CSR |  Recolhidas 11 mil toneladas de lixo numa semana

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 11 mil toneladas de lixo foram recolhidas em Macau desde a passagem do tufão Hato, há uma semana, disse à Lusa a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR). “Até terça-feira (entre os dias 23 e 29 de agosto), a CSR recolheu um total de 11.299,78 toneladas de lixo”, afirmou a empresa numa resposta escrita. A média diária de resíduos na cidade é de aproximadamente 800 toneladas, segundo a empresa. Entretanto, foram criados 40 novos pontos de recolha de lixo na cidade. “A CSR tem cerca de 700 trabalhadores e eles ainda não tiveram folga desde o tufão. Além disso, alugámos mais veículos e recrutámos pessoal adicional depois do tufão”, disse a empresa. “Actualmente, todas as áreas inundadas estão a ser limpas, especialmente as do Porto Interior”, acrescentou a CSR. Sobre o tratamento a dar aos resíduos após a recolha, a CSR respondeu que “o lixo doméstico que pode ser queimado é entregue no incinerador, caso contrário vai para o aterro”.

31 Ago 2017

Jorge Barreto Xavier expõe no Albergue SCM

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “A mão, escrevendo sobre o olhar” e é o nome da exposição que o Albergue SCM inaugura na próxima quarta-feira, dia 6. Trata-se de uma mostra de fotografias do antigo secretário de Estado da Cultura do Governo português entre 2012 e 2015.

Segundo um comunicado, a exposição terá um total de 72 fotografias, tendo curadoria do artista e também fotógrafo Ben Leong. As imagens estão organizadas em três grupos, intitulados “O código da fronteira”, “O código da estrada” e “O código do sentido”.

“Cada conjunto de imagens propõe um código, um conjunto de símbolos. E cada imagem tem o poder de ser conjugada com as outras ou de ser lida sozinha, citando o autor”, explica o Albergue.

Apesar de ter começado a fotografar na juventude, só em Dezembro do ano passado é que Jorge Barreto Xavier fez a sua primeira exposição individual na galeria de arte do Maquinez Palace, em Pangim, Goa, na Índia.

Homem de várias artes

Fora da política Jorge Barreto Xavier tem tido uma actividade artística intensa e polivalente. Em Maio deste ano lançou “Alexandria”, o seu primeiro livro de contos, tendo também “vários livros publicados sobre política cultural e gestão das artes”.

É ainda professor de políticas públicas da cultura e de gestão de indústrias criativas no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa.

Antes de ter desempenhado o cargo de secretário de Estado, Barreto Xavier foi Director-Geral das Artes em Portugal entre 2008 e 2010.

Fundou e dirigiu várias organizações culturais privadas, como o Clube Português de Artes e Ideias, que presidiu de 1986 a 2002 ou o Lugar Comum- Centro de Experimentação Artística, que dirigiu entre 1997 e 2001.

O fotógrafo foi ainda consultor de várias organizações culturais, entre as quais a Agência Europeia para a Cultura (EACEA), Copenhaga, Capital Europeia da Cultura, Inteligence on Culture (Londres), Centro Cultural de Belém e Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) ou Fundação de Serralves (Porto).

A exposição no Albergue SCM estará patente até 28 de Setembro deste ano na galeria A2, tendo entrada gratuita.

31 Ago 2017

Himalaias | Pequim diz esperar que Nova Deli tenha aprendido uma lição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse ontem esperar que a Índia tenha “aprendido a lição”, após meses de um impasse entre as tropas chinesas e indianas num território disputado nos Himalaias.

Os comentários de Wang surgem nas vésperas da nona cimeira do bloco de grandes economias emergentes BRICS, onde os presidentes dos dois países se vão reunir.

Na segunda-feira, Pequim e Nova Deli concordaram em retirar as suas tropas do planalto de Doklam, um território disputado entre a China e o Butão – aliado da Índia – no sul do Tibete.

“Esperamos que o outro lado aprenda a lição com este incidente e evite que se repita. Esperamos que, através dos esforços de ambos os lados, mantenhamos relações saudáveis e estáveis”, afirmou.

Nenhum dos lados avançou detalhes sobre como foi resolvido o impasse e a China disse que pode retomar a construção da estrada que deu início à disputa, depois de as tropas indianas terem avançado para travar a construção.

Cimeira tranquila

A resolução parece servir para prevenir que o mais grave confronto entre dois países vizinhos e potências nucleares das últimas décadas perturbe a cimeira dos BRICS, que contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e do Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi.

Os líderes da Rússia, Brasil e África do Sul vão também participar da nona cimeira do BRICS.

Índia e China afirmaram que as suas tropas vão continuar a patrulhar a área de Doklam, como faziam antes do início do impasse.

Doklam, ou Donglang, em chinês, é reclamado pelo reino do Butão, um aliado de Nova Deli, mas Pequim diz que pertence à China, com base num tratado de 1890, assinado com o Reino Unido.

Butão e China participaram de várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a disputa.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada.

Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

31 Ago 2017

ASEAN pede à Birmânia que proteja civis em Rakhine

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) pediram ontem ao Governo da Birmânia acções imediatas para proteger os civis afectados pelos confrontos registados no estado de Rakhine, no oeste do país.

“A prioridade é o dever de proteger os civis. Todas as partes devem tomar medidas urgentes para proteger todos os indivíduos afectados pela violência, independentemente da sua origem étnica ou cidadania”, declarou a deputada indonésia Eva Kusuma Sundari, num comunicado dos Parlamentares da ASEAN pelos Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês).

Desde sexta-feira, pelo menos 110 pessoas morreram durante a violência desencadeada pela onda de ataques reivindicados por rebeldes muçulmanos ‘rohingya’ contra postos oficiais em Rakhine.

Um milhar de rebeldes armados com facas, machetes e outras armas artesanais participaram nos ataques perpetrados contra vários objetivos do município de Maungdaw, perto da fronteira com o Bangladesh.

O Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA), grupo ao qual é atribuído o ataque a três esquadras em 9 de Outubro de 2016 que deixou nove agentes mortos e desencadeou uma repressão das forças de segurança, reivindicou a acção.

Os rebeldes, que qualificam o governo de “opressivo” e o exército de “brutal”, denunciaram o “bombardeamento indiscriminado” contra civis e abusos como violação de mulheres, saque de propriedades e ainda sacrifício de animais domésticos.

As autoridades birmanesas qualificaram os membros do grupo de “extremistas terroristas” e sustentaram que são os responsáveis de assassínios e a queima de casas.

“Não se trata de política, trata-se da responsabilidade mais fundamental de salvaguardar a vida humana, uma obrigação do direito internacional humanitária”, sublinhou Eva Kusuma Sundari.

Encurralados

Milhares de pessoas da etnia ‘rohingya’ tentaram procurar amparo no Bangladesh, mas as autoridades do país vizinho continuam a impedir que os deslocados cruzem a fronteira.

“O Governo do Bangladesh deve permitir o refúgio dos ‘rohingya’ e acabar com as expulsões que deixam os civis vulneráveis ao perigo”, afirmou o deputado filipino Teddy Baguilat, ao reclamar dos países da região uma intervenção mais ativa para prevenir um massacre idêntico ao que sofreu o Camboja.

Baguilat fazia referência aos 1,7 milhões de pessoas que morreram entre 1975 e 1979 durante o regime dos Khmers Vermelhos no Camboja devido a trabalhos forçados, doenças, fome e purgas políticas.

