Comércio, Culturais e Desportivos. “Desde a liberalização da indústria do jogo em 2002, a estrutura económica de Macau sofreu mudanças tremendas. O sector terciário tornou-se o mais importante para a economia, enquanto os sectores primário e secundário foram gradualmente reduzidos”, afirmou Lei Chan U, na interpelação escrita. “Com algumas indústrias e profissões a deixarem de fazer parte da estrutura económica e com o desenvolvimento económico e social e o contínuo avanço da estratégia de diversificação moderada da economia 1+4, vão surgir novos tipos de actividades económicas e formas industriais, que vão criar novos sectores de actividade e profissões”, acrescentou. Com um cenário traçado de acrescidas dificuldades no tratamento da informação estatística, o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que se impõe perguntar ao Executivo: “Será que as autoridades vão fazer uma revisão da Primeira Revisão da Classificação das Actividades Económicas para que o desenvolvimento económico e social de Macau seja totalmente reflectido e para que haja uma harmonização com a estratégia de diversificação económica?”, questionou. Outras interrogações Em relação às estatísticas do território, o legislador pretende saber como está a ser feita a harmonização dos diferentes métodos utilizados por Macau e pelas autoridades de Zhuhai na Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha. Este é um projecto financiado por Macau na jurisdição do Interior e que é anunciado como uma forma de diversificar o tecido económico da RAEM. “Que progressos foram feitos entre os sistemas estatísticos de Macau e Zhuhai na Zona de Cooperação Aprofundada? E será que as autoridades vão considerar o futuro desenvolvimento desta zona numa futura revisão da classificação das indústrias?”, perguntou. “Será que numa futura revisão da classificação das indústrias em Macau, o Governo vai ter em conta o impacto da integração económica?”, questionou. A Classificação das Actividades Económicas foi revista pela primeira em 1997, na altura com os “objectivos de aprovação duma única classificação de actividades económicas e de aplicação harmonizada dos seus princípios e métodos, visando obter uma melhoria qualitativa da informação estatística e facilitar a sua compatibilidade internacional”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Concessionárias com margem de EBITDA “mais alta de sempre” Os analistas do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) acreditam que a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização vai continuar a bater recordes até 2025 No segundo trimestre do ano, as concessionárias de jogo atingiram a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) “mais alta de sempre”. A opinião sobre o indicador de rentabilidade foi divulgada pelo banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific), num relatório, citado pelo portal GGR Asia. De acordo com a informação disponível, o sector do jogo em geral atingiu uma margem de EBITDA de 26 por cento durante o segundo trimestre, o que significou um montante a rondar os 1,7 mil milhões de dólares norte-americanos. A margem de EBITDA do segundo trimestre mostra também um aumento face à taxa registada durante os primeiros três meses do ano. Em comparação com o período antes da pandemia, o montante dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização no segundo trimestre de 2023 representou 73 por cento dos níveis do segundo trimestre de 2019. “O trimestre não se vai limitar a continuar a tendência de ultrapassar as expectativas [dos analistas], mas também a satisfazer os investidores com as margens mais altas de sempre – de 26 por cento, contra um recorde histórico de 24 por cento – graças às melhorias dos ganhos e à redução dos custos”, foi explicado pelos analistas DS Kim e Shi Mufan. O mesmo relatório indica ainda que até 2025 as margens do EBITDA podem continuar a bater recordes até chegarem a um nível de 30 por cento. “O ciclo de melhoria está longe de ter terminado”, é acrescentado. Trimestre de viragem A JP Morgan Securities (Asia Pacific) adiantou também que o período entre Abril e Junho foi “o primeiro trimestre em mais de três anos que todas as operadoras – incluindo a SJM Holdings Ltd – geraram belos fluxos de caixa gratuitos”. Em Junho, as receitas do jogo em Macau atingiram 15,21 mil milhões de patacas, o segundo valor mais alto do ano, de acordo com as estatísticas da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Apesar de inferiores a Maio, as receitas do jogo em Macau aumentaram em Junho 513,9 por cento em relação ao mesmo mês de 2022. Entre Janeiro e Junho, as receitas da indústria do jogo cresceram 205,1 por cento, em comparação com igual período de 2022. Nos primeiros seis meses do ano, os casinos registaram receitas de 80,1 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeInquérito | Metade dos idosos enfrenta problemas psicológicos Falta de rendimentos e de saúde são os factores que mais afectam os idosos do território. Entre os desempregados, mais de 20 por cento tem o desejo de voltar a trabalhar Metade dos idosos de Macau tem problemas psicológicos. A conclusão faz parte de um inquérito realizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), sobre a situação laboral e de vida. Os resultados apresentados ontem indicam que 50 por cento dos idosos têm problemas psicológicos, sendo que 35 por cento de todos os inquiridos tinham “um sofrimento psicológico moderado ou grave”. As situações mais graves foram identificadas principalmente entre os idosos que vivem sozinhos. Os dados apontam também para que cerca de 15 por cento dos inquiridos apresentassem problemas ligeiros. De acordo com os investigadores, o sofrimento psicológico tem dois factores principais: a situação financeira e a saúde física. Em relação ao último factor, foi exemplificado que há idosos que “têm mais de três doenças” e se sentem sozinhos. Sobre o sentimento de solidão, foi revelado que cerca de 40 por cento dos idosos inquiridos moram sozinhos e mais de 30 por cento não teve acesso à internet nos últimos três meses. No que diz respeito às fontes de rendimento pessoais, concluiu-se que 80 por cento dos inquiridos tinham a pensão do Fundo de Segurança Social ou as poupanças como as principais fontes de rendimento. Ao mesmo tempo, 25 por cento dos inquiridos admitiram não ter poupanças suficientes para cobrir as despesas da sua vida nos próximos três a seis