Piloto Sophia Flörsch aponta início de Março para voltar ao volante

A piloto alemã admite que ficou “chocada” quando viu as imagens do acidente em Macau e quer regressar à competição em Março. Vencer na Fórmula 1 continua a ser uma ambição futura

[dropcap]S[/dropcap]ophia Flörsch, a piloto de 18 anos, que sofreu um aparatoso acidente na edição do ano passado do Grande Prémio de Macau, acredita que vai voltar a competir já no próximo mês. Em entrevista a estação britânica ITV, a alemã admitiu ter ficado “chocada” quando viu as imagens do acidente.

“Estou completamente bem. A nível físico sinto-me igual ao que sentia antes do acidente. Ao nível da confiança, sinto que até estou mais confiante. A verdade é que sinto que quero mesmo voltar à competição, até porque não me lembro de estar tanto tempo afastada da competição”, disse Flörsch. Quando questionada sobre o regresso ao volante de um carro de competição não teve dúvidas: “Vai ser no início de Março”, apontou.

Sophia recusou também a ideia de ter qualquer medo de regressar e justificou que é viciada no que faz: “Os pilotos adoram este desporto, para nós é como se fosse uma droga que amamos e que não conseguimos parar de consumir”, apontou.

A jovem frisou que tem tudo para chegar à Fórmula 1 e que o objectivo da carreira passa mesmo por ganhar nesta categoria, onde Lewis Hamilton é o seu ídolo. “Não vejo qualquer razão para não poder vencer na Fórmula 1. Acredito mesmo que vamos ver brevemente uma mulher a correr na Fórmula 1”, afirmou. À pergunta sobre quem seria essa mulher, a piloto foi assertiva “Vou ser eu. Acredito que sou a mulher mais rápida no desporto motorizado nesta altura”, declarou, em tom divertido.

Choque visual

Na mesma ocasião, a piloto admitiu ainda que ficou “chocada” com as imagens, mas que o sentimento por dentro foi muito diferente. “Já vi o filme várias vezes, não me faz impressão. Mas quando vejo as imagens não sinto que sou eu quem vai a conduzir. Até porque as imagens não reflectem bem o que eu senti no carro. Também fiquei chocada quando vi as imagens pela primeira vez. Nunca pensei parecesse tão horrível”, confessou. “Para mim o sentimento foi muito diferente, mesmo quando estava no ar, como foi tudo muito rápido, não senti que houvesse uma grande diferença de perder o controlo dentro dos limites da pista”, explicou.

Sophia deixou ainda elogios à segurança dos carros, uma vez que acredita que o acidente mostra a evolução que houve na modalidade. Também não perdeu a oportunidade de elogiar o trabalho realizado pela equipa médica em Macau e o trabalho dos comissários de pista.

Sophia Flörsch sofreu um acidente a cerca de 270 km/h, na zona da curva do Lisboa e acabou catapultada contra a rede de lateral e para a zona para os fotógrafos. Na altura, a piloto teve de ser operada a uma fractura da coluna, numa intervenção que durou mais de 11 horas.

24 Jan 2019

DST vai organizar evento de grande escala em Lisboa e Porto

O Governo antecipa que quase 40 milhões de turistas vão visitar o território este ano e revela que os residentes mostram abertura para alojamento em residências particulares… desde que não seja na sua rua

 

[dropcap]O[/dropcap] Executivo está a preparar um evento de grande dimensão em Lisboa e no Porto com o objectivo de promover o turismo da RAEM. A iniciativa foi abordada ontem pela directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, a apresentada no quadro da celebração do 40.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a China.

“Vamos ter uma acção de grande escala em Lisboa e no Porto, durante o mês de Março. Ainda estamos a decidir os elementos que vão estar presentes, mas alguns já estão identificados”, disse Maria Helena de Senna Fernandes. “Vai ser uma semana intensa para promover Macau em Portugal. O Instituto Cultural também vai estar presente e vai ser uma grande mostra de Macau num espaço público”, acrescentou.

A responsável não quis avançar mais pormenores sobre o evento que vai decorrer na semana de 12 de Março, uma vez que ainda não estão ultimados todos os detalhes. No que diz respeito ao IC, vão igualmente haver actuações de artistas. Dado que na apresentação de ontem sobre o calendário dos eventos organizados pela DST para este ano foi referida a vontade de juntar a todos elementos gastronómicos, não é de excluir que haja neste evento a oportunidade de experimentar a gastronomia macaense.

À beira dos 40 milhões

A DST explicou ontem que para este ano vai ter um orçamento de cerca de 2,04 mil milhões de patacas para eventos e elementos de turismo local. Para este valor contam os fundos do orçamento do Governo, do programa PIDDA e do Fundo do Turismo.

Entre o destino dos fundos, que Maria Helena de Senna Fernandes anteviu que não vão ser gastos na totalidade, encontra-se o Museu do Grande Prémio. O Governo quer reabrir o espaço a tempo da celebração do Grande Prémio de Macau, que se realiza entre 14 e 19 de Novembro, e a tempo do 20.º Aniversário da RAEM.

No evento organizado ontem na Torre de Macau ficou-se ainda a saber o número de turistas que visitaram o território ao longo do ano passado. No total foram 35,8 milhões os visitantes que vieram a Macau. Segundo a DST, só a abertura da nova ponte entre Hong Kong-Zhuhai-Macau foi responsável por um acréscimo de um milhão.

Em relação a este ano, a DST está a apontar para um crescimento do número de turistas entre os cinco e os seis por cento, ou seja, por volta dos 37,6 milhões e 37,9 milhões.

Alojamento privado

Outro dos assuntos abordados foi as pensões ilegais e o conceito BNB, sigla que em inglês significa cama e pequeno-almoço em casas particulares. Neste aspecto, a directora da DST referiu que foi feito um estudo que revela a abertura dos residentes para esta opção. Porém, as pessoas que aceitam o fenómeno, não querem que este aconteça junto às suas casas, querem que sejam em outras partes da cidade.

A directora falou também dos guias ilegais, um fenómeno que as associações do sector local dizem ter disparado com a abertura da nova ponte. Sobre este aspecto, Maria Helena de Senna Fernandes disse não ter havido qualquer multa aplicada e explicou que é muito difícil fazer prova deste tipo de infracções administrativas.

Autocarros directos

A DST quer a implementação de um transporte directo entre o aeroporto de Hong Kong e Macau, de forma a evitar que as pessoas precisem de entrar na RAEHK e de tratar dos procedimentos fronteiriços. A sugestão já foi enviada aos Serviços para os Assuntos Tráfego (DSAT). Ontem, a directora da DST admitiu que um sistema semelhante ao ferry, em que as pessoas conseguem fazer check-in das malas em Macau, ainda depende de infra-estruturas em Hong Kong, algo que ainda não é possível.

24 Jan 2019

Futebol | Liga de Elite arranca com Benfica e Chao Pak Kei como favoritos

O principal campeonato arranca hoje, com o jogo entre Sporting e Hang Sai, às 19h00. Logo a seguir, o Benfica de Macau, com uma formação bastante diferente da época anterior, tem pela frente o Ka I

 

[dropcap]A[/dropcap] Liga de Elite arranca esta tarde e Benfica de Macau e Chao Pak Kei são vistos como os principais candidatos. Enquanto as águias procuram a sexta vitória consecutiva, o C.P.K. espera traduzir o investimento com a contratação de alguns nomes sonantes em vitórias. Nesta luta não é ainda de excluir uma intromissão do Ching Fung, equipa que finalizou a Liga de Elite do ano passado no quarto lugar.

“Apesar das alterações, o Benfica de Macau é o favorito e continuar a ser uma das equipas mais fortes. Está ao mesmo nível de um C.P.K., um clube que se reforçou bem e tem um bom equilíbrio ao nível de jogadores locais e estrangeiros”, disse, ao HM, Joseph Tam, treinador do Monte Carlo. “Estas duas equipas vão ser os favoritos, mas não podemos excluir o Ching Fung da luta, até porque se reforçou bem com o William Gomes. É um clube ambicioso. Uma potência emergente no futebol local”, acrescentou.

Esta é uma leitura semelhante à do técnico do Sporting de Macau, Pedro Lopes, que espera um grande equilíbrio entre os três clubes. “Ninguém tem dúvidas que o Chao Pak Kei está muito forte. O Benfica de Macau, apesar da perda de alguns jogadores importantes em outras épocas, também vai continuar forte. E depois temos o Ching Fung que aposta forte, já o ano passado foi quarto, e que tem tudo para melhorar”, explico Pedro Lopes, ao HM. “São três equipas que vão estar taco-a-taco no topo da Liga”, frisou.

No que diz respeito aos pentacampeões, os principais reforço são o atacante Danilo, ex-avançado do C.P.K., e o meio-campista Ortega, ex-Ching Fung. No sentido oposto registam-se as saídas de Tetteh, Okello, Hugo Silva, Gil, Edgar Texeira, Pang Chi Hang, Iuri Capelo e Tony Lopes. Já Alison e Leonel Fernandes estão inscritos, mas encontram-se a estudar em Pequim.

Em relação ao Chao Pak Kei, a contratação de Pang Chi Hang ao Benfica de Macau foi a principal novidade do mercado, além do guarda-redes Juan Castro e do central Lei Ka Him.

Já o Ching Fung manteve a estrutura da equipa do ano passado, numa clara aposta pela continuidade, e reforçou-se com o avançado William Gomes, uma garantia de golos para a formação.

Segunda linha

A seguir aos favoritos surge uma segunda linha da equipas que deverão animar a luta pelo quarto lugar. Neste grupo estão Monte Carlo, Sporting de Macau, Ka I e Hang Sai, que é uma das grandes incógnitas da época.