“Está na hora de agirmos, caso contrário poderemos ter outro Camboja no pátio atrás da nossa casa”, insistiu o parlamentar malaio Charles Santiago, que preside à APHR.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou na terça-feira que “mais de três mil” ‘rohingya’ poderão ter entrado no Bangladesh desde sexta.

O Governo de Daca resiste a aceitar novos refugiados e as forças de segurança colocadas nas margens do rio Naf, fronteira natural entre o Bangladesh e a Birmânia, expulsaram nos últimos dias pelo menos 511 ‘rohingya’.

Mais de um milhão de ‘rohingya’ vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde enfrentam diversas privações, nomeadamente de movimentos.

Os ‘rohingya’ são uma minoria apátrida considerada pela ONU uma das mais perseguidas do planeta.

31 Ago 2017

Hóquei em patins | Selecção portuguesa em Macau ambiciona título mundial

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] capitão da selecção portuguesa de hóquei em patins, que no domingo inicia o campeonato do mundo na China, disse que o importante é conquistar o troféu e que isso até poderia acontecer “na rua atrás de casa”.

“O nosso único objectivo é sermos campeões do mundo. Até poderia ser na rua atrás de minha casa. O facto de ser na China é uma situação diferente, peculiar. É bom, porque dificilmente de outra forma daria visibilidade à modalidade na Ásia. Vejo isso com bons olhos e espero que se apaixonem pela modalidade”, lembrou o atleta português.

João Rodrigues reforçou que a equipa está “pronta para atacar este campeonato do mundo com muita ambição de devolver o título a Portugal passados tantos anos”, lembrando a exigência máxima da prova e as dificuldades que irão encontrar pela frente.

“Estão lá os melhores jogadores do mundo, as melhores selecções. Começarmos a prova a jogar com a Argentina, será seguramente intenso, competitivo. Tudo faremos por ganhar e começar da melhor forma a prova. Não vejo isso como sendo mau. Se calhar até é mesmo bom”, referiu ainda.

Sem tecer comparações com outras equipas do passado, João Rodrigues considerou que os jogadores que compõem a selecção portuguesa trazem grande consistência ao grupo.

“Temos condições para dar continuidade neste campeonato do mundo. Tudo faremos para conseguir a tão ambicionada vitória”, afirmou ainda.

Portugal, que neste momento está a fazer um estágio de uma semana em Macau, vai disputar o 43.º Campeonato do Mundo de hóquei em patins em Nanjing, na China, entre 3 e 9 de Setembro. Além da Argentina, detentora do título mundial, Portugal vai defrontar no grupo A da primeira fase, Itália e França.

 

30 Ago 2017

AMCM estabelece mecanismo de contacto 24 horas com seguradoras

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência dos danos causados pelo Tufão Hato, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) criou um mecanismo de ligação 24 horas com as companhias de seguros para acompanhar os casos de pedidos de indeminizações resultantes dos prejuízos causados. O dispositivo foi criado logo após a passagem do tufão.

Este procedimento visa dar resposta aos danos sofridos nas instalações e bens de empresas locais e cidadãos, sendo previsível que seja accionado um elevado número de pedidos de indeminizações por parte dos segurados.

A medida visa também facilitar a consulta e obtenção de informações por parte de quem contraiu as apólices de seguros. Como tal, a AMCM abriu linhas directas através dos números de telefone 83952280 e 83952202, que está em funcionamento de segunda-feira a domingo, das 9h às 18h, assim como através do email general@amcm.gov.mo. Além disso, o site da AMCM disponibilizou a lista das linhas directas das seguradoras para informações dos interessados e vai distribuir panfletos à população.

Toca a despachar

A autoridade fez também uma solicitação às companhias de seguros para que acelerem o acompanhamento dos pedidos de indeminização na sequência da catástrofe. Na seguimento de solicitação da AMCM, as seguradoras aumentaram o número de pessoal de forma a dar resposta ao elevado volume de pedidos de informações.

Foram também feitos contactos por parte das companhias para as empresas e residentes lesados com seguros válidos para fornecer explicações sobre as coberturas e as formalidades necessárias para dar andamento aos processos.

Uma vez que em Macau existe um grande número de micro, pequenas e médias empresas que estão ainda a braços com operações de limpeza e recuperação, as seguradoras contrataram profissionais para proceder aos cálculos das estimativas dos prejuízos.

A pedido da AMCM, o sector das companhias de seguros vai apresentar, ainda esta semana, os dados recolhidos sobre prejuízos e o andamento dos pedidos de indeminização.

A Autoridade Monetária solicita ainda às empresas e aos residentes a leitura detalhada das cláusulas das suas apólices de seguro de forma a aferirem se os danos resultantes do tufão Hato estão, ou não, cobertos.

Destaque

A AMCM abriu linhas directas através dos números de telefone 83952280 e 83952202, que está em funcionamento de segunda-feira a domingo, das 9h às 18h, assim como através do email general@amcm.gov.mo

30 Ago 2017

Hato | SJM disponibiliza serviços médicos gratuitos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) vai garantir cuidados médicos gratuitos à população, numa das zonas mais atingidas pelo tufão Hato, indicou em comunicado. Os serviços médicos gratuitos vão começar esta quarta-feira e irão funcionar durante um mês (nos dias úteis) numa clínica médica da zona da Praia do Manduco, uma das áreas mais antigas da cidade, indicou, em comunicado, a operadora de jogo fundada em 1962 por Stanley Ho. Um grupo de voluntários da SJM está desde quinta-feira passada a prestar serviços de apoios às famílias afectadas pelo tufão Hato, que causou dez mortos, mais de 200 feridos e danos avultados ainda por avaliar. A SJM, que opera 21 dos 39 casinos de Macau, decidiu também abrir o supermercado exclusivo dos seus funcionários à população que vão beneficiar dos descontos aplicados aos trabalhadores, até 14 de Setembro, de acordo com a operadora. A directora executiva da sociedade e deputada de Macau Angela Leong prometeu o apoio da operadora à comunidade local: “Juntos vamos reconstruir a nossa casa”.

Tufão | Fundação Jorge Álvares manifesta solidariedade

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Jorge Álvares manifestou ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, e à população “solidariedade e consternação” perante os efeitos devastadores do tufão Hato, que causou “perdas humanas e consideráveis estragos materiais”. Numa mensagem enviada à Lusa, o presidente da fundação e primeiro governador de Macau depois do 25 de Abril de 1974, o general José Garcia Leandro afirmou, em nome dos curadores e restantes membros dos órgãos sociais da fundação, esperar que a vida do território “retorne à normalidade o mais depressa possível”.

Património | IC contactou dezenas de entidades

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) contactou 44 gestores de templos e responsáveis por 17 igrejas do território para “recuperar e manter os edifícios patrimoniais influenciados pelo tufão”. Os trabalhos terão seguimento a partir de hoje e incluem “a prestação de assistência aos trabalhos de manutenção relevantes e a implementação de medidas e planos concretos de recuperação e protecção, de modo a garantir a segurança exaustiva do património”, aponta o IC em comunicado.

30 Ago 2017

Tufão Hato | Subsídio para PME passa de 30 para 50 mil patacas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau elevou de 30 mil para 50 mil patacas o subsídio para ajudar as Pequenas e Médias Empresas (PME) a fazer face aos estragos causados pelo tufão Hato.

“Na sequência do conhecimento aprofundado das dificuldades enfrentadas pelas micro, pequenas e médias empresas e vendilhões afectados pelo tufão, (…) oGoverno da RAEM decide que aumentará de 30 mil patacas para 50 mil patacas o limite do montante da ‘Medida de abono’ (…) a fim de aliviar a pressão financeira dos empresários afectados”, informou a Direcção de Serviços de Economia (DSE), em comunicado.

