Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang reúne milhares de pessoas em manifestação anti-americana [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhares de norte-coreanos participaram no sábado numa manifestação anti-americana convocada pelo regime de Pyongyang, em apoio ao líder Kim Jong Un, num momento marcado pela ‘guerra’ de palavras com Donald Trump, informou ontem a agência KCNA. Segundo o texto divulgado pela agência estatal norte-coreana, mais de 100.000 pessoas participaram na concentração na praça Kim Il Sung, no centro de Pyongyang. Durante o evento, foi lido na íntegra o comunicado de Kim Jong Un publicado na sexta-feira. Nesse texto, o líder norte-coreano criticou o discurso de Trump na terça-feira na ONU, no qual o Presidente dos EUA ameaçava “destruir totalmente a Coreia do Norte”, e classificou Trump como um “louco”, lançando novas ameaças contra Washington. Manifestantes marcharam com cartazes com ‘slogans’ como “vingança decisiva” e “morte para os imperialistas americanos” e entoaram palavras de ordem como “destruição total”, segundo a KCNA, citada pela Associated Press. A multidão incluía trabalhadores, funcionários do regime e estudantes, segundo a KCNA. Os contínuos testes de mísseis pela Coreia do Norte e a dura retórica usada por Washington após a chegada em Janeiro de Donald Trump à Casa Branca fizeram disparar este ano a tensão regional até níveis inéditos. O mais recente episódio desta crise ocorreu no sábado, quando bombardeiros e caças norte-americanos voaram perto da costa da Coreia do Norte para enviar uma “mensagem clara” de que Washington dispõe de “opções militares” perante qualquer ameaça, informou o Pentágono. Os Estados Unidos já enviaram este ano em várias ocasiões os seus aviões militares até perto da Coreia do Norte como demonstração de força.
Hoje Macau DesportoMacau vai receber partida de futebol China-Portugal em 2019 Cristiano Ronaldo e companhia vão visitar o território em 2019 para um jogo de futebol com a China, que vai assinalar o 20.º aniversário da transferência da soberania de Macau [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai ser o palco de um encontro entre a selecções de futebol de Portugal e a China, em 2019, no âmbito do 40.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e do 20.º aniversário da transferência de soberania de Macau. A informação foi avançada, na sexta-feira, pelo gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. O comunicado foi feito depois de um encontro, na quarta-feira, entre o governante de Macau e o Ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues, que também tutela o desporto. “Ambos os governantes expressaram o desejo de celebrar os 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, que se celebra em 2019 e que coincide com os 20 anos da RAEM, através do desporto, nomeadamente de um jogo entre as selecções chinesa e portuguesa a realizar em Macau”, pode ler-se no comunicado. Anteriormente, as duas selecções defrontaram-se em duas ocasiões. O primeiro encontro foi em Maio de 2002, em Macau, na preparação para o Mundial da Coreia do Sul e do Japão. Na altura, Portugal venceu por 2-0, com golos de Nuno Gomes e Pauleta. Esta foi uma partida que também ficou marcada pelo penálti desperdiçado por Rui Costa. Porém o Mundial acabou por ser de má memória para os portuguesas, com a equipa orientada por António Oliveira a ser eliminada na fase de grupos. O outro encontro foi disputado no Estádio Municipal de Coimbra, em Março de 2010, e a selecção portuguesa voltou a vencer por 2-0. Hugo Almeida, aos 35 minutos, e Liedson – que tinha substituído Cristiano Ronaldo –, aos 90 minutos, foram os marcadores de serviço. Preparação Olímpica Ainda no âmbito desportivo, os governos discutiram a possibilidade de Macau ser o centro de preparação dos atletas portugueses para os Jogos Olímpicos e Para-Olímpicos de Tóquio, que se realizam em 2020. “Os governantes concordaram que Macau tem condições únicas para ajudar na preparação das selecções olímpica e para-olímpica portuguesa para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020”, foi sublinhado. Esta possibilidade seria uma repetição da estratégia de preparação da selecção masculina de hóquei em patins, que fez parte da preparação para o mundial da modalidade em Macau. O torneio, que se realizou no início deste mês, foi disputado em Nanjing, e no final Portugal acabou num segunda lugar, após ter perdido, nas grandes penalidades, o encontro decisivo diante da rival Espanha. Do encontro de governantes, ficou também em cima da mesa a hipótese de equipas de Lisboa, Porto e Coimbra participarem no próximo Festival Juvenil Internacional de Dança, em Macau. O evento acontece de dois em dois anos, e Alexis Tam explicou ao ministro português que seria uma boa oportunidade para que os jovens do país europeu conhecessem melhor a cultura de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Retidos navios chineses que pescaram tubarão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo timorense suspendeu ontem as licenças de uma frota de navios chineses apanhada a pescar tubarão em águas timorenses, enquanto conduz investigações para determinar se a empresa cumpriu todos os critérios legais. O ministro da Agricultura e Pescas timorense, Estanislau da Silva, disse à Lusa que enquanto decorrem as investigações, conduzidas com base em informações fornecidas pelo Governo indonésio, “os navios estão proibidos de sair do porto de Carabela” na costa norte do país. A decisão de suspensão deve-se, explicou, apenas a aspectos relacionados com a própria empresa e não ainda com a actividade de pesca em Timor-Leste, nomeadamente a captura de toneladas de tubarão confirmada numa rusga efetuada este mês. “Recebemos informações detalhadas da Indonésia sobre a empresa e daí tomei a liberdade como ministro competente de suspender as actividades da companhia, no sentido de se fazer uma investigação detalhada sobre o registo dos barcos de pesca e a ligação da empresa com outros existentes que tenham estado envolvidos em actividades de pesca ilegal”, explicou o governante. No essencial, disse, trata-se de determinar “se as embarcações estiveram envolvidas no passado em pesca ilegal”, algo que em Timor-Leste não é permitido, ou se “estão registadas em mais do que um país, algo que também não é permitido”. Se os navios respeitaram, ou não, a licença que lhes foi concedida é outra questão que só será determinada depois de concluída uma investigação detalhada, que está actualmente a ser conduzida por técnicos do Ministério. “Actualmente está no porto de Carabela a polícia de investigação juntamente com os responsáveis das pescas para averiguar com mais profundidade a veracidade das informações que recebemos. Se se tratar de crime serão tomadas outras medidas”, referiu. Déjà vu A acção do Governo surgiu depois da segunda polémica, este ano, com navios das empresas chinesas Hong Long Fisheries e Pingtan Marine Entreprises e que têm, desde meados de Novembro de 2016, uma licença de um ano para operar em águas timorenses. No passado dia 8 de Setembro, os navios voltaram a ser apanhados a pescar tubarão durante uma operação conduzida em conjunto pela polícia timorense e pela organização ambiental Sea Shepherd. A operação envolveu o navio Ocean Warrior da Sea Sheperd que com lanchas rápidas ajudou a transportar efectivos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) que efectuaram a rusga no interior das embarcações. Já em Fevereiro, a Lusa tinha noticiado que os navios estavam a pescar ilegalmente tubarão, o que levou o Governo timorense a anunciar uma investigação interministerial que, em Abril, deliberou aplicar aos 15 navios uma multa de 500 dólares cada. Estanislau da Silva reconheceu que o “licenciamento de pescas à companhia chinesa Hong Long tem sido polémico, objecto de comentários e de suspeitas”, mas quando a licença foi concedida tudo estava dentro da lei. “Na altura concedemos as licenças mediante a informação que nos foi submetida e com base nessa documentação e declarações da própria companhia decidimos atribuir a licença, mas acautelando sempre que devia cumprir as leis”, disse. “Agora recebemos informação detalhada da Indonésia e por isso mandei suspender as actividades da companhia para se aprofundar as investigações nesta área. Comuniquei o caso ao primeiro-ministro esta manhã e alertei o ministro da Defesa e Segurança para não deixar nenhum barco sair do porto de Carabela”, sublinhou. O ministro disse que, no caso da pesca do tubarão, o Governo fará respeitar a lista de espécies protegida, que é “muito abrangente” e inclui espécies cobertas pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora (CITES) e ainda as listadas na Indonésia e na Austrália. Sem dó O governante reconheceu ainda não se saber ao certo o que está a bordo e que só agora está a ser feita uma “inspeção detalhada”. A lei prevê medidas que vão desde coimas à apreensão de navios ou suspensão da licença, estando igualmente em curso uma investigação adicional conduzida pelo Ministério Público, acrescentou. “Estamos muito empenhados em proteger os nossos recursos marítimos e não tomaremos meias medidas se verificarmos que houve violação ou não foi cumprida a lei”, garantiu. O ministro admitiu que este caso mostrou a necessidade de reforçar os meios de Timor-Leste para “inviabilizar a pesca ilegal” nas águas timorenses que, garantiu, se reduziu com a presença dos navios chineses licenciados. “Precisamos de ter meios reforçados de patrulha. Espero poder acionar mecanismos com os nossos vizinhos na Austrália e na Indonésia sobre esta questão”, disse. “Temos que diversificar a nossa economia, mas não o podemos fazer em detrimento dos recursos naturais de que o país dispõe. Isso é uma preocupação muito grande do Governo. Vamos a todo o custo encontrar soluções que acomodem esses dois aspectos”, referiu ainda.
