“Uma Faixa, Uma Rota” | Ex-ministro Manuel Pinho vem a Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Rádio Macau noticiou ontem que Manuel Pinho, ex-ministro da Economia português e arguido no caso EDP, vem a Macau para participar na conferência “Uma Faixa, Uma Rota”, um evento que se organiza nos próximos dias 6 e 7 de Junho na Universidade de Macau.

Trata-se de um evento organizado pelo Gabinete de Estudo das Políticas do Governo, pela Fundação Macau e pela associação “Grand Thought Think Tank”, liderada pelo deputado nomeado Ma Chi Seng.

Paulo Portas, ex-vice primeiro-ministro e actual consultor da construtora Mota-Engil, também deverá ser um dos convidados, tal como Li Zhaoxing, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Li Zhaoxing.

10 Mai 2018

AL | Agnes Lam abre gabinete para receber cidadãos

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a deputada Agnes Lam realizou uma cerimónia de abertura do seu gabinete na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida para receber os cidadãos.

A deputada disse que, desde a tomada de posse e até finais de Abril, além de fiscalizar a acção governativa e demais propostas do Governo, deu acompanhamento aos pedidos de ajuda apresentados por cerca de 300 residentes e famílias.

A maioria das queixas recebidas envolveram questão de conflitos jurídicos no âmbito de construção predial, serviços médicos, protecção ambiental e acreditação.

10 Mai 2018

Tailândia | Macau quer cooperar nas áreas do turismo e cultura

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, teve ontem um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Don Pramudwinai, na capital do país, Banguecoque. Citado por um comunicado oficial, o Chefe do Executivo frisou que “Macau e a Tailândia têm grande potencialidade para cooperar na área do turismo e cultura, podendo alargar, gradualmente, o intercâmbio ao sector da economia, comércio, educação e da medicina tradicional.”

Além disso, “ambas as partes podem aproveitar a oportunidade do desenvolvimento da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, e alargar, em conjunto, ainda mais a cooperação pragmática com benefícios mútuos”. Foi também assinado um memorando de entendimento para a geminação de Macau e Phuket.

“De acordo com o memorando, Macau e Phuket vão cooperar sob o princípio de igualdade e reciprocidade, com o objectivo de impulsionar o desenvolvimento próspero dos dois territórios, e desenvolver, de forma abrangente, o intercâmbio e a cooperação em várias áreas, como também impulsionar os contactos directos e colaboração estreita entre os respectivos departamentos dos dois lados, incentivando o intercâmbio e visitas mútuas.”

10 Mai 2018

Novo Macau | ID terá resolvido falta de pagamento de horas extraordinárias

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau (ANM) recebeu uma resposta do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) onde é garantido que o Instituto do Desporto (ID) começou a regularizar a situação de falta de pagamento de horas extraordinárias a um grupo de trabalhadores.

O caso remonta a Abril do ano passado, quando foi divulgada uma carta, assinada por 30 funcionários do ID, que revelava a falta de pagamento de horas extraordinárias relativas a um período de três anos. Os funcionários seriam chamados pelo ID para cumprirem serviço nas folgas, fins-de-semana e feriados, não tendo recebido a devida compensação.

O ID explicou ao CCAC que as horas extra funcionaram apenas como reforço da sua capacidade de trabalho. Contudo, Sulu Sou, adiantou que todas as horas cumpridas por trabalhadores sob decisão de uma chefia, devem ser consideradas horas de trabalho. O ID prometeu também que, no futuro, irá cumprir a lei quando decretar a realização de horas extraordinárias aos seus funcionários. O CCAC decidiu arquivar o caso.

10 Mai 2018

Antigo político favorito à liderança chinesa condenado a prisão perpétua

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou esta terça-feira a prisão perpétua Sun Zhengcai, antigo alto quadro do Partido Comunista que era considerado um dos favoritos à liderança nacional, por aceitar subornos no valor de 22 milhões de euros.

Segundo o veredito do Tribunal Popular Intermédio de Tianjin, Sun será privado dos seus direitos políticos para toda a vida e as suas propriedades e ativos serão confiscados.

A televisão estatal CCTV difundiu imagens do antigo político em tribunal a afirmar que não vai recorrer da sentença.

Sun ocupou o cargo de secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) no município de Chongqing até julho passado, quando foi anunciado que estava a ser investigado pela Comissão de Inspeção e Disciplina do partido.

Com 54 anos, era um dos membros mais novos do Politburo do PCC, que reúne os 25 mais poderosos da China, pelo que constava entre os favoritos para suceder ao atual secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi Jinping.

Sun “admitiu a sua culpa, mostrou-se arrependido e assinalou que aceita a sentença”, informou o tribunal.

Em troca de subornos, Sun terá beneficiado empresas e individuais com contratos para projetos públicos e negócios, precisa o veredito. A liderança e a imprensa da China, no entanto, tornaram claro que as falhas de Sun foram também de natureza política.

Durante o Congresso do PCC, em outubro passado, um alto quadro do regime admitiu que Sun e outras figuras do partido atingidas pela campanha anticorrupção de Xi Jinping, “conspiraram abertamente para usurpar a liderança do partido”.

Sun foi substituído como secretário-geral em Chongqing por Chen Miner, ex-chefe de propaganda de Xi.

A campanha anticorrução lançada há cinco anos pelo Presidente chinês puniu já mais de um milhão e meio de membros do PCC e investigou 440 altos quadros do regime. Entre os altos funcionários investigados, 43 faziam parte do Comité Central do PCC – os 200 membros mais poderosos da China.

Sun é visto como próximo da Liga da Juventude Comunista, fação associada ao antecessor de Xi, Hu Jintao, e que o atual Presidente chinês afastou durante o seu processo de consolidação do poder.

Em Março passado, Xi conseguiu abolir da Constituição do país o limite de mandatos para o exercício do seu cargo.

9 Mai 2018

Tianjin Quanjian, de Paulo Sousa, empata nos ‘oitavos’ da ‘Champions’ da Ásia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tianjin Quanjian, orientado pelo português Paulo Sousa, empatou sem golos, na receção ao Guangzhou Evergrande, em jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões Asiática de futebol.