meses. Dos desempregados Entre os idosos desempregados, foi concluído que cerca de 20 por cento tinham vontade de regressar ao mercado do trabalho, por dois motivos fundamentais: vontade de ter rendimentos pessoais e por sentirem que ainda têm capacidades para exercer uma profissão. O inquérito recolheu 749 inquiridos válidos junto de residentes de Macau com mais de 55 anos. Um total de 80 por cento dos inquiridos tinha 65 anos ou mais. Face aos resultados, a FAOM sugeriu ao Governo que lance medidas concretas para criar um ambiente favorável no mercado laboral para o regresso dos idosos. A equipa da FAOM que realizou o inquérito defendeu também a necessidade de o Governo incentivar as empresas a contribuírem para uma maior inclusão social, com a contratação de idosos ou indivíduos com idade mais avançada. “As regiões vizinhas, tal como Hong Kong e Taiwan lançaram programas de emprego e leis para incentivar o emprego de pessoas com idade média-alta nos últimos anos. Espera-se que as autoridades se refiram activamente a estes exemplos,” afirmou a deputada Ella Lei, na apresentação dos resultados. A FAOM destacou ainda que é preciso prestar atenção à saúde mental dos idosos, sobretudo dos que moram sozinhos, através das redes comunitárias.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Bens de Alvin Chau em venda judicial Segundo os portais da RAEM, os direitos à venda dos bens avaliados em quase 600 milhões de patacas incidem sobre espaços comerciais e lugares de estacionamento no edifício César Fortune, situado na Taipa, junto às instalações da Hovione Macau Os direitos sobre vários imóveis ligados ao empresário Alvin Chau, proprietário da Suncity, e ao Grupo Tai Tak Lei encontram-se em venda judicial. De acordo com a informação disponibilizada nos tribunais da RAEM, os bens estão avaliados em mais de 592 milhões de patacas. A dívida relaciona-se com um exequente identificado como U Lai Wan, mas os “direitos” em causa não são especificados nos anúncios. Os direitos de várias lojas e parques de estacionamento dizem respeito ao edifício César Fortune, situado na Taipa, junto às instalações da Hovione Macau. O direito sobre os espaços identificado como AC/V1 está a ser vendido por um preço mínimo 55,5 milhões de patacas, sendo que neste momento estão a ser aceites propostas em carta fechada. O espaço AC/V2 tem um preço mínimo de 73,7 milhões de patacas, enquanto os espaços AC/V3, AC/V4 e AC/V5 têm como preço mínimo 176,6 milhões, 124,0 milhões e 126,7 milhões, respectivamente. Entre 2006 e 2009, as fracções comerciais AC/V1, AC/V2 e AC/V3 estiveram arrendadas ao Governo da RAEM, para utilização do Instituto Politécnico de Macau (IPM). Foi neste local que funcionou o extinto Centro de Formação Técnica nas Áreas do Turismo e do Jogo de Macau. Segundo o Boletim Oficial, pela utilização do espaço foram pagos cerca de 54,2 milhões e patacas. Além disso, no âmbito da mesma venda judicial encontram-se ainda em venda 30 partes do parque de estacionamento do mesmo edifício, cada uma com um preço mínimo de venda de cerca de 1,2 milhões de patacas. Mais dívidas Também ontem, foi tornado público que o Banco Industrial e Comercial da China (Macau) pretende penhorar uma fracção habitacional de Alvin Chau, no prédio do Aterra da Concórdia, na Estrada de Seac Pai Vai. O montante da dívida do empresário ao banco não foi revelado. O empresário e ex-CEO da empresa Suncity está actualmente em Coloane, depois de ter sido condenado a uma pena de 18 anos de prisão pela prática dos crimes de exploração ilícita de jogo, sociedade secreta, participação em associação criminosa e chefia de associação criminosa. A decisão da primeira instância foi alvo de recurso, mas ainda não foi tomada uma decisão. Recentemente, o empresário escreveu uma carta, que foi tornada pública através das redes sociais, a prometer que iria fazer todos os esforços para pagar as dívidas aos ex-trabalhadores. Além disso, Alvin Chau afirmou ainda estar feliz e a adoptar um estilo de vida mais saudável.
João Santos Filipe Manchete SociedadeResíduos Orgânicos | Centro de Recuperação vai custar 1,9 mil milhões A obra vai ser realizada pelo consórcio constituído pelas empresas China Railway First Group, Tongfang Enviroment, Wangneng Environemnt e Grupo de Construção OMAS A construção do Centro de Recuperação de Resíduos Orgânicos vai ter um custo de 1,87 mil milhões de patacas. A informação foi revelada com o anúncio do resultado do concurso público. A obra vai ser realizada pelo consórcio constituído pelas empresas China Railway First Group, Tongfang Enviroment, Wangneng Environemnt e Grupo de Construção OMAS, que apresentou o preço mais baixo no concurso. Inicialmente o prazo de execução dos trabalhos propostas pelo consórcio era de 38 meses, ou seja, pouco mais de três anos. De acordo com as exigências, a empresa tem de construir um centro que “adopta a tecnologia de produção de electricidade a partir do biogás gerado pela digestão anaeróbica”, ou seja, através de um processo de decomposição de matéria orgânica com recurso a bactérias e sem a presença de oxigénio em estado gasoso. Na primeira fase, a capacidade de tratamento diário é de 150 toneladas de resíduos alimentares e de 420 metros cúbicos de águas residuais transportados por camiões-cisterna. Estas águas são constituídas principalmente por água residual retida nas câmaras retentoras de gorduras de cozinhas de restaurantes e águas residuais químicas de sanitários móveis de estaleiros de obras. Além da construção, o consórcio vai ficar responsável pela operação do centro pelo prazo de 180 meses, o que correspondeu a 15 anos. A mais barata A proposta vencedora do concurso público apresentava não só o preço mais baixo, como também o menor tempo de construção. Outra das propostas tinha sido apresentada pelo consórcio constituído Sociedade de Engenharia e Construção MGW, Nam Kwong Engenharia Ambiental e Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong, com um preço de 3,12 mil milhões de patacas e um prazo de execução de 48 meses. A Companhia de Engenharia Porta da China, com um preço de 1,88 mil milhões de patacas e um prazo de execução de 48 meses, foi outra das participantes no concurso, assim como o consórcio constituído pela Companhia de Engenharia e de Construção da China (Hong Kong) e Companhia de Engenharia Construção da China (Macau), que prometia completar os trabalhos em 48 meses por um preço de 3,29 mil milhões de patacas. O Centro de Recuperação de Resíduos Orgânicos fica localizado a Leste do Aterro para Resíduos de Materiais de Construção, junto à Avenida do Aeroporto, no COTAI.