Segundo a DSE, os primeiros abonos começaram a ser entregues na noite de segunda-feira, tendo sido aprovados 334 pedidos, num total de 10,02 milhões de patacas.

As empresas que tenham apresentado o pedido de apoio – ou o tenham recebido – antes da subida do abono, não necessitam de efectuar novo registo, com a DSE a atribuir automaticamente as 20 mil patacas de diferença.

Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas.

Segundo a imprensa chinesa, a deputada Song Pek Kei defendeu que o apoio de 30 mil patacas não seria suficiente para a reparação das despesas de condomínio dos edifícios, tendo exigido a criação de um mecanismo de empréstimo para este tipo de reparações.

30 Ago 2017

Galápagos | Pequim diz que não há provas de pesca ilegal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que não há provas de que pescadores do país, condenados à prisão no Equador, tenham pescado ilegalmente no arquipélago das Galápagos, mas prometeu castigá-los caso se confirmem as acusações.

“Segundo o que sei, não existem provas que demonstrem que o navio está implicado em pescas nas águas do Equador”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

O cargueiro, “Fuyuanyuleng 999”, foi capturado em 13 de Agosto passado, numa reserva marinha, a 63 quilómetros das Galápagos, com 300 toneladas de peixe, incluindo numerosos exemplares de espécies protegidas e em perigo de extinção.

No domingo, um tribunal do arquipélago das Galápagos condenou os vinte tripulantes da embarcação a penas de entre um e quatro anos de prisão e impôs multas até dois milhões de dólares.

Hua Chunying disse que “como desconhecia as regulações, o navio navegou sem autorização em áreas protegidas das Galápagos”.

“Se o barco está implicado em pesca ilegal, o Governo chinês irá verificar, e nesse caso a China castigará severamente, de acordo com as suas leis”, acrescentou.

A porta-voz disse ainda que Pequim espera que o Equador “respeite os factos e gira este caso de forma justa e objectiva” e “proteja os direitos e interesses dos pescadores chineses”.

Toneladas ilegais

O barco foi apreendido na reserva marinha das Ilhas Galápagos com toneladas de espécies protegidas, entre as quais tubarões martelo, os quais figuram da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.

O “Fuyuanyuleng 999” transportava carga ilegal que incluía mais de 6.600 tubarões, cujas barbatanas são muito apreciadas na Ásia.

Milhares de habitantes da Ilha de Santa Cruz, a mais povoada do arquipélago equatoriano, manifestaram-se na segunda-feira para exigir ao Governo que estenda as águas territoriais das ilhas de 40 para 100 milhas, de forma a combater a pesca ilegal chinesa naquela área.

30 Ago 2017

Carros eléctricos | Renault e Nissan juntam-se a Dongfeng Motor

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aliança dos construtores de automóveis Renault e Nissan anunciou ontem um acordo com o grupo chinês Dongfeng Motor para fabricar e vender uma nova viatura eléctrica na China.

A parceria é traduzida na criação da eGT New Energy Automotive, detida em 50% pela Dongfeng, 25% pela Renault e 25% pelos japoneses da Nissan, segundo um comunicado conjunto.

O objectivo é criar um novo automóvel com “interconectividade inteligente e que será desenvolvido com base numa plataforma SUV (ligeiro com características desportivas)”.

“A criação desta co-empresa com a Dongfeng concretiza a vontade comum de desenvolver veículos eléctricos competitivos para o mercado chinês”, disse Carlos Ghosn, o brasileiro responsável da aliança franco-nipónica.

O presidente da Dongfeng, Zhu Yanfeng, também fez eco da concretização de um esforço conjunto para desenvolver veículos eléctricos destinados ao mercado chinês.

“Um projecto que assenta num modelo económico inovador”, declarou Zhu Yanfeng.

A eGT deverá estabelecer a sua sede social em Shiyan, na província de Hubei, no centro da China.

O veículo eléctrico será produzido na fábrica da Dongfeng em Shiyan, com capacidade de produzir 120 mil unidades anuais.

O fabrico deverá iniciar-se em 2019.

Segundo a Associação Chinesa dos Construtores automóveis, a China representa o maior mercado mundial para os veículos eléctricos: em 2016 foram vendidos 256.879 veículos eléctricos, com um crescimento de 121% face ao ano anterior.

Nos primeiros sete meses de 2017 as vendas ascenderam a 204 mil unidades, traduzindo uma subida de 33,6%.

30 Ago 2017

Crise coreana | Apelo ao diálogo em vez de sanções

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China apelou ontem ao diálogo para pôr fim à crise em torno do programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, considerando que as sanções ao regime não contribuem para encontrar uma solução.

“Os factos demonstraram que a pressão e as sanções não podem solucionar o fundo da questão”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

“A única via é a do diálogo e consultas”, acrescentou Hua, horas após a Coreia do Norte ter lançado um míssil que sobrevoou o norte do Japão.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou, ontem, uma reunião de emergência em Nova Iorque, a pedido de Tóquio e de Washington, na sequência do lançamento de um míssil pela Coreia do Norte que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o Japão.

O míssil disparado ontem de manhã, pelas 06:30, a partir das proximidades de Pyongyang, caiu a cerca de 1.180 quilómetros do cabo de Erimo, na ilha de Hokkaido, após percorrer mais de 2.700 quilómetros e alcançar cerca de 550 quilómetros de altura antes de cair no mar, de acordo com informações do executivo japonês.

Este mês, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo China e Rússia, aprovaram novas sanções contra o regime norte-coreano de Kim Jong-un.

Estima-se que as novas sanções reduzam em mil milhões de dólares os três mil milhões anuais que o país de Kim Jong-un obtém em receitas de exportações.

Grande parte desse valor é oriundo das vendas para a China, destino de 90% das exportações da Coreia do Norte.

30 Ago 2017

Macau perde mais de quatro mil trabalhadores do exterior

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau perdeu 4.200 trabalhadores contratados ao exterior no intervalo de um ano, contando com 176.839 no final de Julho, indicam dados oficiais ontem divulgados.

De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP), disponíveis no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, em termos mensais, ou seja, face a Junho, havia menos 1.855 trabalhadores.

A China continua a ser a principal fonte de mão-de-obra importada de Macau, com 111.704 trabalhadores (63,1 por cento do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (27.626) num pódio que se completa com o Vietname (14.872).

O sector dos hotéis, restaurantes e similares absorve a maior fatia de mão-de-obra importada (50.049), seguido do da construção (31.339).

A construção foi o ramo que registou o maior ‘tombo’: no intervalo de um ano ‘perdeu’ 10.762 trabalhadores, de 42.101 passou a contar com 31.339.

As actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços agrupavam 13.571 trabalhadores do exterior – menos 23 face a Julho de 2016 –, dos quais 1.059 eram trabalhadores da construção civil contratados directamente pelas empresas de lotarias e outros jogos de apostas, contra os 1.620 do mesmo mês do ano passado, segundo os mesmos dados.

Já o ramo dos hotéis, restaurantes e similares ‘ganhou’ 1.674 trabalhadores no mesmo hiato temporal, um aumento que não foi suficiente para compensar a diminuição sentida no sector da construção, que abrandou nomeadamente com a conclusão de diversos novos projectos turísticos.

29 Ago 2017

Trabalho | Desemprego mantém-se nos 2 por cento

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2017 a taxa de desemprego fixou-se nos 2 por cento, enquanto que a taxa de subemprego foi de 0,4 por cento, de acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos. Ambos os registos mantiveram-se nos mesmos níveis do período passado de Abril a Junho, dentro da taxa que se entende como pleno emprego. Este conceito, apesar de incerto está longe dos dois por cento.

