BNU com aumento de lucros no primeiro semestre

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]BNU em Macau teve lucros de 278,5 milhões de patacas no primeiro semestre, mais 17% do que no mesmo período de 2015, disse à Lusa o presidente executivo do banco. Pedro Cardoso destacou que este resultado líquido segue “a senda dos últimos quatro anos”, sendo este “o quinto ano consecutivo de subida do volume de negócios e da rentabilidade” do BNU, que pertence ao grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Segundo os dados, o volume de negócios cresceu 16,9% no primeiro semestre, um ritmo de crescimento “mais moderado do que no passado” e “mais expressivo nos depósitos do que nos empréstimos” devido, essencialmente, à diminuição da procura de crédito associada à situação da economia local, por causa do ajustamento do sector do jogo. “Neste momento, estamos a crescer [no crédito] a um dígito percentual e no passado crescíamos claramente a dois dígitos”, explicou, acrescentando que “quando este ajustamento começou”, há mais de dois anos, “o banco estava num processo de reestruturação e a colher frutos da segmentação e esse efeito não foi imediato”.
“Por outro lado, também é natural que numa fase do ciclo económico menos favorável” as instituições financeiras sejam “um pouco mais selectivas” em termos “de filtro” quando concedem créditos, disse ainda.
Segundo Pedro Cardoso, a contracção do sector do jogo em Macau – pilar da economia, que fez cair o PIB da região mais de 20% no ano passado e 13,3% no primeiro trimestre de 2016 – tem ainda impacto, na actividade do banco, a nível “de negócio gerador de comissões”, relacionadas, por exemplo, com processamentos de pagamentos com cartões de crédito.
No entanto, a evolução positiva de outras áreas “dentro desse universo”, ligadas às caixas automáticas, emissão de cartões de crédito ou seguros, “têm mitigado” o impacto associado ao jogo, afirmou.
Na generalidade, e face à situação da economia local, o BNU está mais cauteloso “em termos de visto de crédito” e “ainda mais cuidadoso no controlo das despesas”, como “é natural”, explicou.
Pedro Cardoso destacou que as despesas do banco subiram 2,8% em relação ao primeiro semestre de 2015 e sublinhou a “qualidade da carteira de crédito”, com o incumprimento há mais de 90 dias a não ir além dos 0,17%.
Por outro lado, o BNU continuou a aumentar o número de clientes em Macau: no final de Junho eram quase mais nove mil do que há um ano e aproximavam-se dos 220 mil, perto de um terço da população da cidade.

4 Ago 2016

FAOM quer incidentes a caminho do trabalho regulados por lei

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inclusão de eventuais danos sofridos pelos trabalhadores a caminho do trabalho na legislação actual foi ontem pedida pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). O vice-presidente do grupo relembra que o conceito de “danos profissionais” já foi incluído na legislação “de dois terços dos países a nível mundial” e pede que Macau siga nessa direcção.
A FAOM quer que a segurança pessoal dos empregados comece a contar a partir do momento em que saem de casa para o trabalho, pedindo que seja incluída no diploma que rege estas situações.
Os critérios mundiais para verificar danos profissionais estão a ser mais expandidos, diz, e embora o Regime de Reparação dos Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais já tenha entrado em vigor em Agosto do ano passado, “só se mudou uma pequena parte da lei velha”. Na altura o sector dos trabalhadores já apelou a que o Governo se preparasse para uma revisão mais a fundo, diz Lei Chan U, vice-presidente da FAOM.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, Lei Chan U referiu que a Convenção sobre as Seguranças em caso dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) propõe a consideração dos danos feitos a caminho do trabalho também como dano profissional, algo que “recebeu apoio da maioria dos países”.
Nos Estados Unidos da América (EUA), Alemanha e França a lei inclui o caminho para as refeições e bancos para levantamento do salário também como pertencentes à categoria do dano profissional. Conforme a natureza do trabalho, também Hong Kong classifica os trabalhos como “ordinário” e “exterior” para que, mesmo durante tempo severo, se possa apoiar os trabalhadores que se sujeitam a riscos.
Portanto, Lei Chan U sugere ao Governo a expansão de protecção aos trabalhadores, a fim de elaborar um regime mais “inteiro e humanitário para garantir a segurança” destes.