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEconomia | Universidade de Macau revê previsões de crescimento Após a primeira metade do ano, O Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau fez uma revisão das estimativas de crescimento. As previsões apontam agora para que o crescimento varie entre 32,5 por cento a 61,6 por cento face ao ano passado O Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau (UM) fez uma revisão das expectativas de crescimento da economia para este ano e aponta para uma variação de 32,5 por cento a 61,6 por cento. A revisão do cenário macroeconómico foi feita através de um comunicado divulgado durante a tarde de ontem. Segundo os dados revistos, a UM aponta que a economia vai crescer no pior cenário 32,5 por cento e no melhor caso 61,6 por cento. Num cenário intermédio o crescimento será de 47 por cento. Anteriormente, a UM indicava que o crescimento mínimo seria de 2,7 por cento, enquanto o crescimento máximo de economia poderia chegar aos 64,5 por cento. Os analistas da UM estimam agora que o índice de preços no consumidor, utilizado para medir a inflação, deverá crescer entre 1,2 por cento e 2,3 por cento. No início do ano, as estimativas dos mesmos analistas previam uma redução de 0,5 por cento até um crescimento de 4,3 por cento. Quanto ao desemprego, deverá terminar o ano num mínimo de 2,2 por cento e num máximo de 2,9 por cento. As estimativas do início do ano previam um cenário diferente em que a taxa de desemprego podia variar entre 3.1 por cento e 4,5 por cento, um cenário que está agora completamente afastado. Mais consumo e investimento Por sua vez, a mediana dos rendimentos dos residentes deve agora registar um crescimento situado entre 4,7 e 14,4 por cento. Esta é uma estimativa que contrasta com as previsões do início do ano que apontavam para uma redução de 6,1 por cento ou um crescimento no máximo de 9,4 por cento. Em relação ao consumo das famílias, a UM aponta que no pior cenário pode ficar no mesmo valor do ano passado. No melhor cenário, o consumo pode registar um crescimento de 8,1 por cento. Anteriormente, as previsões do consumo variavam entre uma redução de 1 por cento e um crescimento máximo de 13,6 por cento. Por sua vez, a UM aponta que investimento externo deve agora registar uma quebra de 8,3 por cento, mas também crescer 10,3 por cento. Anteriormente o cenário indicava que a redução poderia ser de 17,5 por cento até um crescimento de 26,1 por cento. De acordo com o portal statista, no ano passado o produto interno bruto de Macau registou uma redução de 26,8 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeViolência Doméstica | Homem que atacou ex-mulher já tinha sido julgado O homem que na segunda-feira tentou matar a ex-mulher com um martelo na rua, tinha sido absolvido da prática do crime de violência doméstica. Este facto foi admitido pelo Ministério Público (MP), que em comunicado tentou explicar a absolvição com o facto de a ex-mulher ter recusado depor durante o julgamento. “No caso de violência doméstica, o arguido foi absolvido do crime em causa considerando que a ofendida se recusou a depor durante o julgamento”, foi revelado pelo MP, em comunicado. Os detalhes do julgamento não fazem parte do comunicado, à excepção da absolvição e da “recusa” de depoimento pela mulher. Porém, o MP reconheceu que o homem possuía um historial de problemas com a justiça, e que tinha sido inclusive alvo de mais processos. “Segundo o que foi apurado, além de estar envolvido no passado num caso de violência doméstica, o arguido ainda foi suspeito pela prática dos crimes de ofensa à integridade física e de injúria agravada, pelo que lhe foram instaurados uns inquéritos pelo Ministério Público para efeitos de investigação”, foi confessado. No comunicado, o MP não explicou se o homem tinha sido condenado anteriormente por outros crimes ou se todos os processos instaurados contra ele, à excepção das acusações por violência doméstica, tinham sido arquivados antes de chegarem à fase de julgamento. Plano de vingança A comunicação oficial de sexta-feira, confirmou também o que tinha sido avançado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), ao apontar que o crime foi motivado pelo desejo de vingança, face às queixas apresentadas pela mulher em 2017. “Uma vez que a ofendida tinha denunciado a prática de actos criminosos do arguido como violência doméstica, ele sempre guardou rancor e começou a ter ideias de assassinar a ofendida, colocando um martelo e uma faca na caixa de capacete do motociclo para um eventual ataque”, foi indicado pelo MP. O arguido foi indiciado da prática do crime de homicídio qualificado, na forma tentada, do crime de armas proibidas e do crime de ameaça. O crime de homicídio qualificado pode ser punido com pena de prisão até 25 anos, o crime de armas proibidas pode ser punido com pena de prisão até 8 anos e o crime de ameaça pode ser punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa. Prisão preventiva O homem vai aguardar julgamento em prisão preventiva, o que é justificado com a intenção “de se evitarem a sua fuga de Macau e a perturbação da ordem e tranquilidade públicas.” O acto criminoso aconteceu no cruzamento entre a Rua Manuel Arriaga e a Rua Sacadura Cabral, perto da Rotunda dos Três Candeeiros, por volta das 10h25 da noite. A mulher está internada desde o ataque.
João Santos Filipe SociedadeIPOR | Patrícia Ribeiro próxima directora Patrícia Ribeiro vai ser a próxima Directora do Instituto Português do Oriente (IPOR). A escolha foi feita pela Assembleia Geral, que se reuniu na sexta-feira em Lisboa. “É uma decisão que me deixa feliz, pelo reconhecimento da capacidade de trabalho, dedicação e perseverança da Dra. Patrícia Ribeiro e pela boa relação que criámos desde Fevereiro”, comentou Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, através da rede social facebook. “Com a nomeação da Dra. Patrícia Ribeiro, conclui-se, assim, o ciclo de renovação dos representantes de Portugal em Macau que ocorreu neste primeiro semestre, com a minha chegada e a do novo Diretor da AICEP, Dr. Bernardo Pinho, e a tomada de posse da Dra. Márcia Guerreiro como delegada junta do Fórum de Macau”, acrescentou. Patrícia Ribeiro era vogal da Direcção do IPOR desde 2012.
