Hoje Macau BrevesBolsa de Xangai subiu 0,71% [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] bolsa de Xangai subiu ontem 0,71%, encerrando em alta pela terceira sessão consecutiva. O Indice Composite de Xangai fechou nos 3.993 pontos, mais 28 pontos do que na sexta-feira passada, e a bolsa de Shenzhen, de menor dimensão, subiu 0,95%. Foi a terceira subida consecutiva, depois de duas sessões a fechar em terreno negativo, e coincidiu com a aparente estabilização do valor da moeda chinesa face ao dólar norte-americano.
Hoje Macau BrevesDeslizamento de terras causa sete mortos e 57 desaparecidos [dropcap style=’cirlcle’]P[/dropcap]elo menos sete pessoas morreram e 57 outras são dadas como desaparecidas, quatro dias depois do deslizamento de terras numa empresa mineira no noroeste da China, noticiou ontem a agência oficial Xinhua. Ontem à noite foram retirados sete corpos dos escombros de um dormitório de funcionários da empresa, que funciona na região de Saanxi, segundo responsáveis citados pela agência noticiosa. O deslizamento de terras registado na quarta-feira passada soterrou os alojamentos da empresa de mineração sob um milhão de metros cúbicos de terra, segundo as mesmas fontes. O trabalho das equipas de resgate foi dificultado por uma enorme massa de lama e detritos, e também, o risco de outro deslizamento de terra, noticiou a AFP. Os acidentes nas minas de carvão chinesas causaram 931 mortes no ano passado, disse um funcionário em Março último.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA exigem o fim do repatriamento forçado de chineses [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos exigiram ao Governo de Pequim que ponha fim às actividades secretas dos agentes que estão a operar em território norte-americano para repatriar cidadãos chineses procurados na China. De acordo com o jornal New York Times, as missões secretas fazem parte da operação “Caça à Raposa” que tem como objectivo forçar o regresso à China de pessoas que são procuradas por delitos como corrupção e, em alguns casos, proceder à apreensão de bens das pessoas alvo dos processos de busca. Segundo informa o Times na edição digital, o aviso dos Estados Unidos para que sejam interrompidas as operações foi transmitido ao Governo de Pequim devido aos actos de “intimidação” alegadamente usados pelos agentes da República Popular da China. Segundo a imprensa norte-americana, os agentes são funcionários do Ministério da Segurança Pública de Pequim, que pressionam os chineses expatriados nos Estados Unidos para que regressem de imediato à China. As tácticas de intimidação incluem ameaças aos familiares dos fugitivos, refere o New York Times, que cita fontes oficiais norte-americanas não identificadas. A notícia refere que os agentes entram nos Estados Unidos com vistos turísticos ou a coberto de falsas actividades comerciais. O jornal recorda que Pequim tem em prática uma campanha que foi imposta pelo Presidente Xi Jinping, contra a corrupção, desde 2014 e que já conseguiu o repatriamento de mais de mil alegados suspeitos. Tensão em alta Nos últimos meses, verificou-se o incremento das operações dos agentes da República Popular da China, num período em que se registam também várias tensões políticas e diplomáticas entre Washington e Pequim. Entre outros casos, os Estados Unidos suspeitam que a China é responsável pelo roubo de milhões de arquivos com informações de funcionários norte-americanos. De acordo com o Times, o aviso às autoridades chinesas sobre as operações secretas pode ser interpretado como um primeiro passo para a possível expulsão dos agentes. O mesmo jornal escreve que um dos cidadãos da República Popular da China – cujo repatriamento está a ser imposto – é Ling Wancheng, um homem de negócios que se move em meios políticos e que chegou aos Estados Unidos e é residente em Sacramento, Califórnia, desde 2014. As fontes consultadas pelo Times não adiantam o número de indivíduos procurados nem se são alvo de perseguição política.
Hoje Macau BrevesDSAT quer passes mensais tão caros como no privado [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, prevê que os preços dos passes mensais dos auto-silos públicos possam vir a ter o mesmo preço dos parques privados. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Lam Hin San garantiu ainda que os passes mensais já emitidos não vão ser cancelados. No programa “Macau Talk” da Rádio Macau vários ouvintes queixaram-se do que consideram ser uma “injustiça”, mas Lam Hin San afirmou que o regulamento sobre os passes mensais já está aperfeiçoado o suficiente, considerando ser necessário respeitar e cumprir a lei em vigor. “Não cancelar e não aumentar o número de passes mensais” é, para o director da DSAT, a medida mais adequada.
Hoje Macau SociedadeAMCM prevê impacto negativo da desvalorização do yuan Consequências ao nível da competitividade das exportações e dos investimentos da Reserva Financeira: eis o impacto para a economia local da desvalorização do yuan, analisadas pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Autoridade Monetária de Macau (AMCM) prevê que a desvalorização do yuan tenha impacto na economia de Macau nomeadamente na competitividade das exportações, no número de visitantes e nos investimentos da Reserva Financeira, sem traçar, porém, cenários alarmistas. Numa avaliação preliminar, divulgada na passada sexta-feira, a AMCM estima um “enfraquecimento, a curto prazo, da competitividade das exportações”; e que “pode eventualmente diminuir a atracção” de visitantes da China, a principal fonte de turistas, um cenário passível, por seu turno, de “conduzir a um impacto negativo de curto prazo, quer para o sector do turismo, quer para o sector retalhista”. A AMCM calcula também “um impacto negativo de curto prazo sobre os rendimentos e medidas de controlo de risco prestes a aplicar”, apesar de ressalvar que tem diminuído a proporção de activos denominados na moeda oficial chinesa. A rentabilidade do yuan tornou-se “bastante atraente” nos últimos anos, com as taxas de juros nos países desenvolvidos a aproximarem-se do nível zero, acrescendo o enfraquecimento do câmbio. No entanto, continua a AMCM, “face à mudança da direcção das políticas monetárias internacionais, nomeadamente ao aumento da taxa de juros do USD [dólar norte-americano] e ao fortalecimento do seu câmbio, a Reserva Financeira reduziu, gradualmente, no início do ano, a percentagem dos activos denominados em RMB para controlar o risco”. Assim, “até finais de Junho, depois de ajustar a carteira de posições – contratos de ‘swap’, os activos denominados em RMB representavam 33% dos activos da Reserva Financeira, número inferior ao nível dos 48,6% em 2014”, especifica a entidade reguladora da banca em comunicado. Sublinha ainda a AMCM que, segundo as estimativas preliminares, até Junho, a rentabilidade anual da Reserva Financeira será de cerca de 4%, prognosticando-se, como consequência da queda do câmbio do yuan, uma diminuição da mesma no período de Janeiro a Agosto. No entanto, “o desempenho anual depende ainda da evolução dos mercados financeiros internacionais nos restantes meses do ano [e], segundo as previsões, a Reserva Financeira continua a registar uma rentabilidade positiva”, ressalva. O lado bom Em contrapartida, na análise da AMCM, a desvalorização do yuan pode ter pelo menos um efeito positivo: aliviar a inflação que, no primeiro semestre, foi de 4,92%. “A queda do câmbio do RMB pode baixar o preço dos bens importados e diminuir a pressão sobre a vida da população em geral”, já que uma larga variedade de produtos alimentares provém do interior da China. A AMCM refere ainda que “uma resposta às recomendações das organizações internacionais pode beneficiar o reforço dos rendimentos a médio e longo prazo”, realçando ser “do conhecimento geral do mercado que a implementação das medidas da reforma para aperfeiçoamento do câmbio do RMB visa responder ao relatório de avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre ‘Direitos de Saque Especiais’, publicado na última semana”. “A adopção pelo Banco Popular da China das políticas de reforma do câmbio pode eliminar os obstáculos que existam na adesão do RMB aos ‘Direitos de Saque Especiais’ [SDR, na sigla em inglês], o que pode contribuir, a longo prazo, para o impulso da transferência, por uma grande variedade de bancos centrais e investidores institucionais, dos seus activos para os denominados em RMB”, antecipa a AMCM na mesma nota. “Em consequência, a detenção pela Reserva Financeira dos activos em RMB pode contribuir para o aumento da sua rentabilidade a médio e longo prazo, no contexto em que são adoptadas estratégias de investimento caracterizadas pelo controlo rigoroso do risco”, conclui a entidade reguladora. Esta quarta-feira, o FMI vincou, porém, que as medidas de Pequim “não têm implicações directas” nos critérios referentes à eventual inclusão do yuan no cabaz de moedas usado pelo FMI, isto apesar de ter saudado a reforma cambial como um “bom passo” para a abertura e flexibilização do mercado de divisas da segunda economia mundial. Nos últimos três dias, a moeda chinesa desvalorizou sucessivamente 1,9%, 1,6% e 1,1% face ao dólar norte-americano, na maior descida do género em mais de duas décadas.