“Não podemos excluir o Sporting de Macau, Ka I e Monte Carlo. São equipas que estão numa segunda linha mas que podem causar surpresas”, considera Joseph Tam. “Neste grupo poderá ainda ser incluído o Hang Sai. Reforçaram-se muito”, apontou.

Também Pedro Lopes considera que Monte Carlo, Ka I e Sporting de Macau serão “outsiders”. Mas mesmo no cenário em que os desempenhos destas formações não correspondam a um nível tão elevado, o técnico avisa que poderão sempre influenciar a luta pelo título, ao “roubar” pontos aos candidatos.

Apesar deste cenário, o treinador dos leões assume como meta para o Sporting de Macau a manutenção da Liga de Elite.

Na luta pela permanência, antevê-se nesta fase que Polícia e os recém-promovidos Sub-23 e Tim Iec sejam os principais protagonistas.

 

Sporting enfrenta “incógnita”

“Uma incógnita”. Foi desta forma que o treinador Pedro Lopes definiu o encontro de hoje, às 19h00, diante do Hang Sai, no Canídromo. Na base desta dúvida está o facto do treinador não saber que jogadores vai ter disponíveis para o encontro e pelo adversário se ter reforçado bem. “O Hang Sai fez um investimento muito forte. Tinha um jogador estrangeiro e agora tem quatro ou cinco. Não sabemos o que temos pela frente”, reconheceu. O técnico criticou também o facto do encontro ocorrer demasiado perto da hora de trabalho. “Não sei que jogadores vou ter disponíveis”, admitiu.

 

Jogos da 1.ª Jornada

Hoje

Sporting de Macau (19h00) Hang Sai
Ka I (21h00) Benfica de Macau

Amanhã

Chao Pak Kei (19h00) Ching Fung
Sub-23 (21h00) Tim Iec

Sexta-feira

Monte Carlo (19h00) Polícia

Nota: Todos os jogos decorrem no Canídromo

23 Jan 2019

Susana Chou pouco optimista com projecto de integração da Grande Baía

A ex-presidente da Assembleia Legislativa aponta as diferentes leis entre as regiões da Grande Baía como um desafio às relações comerciais. As dúvidas foram levantadas num evento sobre a Lei Básica, em que o vice-director do Gabinete de Ligação elogiou a comunidade macaense

 

[dropcap]A[/dropcap] empresária e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Susana Chou, revelou ontem que não está optimista em relação ao projecto da Grande Baía. Foi na sessão de perguntas e respostas de um evento organizado pela Associação de Promoção da Lei Básica de Macau, sobre a miniconstituição local, que a empresária expressou o ponto-de-vista.

Num evento que contou com a presença do vice-director do Gabinete de Ligação, Zhang Rongshum, de acordo com o canal chinês da TDM, Susana Chou afirmou não estar optimista com o projecto e explicou o cepticismo pelo facto da Grande Baía envolver três jurisdições diferentes.

Sobre este assunto, Susana Chou disse esperar que o Gabinete de Ligação tome as rédeas do processo e que desenvolva as medidas necessárias para que estes obstáculos jurídicos sejam ultrapassados.

Na resposta à intervenção, Zhang, vice-director do Gabinete de Ligação, frisou que as três regiões envolvem zonas fronteiriças diferentes e que devido ao respeito pelo princípio “um país, dois sistemas” não vai haver uma uniformização total das leis. Contudo, o dirigente comprometeu-se a estudar uma forma como as legislações locais podem ser articuladas para aproveitar as vantagens do projecto nacional.

A Grande Baía é um projecto, principalmente económico, que aspira a ser o motor de desenvolvimento desta região da China. Além de Macau, Hong Kong e Cantão integra ainda as cidades de Shenzhen, Jiangmen, Huizhou, Dongguan, Foshan e Zhaoqing.

Direitos adquiridos

Rita Santos, Conselheira das Comunidades Portuguesas, marcou igualmente presença no evento. A macaense confrontou o vice-director da Gabinete de Ligação sobre a eventual necessidade de legislar o artigo 42 da Lei Básica. Este artigo define que “os interesses dos residentes e ascendência portuguesa em Macau são protegidos” e que os seus “costumes e tradições culturais devem ser respeitados”.

Em resposta à questão, Zhang Rongshun afastou o cenário de legislar para este artigo. O responsável justificou que o Governo Central dá muita importância aos costumes e cultura macaense e que isso dispensa a necessidade de criar uma lei específica. Rita Santos contou ainda, ao HM, que Zhang estimou ainda que o número de macaenses seja de aproximadamente 20 mil e garantiu que os costumes da comunidade macaense e portuguesa vão sobreviver durante vários anos.

O vice-director do Gabinete de Ligação sublinhou ainda que a comunidade macaense e portuguesa tem um papel a desempenhar no desenvolvimento nacional.

23 Jan 2019

Executivo criou 151 comissões e fundos desde 1999

[dropcap]D[/dropcap]esde o estabelecimento da RAEM o Governo criou 151 comissões consultivas, comissões e conselhos funcionais e ainda fundos, incluindo os que têm autonomia administrativa e financeira. Entre estes apenas 36 têm orçamentos próprios, que no ano passado corresponderam a um valor de 17,49 mil milhões de patacas.

Os dados constam numa resposta enviada pelo Governo ao deputado José Pereira Coutinho, a que o HM teve acesso, e tem a informação existente até 12 de Dezembro. Neste documento surgem listadas todas as comissões do Governo, respectivos orçamentos e número de elementos. Entre os 1.895 membros nas comissões existem nomes que se repetem, uma vez que a mesma pessoa pode estar em duas ou mais comissões.

Ainda em relação aos membros, o Conselho para o Desenvolvimento Económico, que está sob a alçada do Chefe do Executivo, é o que tem o maior número com 51. No pólo oposto, o Conselho Técnico de Credenciação, órgão consultivo sob a alçada do Secretário para os Transporte e Obras Públicas aparece com zero membros.

Entre os 151 organismos apresentados, apenas 36 têm orçamentos próprios. O Fundo de Segurança Social surge com o maior montante de 4,76 mil milhões de patacas. Segue-se a Fundação de Macau, com 2,89 mil milhões e o Fundo de Pensões, com 2,45 mil milhões. Com um orçamento de 613 mil patacas, o Conselho dos Magistrados Judicias é quem menos gasta.

Número “excessivo”

Para o deputado José Pereira Coutinho, o número de comissões, comités e fundos é “excessivo”. O legislador considera mesmo que poderia haver uma simplificação dos organismos: “há um Conselho Consultivo para a Reforma da Administração Pública, depois há a Comissão de Avaliação dos Serviços Públicos, também há a Comissão de Coordenação da Reforma da Administração Pública… Há mais casos em áreas semelhantes… Todos estes nomes levantam-me muitas dúvidas sobre o aproveitamento dos recursos”, afirmou Coutinho.

O deputado questiona igualmente se todos os 151 organismos elencados têm actividade. “Acho que se formos a ver e tivermos em conta os resultados finais, verificamos que em muitos casos nem há uma avaliação do trabalho”, justificou. “Existe uma proliferação de conselhos, que estão todos interligados entre si e em que cada um rema para o seu lado. Isto se remarem mesmo!”, frisou.

O deputado eleito pela via directa considerou que um bom indicador para conhecer as actividades das comissões são os respectivos portais online. “Há um bom indício para tentar perceber a actividade dos conselhos, basta olhar para as páginas electrónicas. Se não têm páginas, é normal que se suspeite que não têm actividade porque não têm nada para divulgar”, opinou.

José Pereira Coutinho foi eleito deputado com o apoio da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), a que preside. Sobre este assunto deixou críticas ao actual Conselho para os Assuntos de Habitação Pública: “É um que até hoje nada disse sobre a habitação pública para os trabalhadores da função pública. Não tem nenhuma página electrónica para sabermos as suas actividades e tem 20 membros… O mínimo que devia fazer era divulgar às pessoas o que fazem”, apontou.

A resposta ao deputado vem assinada pelo director dos Serviços dos Assuntos da Função Pública e demorou cerca de seis meses a ser elaborada.

23 Jan 2019

DSEJ exige a centros de explicações base de dados sobre docentes

Governo não se compromete com instalação de videovigilância nos centros de explicações, mas encoraja criação de base de dados com informações dos explicadores para apertar o aparato de segurança

 

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) exige aos centros de explicações a criação de bases de dados actualizadas sobre os formadores e que a informação seja actualizada constantemente. Esta é uma das medidas adoptadas pelo Governo para combater o fenómeno dos abusos sexuais nos centros de explicações.

“A DSEJ continua a aperfeiçoar o mecanismo de verificação [de qualificação dos formadores], exigindo aos centros de explicações que actualizem, atempadamente, a informação relativa ao estado do exercício de funções do pessoal docente, criando uma base de dados sobre os seus formadores”, pode ler-se no documento de resposta às perguntas do deputado Lam Lon Wai.

Aos centros é ainda pedido que “recolham as queixas e opiniões dos cidadãos” sobre o seu funcionamento de forma a propiciar “um ambiente pedagógico seguro, confortável e excelente aos alunos”.

Em relação à instalação de câmaras de videovigilância nas salas de explicações, com o objectivo de evitar situações de abusos, a DSEJ não toma uma posição, apenas frisa que é preciso respeitar a lei: “A instalação deve observar as disposições da lei de protecção de dados pessoais, bem como obter o consenso do sector e, ainda, ter em consideração o equilíbrio entre a prevenção de incidentes e a protecção e respeito da privacidade”, é referido. Por outro lado, a DSEJ deixa em aberto a possibilidade da CCTV ter efeitos negativos, apontando que compete às instituições de ensino “avaliar a influência da vigilância no crescimento mental das crianças, desde terna idade e a longo prazo”.

