Xi Jinping em Portugal | PCP diz que relações económicas mutuamente vantajosas são bem-vindas

[dropcap]O[/dropcap] PCP classificou ontem como “um acontecimento importante” para Portugal o desenvolvimento de relações de “amizade, paz e cooperação” com a China, considerando igualmente bem-vindas as “relações económicas mutuamente vantajosas”.

A propósito da visita a Portugal do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que terminou ontem, o PCP, sublinha, em nota enviada à comunicação social, que “a defesa do desenvolvimento de relações de amizade, paz e cooperação com todos os povos do mundo é um princípio fundamental da política externa de Portugal” e que “o desenvolvimento de tais relações com um país como a China é um acontecimento importante”.

“A diversificação das relações externas de Portugal e a ruptura com o seu afunilamento, nomeadamente face à União Europeia, é uma componente necessária de uma política de soberania e independência nacional”, lê-se também na nota.

Para os comunistas, “relações económicas mutuamente vantajosas, que contribuam efectivamente para o desenvolvimento do país”, são igualmente “bem-vindas com a China, como com todos os países”.

Nesse sentido, o PCP formula “os melhores votos” para o “ulterior desenvolvimento das relações políticas, económicas e culturais entre os dois países”, num contexto de “respeito pelos princípios de igualdade, soberania e reciprocidade de vantagens”.

De frisar que o PCP está actualmente no poder, em coligação com o Partido Socialista e Bloco de Esquerda (BE). O BE, juntamente com o PAN – Partido Pessoas-Animais-Natureza, recusaram participar nas cerimónias de recepção ao presidente Xi Jinping na Assembleia da República.

6 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | Governos destacam papel de Macau como ponte

[dropcap]A[/dropcap] declaração comum de Portugal e da China ontem divulgada dá especial destaque ao papel de Macau enquanto “ponte” entre os dois países, quando em 2019 se celebram os 20 anos da sua “retrocessão” para a China.

“Ao reconhecer os notáveis êxitos de desenvolvimento que a RAEM alcançou desde o seu estabelecimento, e ao destacar o papel importante de Macau para o relacionamento luso-chinês, as duas partes [portuguesa e chinesa] expressaram a disposição de reforçar o seu papel como ponte e elo de ligação para promover as relações de amizade de longo prazo” luso-chinesa, salienta-se no documento.

Da declaração conjunta que resulta dos dois dias de visita de Estado a Portugal do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, alude-se, igualmente, à disposição dos dois países no sentido de continuarem “a apoiar o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”.

“As duas partes reconheceram o papel importante desempenhado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), 15 anos após o seu estabelecimento, e reiteraram o compromisso para com a implementação dos frutos alcançados nas suas conferências ministeriais e para continuarem a promover a cooperação pragmática em todas as matérias com ações concretas no quadro do fórum”, acrescenta-se do mesmo texto.

No mesmo documento, Portugal e China “reafirmaram ainda o interesse em fomentar a cooperação com países terceiros, em regiões como a África e a América Latina”.

6 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | Governos assinam 17 acordos bilaterais

[dropcap]O[/dropcap]s governos português e chinês assinaram ontem 17 acordos bilaterais, envolvendo sobretudo às áreas financeira e empresarial, com destaque para o memorando de entendimento sobre a iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”.

Estes acordos foram assinados no Palácio de Queluz, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro português, António Costa, e pelo chefe de Estado chinês, Xi Jinping, que ontem terminou a sua visita de Estado a Portugal, iniciada na terça-feira à tarde.

O memorando de entendimento sobre cooperação no quadro da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” insere-se na vertente económica relativa à “Rota da Seda Marítima do século XXI” e foi assinado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelo diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (com estatuto ministerial), He Lifeng.

No texto deste compromisso, estão estabelecidas as modalidades de cooperação bilateral no âmbito da iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, abrangendo uma ampla gama de sectores, com destaque para a conectividade e para a mobilidade eléctrica.

Também na área económica, Augusto Santos Silva e o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, assinaram um memorando sobre cooperação em matéria de comércio de serviços.

No documento, salienta-se que Portugal e a China se comprometem no sentido de que “o comércio de serviços será, no quadro da realização da Comissão Mista Económica, um dos pontos de agenda de diálogo bilateral, abrangendo áreas como transportes, turismo, finanças, propriedade intelectual, tecnologia ou cultura”.

Espaço empresas

No âmbito empresarial foram assinados sete acordos, o primeiro dos quais um memorando de entendimento para a Implementação em Portugal do STARLAB – um laboratório de pesquisa de tecnologia avançada nos domínios do mar e do espaço.

Um projecto que envolve a portuguesa Tekever e a Academia Chinesa das Ciências que tem como objectivo “alargar a cooperação com outras entidades internacionais em áreas como a visão 4D, a exploração do espaço profundo, desenvolvimento de plataformas de satélites ou de tecnologias de monitorização e proteção dos oceanos”.

Outros acordos envolveram a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e a “COFCO International” (da área dos negócios agro-industriais) para o estabelecimento de um centro de serviços partilhados em Matosinhos, com uma previsão inicial de criação de 150 postos de trabalho; a Caixa Geral de Depósitos e o Banco da China, prevendo a emissão de dívida pública em moeda chinesa (Yuan), além de formas de cooperação bilateral em mercados terceiros no âmbito da chamada “Rota da Seda”; a EDP e a China Three Gorges no âmbito da responsabilidade social da empresa; e a State Grid e a REN para o desenvolvimento em investigação em energia, projectos de interconexão entre Portugal e Marrocos e criação de um programa de estágios internacionais.