Hoje Macau Manchete PolíticaPrivacidade | Novo Macau atacada por hackers durante a campanha eleitoral [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ason Chao revela que as contas de email e redes sociais da Associação sofreram tentativas de ataques cibernéticos. O activista suspeita que os responsáveis o fizeram com cobertura do Governo Central. Antes de partir para a Europa, o membro da ANM deixou críticas ao sistema político de Macau A Novo Macau, a maior associação pró-democracia da cidade, afirmou ontem ter sido alertada pela Google de que foi alvo de ciberataques “apoiados pelo Governo” durante a campanha eleitoral, ataques que cessaram depois das eleições de domingo. “A Google alertou-nos que ‘hackers’ do Governo podiam estar a tentar roubar a nossa ‘password’. Todos estes ciberataques pararam um dia após as eleições. Acho que não é uma coincidência”, disse Jason Chao, membro da Associação Novo Macau (ANM), em conferência de imprensa. Uma lista afiliada à ANM elegeu no domingo o mais jovem deputado da Assembleia Legislativa de Macau, Sulu Sou. Jason Chao, que liderou a associação entre 2010 e 2014 e continuou desde então envolvido nas suas actividades, listou aqueles que considerou terem sido os maiores problemas durante a campanha, entre eles o ataque informático, não só aos emails dos candidatos e da associação, mas também às contas da rede social Facebook e de Telegram, uma plataforma de troca de mensagens. No entanto, nestes dois últimos casos, as empresas apenas informaram que alguém estava a tentar entrar nas contas, sem referência a interferências governamentais. “Provavelmente, as autoridades queriam conhecer as nossas actividades para melhor arquitectar campanhas difamatórias. Mas isto é apenas uma especulação minha. O que posso dizer ao público é que fomos informados pela Google de que fomos sujeitos a ataques por ‘hackers’ apoiados pelo Governo”, disse. Em jeito de despedida Na mensagem da Google, que Chao mostrou aos jornalistas, a empresa escreveu: “Existe a possibilidade de isto ser um falso alarme, mas detectámos que atacantes apoiados pelo Governo estão a tentar roubar a tua ‘password’. Isto acontece a menos de 0,1% dos utilizadores. Não podemos revelar o que nos alertou porque os atacantes podem reparar e mudar as suas tácticas, mas se forem bem-sucedidos, a certa altura podem aceder aos teus dados ou tomar outras acções usando a tua conta”. Questionado sobre que Governo suspeitava estar pode trás dos ciberataques, o de Macau ou o da China, Chao apontou para o segundo. “Pelo que sei, o Governo de Macau não tem a capacidade de desenvolver tecnologia de ‘hacking’”, disse. Jason Chao, de 30 anos e que desde 2005 tem vindo a dedicar-se ao activismo, deixa Macau no sábado com destino ao Reino Unido, para fazer um mestrado. A partir de agora, disse, deixará de centrar o seu trabalho em Macau, mas pretende continuar a representar algumas organizações do território nas reuniões da ONU, quando for analisada a implementação de tratados internacionais. Nos últimos 17 anos, Chao disse ter assistido a uma “deterioração generalizada da protecção dos direitos”. “Quando falamos da política de Macau temos de ter a China em consideração. Nos últimos anos, os governos da China e de Hong Kong têm lutado contra o movimento de independência de Hong Kong ou outros que pretendem promover democracia. Torna a situação em Macau mais difícil”, disse. “Objectivamente vemos que a polícia está muito interessada em reunir informação sobre activistas. Estamos sob vigilância e o Governo tem agora mais vontade de acusar os activistas”, comentou. Por outro lado, Chao considera que a sociedade civil não “está a desenvolver-se bem”. “Até que ponto é que os cidadãos valorizam a liberdade? Pensam os cidadãos que há necessidade de lutar por maior liberdade? Estas são as bases de uma sociedade civil saudável”, disse. Tendo em conta estes dois factores, “o activismo em Macau é muito difícil”. “Estamos só ligeiramente melhores que a China, pelo menos ainda temos Internet livre. Mas não sabemos quando é que vamos ter de começar a usa VPN [Virtual Proxy Network]. Desejo o melhor aos meus colegas em Macau”, concluiu.
Hoje Macau Política“Um acto de coragem” Raimundo do Rosário comenta nomeação de Tam para SMG O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, comentou ontem a escolha do nome de Raymond Tam para a chefia dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o secretário explicou que a escolha foi feita após uma análise de todos os directores e subdirectores da sua tutela, sendo que Raymond Tam, a coordenar a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), foi considerado o melhor para ser director dos SMG. Raimundo do Rosário frisou que assumir este cargo “é um acto de coragem” e pediu desculpas à família de Tam pelo facto de este passar a ter menos tempo para estar com eles. O secretário admitiu confiar no trabalhar do ainda director da DSPA e disse que, caso haja problemas de maior na análise de tempestades e tufões, está preparado para assumir responsabilidades. Tendo sido atribuído a Raymond Tam o índice 225 da tabela salarial da Função Pública, Raimundo do Rosário explicou que este número foi definido tendo em conta o cumprimento do regime de carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos, sendo este o limite máximo. Percurso variado A nomeação de Raymond Tam foi conhecida esta segunda-feira, graças a um despacho publicado em Boletim Oficial. Fung Soi Kun, que durante anos ocupou o cargo máximo de chefia dos SMG, está a ser alvo de um processo de investigação após a passagem do tufão Hato por Macau, que levou à ocorrência de dez vítimas mortais. Raymond Tam Vai Man assumiu pela primeira vez um dos principais cargos no Governo, em 2007, quando foi chamado para substituir Lau Si Io, como presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Na altura, Lau foi promovido a Secretário para os Transportes e Obras Públicas, após a exoneração de Ao Man Long. Contudo, a passagem de Tam pelo IACM ficou marcada por uma suspensão em 2013, no âmbito da investigação à ex-Secretária Florinda Chan, relacionada com a atribuição de campas no Cemitério de São Miguel Arcanjo. O então presidente do IACM acabaria por ser ilibado, e em 2015 foi nomeado director dos Serviços de Protecção Ambiental, cargo que a partir de ontem passou a acumular em conjunto com a posição de director dos SMG. [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, comentou ontem a escolha do nome de Raymond Tam para a chefia dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o secretário explicou que a escolha foi feita após uma análise de todos os directores e subdirectores da sua tutela, sendo que Raymond Tam, a coordenar a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), foi considerado o melhor para ser director dos SMG. Raimundo do Rosário frisou que assumir este cargo “é um acto de coragem” e pediu desculpas à família de Tam pelo facto de este passar a ter menos tempo para estar com eles. O secretário admitiu confiar no trabalhar do ainda director da DSPA e disse que, caso haja problemas de maior na análise de tempestades e tufões, está preparado para assumir responsabilidades. Tendo sido atribuído a Raymond Tam o índice 225 da tabela salarial da Função Pública, Raimundo do Rosário explicou que este número foi definido tendo em conta o cumprimento do regime de carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos, sendo este o limite máximo. Percurso variado A nomeação de Raymond Tam foi conhecida esta segunda-feira, graças a um despacho publicado em Boletim Oficial. Fung Soi Kun, que durante anos ocupou o cargo máximo de chefia dos SMG, está a ser alvo de um processo de investigação após a passagem do tufão Hato por Macau, que levou à ocorrência de dez vítimas mortais. Raymond Tam Vai Man assumiu pela primeira vez um dos principais cargos no Governo, em 2007, quando foi chamado para substituir Lau Si Io, como presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Na altura, Lau foi promovido a Secretário para os Transportes e Obras Públicas, após a exoneração de Ao Man Long. Contudo, a passagem de Tam pelo IACM ficou marcada por uma suspensão em 2013, no âmbito da investigação à ex-Secretária Florinda Chan, relacionada com a atribuição de campas no Cemitério de São Miguel Arcanjo. O então presidente do IACM acabaria por ser ilibado, e em 2015 foi nomeado director dos Serviços de Protecção Ambiental, cargo que a partir de ontem passou a acumular em conjunto com a posição de director dos SMG. CRU | Sociedade para a renovação urbana dá os primeiros passos [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]aimundo do Rosário adiantou que na próxima reunião do Conselho de Renovação Urbana (CRU) serão discutidos os estatutos da empresa de capitais públicos com vista a tratar a renovação do tecido urbano de Macau. O secretário para os Transpores e Obras Públicas prevê que, “provavelmente, na próxima reunião haverá um consenso sobre a sociedade”. Ontem foi analisada a primeira proposta de regulamento administrativo para a criação da entidade. O 2º grupo especializado do CRU tomou a decisão de criar esta entidade em Novembro do ano passado, cumprindo as competências que têm para promover a renovação urbana e o reaproveitamento de edifícios industriais. Ainda não existe um modelo definido para a estrutura e modo de administração da empresa que será constituída.