No entanto, o número de desempregados à procura do primeiro emprego subiu, uma realidade explicável pelo maior número de licenciados que tentam entrar no mercado de trabalho. Esta realidade fez com que a taxa de desemprego de residentes tenha subido ligeiramente, 0,1 por cento, para os 2,8 pontos percentuais face ao período transacto.

Entre Maio e Julho, a população activa totalizava 392.100 pessoas, com uma taxa de actividade de 71,4 por cento. Neste domínio importa destacar que a população empregada se fixou nos 384.100 indivíduos, sendo que os residentes empregados chegaram aos 282.600, ou seja, mais 1800 e 1600 pessoas respectivamente.

Individualizando em termos de ramos de actividade económica, os sectores da hotelaria, restauração e similares aumentaram, enquanto o número de empregados na construção decresceu.

O número de desempregados entre Maio e Julho foram 8000, mais 100 face período transacto. Deste universo, 15,2 por cento procuraram o seu primeiro emprego, uma parcela demográfica que aumentou 4,4 por cento.

Em comparação com o período de Maio a Julho de 2016, a taxa de actividade e de subemprego decresceram 1,1 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente, enquanto que a taxa de desemprego subiu 0,1 por cento.

29 Ago 2017

Economia | Produto Interno Bruto subiu 11,5 por cento

Os dados mais recentes mostram que o desempenho do sector do jogo levou a uma subida do Produto Interno Bruto no segundo trimestre deste ano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau cresceu 11,5 por cento, em termos reais, no segundo trimestre do ano, face a igual período do ano passado, impulsionada pelo desempenho da indústria do jogo.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a um ritmo superior ao do primeiro trimestre (10,3 por cento) devido principalmente “às subidas das exportações de serviços e da despesa de consumo privado”.

No primeiro semestre do ano, a economia de Macau registou um crescimento homólogo de 10,9 por cento, em termos reais, com o PIB a alcançar 95.055 milhões de patacas no final de Junho.

A procura externa manteve-se em alta no segundo trimestre do ano, impulsionando o crescimento anual de 18,8 por cento das exportações de serviços, destacando-se os aumentos homólogos de 19 por cento nas do jogo e de 22,1 por cento nas de outros serviços turísticos, além de uma ligeira subida de 0,5 por cento das exportações de bens, informou a DSEC.

A procura interna subiu consistentemente, enquanto a despesa de consumo privado e as importações de bens cresceram respectivamente 3,4 por cento e 2,4 por cento, em termos anuais.

Menos bens e serviços

Em sentido inverso, a despesa de consumo final do Governo e o investimento sofreram descidas, ambos de 2,4 por cento em termos anuais. Tal foi inferior à do primeiro trimestre (mais 4,8 por cento) em consequência da notável descida de 11,0 por cento nas aquisições líquidas de bens e serviços.

O deflector implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 2,2 por cento.

Já a despesa de consumo privado aumentou “à medida da recuperação económica, do abrandamento da inflação e do contínuo comportamento satisfatório do mercado de emprego”, os quais “suportaram o crescimento anual de 3,4 por cento da despesa de consumo privado, que superou o do primeiro trimestre (1,6%)”, acrescentou.

A despesa de consumo final das famílias cresceu 2,5% no mercado local e 5% no exterior.

As remunerações dos empregados aumentaram, por seu turno, 2,7 por cento.

A DSEC indicou ainda que o investimento abrandou, com a formação bruta de capital fixo, que o reflecte, a registar uma contracção homóloga de 2,4 por cento, contrastando com o primeiro trimestre (+7,1 por cento), devido à “contínua conclusão das obras de grande envergadura de construção de instalações do turismo e entretenimento”.

O investimento do sector privado registou um recuo homólogo de 8,8 por cento, salientando-se as quedas de 7,3 por cento no investimento em construção e de 20,2 por cento no investimento em equipamento.

Em contrapartida, o investimento do sector público aumentou significativamente (73,1 por cento) devido ao acréscimo substancial de 84,1 por cento em obras públicas.

Em alta manteve-se também o comércio de mercadorias, com as exportações e importações de bens a registarem crescimentos de 0,5 e 2,4 por cento, respectivamente, em termos anuais homólogos, graças aos aumentos da despesa de consumo privado e da despesa dos visitantes no segundo trimestre.

Também segundo a DSEC, devido ao acréscimo do número de visitantes e da respectiva despesa, o aumento homólogo das exportações de serviços passou para 18,8 por cento no segundo trimestre, realçando-se os aumentos de 19% nas exportações de serviços do jogo e de 22,1 por cento nas de outros serviços turísticos, superiores aos do primeiro trimestre (mais 11,3 e 20,9 por cento).

Quanto às importações de serviços, a subida homóloga foi de 15,1 por cento.

29 Ago 2017

Estatísticas | Receitas públicas aumentam 15,1 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas públicas de Macau subiram 15,1 por cento até Julho, em termos anuais homólogos, em linha com o aumento da verba arrecadada com os impostos directos cobrados sobre a indústria do jogo, indicam dados oficiais.

De acordo com dados provisórios disponíveis no website da Direcção dos Serviços de Finanças, a Administração de Macau fechou os primeiros sete meses do ano com receitas totais de 64.029 milhões de patacas, valor que traduz uma execução de 70,5 por cento.

Os impostos directos sobre o jogo foram de 52.371 milhões de patacas, reflectindo um aumento de 15,6 por cento relativamente ao mesmo período do ano passado e uma execução de 72,9 por cento face ao orçamento autorizado para 2017.

A importância do jogo reflecte-se no peso que detém no orçamento: 81,7 por cento nas receitas totais, 82 por cento nas correntes e 94,5 por cento nas derivadas dos impostos directos.

Já as despesas cifraram-se em 39.691 milhões de patacas nos primeiros sete meses do ano – mais 0,6 por cento em termos anuais homólogos –, estando cumpridas em 46,5 por cento.

Nesta rubrica destacaram-se os gastos ao abrigo do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) que alcançaram 6.997 milhões de patacas, traduzindo um aumento de 236,3 por cento e uma execução de 45,9 por cento.

Entre receitas e despesas, a Administração de Macau acumulava até Julho um saldo positivo de 24.338 milhões de patacas, um aumento de 50,5 por cento face ao apurado nos primeiros sete meses de 2016.

A almofada financeira excede em muito o previsto para todo o ano (5.567 milhões de patacas), com a taxa de execução a corresponder já a 437,1 por cento do orçamentado.

As receitas públicas, que voltaram a crescer em Janeiro após meses de quedas homólogas, acompanharam o desempenho da indústria de jogo.

29 Ago 2017

Tufão Hato | Doações dos casinos chegam a 120 milhões

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos três operadoras de jogo de Macau – MGM, Galaxy e Melco – anunciaram doações equivalentes a cerca de 120 milhões de patacas para ajudar nos trabalhos de recuperação e apoio à população, após o devastador tufão Hato.

O universo da Galaxy Entertainment anunciou uma doação de 60 milhões de dólares de Hong Kong, “incluindo 30 milhões [de dólares de Hong Kong] da Fundação do Galaxy Entertainment Group, mais uma equivalente contribuição de 30 milhões da família Lui, para apoiar os trabalhos de auxílio às pessoas de Macau”, de acordo com um comunicado enviado pelo presidente da Galaxy, Lui Che Woo.