Ainda neste capítulo, a DSEJ deixa um aviso aos centros de explicação com CCTV, apelando para o cumprimento das leis.

Revisão da lei

Segundo a resposta do Governo, assinada pela subdirectora da DSEJ, Leong Vai Kei, o Executivo está neste momento a trabalhar para rever o regime de licenciamento e fiscalizar os centros particulares de apoio pedagógico complementar.

Segundo a informação revelada, os requisitos das habilitações académicas, distribuição de pessoal, aumento das multas, cancelamento de registos, e fiscalização de serviços de refeições e transporte são algumas das áreas que vão sofrer alterações. O Governo diz que o objectivo passa por fazer entrar na Assembleia Legislativa o documento com “a maior brevidade”.

A interpelação de Lam Lon Wai foi escrita em 23 de Novembro, após ter sido revelado um caso em que um explicador de Hong Kong terá, alegadamente, abusado de cinco alunos. Todas as vítimas tinham menos de 14 anos.

22 Jan 2019

Hong Kong | SF Express recusa enviar material religioso para Macau

A filial de Hong Kong da empresa SF Express recusou o envio de uma encomenda com cruzes para a RAEM por se tratar de “material religioso”. O gestor da empresa acabou demitido e companhia admitiu que situação foi um erro

 

[dropcap]A[/dropcap] filial de Hong Kong da SF Express, empresa de entregas por correio de Shenzhen, recusou enviar uma encomenda para Macau, por haver “material religioso” entre os itens, nomeadamente cruzes feitas à mão. A notícia foi confirmada pela própria empresa, depois de uma investigação interna e do caso ter vindo parar os jornais do território vizinho.

O caso terá sucedido na quarta-feira passada, quando um voluntário católico foi à loja da SF Express de To Kwa Wan, em Kowloon, para enviar uma encomenda com presentes, cartões e cruzes feitas à mão para um evento católico que ia decorrer em Macau. Contudo, um funcionário da loja informou o voluntário que a encomenda não poderia ser entregue na RAEM, uma vez que tinha “material religioso”. Na sequência da sua natureza ou finalidade, os objectos acabaram por não ser aceites pela SF Express.

Após a divulgação do caso, a empresa iniciou uma investigação e na sexta-feira fez um pedido de desculpas. “De acordo com os requisitos legais, os padrões para o recebimento e a entrega de encomendas têm de estar de acordo com as leis aplicáveis nas alfândegas dos territórios envolvidos. Contudo, o gestor da SF Express Hong Kong falhou em perceber os requisitos legais e em treinar de forma adequada os trabalhadores, fazendo com que os empregados tivessem padrões mais exigentes do que aquilo que seria necessário”, explicou a companhia, num comunicado citado pelo portal Hong Kong Free Press.

Estado de choque

A SF Express afirmou ainda estar “chocada” com o ocorrido e prometeu tomar medidas para que estes casos não se repitam. “O nosso grupo decidiu que o administrador geral da SF Express Hong Kong vai assumir a responsabilidade e demitir-se. O nosso grupo pede as mais sinceras desculpas às pessoas afectadas e agradece a atenção dos órgãos de comunicação social para este caso”, é acrescentado no comunicado.

Em relação ao envio de materiais de e para Macau não são conhecidos casos semelhantes. No entanto, no Domingo, 13 de Janeiro, o autor Leung Man-Tao, de Hong Kong, tinha-se queixado que a empresa tinha recusado enviar três livros de Taiwan para Hong Kong. Na altura, terá sido dito a Leung que havia “restrições ao nível do conteúdo de livros aplicadas pelo Governo Chinês”. Também neste caso a empresa veio a público admitir que tinha havido um erro e negou qualquer restrição no envio de livros de Taiwan para Hong Kong.

21 Jan 2019

Hino | Deputados aceitam justificação do Governo e levam lei ao Plenário

Sónia Chan tinha dito que não haveria mais discussão sobre a hipótese do Executivo solicitar a cooperação dos média na divulgação do hino e os deputados concordaram. O diploma retorna à AL apesar da Associação de Jornalistas pedir a revisão deste ponto

 

[dropcap]A[/dropcap]s opiniões sobre a alteração à lei do hino por parte da Associação de Jornalistas de Macau (AJM) são “bem-vindas”, mas o parecer já foi assinado e vai ser levado à votação no Plenário. Foi desta forma que os deputados da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa recusaram eliminar o artigo da futura lei que permite ao Governo “solicitar” aos órgãos de comunicação social que ajudem na promoção do hino nacional.

Segundo o presidente da comissão, Ho Ion Sang, a carta com a sugestão da associação foi distribuída aos deputados antes da reunião de sexta-feira. Mas o facto de os órgãos de comunicação social “não precisarem de assumir responsabilidades”, caso optem por não cooperar com o Governo, fez com que os legisladores concordassem com Sónia Chan. Na quinta-feira, a secretária para a Administração e Justiça tinha justificado que não ia haver mais discussão [sobre a lei], uma vez que o artigo criticado pela Associação de Jornalistas de Macau não tinha qualquer punição para quem não cumprir com as solicitações. Ainda de acordo com a governante, esta parte da lei serve essencialmente para responsabilizar o Governo por tomar a iniciativa de procurar a cooperação dos órgãos de comunicação social.

Na quinta-feira, a AJM tinha divulgado uma carta a defender que o artigo em causa restringe a liberdade dos órgãos de comunicação social e a recusar que os média sejam utilizados como ferramentas de propaganda da ideologia do Governo.

Contudo, o documento vai agora ser votado na especialidade e, caso seja aprovado pelos deputados, vai entrar em vigor no dia a seguir à publicação no Boletim Oficial da RAEM.

Carimbos como no Interior

De acordo com o parecer da comissão, uma das dúvidas levantadas pelos deputados durante a discussão do diploma foi o facto dos emblemas nacionais não constarem nos carimbos da RAEM, uma vez que são utilizados os emblemas regionais.

A dúvida foi suscitada pelos deputados, após compararem a lei do hino do Interior da China com a lei que agora vai ser aplicada em Macau e que surge na sequência da actualização da lei no Interior.

Segundo a explicação do Executivo, tal deve-se ao facto da RAEM não ser um órgão nacional, antes um órgão regional, o que faria com que não fosse adequado o uso de carimbos com o desenho do emblema nacional.

Ao mesmo tempo, o Governo considera que o formato actual, com a utilização da flor do Lótus é suficiente para identificar a RAEM: “além do desenho do emblema regional, existe ainda o texto e a designação dos respectivos serviços públicos, conseguindo-se assim, em princípio, o efeito de identificação”, consta no parecer, sobre a resposta do Governo.

21 Jan 2019

Finanças | Governo quer contabilistas e auditores numa só classe

O Governo continua a tomar medidas de reorganização do sector financeiro e desta vez vai fundir as classes dos contabilistas e dos auditores. O objectivo é seguir a tendência mundial e evitar confusões para os investidores

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo apresentou uma proposta de lei que vai fazer com que as profissões de contabilistas e auditores de contas se transformem numa única classe. A proposta foi apresentada pelo Conselho Executivo, na sexta-feira. Segundo o porta-voz deste organismo, Leong Heng Teng, a medida vai permitir que a profissão no território “se coadune ainda mais com as práticas internacionais”.

“O objectivo é estabelecer um regime de registo e exercício da profissão de contabilistas aplicável às pessoas singulares que pretendam obter qualificações profissionais e a qualificação de contabilistas, e às pessoas que se queiram registar como sociedades de auditores”, afirmou o porta-voz.

A proposta de lei em apreço vai substituir o actual Estatuto dos Auditores de Contas e o Estatuto dos Contabilistas Registados. Os dois diplomas encontram-se em vigor desde 1999.

Segundo as explicações do Director do Serviços de Finanças, Iong Kong Leong, também presente na conferência de imprensa, o facto de actualmente haver contabilistas e auditores de contas em Macau provoca confusão.

Com o novo estatuto vai ser também criada uma Comissão de Registo dos Contabilistas, um órgão colegial que vai implementar o regime de acreditação, registo e emissão de licenças para o exercício da profissão. Além disso, a entidade vai supervisionar as normas de conduta dos profissionais do sector. Neste sentido, a principal diferença é que a comissão que anteriormente estava sob a alçada da Direcção dos Serviços de Economia passa a ser independente. A escolha dos membros só vai ser definida em regulamento administrativo mais tarde, mas terá representantes provenientes da Administração Pública, profissionais e académicos da área da contabilidade.

Multas até meio milhão

De acordo com as alterações propostas pelo Governo, os contabilistas e as sociedades de auditores que cometerem infracções disciplinares podem ser multados com uma quantia entre 5 mil e 5 milhões de patacas. Nos casos mais leves a punição poderá passar por uma advertência e nos casos mais graves, em que se prova a existência de dolo, a sanção passa pelo cancelamento do registo ou licença para exercer a profissão. Sobre os valores das multas, Iong Kong Leong explicou que houve uma actualização face a 1999 de acordo com o índice de preços no consumidor.

Ainda no que diz respeito às pessoas que pretendam aceder à profissão, quem se encontra a desempenhar as funções vai ser registado automaticamente. No entanto, os novos candidatos têm de provar que têm dois anos de experiência relevante no sector e têm de obter aprovação nas provas contabilistas reconhecidas pela Comissão de Registo dos Contabilistas.

Por último, as sociedades de auditores ficam obrigadas a ter, pelo menos, dois accionistas.
Actualmente, estão registados 119 auditores e 188 contabilistas no território. Há ainda 14 sociedades de auditoria e 3 empresas de contabilidade.