Hoje Macau PolíticaEleições | Governo encaixa 75 mil patacas com cauções de candidatos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] lei eleitoral define a perda de uma caução de 25 mil patacas para as listas com menos de 300 votos nas eleições. Uma exigência que levanta várias questões, e volta a ser questionada, depois de Carl Ching revelar que está endividado. Entre as 25 listas que se inscreveram para participarem nas eleições pelo sufrágio directo, três vão perder a caução de 25 mil patacas, que entregaram ao Governo. Em causa estão as listas “Início Democrática”, “Nova Ideais de Macau”, por terem tido menos de 300 votos, e a lista “Cor de Rosa, amar a população”, que desistiu antes do acto eleitoral. Esta é uma alteração à lei que foi introduzida na última revisão do diploma e que levantou algumas questões por parte dos deputados. No entanto, na quarta-feira, o caso ganhou outra dimensão, quando o cabeça-de-lista da “Nova Ideais”, Carl Ching, revelou estar endividado devido à perda da caução. Ching admitiu ter pedido uma recontagem dos votos na esperança de ver a sua votação subir para recuperar as 25 mil patacas. Já Lee Kin Yun, número um da lista “Início Democrática”, avançou, ontem, ao HM que não vai tomar medidas tão drásticas como Carl Ching, apesar de também ter de suportar a perda de 25 mil patacas. “Acho que não vou conseguir voltar a ter a caução. Mas também não vou tomar nenhuma medida tão ‘louca’ como o Carl Ching para reaver o dinheiro. Ele que faça o que entender”, afirmou Lee Kin Yun. O candidato derrotado confessou ter pago o montante do próprio bolso, mas recusando comentar se esta medida era adequada. “Nos outros lugares, na altura das eleições, também é exigida uma caução aos candidatos”, limitou-se a dizer. Por sua vez, Nelson Kot, candidato não eleito da lista Poderes do Pensamento Político, reconheceu que a alteração à lei pode causar problemas a algumas listas. “Era preferível que não fosse preciso pagar esta caução, principalmente para os grupos mais pequenos. Durante a campanha já existem muitas despesas, e as listas com menores apoios financeiros sentem mais esse esforço, até porque muitas vezes as verbas vêm da família e amigos”, disse Nelson Kot, ao HM. “Para mim o montante não foi muito elevado, mas penso que houve outras candidaturas que sentiram mais dificuldades para conseguirem esse dinheiro”, acrescentou. Materialmente discriminatória Se no plano formal a lei trata todos os cidadãos por igual, ao exigir a todos o pagamento do mesmo valor, por outro lado, o jurista António Katchi defende que existe uma discriminação material. Em causa está o facto de para alguns candidatos 25 mil patacas ser um valor reduzido, mas para outros exigir um ginástica financeira maior. “É uma norma que aparentemente é igual, porque se aplica a todos, mas materialmente é discriminatória. Viola o princípio da igualdade material, porque para candidatas como Angela Leong ou Melinda Chan perder a caução não tem um grande impacto. Mas para outras pessoas o impacto já será muito maior”, justificou António Katchi. O jurista defende ainda que os candidatos não deviam perder a caução, uma vez que o facto de não terem conseguido pelo menos 300 votos não é uma infracção, e como tal não deveriam ser penalizados. “Não é nenhuma infracção o facto da pessoa obter menos votos do que os exigidos pela lei. Não houve nenhuma infracção, nem um acto desonesto, o candidato não andou a enganar ninguém. E depois objectivamente acaba penalizado porque perde dinheiro. Mesmo que tecnicamente não seja uma multa, na verdade acaba por ter o mesmo efeito”, sublinhou. Katchi encontra explicação para esta parte da lei, na intenção de controlar o número de candidaturas e na repressão de listas sem “qualquer base de apoio”. Todavia, aponta que a intenção não se adequa à forma como o sistema de Macau está organizado: “devemos ser coerentes com o sistema, que não impõe este tipo de restrições e que não impede que surjam 24 listas, como aconteceu. Isto pode ser considerado um problema do sistema, mas não me parece que a imposição de uma caução seja uma forma justa de o resolver”, rematou.
Hoje Macau SociedadeTaxa de inflação fixa-se em 1,16% em Agosto [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,16% nos 12 meses terminados em Agosto em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou sobretudo devido a subidas nos índices de preços das secções da educação (+7,43%), bebidas alcoólicas e tabaco (+5,51%) e transportes (+4,99%). Só em Agosto, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, cresceu 1,36% em termos anuais, “sendo este acréscimo homólogo o mais elevado desde Janeiro do corrente ano”. Tal deveu-se principalmente ao aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa, do calçado e das propinas escolares, indicou a DSEC. Em relação a Agosto, o IPC geral sofreu um crescimento ligeiro de 0,09%. Em 2016, a taxa de inflação de Macau foi de 2,37%, a mais baixa desde 2009, ano em que se fixou em 1,17%. Segundo as mais recentes projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em 2% este ano, em 2,2% no próximo e em 3% em 2022. Tufão | SAFP dão apoio psicológico ao pessoal da Alfândega [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) realizaram quatro palestras de apoio psicológico ao pessoal dos Serviços de Alfândega, no contexto da passagem do tufão Hato por Macau. Os profissionais que lidaram de perto com os estragos assistiram às palestras que abordaram “o eventual impacto de stress causado e os métodos de auto-adaptação para o pessoal alfandegário e de apoio logístico, após a ocorrência de incidentes específicos”. Os SAFP consideram que “os trabalhadores dos serviços públicos enfrentaram uma variedade de situações de emergência nos últimos dias, sofrendo de stress com graus diferentes”. Saúde | Detectada gripe colectiva em infantário na Taipa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) foram notificados ontem para a ocorrência de um caso de infecção colectiva de gripe numa escola. O caso foi diagnosticado em dez alunos, cinco do sexo masculino e outros cinco do sexo feminino com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos da secção infantil da Escola Secundária Pui Va. As crianças começaram a apresentar sintomas de gripe, nomeadamente tosse e febre a partir de 19 de Setembro. O caso divulgado pelos SS não resultou no desenvolvimento para um quadro clínico mais gravoso, sendo que foi divulgado que o estado de saúde dos alunos é considerado estável. A escola procedeu à desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações de forma a estancar o possível contágio.