Hoje Macau Breves SociedadeChumbo | Resultados dentro dos padrões da OMS [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] resultado das análises feitas à quantidade de chumbo presente na água da habitações locais demonstra que os níveis não excedem aqueles permitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os testes foram concluídos na semana passada por um grupo de trabalho criado para o efeito e que inclui membros dos Serviços de Saúde, dos Serviços para os Assuntos Marítimos e de Água, entre outros. “O resultado mostra que a quantidade de chumbo contido em 24 amostras recolhidas na rede pública de tubagens e nas fracções desocupadas enquadra os padrões de segurança da Organização Mundial de Saúde”, esclarece o colectivo responsável em comunicado.
Hoje Macau EventosCinema | Cheong Kin Man com obra sobre a RAEM na Califórnia [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] curta-metragem “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, foi apresentada sábado na Califórnia, no Festival de Cinema de Macau de San Leandro, depois de dois prémios no Canadá e Espanha e da exibição em Cannes. “Uma Ficção Inútil” resulta de um trabalho de mestrado em Antropologia Visual e Media na Freie Universität Berlin, em 2014, e nos últimos meses conquistou o “2015 Rising Star Award”, na categoria de cinema experimental do Festival Internacional de Cinema do Canadá (Vancouver), e a “Distinción Amarilla” do prémio “La Lupa y el Imán” do Festival Cinemística, em Espanha (Granada). A curta-metragem de 31 minutos mistura viagens e influências do jovem de 28 anos desde Macau, onde nasceu e cresceu, até Portugal – primeiro país europeu onde se fixou para estudar –, evidenciando também marcas da cultura asiática, nomeadamente japonesa. Em camadas Inspirado pelas obras cinematográficas e literárias dos japoneses Kon Ichikawa e Michio Takeyama, o mais recente filme de Cheong Kin Man tem, segundo o autor, “múltiplas camadas”, desde a identidade macaense ao multiculturalismo que constatou em Singapura, onde passou dois meses em estágio na Nanyang Technological University, enquanto bolseiro de uma investigação sociológica. Numa sucessão de “atropelos” visuais, a obra mistura ruído, rostos e paisagens, e uma colecção de línguas que Cheong Kin Man se desafiou a aprender. Em grandes porções de texto sobrepostas sobre imagens de Macau, e de outros sítios por onde andou, ouvem-se e lêem-se línguas asiáticas e europeias. A língua de Camões surge na tela, por breves momentos, através de Sophia de Mello Breyner Andresen, porque, durante o processo criativo da curta-metragem, Cheong Kin Man “tropeçou por acaso” num artigo publicado duas vezes – em 1975 e 2014 – no Expresso. Originalmente dado à estampa no período revolucionário, o texto da poetisa “Em defesa da cultura” foi a forma de o jovem autor dizer no filme que “é muito importante a democratização” da mesma. Licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade de Macau, Cheong Kin Man trocou o emprego de tradutor na Administração Pública por um mestrado no estrangeiro, pelas viagens e pelo conhecimento do outro. Fala e traduz inglês, francês e alemão, além das duas línguas oficiais da região: o chinês e português. “Continuo muito interessado em aprender línguas, porque para mim elas são muito importantes para compreender o mundo”, afirmou à agência Lusa. O Festival de Cinema de Macau da cidade de San Leandro integra outros dois trabalhos da autoria e com a participação de Cheong Kin Man: “Ou Mun Ian, Macaenses – 35 Entrevistados, 35 Identidades” (2009) – documentário sobre a cultura e identidade macaense – e “As Fontes de Água de Macau” (2008), sobre a Fonte do Lilau. Os dois filmes são em cantonense e português, com legendas em inglês. Depois da cidade californiana de San Leandro, o jovem autor quer apresentar “Uma Ficção Inútil” em Portugal, ainda este ano, e no próximo em Macau. Momentos marcantes Para trás ficam as apresentações oficiais da curta-metragem no Canadá, Espanha, Eslovénia e no “Short Film Corner” do Festival de Cannes: “A experiência em Cannes foi interessante, mas é uma plataforma mais para ficção. Eu diria que o que mais me marcou foi sobretudo em Espanha, onde contactei com filósofos e recebi muitos comentários interessantes”. Actualmente a residir em Bruxelas a maior parte do tempo, Cheong Kin Man falou à Lusa via Skype a partir dos Estados Unidos, onde na semana passada apresentou “Uma Ficção Inútil” no Columbia River Film Festival, em Washington. Em San Leandro – cidade onde é visível a presença da comunidade macaense e é destacada a ligação entre os Estados Unidos e a China –, o jovem já não teve que explicar o que é Macau, uma missão que, não obstante, abraça com prazer. “Há muita gente que não sabe onde é Macau: é normal, é uma terra pequena. Do meu ponto de vista muito pessoal, eu explico a Macau que eu entendo. Explico muito”, contou.
Hoje Macau Breves China / ÁsiaHTC vai cortar 15% da força laboral [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] taiwanesa HTC vai cortar 15% da força laboral, cerca de 2.250 trabalhadores de um universo acima dos 15.000, num plano de reorganização para reduzir custos perante a queda de vendas, anunciou a fabricante de telemóveis. De acordo com a imprensa taiwanesa de sexta-feira, citada pela Efe, a fabricante de telemóveis e computadores anunciou na quinta-feira uma nova estratégia para alcançar “um crescimento significativo e rentável com um modelo operacional mais ágil e ligeiro”. Com os despedimentos anunciados, a tecnológica, afectada pela forte concorrência no sector dos ‘smartphones’ [telemóveis inteligentes] que lhe retirou parte da sua quota de mercado e reduziu as suas vendas, espera conseguir reduzir os custos em cerca de 35%. Além disso, com esta reestruturação, e apesar da redução da força laboral, a HTC pretende criar novas unidades de negócios e apostar nos dispositivos de realidade virtual e aos aparelhos quotidianos ligados à Internet [também conhecido como a Internet das coisas], mantendo o seu enfoque nos telemóveis. No final de Março, a HTC tinha 15.685 trabalhadores, de acordo com o seu relatório anual. A fabricante de telemóveis, que já foi uma das marcas de ‘smartphones’ mais vendidas nos Estados Unidos, anunciou na semana passada que previa prejuízos cinco vezes maior ao estimado neste trimestre, o que levou à queda das suas acções para o mínimo em dez anos. A concorrência de fabricantes de ‘smartphones’ como a Samsung e Apple, incluindo as marcas chinesas Huawei Technologies e Lenovo, levou a uma quebra de vendas da HTC. A presidente e conselheira-delegada da HTC, Cher Wang, afirmou que a tecnológica precisa de uma “organização dinâmica” para aproveitar as vantagens dos novos mercados que irá apostar, ao diversificar a sua produção além dos telemóveis inteligentes.