A formação orientada por Paulo Sousa ocupa a 11.ª posição da liga chinesa de futebol, competição na qual o Guangzhou Evergrande, treinado pelo ex-futebolista italiano Fabio Cannavaro, é quarto.

A superliga chinesa é liderada pelo Shangai SIPG, que é treinado pelo português Vítor Pereira, em igualdade de pontos com o Shandong Luneng.

O Shangai SIPG também ainda está em competição na Liga dos Campeões Asiática, defrontando fora na quarta-feira os japoneses do Kashima, em jogo da primeira mão dos ‘oitavos’.

O encontro da segunda mão entre o Tianjin Quanjian e Guangzhou Evergrande está agendado para terça-feira, 15 de maio.

9 Mai 2018

Nuclear/Irão: Presidente do Irão diz que país mantém-se no acordo se os seus interesses forem respeitados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou ontem que o Irão “vai manter-se” no acordo nuclear de 2015 após a retirada dos Estados Unidos, caso os seus interesses sejam garantidos, e tomará decisões posteriores em caso contrário.

“Devemos ser pacientes para ver como os outros países reagem”, disse Rohani num discurso, numa alusão às restantes potências que assinaram o acordo nuclear, e sugerindo que pretende discutir com europeus, russos e chineses.

O Presidente Donald Trump anunciou hoje que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.

O acordo foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares.

Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.

9 Mai 2018

Homem detido no sudoeste da China por “tráfico de esposas” vietnamitas

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m homem foi detido no sudoeste da China por trazer ilegalmente três vietnamitas para o país, uma para casar consigo e mais duas para os amigos, ilustrando o “tráfico de esposas” do Vietname para a China.

Segundo a imprensa chinesa, que cita a polícia, o homem, identificado como Hu, atravessou a fronteira com as mulheres e os seus familiares, depois de uma das vietnamitas ter acordado casar com ele por 140.000 yuan (18,5 mil dólares).

As outras duas mulheres iriam negociar o ‘dote’ com os amigos de Hu, mas o grupo acabou por ser detido em Nanchang, capital da província de Jiangxi, quando viajavam de comboio sem documentos legais.

O dote de casamento, pré-requisito essencial para selar o matrimónio na China rural, tem-se tornado um encargo demasiado grande para as famílias, face ao défice de noivas.

Fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a política de filho único, que vigorou entre 1980 e 2016, gerou um excedente de 33 milhões de homens na China.

A dificuldade em ‘seduzir’ noivas chinesas leva homens do interior da China a procurar mulher no sudeste asiático, sobretudo no Vietname, alimentando uma rede de tráfico humano entre os dois países vizinhos.

Em 2014, cem vietnamitas fugiram depois de se casarem com chineses da cidade de Quzhou, na província de Hebei, incluindo a mulher que tinha arranjado os casamentos, arrecadando assim centenas de milhares de yuan.

9 Mai 2018

Coreia do Norte: Kim Jon-un visita novamente a China a semanas de cimeira inédita com Trump

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jon-un, deslocou-se esta semana novamente à China e reencontrou-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, a semanas da aguardada cimeira com o seu homólogo norte-americano Donald Trump, divulgaram hoje os ‘media’ estatais chineses.

A comunicação social chinesa referiu-se a esta deslocação como uma “visita surpresa” e, por exemplo, a televisão pública chinesa CCTV mostrou Kim Jon-un e Xi Jinping a caminharem lado a lado num parque à beira mar na cidade de Dalian, na região nordeste da China, e a conversarem posteriormente à mesa.

Segundo a agência noticiosa Xinhua (Nova China), os líderes reuniram-se hoje e segunda-feira.

É a segunda deslocação de Kim Jon-un à China em pouco mais de um mês. O líder norte-coreano esteve em Pequim em finais de março e encontrou-se nessa ocasião com Xi Jinping. Tratou-se da sua primeira visita a um país estrangeiro desde que assumiu a liderança do regime de Pyongyang em finais de 2011.

Esta nova visita demonstra os esforços de Pequim e de Pyongyang em dar um novo impulso às suas relações bilaterais, de acordo com as agências internacionais. O apoio da China às sanções económicas aprovadas no seio da ONU para tentar travar o programa nuclear norte-coreano abalou as relações entre os dois países.

Segundo vários especialistas, a China, um aliado histórico da Coreia do Norte, não deseja ficar marginalizada perante as recentes aproximações diplomáticas de Pyongyang com outros países.

Kim Jon-un encontrou-se com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em finais de abril numa cimeira qualificada como histórica e prepara-se para reunir dentro de semanas, num encontro inédito, com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Após a minha primeira reunião com o camarada Presidente [Kim], as relações entre a China e a República Popular Democrática da Coreia (RPDC, Coreia do Norte) registaram progressos positivos, assim como a situação na península coreana. Estou feliz por isso”, declarou Xi Jinping, citado pela Nova China.

“São positivos os resultados da minha reunião histórica com o camarada secretário-geral (Xi)”, disse o líder norte-coreano, segundo a mesma fonte.

Na segunda-feira, o diário sul-coreano Chosun Ilbo noticiou que a tão aguardada cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un vai realizar-se em meados de junho em Singapura.

Trump disse na sexta-feira que a data e o local do encontro já tinham sido definidos e que seriam anunciados em breve.

9 Mai 2018

Torre de Macau ilumina-se de azul para celebrar ponte simbólica com UE

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Torre de Macau foi ontem iluminada em tons de azul para celebrar uma “ponte simbólica de luz” entre a China e a União Europeia, potências que reforçam este ano a cooperação no turismo.

Na quarta-feira, dia da Europa, vários locais de referência na China juntam-se à celebração: a Muralha da China, em Pequim, a Torre Pérola do Oriente, em Shanghai, a Torre do Relógio, em Hong Kong, e muitos outros vão também projetar a cor da União Europeia.

A iniciativa faz parte do “ambicioso” programa de atividades preparado para o Ano do Turismo União Europeia-China (ECTY, na sigla em inglês), lançado em Veneza no início do ano.

A embaixadora Carmen Cano, chefe do gabinete da União Europeia para Hong Kong e Macau, enfatizou no discurso de cerimónia o simbolismo desta iluminação.