Hoje Macau SociedadeCooperação | Alexis Tam encontra-se com o Ministro da Cultura português [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] colaboração para projectos culturais marcou o encontro em Lisboa entre Alexis Tam e o Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes. A reunião serviu para aprofundar as relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa e para anunciar a possível criação de um Fórum Cultural As relações entre o universo luso e chinês estiveram no centro do encontro entre Alexis Tam e o Ministro da Cultura de Portugal. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura reforçou junto do seu congénere esse desígnio confiado por Pequim a Macau, que foi fortalecido aquando da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang ao território. Alexis Tam considera que Macau tem características únicas que resultam da história de meio milénio de partilha cultural entre Oriente e Ocidente. Nesse sentido, o secretário afirmou que apresentou ao Governo Central um projecto para a criação de um Fórum Cultural, uma ideia bem recebida por Pequim. O organismo propõe-se a reunir os ministros da cultura dos países de língua portuguesa e da China. Alexis Tam fez questão de vincar os eventos culturais que acontecem em Macau, dando particular destaque ao festival literário Rota das Letras como um exemplo do intercâmbio cultural e artístico desenvolvido no território que valoriza a herança da cultura portuguesa. Durante a reunião com Luís Filipe de Castro Mendes foram realçadas as exposições organizadas em Portugal de artistas da RAEM, assim como a presença das orquestras de Macau em eventos em solo português. Pedaços de história O ministro português mencionou que Macau tem uma importância especial no relacionamento entre Portugal e a República Popular da China. Castro Mendes lembrou que em 2019 se celebram 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Foi também realçado que será o ano em que se celebram 20 anos da transferência de soberania, uma data propícia à realização de iniciativas de cariz cultural. O encontro serviu também para celebrar o reconhecimento das Chapas Sínicas como obra “Memória do Mundo”, pelo Comité Regional da Unesco para a Ásia e Pacífico. As peças são constituídas por um conjunto de mais de 3600 arquivos das autoridades da Dinastia Qing, com datas compreendidas entre 1693 e 1886. Alexis Tam foi ver as Chapas Sínicas numa visita à Torre do Tombo, e realçou a importância dos trabalhos de restauro e digitalização da colecção. O secretário aproveitou para anunciar a realização de exposições e palestras, no próximo ano, em Macau e Portugal sobre o acervo histórico. O secretário sugeriu ainda que sejam emitidos selos comemorativos que marquem o êxito da candidatura à Unesco.
Hoje Macau China / ÁsiaS&P reduz nota da dívida chinesa devido a ‘boom’ do crédito [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de ‘rating’ Standard & Poor’s reduziu ontem a nota atribuída à dívida da China, de AA- para A+, e a alguns bancos cujas operações se concentram no país, devido a um ‘boom’ do crédito. A S&P, que mantém uma perspectiva “estável” para a China, justifica o corte com o “prolongado período de forte crescimento do crédito, que aumentou os riscos económicos e financeiros” para o país. A nota A+ é a sexta mais alta dentro do ‘rating’ [avaliação] atribuído pela S&P e situa-se no nível médio alto. Várias instituições económicas internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), têm advertido Pequim para o rápido aumento da sua dívida corporativa. Em Maio, outra agência de ‘rating’, a Moody’s, reduziu a nota atribuída à China. A S&P tinha já avisado que poderia rever a nota, quando em Março de 2016 mudou a perspectiva de “estável” para “negativa”. “Um prolongado período de forte aumento do crédito aumentou os riscos económicos e financeiros para a China”, afirmou a agência, em comunicado. “Apesar deste aumento do crédito ter contribuído para um forte crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e preços mais altos dos activos, acreditamos que também enfraqueceu a estabilidade financeira, até certo ponto”, acrescentou. O corte no ‘rating’, anunciado depois do fecho das praças financeiras chinesas, poderá aumentar ligeiramente os custos do crédito para Pequim, mas o impacto maior é no sentimento dos investidores. Em Maio, quando a Moody’s reduziu a nota atribuída à China, o ministério chinês das Finanças disse que a agência recorreu a métodos incorrectos e não entendeu as dificuldades económicas e a força financeira da China. A liderança comunista tem apontado a redução dos riscos financeiros como uma prioridade para este ano e anunciou, entretanto, medidas para combater o problema, incluindo a conversão das dívidas em títulos, Analistas apontam, no entanto, que o ritmo das reformas é muito lento. A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico, após a crise financeira global de 2008. O principal indicador da dívida da China atingiu um nível equivalente a 257% do Produto Interno Bruto (PIB), no final de 2016, segundo a agência suíça Bank for International Settlements (BIS). Em 2008, a dívida chinesa equivalia a 143% do PIB. A economia chinesa cresceu no ano passado 6,7%, menos de metade do ritmo atingido em 2007, de 14,2%. Reformas em curso O Governo está a tentar tornar a economia mais produtiva, ao atribuir maior protagonismo ao mercado e a reduzir o excesso de capacidade de produção nas indústrias do aço e cimento, que tem resultado numa queda dos preços e em prejuízo para as empresas do Estado. Pequim está também a encetar uma reconfiguração no modelo económico chinês, visando um maior ênfase do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas. O ritmo de crescimento da economia abrandou, no entanto, a um ritmo superior ao esperando, pondo em risco postos de trabalho, que podem ter consequências políticas. A S&P apontou que prevê que o país “mantenha uma performance económica robusta ao longo dos próximos três a quatro anos”. “Talvez elevemos a nota da China se o aumento do crédito se reduzir significativamente e se se mantiver bem abaixo do nível actual, acompanhado de um ritmo saudável de crescimento do PIB”, lê-se no relatório da agência. “Uma redução da nota poderá acontecer se houver grande probabilidade de a China reduzir os seus esforços para combater o crescente risco financeiro e permitir que o aumento do crédito acelere, como forma de apoiar o crescimento da economia”, conclui. Chineses e australianos em exercícios militares conjuntos [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]oldados chineses e australianos concluíram esta semana uma série de exercícios militares conjuntos em terrenos montanhosos do extremo sudoeste da China, anunciou ontem o ministério chinês da Defesa. Em comunicado, o ministério informou que as manobras – “Exercícios Panda-Canguru 2017” – foram os primeiros treinos conjuntos que os dois países realizaram em território chinês. Dez soldados dos exércitos de cada país participaram nos exercícios, que duraram 10 dias e terminaram na quarta-feira, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Os treinos na província de Yunnan, extremo sudoeste da China, incluíram marchas em zonas montanhosas, ultrapassar obstáculos naturais e sobrevivência no terreno. O comércio anual entre Austrália e China ascende a 100.000 milhões de dólares, mas a Austrália é também um importante aliado militar dos Estados Unidos, numa altura em que Pequim expande a sua influência global.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Cabo Verde seduz investimento chinês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Economia e Emprego cabo-verdiano, José da Silva Gonçalves, apontou ontem, em Pequim, a “localização estratégica” e “estabilidade política e económica” de Cabo Verde como valências para atrair investimento chinês. Cabo Verde “está numa encruzilhada entre quatro continentes” e, “certamente, a China, pelos seus interesses e posicionamento no mundo, vê isso como uma complementaridade”, disse à agência Lusa o ministro cabo-verdiano. José da Silva Gonçalves, que participou na China da 22.ª Assembleia-Geral da Organização Mundial do Turismo, lembrou ainda que Cabo Verde “é o único país de rendimento médio na [sua] região” e que goza de “estabilidade política, social e macroeconómica”. As relações entre as duas nações, que remontam ao início da luta pela independência em Cabo Verde, foram formalizadas a 25 de abril de 1976, com o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Alguns dos principais edifícios em Cabo Verde, como a Assembleia Nacional, Palácio do Governo ou Estádio Nacional, foram financiados e construídos por Pequim. Mão de Macau A primeira iniciativa de uma empresa privada chinesa no país, contudo, só agora está a nascer. Com um investimento estimado em 250 milhões de euros, o empreendimento turístico da praia da Gamboa e ilhéu de Santa Maria, do empresário de Macau David Chow, vai ocupar uma área de aproximadamente 153 mil metros quadrados e inclui, além de um empreendimento turístico de luxo, um casino. A expectativa é que venha a gerar 2.100 postos de trabalho directos e a receber diariamente 12 mil pessoas nos sectores do comércio, lazer, desporto e cultura. José da Silva Gonçalves lembra a importância do projecto para diversificar a oferta turística do país africano, muito ligada ao sol e mar, acrescentando jogos de azar, golfe e salas de conferência, que permitirão atrair turismo de negócios. “Será uma extensão daquilo que é Macau, numa escala muito diminuta”, apontou o ministro, numa referência à Região Especial Administrativa chinesa, que é o maior centro de jogo do mundo. Com uma população de cerca de 530.000 habitantes, Cabo Verde recebeu, em 2016, 644.000 turistas, um acréscimo de 13,2% face ao ano anterior. “É uma área muito importante para a nossa economia, que corresponde a mais de 20% do PIB”, lembrou o ministro. Na China, José da Silva Gonçalves vai ainda participar esta semana num fórum dedicado à Economia Azul, na ilha de Pingtan, província de Fujian. Seul | Oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]eul aprovou ontem o envio de oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang, apesar da tensão na península e a recente aprovação de novas sanções contra o regime pelos seus testes de armas. O Executivo de Moon Jae-un deu ontem luz verde ao envio destas ajudas, que vão ser canalizadas através de organismos da ONU e que são especialmente destinadas a mulheres grávidas e crianças, explicou o Ministério de Unificação norte-coreano em comunicado. Seul considera estes dois grupos especialmente vulneráveis a nível alimentar, atendendo às más colheitas que se esperam este ano na Coreia do Norte. Um recente relatório da ONU alerta para os problemas de má nutrição que afectam 72% dos norte-coreanos, enquanto a UNICEF recordou em comunicado que os menores de cinco anos são especialmente vulneráveis a esta situação, assim como as deficiências dos sistemas de saúde locais. O Governo sul-coreano anterior, no poder até Maio último, tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária ao país vizinho na sequência do quarto teste nuclear realizado em Janeiro de 2016. Esta é a primeira ajuda que Seul vai enviar para Pyongyang desde Dezembro de 2015.