Hoje Macau Breves China / ÁsiaPoluição mata diariamente 4.000 pessoas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] poluição atmosférica é actualmente responsável por uma em cada seis mortes prematuras registadas no país mais populoso do mundo. Especialistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, estimam que 1,6 milhões de pessoas morram anualmente na China devido a problemas no coração, pulmões e acidentes vasculares cerebrais provocados pelo ar extremamente poluído. Estudos anteriores estimavam o número anual de mortes devido à poluição atmosférica em entre um e dois milhões, mas este é o primeiro a utilizar dados recentes de monitoramento do ar. O estudo, a ser publicado na revista científica PLOS One, atribui a culpa às emissões resultantes da combustão de carvão — tanto para a produção de energia eléctrica como para aquecimento das casas — pelos elevados níveis de partículas registadas. Foram utilizadas medições do ar em tempo real e, posteriormente, aplicados cálculos computacionais para estimar as mortes por problemas do coração, pulmões e acidentes vasculares cerebrais causadas por diferentes tipos de poluentes. O principal autor do estudo, Robert Rohde, afirmou que 38% da população chinesa vivia numa zona com uma média de qualidade do ar a longo prazo que a Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) considera “insalubre”. Ao contrário do que sucede nos Estados Unidos, a poluição atmosférica na China é mais grave no Inverno, devido à combustão de carvão para aquecimento das habitações e às condições meteorológicas que mantém o ar poluído mais próximo do chão, explicou Robert Rohde. Pequim foi recentemente escolhida para organizar os Jogos Olímpicos de inverno de 2022.
Hoje Macau Breves China / ÁsiaPequim condena ataque terrorista no Iraque [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying, condenou na sexta-feira o ataque realizado por um carro-bomba numa feira em Bagdad, Iraque, que matou 76 pessoas. Segundo Hua Chunying, a China quer expressar o luto pela morte das vítimas e as condolências às famílias das vítimas e aos feridos. A porta-voz reiterou que o país se opõe a todas as formas de terrorismo e apoia os esforços do governo iraquiano para salvaguardar a estabilidade do país. Quanto ao processo de reconciliação no Afeganistão, Hua Chunying afirmou que a China quer manter cooperações estreitas com todas as partes envolvidas e desempenhar um papel construtivo para concretizar a paz e a reconciliação ampla e inclusiva no Afeganistão.
Hoje Macau China / ÁsiaDois barcos de patrulha e busca e salvamento entregues a Cabo Verde [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] República Popular da China entregou hoje oficialmente dois navios de patrulha e de busca e salvamento ao Governo de Cabo Verde para apoiar a Guarda Costeira cabo-verdiana na fiscalização e vigilância das suas águas territoriais. Os dois navios-patrulha, que constam de um leque de materiais e equipamentos que a China entregou recentemente a Cabo Verde, chegaram ao país em março deste ano, mas depois da preparação da guarnição e tripulação, só agora foram entregues oficialmente. Os outros equipamentos incluem ainda quatro ginásios, uma fábrica de produção de fardamento para as Forças Armadas, equipamentos informáticos e materiais de escritório, avaliados em 585,5 milhões de escudos cabo-verdianos (5,3 milhões de euros). Na cerimónia de entrega, realizada no porto da Praia, o ministro da Defesa cabo-verdiano, Rui Semedo, destacou a importância do mar e da localização estratégica de Cabo Verde no corredor do Atlântico e salientou que os barcos vão ajudar o país a aumentar a segurança e fazer face às ameaças que emergem, como o tráfico internacional de droga, pirataria e outros crimes. “Hoje a segurança é um bem essencial, mas é um bem que está sujeito a muitas ameaças. Temos o tráfico de drogas, de armas e humano, a pirataria marítima, questões ambientais, que colocam aos países, principalmente os insulares, maiores desafios”, referiu. Indicando que o objetivo é transformar a Guarda Costeira cabo-verdiana no principal prestador de serviço no que diz respeito à busca e salvamento nas águas do arquipélago, Rui Semedo salientou que isso implica mais responsabilidades e mais meios para dar respostas às catástrofes e acidentes marítimos e aéreos que poderão acontecer. A chegada dos dois barcos, prosseguiu o ministro, enquadra-se numa reforma no que diz respeito às operações de busca e salvamento no país, tendo sido alterada a legislação do setor. Por sua vez, o comandante da Guarda Costeira cabo-verdiana, Anildo Morais, indicou que, depois da formação dada pelos chineses aos militares cabo-verdianos, os navios já estão prontos a operar na zona costeira do arquipélago. Para Anildo Morais, os dois barcos, totalmente novos e apetrechados com equipamentos modernos e de alta tecnologia, vão permitir à Guarda Costeira aumentar a capacidade operacional em termos de meios, de fiscalização, da pesca e de busca e salvamento. “São grandes ganhos para a Guarda Costeira cabo-verdiana”, afirmou o responsável, indicando que agora Cabo Verde fica com sete embarcações de tipo costeiro e está “bem servido”.
Hoje Macau Breves China / ÁsiaJustiça investiga negligência [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Supremo Tribunal da China anunciou ontem que abriu uma investigação para determinar se houve negligência no caso das explosões no terminal de contentores em Tianjin, na quarta-feira.”Vamos investigar possíveis actos ilegais, tais como o abuso de poder, negligência nas obrigações ou qualquer prática que constitua um crime”, informou o tribunal num comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua. Até ao momento, nenhum membro do governo local ou da empresa proprietária do armazém, Ruihai International Logistics, foram considerados responsáveis pelo acidente. Inicialmente, o director da empresa e outros funcionários ficaram à disposição da polícia para tentar apurar o que se passou.