*por Angela Ka

4 Ago 2016

Tabaco | Pedida revisão da lei para regular cigarros electrónicos

Numa altura em que se revê a Lei de Controlo do Tabagismo, a Associação Geral das Mulheres vem pedir ao Governo que não se esqueça de incluir mais regras para limitar o consumo dos cigarros electrónicos. Isto porque, defende, mais jovens recorrem a este produto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Geral das Mulheres quer que a revisão da Lei do Controlo do Tabagismo inclua mais regulação dos cigarros electrónicos. O pedido do ramo da Associação que se responsabiliza pelos assuntos juvenis surge depois de um estudo que mostra que o consumo deste tipo de produto aumentou entre os mais novos em Macau.
Loi Yi Weng, presidente da Associação da Juventude de Fu Lun, da Associação Geral das Mulheres, frisou ao jornal Ou Mun que a necessidade de regulação dos cigarros electrónicos já foi sentida por “28 países da União Europeia”, em Maio deste ano, quando passaram a incluir o produto na legislação que proíbe o seu consumo por menores, ou em determinados locais. Actualmente, Macau prevê impedir a sua venda, mas a responsável considera que é necessário que o território proíba mesmo o seu consumo e importação, principalmente agora que os deputados têm em mãos a revisão a Lei de Controlo do Tabagismo. Loi Yi Weng diz que esta é uma “lacuna que tem de ser preenchida”, a fim de prevenir os efeitos negativos que estes cigarros trazem aos jovens.
A revisão actualmente em curso face a este diploma está relacionada com a proibição total de fumar nos casinos, bem como de publicidade ao produto. A questão dos cigarros electrónicos foi referenciada pelo Governo quando, no ano passado, apresentou a proposta aos deputados. O Executivo queria proibir este meio alternativo ao cigarro comum em locais destinados a utilização colectiva, assim como proibir a sua venda, apesar de não incluir a importação.
“Neste momento não estamos a limitar, seja para consumo próprio ou não, a importação de cigarros electrónicos. Apenas limitamos a venda. Mas não se pode também consumir o cigarro electrónico nos locais determinados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já confirmou que o cigarro electrónico não serve para a abstenção do fumo – contém nicotina entre outros produtos maléficos. Pode fazer mal à saúde do próprio fumador e o fumo em segunda mão também afecta a saúde dos outros”, esclareceu, em Junho de 2015, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.
Recentemente, conforme disse Chan Chak Mo ao HM, os deputados pediram clarificação relativamente ao próprio consumo do cigarro electrónico.

Estudos que gritam

A Associação das Mulheres citava um estudo dos Serviços de Saúde (SS), que mostra que o consumo de cigarros electrónicos cresceu entre os jovens.
“Evidencia que a taxa de consumo de tabaco de jovens em 2015 diminuiu cerca de 3%, mas aponta que os números de consumo cigarros electrónicos se aproximou gradualmente do consumo de tabaco comum”, frisa a responsável.
Loi Yi Weng defende que, com a entrada em vigor da lei, o aumento de imposto sobre o tabaco, a educação e promoção já se verificou uma queda constante na taxa de consumo de tabaco entre os jovens, mas o facto da actual lei não regular a importação não agrada à responsável.
“Não é difícil encontrarem-se lojas que vendem estes produtos do Taobao, o que tem atraído mais jovens a comprar e consumir. O que se deve ter atenção é que entre os jovens existem mal-entendidos sobre o consumo destes cigarros, porque muitos consideram que não se vai desenvolver dependência, ou vai-se ajudar a deixar o hábito. Mas a OMS já revelou que não tem esse efeito. A maioria dos cigarros electrónicos consiste em nicotina e substâncias provocadoras de cancro que fazem mal à saúde e meio ambiente”, frisa.
A Associação pede, por isso, a consideração do Governo face à possibilidade da proibição da entrada destes produtos.

*por Angela Ka

4 Ago 2016

Melco cria salas de aleitamento para trabalhadoras

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]alas de aleitamento “totalmente equipadas, especialmente criadas para dar um ambiente calmo e acolhedor” foram recentemente criadas pela Melco Crown. Os espaços são totalmente dedicados às trabalhadoras do grupo que foram recentemente mães.
Os espaços, localizados no City of Dreams, Studio City, Altira Macau e nos escritórios da sede da empresa, foram ontem inaugurados. Um comunicado da operadora indica que as salas foram especialmente decoradas para terem um ambiente acolhedor e tranquilo, “dispondo de cadeiras confortáveis, fontes de água, luz ambiente, bombas para tirar leite e sistema de refrigeração para armazenamento do leite”.
Sandra Lou, representante do Mocha Club, sala de jogo que fica dentro dos casinos da Melco, admite que “são ainda uma minoria as mulheres que decidem amamentar”, mas o objectivo da empresa é impulsionar nesse sentido, para que seja dado “o melhor” às crianças.
Já Akiko Takahashi , chefe do Gabinete dos Recursos Humanos do grupo, diz que “olhar pelos empregados sempre foi uma prioridade para a empresa”.
Para além das condições físicas, são também, dados mais períodos de intervalos para que as mães possam dar de mamar sempre que for necessário. A implementação destas salas surge depois de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, ter assegurado a intenção de se criarem salas de aleitamento nos serviços públicos, como forma de promover a amamentação, algo que não é comum em Macau.

4 Ago 2016

Projecto para pequenos artistas na FRC

Vem aí uma exposição que mostra os trabalhos de um grupo dedicado aos mais pequenos e às suas actividades de lazer. Com a mão de Michael Angelo L. Cabungcal, mentor da exposição que inaugura a 8 de Agosto na Fundação Rui Cunha, a mostra apresenta trabalhos do homem que tem dedicado a vida e trabalho às crianças e jovens através da Associação Quezoniana de Macau.
Criado em 2003 o grupo é dirigido à ocupação de tempos livres e férias de Verão de crianças e jovens. “The Bulilit (little) Artist é principalmente para a comunidade filipina, a fim de cultivar o seu interesse em arte e pintura”, avança o comunicado de apresentação do evento. Suspenso em 2008, devido ao falecimento de um dos “membros mais importantes”, o projecto teve, no ano passado, um “retorno em grande”.
Um dos membros originais do grupo, Michael Angelo L. Cabungcal prepara-se agora para abraçar novos desafios fora do colectivo e, por essa razão, a Associação tomou a iniciativa de promover o seu talento artístico, de modo a tornar a sua saída “memorável e expor as suas obras desde o seu início no grupo até hoje”. A exposição decorre até 15 de Agosto e conta com entrada livre.
 