21 Jan 2019

Infiltrações | Executivo resolveu mais de 13 mil casos desde 2009

Em 137 situações, os proprietários de fracções recusaram abrir as portas de casa para ajudar os vizinhos a resolver o problema. O Executivo vai estudar forma de obrigar proprietários a cooperarem

 

[dropcap]E[/dropcap]ntre Fevereiro de 2009 e o final do ano passado, o Governo resolveu 13.859 casos de infiltrações, ou seja 75,98 por cento das queixas apresentadas, pelas pessoas que recorreram ao Centro de Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios. Os números foram apresentados ontem pelo Governo à Comissão da Assembleia Legislativa de Acompanhamento dos Trabalhos de Coordenação do Governo para a Resolução do Problema das Infiltrações de Água.

De acordo com as informações comunicadas aos deputados e reveladas pelo presidente da comissão, Si Ka Lon, ao longo dos quase dez anos em que o centro está em funcionamento houve um total de 18.240 queixas. Entre estas, 13.859 foram resolvidas com sucesso devido à intervenção do Executivo. Por outro lado, uma percentagem de 3 por cento, equivalente a 687 casos, acabaram resolvidas pelos proprietários, apesar de ter sido pedido auxílio ao Governo.

Ainda no que diz respeito às infiltrações, em 2.574 casos os proprietários de fracções envolvidas nos problemas optaram por não cooperar com os pedidos do centro. Em 137 casos, os donos das fracções recusaram mesmo a entrada nas respectivas casas das pessoas que pretendiam resolver os problemas de infiltrações. Por outro lado, há ainda 1.120 casos pendentes.

No final da reunião com o Governo, Si Ka Lon mostrou-se preocupado com a forma como a informação foi apresentada: “Há muitas dúvidas, a estatística não permite saber se a percentagem de situações resolvidas é maior nos edifícios públicos ou nos edifícios privados. Não sabemos a idade das residências em que acontecem as infiltrações nem a fonte do problema”, afirmou Si Ka Lon. “Dissemos ao Governo que a informação pode ser apresentada e organizada de melhor forma e que os dados devem constar no portal do centro”, frisou.

Entrada forçada

Os deputados alertaram ainda para as dificuldades causadas pelos proprietários que não permitem a entrada nas residências. “O número não é significativo. Mas os prédios estão a envelhecer e o fenómeno pode tornar-se mais frequente. Há uma tendência de subida que tem de ser ponderada”, alertou.

Actualmente o único mecanismo para forçar uma pessoa a abrir a porta de casa e resolver um problema de infiltrações que cause danos aos prédios dos vizinhos é o recurso aos tribunais.

Esta é uma solução que Si Ka Lon considerou com “custos muito elevados”. Por isso, o Governo está à procura de uma solução que se inspire na situação das pensões ilegais. Quando há suspeitas de ilegalidades e os proprietários não abrem as portas, o director da DST pode pedir um mandado judicial que permite forçar a entrada, se necessário.

18 Jan 2019

Lei do Hino | Associação de Jornalistas considera liberdade ameaçada e pede mudanças

Sónia Chan recusa alterar parte da lei do hino que permite ao Executivo “solicitar” que os média promovam a “Marcha dos Voluntários”. A secretária recusa restrições à liberdade de imprensa e justifica que não há sanções para os “amigos da comunicação social” que não cumprirem

 

[dropcap]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça considera que a promoção da “Marcha dos Voluntários” faz parte da “responsabilidade social” dos órgãos de comunicação e recusa alterar a proposta de lei sobre o hino nacional. Ontem, a Associação dos Jornalistas de Macau (AJM) manifestou à Assembleia Legislativa, onde o diploma está em discussão, a vontade de ver eliminado o artigo que permite ao Executivo “solicitar” a cooperação dos média para a promoção do hino.

Contudo, Sónia Chan colocou de parte a introdução de mais alterações à proposta do Governo e diz que “a discussão [sobre o assunto] está feita”. “Esperamos que os órgãos de comunicação cooperem connosco [neste assunto]. Também tem a ver com a vossa responsabilidade social”, respondeu a secretária. “Este artigo não vai afectar a liberdade de imprensa, e esperamos poder promover bem o hino nacional com os jornalistas, para os residentes terem mais amor pela Pátria”, acrescentou.

A secretária argumentou que não devem haver preocupações, uma vez que não há penalizações na lei para os órgãos de comunicação social que não acedem às solicitações do Executivo. Na primeira versão da alteração à lei, o Governo tinha sanções, que foram eliminadas na proposta mais recente. Sónia Chan especificou que este aspecto da lei serve para enfatizar os deveres do Executivo. “É só para reforçar a obrigação do Governo, que tem a responsabilidade de fazer bem a promoção do hino nacional”, apontou.
A secretária para a Administração e Justiça foi igualmente confrontada com o facto da proposta de lei em Hong Kong não ter um artigo semelhante. Contudo, Sónia Chan frisou que a base dos direitos das regiões é diferente e argumentou que a lei de Hong Kong também tem outros artigos sem correspondência com o ordenamento jurídico local.

Máquina de propaganda

Na carta enviada a Ho Iat Seng, presidente da AL, a direcção da AJM sublinhou que os órgãos de comunicação social não são uma “máquina de propaganda” do regime e que não têm a obrigação de cooperar com as “solicitações” do Executivo.

Por outro lado, existe a preocupação de que este artigo da lei abra o precedente para futuras intervenções do género. “Mesmo sem haver penalizações, a lei dá ao Governo o direito de fazer ‘solicitações’ aos média. Uma vez implementada, a legislação vai causar disputas desnecessárias”, é defendido. “E o mais preocupante é que o Executivo pode utilizar esta lei para intervir ainda mais na liberdade de imprensa e autonomia editorial”, é sublinhado na missiva.

Ainda no que diz respeito à promoção do hino em cooperação com os órgãos de comunicação social, a AJM não se opõe ao princípio, mas destaca que é fundamental garantir que a promoção seja feita fora dos blocos noticiosos, por uma questão de independência editorial.

 

Pensões ilegais | Falta de comunicação

A secretária para a Administração e Justiça considera que um dos principais problemas no combate às pensões ilegais se prende com o facto do Governo não conseguir encontrar os proprietários das fracções. Esta foi uma das discussões em cima da mesa no primeiro encontro do grupo de trabalho para discutir a criminalização do fenómeno, que aconteceu na terça-feira. “Um dos problemas passa pelo facto de não conseguirmos contactar os donos de casas. Não conseguimos entrar em contacto com eles”, explicou. Sónia Chan prometeu ainda ouvir as opiniões das associações locais sobre a criminalização.

18 Jan 2019

Justiça | Alterações legais prejudicam co-arguidos em casos com secretários

Os co-arguidos em processos com o líder do Governo vão ter direito a recorrer para duas instâncias. Porém, se forem co-arguidos em processos com titulares de altos cargos públicos só têm direito a um recurso

 

[dropcap]O[/dropcap]s arguidos de casos em que o Chefe do Executivo também é julgado vão ter direito a mais um recurso das decisões judiciais em comparação com os arguidos em julgamentos com secretários do Governo. A mudança de paradigma legal é uma das consequências das alterações à proposta de revisão da Lei de Bases da Organização Judiciária. A situação foi explicada, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa que está a analisar o diploma.

A proposta inicial previa que arguidos dos casos com o Chefe do Executivo fossem julgados logo no Tribunal de Última Instância (TUI), a par do líder do Governo. Neste cenário, nenhum dos arguidos teria direito a recurso. Porém, a equipa liderada pela secretária para a Administração e Justiça aceitou a sugestão dos deputados para que se mantivesse o regime actual. Assim, o Chefe do Executivo vai ser logo julgado no TUI, mas os restantes arguidos, desde que não ocupem altos cargos públicos, são julgados no Tribunal Judicial de Base (TJB). Depois da primeira decisão podem recorrer para o Tribunal de Segunda Instância (TSI) e, dependendo da natureza dos crimes, para o TUI.

As alterações resultam no tratamento diferenciados entre arguidos de processos com secretários e com o Chefe do Executivo. No primeiro caso, todos os arguidos são julgados em primeira instância no TSI. Como tal, os envolvidos apenas podem apresentar um recurso, para o TUI, que vai tomar a decisão final.

Sobre este assunto, o presidente da comissão admitiu que a questão vai constar no parecer sobre a análise às alterações à lei vigente. O parecer é um documento assinado pelos deputados das comissões em que constam as opiniões e reservas sobre as leis, que depois são divulgadas ao público e outros deputados, para efeito da votação no Plenário.

“Não posso responder sobre a justificação [para esta decisão]. Ouvimos a apresentação do Governo sobre a mudança, mas não se entrou em detalhes. No parecer essa vai ser uma das questões escritas”, respondeu Vong Hin Fai, sobre a situação.

Alçada de 100 mil

Ontem, o Governo apresentou aos deputados a terceira versão das alterações à lei. Uma das grandes alterações, que ficou de fora das outras duas propostas, prende-se com o facto dos processos em matéria cível e cível laboral passarem a ser julgados pelos tribunais de primeira instância quando envolvem um montante de 100 mil patacas. Actualmente, estes tribunais tratam destes processos quando o valor é de 50 mil ou mais patacas.

O valor da alçada de processos que dão entrada no Tribunal de Segunda Instância mantem-se em um milhão de patacas.

“Em matéria de contencioso administrativo, se a alçada [valor] for inferior às 100 mil patacas, quer dizer que o juízo de pequenas causas, vai ser a instituição responsável pelas quantias inferiores”, explicou o presidente da comissão. “Sabemos que a Lei de Bases da Organização Judiciária está em vigor há 19 anos e os valores de alçada foram definidos muito antes. O proponente optou por actualizar esse valor”, disse Vong Hin Fai sobre a opção do Governo.