“É uma lembrança dos fortes laços que unem o povo da União Europeia e de Macau. Esperamos que promova o turismo e encoraje o povo de Macau a aprender mais sobre a União Europeia”, afirmou.

Por sua vez, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, lembrou as adversidades e as incertezas que a União Europeia tem conseguido enfrentar, nomeadamente o ‘Brexit’.

Na opinião do responsável, “a recuperação da Europa é um poderoso catalisador para o desenvolvimento global”.

Wong Sio Chak também sublinhou o desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong Macau, que “reforçará a cooperação bilateral de longa data no intercâmbio económico e cultural”.

De acordo com o Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF, na sigla em inglês), um dos parceiros oficiais do Ano do Turismo, estas iniciativas visam promover a União Europeia como um destino de viagem na China, mas também aumentar a cooperação bilateral, a compreensão mútua e os progressos na abertura do mercado e na facilitação de vistos.

Em outubro, nos dias 22 e 23, o GTEF realiza-se na estância de lazer MGM Cotai, em Macau.

A China é o maior emissor mundial de turistas. No ano passado, 129 milhões de chineses viajaram para o estrangeiro – mais 5,7% do que no ano anterior.

Em Portugal, entre 2013 e 2016, o número de turistas chineses quase duplicou, tendo em julho passado sido inaugurado o primeiro voo direito entre Pequim e Lisboa.

Instituído em 1985, o Dia da Europa celebra a proposta do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês Robert Schuman, que, a 09 de maio de 1950 – cinco anos após o final da II Guerra Mundial -, sugeriu à então República Federal da Alemanha, e a outros países que se quisessem associar, a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que viria a tornar-se a primeira de uma série de instituições europeias supranacionais que deram origem à atual União Europeia.

9 Mai 2018

Crime | 280 identificados em cinco dias de operações policiais

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o decurso de uma série de operações policiais levadas a cabo entre sexta-feira e ontem, as autoridades de Macau identificaram 280 indivíduos, a maioria dos quais (226) suspeitos de envolvimento na prática de câmbio ilegal.

Foram ainda identificados três homens por entrada ilegal, com um a ser encaminhado para o Ministério Público pela suspeita da prática do crime de usura, indicaram os Serviços de Polícia Unitários (SPU), que conduziram as acções levadas a cabo pela Polícia de Segurança Pública e pela Polícia Judiciária. No total, foram mobilizados 282 agentes.

9 Mai 2018

Pedro Cardoso sai do BNU em Junho com “balanço seguramente positivo”

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] presidente do BNU de Macau confirmou à Lusa que vai sair do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) no primeiro semestre, fazendo um balanço dos sete anos à frente desta filial da banco português. “Faço um balanço seguramente positivo”, disse Pedro Cardoso, que confirmou a decisão de “mudar em termos de percurso profissional” e sair do grupo CGD.
“Quando cheguei a Macau, em 2011, o banco tinha 240 mil clientes, agora tem mais 50 mil, com os clientes mais fidelizados, tínhamos 2,4 produtos por cliente em 2011 e agora temos 3,6 produtos, o que pode parecer pouco, mas é um aumento de 40% de produtos por cliente”, sublinhou Pedro Cardoso.
Em termos de dimensão do balanço, o responsável disse que em 2011 contribuíam com 30 milhões de euros para os resultados líquidos da CGD, e em 2017 contribuíam com 70 milhões de euros. “Portanto, durante seis anos consecutivos tivemos aumento de resultados, o que não é um desempenho fácil de igualar, seja por aqueles lados, seja por aqui em Portugal”, acrescentou Pedro Cardoso.
Questionado sobre a possibilidade de a operação em Macau ser reduzida ou terminada face à política externa da CGD, Pedro Cardoso disse que “o BNU é considerado um activo estratégico do Grupo CGD e não está no grupo das operações para venda ou encerramento no âmbito do processo de reestruturação associado à capitalização efetuada em 2017”.
Pedro Cardoso acompanhou à distância a intervenção financeira externa sobre Portugal no âmbito do programa de ajustamento financeiro e passou por várias administrações da CGD, acompanhando de perto o aumento das relações entre a China e Portugal.
“Portugal tem evoluído, do ponto de vista económico, de forma bastante favorável nos últimos anos, com melhorias significativas nos indicadores do PIB [Produto Interno Bruto], da taxa de desemprego e das contas externas e orçamentais, e isso não deixa de ser reconhecido pelos chineses como factor adicional de confiança para investir em Portugal”, disse. O banqueiro nota ainda a “visão bastante positiva da China relativamente a Portugal” e o facto de o país se ter “destacado como um dos principais destinos de investimento chinês na Europa”.
Pedro Cardoso deixou ainda um conselho às empresas portuguesas que procuram expandir a sua actividade para o gigante asiático: “É um mercado bastante atractivo para as empresas portuguesas, mas a minha experiência aponta no sentido de as empresas pensarem que por ser tão grande é fácil entrar, bastando exporem os produtos e serviços e garantindo mercado”.
Isso, apontou, “é um erro bastante grande, porque o mercado é bastante competitivo, é preciso uma boa base de fundamentação estratégica e uma execução exemplar” do plano de negócios.
O ideal, defende, “é olhar para o mercado chinês estudando bem os pormenores, a cultura, a língua e os hábitos, e apelava a essas empresas que se associassem entre si dentro do mundo e do espaço português, como fazem as empresas espanholas e francesas”. Isso, concluiu, “seria muito útil em termos de partilha de experiência e conhecimento para actuar naquele mercado”.

9 Mai 2018

Ilha Verde | Sinergia Macau pede investigação do CCAC

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] associação Sinergia Macau pediu ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que faça uma investigação ao terreno na Ilha Verde onde está localizado um histórico convento jesuíta.

A associação suspeita que possa estar em causa a ocupação ilegal do terreno, à semelhança do que aconteceu com o caso do Alto de Coloane e da Fábrica de Panchões, na Taipa.

O caso do terreno da Ilha Verde ainda está em tribunal por não se conhecer o verdadeiro proprietário, mas a Sinergia Macau lembra que o imóvel é privado há mais de 130 anos, existindo dúvidas ao nível do seu registo e respectivas informações do pedaço de terra, algo semelhante a outros casos já denunciados pelo CCAC.