4 Ago 2016

Albergue expõe obras de três arquitectos

Uma exposição de arquitectura vai decorrer de 9 de Agosto a 15 de Setembro, no Albergue (SCM). Três jovens arquitectos expõem esboços, dando uma visão peculiar e alternativa de algumas estruturas emblemáticas, nacionais e internacionais. Ao todos são 45 esboços de três arquitectos com visões completamente diferentes, que vão estar no Albergue SCM.
Dennio Long Fat Chi é um dos arquitectos que vai mostrar o seu trabalho. Centra os esboços naquilo que se pode chamar “além do património”, tendo procurado dar destaque aos edifícios que são, por regra, ignorados e esquecidos e contam também eles uma história.
Já Chan Chi Lek, outro dos nomes convidados a expor, tem por tema “O património mundial” e procurou inspiração nas viagens que faz. O exemplo de alguns esboços que vão ser exibidos é o dos Jardins da Cidade Proibida de Pequim e vários edifícios da cidade Estado de Singapura.
Alice Lu é a mais jovem do grupo: optou por esboços que não se baseiam na realidade. Criou, assim, uma visão paralela, dando asas à imaginação.
Ao todo são 45 esboços que ilustram os diferentes aspectos da cidade e realçam as discrepâncias entre os três arquitectos e a forma como cada um deles se relaciona com a arte. A cerimónia de abertura decorre no dia 9 de Agosto, pelas 18h30, no pátio do Albergue. A entrada é livre.

4 Ago 2016

Conselho Consultivo pede mais pela Lei dos Animais

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) assegura já ter contratado dezenas de novos empregados, mas para alguns membros do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários os profissionais ainda não são suficientes para controlar os cerca de “dez mil cães licenciados”.
Iun Ioc Va, Leong Meng Ian e Lok Zeng Nei falavam numa reunião do Conselho sobre a nova Lei de Protecção dos Animais, que vai entrar em vigor a 1 de Setembro. Citados pelo Jornal Ou Mun, os responsáveis indicam que o IACM tem 21 novos fiscais, mas que o seu trabalho vai-se dividir em três horários, o que significa “que num horário particular só vai haver três a quatro pessoas a executar a lei”. Se se comparar com o número das licenças, referem, este número “será muito insuficiente”.
Os três membros do grupo criticam ainda a baixa pena para maus tratos em Macau, de até um ano de prisão em vez dos três previstos inicialmente.
Lok Zang Nei acrescentou ainda que, actualmente, só existem 40 instalações sanitárias para cães de estimação, 113 caixas para dejectos e 26 zonas de passeio para cães, algo “extremamente insuficiente” para que as pessoas possam “cumprir a lei”.
Com a primeira lei sobre os animais a entrar em vigor a partir de 1 de Setembro deste ano, os membros consideram que além das punições, deve haver esforços da parte do Governo para formação para donos e criação de infra-estruturas.

4 Ago 2016

Detectados 81 casos de trabalho ilegal

Já foram divulgados os dados estatísticos referentes ao combate ao trabalho ilegal referente ao mês de Junho. De acordo com um comunicado divulgado pela PSP foram 314 os locais sujeitos a acções de fiscalização, nos quais resultaram a detecção de 81 casos de trabalhadores em situação ilegal. Os locais visitados pelas Forças de Segurança dividiram-se entre estabelecimentos comerciais, obras de construção civil e residências.

4 Ago 2016

Homem apropria-se de 180 mil patacas

Um homem de 50 anos foi ontem detido depois de se ter apropriado indevidamente de 180 mil patacas. De acordo com as informações divulgadas, a vítima pousou a carteira em cima do carro e esqueceu-se de pegar nela, tendo mais tarde regressado ao local para ver se a encontrava. No entanto, a busca não surtiu efeito e o homem decidiu contactar a polícia. As autoridades começaram a investigar logo após a chamada e conseguiram interceptar um suspeito por volta das 3h00. O homem detido, de apelido Lei, tem 50 anos e é motorista. Admitiu ter levado o dinheiro para casa, no valor de 180 mil patacas, e diz que se livrou da carteira e dos documentos da vítima, atirando-os ao mar. A polícia já apreendeu o dinheiro em casa do suspeito e acusou-o do crime de apropriação ilegítima por coisa achada. O caso seguiu para o Ministério Público.

4 Ago 2016

Jai Alai ainda sem data para abrir

O casino Jai Alai ainda não tem data para abrir, mas Angela Leong espera que “possa acontecer ainda este ano”. As afirmações são citadas no jornal Ou Mun, onde a directora-geral da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) avança que o novo Jai Alai vai comportar um centro comercial mas, por outro lado, o número de mesas de jogo será reduzido. O casino, localizado nos NAPE, tem estado em obras de remodelação e já no ano passado, com a previsão de atraso para abertura em 2016, a SJM tinha informado que a abertura só aconteceria “uns meses mais tarde do que o inicialmente previsto”. Está prevista a existência de 45 mesas de jogo dirigidas na sua maioria para o segmento de massas, sendo que albergará ainda cerca de130 quartos. Quanto ao futuro do Canídromo, Angela Leong diz que “ainda não foi abordada com o Governo”.