O deputado e advogado considerou também que as alterações podem fazer acelerar a justiça para os valores mais reduzidos. “Os processos sumários são mais céleres, não é preciso representação de um advogado por isso as despesas são mais reduzidas”, opinou.

Segurança nacional

Outro dos assuntos abordados foi a designação dos juízes que podem julgar as chamadas “situações especiais”, ou seja, os crimes que constam na Lei da Segurança do Estado. Este novo artigo vai obrigar a que estes casos apenas possam ser julgados por juízes com cidadania chinesa e com nomeação definitiva. Segundo o diploma, cabe ao Conselho dos Magistrados Judiciais (CMJ) destacar os juízes, por períodos de dois anos, que podem julgar estes casos.

Segundo Vong Hin Fai, que citou a explicação do Governo, a decisão do CMJ vai ter por base critérios como a “qualidade” ou “experiência” e vai ser feita por sorteio. Mesmo assim, não está definido o número de juízes que vão ser destacados de cada vez.

“Na reunião [de ontem] não foi abordado o facto de serem dois ou mais juízes destacados. Mas na versão em português é utilizada a palavra juízes, por isso devem ser, pelo menos, dois”, respondeu sobre este assunto.
Actualmente, o Conselho dos Magistrados Judiciais é presidido por Vong Hin Fai, na condição de presidente do TUI, e conta ainda com membros como Tong Hio Fong, juiz da Segunda Instância que presidiu à última comissão eleitoral, Io Weng San, presidente do TJB, e com o advogado Philip Xavier e Io Hong Meng, dirigente dos Kaifong.

17 Jan 2019

Menina de quatro anos morre no hospital público

Menina estava diagnosticada com gripe, apesar de ter levado a vacina, mas segundo os Serviços de Saúde a morte ficou a dever-se a um problema cardíaco associado a um outro problema na tiróide

[dropcap]U[/dropcap]ma menina com quatro anos morreu ontem, no Hospital Conde São Januário, após ter sido internada no domingo, com manchas nos pés e dificuldades respiratórias. Quando morreu, a menina já tinha sido diagnosticada com uma gripe. Porém, os Serviços de Saúde (SSM) negam que a morte se tinha ficado a dever ao vírus da influenza e explicam o falecimento com um problemas cardíacos, nomeadamente cardiomiopatia dilatada gerada, que terá sido gerado por uma condição rara e grave da tiróide: o hipertiroidismo.

A cardiomiopatia dilatada é uma doença que se regista devido à dilatação do músculo ventricular do coração, o que afecta a capacidade deste órgão bombear sangue. Esta condição pode ser gerada por hipertiroidismo, uma doença rara em que a hormona da tiróide é produzida em quantidades excessivas e que afecta principal pessoas do sexo feminino. Terá sido este o acontecimento que levou à morte da criança.

“Após termos iniciado o tratamento para as condições diagnosticadas, mas não houve uma evolução satisfatória e depois surgiu a gripe. Mas a gripe não tem relação com a cardiomiopatia dilatada, nem de forma directa ou indirecta”, afirmou Jorge Sales Marques, Responsável do Serviço de Pediatria e Neonatologia, no Hospital Conde São Januário.

“Ontem tivemos de entubar a criança ao final da tarde […] Mas esta manhã entrou em paragem cardíaca. Houve várias tentativas de reanimação, mais dos que as normais, mas acabou mesmo por falecer”, acrescentou.

De acordo com a explicação dos SSM, as duas doenças não estavam diagnosticadas, o que só ocorreu no dia 13, já na visita ao hospital. No dia seguinte foi diagnosticada a gripe, apesar de ter levado duas doses da vacina. “Entrou sem febre, apresentou febre no dia seguinte e fizemos o rastreio da gripe A. Mas a gripe não teve nada a ver com o resultado final, foi apenas um achado”, apontou Jorge Sales Marques.

Não se sabe se a menina foi infectada no hospital ou em casa, uma vez que o irmão, de dois anos, tinha apanhado uma gripe dois dias antes do internamento. Também segundo o médico, a criança ficou internada em regime de isolamento.

Situações estáveis

A conferência de ontem serviu igualmente fazer um ponto de situação sobre as duas crianças que estão internadas com encefalite associada a gripe. Esta é uma condição rara, mas que este ano já afectou duas crianças em Macau.

Segundo a informação disponibilizada, a primeira criança mais nova, uma menina de 2 anos, foi internada no Kiang Wu, a 11 de Janeiro, e está numa condição estável. Já a outra criança afectada, um menino de quatro anos, está receber tratamento de manutenção, que se deve prologar por quatro semanas. Nesta atura, o menino já consegue ingerir líquidos, mas os médicos dizem ser “cedo para saber as sequelas” da doença.

Em relação ao números da gripe, entre Setembro e 15 de Janeiro foram registados 27 casos de gripe com pneumonia. Entre os afectados, 80 por cento não tinha levado a vacina da gripe. No que diz respeito às pessoas testadas que acusaram o vírus da influenza, 75 por cento estavam infectados com o vírus H1N1 e 25 por cento H3N2.

Em relação às horas de espera no serviço de urgência, no fim-de-semana passado, a média foi de 3 horas e a taxa de ocupação das camas foi de 95 por cento. Mesmo no período de menor movimento, a espera foi de uma hora.

Operações às cataratas suspensas

A afluência ao hospital público devido ao pico da gripe fez com que as operações às cataratas fossem suspensas por tempo indeterminados. Segundo os Serviços de Saúde a medida foi tomada para evitar eventuais contaminações e para disponibilizar mais recursos para a gripe. Os SSM admitem a possibilidade de recorrerem ao sector privado, através de prestação de serviços, para fazerem estas operações mais tarde.

16 Jan 2019

Futebol | Selecção focada na qualificação para o Mundial do Qatar

Os jogos de qualificação para o campeonato mundial vão marcar o ano ao nível do futebol no território. O seleccionador Iong Cho Ieng aponta os desafios para a renovação da equipa

 

[dropcap]A[/dropcap] primeira fase de qualificação para o Mundial do Qatar de 2022 é a grande prioridade da selecção de Macau para 2019. No entanto, o seleccionador Iong Cho Ieng reconhece que se está a atravessar uma fase de renovação, que poderá acarretar outros desafios.

Segundo os dados agendados pela Confederação Asiática de Futebol (AFC), os encontros deverão ocorrer a 6 e 11 de Junho. “Este ano vamos atravessar uma nova fase de transição de uma geração mais velha para uma geração mais nova. Por exemplo, o capitão de vários anos, o Paulo Cheang, é um dos atletas que deixou de representar o território”, afirmou o seleccionador. “As nossas grandes atenções vão estar concentradas em Junho, quando começa a qualificação para o Mundial”, sublinhou.

No que diz respeito à participação para a primeira fase de qualificação, vai haver uma partida de carácter particular em Março. Depois, já em Abril, vai começar a concentração da selecção, com vista a preparar a qualificação. Segundo Iong, nessa altura, também deverá acontecer pelo menos um outro encontro de preparação.

Ainda em Setembro e Outubro haverá mais dois amigáveis para a selecção principal de Macau.

Estádios em obras

O evento de ontem serviu igualmente para a AFC explicar a situação dos campos de futebol e o agendamento de jogos para o horário das 19h00, em dias da semana. Esta foi uma situação criticada pelos clubes, uma vez que os atletas não profissionais enfrentam muitas dificuldades para saírem dos respectivos trabalhos a tempo das concentrações para os jogos, que acontecem uma hora antes do apito inicial.

Segundo o presidente da Associação de Futebol de Macau (AFM), Chong Coc Veng, a situação deve-se à legislação actual. “Escolhemos os horários das 19h00 e 21h00 porque o Canídromo fica numa zona com muitas residências. Por isso, há muita gente nas imediações e a legislação em vigor faz com que tenhamos de apagar as luzes e encerrar o estádio às 23h00”, explicou.

De resto, o Canídromo vai ser o espaço privilegiado ao longo do ano para os encontros da selecção do território e da Liga de Elite. Isto porque o campo da MUST deixou de estar aberto às actividades e o Estádio de Macau está em obras, que se vão prolongar até Julho.

No que diz respeito às obras de manutenção dos estádios, a AFM indicou também que em Março tanto o Canídromo como o Estádio de Macau vão estar indisponíveis durante duas semanas, devido ao trabalhos de renovação.

De pequenino…

Ainda no que diz respeito às políticas da Associação de Futebol de Macau (AFM) para o desenvolvimento da modalidade, o presidente Chong Coc Veng explicou que a aposta passa pelo futebol de bases, ou seja pelo maior desenvolvimento deste desporto nas escolas. “Vamos focar-nos no desenvolvimento do futebol de bases. Vai ser a grande prioridade para 2019”, apontou o dirigente. “A outra grande prioridade é a aposta na arbitragem e vamos ter cursos de formação em Abril e Agosto”, acrescentou.
Esta opção passa por uma maior aposta no futebol entre as escolas, com a realização de vários torneios.

 

Orçamento de 10 milhões

Para este ano a AFM vai ter como referência orçamental o valor de 10 milhões de patacas. O montante poderá aumentar de acordo com as actividades realizadas. Segundo a explicação do presidente da AFM, serão promovidos eventos para celebrar o 70.º aniversário da associação e o 20.º ano do estabelecimento da RAEM, mas os planos ainda não estão totalmente definidos e só vão ser revelados mais tarde.