João Santos Filipe PolíticaCheque pecuniário | Distribuição a partir de amanhã A partir de amanhã, o Governo vai iniciar a distribuição do plano de comparticipação pecuniária de 2023. O apoio, também conhecido como “cheque”, vai ser entregue entre 4 de Julho e 4 de Agosto por transferência bancária ou envio postal de cheque cruzado. Os 708 041 residente permanentes são apoiados com um subsídio de 10 mil patacas; os 35 347 residentes não permanentes recebem um apoio de 6 mil patacas. Somados os apoios, o plano de comparticipação pecuniária tem um custo para o orçamento da RAEM de cerca de 7,3 mil milhões de patacas. No caso de os residentes terem dúvidas sobre a forma como estão registados para receberem o apoio, podem consultar a informação através da página electrónica do Plano de Comparticipação Pecuniária em www.planocp.gov.mo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSegurança | Representantes de Pequim elogiam Governo local O Governo Central está satisfeito com os trabalhos realizados pelo Governo local para protecção da Segurança do Estado, principalmente no que diz respeito à lei defesa do Estado. A posição foi tomada por Zheng Xincong, director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, durante a primeira reunião deste ano da Comissão de Defesa da Segurança do Estado. O primeiro encontro deste ano da comissão decorreu “recentemente”, segundo o comunicado que não especifica a data, e Zheng Xincong, na posição de “assessor para os assuntos de segurança nacional” foi um dos intervenientes. O membro do Governo do Interior apontou que “ao longo do ano passado, o Governo da RAEM mostrou a sua responsabilidade de trabalho e o bom, corajoso e eficiente desempenho, garantindo a implementação com eficácia do conceito geral da segurança nacional, nomeadamente a conclusão, com sucesso, do trabalho da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’”. Porém, o trabalho está longe de estar concluído. Zheng Xincong recordou ao Governo local que tem a missão de “pôr em prática o espírito do importante discurso do Presidente Xi Jinping sobre o trabalho da segurança nacional”. O conteúdo e as tarefas a implementar do discurso não foram especificadas. Apesar disso, o governo está a realizar a consulta pública sobre a nova lei eleitoral que dá poderes à Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que conta na sua constituição com dois membros do Governo Central, como assessores, para vetarem qualquer candidato. Tradição do amor Na reunião, esteve também presente Ho Iat Seng, presidente da comissão e Chefe do Executivo, que destacou o fervoroso amor patriótico da população, embora notasse que tem de haver um reforço. Ho Iat Seng afirmou “que, na nova conjuntura de segurança na nova era, o Governo da RAEM precisa de aproveitar a implementação da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’, na boa base existente para reforçar de forma contínua o amor pela Pátria e por Macau por parte da população em geral’”. O Chefe do Executivo apontou também ser necessário “desenvolver aprofundadamente as acções de divulgação e sensibilização desse âmbito [amor à Pátria], melhor coordenar a segurança e o desenvolvimento, aperfeiçoar permanentemente o sistema da defesa da segurança do Estado na RAEM e salvaguardar efectivamente a estabilidade do Estado e da sociedade da RAEM”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTénis | Torneio Macau Masters em Dezembro Parte da elite mundial do ténis mundial vai visitar Macau entre 2 e 3 de Dezembro para participar no evento Macau Tennis Masters. O torneio, organizado pela concessionária MGM em parceria com a empresa de eventos desportivos IMG, vai decorrer na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo o anúncio dos organizadores, o evento vai ter uma vertente individual e outra de pares, contando com a participação de seis atletas convidados, e decorrendo em piso duro. Esta é uma iniciativa que se enquadra no âmbito das novas concessões de jogo e da obrigação das concessionárias contribuírem para a política do governo 1+4, em que o dinheiro dos casinos serve para desenvolver outras indústrias, como os eventos desportivos e convenções. Com os bilhetes a começarem a serem vendidos no próximo mês, a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental vai receber no sábado dois jogos de singulares e um jogo de pares mistos. No domingo vão ser realizados três jogos de singulares. Tenistas de elite Entre os nomes dos participantes revelados esta semana, consta o da tenista Belinda Bencic. A suíça de 26 anos é actualmente a 14.ª do ranking mundial, mas em Fevereiro de 2020 chegou a ser a número 4. Conta ainda no currículo com a conquista da medalha olímpica de ouro, nos Jogos de Tóquio, em 2021, e a presença na meia final no Torneio dos Estados Unidos, em 2019. Até ao momento, a época de Bencic tem sido discreta, principalmente ao nível dos torneios do Grand Slam, com a eliminação durante a primeira ronda em Roland Garros, em Paris, e a eliminação na quarta ronda, no Open da Austrália. Também a presença de Taylor Fritz, número sete do ranking mundial, está confirmada. O norte-americano de 25 anos venceu cinco torneios ATP em singulares, entre os quais Indian Wells em 2022, mas está a fazer uma época abaixo das expectativas. O melhor americano do ranking mundial foi afastado do Torneio da Austrália e de Roland Garros à segunda e terceira rondas, respectivamente. O último dos nomes conhecidos é o de Frances Tiafoe, número 10 do ranking mundial. O norte-americano que em 2018 perdeu a final do Estoril Open para João Sousa, tem feito uma carreira ascendente, com vitórias contra grandes nomes do ténis mundial como Rafael Nadal, Alexander Zverev ou Stefanos Tsitsipas. Este ano, tanto no Torneio da Austrália como em Roland Garros, foi eliminado na terceira ronda. No futuro, os organizadores ainda vão anunciar mais três nomes de participantes no torneio por convite.