4 Ago 2016

Testado autocarro capaz de passar sobre engarrafamentos testado

Um autocarro em forma de ponte capaz de evitar os engarrafamentos de trânsito passando por cima de outros automóveis e com espaço para 300 passageiros foi ontem testado nas ruas da cidade de Qinhuangdao, nordeste da China.
As imagens do Autocarro Elevado de Trânsito (TEB-1, na sigla em inglês), que tem 22 metros de cumprimento, 4,8 de altura e 7,8 de largura, foram exibidas no canal oficial CCTV.
O formato do veículo, que se apoia sobre as bermas da estrada e é elevado, constituindo uma espécie de ponte móvel, permite aos restantes automóveis circularem por baixo deste.
A ideia de um veículo que possa evitar os engarrafamentos tem vindo a ser estudado pela China há muitos anos, sendo que a demonstração de ontem não é ainda o produto final, visto este modelo ter dificuldades em fazer as curvas.
O primeiro TEB circulou apenas por 300 metros, mas os seus criadores acreditam que este possa vir a integrar a rede urbana de transportes públicos no futuro, com autocarros capazes de transportar até 1.200 pessoas.

4 Ago 2016

Número de cibernautas na China ultrapassa os 700 milhões

O número de chineses ligados à internet ultrapassou os 700 milhões, até Junho, revelou ontem o China Internet Network Information Center (CNNIC), numa altura em que a economia ‘online’ assume-se como um novo motor de crescimento económico.
A população ‘online’ da China aumentou 3,1%, desde o final de 2015, para 710 milhões (mais de o dobro de há apenas cinco anos), 92,5% dos quais acedem à rede através de smartphones, segundo o organismo regulador do sector.
Aquela cifra representa mais de metade da população total da China – 1.375 milhões -, país onde vive cerca de 18% da humanidade, ou mais 200 milhões do que a população total da União Europeia.
Redes sociais e ferramentas online como o Facebook, Twitter, Google, Youtube ou Dropbox estão banidas na China, mas o comércio electrónico tem-se revelado vital na transição para um modelo económico assente no consumo.
O Governo está a promover um projecto designado “internet plus”, visando expandir a tecnologia da internet à indústria, como parte dos planos para modernizar aquele sector.
O número de cibernautas entre os cidadãos rurais, porém, permanece baixo – menos de um terço do total – visto que os residentes no interior do país carecem de conhecimentos ou de acesso à internet, ou não estão interessados, detalhou a CNNIC.
Empresas como o gigante do comércio electrónico Alibaba, fundada pelo magnata Jack Ma, tornaram-se negócios multimilionários, nos últimos anos, aproveitando o ‘boom’ da internet no país.
Só no último dia dos solteiros, que se celebra a 11 de Novembro, o Alibaba anunciou um volume de vendas total de 14,3 mil milhões de dólares.

4 Ago 2016

Nida provocou perdas de 40 milhões de euros na China

Nida, o mais intenso tufão a atingir o Sul da China nos últimos 30 anos, causou perdas económicas no valor de quase 40 milhões de euros na província de Guangdong, mas não deixou mortos. Segundo a agência oficial Xinhua, a chuva torrencial e o vento destruíram 4.860 hectares de campos agrícolas e danificaram 485 casas, obrigando à retirada de 22 mil pessoas.
Os serviços de transporte foram também afectados, com quase 300 comboios e 150 voos suspensos. O Nida, que entretanto perdeu intensidade, desloca-se agora a 20 quilómetros por hora e atravessou ontem a região autónoma chinesa de Guangxi, a oeste de Guangdong. Trata-se do mais forte tufão a atingir o sul da China desde 1983, segundo os serviços meteorológicos chineses, e obrigou a medidas extraordinárias de precaução.
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4 Ago 2016

Televisão de Zhejiang assina protocolo com Tv Cabo

A televisão de Zhejiang e a TV Cabo de Macau assinaram um protocolo de cooperação na terça-feira. A presidente da TV Cabo disse que a televisão Zhejiang é um canal muito popular no interior da China e que programas como‭ ‬o‭ ‬“Running Man” ou “The Voice of China” tiveram excelentes resultados de audiência.
Para a presidente, a cooperação não só vai corresponder às expectativas dos espectadores locais, como também reforçará o intercâmbio entre Macau e o interior da China, fazendo com que mais residentes e visitantes conheçam as características chinesas difundidas através dos programas da Zhejiang. Espera também mais colaborações entre as duas televisões.
Por outro lado, a responsável da Zhejiang afirmou que vê com grande importância o lançamento do canal em Macau e espera que consiga oferecer mais programas de boa qualidade aos espectadores e aos visitantes de Macau. A partir desta terça-feira, já se disponibiliza a televisão Zhejiang no canal 159 da TV Cabo.

4 Ago 2016

Hong Kong | Candidatos pró-independência excluídos de eleição

A comissão eleitoral de Hong Kong rejeitou seis candidaturas às eleições de Setembro para o Conselho Legislativo (LegCo) por defenderem a independência da cidade.
Entre os excluídos está Edward Leung, do grupo Hong Kong Indigenous, que ganhou projecção após as eleições intercalares de Fevereiro passado e foi desqualificado na terça-feira, noticiam ontem os meios de comunicação locais.
Nos últimos dias foram também rejeitados outros ‘localists’ – que pedem uma maior autonomia em relação à China ou mesmo a independência de Hong Kong –, incluindo Chan Ho-tin, do recém-formado Hong Kong National Party, Yeung Ke-cheong, do Democratic Progressive Party of Hong Kong, e Nakade Hitsujiko, do Nationalist Hong Kong.
Edward Leung, de 25 anos, pretendia candidatar-se a um lugar de deputado pelo círculo eleitoral de New Territories East, onde nas eleições intercalares de 28 de Fevereiro ficou em terceiro lugar, com mais de 60.000 votos (15% do total), uma votação realizada cerca de duas semanas depois de ter sido preso num protesto que terminou em confrontos com a polícia.
Segundo o jornal South China Morning Post (SCMP), 42 listas de candidatos do campo pró-democrata e de ‘localists’ que não assinaram o documento viram, não obstante, as respectivas candidaturas validadas.
Edward Leung advogou a independência de Hong Kong até à semana passada, quando foi forçado a clarificar a sua posição pela comissão eleitoral.
O Civic Party condenou a desqualificação dos seis candidatos pró-independência, afirmando tratar-se de “controlo político” e acusando a comissão eleitoral de desvio do princípio da neutralidade política, segundo o SCMP.