16 Jan 2019

Pensão Iegal | Pancadaria na Taipa entre senhorio e inquilinos acaba em tragédia

Inquilinos eram pedintes nos casinos e foram atacados pelo senhorio com uma faca. Após o confronto, o homem responsável pela pensão ilegal sentiu-se mal e acabou mesmo por morrer

 

[dropcap]O[/dropcap] senhorio de uma fracção que era utilizada como pensão ilegal morreu ontem de manhã, após uma luta com uma faca contra dois inquilinos. A revelação foi feita pelas autoridades, através de diferentes comunicados da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Polícia Judiciária (PJ), que afastam a hipótese de homicídio.

O caso aconteceu no Edifício Palácio do Sucesso, na Rua de Évora, na Taipa e os envolvidos são provenientes do Interior da China, inclusive o dono da pensão ilegal. Depois de uma luta com dois inquilinos, de 25 e 35 anos, o senhorio, de 47 anos, sentiu-se mal e teve de ser levado para o hospital. As autoridades foram chamadas ao local às 7h40.

Foi no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) que o homem foi dado como morto, pelas 8h08, depois de ter havido tentativas de reanimação. As primeiras análises ao corpo excluíram a hipótese de homicídio, uma vez que o cadáver apenas apresentava como ferimentos escoriações numa mão, no lado direito do pescoço e da cara.

Porém, de acordo com as autoridades, a ferida na mão direita deve-se ao facto de ter sido o próprio senhorio a utilizar uma faca para atacar os inquilinos. Ontem, a PJ contou ao HM que à noite ainda não havia confirmação sobre o que motivou a luta, mas que tudo aponta para que a causa não esteja relacionada com questões monetárias ou de pagamentos ligados às pensões ilegais. Contudo, a primeira autoridade a lidar com o caso foi a PSP, que antes de transferir o ocorrido para a PJ, informou que o senhorio tinha consumido álcool, antes da luta ter acontecido.

Sangue nos corredores

De acordo com o portal Exmoo, quando as autoridades chegaram ao local havia manchas de sangue na fracção utilizada como pensão ilegal e nos corredores. Ainda segundo as primeiras informações colocadas a circular, os dois inquilinos têm salvo-conduto para se deslocarem a Hong Kong e Macau. Ganhavam a vida no território como pedintes nos casinos. Quando foram analisados pelas autoridades, após a luta, os inquilinos apresentavam ferimentos na palma da mão direita, no peito do lado esquerdo e no ombro direito, que teriam sido causados pela faca do senhorio.

Este é o segundo caso, em duas semanas, de morte em pensão ilegal, depois de domingo, dia 6, uma mulher ter sido encontrada morta, devido à inalação de monóxido de carbono. A inquilina tinha a cama instalada na cozinha e terá morrido, quando outro dos moradores utilizou a água quente, o que terá colocado em funcionamento o esquentador.

A questão da criminalização das pensões ilegais está a ser investigada pelo Governo. Actualmente, esta prática é considera uma infracção administrativa, que é punida com uma pena entre 200 mil e 800 mil patacas.

16 Jan 2019

Imobiliário | Advogados obrigados a dar informações sobre transacções

Os Serviços de Finanças e Serviços de Justiça vão passar a poder exigir informações a advogados sobre transacções dos clientes, no âmbito da lei dos benefícios fiscais para reconstrução de fracções

 

[dropcap]I[/dropcap]nstituições de crédito, advogados, solicitadores, auditores, contabilistas, mediadores e agentes imobiliários vão ficar obrigados a fornecer informações aos Serviços de Finanças e Serviços de Justiça. A situação resulta regime que garante isenções fiscais ao nível do imposto de selo e emolumentos notariais, quando há transacções de fracções habitacionais com o objectivo de reconstruir.

“Ficam excluídos do dever de sigilo as instituições de crédito, os advogados, advogados estagiários, solicitadores, auditores, contabilistas, mediadores e agentes imobiliários quando lhes for solicitada, pela DSF e pela DSAJ, a disponibilização de elementos relativos ao pagamento de impostos e emolumentos na fiscalização do cumprimento da presente lei”, leu o deputado Chan Chak Mo. O legislador preside à 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar o diploma.

Estes pedidos de informação têm como objectivo comprovar as situações em que é necessário justificar os pedidos de isenção e as eventuais devoluções de impostos pagos.

Contudo, o diploma não prevê penalizações para quem não cooperar com os pedidos de informações. Chan Chak Mo acredita que os diplomas que regulam os sectores já prevêem essas sanções.

“Não há penalizações nesta lei, mas pode haver nos diplomas que regulam as actividades. Creio que as leis para cada sector vão ter as sanções a aplicar nestes casos”, informou o presidente da comissão.

Chan Chak Mo admitiu também que o sector da advocacia não foi ouvido sobre as alterações, porque este tipo de obrigações “não é nada de novo”. Os advogados também não ficam obrigados a informar os clientes. O HM tentou contactar o presidente da AAM, mas até ao fecho da edição não foi possível.

3.ª versão entregue

Os deputados analisaram ontem a terceira versão da lei entregue pelo Governo. Chan Chak Mo informou que com as alterações introduzidas as reconstruções sem transacção comercial ficam igualmente abrangidas pelas isenções fiscais. O deputado deu de seguida o exemplo do Edifício Sin Fong Garden, que foi construído com materiais que não garantem a segurança da estrutura. O edifício já está a ser demolido para ser reconstruído e os moradores poderão ser abrangidos pelas isenções.

Na mesma reunião, o presidente da comissão explicou que o parecer sobre o documento, ou seja, o relatório com as questões levantadas pelos deputados, já está a ser elaborado e poderá ser assinado quinta-feira. Após esta fase, a lei pode ser votada no Plenário da Assembleia Legislativa.

16 Jan 2019

Galaxy | “Amizade” com Lui Chi Woo usada para burlas em Hong Kong

Um “empresário” de Hong Kong terá prometido um contrato de limpeza a uma das burladas, que seria obtido devido à relação de amizade com o fundador do grupo Galaxy

 

[dropcap]O[/dropcap] nome do fundador da concessionária Galaxy, Lui Chi Woo, foi utilizado em fraudes na região vizinha. A informação foi relatada, ontem, pelo diário Apple Daily que referiu que um homem de 28 anos, chamado Patrick Lo, afirmava ser amigo próximo do empresário da Galaxy, de forma a tentar convencer as vítimas.

Segundo o caso relatado ontem, o homem abordou uma mulher, identificada como Carol, nome falso por questões de anonimato, e sugeriu-lhe um investimento de 2 milhões de dólares de Hong Kong, numa empresa de limpeza de hotéis. Patrick Lo prometeu à vítima que a sua amizade com Lui Chi Woo lhe poderia garantir contratos de fornecimento de serviços de limpeza em alguns hotéis, com os lucros da empresa a serem divididos pelos dois.

Perante esta proposta, a mulher acabou mesmo por transferir o montante para a conta pessoal do indivíduo. Só que o contrato de prestação de serviços, que alegadamente seria arranjado devido à amizade entre o homem e Lui Chi Woo, acabou por nunca chegar.

Mas este não foi o único “negócio” em que o indivíduo burlou a vítima. Foi na sequência de outro investimento, em stands de comida, que Carol percebeu que estava a ser enganada.

Os dois conheceram-se no ano passado, por acaso, num parque público de Hong Kong. Nessa altura, após uma conversa de circunstância, Patrick Lo apresentou-se como especialista da restauração e falou do seu alegado passado na indústria.

Após a troca de alguns contactos e visitas sobre perspectivas de negócios, em Fevereiro, Patrick Lo fez a seguinte proposta à vítima: a mulher investia cerca de 100 mil dólares de Hong Kong, num stand do Festival de Comida de Hong Kong, e os lucros eram a dividir pelos dois. Segundo Lo, o retorno estava garantido, mas se Carol quisesse investir mais dinheiro, era possível aumentar a qualidade da comida, disponibilizando produtos de luxo como vieiras, entre outros, e gerar lucros ainda maiores. Assim, a mulher aceitou aumentar o investimento para 210 mil dólares.

Comida barata

Porém, no primeiro dia do evento, Carol reparou que a qualidade da comida não era a prometida. Em vez de comida de luxo, e numa altura em que também já tinha começado o investimento para a empresa de limpeza, Patrick Lo apenas disponibilizou comida barata de Taiwan.

A partir desse momento, os contactos entre Carol e o parceiro começaram a ser impossíveis, com Patrick a rejeitar qualquer chamada telefónica e ainda a bloquear a vítima nas redes sociais. Sem alternativa, Carol apresentou mesmo queixa junto das autoridades e percebeu que tinha sido burlada em ambos os negócios.
Ao Apple Daily, o Grupo K. Wah, conglomerado a que pertence a concessionária Galaxy, negou a existência de qualquer ligação entre o empresário Lui Chi Woo e o burlão. A empresa prometeu ainda tomar uma acção legal caso se prove que as acções de Patrick Lo resultaram em danos na reputação e financeiros para a K. Wah.

Além da história relatada, o Apple Daily conta que houve pelo menos outros 13 casos semelhantes, que envolverão um montante superior a 10 milhões de dólares de Hong Kong.

15 Jan 2019

Limitar entrada de turistas afecta imagem internacional de Macau, diz Helena de Senna Fernandes

Directora dos Serviços de Turismo diz que eventual taxa de entrada ou saída do território vai ser estudada, mas realça que a medida não tem sido utilizada nas diferentes regiões como forma de controlar o número de turistas

 

[dropcap]A[/dropcap] directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, diz que a limitação do número de visitantes é uma possibilidade, mas avisa que a medida vai afectar a imagem internacional de Macau. Além disso, para a responsável pela DST, existe ainda o desafio de definir os critérios de entrada e a forma como as decisões são comunicadas às pessoas.