“Na quarta-feira (…) o tufão Hato, o mais poderoso e destrutivo tufão em mais de meio século, desceu rapidamente sobre Macau e causou amplos danos e significativas dificuldades aos seus cidadãos”, indica o comunicado, que refere que as instalações da Galaxy ficaram danificadas, mas “apenas ferimentos menores foram relatados”.

“Quero expressar as minhas sinceras condolências às famílias e amigos das pessoas que morreram e aos cidadãos que sofreram ferimentos em resultado da devastadora destruição trazida por dois tufões”, diz ainda Lui.

Por seu lado, a Melco Entertainment anunciou que criou um fundo de 30 milhões de patacas para apoiar “os funcionários, a comunidade e os trabalhos de recuperação no rescaldo do tufão Hato em Macau”.

A empresa suspendeu a construção do seu novo hotel Morpheus, de modo a poder desviar dois mil trabalhadores para as tarefas de recuperação da cidade durante este fim de semana.

Uma equipa de 2.500 voluntários da Melco e trabalhadores da construção foi também formada para ajudar a limpar destroços, distribuir garrafas de água e apoiar com necessidades urgentes da população, segundo a empresa.

“Este é o pior tufão que Macau viu em mais de meio século. A Melco e eu, pessoalmente, estamos cem por cento comprometidos em partilhar os nossos recursos colectivos para ajudar a cidade e as suas gentes a conseguir uma rápida e total recuperação da ordem”, indicou o presidente executivo da Melco, Lawrence Ho.

A MGM anunciou valor semelhante, 30 milhões de patacas. A forma como o dinheiro será distribuído “será decidida nos próximos dias e meses, com a orientação do Governo de Macau”, com as necessidades dos funcionários da operadora e das suas famílias a serem “consideradas e incluídas na alocação de fundos”.

29 Ago 2017

Violeta Parra | Centenário do nascimento celebrado com concerto em Lisboa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] centenário do nascimento da cantautora Violeta Parra é assinalado em Setembro, em Lisboa, com um concerto pela filha Isabel e pela neta Tita, que além dos seus repertórios, interpretam canções da criadora de “Gracias a la Vida”

Em Lisboa, “vamos cantar canções de Violeta, poemas de Violeta musicados por nós, e canções dos nossos repertórios”, adiantou à agência Lusa Isabel Parra.

O espetáculo celebrativo acontece no dia 12 de setembro às no pequeno auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no âmbito da programação “Passado e Presente” de Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura 2017 e das comemorações do centenário do nascimento de Violeta Parra, organizadas pela secretaria de Estado da Cultura do Chile.

Ao palco além de Isabel, que toca o quatro (um pequeno cordofone venezuelano), e de Tita, que toca quatro, guitarra e outros instrumentos, sobem também os multi-instrumentistas Greco Acuña, Juan António Sanchez.

Violeta Parra (1917-1967) “pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis como a canção ‘Volver a los 17’”, assinala a organização em comunicado enviado à Lusa.

“Foi graças a Violeta Parra que, nos anos 1950, a música tradicional chilena viveu um período áureo de resgate e valorização. Viajando pelo país, mapeou ritmos, danças e canções, reunindo um espólio de cerca de três mil canções tradicionais. Depois, na década de 1960, a sua defesa do património colocou-a na frente do movimento da ‘nueva canción’, que não foi mais que a música de intervenção do Chile de Salvador Allende”, refere a mesma fonte.

Na continuidade

Em declarações à Lusa, Isabel reivindicou o legado da mãe: “Nós vimos de uma raiz que nasceu da história social do Chile, o nosso compromisso vem da nossa mãe, crescemos com ela, trabalhámos com, formámo-nos com ela. Para nós é natural seguir esse caminho, que é o caminho de tanta gente. Na realidade é um processo que se desenvolve em cada um de nós, de uma forma espontânea, simples, e a partir das raízes de Violeta Parra, cada um de nós vai criando o seu próprio pensamento, a sua história, e a nossa relação com o nosso país [Chile] e com o continente sul-americano”.

“Temos, porém, uma linguagem e pensamento próprios”, sublinhou.

A organização realça “o lirismo dos versos de canções como ‘Gracias a la Vida’ que embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos”.

Referindo-se ao alinhamento que vão apresentar no palco belenense, este “mescla o repertório das três mulheres”.

A ideia, explicou Isabel Parra, é mostrar não apenas as canções de Violeta Parra, como “¿Qué dirá el Santo Padre?”, mas também aquilo que as duas compõem e o que as inquieta.

“Queremos mostrar como Tita compõe as suas canções, quais são as suas temáticas, o que é que eu quero e tenho para dizer, e, claro, interpretamos as coisas de Violeta, que é algo natural para nós”, afirmou Isabel Parra, tendo adiantado que estão “a preparar algo especial para apresentar em Portugal”, nomeadamente o legado folclórico.

Para Isabel Parra, de 78 anos, é uma estreia em Portugal, o que considera “magnífico”, até pelo convívio que teve em França com comunidades portugueses. Tita Parra, de 61 anos, atuou em 1991.

Isabel Parra qualificou de “interminável” o trabalho que tem feito em torno da obra de Violeta Parra.

“O legado e o compromisso político de Violeta Parra continuam actuais, e nós somos mulheres políticas e temo-la como referente, não só para nós, para músicos de todo o mundo”, disse.

Como mãe “era super-original, não era uma mamã tradicional, levava os filhos para todo o lado, envolvia-os no seu trabalho, convidou-os para esse seu mundo musical”.

Depois de Lisboa, Isabel e Tita Parra actuam em Barcelona, antes de regressar ao Chile, onde está previsto, no dia 4 de Outubro, “um grande evento com a presença da Presidente da República, Michelle Bachelet”.

29 Ago 2017

Pequim mantém tropas em território disputado com a Índia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse ontem que as suas tropas continuam a patrulhar o planalto de Doklam, território disputado nos Himalaias, apesar de a Índia ter afirmado que acordou com Pequim a retirada dos soldados dos dois países.

“A Índia retirou da delimitação todo o seu pessoal”, disse em conferência de imprensa a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

As tropas fronteiriças chinesas “continuam a patrulhar a área” e a China “continuará a exercer a sua soberania e a defender a sua integridade territorial”, acrescentou.

A porta-voz não confirmou que tenha havido um acordo com Nova Deli, que prevê a retirada dos soldados dos dois países, como garantiu, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.

Do outro lado

A nota do ministério indiano aponta que os dois lados mantiveram contactos sobre a situação em Doklam e conseguiram expressar as suas visões e transmitir as suas preocupações e interesses, tendo ambos iniciado o processo de retirada das tropas daquele território.

Tropas indianas entraram no planalto depois de o Butão, aliado da Índia, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território.

Hua Chunying não teceu comentários sobre a construção dessa infraestrutura.

O anúncio surge a uma semana de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, viajar para a China, para participar na cimeira do BRICS, o grupo de economias emergentes, que inclui ainda África do Sul, Brasil e Rússia.

Durantes os últimos meses, a Índia insistiu que o problema fosse resolvido através do diálogo, enquanto a China exigiu que a Índia retirasse as suas tropas de Doklam, como condição para o diálogo.

Aquela área é conhecida na Índia como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”), um corredor estreito, que liga os estados do nordeste da Índia ao resto do país.

Caso a China conseguisse bloquear aquele corredor, o nordeste da Índia passaria a estar isolado do resto do país.

Já o Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira.

China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.