4 Ago 2016

UM | Descoberta “ajuda a entender” influência da Ciência Ocidental na China

Um estudo recentemente descoberto por um professor da UM pode dar um novo entendimento sobre como a Ciência Ocidental foi introduzida na China durante a Dinastia Ming. O documento foi descoberto na Biblioteca Real da Ajuda, em Lisboa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntónio Vasconcelos de Saldanha, professor da Universidade de Macau (UM), descobriu um documento que poderá ajudar a perceber como é que Ciência Ocidental chegou à China. A recente descoberta foi anunciada durante uma conferência na Universidade de Tubingen, na Alemanha, e remete para um diário pessoal do jesuíta Sabatino Ursis.
Este padre foi um dos sucessores do Padre Matteo Ricci, geógrafo, cartógrafo e cientista renascentista italiano que esteve em Macau e que era considerado uma importante figura da corte na dinastia Ming. Sabatino Ursis trabalhou em parceria com Matteo Ricci e chegou mesmo a escrever um livro em Chinês.
O manuscrito recém descoberto reforça como Sabatino Ursis discutia já problemas práticos e questões teóricas relacionadas com a Hidrologia e a gestão hídrica na sua obra. Aliás, o mesmo já tinha publicado em Pequim, em 1612, um tratado dedicado ao tema, intitulado “Hydromethods of the Great West”. Na altura, a divulgação foi patrocinada por “importantes figuras da dinastia” Ming, como indica um comunicado da UM, tendo mesmo um prefácio de Xu Guangqi – importante figura no intercâmbio cultural – antes de ser apresentado ao imperador Wanli.
Segundo a UM, este estudo pode dar uma perspectiva mais abrangente de como os padres jesuítas influenciaram a introdução dos conhecimentos científicos ocidentais deste lado do mundo.

De Portugal para cá

Este manuscrito pertencia aos arquivos jesuítas em Macau, mas encontrava-se agora caído no esquecimento na Biblioteca Real da Ajuda, em Lisboa, onde foi redescoberto e identificado pelo professor António Vasconcelos de Saldanha.
O académico é especialista na História de Macau e da Companhia de Jesus, na China. O seu trabalho está a ser desenvolvido em associação com outros projectos de pesquisa “importantes e inovadores”, como indica a UM, sobre Ciência, Tecnologia e Medicina na dinastia Ming.
Os jesuítas são tidos como uma referência no mundo das ciências e na divulgação de artigos científicos. Existem nomes sobejamente conhecidos, como é o caso de João Rodrigues, na área da Geografia, e Manuel Dias com o estudo “Uma explicação da Esfera Celestial”, datado de 1615. H.M.

4 Ago 2016

União de Bartenders de Macau arrecada primeiro e quarto lugares em competição

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União de Bartenders e Cocktails de Macau arrecadou este ano dois prémios numa competição asiática. O grupo conseguiu um primeiro lugar na categoria “flair” no Asia-Pacific Cocktail Championship, em Singapura, e um quarto na categoria “clássico”.
A competição aconteceu no dia 27 de Julho e ajudou a promover o nome de Macau além fronteiras. A União de Bartenders e Cocktails de Macau, que existe desde Dezembro de 2012 e conta com 130 associados – todos residentes em Macau – participa em várias competições internacionais e promove workshops na área das bebidas, “onde todos os que têm paixão por cocktails podem participar independentemente de estarem ou não ligados a esta indústria”.
Desta vez, a participação no concurso valeu-lhes o primeiro lugar na categoria “flair”. “São avaliados vários critérios, entre eles os malabarismos, a coordenação com a música e a execução do cocktail propriamente dita”, refere Bruno Santos, presidente da União, ao HM.
O vencedor foi Jonathan Villarma, bartender filipino, que trouxe para o território um troféu de cristal.

Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau
Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau

Já Eduardo Zamora, outro bartender das Filipinas radicado em Macau, trouxe um quarto lugar que, apesar de não receber nenhum troféu, traz “orgulho” à União de Bartenders.
A competição decorreu durante dois dias com várias provas a acontecerem nas diferentes categorias. “No primeiro dia são apurados os três finalistas da categoria ‘flair’ e logo aí percebemos que íamos à final. Na categoria ‘Clássico’, são escolhidos seis finalistas”, explica Bruno Santos, para quem este é um importante prémio que ajuda a dinamizar a profissão de bartender. “Pode [até] ser uma opção profissional para muitos jovens do Instituto de Formação Turística”, acrescenta.
Este prémio é também importante para a afirmação da entidade no circuito internacional. “Há três anos que participamos na Conferência Mundial de Bartenders como observadores, e esperemos que este ano, em Dezembro, já tenhamos outro estatuto.”
O concurso Asia-Pacific Cocktail Championship decorreu durante dois dias e contou com a participação de 26 países. Cada país pode concorrer apenas com um participante por categoria.