9 Mai 2018

Economia | Vice-primeiro-ministro em Washington na próxima semana

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] vice-primeiro-ministro chinês Liu He desloca-se “na próxima semana” a Washington, para retomar as negociações com as autoridades norte-americanas, visando evitar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta, informou a Casa Branca.

Liu He, principal encarregado da política económica do país asiático, liderou na semana passada uma primeira ronda de negociações com uma delegação norte-americana chefiada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
As conversações não terminaram, no entanto, com um acordo que permita pôr fim às crescentes disputas comerciais.
“O responsável pelas questões económicas do executivo chinês, o vice-primeiro-ministro, virá a Washington na próxima semana para continuar as discussões” com a administração de Donald Trump, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Liu He, antigo aluno da universidade norte-americana de Harvard, é conhecido pelo seu domínio da língua inglesa.
O Presidente dos EUA quer reduzir o deficit na balança comercial com a China e exige que Pequim garanta às empresas norte-americanas uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual. Segundo um documento divulgado pela agência Bloomberg, e apresentado como ponto de partida para as negociações em Pequim, Trump exige uma redução do deficit comercial dos EUA com a China de “pelo menos” 200.000 milhões de dólares, até 2020. Trump exige ainda que as taxas alfandegárias chinesas sejam reduzidas para os valores praticados pelos EUA e o fim de subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos.

Em recuperação
As exportações chinesas recuperaram no mês passado, depois de caírem em Fevereiro, segundo dados ontem divulgados, que revelaram ainda um aumento no superavit com os Estados Unidos, fonte de uma intensa disputa comercial com Washington.
As alfândegas chinesas anunciaram uma subida das exportações de 21,5 por cento, face a Abril de 2017, depois de terem recuado 2,7 por cento, em Março.
As importações medidas em dólares aumentaram 12,9 por cento, fixando o superavit chinês em 28,8 mil milhões de dólares. No mês passado, a balança comercial chinesa registou um raro deficit de 5 mil milhões de dólares.
No mesmo mês, o superavit da China nas trocas comerciais com os EUA fixou-se em 22,2 mil milhões de dólares, depois de em Março se ter fixado nos 15,4 mil milhões.
Os dados ontem anunciados surgem numa altura de crescente tensão entre Washington e Pequim, em torno do crónico deficit norte-americano nos negócios com a China. Entre Janeiro e Abril, a China registou um superavit de 80,4 mil milhões de dólares nas trocas comerciais com os EUA.
Pelas contas do Governo chinês, no ano passado, a China registou um superavit de 275,8 mil milhões de dólares no comércio com os EUA. As contas de Washington fixam o superavit chinês ainda mais acima, em 375,2 mil milhões de dólares.

9 Mai 2018

Temer admite desistir da reeleição para apoiar candidato do centro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente do Brasil, Michel Temer, admitiu ontem que pode desistir de participar nas próximas eleições presidenciais do país, que se realizam em Outubro, para apoiar um candidato que possa agregar apoio de vários partidos. “Se necessário abro mão [da candidatura] com paz de espírito. Não haveria dificuldade”, disse o Presidente brasileiro, numa entrevista ao programa Power Focus, exibido na rede de televisão SBT.

Michel Temer, cuja popularidade está abaixo de 6 por cento, disse que para ele desistir da reeleição será necessário que as forças políticas do Brasil se unam em torno de apenas um candidato “de centro”. “Se queremos que o centro [vença] não podemos ter sete ou oito candidatos. A classe política precisa mobilizar-se para escolher um nome”, afirmou o chefe de Estado.

O Presidente brasileiro citou os pré-candidatos Geraldo Alckmin, Flávio Rocha, Afif Domingos e Paulo Rabelho de Castro como possíveis para representarem os partidos do centro.

O nome do actual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que lançou sua pré-candidatura à Presidência no início de Março, também foi incluído por Michel Temer nesta lista.

O Presidente abordou ainda a possibilidade de o ex-juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa ser candidato e consiga eleger-se Presidente do Brasil. Joaquim Barbosa, negro, de origem humilde e que teve uma forte popularidade quando foi relator de um julgamento sobre um escândalo de suborno que ocorreu no Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apareceu nas últimas sondagens como um dos candidatos que tem hipóteses de vencer as eleições.

Para Michel Temer, porém, estas caraterísticas não devem ser decisivas. O Presidente brasileiro disse que não acredita que o antigo magistrado terá sucesso na corrida presidencial apenas “por ser negro ou porque ele era pobre”. “Se me permite, eu discordo do facto de que ele poderá ser o Presidente porque é negro ou porque era pobre. Pobre, eu também fui. Lula era pobre. Esta não será a razão que fará alguém ser ou não Presidente “, disse Michel Temer.

Michel Temer voltou a defender o seu Governo e a continuidade do seu trabalho, frisando a importância de projectos como as mudanças no sistema de pagamento de pensões de reforma e a privatização da Eletrobras.

O chefe de Estado brasileiro mostrou-se visivelmente incomodado com as perguntas de jornalistas sobre as acusações de que ele supostamente teria usado o dinheiro ilícito para pagar obras em casa da sua filha. A polícia está a investigar se as obras na casa de Maristela Temer foram pagas ilegalmente, depois de fornecedores de material daquela obra terem admitido que receberam dinheiro em espécie das mãos da mulher do coronel João Batista Lima Filho, amigo íntimo do Presidente brasileiro, como pagamento dos seus serviços.

8 Mai 2018

Elementos do bem e do mal

Jales Coutinho

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ogo depois da libertação (Janeiro de 1945), um médico e um químico, colegas de cativeiro no campo para judeus de Monowitz, redigem um relatório, provavelmente a pedido dos soviéticos, sobre a organização higiénico-sanitária naquele Lager.

Leonardo De Benedetti e Primo Levi continuaram pela vida fora a dar testemunho dos onze meses ali vividos. Monowitz era um dos cem campos dependentes do centro administrativo de Auschwitz. Era um bom campo, dirá Levi noutra ocasião, por ser um Arbeitslager, um campo de trabalho forçado, e não um de extermínio. A média de vida ali era de três meses. Quando as forças se esvaíam, uma inspeção rápida despachava os homens para as câmaras de gás num campo próximo.