Hoje Macau Manchete PolíticaRaymond Tam é o novo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos O actual director dos Serviços de Protecção Ambiental passa a acumular o cargo com as funções de director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]aymond Tam Vai Man é o novo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), acumulando as funções com o cargo de director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). A decisão foi divulgada, ontem, e Chui Sai On admitiu ter partido de uma sugestão do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Sobre o facto de Raymond Tam não ter experiência ao nível da meteorologia, Fernando Chui Sai On sublinhou que existe nos SMG pessoal especializado em funções, que poderá auxiliar o novo director. Chui disse ainda que Tam poderá frequentar cursos para adquirir alguns dos conhecimentos técnicos necessários. Porém, foram a experiência e as qualificações de Raymond Tam – nomeado para o período de um ano – os pontos mais questionados pelas pessoas ouvidas pelo HM. O novo director dos SMG é engenheiro, tendo anteriormente desempenhado as funções de presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. “Demonstra que o Governo não está interessado em elevar a qualidade dos SMG, na medida em que o engenheiro não tem qualificações técnicas para assumir essas funções”, disse o deputado José Pereira Coutinho. “Não me espanta que isto esteja a acontecer, porque estamos habituados às nomeações descabidas, tal como a nomeação do presidente do Instituto do Desporto [Alex Vong], que caiu de pára-quedas nos Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, recordou. Ao mesmo tempo, o presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) acusa o Governo de relegar para segundo plano as questões ambientais. “Parece que o Governo confirma a pouca importância que está a dar à DSPA. Se fosse um serviço importante nunca teria chamado o director para acumular funções nos SMG. Acho que isto é incorrecto e confirma que o Governo não dá importância ao meio ambiente em Macau”, apontou. Desempenho em causa Quem também se mostrou “desiludida” com a escolha foi Amy Sio, activista do grupo “Our Land, Our Plan”, que em português significa a “Nossa Terra, os Nossos Planos”. Anteriormente, o grupo questionou a qualidade dos estudos de impacto ambiental sobre a construção de habitação pública na zona da Avenida Wai Long. “Penso que é ridículo. Há uma equipa com conhecimentos nos SMG, não percebo porque optaram por Raymond Tam. O Chefe do Executivo pode querer que ele [Tam] fique só durante um período de transição. Mas não me parece a pessoa indicada, nem as pessoas conseguem compreender esta escolha”, afirmou a activista, ao HM. Amy Sio explicou também que a população vai ficar preocupada com a situação dos SMG, que registou num passado recente casos em que as decisões tomadas foram muito questionadas. “Sinto que o desempenho dele como director da DSPA não tem sido o melhor. Mas agora vai assumir os dois cargos… Realmente não consigo perceber a razão da decisão e não acredito que vá ter um desempenho melhor neste cargo”, apontou. Porém, Amy Sio reconhece que para o Chefe do Executivo não deve ter sido fácil encontrar alguém que estivesse disponível para assumir o cargo, depois da passagem do Tufão Hato, que causou a morte de dez pessoas. Raymond Tam vai substituir Fung Soi Kun, que se demitiu no final do mês passado, após a passagem do tufão. Fung justificou a demissão com problemas pessoais. Até agora, os SMG estavam a ser liderados pela sub-directora Florence Leong. Para toda a obra Raymond Tam Vai Man assumiu pela primeira vez um dos principais cargos no Governo, em 2007, quando foi chamado para substituir Lau Si Io, como presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Na altura, Lau foi promovido a Secretário para os Transportes e Obras Públicas, após a exoneração de Ao Man Long. Contudo, a passagem de Tam pelo IACM ficou marcada por uma suspensão em 2013, no âmbito da investigação à ex-Secretária Florinda Chan, relacionada com a atribuição de campas no Cemitério de São Miguel Arcanjo. O então presidente do IACM acabaria por ser ilibado, e em 2015 foi nomeado director dos Serviços de Protecção Ambiental, cargo que a partir de ontem passou a acumular em conjunto com a posição de director dos SMG.
Hoje Macau EventosCinema | Inscrições para curso da BIF termina amanhã [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]ermina amanhã o prazo para a inscrição no concurso que vai escolher 18 talentos locais para participarem num curso preparado pela academia de cinema BIF International Film. A iniciativa vai decorrer ao longo do Festival Internacional de Cinema de Macau e é organizada numa parceria entre a BIF International Film Academy e a Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau. Para participar, os candidatos têm de entregar uma ficha com currículo, onde devem destacar a experiência na área, assim como as principais aptidões. Depois, o júri vai seleccionar os 18 vencedores, sendo a participação está limitada a pessoas com experiência com idades entre os 18 e 28 anos. Ao longo dos nove dias do programa oferecido pela BIF, os alunos vão ter de produzir duas curtas, com a ajuda de profissionais. Os enredos e os preparativos da pré-produção vão ser feitos antes do curso. Um dos grandes desafios para os participantes é adequarem a produção ao orçamento disponibilizado, que os organizadores definem como “pequeno”, embora não esclareçam o montante. Entre os 18 participantes, seis vão ser escolhidos do programa que foi realizado no ano passado. A decisão sobre os vencedores vai ser tomada entre sábado e 29 de Outubro e os contemplados vão ser informados a 30 de Setembro. O curso começa a 1 de Novembro e termina no dia 9. Porém, a 7 de Outubro há um dia de preparação, que visa explicar aos contemplados o que precisam de fazer ao nível da pré-produção das curtas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pequim e Moscovo juntos no apoio ao diálogo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia reiteraram que as tensões na Península Coreana devem ser resolvidas de forma pacífica e que o “ciclo vicioso” tem de terminar, após ambos os seus líderes diplomáticos se terem encontrado esta segunda-feira, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. Wang Yi, chanceler da China, afirmou que “o ciclo vicioso, que está a piorar, tem de ser interrompido”, e acrescentou que o reatamento do diálogo e das conversações para a paz é um passo necessário para a implementação das resoluções do Conselho de Segurança, no que diz respeito às armas nucleares e testes de mísseis da RPDC. O caminho proposto pela China e pela Rússia para resolver a crise nuclear da RPDC é “realista e verosímil”, sendo que ambos os países devem trabalhar rumo à garantia de uma maior compreensão e apoio por parte da comunidade internacional, disse Wang. Assino por baixo O chanceler russo, Sergey Lavrov, por seu turno, disse que a Rússia partilha de uma posição “completamente idêntica” à China face à questão, referindo que os dois países devem trabalhar em conjunto para promover uma solução pacífica. Na terça-feira também se assinalou o 12º aniversário da assinatura de um memorando de 19 de setembro de 2005, na quarta ronda das conversações a seis. No comunicado de “9.19”, todas as partes reafirmaram o seu objectivo de desnuclearização da península por meios pacíficos. A RPDC prometeu abandonar as armas e programas nucleares e os EUA confirmaram não terem a intenção de atacar ou invadir o país. O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang, disse na terça-feira que os conteúdos essenciais do comunicado são ainda os objetivos que as partes envolvidas na questão da Península Coreana “procuram atingir”. O porta-voz disse acreditar que as partes serão capazes de encontrar uma forma de resolver a questão se decidirem unanimemente voltar aos princípios basilares contidos no documento conjunto.