João Santos Filipe SociedadeDSEDJ | Estudo aponta que jovens são “altamente patriotas” Os jovens de Macau são “altamente patriotas”. É esta a conclusão que a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) destaca do Estudo Social dos Indicadores sobre a Juventude em Macau de 2022, encomendado ao Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau. “Em termos de valores, o nível de sentimento patriótico global dos jovens inquiridos tende a ser elevado, com uma tendência para reconhecerem e respeitarem o sistema e a cultura do seu país e para atribuírem a importância ao desenvolvimento do país”, pode ler-se nas conclusões. Numa escala em que a pontuação máxima são 5 pontos, o resultado geral do reconhecimento do patriotismo pelos jovens foi de 3,99 pontos. As conclusões apontam também que quanto mais jovens, maior é o reconhecimento do sentimento nacionalista. Por outro lado, os desempregados têm menos ligação com o poder instalado. “Entre os inquiridos de diferentes faixas etárias, os que se encontram em situação de aprendizagem obtiveram a pontuação média mais elevada do sentimento patriótico (4,03 pontos), seguidos de outros grupos, por ordem descendente, em exercício de actividade profissional (3,98 pontos), trabalhadores-estudantes (3,98 pontos) e desempregados (3,78 pontos)”, foi explicados nas conclusões. O estudo teve como população alvo os jovens com idades entre os 13 e os 35 anos, e foi feito através de questionários electrónicos, complementados por questionários em papel e ainda entrevistas de ruas. A amostra correspondeu a 2.376 questionários válidos. Pratos nacionalistas Os resultados indicaram também que a área patriota de maior interesse dos jovens é a gastronomia e que o principal meio de consumo de informação é a Internet. Face a estas conclusões, o estudo sugere uma maior aposta na gastronomia e informação online, de forma a que se continue a promover o nacionalismo no território e construa uma “confiança cultural”. “Uma vez que a cultura gastronómica é uma categoria de interesse comum para todas as faixas etárias, pode-se considerar aproveitar a cultura gastronómica como uma base, combinada com outros temas e elementos culturais, para aumentar o interesse dos jovens pela aprendizagem, reforçar a compreensão, respeito e amor dos mesmos pelo seu próprio país e cultura e construir uma confiança cultural”, é sugerido. No mesmo sentido é recomendado que seja disponibilizada cada vez mais informação sobre o Interior aos jovens, assim como “mais oportunidades de emprego, estágio, formação e intercâmbio para ajudar os jovens a integrarem-se no desenvolvimento do país”, através da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação | Questionado investimento em Hengqin Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, questiona a coerência da construção do Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha, face à política de habitação do governo. As dúvidas foram lançadas através de um artigo no Jornal do Cidadão. Em declarações à publicacão, o ex-candidato a deputado admitiu estar preocupado por ver um conflito, por um lado, entre o investimento no Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha e, por outro, a construção de várias habitações públicas no território, a que se juntam as mais de 20 mil habitações privadas vazias. Com estas políticas, Kot aponta também que prevê que os residentes vão ter como prioridade a compra de habitação económica em Macau ou então o arrendamento ou compra das casas existentes no mercado privado. O dirigente associativo acredita que apesar de os preços das habitações em Hengqin serem mais baratos, a diferença não vai fazer com que os residentes abdiquem de escolher viver em Macau. Kot afirmou também não acreditar que as vantagens de Hengqin, como os prédios novos, o melhor ambiente e as perspectivas de um desenvolvimento futuro sejam suficientes para levar os residentes a optarem pela mudança. Dos Serviços Sociais Em relação ao Novo Bairro de Macau, Kot elogiou o projecto de habitação e considerou que os prédios estão bem construídos, com um bom design e com ruas bem desenhadas. No entanto, o principal desafio passa por criar instalações sociais, como zonas comerciais, escolas e outros serviços essenciais para a população que ainda não estão a funcionar. Por outro lado, o dirigente da associação considerou também que o projecto pode ser mais atractivo para os residentes com o sistema legal de Macau e a utilização da internet sem as restrições do Interior. Outro dos aspectos que pode ser importante para atrair os residentes, explica Kot, é a instalação de clínicas de Macau naquele bairro da Ilha da Montanha. Na quarta-feira, ficou a saber-se que o preço por metro quadrado na Ilha da Montanha vai ser de 30 mil yuan. Nelson Kot considerou que se este preço fosse implementado em Macau que seria muito bem acolhido pela população. Contudo, em relação a Hengqin levantou dúvidas sobre o nível de atractividade.
João Santos Filipe Manchete SociedadeViolência Doméstica | Mulheres querem revisão de processo de reabilitação A directora-adjunta do Centro de Solidariedade Social Lai Yuen da Associação Geral das Mulheres de Macau quer que todos os suspeitos de violência doméstica sejam obrigados a frequentar cursos de reabilitação, mesmo que depois sejam declarados inocentes A Associação das Mulheres defende uma revisão do mecanismo de reabilitação das pessoas condenadas pelo crime de violência doméstica. Segundo a associação, a reabilitação deve começar logo após serem levantadas suspeitas sobre as pessoas, mesmo que não tenham sido condenadas e possam ser declaradas inocentes. O pedido de revisão do mecanismo de acompanhamento surgiu ontem, depois de na segunda-feira um homem ter tentado matar a ex-mulher, com um martelo. A vítima do ataque está actualmente em coma no hospital. O ataque foi motivado depois de, em 2017, a mulher se ter queixado não só de actos de violência, mas também de ter sido violada. Segundo a directora-adjunta do Centro de Solidariedade Social Lai Yuen da Associação Geral das Mulheres de Macau, Fok Im Hong, o ataque foi motivado por acontecimentos do passado, pelo que foi “óbvio” que o agressor agiu com “má-fé” e planeou a “agressão”. Neste sentido, Fok apontou que é necessário tomar mais medidas de prevenção da violência doméstica, que não podem passar apenas pelas sanções dos tribunais. Em declaração ao jornal Ou Mun, Fok Im Hong indicou que actualmente os juízes podem obrigar os suspeitos de violência doméstica a participarem em programas especiais de prevenção ou a submeterem-se a aconselhamento psicológico. No entanto, a responsável explicou também que antes da decisão do juiz, o aconselhamento para os suspeitos é voluntário. Se eles não quiserem participar ou decidirem desistir, o aconselhamento é interrompido. Para a melhor protecção das vítimas de violência doméstica, Fok Im Hong sugere a obrigação de frequentar os cursos mesmo antes de haver uma condenação pelo crime de violência doméstica. A responsável defende que a participação deve ser uma das referências para a determinação da pena, com vista a incentivar os suspeitos a corrigir a propensão à violência e afastar atitudes de vingança. Maior consciencialização Fok Im Hong sugeriu também que o Governo deve continuar a promover programas de educação familiar e saúde psicológica, melhorando os apoios para casamentos em crise e os serviços de aconselhamento para as crianças que testemunham casos de violência doméstica. Apesar de ter apoiado a revisão da lei de violência doméstica de 2016, e de nos últimos anos ter pedido uma postura mais activa do governo na prevenção e penalização do fenómeno, a Associação das Mulheres nem sempre foi tão activa no combate ao crime. Na votação anterior à de 2016, quando se propôs que a violência doméstica fosse tornada um crime público, o que obriga as autoridades a investigarem todas as denúncias e a não ficarem limitadas às queixas das vítimas, a Associação absteve-se na votação. Esta postura da deputada da associação, na altura, contribuiu para que a classificação como crime público só fosse possível anos mais tarde.