O relatório é publicado numa revista médica em 1946. Mais ou menos por essa altura Primo Levi decide dedicar-se à literatura. Também a escrita testemunhará o que viveram, ele e todos aqueles com que se cruzou. Não mais deixará de investigar os detalhes dessas vidas, para as resgatar do olvido. Igualmente a formação em Química intervirá nessa demanda. No relatório iniciático e em relatos subsequentes explica o funcionamento das câmaras de gás (os chuveiros) e dos fornos crematórios do campo de Birkenau. Pelas válvulas das câmaras, descreve, era libertado o Zyklon B, um pó inicialmente usado para desratizar os porões dos navios.

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Sam Kean é um exímio contador de histórias da história da ciência. Seja o código atómico, o código genético, o cérebro, o ar que respiramos, tudo lhe vem servindo para coleccionar casos e histórias de exemplo e proveito. Fritz Haber é uma das suas personagens paradigmáticas, por encarnar a dualidade fundamental da ciência, o bem e o mal. Um daqueles casos (frequentes) em que uma descoberta ou invenção brilhante é reconvertida em agente de destruição. Consta que Arquimedes usou espelhos para atear o fogo aos navios dos romanos; dizia-se que a dinamite de Alfred Nobel era apenas para abrir estradas e túneis…

Haber tornou-se mundialmente famoso ao produzir amoníaco com o nitrogénio (elemento 7). Daí vieram os fertilizantes, que salvaram (e salvam) milhões de seres humanos da fome. A história aparece já no primeiro livro de Sam Kean (2010), dedicado à tabela periódica dos elementos químicos, livro de que saiu agora aliás uma edição para leitores jovens (abril de 2018). No seu mais recente livro (2017), dedicado à atmosfera terrestre, o caso de Haber regressa e merece ainda mais atenção.

O ar que respiramos é composto em 78 por cento por moléculas de nitrogénio (uma molécula do gás de nitrogénio tem dois átomos de nitrogénio). Nem sempre foi assim. A primeira atmosfera da Terra era essencialmente hidrogénio e hélio, sobras ainda do (pequeno) big-bang que originou o nosso sistema solar, há 4,6 mil milhões de anos.

Depois, com os planetas rochosos ainda meio pastosos, a (segunda) atmosfera da Terra formou-se principalmente dos gases vindos do seu interior: vapor de água e dióxido de carbono, gases sulfúricos, vapores metálicos. Talvez os constantes choques de asteroides e cometas tenham reconfigurado muitas vezes a atmosfera e o planeta, incluindo os lagos e os oceanos que se formavam; talvez asteroides e cometas tenham acrescentado outros gases à atmosfera…

A terceira atmosfera da Terra formou-se há 2,5 mil milhões de anos. Os choques de asteroides e cometas tornaram-se raros, a crosta do planeta arrefeceu, solidificou em rocha dura. O magma no interior continuou a libertar gases, que se acumulam em alguns pontos e acabam por explodir. Formam-se os vulcões, pelos quais os gases continuam a ser expelidos para a atmosfera, incluindo alguns gases ricos em nitrogénio.

O nitrogénio acumula-se na atmosfera porque os seus dois átomos, fortemente unidos, não se misturam com outros átomos. Apesar de vivermos num oceano de nitrogénio, e de ele ser indispensável em todas as nossas células, o nosso organismo não o consegue assimilar diretamente do ar; como faz com o oxigénio, por exemplo, através dos pulmões.

O desenvolvimento de algumas bactérias capazes de cindir os dois átomos (ligando-os aos átomos de hidrogénio, criando naturalmente amoníaco) estabiliza um ambiente favorável à vida de plantas e animais. Essas bactérias vivem nas raízes de algumas plantas e em alguns tipos de solo, trocando o nitrogénio por outros nutrientes. Os animais metabolizam o nitrogénio alimentando-se das plantas.

Na linguagem colorida de Kean, só no início do século XX uma espécie de não-bactérias foi capaz de fazer o mesmo: produzir amoníaco.

A tentativa de se criar um estrume químico já vinha de meados do século XIX, e foi isso mesmo que uma empresa pediu a Haber em 1905: uma nova maneira de se obter amoníaco, para se produzirem fertilizantes. Comprimindo moléculas de nitrogénio e hidrogénio com pressões centenas de vezes superiores à pressão atmosférica, experimentando metal atrás de metal como catalisador, acertando o nível das altas temperaturas, Haber conseguiu finalmente obter as primeiras gotas de amoníaco.

A industrialização do processo foi entregue a Carl Bosh, um engenheiro químico. A produção de fertilizantes a partir do amoníaco não parou de crescer, até hoje. Como se dizia na altura, Haber conseguira o milagre de transformar o ar em pão.

Ah!, suspira Kean, se esta história pudesse terminar aqui…

Com o início da guerra, Haber entrega-se às tarefas militares. Dirige a produção em larga escala de amoníaco para o fabrico de explosivos de nitrogénio (capturado no amoníaco). Mas tem outros projetos em mãos, um deles o de desenvolver uma arma química superior às dos ingleses e franceses, que desse a vitória à Alemanha. Haber vira-se então para o cloro (17), com o qual produziu e fez testar no campo de batalha vários gases altamente tóxicos, e sobretudo aterradores, como o gás mostarda. Kean diz que o ser humano guarda um medo primitivo à falta de ar, à asfixia por um ar venenoso.

No meio de protestos, e de denúncias pelos seus pares de vários países, com o labéu de criminoso de guerra, Haber recebeu o Nobel em 1919 (de Química, relativo a 2018). Nunca foi formalmente acusado, ao contrário de Bosh, que continuou a boicotar o acesso dos Aliados à tecnologia do amoníaco mesmo depois do Tratado de Versalhes.

Haber dissimulou a sua indústria de guerra, garantindo que estudava maneiras de destruir os gases em reserva ou de os reconverter em pesticidas. Assim se inventou o Zyklon A.

Com a chegada de Hitler ao poder, o destino de Haber estava traçado. Não aceitou ter de despedir os cientistas judeus, ele próprio com raízes judaicas. O seu laboratório foi encerrado e a sua fortuna confiscada. Morreu em 1934, em fuga, tentando que algum país o acolhesse. Daí a uns anos, os nazis tinham desenvolvido a segunda geração do pesticida, o Zyklon B.