29 Ago 2017

Rumores “maliciosos” levam à queda de acções do grupo Wanda

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s ações do Wanda Hotel Development, subsidiária do conglomerado chinês Wanda Group, caíram ontem 10 por cento, na abertura da bolsa de Hong Kong, devido a rumores sobre o presidente do grupo, Wang Jianlin.

O portal de notícia Boxun, escrito em chinês, mas sediado nos Estados Unidos, assegurou que Wang foi temporariamente detido na semana passada e impedido de sair da China.

Segundo o mesmo portal, que cita fontes não identificadas, Wang tentou transferir todos os seus familiares para o Reino Unido, num voo privado, mas as autoridades chinesas proibiram-lhes também a saída do país.

O grupo Wanda emitiu, entretanto, um comunicado a criticar os “rumores maliciosos” e “completamente infundados”, e assegurou que adoptará ações legais contra o portal.

As ações do Wanda Hotel Development caíram até 10 por cento, nas primeiras transações do dia na bolsa de Hong Kong.

O grupo Wanda está sobre apertada vigilância das autoridades chinesas, devido ao aumento da sua dívida, susceptível de gerar riscos para o sistema financeiro do país. O Governo chinês pediu recentemente aos bancos estatais que limitem os empréstimos para projectos e aquisições além-fronteiras do grupo.

Ricas contas

No mês passado, o Wanda anunciou que saldou a maior parte das suas dívidas, que ascendiam a 200.000 milhões de yuan, após a venda de hotéis e parques de diversão.

Fundado no final da década de 1980 em Dalian, no nordeste da China, o Wanda Group começou por se impor no sector imobiliário, mas nos últimos anos passou a investir também no cinema e no turismo.

Em 2012, mediatizou-se ao adquirir a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA.

No ano passado, anunciou a compra da Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares.

O grupo detém ainda a cadeia de cinemas Odeon & UCI, presente em Portugal.

Wang Jianlin é considerado o homem mais rico da China.

29 Ago 2017

O naufrágio em Camilo Pessanha (continuação)

Ângela Carvalho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] esta ideia já fez também referência Barbara Spaggiari em O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, quando aludiu à forma como o autor olhava o mundo:

[analisava] os aspectos fenoménicos da realidade e [sondava] as relações íntimas implícitas nas coisas, tendo sempre a consciência da intervenção racional e emotiva do eu na percepção do mundo. (…) [Para Pessanha] a tarefa da poesia é evocar a realidade, não só reproduzindo-lhe a beleza exterior mas também captando a trama densa de relações que liga cada parte do universo ao todo. (1982: 44)

o podemos contudo dissociar o olhar de Camilo Pessanha sobre a realidade do que isso trouxe de relevante à sua escrita, notando, como Barbara Spaggiari o fez, que “As categorias perceptivas fundem-se e subvertem-se na sinestesia” (ibidem: 49), oferecendo a realidade “os seus fragmentos cortantes para construir correlações e analogias, símbolos e metáforas, em que as coordenadas espaciais se anulam, as referências historico-biográficas se tornam fugazes, contornos, tons e cores adquirem uma fluidez que se transmite ao ritmo do verso” (ibidem:  48-9).

Retomando ainda os vestígios humanos, note-se que estes aparecem como fruto de “naufrágios”, “perdições”, “destroços”, como ruínas de ruínas, do mesmo modo que no poema “Chorai arcadas” surgem os “– : Lemes e mastros…/ E os alabastros/ Dos balaústres!” (vv. 18-20) ou as “Urnas quebradas!/ Blocos de gelo…” (vv. 21-2), não respeitando estas turbações sequer o repouso além-vida. No “So- neto de Gelo” encontra-se ainda um “resto de batel” à deriva no mar. Penso que será útil indagar o que são realmente estas ruínas, uma vez que, ao contrário do que se podia pensar, não representam o fim de nada, não são o momento de anulação da matéria, mas antes a “mineralidade a que a vida, por decomposição (…) regressa” (Lopes, 1970: 131) e a reorganização pela referida ars inveniendi. Sobre este assunto refere Paula Morão que:

se pensarmos na Lei de Lavoisier, segundo a qual na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, perceberemos que se perde um corpo olímpico para que a água ganhe maior densidade ao integrar a matéria em decomposição (2004: 248).

Contrastando com a violência patente em verbos como “partir”, desengastar”, despedaçar”, quebrar”, derruir”, afundir” e arrebatar

  • Ð que dão conta de processos conducentes à ruína –, temos a calmaria o temida na carta anteriormente citada e de novo invocada no poema “Singra o navio. Sob a água clara”: “Na fria transparência luminosa/ Repousam, fundos, sob a água plana.” (vv. 7-8). A ideia de morte está sempre presente, tanto pela acção violenta como pela ausência de acção, o que conduz à constatação enunciada já por Eróstrato:

As inclinações do ânimo fazem e destroem tudo. Se a razão dominasse o mundo nada aconteceria nele. Costuma-se dizer que os nautas têm um receio extremo da calmaria e que desejam vento, embora se exponham ao perigo de uma tempestade. Os movimentos do ânimo são, no caso dos homens, os ventos que são necessários para pôr tudo em movimento, apesar deles por vezes provocarem tempestades e outras intempéries. (cit. in Blumenberg, 1979: 49)

Chegamos assim à ideia de inevitabilidade a que já me referi anteriormente. Uma inevitabilidade qudo mesmo modo que o sujeito poético é espectador de naufrágios – pode vir a servir de espectáculo a outro “eu” ou a si mesmo (cf. “Soneto de Gelo”), utilizando a mesma configuração de Schopenhauer, referida por Hans Blumenberg, “[da] identidade do sujeito humano [que se decifra] perfeitamente nas duas posições, na do náufrago e na do que contempla.(Blumenberg, 1979: 81). Do meu ponto de vista, o sujeito poético da Clepsydra enquadrase bem “no sentimento do sublime” (ibidem: 82) em que “O espectador [se] ultrapassa na reflexão e passa a espectador transcendental(ibid.), sentindo-se ao mesmo tempo indivíduo “abandonado ao acaso [e] sujeito eterno e tranquilo do conhecimento” (ibid.). Neste ponto impõe-se invocar Goethe, que, ultrapassando a metáfora do naufrágio, chega à “metáfora da ausência de vestígios das rotas traçadas no mar” (ibid.: 77), preconizando que:

do mesmo modo como a água, que é afastada à passagem de um barco, conflui novamente atrás dele, também o erro, que foi banido por espíritos superiores para se afirmarem, se impõe muito rápida e naturalmente depois da sua passagem. (…) A fórmula mais curta para esta experiência é que na realidade, o absurdo preenche o mundo (ibid.: 78).

Trata-se daquilo a que Pessanha chama “um destino invencível e absurdo.” (cit. in Lencastre, 1984: 110). O absurdo que desencadeia muito do desespero do poeta é a mortalidade da condição humana, como já foi notado por Óscar Lopes no artigo “Pessanha, o Quebrar dos Espelhos”. Na confusão entre as noções de espaço e de tempo podemos sentir uma tentativa de evasão da contingência de finitude da vida humana, juntamente com uma referência implícita à mineralidade, podendo servir de exemplo a distância-tempo e a distância-lonjura da “figura peregrina” do poema “Singra o navio. Sob água clara”. A tentativa de Pessanha de se evadir à contingência da finitude da vida humana passa também pelo ensaio de anulação do tempo “presente”, aspecto já notado por Ester de Lemos em A “Clépsidra” de Camilo Pessanha, onde chamou a atenção para o facto de o sujeito poético da obra não entender o tempo da mesma forma que Bergson o entendeu, como “une succession d’états dont chacun annonce ce qui suit et contient ce qui précède” (cit. in Lemos, 1956: 46).