3 Ago 2016

Secretário acusado de “confundir” conceitos no inquérito sobre o Estoril

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado democrata Ng Kuok Cheong apontou ontem o dedo a Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, criticando o responsável por “deliberadamente confundir” a população no inquérito que fez sobre o Hotel Estoril. Na base da acusação do deputado está o uso das palavras “reconstrução” e “reaproveitamento” no inquérito de opinião, que fez “com que a base das opiniões recolhidas fosse falsa”.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong disse que é aceitável Alexis Tam expressar o seu próprio ponto de vista, mas o inquérito incumbido pelo Governo começa por perguntar se a pessoa “sabe o conceito do Governo sobre o reaproveitamento do Hotel Estoril e a sua piscina”. O deputado critica que, na altura, o Executivo estava a confundir “reconstrução” e “reaproveitamento” e, depois, nos discursos de Alexis Tam este continuou deliberadamente a confundir as duas palavras.
“O inquérito que se baseia no seu próprio desejo queria obter apoios do público, não lhe apetecia a explicar o que é reaproveitamento e o que é reconstrução”, critica o deputado.
Ng Kuok Cheong explica que o “reaproveitamento” pode ser a reconstrução ou a decoração do prédio em si e a demolição será um acto mais extremo do “reaproveitamento”. “Forçar a explicação de reaproveitamento para apoiar a reconstrução foi um engano óbvio. Se não houvesse transferência de interesses dele, não deveria acontecer erro deste tipo”, atirou mesmo o deputado.
Ng Kuok Cheong diz que as opiniões recolhidas vão ser “tendenciosas” para o lado de Alexis Tam. O Secretário, recorde-se, lançou consultas públicas, colocou a questão no Conselho do Planeamento Urbanístico e pediu às associações o envio de opiniões. Mas, para Ng Kuok Cheong, Alexis Tam está apenas a insistir nos seus próprios erros, sem querer saber da opinião verdadeira e sem alguma vez ter mencionado “quais são os efeitos negativos de se manter a piscina e a fachada do Hotel Estoril”.

*por Angela Ka

3 Ago 2016

China aumenta punição por pesca ilegal nas suas águas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Supremo Tribunal Popular da China anunciou ontem o aumento das penas por pesca ilegal nas águas do país, incluindo nas áreas do Mar do Sul da China cuja soberania disputa com os países vizinhos.
A nova regulação surge três semanas depois de o Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, ter decidido a favor das Filipinas e contra a China no caso das disputas territoriais.
A máxima instância judicial da China assinalou que chineses e estrangeiros poderão ser julgados se “praticarem caça ou pesca ilegal em águas sob jurisdição chinesa”.
O texto detalha que “aqueles que entrarem ilegalmente em águas do território chinês e recusarem sair, depois de avisados, ou que voltem a entrar, após terem sido expulsos ou multados, no último ano, serão acusados de actos criminais graves e sentenciados com até um ano de prisão, detenção ou vigilância”.
A pena aplica-se também a quem entrar ilegalmente em águas do território chinês para pescar, mesmo que não chegue a praticar aquela actividade, adverte.
Por águas sob a jurisdição da China, o documento refere-se não só às águas exteriores e mares territoriais, mas também a zonas contíguas, zonas económicas exclusivas e placas continentais, que incluem áreas que a China disputa com países vizinhos, como o Vietname, Filipinas e Malásia.
“Os tribunais vão exercer activamente a sua jurisdição nas águas territoriais da China e apoiarão os departamentos legais para que actuem na administração da lei marítima, protegerão com igualdade os direitos da China e países estrangeiros, salvaguardando a soberania territorial”, aponta a normativa.
Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas.
Face à decisão do Tribunal de Haia, a China insiste que não aceita a mediação de terceiros, apelando aos países vizinhos que adoptem pela negociação bilateral.
Na semana passada, o Ministério da Defesa chinês anunciou que vai realizar exercícios navais conjuntos no Mar do Sul da China, onde os principais focos de tensão são os arquipélagos Paracel e Spratly.