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«Tinha numa gaveta um pergaminho miniatura com caracteres aprimorados que dizia que se conferia a Primo Levi, de raça hebraica, a licenciatura em Química com 110 e louvor. Portanto, era um documento dúbio, semiglória e semizombaria, semiabsolvição e semicondenação. Estava naquela gaveta desde julho de 1941 e novembro já terminara. O mundo caminhava para a catástrofe e à minha volta nada acontecia. Os alemães espalharam-se pela Polónia, pela Noruega, pela Holanda, pela França, pela Jugoslávia, e penetravam nas planícies russas como faca na manteiga. Os Estados Unidos não se mexiam para ajudar os ingleses, que continuavam sozinhos. Eu não encontrava trabalho e estoirava-me à procura de uma ocupação qualquer desde que fosse paga; no quarto ao lado do meu, prostrado por causa de um tumor, o meu pai vivia os seus últimos meses.»

Sexto capítulo. Como todos os 21 capítulos do livro, tem por título o nome de um elemento: “Níquel”. É a tabela periódica de Primo Levi: O sistema periódico, 1975 (Dom Quixote 2017). Lembranças sobretudo do antes e do depois; as do cativeiro estão já essencialmente no seu primeiro livro: Se isto é um homem, 1947 (Livros RTP 2018).

Levi vai arranjar logo a seguir um emprego, o seu primeiro emprego depois da licenciatura, meio secreto, ligado aos militares, numa mina de extração de amianto, que já derrubara uma montanha. Tarefa, analisar os restos das rochas deixados pela extração, para ver se havia algum níquel. Entusiasma-se, pelo menos estava a viver na montanha, faz todas as experiências possíveis. Um leve pensamento que por vezes o assalta, o de estar provavelmente ao serviço da produção de armas para o governo italiano, não o inquieta. Mas o níquel é residual, nada a fazer, senão procurar outro emprego.

Lembra as suas primeiras tentativas literárias, dois contos meio fantásticos (“Chumbo”, “Mercúrio”), cola-os a seguir, ficam aqui «entre estas histórias de química militante». Também «sonhava escrever a saga de um átomo de carbono». Escrevê-la-á muitos anos depois, é o último capítulo (“Carbono”).

Desde 1942 em Milão, os sete amigos de Turim enfrentam agora a realidade. Itália ocupada, juntam-se aos partigiani, três são presos. Em novembro de 1944, Levi está no Lager; o único conto (“Cério”) em que regressa ao cativeiro, ao laboratório da fábrica de borracha sintética, a Buna-Monowitz, local de trabalho para que fora selecionado. Já todos estão à espera dos «russos libertadores», há só que vencer a fome. «Roubava tudo, exceto o pão dos meus companheiros.» Encontra uns pedaços de ferrocério num armário. Descobre que podem servir como pedra de isqueiro; rouba-os, um pedaço de cada vez; molda-os; troca-os por comida.

Anos depois da guerra, já anos 1960, na correspondência comercial da fábrica de vernizes que dirige (penúltimo capítulo, “Vanádio”), aparece-lhe um nome… «Müller. Numa minha anterior encarnação havia um Müller.» Acaba por escrever-lhe, e confirmar, o seu «colega produtor de vernizes» fora o responsável pelo laboratório de Buna-Monowitz. Müller tinha uma boa «(louca!)» opinião sobre a fábrica de Buna (que não chegou a entrar em funcionamento), a fábrica destinava-se a «proteger os judeus». Gostara do livro (o de 1947, edição alemã) que Levi lhe enviara, também tinha umas notas daquele período, queria conversar sobre o passado, encontrar-se com ele…

 

8 Mai 2018

Empresa de telecomunicações ZTE, da China, apela aos EUA que suspendam sanção na compra de componentes

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] gigante de telecomunicações chinesa ZTE entrou com um recurso nos Estados Unidos que visa suspender a sanção que proíbe a empresa de comprar componentes norte-americanos, numa altura de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington.

A ZTE, responsável pelo desenvolvimento da infraestrutura 5G na China, anunciou no domingo que solicitou ao Departamento de Comércio dos EUA a suspensão da sanção. Pequim criticou também a decisão junto das autoridades norte-americanas, durante as negociações da semana passada, em Pequim, em torno das disputas comerciais, com uma delegação dos EUA chefiada pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.

Segundo um comunicado do ministério do Comércio da China, a delegação prometeu repassar os protestos da China ao Presidente norte-americano, Donald Trump.

No mês passado, Washington decidiu pôr fim às exportações de componentes destinadas ao grupo chinês ZTE, devido a declarações fraudulentas num inquérito sobre a investigação ao embargo imposto ao Irão e à Coreia do Norte. Os Estados Unidos já tinham aplicado, em Março de 2017, uma multa de 1,2 mil milhões de dólares ao grupo chinês das telecomunicações ZTE por ter violado o embargo aos dois países.

Em 2016, o grupo chinês assumiu a responsabilidade por ter adquirido equipamento aos Estados Unidos e os ter reexportado para o Irão e a Coreia do Norte, apesar das sanções impostas aos dois países devido aos seus programas militares e a violações dos direitos humanos. A decisão de Washington ameaça a sobrevivência da gigante das telecomunicações, que depende de tecnologia norte-americana, como chips e o sistema operacional Android, para fabricar dispositivos móveis.

A sanção surge num período de crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington. Na raiz desta disputa está o plano de Pequim, designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Segundo o banco de investimento CICC, a ZTE tem em stock componentes para um ou dois meses, antes que a sanção comece a afectar os seus negócios. A negociação de títulos da ZTE nas Bolsas de Valores de Hong Kong e Shenzhen foram, entretanto, suspensas desde a decisão dos EUA.

8 Mai 2018

Diplomacia | Singapura acolherá em Junho cimeira Kim-Trump

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] histórica cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, realiza-se em meados de Junho em Singapura, noticiou ontem o diário sul-coreano Chosun Ilbo. Trump disse na sexta-feira que a data e o local do encontro tinham sido definidos e seriam em breve anunciados.