João Santos Filipe Manchete SociedadeResíduos nucleares | Questionado impacto de descarga de águas Depois do IAM vir a público admitir a possibilidade de aumentar o controlo de marisco do Japão, o deputado da FAOM apresentou uma interpelação escrita com um pedido nesse sentido A possibilidade de o Japão despejar para o mar a água utilizada para arrefecer os reactores da central nuclear de Fukushima, destruída num tsunami em 2011, levou Lei Chan U a pedir ao Governo uma avaliação sobre o impacto para a comida importada por Macau. O tema é abordado numa interpelação escrita que foi divulgada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Lei Chan U quer saber se o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) está preparado não só para reforçar a inspecção de todos os alimentos importados do Japão, mas também dos países vizinhos, que podem ser contaminados por aquelas águas. “Além de se focar nos assuntos de segurança alimentar relacionados com a comida importada do Japão para Macau, será que o IAM também vai reforçar a inspecção da radiação dos alimentos, principalmente a nível dos mariscos importados do Japão e dos países e regiões vizinhas, que também podem ser afectados pela água poluída?”, perguntou Lei Chan U. Na interpelação, o deputado pergunta também se o Governo vai reforçar a colaboração com as “áreas adjacentes” para supervisionar a poluição das águas locais, após a descarga da água poluída. “A longo prazo as autoridades de Macau precisam de apertar os critérios de importação de comida fresca e congelada e criar vários pontos de inspecção da radiação”, sentença o deputado. Ir a reboque A interpelação de Lei Chan U surge na sequência de uma posição tomada anteriormente pelo IAM, através da vice-presidente O Lam, quando foi avançada a possibilidade de as descargas de água começarem em Julho. “Se o Japão despejar no mar água da central nuclear, vamos suspender imediatamente os pedidos de importação de produtos alimentares vindos de distritos considerados de alto risco de contaminação, além de Fukushima”, indicou O Lam, citada pelo canal chinês da Rádio Macau, em meados deste mês. A responsável assegurou também que o Governo da RAEM está atento à situação e poderá apertar o controlo a produtos alimentares frescos, como peixe, marisco, frutas e legumes, com a imposição de outras medidas como exigir a apresentação de certificados de radiação e origem. Após o desastre nuclear ocorrido na central nuclear de Fukushima em 2011, a RAEM suspendeu a importação de peixe, marisco, frutas, legumes, produtos lácteos e carne animal oriundos de Fukushima e nove distritos do Japão (Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano, Saitama e Área Metropolitana de Tóquio). A proibição de produtos destas zonas terminou em 2019, porém, passou a ser exigida a apresentação de certificados de radiação e de origem emitidos pelas autoridades japonesas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeViolência Doméstica | Homem tenta matar ex-mulher com martelo O crime aconteceu em plena rua, e foi presenciado por várias testemunhas. A mulher ficou inconsciente, devido às lesões no crânio. O ex-marido confessou querer vingar-se das acusações de violência doméstica e violação Um homem com 50 anos foi detido na segunda-feira à noite, depois de ter tentado assassinar com um martelo a ex-mulher. O caso decorreu noite dentro na segunda-feira e ontem o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) revelou os contornos que motivaram o crime passional. O acto criminoso aconteceu no cruzamento entre a Rua Manuel Arriaga e a Rua Sacadura Cabral, perto da Rotunda dos Três Candeeiros, por volta das 10h25 da noite. Nessa altura, um homem pegou num martelo, que trazia consigo na mota, aproximou-se da ex-esposa e bateu-lhe na cabeça, à frente de outras pessoas. Após o primeiro ataque, a mulher caiu no chão inanimada e a sangrar, enquanto o homem continuou a bater-lhe. Houve ainda uma amiga da vítima que tentou pedir ao agressor que parasse com as agressões, mas o esforço foi em vão. “Até podes não acreditar, mas vou matar-te a seguir”, terá dito o homem à amiga da ex-mulher, de acordo com o depoimento citado pela polícia. O sujeito acabou por ser detido por quatro agentes da polícia que se encontravam na área, embora estivessem fora de serviço. Os agentes terão corrido para o local, depois de ouvirem o que se estava a passar, devido à grande confusão criada. A mulher, com cerca de 50 anos, ficou em estado grave, uma vez que parte da estrutura óssea do crânio ficou partida e penetrou o cérebro. Por este motivo, apesar de estar numa situação estável, a mulher está inconsciente no Centro Hospitalar Conde São Januário. Confissões do agressor Após ser detido, o homem confessou o crime e admitiu ter actuado por pretender vingar-se da mulher. Segundo a versão da polícia, depois de ter sido acusado de violência doméstica e de violação em 2017, pela ex-mulher, o homem decidiu vingar-se e matá-la. A informação divulgada ontem pelo CPSP, e citada pelos órgãos de comunicação social em língua chinesa, não permite saber se a mulher chegou a apresentar alguma queixa formal, nem o desfecho da mesma. O HM contactou o Ministério Público para pedir esclarecimentos sobre este aspecto e sobre a existência de alguma queixa formal, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta. O divórcio do casal aconteceu três anos depois, em 2020. Além do martelo, a polícia encontrou ainda na mota do suspeito uma faca, que se acredita seria para utilizar na prática do crime, embora tal não tenha acontecido. O suspeito é um motorista privado e foi transferido para o Ministério Público, estando indiciado da prática dos crimes de homicídio qualificado, na forma tentada, armas proibidas e ameaça.