“A limitação do número de turistas é uma possibilidade. Mas se olharmos para a aplicação deste tipo de medidas, como é que estabelecemos quem é que pode entrar em Macau? Qual vai ser o critério? E como dizemos às pessoas que umas podem entrar e outras não?”, questionou Senna Fernandes, à margem do lançamento do evento demonstração culinária de Cidades Criativas da UNESCO, que decorre este fim-de-semana, no espaço Anim’Arte Nam Van.

“A entrada livre de pessoas é uma forma de medir a abertura da cidade. A adopção de uma medida deste género [limitações na entrada] pode ter um outro tipo de influência sobre a imagem de Macau. É um tipo de medida que tem de ser estudado com muito cuidado”, avisou.

Em relação a uma eventual taxa de entrada ou saída do território para os turistas que não fiquem durante uma noite em Macau, como tinha sido sugerido pela deputada Agnes Lam, Maria de Helena de Senna Fernandes mostrou-se reticente. “Estamos atentos a esta situação. Também o Japão optou por aplicar uma taxa de saída para visitantes e mesmo para a própria população […] Mas os nossos estudos mostram que este tipo de taxas, neste momento, não são para evitar a entrada de pessoas na cidade. São mais para possibilitar da recolha de dinheiro para um melhor desenvolvimento das cidade, nas infra-estruturas”, justificou.

A directora da DSAT vincou igualmente que eventuais taxas só serão aplicadas depois de se estudar muito bem os exemplos onde medidas semelhantes foram aplicadas.

Maior capacidade

Em relação ao número de turistas que entraram em Macau em 2018, o número vai ultrapassar os 35 milhões, porém vai ficar abaixo dos 36 milhões de visitantes. “Não chegou aos 36 milhões, mas o número final ultrapassou o anterior recorde [32,6 milhões] e as nossas expectativas. No ano passado fazíamos uma previsão de aumento entre três e cinco por cento, mas até ao fim do ano passado, salvo erro, foi um aumento de nove por cento”, revelou.

Este aumento foi motivado pela nova ponte, mas existem dúvidas sobre se o efeito vai durar, após passar o factor novidade. “Sobretudo em Novembro e Dezembro houve aumentos de mais de 10 por cento por causa do efeito da nova ponte. Temos de ver até quando o efeito vai continuar. Ainda estamos numa fase de novidade”, clarificou Maria Helena de Senna Fernandes.

Sobre a introdução de plataformas como a Grab ou o regresso da Uber a Macau, a directora da DST sublinhou ainda que qualquer alternativa às estruturas actuais tem de cumprir com a lei.

 

Queixas sobre Hotel 13

Neste momento, o Hotel 13 está aberto, mas apenas para convidados. O facto de ainda não ter havido uma abertura para o público gerou queixas em Macau. A situação foi explicada por Maria Helena de Senna Fernandes. “Neste momento só fizeram a abertura informal, ou seja é só para convidados. Mas eles têm licença para operar, desde o ano passado, e estão a funcionar legalmente”, começou por dizer. “Também recebemos algumas queixas sobre este tipo de funcionamento”, admitiu. Em relação à data oficial de abertura, a responsável da DST explicou que vai ter uma reunião “brevemente” com o hotel e que espera que a data de abertura seja revelada.

 

Cecília Tse a melhorar

Desde 14 de Junho do ano passado que a vice-director da DST, Cecília Tse Heng Sai, está de licença sem vencimento devido a doença. O prazo aprovado prolonga-se até 13 de Junho do próximo ano. Ontem, Maria Helena de Senna Fernandes abordou a situação: “Não me cabe dizer qual é a situação [de Cecília Tse]. Mas tenho-me cruzado com ela e está muito melhor. Não sei se está recuperada, mas vejo que a condição é muito boa”, disse Maria Helena de Senna Fernandes. Sobre um eventual regresso antes do tempo, a responsável da DST deixou o ónus da decisão para a colega: “O fim da licença sem vencimento depende dela”, frisou.

15 Jan 2019

Membros do CCPPC querem construir Centro de Educação Nacional em Macau

[dropcap]L[/dropcap]iu Chak Wan, Ma Iao Lai e Leong Wa, na condição de membros permanentes do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) defendem a construção de um “complexo de larga escala” dedicado à educação nacional dos alunos. A ideia dos empresários, revelada na sexta-feira depois de um encontro com o Chefe do Executivo, tem como objectivo criar um espaço onde as escolas possam levar os alunos para educá-los sobre a pátria.

Na sexta-feira passada, Chui Sai On reuniu-se com os membros de Macau do CCPPC para receber o relatório dos trabalhos efectuados em 2018. O encontro contou com a presença da irmã de Ho Iat Seng, Ho Teng Iat, na condição de vice-presidente do Comité de Ligação Com Hong Kong, Macau Taiwan e Chineses Ultramarinos, e ainda de Chui Sai Cheong, coordenador-Adjunto da Comissão Económica da CCPPC.

O relatório de 2018 visou a educação patriótica no ensino não-superior e é nesse sentido que é sugerida a criação de um centro de educação nacional “de larga escala”, de acordo com comunicado do Gabinete de Comunicação Social. “Liu Chak Wan afirmou que a conclusão do relatório é globalmente positiva, reconhecendo os trabalhos do Governo […], salientou que no documento é observada a possibilidade de o Executivo fazer uma melhor coordenação no âmbito dos recursos existentes, propondo-se a construção de um complexo de larga escala dedicado exclusivamente à educação nacional, que possa ser usado por todas as escolas do território”, é revelado no documento.

De acordo com a informação avançada, o relatório teve por base mais de 2.000 questionários respondidos por alunos do ensino primário e secundário, assim como com os pais. Foram também feitas entrevistas a escolas, professores, associações educativas e de juventude.

O comunicado refere ainda que Chui Sai On não se comprometeu com eventuais acções, mas recordou que as conclusões dos relatórios anteriores foram sempre tidas como referências para a governação e que as conclusões vão ser reencaminhadas para os serviços competentes.

Os membros do CCPPC e o Governo comprometeram-se ainda a sensibilizar a sociedade para a “educação cívica e a sua importância, bem como sobre a herança do valor central de ‘amor pela Pátria e por Macau’”.

14 Jan 2019

Transferências | Pang Chi Hang reforça Chao Pak Kei

[dropcap]O[/dropcap] extremo Pang Chi Hang assinou pelo MUST Chao Pak Kei, optando por colocar um fim à ligação que tinha com o Benfica de Macau. A notícia foi confirmada pelo atleta de 25 anos, ao HM, e pelo proprietário da equipa, Stephen Chow.

“Sim, posso confirmar que mudei. Não foi por nenhuma razão em particular. Mas senti que estava na altura de ter uma mudança na carreira”, disse Pang, ao HM. “Agora vou dar 100 por cento pelo Chao Pak Kei e temos de pensar em jogar para ganhar o campeonato”, acrescentou.

Por sua vez, Stephen Chow deixou grandes elogios ao novo atleta da formação. “É um jogador fantástico, sem dúvida que está no topo dos jogadores em Macau. Estamos muito contentes por contar com ele na nossa equipa”, afirmou, em declarações ao HM.

Esta é mais um troca que fragiliza os pentacampeões, depois de outras saídas como de Carlos Leonel, Hugo Silva, Edgar Teixeira e Yuri. Mesmo assim, Stephen Chow não descarta o favoritismo das águias para a vitória final na competição. “É muito cedo para se poder dizer que o Benfica vai ficar mais fraco e que isso se vai notar. Têm muitos jogadores com muita qualidade”, indicou. Como exemplos referiu o guarda-redes Batista e o lateral Vítor Almeida.

Sobre um eventual favoritismo ao título do MUST C.P.K., o dirigente diz que a equipa vai entrar a pensar em vencer, mas nega ser o principal favorito. “É muito cedo para dizermos que somos os principais favoritos, até porque a época ainda nem começou. Mas vamos para participar, como de costume, para ganhar”, apontou. “Posso dizer que estou muito feliz com a nossa posição. Temos um plantel com muita qualidade”, reconheceu.

14 Jan 2019

Liga de Elite | Arranque no dia 23 com o encontro entre Sporting e Hang Sai

O campeonato começa numa quarta-feira, no Canídromo, e nesse dia o Benfica de Macau tem pela frente o Ka I. Mas os jogos às 19h00 dos dias da semana deixam equipas e jogadores em dificuldades

 

[dropcap]O[/dropcap] encontro entre Sporting de Macau e Hang Sai vai marcar o início da Liga de Elite, em que o Benfica procura o hexacampeonato. O primeiro jogo do principal escalão do futebol local em 2019 está agendado para as 19h00 de quarta-feira, dia 23 de Janeiro, no Canídromo.

Ainda no dia de arranque do campeonato, decorre o primeiro jogo grande, com o Benfica a ter pela frente o Ka I, que volta a contar com o técnico Josecler. A partida está agendada para as 21h00, ou seja logo a seguir ao Sporting-Hang Sai.

O sorteio da competição decorreu na sexta-feira e definiu que a liga ia abrir com dois encontros entre equipas com aspirações a um lugar no top três. Assim, além do Benfica de Macau-Ka I, MUST Chao Pak Kei e Ching Fung vão defrontar-se na quinta-feira, 24 de Janeiro. A partida está agendada para as 19h00, no Estádio do Canídromo e é seguida pelo encontro Sub-23 e Tim Iec, às 21h00. A primeira jornada chega ao fim com a partida entre Monte Carlo e a Polícia, às 19h00, no Estádio do Canídromo.

Além da primeira jornada, ficaram igualmente definidas as datas da segunda jornada. Os encontros vão decorrer entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro, ou seja, a jornada volta a ter lugar nos dias da semana, com início à quarta-feira.

O horário dos jogos coloca reservas às equipas, uma vez que há atletas que não são profissionais e têm outros empregos. Com partidas às 19h00, os jogadores têm de estar às 18h00 no Canídromo, tarefa vista quase como impossível para quem trabalha no horário entre as 9h00 e as 18h00.