Hoje Macau China / ÁsiaExplosões | Cerca de 50 ‘sites’ sobre Tianjin censurados [dropcap style=’cirle’]C[/dropcap]inquenta páginas da Internet que continham críticas às operações de socorro e à investigação das explosões ocorridas na quarta-feira no porto de Tianjin, no norte da China, foram encerradas ou suspensas temporariamente pelas autoridades. Um comunicado da Administração do Ciberespaço da China, divulgado ontem pela agência oficial Xinhua, refere que os ‘sites’ “criam pânico publicando informação sem verificá-la ou permitindo aos seus utilizadores divulgar rumores infundados”. Entre os rumores, aponta a administração, estão informações de que “as explosões causaram pelo menos 1.000 mortos” e de que “os supermercados em Tianjin foram saqueados”, além de comentários a defender uma mudança do governo no município. O organismo considera que estas publicações “causam influências negativas”, pelo que revogou em permanência as licenças de 18 ‘sites’ e suspendeu temporariamente outros 32, não especificados. A medida soma-se à censura, anunciada já no sábado, de 360 contas em redes sociais. A Administração do Ciberespaço promete uma postura de “tolerância zero em relação à divulgação de rumores depois de grandes desastres”. Cianeto à solta Desde a tragédia, centenas de utilizadores do Weibo (o Twitter chinês) pediram “a verdade da explosão”, um dos ‘hashtags’ utilizados mais vezes na rede na sexta-feira, e criticaram a censura a órgãos de comunicação locais. Familiares dos bombeiros desaparecidos (85, segundo o balanço mais recente) têm criticado na cidade portuária a falta de assistência e de informação por parte das autoridades. O balanço ontem divulgado indica que 112 pessoas morreram e 95 continuam desaparecidas, havendo 88 cadáveres não identificados. As explosões causaram mais de 700 feridos. Um alto quadro militar afirmou ontem que centenas de toneladas de cianeto, químico altamente perigoso, estavam a ser armazenadas no armazém devastado pelas explosões de quarta-feira e onde já voltaram a ocorrer novas explosões e incêndios. “O volume é de algumas centenas de toneladas, de acordo com estimativas preliminares”, afirmou o general Shi Luze, em conferência de imprensa, referindo que o cianeto foi identificado em duas localizações da zona. A informação dada pelo general Shi Luze é a primeira confirmação oficial da presença dos químicos no armazém. No sábado, especialistas que colaboram na investigação consideraram ser “possível” que os contentores armazenassem cianeto de sódio, entre outros produtos químicos, como nitrato de amónio, nitrato de potássio e carboneto de cálcio. O desastre gerou receios de contaminação tóxica, pelo que foram retirados residentes da zona. Maior porto do norte da China, situado a 150 quilómetros de Pequim, Tianjin é a sede de um município com cerca de 15 milhões de habitantes.
Hoje Macau BrevesImperador Akihito expressa “profundos remorsos” pela II Guerra Mundial [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] imperador do Japão, Akihito, disse sábado sentir “profundos remorsos” pela II Guerra Mundial – um conflito que Tóquio lutou em nome do seu pai, Hirohito, há 70 anos. “Recordando o passado com profundo remorso sobre a guerra passada e esperando sinceramente que a tragédia da guerra não se repita, eu, em conjunto com o povo em toda a nação, expresso a minha tristeza sincera em relação àqueles que caíram na batalha, e rezo pelo desenvolvimento do nosso país e paz mundial”, disse, num discurso em Tóquio, no dia em que se assinalou o 70.º aniversário do fim do conflito. Segundo vários ‘media’ japoneses, incluindo a agência noticiosa Jiji e o diário Mainichi, o imperador, de 81 anos, usou essas palavras pela primeira vez numa cerimónia alusiva à rendição do país, a 15 de Agosto de 1945.
Hoje Macau BrevesNovos Aterros | População preocupada com alturas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) avançou na passada sexta-feira os dados de dois meses de consulta pública sobre os novos aterros, sendo que os resultados mostram que as atenções estão sobretudo viradas para a zona B. Segundo a Rádio Macau, das 218 opiniões recebidas, 117 dizem respeito a esta zona, sendo que 60 comentários dizem respeito ao receio sobre a construção de edifícios altos, que possam pôr em causa a paisagem da colina da Penha. A altura dos edifícios é, assim, uma preocupação central da população, uma vez que 57 opiniões pedem uma “solução equilibrada” na zona B, com prédios que “não podem ser demasiado baixos”. Em relação à zona A, “a maioria” dos participantes do processo de consulta pede mais equipamentos de apoio social. O Governo prometeu aí construir dois lares para idosos e dois centros de saúde. Segundo a Rádio Macau, a população teme também uma maior pressão sobre o trânsito na zona A, por estar perto da ilha artificial que vai acolher a nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Segundo um comunicado, a população pediu ainda um “reforço dos recursos destinados à habitação pública, no sentido de responder às necessidades sociais e da população em geral em termos de habitação”. Em relação à quarta travessia entre Macau e a Taipa, o mesmo comunicado aponta que os cidadãos pedem “a construção do túnel submarino, na esperança de que possa concretizar o empreendimento com a maior brevidade possível”. Contudo, “algumas opiniões manifestaram que se deve ter em conta o prazo de construção, os custos de manutenção e as restrições dos locais”. A terceira fase de consulta pública sobre o futuro Plano Director dos Novos Aterros dura até ao próximo dia 28 de Agosto.
Hoje Macau Manchete PolíticaCoutinho quer ser candidato à Assembleia da República [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] conselheiro das comunidades portuguesas e deputado à Assembleia Legislativa de Macau, José Pereira Coutinho, disse ontem à agência Lusa que “apresentará uma candidatura” à Assembleia da República Portuguesa, mas recusa revelar o partido por onde concorre. “A vontade não nos falta de poder trabalhar mais e da mesma forma como temos trabalhado em Macau, mas desta para todas as comunidades do resto do mundo porque, de facto, o que concluímos é que nos últimos 10 anos praticamente não foi visível do representante na Assembleia da República em nome das comunidades do resto do mundo e é isto que nos faz mover para que haja de facto mais felicidade, mais qualidade de vida para as comunidades portuguesas espalhadas pelo resto do mundo”, disse. Apesar de ser conselheiro das comunidades, de já ter apresentado uma recandidatura e de ser deputado à Assembleia Legislativa de Macau, o órgão parlamentar da Região Administrativa Especial da China, Pereira Coutinho não vê dificuldades em conciliar os dois assentos parlamentares. “Como sabe, o deputado à Assembleia da República não necessita de, fisicamente, estar presente em Lisboa, portanto há que percorrer as comunidades do resto do mundo para se inteirar dos pormenores, dos problemas, das ansiedades, das necessidades específicas de cada uma das comunidades espalhadas pelo resto do mundo e é isso que vamos fazer para que de facto estejamos bem representados na Assembleia da República”, garantiu. Encontros na agenda Pereira Coutinho, que chega esta semana a Lisboa tem previstos encontros com vários partidos e entidades governamentais, disse que o seu pensamento “é independente”, admitindo que “se tem dado bem” com os diversos governos e pode hoje “dialogar” com qualquer partido. Ser deputado do território chinês e de Portugal pode, no entanto, levantar questões jurídicas em Portugal. De acordo com o estatuto dos deputados à Assembleia da República, apenas funcionários de Estados estrangeiros ou um deputado que em regime de acumulação patrocine um Estado estrangeiro está impedido de exercer o lugar.