3 Ago 2016

China | Advogado de Direitos Humanos condenado com pena suspensa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]activista e advogado chinês Zhai Yanmin foi ontem condenado a três anos de prisão com quatro anos de pena suspensa por subversão.
Este foi o primeiro de uma série de quatro julgamentos que se realizam esta semana na China relacionados com a campanha do regime contra defensores de direitos humanos.
A agência oficial chinesa Xinhua, escreveu que Zhai, “residente de Pequim sem emprego”, foi considerado culpado de subverter o poder do Estado por um tribunal de Tianjin (nordeste), julgamento em que só entraram alguns meios de comunicação social autorizados pelo Governo chinês.
Segundo sentenças similares prévias contra outros oito activistas ou advogados, a de Zhai implica que não terá de ir para a prisão se não incorrer no delito de que foi considerado culpado nos próximos quatro anos.
A agência EFE descreveu que nas imediações do tribunal de Tianjun houve ontem uma forte vigilância policial, “maior, inclusive, do que em outros processos contra dissidentes ou activistas”.
As autoridades cortaram a Avenida Xiangjiang, onde se encontra o tribunal, mantendo os jornalistas a centenas de metros de distância.
Pela primeira vez em casos deste género, o julgamento foi declarado “aberto ao público”, possibilitando o acesso de alguns órgãos de comunicação às instalações judiciais.
O julgamento de Zhai faz parte de uma campanha repressiva lançada contra advogados dos Direitos Humanos, que resultou em várias detenções, entre as quais a de Zhou Shifeng, director do prestigiado escritório Shengrui, que será também julgado esta semana.
Segundo a Xinhua, os outros dois acusados que esta semana poderão receber o veredicto (Hu Shigen e Gou Hongguo) estão também acusados de “subversão”.
Trata-se de uma acusação muito grave na China, cuja pena máxima é prisão perpétua. A forte vigilância policial não evitou momentos de tensão.
Uma das cenas envolveu a chegada às imediações do tribunal de Yuan Shanshan, esposa de Xie Yanyi, um outro advogado vítima desta campanha, que se apresentou com o bebé de ambos, nascido em Março, mas que o marido ainda não viu, devido ao isolamento a que foi submetido. A polícia pressionou a mulher a deixar a zona, enquanto agentes obrigaram vários jornalistas a entrar para veículos das autoridades.
O julgamento realizou-se um dia depois de Wang Yu, outra advogada detida na sequência desta campanha, ter sido colocada em liberdade sob fiança, após ter feito uma “confissão”, em que admite ter colaborado com “forças estrangeiras”.

3 Ago 2016

Tóquio | Governadora cria comissão para JO 2020

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]nova governadora de Tóquio, Yuriko Koike, anunciou ontem a criação de uma comissão de acompanhamento da preparação dos Jogos Olímpicos de 2020, que deverá apresentar um primeiro relatório sobre o assunto em Setembro.
“É necessário verificar, de forma independente, a credibilidade de orçamentos e acompanhar todos os preparativos”, afirmou Yuriko Koike, em conferência de imprensa.
O principal objectivo da comissão, liderada pela própria Yuriko Koike, é garantir maior transparência na preparação do Jogos de 2020, algo que tem sido colocado várias vezes em causa.
“Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos vão ser um êxito”, afirmou Yuriko Koike, que no domingo se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de governadora de Tóquio.
A preparação dos Jogos Tóquio2020 tem estado envolvida em algumas polémicas, nomeadamente no que se refere ao projecto do estádio olímpico.
Depois de perceber que o projecto inicial teria custos superiores aos inicialmente previstos, a organização decidiu abrir concurso para novos projectos, o que provocará atrasos na construção da infra-estrutura.
A principal infra-estrutura da competição só deverá estar pronta pouco antes do início dos Jogos, não podendo por isso ser testada no Mundial de râguebi de 2017, como estava inicialmente previsto.

3 Ago 2016

China “não tolera” acusações ao investimento no Reino Unido

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China “não pode tolerar” as acusações de que o seu investimento numa central nuclear no Reino Unido ameaça a segurança daquele país, afirmou na segunda-feira a imprensa oficial, após Londres ter decidido suspender o projecto.
Pequim concordou em ficar com uma participação de um terço na central nuclear a ser construída pela gigante francesa EDF em Hinkley Point C, no sudoeste da Inglaterra.
O negócio foi anunciado durante a visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido em Outubro como parte da “era dourada” nas relações bilaterais, promovida pelo então primeiro-ministro britânico David Cameron e o ministro das Finanças George Osborne.
A nova administração britânica, liderada por Theresa May, anunciou, entretanto, a suspensão do projecto.

Menos dourado

A decisão “traz incertezas à ‘era dourada’ nas relações entre a China e o Reino Unido”, afirmou a agência oficial Xinhua, num comentário assinado pelo jornalista Tian Dongdong, que acrescenta que o futuro investimento chinês no país poderá ser suspenso, “a menos que aquele projecto avance”.
Apesar da tensão e aberta animosidade registadas na década de 1990 sobre a transferência da soberania de Hong Kong – e da histórica “humilhação” causada pela sempre lembrada Guerra do Ópio – o Reino Unido é hoje o principal destino do investimento chinês na Europa.
Receios de que a China “crie condições”, durante a construção, para controlar infra-estruturas chave, “são infundadas e têm um toque de ficção científica”, refere Tian.
“A China espera que um governo britânico racional tome decisões responsáveis, mas não pode tolerar qualquer acusação contra a sua vontade sincera e benigna de procurar uma cooperação de benefício mutuo”, acrescenta.
Vince Cable, antigo membro do governo britânico que trabalhou com May quando esta ocupava o cargo de ministra do Interior, afirmou à imprensa que a nova chefe do executivo britânico estava “preocupada” com o investimento chinês.
“A maioria dos países ocidentais, e certamente os EUA, adoptam uma visão geopolítica muito mais céptica e estão preocupados com a aproximação a um governo com uma ideologia muito diferente, que potencialmente trará problemas sérios no futuro”, referiu Cable.
O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, lembrou ontem em editorial que “a ideologia não é mais um obstáculo nas relações bilaterais”, afirmando que “May não tem motivos para arrefecer as relações entre os dois países”.
Nos últimos anos, a China foi dos países que mais investiu em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, e tornou-se também um mercado de crescente importância para as exportações portuguesas.