A cimeira decorrerá “em meados de Junho”, afirma o Chosun Ilbo, citando fontes diplomáticas que obtiveram a informação do conselheiro norte-americano para a Segurança Nacional, John Bolton. A agência de notícias sul-coreana Yonhap também tinha indicado, no fim de semana, que o local favorito para o encontro Trump-Kim era Singapura.

Trump tinha anteriormente dado a entender que a Zona Desmilitarizada (DMZ), onde se realizou no final de Abril a terceira cimeira entre as duas Coreias, poderia ser apropriada para o seu encontro com Kim Jong-un. A Mongólia e a Suíça foram igualmente apontadas como locais possíveis.

8 Mai 2018

PCC | Membros provam lealdade em teste de realidade virtual

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s membros do Partido Comunista da China (PCC) da cidade de Binzhou, na província oriental de Shandong, serão os primeiros do sistema político chinês a demonstrar a sua lealdade ao partido por meio de testes de realidade virtual. Nos testes, avaliam-se, entre outras coisas, a vontade de contribuir para o bem do povo e do próprio partido e se são ou não um modelo ético para a sociedade, segundo o diário Global Times, próximo do Governo de Pequim.

Para fazerem o teste de quase 30 perguntas, que tanto inclui temas de teoria política como questões da vida pessoal, os examinados devem colocar óculos de realidade virtual e entrar numa divisão levando um comando de controlo remoto. As instalações onde decorrem os exames situam-se num centro local do PCC de Binzhou, custaram 92.000 euros e começaram a funcionar em Abril.

Entre as perguntas do teste, há algumas formuladas de forma complexa, como “Estás de acordo que, se não fores corrupto, serás marginalizado?”, à qual os avaliados deverão responder escolhendo a opção “não”, das cinco respostas possíveis.

O objectivo destes testes é determinar os pontos frágeis dos membros do PCC, segundo o Global Times, para que depois possam ser assessorados por especialistas do partido de forma presencial ou remota para os melhorarem.

Contudo, como advertiu Cai Zhiqiang, professor da Escola do Partido, centro de formação dos altos responsáveis do regime, estes exames precisam de ter uma base mais científica para reforçar a fiabilidade dos resultados, que deverão ser utilizados para fomentar a qualidade dos membros do PCC.

8 Mai 2018

Taiwan | Pequim desvaloriza críticas dos EUA

Pequim desvalorizou ontem as críticas de Washington, que classificou como “absurdo orwelliano” as exigências chinesas de que as companhias aéreas estrangeiras não se refiram a Taiwan como um país, por respeito à soberania da China

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que “independentemente do que os Estados Unidos dizem, isso nunca mudará o facto objectivo de que existe apenas uma só China, e que as regiões de Hong Kong, Macau e Taiwan são parte inalienável do território chinês”. “As empresas estrangeiras a operar na China devem respeitar a soberania e integridade territorial da China, cumprir a lei chinesa e respeitar os sentimentos do povo chinês”, afirmou em comunicado Geng Shuang, porta-voz do ministério.

Companhias aéreas norte-americanas e a empresa têxtil espanhola Zara foram forçadas a pedir desculpa à China por se referirem a Taiwan como um país nos seus portais electrónicos ou em publicidade.

Este fim-de-semana, a Casa Branca condenou os esforços chineses em controlar a forma como as companhias aéreas norte-americanas se referem a Taiwan, Hong Kong e Macau. O Governo norte-americano classificou a postura chinesa como “absurdo orwelliano”. Sarah Huckabee Sanders, porta-voz da Casa Branca, afirmou em comunicado que o Presidente norte-americano, Donald Trump, vai “apoiar os americanos que resistem aos esforços do Partido Comunista Chinês em impor as suas noções de politicamente correcto às empresas e cidadãos norte-americanos”.

No ar

Segundo a Casa Branca, a Administração de Aviação Civil da China pediu uma alteração, nas referências a Taiwan, a 36 companhias aéreas estrangeiras.

“Trata-se de um absurdo orwelliano e parte de uma tendência crescente do Partido Comunista Chinês de impor as suas visões políticas aos cidadãos e às empresas americanos”, afirmou Sanders.

A porta-voz disse que a Administração de Donald Trump apelou à China para que “pare de ameaçar e coagir as companhias aéreas e cidadãos norte-americanos”.

O comunicado da Casa Branca surge depois de uma delegação norte-americana, liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ter regressado de Pequim, onde na semana passada reuniu com as autoridades chinesas para encontrar uma solução para as crescentes disputas comerciais entre as duas potências. Também o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, falou este fim-de-semana por telefone com Yang Jiechi, membro do Politburo do PCC, que “afirmou a importância de uma relação bilateral construtiva e orientada para resultados”.

8 Mai 2018

Economia | Grupo que quer comprar seguros do Montepio enfrenta grave crise

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo chinês CEFC Energy, que quer comprar o ramo segurador do Montepio, atravessa uma grave crise, suscitada pelo desaparecimento do seu presidente e o fracasso do negócio para comprar 14,16 por cento da petrolífera russa Rosneft

As agências de rating chinesas reduziram a classificação do crédito da empresa para nível “lixo”, tornando mais difícil o seu financiamento, numa altura em que os credores processam a firma, visando assegurar activos.

O jornal chinês China Business News escreve que dezenas de instituições que adquiriram obrigações do grupo reuniram-se, este fim-de-semana, num hotel em Xangai, a “capital” financeira da China, para exigir informações sobre a situação financeira do grupo e garantias de reembolso da dívida.

Mais duas reuniões de investidores foram agendadas para ontem e dia 15 de Maio, com um total de 263 milhões de euros em obrigações do grupo a expirar em 21 de Maio.

Com sede em Xangai, o CEFC está no processo de compra das seguradoras do Montepio, enquanto a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu pôr termo à negociação que decorria com o grupo para a venda da petrolífera Partex, devido à “incapacidade desta empresa em esclarecer cabalmente” uma investigação ao seu presidente.

O presidente da Associação Mutualista, Tomás Correia, afirmou também já que duvida que a venda do ramo segurador do Montepio ao CEFC se concretize, mesmo que obtenha luz-verde do regulador.