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDesvalorização do Yuan | China agita mercados e traz prenúncio de grandes mudanças A desvalorização do Yuan está a ter profundas repercussões globais. Há quem diga que nada ficará como dantes e que a situação prova a importância fulcral na China na economia mundial [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Banco Central da China abalou os mercados na noite de segunda-feira passada ao anunciar a desvalorização da sua moeda em relação ao dólar em quase 1,86%, o que causou muita apreensão nos mercados internacionais. No dia seguinte, uma nova desvalorização, desta feita de 1,62%. Ontem, o Banco Central da China estabeleceu a “taxa de referência” diária do yuan em 6.3306 para 1 dólar, comparando com o valor de 6.2298 na terça-feira. Com estas medidas, o yuan fechou com a maior perda desde 1994. Este movimento faz parte de uma mudança da política cambial do país, redefinindo o mecanismo de fixação da taxa de referência diária. De facto, o comunicado do banco central revela a intenção de alinhar as taxas cambiais nos mercados offshore e onshore, medida que ocorrerá apenas uma vez, segundo avaliam os especialistas. Ao mesmo tempo, a autoridade monetária esclareceu que a taxa de referência será baseada no fecho da cotação do yuan do dia anterior, com maior influência do mercado e não apenas pela taxa determinada pela autoridade monetária. A desvalorização da moeda fez com que os investidores temessem que a decisão tenha sido tomada pelas autoridades chinesas para fazer frente a uma maior desaceleração económica. Na semana passada, o Citigroup indicou que a China tinha inflacionado os seus números e que o gigante asiático crescera “apenas” 5% no primeiro semestre, e não os 7% dos dados oficiais. Entre incertezas, os mercados de todo mundo operam com uma forte aversão ao risco. Os metais, as moedas de países exportadores de commodities, o juro dos títulos do Tesouro, as acções americanas e europeias recuam. As motivações são várias para este movimento chinês, tendo como foco quatro perspectivas principais: (i) o aumento da competitividade da moeda para impulsionar as exportações; (ii) o ajuste da taxa de câmbio real, que acabou por ficar valorizada; (iii) possível resposta ao relatório do FMI sobre o SDR (special drawing rights, activo de reserva internacional emitido pelo FMI), que criticava a diferença da cotação de mercado daquela fixada diariamente pelo banco central; e (iv) um avanço na reforma cambial, permitindo maior volatilidade e alinhamento com uma cesta de moedas (e não apenas com o dólar), com a intenção de internacionalização do yuan. Efeitos colaterais Estas medidas devem gerar “efeitos colaterais”, principalmente de política monetária, pelo mundo inteiro. A desvalorização da moeda deve aprofundar uma ronda global de desvalorizações competitivas, especialmente entre os seus parceiros comerciais na Ásia, com os países à procura de alguma vantagem sobre os vizinhos num mundo de crescimento mais baixo. Além disso, a medida das autoridades chinesas aumenta as especulações de que a Reserva Federal pode atrasar a subida dos juros, que antes era prevista para Setembro. Até agora, a decisão de Pequim de manter a moeda estável ante o dólar estava em contraste com o quadro na Europa, Brasil, Japão, Turquia, África do Sul e outras nações emergentes, que usaram em geral uma combinação de medidas extraordinárias de estímulo e cortes nos juros para enfraquecer as suas moedas. As expectativas de que os Estados Unidos irão em breve subir os seus juros fazem subir a pressão sobre uma série de moedas, enquanto o dólar se valoriza. O Banco Central da China, que controla fortemente a moeda, decidiu não seguir o seu modelo recente, em parte porque tenta promover o yuan como uma moeda internacional estável e porque teme que a instabilidade interrompa os investimentos. A medida deve fazer aumentar a pressão sobre muitos países através de cortes nas suas taxas de juros e desvalorizações cambiais. Os EUA, que já consideram o yuan abaixo de seu valor de mercado correcto, devem subir o tom das suas críticas à política cambial chinesa, que muitos no Congresso norte-americano acusam de prejudicar os exportadores dos EUA. O resultado também pode ser um desconforto maior sobre o impacto de um dólar mais forte para as indústrias dos EUA (e adiar a decisão do Fed de subir os juros). A desvalorização também prejudica países que exportam grandes quantidades de commodities e produtos manufacturados para a China. Grandes exportadores de soja, carvão, níquel e minério de ferro, como Brasil, Austrália e Indonésia, já sofrem com os preços nos mínimos das commodities em vários anos e agora podem ser afecxtados pelo yuan mais fraco, já que isso reduz a procura chinesa. Redução do apetite por commodities Além disso, o apetite da China por commodities deve diminuir no curto prazo, após a decisão do país de desvalorizar a sua moeda, ainda que um yuan mais fraco possa impulsionar as exportações de aço. Como um dos maiores compradores globais de commodities, a decisão da China de desvalorizar o yuan – na prática reduzindo o valor das exportações e elevando o custo das importações para o mercado doméstico – deve aprofundar as quedas nos preços do cobre, do alumínio e de outros metais. A China consome quase a metade da produção anual de metais do mundo. Commodities que já estão nos mínimos há vários anos devido aos temores sobre a desaceleração económica chinesa e o fortalecimento do dólar – a moeda em que a maioria delas é estabelecida -, sofreram imediatamente com a acção do Banco Central da China. A medida também afectou as moedas de países dependentes de commodities, como Austrália, Brasil e Nova Zelândia. “No curto prazo, isso é mais uma má notícia para os preços das commodities. Uma moeda chinesa mais fraca deve significar uma procura mais fraca para as commodities produzidas internacionalmente”, disse Paul Bloxham, economista-chefe para Austrália e Nova Zelândia do HSBC. “Quando o petróleo se torna mais caro, isso deve prejudicar a procura da China”, afirmou Daniel Ang, analista de investimentos da Phillip Futures. Segundo ele, os preços do petróleo podem cair mais. Economista do OCBC Bank em Singapura, Barnabas Gan disse que a desvalorização pode prejudicar a procura por ouro. Moeda desvalorizada ajuda exportadores, mas não soluciona conforme destacam análises: a decisão chinesa trará benefícios moderados para o combalido setor manufatureiro do país. Porém, donos de fábricas dizem que a medida pouco afectará desafios maiores, como a procura global anémica e alta dos custos da mão de obra. A mudança cambial implementada por Pequim torna os produtos de exportadores chineses mais baratos em outros mercados. “O corte (no valor do yuan) definitivamente ajuda as exportações”, comentou Yu Mingliang, director de desenvolvimento de negócios da Zhejiang Lianda Forging & Press Co., um fabricante privado de peças mecânicas da cidade de Wenzhou. “Damos boas-vindas a qualquer corte, não importa o tamanho.” Porém, a moeda é só uma das questões para os exportadores chineses. Alguns dizem enfrentar desafios maiores do que a taxa de câmbio, como a fraca procura global e o aumento dos custos dos trabalhadores. O câmbio e os bancos centrais O comportamento da China também mostrou uma tendência dos políticos, já notada na Europa e outras regiões: a importância do câmbio como meio de impulsionar o crescimento económico e impedir que a inflação desacelere demais. A acção chinesa também mostra o quão delicadas para os dirigentes