Hoje Macau DesportoFutebol | Índia pré-convoca onze sub-23 para encontro com Macau A partida assume um carácter decisivo tanto para Macau como para a Índia. Se a selecção do território não conseguir uma vitória, fica desde logo afastada da Taça Asiática [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção da Índia convocou 11 jogadores sub-23, num total de 28 atletas, para a recepção a Macau, no próximo 11 de Outubro, em jogo a contar para o apuramento para a fase final da Taça Asiática. A lista provisória de convocados foi anunciada, na terça à noite, pelo inglês Stephen Constantine, que orienta a formação indiana. A partida assume um carácter decisivo tanto para Macau como para a Índia. Se a selecção do território não conseguir uma vitória, fica desde logo afastada da competição que se disputa em 2019. Por outro lado, a Índia está apenas a uma vitória de conseguir o apuramento. Os indianos ocupam o primeiro lugar do Grupo A, com nove pontos em três jogos. Nas últimas onze partidas a Índia ganhou sempre, o que fez com que o técnico deixasse um aviso aos jogadores durante a conferência de imprensa aos 28 pré-convocados. “Todos os jogos começam 0-0. Os resultados dos encontros anteriores já fazem parte da História e não vão ter qualquer influência quando for dado o apito iniciar para o jogo com Macau”, avisou o seleccionador Constantine, de 54 anos, de acordo com o portal indiano The Fan Garage. “Nesta altura estou ansioso para começar a trabalhar com os nosso rapazes. Precisamos de treinar arduamente para não colocarmos em risco as nossas hipóteses de garantirmos um bilhete para a Taça Asiática de 2019”, acrescentou. Chhetri chamado A selecção da Índia tem como principal figura o avançado Sunil Chhetri, que chegou a representar a formação B do Sporting Clube de Portugal. Nos três jogos de apuramento disputados até ao momento, o atleta de 33 anos apontou dois golos. Além do avançado foram pré-convocados quatro guarda-redes: Subrata Paul, Gurpreet Sandhu, Amrinder Singh, Vishal Kaith; os defesas: Pritam Kotal, Lalruatthara, Nishu Kumar, Sandesh Jhingan, Anas Edathodika, Salam Singh,Sarthak Golui, Jerry Lalrinzuala e Narayan Das. No meio-campo, Constantine conta com: Jackichand Singh, Udanta Singh, Nikhil Poojary, Eugeneson Lyngdoh, Rowllin Borges, Rafique, Anirudh Thapa, Germanpreet Singh e Halicharan Narzary. Balwant Singh, Allen Deory, Jeje Lalpekhlua, Hitesh Sharma e Vineeth fazem companhia a Chhetri no ataque. As equipas voltam a defrontar-se, após o jogo de 5 de Setembro, quando a Índia ganhou por 2-0, no Estádio de Macau, na Taipa. Contudo o resultado acabou por ser lisonjeiro para a formação da Flor de Lótus, visto que os indianos tiveram muitas mais oportunidades de golo. A partida de Setembro marcou igualmente a estreia de Chan Hiu Ming nos comandos da selecção de Macau. No entanto, uma derrota na partida acaba com as poucas esperanças que Macau tem de se qualificar para a competição nos Emirados Árabes Unidos.
Hoje Macau SociedadeBNU | Actividade entre Macau, China e países lusófonos vai crescer [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) considerou ontem, em Macau, que o Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai desempenhar um papel ainda mais activo na promoção de negócios entre o território, a China e os países lusófonos. À margem da cerimónia do 115.º aniversário do BNU, que contou com a presença do chefe do Executivo, Chui Sai On, Paulo Macedo disse que o BNU é “um negócio saudável num mercado extremamente competitivo” e que “está a crescer”, tal como a região, o que é “obviamente importante” para a CGD, grupo que o BNU integra. Para a CGD, Macau e o BNU são uma porta da China para os países lusófonos, em termos de negócio e trocas comerciais, afirmou o responsável, numa referência ao centro de compensação de reminbis para o mundo lusófono [câmaras de compensação no âmbito das trocas comerciais realizadas em reminbis entre a China e os países lusófonos]. “Os projectos à volta do reminbi são vários, Portugal tem estado em conversações com a China para poder vir a emitir, no futuro, dívida em reminbi”, afirmou. “Este é um negócio que queremos ver crescer e que será mais alto, em termos dos Países de Língua Portuguesa e também em termos de Portugal”, sublinhou. Somos o primeiro Paulo Macedo lembrou que o BNU está presente em Macau há 115 anos e é o primeiro banco-emissor de papel-moeda no território, lembrando que a CGD está presente em sete países lusófonos e é líder em cinco: Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. “A CGD tem vários produtos em reminbi e o BNU autoriza as várias operações de importação e exportação em reminbis. Faz todo o sentido estar numa região do mundo que está a crescer e representa uma oportunidade para a China, Portugal e para os Países de Língua Portuguesa”, acrescentou Paulo Macedo. Este papel de promoção de negócios entre Macau, China e os Países de Língua Portuguesa será “ainda mais activo” com a abertura da agência do BNU em Hengqin (ilha da Montanha), em Janeiro passado, e da representação da CGD em Xangai. Para o presidente executivo do BNU, Pedro Cardoso, o principal desafio “num mercado imenso” como é a China, em fase de internacionalização e expansão, é “saber escolher cuidadosamente quais as oportunidades imediatas e a médio e a longo prazo”. Pedro Cardoso afirmou que o grande projeto chinês de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota” é, na medida em que inclui os Países de Língua Portuguesa, sobretudo em África, “uma oportunidade muito grande para o grupo CGD e BNU”. Por outro lado, se o conceito da iniciativa “Grande Baía de Guangdong-Macau-Hong Kong” ainda está por precisar, o BNU, através da presença na província de Guangdong, “pretende obviamente aproveitar as oportunidades decorrentes deste projecto”, sublinhou o responsável. Depois da abertura da agência na ilha da Montanha, o BNU conta com dois grupos de clientes, os de Macau com operações na China continental, em particular Guangdong, e as empresas portuguesas. “Este segundo grupo talvez não seja o mais importante em termos de valor de negócios, mas temos mantido um diálogo muito proveitoso que em breve se irá traduzir em negócio”, afirmou Pedro Cardoso aos jornalistas. Além de Chui Sai On, estiveram presentes no aniversário do BNU o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, o director-geral do departamento de Assuntos Económicos do gabinete de ligação do governo da China, Liu Bin, um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Jian, e o cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno, entre outros.
Hoje Macau PolíticaAL | Chefe do Executivo promete diálogo com novo hemiciclo [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]indas as eleições que elegeram 14 deputados à Assembleia Legislativa (AL) pela via directa e 12 pela via indirecta, o Chefe do Executivo decidiu pronunciar-se sobre a matéria. Citado por um comunicado oficial, Chui Sai On deu ontem os parabéns aos deputados eleitos, tendo prometido um diálogo estreito com a nova AL. “O Governo, juntamente com a AL, continuará a defender estritamente o princípio “um País” e a tirar proveito das vantagens facultadas pelos “dois sistemas”, em rigoroso cumprimento da Constituição e da Lei Básica, mantendo sempre uma estreita comunicação e uma cooperação pragmática, servindo a população”, lê-se no comunicado. Chui Sai On adiantou ainda que tanto o Executivo que lidera como o hemiciclo “continuarão empenhados no desenvolvimento dos trabalhos de construção do sistema jurídico, mantendo um ambiente de harmonia e de democracia”. “Iremos trabalhar em conjugação de esforços e de forma incessante para melhorar o bem-estar dos residentes de Macau e impulsionar a prosperidade e a estabilidade de Macau”, acrescentou ainda o Chefe do Executivo. Na visão de Chui Sai On, as eleições legislativas “decorreram de forma suave e eficiente”, graças ao trabalho da Comissão de Assuntos Eleitorais da AL. “Todos os sectores da sociedade de Macau, em conjugação de esforços e desempenhando, cada qual, as suas funções, participaram e colaboraram de acordo com a lei e de forma ordenada nos trabalhos eleitorais. A todos eles, manifesto os meus sinceros votos de agradecimento”, concluiu.