Ye Jianming, fundador e presidente da empresa, está desaparecido desde Março passado, quando a imprensa chinesa avançou que se encontrava “sob investigação” das autoridades na China. Na altura, a empresa negou que o seu presidente estivesse a ser investigado e afirmou que aquelas notícias “não têm fundamento”.

Salada russa

O jornal de Hong Kong South China Morning Post avança também que o governo do município de Xangai tentou assumir o controlo do grupo, através da estatal Shanghai Guosheng, mas a empresa acabou por retroceder, após avaliar a situação financeira do CEFC.

A firma tornou-se mundialmente famosa no ano passado, quando acordou pagar 7,4 mil milhões de euros por 14,16 por cento da petrolífera russa Rosneft. O consórcio que detinha aquela participação, composta pelo fundo soberano do Qatar e a gigante da mineração Glencore, no entanto, anunciaram na sexta-feira que suspenderam o negócio.

Já no ano passado, uma proposta de 92 milhões de euros do CEFC pela empresa financeira norte-americana Cowen Group foi travada pelo governo dos Estados Unidos por motivos de segurança nacional.

Também nos EUA, uma investigação anticorrupção chamou a atenção para o grupo, após Chi Ping Patrick Ho, que geria uma organização não-governamental em Hong Kong financiada pelo CEFC, ter sido acusado por um tribunal de Nova Iorque por corrupção e lavagem de dinheiro. O Departamento de Justiça norte-americano acusa Ho de ter subornado funcionários do Chade e do Uganda em troca de contratos para uma empresa de energia chinesa. Registos públicos indicam que Ho representava a CEFC China’s China Energy Fund, em 2011.

8 Mai 2018

Escritor Mário Vargas Llosa participa pela 1.ª vez no Hay Festival

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor Mario Vargas Llosa, de 82 anos, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2010, participa pela primeira vez no Hay Festival, que se realiza em Novembro, em Arequipa, sua cidade natal, anunciou a organização.

Nas três edições enteriores, participaram no Hay Festival cerca de 25.000 pessoas, noticiou a Efe, segundo a qual além do autor de “Elogio da Madrasta”, no certame participam também o indo-britânico Salman Rushdie, que recentemente publicou “A Casa Golden”, e a escritora e jornalista argentina Leila Guerriero, que em 2010 venceu o Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez.

Leila Guerriero participa pela segunda vez no festival, que teve a sua primeira edição, em Arequipa, em 2015.

O IV Hay Festival de Artes y Literatura realiza-se de 8 a 11 de Novembro, no centro histórico da denominada “Cidade Branca”, pelos seus edifícios construídos em cantaria vulcânica de cor branca, e onde Vargas Llosa, nobilitado como marquês pelo rei João Carlos de Espanha, tem a sua casa museu.

O Hay Festival, que junta escritores, filósofos, cientistas e jornalistas, é originário do País de Gales, e além do Peru, tem edições na Colômbia, México, Dinamarca, e Espanha, designadamente em Segóvia.

O escritor Mario Vargas Llosa esteve em Lisboa, em Outubro de 2016, para apresentar o seu mais recente romance, “Cinco esquinas”, na sala Almada Negreiros, no Centro Cultural de Belém.

Referência literária

Mario Vargas Llosa nasceu em 1936, em Arequipa, no Peru e actualmente tem dupla nacionalidade, peruana e espanhola, tendo recebido vários prémios literários internacionais, entre eles, o Prémio P.E.N./Nabokov, o Cervantes, o Príncipe das Astúrias e o Grinzane Cavour.

Em 2010, foi distinguido com o Prémio Nobel de Literatura pela “sua cartografia das estruturas de poder e pelas imagens pungentes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos”, segundo fonte editorial.

Dos seus títulos refira-se “A cidade e os cães”, que lhe valeu o Prémio Biblioteca Breve, em 1962 e o da Crítica Espanhola, em 1963).

Autor de mais de uma dezena de romances, Vargas Llosa é também autor de peças de teatro, nomeadamente “A menina de Tacna”, e de obras de ensaio, como “A Civilização do espetáculo”, editada em 2012.

Entre outras condecorações estrangeiras, o Governo francês distinguiu o escritor com a Medalha de Honra, em 1985, e, em Fevereiro de 2011, o rei de Espanha nobilitou-o com o título hereditário de Marquês de Vargas Llosa.

Vargas Llosa obteve a nacionalidade espanhola em Março de 1993, sem nunca renunciar à peruana.

8 Mai 2018

USJ | Gregory B. Lee traz a Macau a China imaginada

[dropcap style≠’circle’]“C[/dropcap]hina Imagined: From Western Fantasy to Spectacular Power” é a palestra a cargo de Gregory B. Lee que vai decorrer na Universidade e São José (USJ) no próximo dia 29 de Maio pelas 18h30.

De acordo com a organização, a China tem sido um país estudado e explorado por sinólogos e escritores, mas sempre dentro do âmbito de um país imaginado. “Entenda-se por imaginário, o conjunto de frases, imagens e crenças que compõem a compreensão partilhada de um grupo ou de comunidade (seja uma etnia ou uma nação, a nossa ou de outra pessoa)”, refere a apresentação do evento.

Mas, os tempos estão a mudar e o imaginário ocidental da China começa a ficar situado num ponto sem descrição com a sua posição reconhecida enquanto potência mundial. A palestra pretende responder à questão “De onde vem a China?”

Gregory B. Lee é um académico e autor, professor de Estudos Chineses e Transculturais na Universidade Jean Moulin. De entre as suas publicações, a organização destaca “Dai Wangshu: A vida e a poesia de um modernista chinês (1989)” e a “Década perdida da China (2009, 2012)”.

8 Mai 2018

Crime | Autoridades detiveram mais de 100 pessoas no Cotai desde quinta-feira

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma operação liderada pelos Serviços de Polícia Unitários, levada a cabo em conjunto com a Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública em vários casinos no Cotai, resultou na detenção para interrogatório de 119 pessoas desde quinta-feira, segundo dados facultados pela PJ ao HM.

Na sequência da acção, com vista ao combate do câmbio ilegal de dinheiro, um homem foi preso. De acordo com a PJ, trata-se de um imigrante ilegal que é suspeito da prática de três crimes relacionados com jogo.

8 Mai 2018