“Talvez sinta alguma desilusão pelo campeonato ser disputado no Canídromo durante os dias da semana. Estou preocupado com o horário das 19h00, porque não sei se conseguimos sair dos respectivos empregos à hora de ponta e chegar a tempo da equipa aquecer de forma adequada e começar o jogo”, explicou Duarte Alves, director do Benfica de Macau, ao HM.

Preocupação semelhante foi partilhada pelo director do Sporting de Macau, José Reis. “Os jogos às 19h00 são incompreensíveis. Os jogadores precisam de estar no relvado uma hora antes. Mas se trabalharem, a precisarem de se deslocar à hora de ponta, talvez precisem de sair dos trabalhos às 17h00…”, disse. “Acho que vai acontecer o que aconteceu há dois ou três anos em que as equipas começavam com oito atletas e os outros iam chegando com o jogo a decorrer”, acrescentou.

Clássico à 8a jornada

Em relação aos encontros grandes, o Benfica, depois de começar a Liga diante do Ka I, vai ter pela frente o MUST C.P.K. à quarta jornada, naquele que se antevê como um dos grandes encontros da Liga deste ano. Duas jornadas depois, à sexta, as águias vão ter pela frente o Ching Fung, finalista vencido da Bolinha do ano passado. À oitava jornada está agendado o grande clássico com águias e leões a defrontarem-se. Ainda não há datas para os jogos.

“Acho que vai ser uma época bastante competitiva, com mais equipas a investir e a nossa mudança de estratégia [desinvestimento] para 2019”, anteviu Duarte Alves, sobre a temporada.

Quanto ao Sporting de Macau, o início do campeonato é mais fácil, com Hang Sai, Tim Iec e Sub-23 a serem os adversários das primeiras três jornadas. Contudo, à quarta surge o primeiro grande desafio, diante do Ching Fung. Logo a seguir os leões têm pela frente o Ka I e na jornada seguinte defrontam a Polícia, num encontro que se antevê extremamente físico. A primeira volta termina com uma prova de fogo para o Sporting com encontros diante Monte Carlo, Benfica de Macau e MUST Chao Pa Kei.

“O ano passado tínhamos um calendário mais equilibrado. Vamos ter um final mais complicado este ano e vai ser importante somar pontos nos primeiros jogos das duas voltas, para depois defrontar o Ching Fung [à quarta jornada] mais motivados”, reconheceu José Reis.

Já o C.P.K começa com o Ching Fung, num teste difícil, e volta aos jogos grandes à quarta jornada, diante do Benfica. À sétima e nona jornadas, a equipa candidata ao título tem depois pela frente Ka I e Sporting de Macau, respectivamente.

A ordem da primeira jornada volta a repetir-se na segunda, o que significa que equipas como Chao Pak Kei e Sporting podem enfrentar os momentos das grandes decisões com um calendário com vários dos principais jogos.

“Começamos com o Ching Fung e sabemos que vai ser um jogo difícil. Têm uma equipa muito boa e reforçaram-se bem com o William. Vai ser um jogo muito difícil”, anteviu o proprietário da equipa, Stephen Chow.

14 Jan 2019

New Yaohan | DSSOPT exigiu relatório depois da queda de tecto falso

Os trabalhos no centro comercial estavam devidamente licenciados, mas a DSSOPT quer agora receber um relatório sobre a queda de um tecto falso. Wong Sio Chak mostra abertura para melhorar a relação com a comunicação social que não foi informada sobre o acidente

 

[dropcap]O[/dropcap] Centro Comercial New Yaohan vai ter de enviar um relatório à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) sobre o acidente que decorreu no domingo, dia 6 de Janeiro, que causou três feridos. A revelação foi feita pela DSSOPT numa resposta enviada ao HM sobre o caso do tecto falso que se soltou, no sétimo andar do edifício, onde decorriam obras de renovação.

“Este departamento pediu ao empreiteiro para que envie um relatório sobre o acidente, para assegurar que o projecto pode decorrer dentro das condições de segurança. O caso vai ser acompanhado de acordo com a legislação em vigor, tal como aconteceu em situações no passado”, escreveu o DSSOPT, numa resposta enviada ao HM.

A mesma direcção confirmou ainda que as obras que decorriam no New Yaohan estavam devidamente licenciadas: “Os trabalhos [de renovação] foram aprovados pela DSSOPT e o projecto estava devidamente licenciado”, foi esclarecido.

O acidente afectou três pessoas, entre as quais uma mãe e filha. A progenitora, com cerca de 40 anos, foi a pessoa que ficou em estado mais grave devido a lesões na cabeça e cintura e, segundo o jornal Oriental Daily, de Hong Kong, vai ter de permanecer dois meses no hospital. Já a criança, com cerca de 12 anos, também foi levada ao hospital, mas já teve alta.

Segundo um artigo do jornal Ou Mun Iat Pou, onde o caso foi relatado, após a divulgação do acidente nas redes sociais, desde a altura do ocorrido que o centro comercial assumiu as suas responsabilidades e se disponibilizou para pagar as custas hospitalares dos feridos.

Revisão de mecanismo

Além da questão da segurança das obras, o caso ocorrido do New Yaohan ficou também marcado pelo facto dos órgãos de comunicação não terem sido avisados pelas autoridades sobre o sucedido. Normalmente, as autoridades têm uma postura pró-activa de divulgação de vários tipos de acidentes.

Contudo, na sexta-feira, o secretário para a Segurança abordou o assunto, já depois de anteriormente o Corpo de Polícia de Segurança Pública ter negado a intenção de esconder o sucedido.

Segundo Wong Sio Chak, normalmente o mecanismo das autoridades só divulga crimes e acidentes ocupacionais. Como o caso do Yaohan não se enquadra em nenhuma das situações acabou por não ser divulgado. Ao mesmo tempo, explicou que ocorrências deste género são muito frequentes pelo que não é possível que todas sejam comunicadas, uma vez que acabaria por complicar a comunicação de ocorrências.

Wong Sio Chak, que mostrou abertura para melhorar os mecanismos de comunicação sobre ocorrências, recordou também que “a cooperação entre as autoridades policiais e os OCS tem sido sempre sincera e cordial”.

14 Jan 2019

Tecto falso no New Yaohan soltou-se e causou três feridos

Ao contrário do habitual, a Polícia de Segurança Pública não anunciou o caso aos jornalistas, mas nega que tenha havido tentativa de “esconder” o acontecimento. Uma das pessoas feridas está internada e tem pela frente uma recuperação de dois meses

 

[dropcap]T[/dropcap]rês pessoas ficaram feridas no centro comercial New Yaohan, depois de um tecto falso ter caído, no sétimo andar. O caso aconteceu no domingo, e a PSP, ao contrário do habitual, não reportou aos jornalistas a ocorrência. Apenas ontem, após a informação ter começado a circular nas redes sociais, e ter sido publicada no Ou Mun Iat Pou, é que as autoridades revelaram o caso.

Segundo a informação disponibilizada pela PSP ao HM, o acidente aconteceu por volta das 15h00 e entre os feridos estão uma mãe, com cerca de 40 anos, e filha, com cerca de 12 anos. A mãe encontra-se na situação mais complicada, uma vez que ainda está internada com ferimentos na cintura e cabeça. A PSP não avançou mais pormenores sobre a condição física da mulher, e os Serviços de Saúde, apesar de contactados para o efeito, também não disponibilizaram a informação. Contudo, segundo a publicação Oriental Daily, de Hong Kong, a mulher tem uma recuperação pela frente de cerca de dois meses. Alguns comentários das redes sociais apontavam ainda para o facto da mulher não conseguir mexer-se da cintura para baixo, quando foi transportada para o hospital. Em relação à filha, a PSP avançou que a criança sofreu lesões na cintura, mas que já teve alta.

De acordo com os comentários à notícia, os responsáveis pelo centro comercial, que está sob a alçada da Sociedade de Diversões e Turismo de Macau, teriam “lavado as mãos” da ocorrência. Porém, segundo o Ou Mun Iat Pou, este não terá sido o caso. Em declarações ao jornal, os responsáveis pelo centro comercial lamentaram o incidente e afirmaram estarem disponíveis para pagarem todas as despesa hospitalares dos feridos.

O acidente aconteceu no sétimo andar do New Yaohan, onde estavam a ser realizados trabalhos de renovação.

Tudo às claras

Numa conferência de imprensa, realizada ontem, a PSP negou que tenha havido intenção de encobrir o acidente. Ao mesmo tempo, responsabilizou o centro comercial por nunca ter revelado o que aconteceu, quando telefonou para os bombeiros a pedir o auxílio das ambulâncias.

A mesma situação foi explicada ao HM: “Quando nos foi dado o alerta só foi dito que havia feridos, não nos foi explicado que tinham sido causados pela queda de um tecto”, contou fonte da PSP.

Também na conferência de imprensa foi revelado que por dia acontecem, em média, entre 70 e 80 ocorrências e que apenas algumas são comunicadas aos órgãos de comunicação social, normalmente as consideradas mais mediáticas e com maior impacto para a sociedade.

11 Jan 2019

AMCM sem poder decisório sobre licenças de sociedades de locação financeira

[dropcap]A[/dropcap]pesar de emitir pareceres sobre a emissão e revogação de licenças às empresas de locação financeira, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) não vai ter poder de decisão sobre estas matérias.

A questão ficou definida ontem na comissão que está a analisar a proposta da lei na Assembleia Legislativa. Ainda de acordo com Chan Chak Mo, a última palavra vai depender sempre do Chefe do Executivo, à imagem do que já acontece com as instituições bancárias do território.

11 Jan 2019