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFunerárias | Pedido fim do monopólio da Associação Kiang Wu A Câmara de Comércio dos Negociantes Funerários de Macau pediu o fim do monopólio do embalsamento ligado à Associação de Beneficência do Kiang Wu e à empresa Yan Chak. Actualmente, só os corpos embalsamados podem ser levados para o Interior para serem cremados A Câmara de Comércio dos Negociantes Funerários de Macau entregou ontem uma carta na sede do Governo a apelar ao fim do monopólio no embalsamento de cadáveres da Associação de Beneficência do Kiang Wu. A carta endereçada à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, pede que sejam autorizadas mais salas de embalsamento. Actualmente, os corpos dos mortos em Macau só podem ser cremados no Interior. No entanto, para serem transportados têm de ser embalsamados. Apenas a Associação de Beneficência do Kiang Wu está autorizada a fornecer o serviço de embalsamento, que é explorado pela empresa Serviços Funerais Yan Chak. A Associação de Beneficência do Kiang Wu é controlada pela família Chui, ligada ao anterior Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, e aos deputados e empresários Chui Sai Peng e Chui Sai Cheong. Em declarações aos jornalistas, o presidente da câmara de comércio, Lei Cheok Peng, justificou o pedido do fim do monopólio pela falta de alternativas para os residentes. No cenário actual, quando é necessário embalsamar um morto as famílias são sempre obrigadas a recorrer à empresa Yan Chak. Em causa, está o facto de a empresa se aproveitar da posição de vantagem no mercado e apenas oferecer o serviço de embalsamento com outros associados, como o transporte para o Interior ou o tratamento do corpo. “O problema actual é que o embalsamento só é possível com a compra de outros serviços funerários, o que deixa os residentes sem poderem escolher os serviço de outras funerárias, o que prejudica os interesses da população”, pode ler-se no documento. “Os residentes não conseguem aceder a serviços funerários com preços razoáveis”, foi acrescentado. Como alternativa ao licenciamento de salas de embalsamento para os privados, Lei Cheok Peng propôs uma regulação do Governo ao tipo de serviços prestados pela empresa, que permita o mercado funcionar de forma justa, ou então que seja o próprio Governo a disponibilizar o serviço. Actividade privada O deputado Ron Lam esteve presente na entrega da carta e apelou ao Governo de Macau para seguir o exemplo de Hong Kong, com maior regulação das actividades funerárias. Lam apontou ainda que em Hong Kong há um sistema de licenciamento dos serviços de embalsamento e que Macau devia seguir o mesmo, para evitar monopólios e manter a qualidade do serviço. Ron Lam justificou a importância deste assunto ao indicar que cerca de 80 por cento dos cadáveres de Macau são encaminhados a Zhuhai para serem cremados, o que, no seu entender, justifica até que o serviço seja concessionado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIlha da Montanha | Inaugurado Novo Bairro de Macau Foi ontem realizada a cerimónia de descerramento da placa de inauguração do Novo Bairro de Macau. O secretário para a Economia e Finanças espera que o projecto encoraje os residentes a mudarem-se para a Zona de Cooperação Aprofundada Um espaço para permitir aos residentes experimentarem um nível de vida de alta qualidade. Foi desta forma que o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, se referiu ontem ao projecto do Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha, durante o discurso da cerimónia de descerramento da placa de inauguração. De acordo com o governante, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, o projecto vai permitir aos residentes encontrarem novas oportunidades de vida e de emprego na Zona de Cooperação Aprofundada, projecto na jurisdição do Interior com investimentos de Macau. Para o Governo da RAEM, o Novo Bairro de Macau é ainda encarado como “um marco” para a construção da Zona de Cooperação, que vai permitir aos residentes encontrarem “condições e um ambiente quotidiano semelhante ao de Macau”. A cerimónia decorreu com a informação a ser disponibilizada em chinês simplificado, tradicional e inglês, como normalmente acontece nas empresas de Hong Kong. No entanto, a Macau Renovação Urbana é uma empresa criada na RAEM com capitais públicos. A criação de um ambiente de Macau na Zona de Cooperação foi também um aspecto destacado por Peter Lam, presidente da Macau Renovação Urbana. O responsável apontou igualmente que este projecto transmite a esperança dos residentes poderem integrar-se melhor na Zona de Cooperação Aprofundada. No centro da ilha O Novo Bairro de Macau fica situado perto das avenidas Zhongxin e Gang’ao e conta com 27 torres habitacionais de 19 a 26 andares. Ontem, foi tornado público que os preços dos apartamentos devem ficar abaixo dos 30 mil yuan por metro quadrado. Na maior parte dos casos, cada andar é constituído por sete ou oito apartamentos, o que faz com que o projecto albergue quase 4 mil habitações. Além destas casas, estão ainda reservadas 200 fracções para “quadros qualificados”, que apenas poderão ser arrendadas. As estimativas apontam para que no futuro habitem no bairro de Hengqin entre 12 mil a 15 mil pessoas de Macau. Além das habitações, o Novo Bairro de Macau inclui outros equipamentos sociais, como uma escola, centro de saúde, serviços para idosos e um centro familiar. Este último, de acordo com o promotor do projecto, vai “servir os residentes de todas as idades”. O empreendimento tem também espaços comerciais com uma área de 5 mil metros quadrados, distribuídos por 60 lojas, cujo objectivo é disponibilizar os bens de primeira necessidade aos futuros habitantes. Ao nível do estacionamento, estão planeados 4 mil lugares, assim como “clubhouses”, parques infantis e zonas para a prática de desporto.