de bancos centrais são as decisões de política monetária de outros bancos centrais. No caso da China, a expectativa de uma contracção na política monetária do Federal Reserve, o banco central norte-americano, levou à valorização do dólar. Como a moeda chinesa está vinculada ao valor do dólar, isso elevou também o yuan face ao euro e várias moedas de países emergentes, pesando sobre as exportações chinesas. “A desvalorização chinesa deve agravar guerra cambial entre países”, diz Stephen Roach, da Yale University. Outros destacam a indicação de que as taxas cambiais continuam a ter um papel central nos esforços dos dirigentes para proteger economias frágeis. A taxa de câmbio é uma questão com a qual as autoridades europeias se debatem há anos. Diante de uma taxa de câmbio teimosamente alta do euro em 2014, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) começaram a advertir para o facto de que a força da moeda poderia enfraquecer a inflação, o que em geral leva a políticas de afrouxamento monetário. Irritações? Conforme destaca uma reportagem da CNBC, a medida tomada pela China mostrou que é possível irritar a Ásia e o Fed com “apenas um tiro”, o que reforça a ideia de uma guerra cambial asiática e um adiamento da alta dos juros pelo Fed. E muitas questões ficam no ar a partir de agora, como avalia o Financial Times. A questão-chave é se Pequim realmente vai permitir que a moeda local tenha um câmbio flutuante. O ano passado, o BC já actuou quando a moeda estava constantemente se apreciando. Caso os investidores coloquem a moeda chinesa para cima, Pequim pode actuar novamente. Se não, quem pode reclamar são os países que competem nas exportações. Enquanto isso, avalia o jornal, os EUA estariam em uma posição difícil: pediram a reforma do mercado há anos, mas se a China permite a correcção diária a ser determinada pelas forças do mercado e a moeda se desvaloriza, prejudicando fabricantes americanos, não é óbvio como Washington poderá responder. Bolsas e moedas asiáticas em queda A desvalorização do yuan afectou os mercados asiáticos pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, com as bolsas a fechar em forte baixa e moedas da região, como o ringgit malaio e o peso filipino, atingindo novos mínimos em vários anos. O Xangai Composto, principal índice chinês, recuou 1,1%, a 3.886,32 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, caiu 1,5%, a 2.249,18 pontos, e o ChiNext, composto por empresas de pequeno valor de mercado, teve perda mais expressiva, de 2,8%, a 2.622,19 pontos. Na Ásia, as moedas locais voltaram a ter fortes perdas nesta quarta. A rupia indonésia e o ringgit da Malásia caíram 1,4% e 0,8% frente ao dólar, respectivamente, atingindo novas mínimas desde a crise financeira asiática do fim da década de 1990. O peso filipino, por sua vez, recuou 0,3%, tocando o menor patamar em cinco anos. Já o won sul-coreano enfraqueceu 1%, a 1.189 wons por dólar, menor valor desde 2012. Moedas da Oceania, como os dólares australiano e neozelandês, também foram apanhadas no turbilhão do yuan, se desvalorizando 0,5%, cada, frente ao dólar. “A magnitude da queda do yuan ontem e hoje é enorme para a China e significativa” no contexto da história do mercado de câmbio da Ásia, comentou Jason Leinwand, diretor-gerente da Riverside Risk Advisors em Nova York. “A desvalorização (do yuan) é realmente conduzida pelo temor (do PBoC) de que o crescimento na China está muito fraco.” Noutros mercados da Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, encerrou o dia com queda de 2,38%, a 23.916,02 pontos, enquanto o Taiex, da Bolsa de Taiwan, caiu 1,3%, a 8.283,38 pontos, o menor patamar em 18 meses, e o sul-coreano Kospi, de Seul, recuou 0,56%, a 1.975,47 pontos. A bolsa australiana seguiu a trajetória das asiáticas. O índice S&P/ASX 200, das acções mais negociadas em Sydney, teve uma perda de 1,7%, a 5.382,10 pontos. O S&P/ASX 200 acumula agora perdas de 0,5% no ano e está 10% abaixo do pico registado no final de Abril. União Europeia “Um acontecimento positivo” A Comissão Europeia considerou ontem “positivo” que o Banco Central da China tenha decidido desvalorizar o yuan em relação ao dólar, o que permitirá adaptar melhor a taxa de câmbio à procura e oferta no mercado. “Como princípio, a Comissão crê que o valor de qualquer moeda deve ser determinado por fundamentos económicos”, indicou em conferência de imprensa a porta-voz da Comissão Annika Breidthardt. Para a porta-voz, a decisão “permite que a taxa diária possa reflectir melhor o equilíbrio entre oferta e procura no mercado de divisas”. “Consideramos que é um acontecimento positivo”, disse Breidthardt. “Meter a moeda na cesta” Para o especialista em economia chinesa Nicholas Lardy, do Peterson Institute for International Economics, em Washington, a desvalorização da moeda promovida pelo governo chinês tem ambições globais. Segundo Lardy, ex-professor de Finanças da Universidade de Yale, o objectivo é fazer com que a moeda siga uma cotação de mercado e que, assim, consiga fazer parte da cestas de divisas internacionais do FMI. Por que razão foi desvalorizado o yuan? O motivo está ligado à ambição chinesa de fazer com que sua moeda seja incluída na cesta do Fundo Monetário Internacional (FMI), chamada de Direitos Especiais de Saque, formada pelo dólar, euro, libra esterlina e yen. O FMI tomará uma decisão sobre isso em Novembro. Na semana passada, o Fundo avaliou as adequações necessárias para incluir o yuan nessa cesta. Por isso, o Banco Central da China deu esse passo, de rever o processo para estabelecer sua taxa de câmbio, em direcção a uma taxa mais determinada pelo mercado. Essa é a preocupação do Fundo, que também destacou a diferença entre a taxa negociada dentro da China e a negociada em Hong Kong. Acredita que essa desvalorização visa a aumentar as exportações? É improvável que esse movimento represente mais uma manipulação monetária para permitir mais exportações e, assim, aumentar o crescimento económico. Se a China quisesse elevar as exportações depreciando sua moeda, já o teria feito há alguns meses. A mudança ocorre há apenas uma semana do relatório do FMI. FMI diz: “Um bom passo para abertura” O Fundo Monetário Internacional (FMI) saudou ontem a decisão da China de reformar o seu sistema cambial como “um bom passo” para a abertura e flexibilização do mercado de divisas da segunda economia mundial. Em comunicado enviado à agência Efe, o FMI afirma que o novo mecanismo para determinar a paridade do yuan anunciado pelo Banco Central da China “parece um bom passo”, já que “deve permitir que as forças do mercado desempenhem um papel mais importante para determinar a taxa de câmbio”. A instituição financeira dirigida por Christine Lagarde adverte, contudo, que o “exacto impacto” vai depender da forma como será aplicado o novo mecanismo. O FMI assinalou também que uma maior flexibilidade no câmbio é importante para uma China que “se esforça para dar às forças do mercado um papel decisivo na economia e se está a integrar rapidamente nos mercados financeiros globais”. “Acreditamos que a China pode — e deve — tratar de conseguir um sistema de câmbio que flutue de forma eficaz entre dois e três anos”, indicou o organismo. Quanto à eventual inclusão do yuan no cabaz de divisas que compõem a SDR [direitos de saque especiais, na sigla em inglês, ou seja, a bolsa de moedas que o Fundo utiliza internamente], a instituição indicou que as medidas anunciadas por Pequim “não têm implicações directas” nos critérios que usa para esse efeito. No entanto, acrescentou que uma taxa de câmbio mais determinado pelo mercado “facilitaria” as operações da SDR no caso do yuan ser incluído nesse cabaz.