Hoje Macau Manchete PolíticaAPOMAC | Lista apoiada pela associação sem deputados eleitos O representante da APOMAC, Jorge Fão, defende que a associação vai continuar a ser ouvida junto do Governo, e que a derrota da lista Aliança Pr’a Mudança se explica com uma alteração na estratégia eleitoral [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez desde 2001, a lista apoiada pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) não elegeu qualquer deputado. Contudo, o presidente da mesa da Assembleia Geral, Jorge Fão, recusou que a associação vá perder influência no novo panorama político da RAEM. “Este ano não segurámos um lugar. Paciência! Fiquei desapontado, mas não encaro isto como um tragédia”, disse Jorge Fão, ontem, ao HM. “O nosso poder interventivo não foi afectado. Continuo a ter intervenção na vida pública e não deixarei de falar. Amanhã, se a nossa comunidade, seja a aposentada ou a portuguesa, for machucada, pode crer que vou estar na linha da frente, como sempre estive”, acrescentou. O activista destacou ainda os outros canais utilizados pela APOMAC para fazer com que as opiniões sejam ouvidas junto do poder Executivo: “Vamos continuar a ter uma voz. Para isso não é preciso estar dentro da Assembleia Legislativa. Por exemplo, todos os anos, na altura das Linhas de Acção Governativa, recebemos uma carta do Chefe do Executivo a pedir a nossa opinião”, apontou. “Também temos acesso directo ao Gabinete de Ligação Luso-Chinês. Por isso como é que se pode pensar que não temos os nosso canais de intervenção?”, questionou. Em relação à derrota eleitoral da lista Aliança Pr’a Mudança, liderada por Melinda Chan, Fão justificou os resultados com uma mudança na estratégia, face aos anos anteriores: “No passado tínhamos uma base de apoio muito alargada, mas devido a uma nova estratégia acabámos por substituir toda essa base por uma nova, focada nas classes média e média-alta. Foi essa a diferença”, argumentou. O candidato ideal Por outro lado, o presidente da mesa da AG da APOMAC admite que os eleitores podem não ter percebido a posição da deputada Melinda Chan em dois temas mais sensíveis, nomeadamente na questão da Lei de Terras e no chumbo do mecanismo de controlo do aumento das rendas. “Nos últimos anos as rendas subiram e as pessoas acham que é altura de bater nos fazendeiros. Mas nós defendemos que Macau funciona numa economia de mercado e achámos que não nos devíamos alinhar para bater no fazendeiro e aprovar o mecanismo do controlo das rendas”, sublinhou. Sobre a hipótese da APOMAC apoiar uma lista que não esteja ligada a David Chow dentro de quatro anos, quando for novamente altura de votar para a AL, Fão reiterou a gratidão para com o empresário: “O Sr. David Chow foi o nosso mecenas, foi ele que nos disponibilizou um espaço para que pudéssemos montar a nossa sede, em 2001. Somos pessoas muito gratas”, disse. Porém, admite que pode apoiar uma lista ligada a Jorge Valente, se o jovem macaense decidir avançar nessa altura: “É uma pessoa íntegra, bem-formada, não é populista e não é fala-barato. Tem mostrado que pensa sempre no ‘nós’, o que é muito importante num bom político”, sublinhou. Jorge Valente | Afinal havia outras preferências As mudanças no eleitorado e um desinteresse pelas políticas para as Pequenas e Médias Empresas pela lista Aliança Pr’a Mudança explicam, para Jorge Valente, o fracasso da noite eleitoral. O candidato admite que o eleitorado gostou de algumas ideias propostas, mas que não foram suficientes para que na altura de votar, a lista de Melinda Chan fosse a primeira escolha. “As eleições mostram-nos o que a população quer e a verdade é que os democratas ganharam bastante. Isso traduz uma mudança na vontade da população. E se calhar as políticas focadas nas PMEs não eram assim tão interessantes para os votantes”, disse Jorge Valente, ontem, ao HM. “Apercebi-me que muitos eleitores estavam contentes com o que propúnhamos, mas no fim, isso não se traduziu em votos. Não fomos a primeira escolha de muitos, embora fossemos a segunda ou terceira escolha”, justificou. Após a contagem dos votos, a lista número 18 ficou a 162 votos de eleger Melinda Chan. Um resultado que não era esperado e que, confessa Jorge Valente, mexeu com os planos do candidato: “Como achávamos muito provável que uma pessoa da lista entrasse na AL, tínhamos concordado que essa pessoa levaria algumas ideias de todos os outros para o órgão legislativo. Isso não aconteceu, tenho de repensar o que vou fazer”, confessou. Apesar das limitações, Valente vai continuar a participar em actividades cívicas, através da envolvimento em diferentes associações e eventos: “Noto que há um certo limite nas actividades que já faziam porque envolvem menos pessoas. Por exemplo, é normal os jovens terem uma reunião com a DSEJ (Serviços de Educação e Juventude). Todos os anos digo que é preciso que as escolas ensinem as duas línguas oficiais: português e chinês. E todos os anos, eles levam a ideia para pensar e acaba por não acontecer nada”, reconheceu.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Executivo não altera orçamento por causa do Hato [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, deixou ontem claro que o orçamento do Executivo não irá sofrer mudanças pelos estragos causados pelo tufão Hato. Citado por um comunicado oficial, o governante disse que “os serviços financeiros têm mantido uma comunicação estreita, com a recolha de dados dos diversos serviços públicos”. Foi então considerado que “o orçamento global das despesas públicas deste ano pode enfrentar a situação [de aumento de custos], [mas] não será necessário fazer qualquer alteração orçamental”. O secretário frisou ainda que os trabalhadores da sua tutela, nomeadamente da Direcção dos Serviços de Economia, têm trabalhado arduamente para acompanhar os apoios necessários às Pequenas e Médias Empresas, tal como a concessão de subsídios. No total, já foram atribuídos 5600 cheques. Lionel Leong adiantou ainda que o objectivo é fazer com que os “estabelecimentos comerciais consigam adquirir seguros mais ao alcance das suas possibilidades”, como contra os danos por água. O secretário falou à margem da tomada de posse de Benjamin Chan como presidente do conselho de administração da Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Ng Man Seong também tomou posse como coordenadora do Gabinete de Informação Financeira.
Hoje Macau SociedadeEstudo | Só 13 por cento dos residentes criam negócios próprios Um estudo sobre a criação de negócios locais em Macau revela que os residentes a investir neste sector são apenas 13 por cento, número mais baixo face às regiões vizinhas. Pouca mão-de-obra e custos elevados são os maiores entraves [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território que quer destacar-se no contexto da política “Uma Faixa, Uma Rota” ou no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ainda revela baixos níveis de investimento em termos de Pequenas e Médias Empresas (PME). Segundo o jornal Ou Mun, um estudo sobre a criação de negócios locais mostra que os residentes que investem na sua própria empresa são apenas 13,1 por cento. Trata-se de um número mais baixo em relação aos das regiões vizinhas. O estudo foi elaborado pela Plataforma dos Serviços para PME, em parceria com a eRS e-Research Lab e a Universidade de Macau, e visou compreender, através de entrevistas via telefone, o panorama da criação de negócios no território e a atitude dos residentes perante o sector. Os resultados revelam, portanto, que em cada cem pessoas 13 têm um negócio próprio, valores semelhantes aos registados na Coreia do Sul, mas ainda assim inferiores a Taiwan, Hong Kong e Shenzen. Estes têm, respectivamente, valores de criação de negócios na ordem dos 15,6 por cento, 15,3 por cento e 23,4 por cento. A recolha mostra ainda que, em Macau, os pequenos comerciantes têm poucos meios para abrir uma empresa, associados às dificuldades de contratação de mão-de-obra e elevados custos, nomeadamente com rendas. Mais fundos, precisam-se Ma Chi Seng, deputado nomeado e fundador da Plataforma dos Serviços para PME, considerou ao jornal Ou Mun que, apesar das dificuldades referidas no estudo, os apoios financeiros do Governo têm sido bastante significativos. O responsável garantiu ainda que a atmosfera de negócios melhorou nos últimos anos. As razões encontradas por Ma Chi Seng para o facto de apenas 13,1 por cento dos residentes investirem em PME estão relacionadas com a melhor performance da economia e o facto do território viver uma situação de pleno emprego. Para Ma Chi Seng, há vários exemplos de países com economias bem sucedidas que revelam baixos valores de criação de PME. O deputado lembra que esse número só mostra as restrições que continuam a existir para quem quer ser empresário. Apesar dos baixos valores de investimento, os entrevistados revelaram maiores conhecimentos técnicos e experiência do que no interior da China, Hong Kong e Taiwan. Ma Chi Seng defende ainda um desenvolvimento ao nível dos apoios providenciados pelo sector bancário e pelo Governo, incluindo a criação de fundos de investimento próprios para as políticas “Uma Faixa, Uma Rota” e a Grande Baía.