Também Maria José de Lencastre o apontou em nota à missiva de 30 de Abril de 1894, que o poeta dirigiu a Alberto Osório de Castro, referindo que uma das suas mais evidentes preocupações era a corrente temporal, revelando um grande desejo de abandono ao instante a que Ester de Lemos chamaria de “deslizar contínuo” e a que Pessanha já se tinha referido nestes termos em carta anteriormente citada: “Sabe o que eu agora desejaria? Não chegar ao meu sítio nunca… Ir assim, a bordo de um navio, sem destino.”.

José Bento observou algo de semelhante no artigo “Outra vez o tema da água na poesia de Camilo Pessanha”: “A ânsia de aniquilamento, que é um dos temas mais insistentes da poesia de Pessanha, poderá ser satisfeita pelo mar” (1984: 16).

Em conclusão, este naufrágio a que fui fazendo menção, o abismar-se, é uma das diversas vias de atingir a morte. Morte esta que em certo momento surge como uma tentativa de evasão de Camilo Pessanha do absurdo da finitude da condição humana através do naufrágio e da ruína como pontos de partida para uma outra existência (cf. “Singra o navio. Sob água clara”). Contudo, no poema “Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas”, como já referi anteriormente, temos uma postura do sujeito poético que não deixa qualquer margem à esperança, desejando unicamente o aniquilamento. O desejo de morte nesse mesmo sentido pode ser complementado pelo contributo de João Camilo, que se referiu à existência e à morte na obra poética de Camilo Pessanha da seguinte forma:

a existência, dado que tudo está destinado a desaparecer, acaba por impor-se definitivamente como uma viagem ou caminho sem sentido porque sem meta definida (…). A partir destas constata ções, o poeta é levado a desejar a morte, que põe fim às ilusões e às desilusões, que elimina todas as tensões, que restabelece um estado de equilíbrio absoluto semelhante àquele que precede a existência (1985: 68).

Não nos podemos contudo esquecer do contexto histórico-tem- poral e literário em que Camilo Pessanha se insere, dado que a sua obra a eles não é alheia, mesmo se o seu “conceito de poesia [está] desvinculado dos ditames da moda do tempo. A poesia é para ele o reflexo de um modo de ser e de viver, antes de ser a aplicação voluntária de teorias literárias ou filosóficas” (Spaggiari, 1982: 40). Todavia, e apesar de as reacções perante o momento de crise sentido no fim do século XIX terem sido diversas, houve uma resposta comum dos intelectuais da época: a fuga. É pois nesse contexto que nos surge a Clepsydra, por um lado como um testemunho da sua época, por outro como um monumento estético autónomo e de grande beleza.

Bibliografia

1 – Activa

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1893, “Ao meu coração um peso de ferro”; ed. ut.: ibidem, pp. 50-1. 1899, “Singra o navio. Sob água clara”; ed. ut.: ibidem, pp. 32-3. 1900, “Chorai arcadas”; ed. ut.: ibidem, pp. 60-1.

1916, “Eu vi a luz em um país perdido”; ed. ut.: ibidem, p. 9.

1916, “Ó cores virtuais que jazeis subterrâneas”; ed. ut.: ibidem, pp. 72-3. 1921, [Carta a Ana de Castro Osório]; ed. ut.: Cartas a Alberto Osório de

Castro, João Baptista de Castro e Ana de Castro Osório, ed. de Maria José de Lencastre; [Lisboa], Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1984, p. 83.

s/d, [Carta a Alberto Osório de Castro]; ed. ut.: ibidem, pp. 48-50.

1- Passiva

BENTO, José

1984, “Outra vez o tema da água na poesia de Camilo Pessanha”, in Persona, n.º 10, Porto, Centro de Estudos Pessoanos, pp. 12-16.

231

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1985, “Sobre a “abulia” de Camilo Pessanha”, in Persona, n.os 11-12, Porto, Centro de Estudos Pessoanos, pp. 67-70.

LEMOS, Ester de

1956, A “Clépsidra” de Camilo Pessanha, Porto, Livraria Tavares Martins.

232

LENCASTRE, Maria José de

1984, “Notas”, in Camilo Pessanha, Cartas a Alberto Osório de Castro, João Baptista de Castro e Ana de Castro Osório, [Lisboa], Imprensa Nacional – Casa da Moeda, pp. 91-117.

LOPES, Óscar

1970, “Pessanha, o Quebrar dos Espelhos”, in Ler e Depois; ed. ut.: AA. VV., Homenagem a Camilo Pessanha, org. Daniel Pires; Macau, Instituto Português do Oriente / Instituto Cultural de Macau, 1990, pp. 128-136.

MORÃO, Paula

2004, “Camilo Pessanha – lendo Clepsydra, in Retratos com Sombra. António Nobre e os seus contemporâneos, Porto, Caixotim, pp. 239-251.

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1982, O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa – Ministério da Educação e das Universidades.

    1. 1. Geral

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1979, Schiffruch Mit Zuschauer. Paradigma einer Daseinesmetapher; ed. ut.: Naufrágio com Espectador. Paradigma de uma metáfora da existência, Lisboa, Vega, 1990.

29 Ago 2017

Tufão Hato | CCAC abre inquérito sobre procedimentos dos SMG

O Comissariado Contra a Corrupção de Macau (CCAC) anunciou ontem a abertura de um inquérito aos procedimentos dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), após a passagem do tufão Hato, que fez dez mortos.

[dropcap style≠’circle’]“O[/dropcap] CCAC determinou, por despacho, que tivesse lugar um inquérito sobre os procedimentos de previsão de tufões e sobre a gestão interna dos SMG”, nomeadamente “procurando determinar responsabilidades a assumir, no âmbito dos procedimentos de previsão de tufões e da gestão interna por parte do ex-director do SMG Fong Soi Kun”, referiu o CCAC em comunicado.

O resultado do inquérito, a realizar pela Direcção dos Serviços de Provedoria de Justiça, vai ser entregue ao Chefe do Executivo.

O curto intervalo de tempo entre o içar de sinais de tempestade tropical após a passagem do Hato, em particular atendendo à velocidade a que se movia o tufão, fez gerar dúvidas sobre a capacidade de previsão dos SMG.

Macau içou o sinal 3 de tempestade tropical às 03:00 de quarta-feira, elevando-o a 8 seis horas depois. Passada uma hora e meia foi hasteado o sinal 9 e, volvidos somente 45 minutos, içado o sinal máximo (10), o que não sucedia desde 1999.

Queixas antigas

Fong Soi Kun – que apresentou a demissão um dia depois do tufão Hato – tinha estado debaixo de fogo devido ao hastear dos sinais de tempestade tropical há um ano, por ocasião da passagem do tufão Nida, altura em que os SMG içaram apenas o 3, tendo sido criticados por não terem elevado o alerta para 8.

No comunicado, o CCAC lembrou ter realizado no passado uma investigação aos SMG, após ter recebido “muitas queixas apresentadas pelos cidadãos, pondo em causa a decisão de não içar o sinal 8 de tufão” aquando da passagem do Nida, em Agosto de 2016.

“Após investigação, apesar de não ter sido detectada uma violação grosseira das disposições legais, o CCAC verificou a existência de alguns problemas nos procedimentos relativos à previsão de tufões e nos respectivos critérios adoptados pelos SMG, bem como relativamente à gestão interna do mesmo serviço”, indicou o CCAC, numa referência ao que sucedeu no ano passado.