Hoje Macau BrevesMais de 200 casos de burlas telefónicas A Polícia Judiciária recebeu 214 denúncias de burla telefónica no primeiro semestre, das quais cerca de 30% acabaram por se materializar, lesando as vítimas no equivalente a quase um milhão de euros. De acordo com dados facultados pela PJ à agência Lusa, houve 63 casos de burla telefónica em que os ofendidos sofreram prejuízos no valor total de 8,53 milhões de patacas. Após investigação conjunta, foram detidos, em Maio, dois residentes de Taiwan – um no interior da China e outro na ilha Formosa –, pelas respectivas polícias, indicou a PJ de Macau. Os casos recebidos pela PJ dizem respeito sobretudo a cinco tipos de burla, incluindo o famoso esquema “Adivinha quem sou eu”, em que um desconhecido se faz passar por um familiar ou amigo da vítima para obter dinheiro, ou “Ganhou um sorteio”. Outro prende-se com um esquema de alegada fraude em que potenciais burlões se apresentam como funcionários de órgãos do Estado chinês, caso para o qual a PJ tinha emitido, em Maio, um alerta à população, depois do registo de mais de uma centena de denúncias, incluindo 20 com prejuízos patrimoniais. Em Hong Kong, ocorreram, entre Janeiro e Junho, 200 casos deste esquema em particular, um número 50 vezes maior do que o registado no cômputo do ano passado, que foi de quatro, segundo dados publicados no mês passado pelo South China Morning Post. Segundo o jornal da antiga colónia britânica, as vítimas foram lesadas em cerca de 26,79 milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau PolíticaDeputados analisam falta de ocupação de casas de Seac Pai Van [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante a reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública, que aconteceu na manhã de ontem, os deputados debateram a problemática das casas públicas desocupadas. Os deputados da Comissão chegaram à conclusão que a falta de instalações complementares na habitação pública de Seac Pai Van é um dos principais motivos para a desocupação de muitas das casas atribuídas. “A elevada taxa de não ocupação das habitações económicas de Seac Pai Van deve-se a motivos de natureza histórica e a factores objectivos, que compreendem a insuficiência de instalações complementares, que acaba por afectar a ocupação”, refere o relatório de balanço dos trabalhos da Comissão. Outra das razões prende-se com “a não aplicação dos limites de rendimentos e património dos antigos candidatos, que resultou no surgimento de adquirentes sem necessidade urgente de ocupar as referidas habitações”. Por essas razões, a Comissão “não chegou a um consenso quanto ao recurso à revisão da lei para o agravamento das sanções”. Contudo, “o Governo já prometeu que vai resolver o problema das casas desocupadas e fornecer, o mais rapidamente possível, as informações sobre a solução a adoptar”, cita a rádio Macau. Os deputados da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública pediram ao Governo para aumentar as sanções a aplicar no caso dos atrasos das obras nas vias públicas. A Comissão entendeu, por unanimidade, que o actual regime sancionatório é brando e que as multas são leves, a que acresce ainda a ausência de fiscalização por parte dos departamentos do Governo e a falta significativa de fiscais, levando ao aparecimento de desrespeito do prazo fixado para certas obras viárias. Como resposta, o Governo afirmou que ia estudar o agravamento das multas, elevando os efeitos dissuasores, no sentido de garantir que “as obras sejam concluídas dentro do prazo”, pode ler-se no relatório de balanço dos trabalhos da Comissão. Além disso, “o Governo admitiu que existem graves atrasos na maioria das obras de Macau, o que acontece em 50% a 100% das obras, incluindo escavações, uma situação preocupante. O Governo afirmou que um dos motivos é a vigência da Lei de Prevenção e Controlo do Ruído.”
Hoje Macau DesportoGT300 | André Couto mais líder no Japão André Couto, aos comandos de um Nissan da equipa Gainer Tanax, reforçou a liderança do campeonato japonês de GT300, ao ser sexto na prova de Fuji, após sair da 11.ª posição da grelha [dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Foi uma corrida muito boa e agora já só pensamos na próxima jornada, no final de agosto na que será a corrida mais difícil da ano, porque ao contrário das corridas normais do campeonato, com 300 quilómetros, esta terá mil quilómetros”, disse André Couto à agência Lusa, salientando também que o carro estará ainda um pouco mais pesado. Mas, acrescentou, depois da corrida deste domingo, em que alinhou com o seu companheiro Katsumasa Chiyo, “com seis pontos de vantagem, há que lutar para conquistar mais pontos e tentar sempre que possível reforçar a liderança”. Sobre a corrida de Fuji, André Couto largou na 11.ª posição da grelha, mas rapidamente chegou ao sexto lugar, que só não segurou depois de um toque na traseira de um adversário, que o fez cair para o 12.º posto. “Depois, ainda consegui recuperar até ao sétimo lugar e entreguei o carro ao meu companheiro, que conseguiu subir mais uma posição”, explicou. Para André Couto, “tudo correu bem e a equipa esteve muito certa na estratégia dos pneus e na hora de trocar de piloto”. O campeonato de GT300 tem oito provas e termina a 15 de Novembro em Motegi.
Hoje Macau SociedadeHotel Estoril | IC, acusado de consultas públicas falsas, critica “injustiça” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lexis Tam já garantiu que não há ainda qualquer decisão sobre o que fazer ao Hotel Estoril, mas o Instituto Cultural continua a ser acusado de estar a levar a cabo consultas públicas falsas. Residentes que estiveram presentes em mais uma sessão de auscultação do novo projecto reclamam que o Governo já sabe bem o que quer fazer ao espaço, ainda que o IC garante que essas acusações são injustas. “Onde está o espaço para o nosso debate? Se o Governo quer as opiniões de pessoas sobre este projecto por que é que consideram demolir o edifício inteiro logo à partida?”, começou por apontar uma residente, citada pelo canal português da TDM. Membros do Conselho para as Indústrias Culturais e do Conselho de Curadores do Fundo das Indústrias Culturais defenderam também a preservação da fachada do antigo hotel e do mural, “em nome da memória de Macau”, numa altura em que se acredita que o espaço vai ser totalmente demolido. Isto porque, apesar do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura ter assegurado que não há decisão, o facto de ser Álvaro Siza Vieira o mentor do projecto para o hotel leva a população a acreditar que o Estoril vem mesmo todo abaixo, como já foi defendido pelo profissional português. Algo que não agrada. “Não me interessa se o arquitecto português diz que o Hotel Estoril não tem interesse cultural, ele é português e não faz ideia do que é importante para as pessoas de Macau. A decisão deve ser feita pelo povo de Macau”, atirou na sessão de sexta-feira outro residente. Citado pelo canal português da televisão, o ainda presidente da Associação Novo Macau, Sou Ka Hou, criticou o Governo por ter destruído “o pavilhão polidesportivo do Tap Seac no passado, de modo a construir um ponto de interesse em Macau, como fez na zona de São Paulo e São Lázaro”. O activista diz que “no entanto, o resultado é que a zona do Tap Seac continua na mesma.” Face às acusações de que estaria a fazer uma consulta pública de fachada, o IC respondeu, criticando as declarações. “Fizemos tantas consultas públicas, que isso significa que queremos mesmo discutir este projecto com a comunidade e claro que temos em conta a opinião dos cidadãos. Acho injusto que as pessoas digam que estamos a fazer consultas públicas falsas, isso é muito injusto para com toda a equipa e trabalhadores e não é verdade”, frisou Chan Peng Fai, vice-presidente do IC. Na sessão, os membros do Conselho para as Indústrias Culturais e do Conselho de Curadores do Fundo das Indústrias Culturais apoiaram o projecto do Governo para o antigo Hotel Estoril, mas nem todos estão de acordo com a ideia de deitar a fachada abaixo. Segundo a Rádio Macau, Angela Leong, um dos membros, considera “uma pena se todo o edifício for demolido”. A também deputada considera que “pode ser injusto quer para as gerações anteriores, quer para as gerações futuras”. Também James Chu defende que a fachada seja mantida em nome da memória histórica de Macau. O artista entende que, “em termos de estilo arquitectónico não é muito especial, mas tem um estilo próprio e constituí uma memória da população de Macau”. Lok Hei saiu em defesa do mural do antigo edifício, da autoria do arquitecto italiano Oseo Acconci. “Em termos artísticos, acho que não podemos negligenciar. No futuro complexo vamos formar e desenvolver jovens. Considero que o Governo pode tolerar as coisas antigas para fazer coisas novas”, argumentou, citado pela rádio.
Hoje Macau BrevesTuna de Medicina do Porto actua nas Casas-Museu A Tuna de Medicina do Porto actua em Macau a 15 de Agosto em mais um Concerto ao Anoitecer no “palco” das Casas Museu da Ilha da Taipa. Organizado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e pelo Instituto Cultural, o concerto tem a coordenação da Casa de Portugal e terá lugar entre as 17h30 e as 19h00 de sábado no anfiteatro junto às Casas Museu da Taipa. As Casas Museu, entretanto recuperadas e que servem também como local de eventos como a Festa da Lusofonia são residências de traço colonial construídas junto a uma baía, em 1921, para servirem de casa dos funcionários superiores das ilhas, à época ainda sem acesso por terra à península de Macau. A organização destaca que a Tuna de Medicina do Porto é composta por homens que interpretam temas tradicionais dos anos 1920 aos anos 1940 e também música moderna. Os Concertos ao Anoitecer decorrem habitualmente nas Casas Museu da Taipa e envolvem sempre o apoio de coordenação de várias associações locais, sendo a entrada gratuita. Apesar do concerto não estar integrado em qualquer programa comemorativo, as cidades de Macau e do Porto são geminadas desde 1997.