João Santos Filipe Manchete SociedadeKaraokes queixam-se de que negócio piorou após pandemia Face ao cenário de pessimismo dos cidadãos, o presidente da Associação Industrial e Comercial sugere que sejam lançadas medidas de promoção da economia interna, como o cartão de consumo para turistas Os proprietários dos bares de karaoke queixam-se de que o negócio está a enfrentar condições piores do que aquelas com que teve de lidar durante a pandemia. Em declarações ao jornal Ou Mun, alguns empresários do sector traçam um cenário de dificuldades, motivadas pela crescente concorrência dos espaços no Interior e as restrições no consumo. Segundo a versão do empresário Leong, com a passagem das fronteiras para o Interior a voltarem praticamente à situação de normalidade em Janeiro, os empresários sentem dificuldades acrescidas, porque muitos dos residentes passaram a preferir frequentar os bares de karaoke no outro lado da fronteira. Leong adiantou ainda que com a implementação do programa de circulação de veículos de Macau no Interior o volume de negócios dos bares de karaoke registou quebras de 50 a 60 por cento face ao período da pandemia. No caso do estabelecimento gerido por Leong, há noites de fim-de-semana em que não tem mais do que duas mesas com clientes, o que é muito diferente do que se registava no passado. O sector atravessa assim uma situação em que tem mais clientes durante os dias da semana do que ao fim-de-semana, o que representa uma mudança de paradigma. Quebras acentuadas O jornal Ou Mun ouviu também outro dono de um espaço de karaoke, de apelido Chan, que afirmou ter quebras na ordem dos 50 por cento, face ao período da pandemia. O empresário explicou que o ambiente económico é muito diferente do antecipado e que a fonte dos clientes sofreu alterações. Além da concorrência dos espaços do Interior, que foi intensificada com a circulação dos veículos para Zhuhai, há um ambiente de depressão económica e de cortes no consumo. Chan admitiu ainda que no passado investiu em restaurantes, porque o ambiente de negócios era bom e era possível ganhar dinheiro apenas com a loja aberta. Contudo, explicou, a situação mudou muito e teve de fechar vários espaços. O empresário deixou ainda antever que vai ter de fechar mais restaurantes no futuro, face à falta de receitas. Apoio às PME Por sua vez, o presidente executivo da Associação Industrial e Comercial, Ng Wah Wai apelou ao Governo para encontrar uma solução para os problemas das pequenas e médias empresas. Segundo o dirigente associativo, a recuperação económica vai demorar a ser sentida, pelo que é necessário apoiar os negócios locais. Ng Wah Wai defendeu o lançamento de mais medidas para promoção do consumo interno, que façam com que os residentes comprem mais nas lojas locais. Além de atrair os residentes locais, o responsável também sugeriu que o Governo siga as práticas do sudeste asiático, do Japão e de Taiwan, onde foram lançados cartões de consumo para os turistas, o que é visto como uma forma de promover o consumo em Macau.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAcadémicos avisam que Governo vai enfrentar “teste de stress complexo” A vontade do Governo Central de terminar com o jogo VIP em Macau e com a dependência da “corrupção em massa” vai fazer com que o Governo local tenha de enfrentar vários desafios A pressão do Governo Central que levou Macau a promover transformações profundas no segmento VIP do jogo vai levar o Governo da RAEM a enfrentar um “teste de stress” para controlar a despesa orçamental e evitar problemas sociais. O aviso é deixado no artigo “O perfil da Cidade de Macau – A Ascensão e a Queda de Uma Cidade do Jogo”, publicado este mês na revista Cidades e assinado pelos académicos Edmund Li, da Universidade de Shandong, Zhang Anning e Yin Yechang, ambos da Universidade de Macau. Num artigo em que fazem uma análise ao impacto das alterações mais recentes na indústria do jogo no território, os autores apontam que ao longo dos anos o território sofreu de “má governação crónica”, motivada pela “ilusão de uma prosperidade sem limites”. No entanto, com a pandemia o cenário foi radicalmente alterado e os académicos consideram que a imagem “glamorosa” de Macau como uma cidade de jogo foi “manchada”, devido à recessão ligada à covid-19 e à vontade de Pequim de reformar a indústria. “Tornou-se impossível para o Governo de Macau manter o status quo ou implementar as reformas a um ritmo lento. Macau foi forçada por Pequim a impor restrições rigorosas à sua indústria do jogo e a encerrar o lucrativo negócio do jogo VIP”, foi indicado. “Pequim agiu para garantir que Macau tem um desenvolvimento saudável e sustentado sem depender da corrupção em massa”, foi acrescentado. Preço a pagar Contudo, os académicos indicam que as reformas impostas por Pequim vão ser um desafio e que pode haver um preço a pagar. Segundo o artigo, Macau “vai enfrentar um teste de stress muito complexo e severo no futuro, com a redução das receitas do jogo no orçamento e a capacidade para controlar os gastos”. Ao mesmo tempo, o teste vai surgir numa altura em que o Governo está a tentar diversificar a economia, o que na perspectiva dos investigadores pressupõe um aumento dos gastos com o orçamento, mas que também cria vários riscos acrescidos para garantir que o plano de diversificação é bem-sucedido. Num cenário com um futuro complicado para o governo, Edmund Li, Zhang Anning e Yin Yechang alertam vai ser necessário “dar maior enfâse à sociedade civil”, “ouvir activamente as opiniões dos cidadãos” e “diminuir o enorme fosso que existe entre a elite e os restantes cidadãos”. Os investigadores considerarem também que para os próximos anos de governação vai ser essencial a capacidade para “antecipar os problemas sociais”.