Hoje Macau SociedadeSeguros | Estragos do tufão avaliados em 2,9 mil milhões de patacas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s seguradoras de Macau avaliaram os prejuízos causados pelo tufão Hato, o mais forte em 53 anos, em 2,9 mil milhões de patacas, afirmou ontem o novo presidente da Autoridade Monetária. Os dados foram avançados por Benjamin Chan à margem da cerimónia de posse ontem de manhã, em declarações aos jornalistas. De acordo com a Rádio Macau, apenas 2,07 milhões de patacas foram pagos, a maioria relacionados com indemnizações por morte ou ferimentos. “De acordo com as informações que temos, até 11 de Setembro há pelo menos cerca de 19 mil casos de pedido de indemnização, envolvendo 2,9 mil milhões [de patacas]. Têm a ver com danos patrimoniais. Já foram aprovados 20 milhões de patacas para casos relacionados com morte e lesão corporal”, disse o novo presidente da Autoridade Monetária de Macau, que substituiu Anselmo Teng. Segundo Benjamim Chan, não há, até agora, queixas sobre as seguradoras, que não terão dificuldade em pagar as indemnizações: “Não é assim tão grave porque as despesas são assumidas pelas seguradoras do exterior. Não há uma situação grave em termos de situação financeira das seguradoras”. No início do mês, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, tinha apresentado as estimativas do Governo sobre os prejuízos, no montante de 11,4 mil milhões de patacas. Após a passagem do tufão, o Governo criou um subsídio de 50 mil patacas para ajudar as Pequenas e Médias Empresas a fazer face aos estragos causados pelo tufão. Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Visitantes na Semana Dourada devem aumentar até 15 por cento [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]g Iong Wai, presidente da Associação de Promoção dos Guias Turísticos de Macau, disse ao jornal Ou Mun que o número de excursões deve aumentar entre dez a 15 por cento nos primeiros dias de Outubro, altura em que se celebra o aniversário da República Popular da China. Depois da passagem do tufão Hato, que causou uma ligeira quebra no número de turistas, Ng Iong Wai estima que o número de grupos de turistas possa aumentar subitamente nos próximos dias e também em Outubro. Por esta razão, a procura de guias turísticos vai também aumentar. Em relação às taxas de ocupação hoteleira, Ng Iong Wai afirma que vai haver uma grande procura em Outubro, sendo que as agências de viagens já começaram a aceitar menos grupos. Alguns guias turísticos disseram também ao jornal de língua chinesa que, após o regresso das excursões a Macau, o trabalho aumentou bastante no sector. A chegada da Semana Dourada traz, portanto, perspectivas positivas de emprego para os guias. Ainda assim, a possível chegada de mais tufões faz com que quem trabalhe na indústria clame por mais instruções e orientações vindas da Direcção dos Serviços de Turismo, para que se possam reduzir eventuais prejuízos.
Hoje Macau EventosCinema | Produção local na Mongólia Interior [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção local “Our Seventeen” foi exibida na 26.ª edição do Festival de Cinema Galo Dourado e Cem Flores. O evento que tem lugar anualmente em Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, seleccionou a película de Emily Chan para integrar a secção dedicada às produções de Macau e Hong Kong. “Our Seventeen”, é um filme sobre histórias de Macau que conta as lutas internas dos jovens entre o anseio pela idade adulta e o medo de lá chegar. O filme é também uma carta de amor dirigida à juventude. De acordo com o comunicado enviado à imprensa, a produção local “promoveu a cultura cinematográfica de Macau junto dos espectadores e do público mongol, sendo alvo de reacções encorajadoras”. A exibição contou com a presença de vários convidados de relevo como Yin Xiao, Vice-Presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Hohhot da Região Autónoma da Mongólia Interior, Li Xuejian, Presidente da China Film Association e Crucindo Hung Cho Sing, Presidente da Federation of Motion Film Producers of Hong Kong. Da delegação de Macau presente no Festival do Cinema fizeram parte Chong Siu Pang, representante do Instituto Cultural e os membros do elenco de “Our Seventeen”, Sean Pang e Kylamary. O “Festival de Cinema Galo Dourado e Cem Flores” é um dos quatro principais festivais de cinema da China, constituindo o mais antigo evento de atribuição de prémios cinematográficos do país.
Hoje Macau EventosJornalismo da Lusofonia | Trabalhos a concurso analisados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] júri da primeira edição do prémio de jornalismo da Lusofonia, organizado pelo Clube Português de Imprensa (CPI) e Jornal Tribuna de Macau (JTM), já começou a analisar os trabalhos candidatos, subordinados ao tema Macau. O vencedor vai receber o prémio anual, no valor de cem mil patacas, numa cerimónia marcada para 1 de Novembro, em Macau. Ainda de acordo com o regulamento, a entrega da distinção realiza-se alternadamente no território e em Lisboa. Presidido por Dinis de Abreu, em representação do CPI, o júri integra ainda os jornalistas José Rocha Diniz, fundador e administrador do JTM, José Carlos de Vasconcelos, director do Jornal de Letras, Artes e Ideias, Carlos Magno, pela Fundação Jorge Álvares e por José António Silva Pires, também do CPI. O prazo de candidatura ao prémio terminou na sexta-feira e registou-se “uma significativa afluência de trabalhos”, disse a organização, sem precisar um número. O prémio de jornalismo da Lusofonia destina-se a jornalistas e à imprensa de língua portuguesa de todo o mundo, “em suporte papel ou digital”, de acordo com o regulamento. Este prémio “surge no quadro do desejado aprofundamento de todos os aspectos ligados à Língua Portuguesa, com relevo para a singularidade do posicionamento de Macau no seu papel de Plataforma de ligação entre países de Língua Oficial Portuguesa”, referiu a organização. O CPI e o JTM, que este ano assinala o 35.º aniversário, contam com o patrocínio da Fundação Jorge Álvares, que promove a continuidade do diálogo intercultural entre Portugal e Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia avisa Pequim que arrisca revolta senão abrir acesso ao mercado [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara de Comércio da União Europeia na China apelou ontem a Pequim para que acelere o processo de abertura da sua economia, dominada pelo Estado, advertindo que a inércia pode incitar uma revolta contra o livre comércio. A China é alvo de frequentes criticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos. Pequim tem dificultado ainda mais o acesso a algumas áreas, incluindo uma redução no acesso ao mercado de serviços jurídicos, segundo um relatório publicado pela Câmara do Comércio da UE. “A actual falta de reciprocidade no acesso ao mercado não é politicamente sustentável”, disse, aos jornalistas em Pequim, o presidente da Câmara, Mats Harborn. “Preocupamo-nos que, se a China não passar das palavras à acção, isto possa gerar uma revolta contra a desejada globalização económica”, acrescentou. O relatório pediu uma maior abertura da China, desde o sector aeroespacial ao dos cosméticos e vários segmentos da indústria, através de uma diminuição dos limites na participação estrangeira em empresas e da simplificação dos regulamentos. A Câmara de Comércio dos Estados Unidos e outros grupos empresariais divulgaram anteriormente pedidos semelhantes. A China é o maior mercado do mundo para vários bens de consumo e serviços. No entanto, Pequim interdita o acesso de empresas estrangeiras a vários sectores, incluindo finanças e telecomunicações. Por cumprir O Governo chinês prometeu, nos últimos anos, fazer várias reformas, visando atribuir ao mercado maior protagonismo e reduzir o domínio exercido pelas empresas do Estado. As empresas estrangeiras queixam-se, no entanto, que pouco foi feito na prática. O ‘boom’ de aquisições chinesas além-fronteiras suscitou queixas de falta de reciprocidade. Na semana passada, o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou planos para criar um mecanismo que avalia os investimentos estrangeiros, uma medida vista como sendo destinada à China. O país asiático ocupa o 59.º lugar, entre 62 países, do ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro. A China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.