Hoje Macau Manchete SociedadeCabo Verde | Activistas contra casino-resort de David Chow Cerca de 40 activistas estão a ocupar o espaço onde será erguido o novo empreendimento do empresário de Macau David Chow e asseguram que este é apenas o primeiro passo contra a construção. O presidente da Câmara da Praia já pediu ajuda às autoridades [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da câmara da Praia, Ulisses Correia e Silva, apelou ontem às autoridades para que desocupem o ilhéu de Santa Maria, onde cerca de 40 activistas estão acampados para impedir a construção do empreendimento turístico de David Chow. “Era o que faltava as pessoas agora decidirem fazer a ocupação dos espaços públicos, espaços que pertencem ao património de toda a comunidade e do país”, disse Ulisses Correia e Silva, apelando para a intervenção das autoridades para desocupar o ilhéu de Santa Maria. Cerca de 40 elementos do movimento “Korrenti di Ativista” estão, desde o início desta semana, acampados no ilhéu de Santa Maria, defronte à Cidade da Praia, em protesto contra a construção do empreendimento. Os activistas, que se dizem dispostos a permanecer na ilha o tempo que for necessário para impedir o início das obras, defendem que o empreendimento irá servir sobretudo para trazer para Cabo Verde “lavagem de capitais, prostituição e turismo sexual”. “Não está demonstrado, nem é intenção criar ali nenhum fenómeno de turismo sexual ou de turismo de droga ou de jogos que possam levar a situações de crime para o país”, sustentou Ulisses Correia e Silva, citado pela Rádio de Cabo Verde. O presidente da câmara da Praia e líder do maior partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD), defendeu as vantagens do empreendimento, alertando para o risco de, com estas acções, se “afugentarem investidores”. “Não devemos criar quadros no nosso país que afugentem investidores, que conotem negativamente investidores, que criem estigmas”, disse Correia e Silva. “Posicionámo-nos favoravelmente a investimentos que possam trazer para a cidade da Praia e para Cabo Verde criação de riqueza, crescimento económico, emprego e rendimento, que é o que o país precisa”, sublinhou. O empreendimento, cujo projecto foi recentemente apresentado na Praia e representa um investimento de 250 milhões de euros, ocupará uma área de 152.700 metros quadrados, que inclui o ilhéu de Santa Maria e parte da praia da Gamboa. O complexo, que inaugurará a indústria de Jogo em Cabo Verde, prevê a construção de um hotel-casino a instalar no ilhéu de Santa Maria, uma marina, uma zona pedonal com comércio e restaurantes, um centro de congressos, infra-estruturas hoteleiras e residenciais na zona da Praia da Gamboa e uma zona de estacionamento. Segundo o contrato assinado entre o Governo e a Legend Development Company, de David Chow, a concessão será de 75 anos prorrogáveis por mais 30 e prevê ainda a construção de um hotel na Ilha do Maio. Chow terá ainda o monopólio do Jogo. Sem desistir O empresário chinês David Chow, que é também cônsul honorário de Cabo Verde em Macau, diz que o projecto está pronto a arrancar e deverá estar concluído dentro de três anos. Estima-se que venha a criar mil postos de trabalho. Apesar de não haver ainda data prevista para o arranque das obras, o movimento “Korrenti di Ativista” adianta que é preciso começar a mobilizar as pessoas contra o que consideram “um investimento para ricos” O movimento “Korrenti di Ativista” é uma organização não- governamental cabo-verdiana que junta associações que intervêm junto das crianças e jovens dos bairros mais desfavorecidos da Cidade da Praia. Os activistas estão acampados no ilhéu de Santa Maria. “Estamos a ocupar a ilha. A ilha está abandonada e o Governo quer vendê-la e não podemos aceitar que um pedaço de terra de Cabo Verde seja vendido”, disse à agência Lusa João Monteiro, mais conhecido por UV, da Associação Pilorinhu, uma das que apoia crianças e jovens em risco. “Nós, os pobres não temos nada a ganhar com isso”, sublinhou João Monteiro, que considera as perspectivas de emprego que o novo empreendimento pode gerar “muito fracas em relação às consequências sociais gravíssimas que daí advêm”. João Monteiro alertou ainda para as consequências ambientais que a construção do complexo turístico terá em algumas espécies existentes na zona, que, acredita, irão desaparecer. Os activistas adiantam que a ocupação da ilha é a primeira fase da estratégia de luta contra a construção do complexo turístico e apelam para a mobilização e o apoio da população para esta causa. O HM tentou obter um comentário junto da Macau Legend de David Chow, mas não foi possível até ao fecho desta edição.
Hoje Macau Manchete SociedadeFundação Macau | Universidade Cidade de Macau com metade de apoios A universidade ligada ao deputado Chan Meng Kam recebeu quase metade dos apoios fornecidos no segundo trimestre pela Fundação Macau, com mais de 200 milhões a servirem para despesas de ensino e outros 90 para obras de renovação do campus [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade Cidade de Macau, instituição ligada ao deputado Chan Meng Kam, recebeu 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau em apoios no segundo trimestre do ano, foi ontem anunciado. De acordo com a lista de apoios da Fundação Macau publicada no Boletim Oficial, a Fundação da Universidade Cidade de Macau recebeu dois apoios financeiros. Um primeiro de seis milhões de patacas para “despesas com o apoio ao ensino e aprendizagem, actividades académicas, estudos e investigação científica, subsídios de propinas e bolsas de estudo aos alunos” e, depois, 89,68 milhões de patacas para “obras de renovação do novo campus e a aquisição dos equipamentos pedagógicos”. Apesar das obras no novo campus, a Universidade Cidade de Macau recebeu este ano, recorde-se, parte das instalações antigas da Universidade de Macau. Esta foi a única instituição privada a conseguir um espaço no local e ficou com uma parte considerável, com mais de 37.600 metros quadrados – o edifício administrativo e outros sete blocos, entre eles o centro cultural. Tudo somado, os apoios concedidos à Fundação perfazem 125,68 milhões de patacas, 46,2% dos quase 272 milhões de patacas distribuídos pela Fundação Macau entre Abril e Junho do corrente ano. Outros premiados Além da Universidade Cidade de Macau, dezenas de outras instituições foram contempladas com apoios financeiros, entre as quais a Universidade de Ciência e Tecnologia, que recebeu 50 milhões de patacas para actividades do seu plano anual, incluindo o “hospital Universitário, da Escola Internacional de Macau, e o Centro de Formação Médica para o Desenvolvimento Profissional, da Faculdade das Ciências de Saúde da Universidade”. A Associação dos Conterrâneos de Chon Kong de Macau recebeu 5,4 milhões de patacas para organizar o grande encontro mundial dos conterrâneos de Chon Kong e as actividades das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Estes mais de cinco milhões são apenas a primeira prestação, indica ainda a rádio. Entre as entidades beneficiadas estão também a Associação de Jovens Macaenses, a Santa Casa da Misericórdia de Macau, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas ou a Associação dos Trabalhadores da Função Pública.