Esses problemas “já foram comunicados à direcção dos SMG”, à qual foram também submetidas “as respectivas sugestões de melhoramento”, acrescentou.

29 Ago 2017

SCMP | Casinos terão influenciado decisão dos SMG

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o jornal South China Morning Post, os casinos terão influenciado o trabalho dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) no que diz respeito à previsão do sinal do tufão Hato.

Fontes citadas pelo jornal, “com conhecimento dos planos do serviço de protecção civil” afirmam que os SMG só içaram o sinal 8 de tufão na passada quarta-feira para evitar que as concessionárias pagassem horas extra aos seus funcionários.

“A partir do momento em que o sinal 8 é içado, os casinos são obrigados a pagar a todos os funcionários as horas extras. Enquanto que esta é uma questão com a qual as grandes operadoras de jogo conseguem lidar, o mesmo não acontece com os casinos de menor dimensão, ligados às sub-concessionárias”, lê-se na notícia do jornal de Hong Kong.

A mesma fonte adiantou que “não é necessária uma pressão directa e feita abertamente, mas não há dúvida de que o ‘factor casino’ tem um papel importante naqueles que tomam as decisões relacionadas com os sinais de tempestade que são içados”.

Ao mesmo jornal, o politólogo Larry So considerou que o “Governo não consegue dar resposta às expectativas das pessoas numa cidade que se auto-proclama de primeira classe”.

Bens alimentares e medicinais reaproveitados são um risco

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da passagem do tufão Hato e com os danos nas várias lojas de alimentos e produtos de medicina tradicional chinesa, muitos são os comerciantes que estão a tentar reutilizar bens alimentares e medicinais que podem estar seriamente estragados. José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) admite a situação.

Visitei algumas zonas afectadas e reparei que algumas lojas de medicina tradicional chinesa estão a secar os seus produtos na rua”, disse o responsável ontem em conferência de imprensa. José Tavares considera que “não é correcto” e afirma que o procedimento não é permitido, sendo que a situação pode estar a repetir-se depois dos danos causados ontem pela passagem do tufão Pakhar no território. No entanto, o responsável refere que se tratam de “produtos muito caros e que a sua perda implica muitos custos”, deixando um apelo aos comerciantes para que não façam o seu reaproveitamento.

No que respeita a produtos alimentares o responsável do IACM aponta que “muitos deles não são recuperáveis e já foram mesmo para o lixo porque não é possível o seu reaproveitamento”.

“Há sacos de arroz e peixe que estão visivelmente estragados e que não podem ser consumidos”, referiu. Quanto a medidas a tomar, José Tavares afirma que há muito para fazer e que serão feitas inspecções.

Já o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, reitera que serão feitas mais inspecções, especialmente na zona do Porto Interior e apela à sensatez, até porque alimentos estragados “é algo muito sério e têm de ter um tratamento correcto não sendo possível consumir os estragados”, sublinhou. S.M.M.

28 Ago 2017

Gabinete de Ligação destaca trabalho do exército nas ruas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presença do Exército de Libertação do Povo Chinês, que desde 1999 não pisava as ruas de Macau, levou o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM a emitir um comunicado onde destaca a parceria entre Pequim e Macau aquando da passagem do tufão Hato pelo território.

O documento lembra que a tempestade causou grandes estragos ao território, uma “grande quantidade de vítimas” e perdas de bens. Os representantes do Gabinete de Ligação afirmam estar tristes pelas perdas registadas, enviando as suas condolências aos familiares dos que partiram, aos feridos e a toda a população.

O organismo mostra ainda o seu respeito para com os cidadãos que ajudaram nos trabalhos de limpeza das ruas.

O porta-voz do Gabinete de Ligação destaca também que foi autorizado o apoio concedido pelo exército chinês aos cidadãos, uma acção que mostra a “ligação entre Macau e o Governo Central”. “A pátria tem sido o apoio ao território”, lê-se ainda no comunicado.

O organismo espera que o território possa voltar à normalidade o mais depressa possível, lembrando a relação próxima que se verificou entre os cidadãos e os militares. Na visão de Pequim, o Exército de Libertação do Povo Chinês é, por isso, “uma tropa excelente em que a população pode confiar”.

“A sociedade de Macau sempre se auxiliou mutuamente. Com o apoio do Governo Central e a liderança da RAEM, caso a população continue a caminhar num sentido de solidariedade, irá ultrapassar de certeza as dificuldades que se registarem após a catástrofe”, remata o comunicado.

28 Ago 2017

Documentário de Miguel Gonçalves Mendes na recta final

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]igantones, um coro, a banda filarmónica e algumas dezenas de figurantes participaram no sábado em Viana do Castelo na rodagem final do documentário “O Sentido da Vida”, que Miguel Gonçalves Mendes conclui ao fim de quatro anos.

Neste período, o cineasta viajou até Macau para filmar algumas cenas do documentário.

Na movimentada Praça da República, com as esplanadas cheias de turistas, Miguel Gonçalves Mendes gravou a cena que encerra o documentário, um projecto que o levou a percorrer vários países com uma demanda quase filosófica sobre a ligação das pessoas ao mundo e que só deverá chegar aos cinemas em Janeiro de 2019.

“O Sentido da Vida” conta a história real de Giovane Brisotto, um jovem brasileiro portador de paramiloidose familiar, uma doença degenerativa, de origem portuguesa, conhecida como “doença dos pezinhos”.

Giovane Brisotto, que fez um transplante de fígado em 2015, decide fazer uma viagem pelo mundo, cruzando-se com várias personalidades que o ajudarão a entender o significado da vida. E é essa viagem de Miguel Gonçalves Mendes filma.

Volta ao mundo

Juntos, fizeram mais de 50 mil quilómetros pelo mundo, passaram por países onde existem ainda casos da “doença dos pezinhos”, como o Japão e o Brasil, gravaram imagens no espaço e concluem agora o périplo em Portugal.

“Pessoalmente, é mais importante a sua procura [o sentido da vida] e o questionamento do que a resposta. Eu, como descrente e muito pouco optimista em relação a este mundo, acho que nós somos fruto do acaso. O sentido da vida é vivermos e sermos felizes com a máxima dignidade que nos é permitida”, disse o realizador à agência Lusa momentos antes da rodagem final.

Entre as personalidades que Giovane Brisotto e o realizador encontraram no caminho estão a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o astronauta Andreas Mogensen, o escritor Valter Hugo Mãe, o juiz espanhol Baltasar Garzón e o músico islandês Hilmar Örn Hilmarsson, todos eles retratados agora em gigantones para a cena final do documentário e que tanta curiosidade causaram em Viana do Castelo.

“Ao acompanharmos a vida de sete figuras públicas de diferentes culturas, países profissões – justiça, política, ciência, musica, literatura – qualquer pessoa se pode espelhar nas dinâmicas distintas do mundo na forma como lidamos com os problemas”, opinou.

A última cena filmada em Viana do Castelo é, no entender de Miguel Gonçalves Mendes, “uma espécie de mensagem para que as pessoas tomem as rédeas das suas vidas e que sejam felizes”.

“Era o meu maior desejo: que as pessoas saíssem do filme com necessidade de mudar as suas vidas e mudar o mundo. E terem consciência real de que infelizmente o tempo está a contar. Ou somos felizes agora e lutamos por aquilo em que acreditamos ou não”, disse.

“O Sentido da Vida” conta com co-produção do Brasil e de Espanha, e apoio das produtoras dos realizadores Fernando Meirelles e Pedro Almodóvar, e seguirá nos próximos meses para montagem e pós-produção.

28 Ago 2017