3 Ago 2016

SJM cria programa para parcerias com PME locais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e a Câmara do Comércio de Macau anunciaram ontem o lançamento de uma parceria com vista a apoiar as pequenas e médias empresas (PME). O “Macau SME Procurement Partnership Programme”, assim se chama, foi anunciado na segunda-feira e contou com a participação de várias entidades promotoras, bem como de representantes de PME locais. O objectivo é dinamizar e promover os negócios do território.
Chan Tze Wai, directora substituta dos Serviços de Economia, disse que as “pequenas e médias têm crescido a par da indústria do turismo e do jogo, naquilo que tem sido uma estratégia que se complementa, gerando benefícios mútuos”, algo que a responsável vê como benéfico para todos.
A parceria visa continuar a promover actividades locais com a Câmara do Comércio de Macau e apostar na promoção de actividades económicas entre o comércio local e os resorts integrados, com a SJM a frisar que vai continuar a apoiar as PME.
Angela Leong, directora-executiva da operadora, adiantou que os espaços da empresa continuam “à procura de mais negócios locais, para criar novas parcerias e apostar na qualidade da imagem de Macau”. Depois de ter criado um supermercado exclusivo para funcionários, a empresa salienta que “80% dos negócios” da operadora são feitos com PME locais.
A propósito desta ideia, Ambrose So, director-executivo da SJM, apontou a “importância de empresas e marcas que representam Macau, contribuindo para uma imagem internacional, competitiva” do território.

Concurso aberto

Bayley Sin, director de Marketing da SJM, anunciou que no dia 19 de Setembro, os representantes das PME locais poderão ter um encontro de negócios no Grand Lisboa, onde estará uma equipa especializada nesta área. Entretanto, a SJM uniu esforços com a Câmara de Comércio de Macau e o Centro de Productividade e Tecnologia para o lançamento do concurso de design de uniformes para os dealers do casino do Grand Lisboa Palace, com o objectivo de promover a indústria criativa e cultural e mostrar a importância do “made in Macau”. Todos os que tenham mais de 21 anos são convidados a participar.

3 Ago 2016

O outro italiano 製作萬國全圖的人

*por Julie O’yang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]semana passada escrevi sobre Lang Shining, o pintor italiano ao serviço do Imperador Kangxi.
Em 2010 celebrou-se o 400º aniversário da morte do missionário jesuíta Matteo Ricci 利瑪竇. Na China este aniversário teve particular significado, devido ao tremendo impacto que a sua abordagem à cultura chinesa provocou. Mas o que é que sabe efectivamente o povo chinês sobre a vida e obra de Ricci e dos seus companheiros? 
Matteo Ricci (nascimento 6 de Out. de 1552, em Macerata, Estado do Vaticano — morte, 11 de Maio de 1610, Pequim, China) foi um missionário jesuíta italiano que introduziu a doutrina cristã no Império chinês do séc. XVI. Viveu no País durante cerca de 30 anos e foi pioneiro na tentativa de estabelecer uma ponte de entendimento entre a China e o Ocidente. Ricci aprendeu chinês e adoptou os costumes locais, o que lhe granjeou a entrada na China interior, normalmente interdita a estrangeiros.
Em Agosto de 1582 Ricci chegou a Macau vindo de Goa. Passou o resto dos seus dias na China, em Zhaoqing, Chaozhou, Nanjing e Pequim. Viveu em Pequim nos últimos anos da sua vida, de 1601 a 1610, e, ele e o seu companheiro jesuíta Diego Pantoja foram os primeiros ocidentais a penetrar nos mistérios da Cidade Proibida.
O “método de Ricci” garantiu-lhe a celebridade nos meios académicos, mas também junto do povo: de forma deliberada, alvoroçou e impressionou a China do séc. XVI com as conquistas científicas e culturais da Europa cristã, e obteve a admiração incondicional de académicos e funcionários superiores. Na sua casa em Zhaoqing tinha exposto um grande mapa do mundo, desenhado no Ocidente. Os visitantes ficavam espantados por ver a Terra representada como uma esfera e por se aperceberem que o Império chinês ocupava apenas uma parte relativamente pequena do mundo. Em resposta a diversos pedidos, Ricci traduziu o mapa para chinês. A primeira versão foi gravada e impressa em 1584. O mapa que aparece na imagem é uma das seis cópias conhecidas da terceira versão, feita por Ricci em 1602, a pedido de um cartógrafo chinês seu amigo. A versão de 1602 é a mais antiga de que se tem registo na China a representar as Américas, reflectindo os conhecimentos obtidos com as viagens dos descobridores. Ricci preencheu o mapa com elaboradas anotações em chinês, que patenteavam o estado do (des)conhecimento ocidental, à época, sobre vários países. O Nilo aparecia referido como “o maior do mundo. Corre para o mar durante sete meses. Neste País não há nuvens nem chuva durante o ano inteiro, mas os habitantes têm grandes conhecimentos de astronomia.” Sobre o Canadá, escreveu: “Os habitantes são amáveis e hospitaleiros. Fabricam o vestuário com peles de animais e dedicam-se à pesca.” O mapa também contem informação geográfica e astronómica muito precisa e sofisticada, de onde se destaca: uma dissertação sobre o formato e tamanho da Terra, uma explanação sobre a variação da duração dos dias e das noites, uma tabela com as distâncias dos diversos planetas para a Terra. Inclui ainda perspectivas polares (Norte e Sul) do globo que mostram que a Terra é redonda.
Agora aqui vai a questão central que coloco aos meus leitores. Será possível que a China tenha contribuído para a importância da obra de Ricci? Porque sem a “Cultura do Outro”, o seu legado teria sido menos grandioso, senão mesmo inexistente.

3 Ago 2016