Ainda no domínio empresarial foram assinados acordos entre o Banco Comercial Português e a Union Pay, e, igualmente, entre a MEO e a Huawei sobre o desenvolvimento da tecnologia 5G, tendo em vista permitir um aumento qualitativo do acesso à rede de banda larga móvel e comunicações com maior fiabilidade.

Cultura e ciência

Na cerimónia do Palácio de Queluz, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o seu homólogo chinês, Luo Shugang, assinaram um acordo para a programação de festivais culturais – área em que também se avançou para uma parceria entre a RTP e um grupo media da China para a produção conjunta de documentários.

Na ciência e Ensino Superior, Portugal e China têm agora um memorando de entendimento sobre a promoção de actividades de cooperação para o desenvolvimento de uma parceria, assim como acordos para o estabelecimento do Instituto Confúcio na Universidade do Porto e para a instalação de um Centro de Estudos Chineses na Universidade de Coimbra.

Portugal e China assinaram ainda um protocolo sobre requisitos fitossanitários para a exportação de uva de mesa portuguesa e um memorando de entendimento no domínio da água – dois acordos que foram assinados, respectivamente, pelos ministros da Agricultura, Capoulas Santos, e do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

De referir, ainda, o compromisso em torno de uma carta de intenções sobre cooperação entre as câmaras municipais de Tianjin e de Setúbal – documento que foi subscrito pelos autarcas Maria das Dores Meira e Zhang Guoqing.

6 Dez 2018

Portas do Entendimento | Aberto concurso público para obras de reparação

[dropcap]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) lançou um concurso público para a realização de obras de reparação das Portas do Entendimento.

Segundo o anúncio, publicado ontem em Boletim Oficial, as propostas devem ser entregues até 7 de Janeiro, sendo que no próximo dia 12 realiza-se uma sessão de esclarecimento sobre a empreitada.

O prazo máximo de execução da obra de reparação encontra-se fixado em 566 dias.

6 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | PM português fala de relação de confiança com China

[dropcap]O[/dropcap]primeiro-ministro afirmou hoje que Portugal, no quadro bilateral, ou no âmbito da União Europeia, é sempre um garante de uma relação de confiança com a China, que disse estar fundada em cinco séculos de convivência.

Esta posição foi transmitida por António Costa após ter estado reunido com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, no Palácio de Queluz, e de os dois governos terem assinado 17 acordos bilaterais.

António Costa disse que a visita de Estado a Portugal de Xi Jinping, que termina ao início da tarde, ocorre num “momento especialmente importante quando, no próximo ano, se celebram 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países e 20 anos após a devolução à China da administração do território de Macau.

“A nossa relação funda-se em mais de cinco séculos de convivência e numa confiança mutua que foi sendo confirmada e reafirmada. No quadro bilateral e da União Europeia, somos sempre um garante da relação de confiança com a República Popular da China”, sustentou o primeiro-ministro português, numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas.

De acordo com António Costa, na sequência desta visita de Estado de Xi Jinping a Portugal “estão criadas as condições para um novo reforço das relações bilaterais dos pontos de vista económico, cultural ou povo a povo”.
Depois, deixou uma referência à visita de Estado que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, efectuará em Abril próximo à China.

Dirigindo-se a Xi Jinping, António Costa afirmou: “A sua visita de Estado rapidamente será correspondida com a visita do nosso Presidente da República à China e seguramente com a continuação das relações muito intensas entre os nossos governos”.

Perante o Presidente da China, o primeiro-ministro deixou ainda mais uma referência elogiosa ao actual estado das relações luso-chinesas.

“Com a confiança que temos, em cada novo encontro, são dois passos à frente que conseguimos dar no nosso relacionamento cada vez mais profícuo entre nós”, acrescentou.

Depois das declarações conjuntas, num momento raro, porque fora do protocolo de Estado, o Presidente chinês e o primeiro-ministro português deram um demorado passeio a sós pelos jardins do Palácio de Queluz.

6 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | Vídeo de Marcelo a salivar torna-se viral

[dropcap]U[/dropcap]m vídeo de Marcelo Rebelo de Sousa tornou-se viral, depois do Presidente português ter sido captado a babar-se depois de cumprimentar Xi Jinping.

Após terminar o aperto de mão, surge da boca do presidente português um fio de saliva, que é imediatamente limpo com a mão. Segundo as imagens captadas em directo, o Presidente chinês apercebeu-se da situação.

6 Dez 2018

Parlamento | BE e PAN de fora da recepção ao Presidente chinês

[dropcap]O[/dropcap]Presidente chinês assinou ontem o nome e a data no livro de honra do Parlamento português, reuniu-se com o presidente da Assembleia da República e posou para fotografias, na ausência de BE e PAN.

O séquito chinês chegou pelas 10:52 e foi recebido por Ferro Rodrigues, na escadaria exterior, seguindo para os passos perdidos do parlamento, onde cumprimentou os vice-presidentes da Assembleia da República, os presidentes dos grupos parlamentares – à excepção de representantes bloquistas e do PAN -, o membros da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, os secretários da Mesa da Assembleia da República e a presidente do grupo parlamentar de Amizade Portugal-China.

“A República Popular da China é um dos nossos maiores parceiros comerciais, e os seus empresários são dos que mais apostam na nossa economia. Aqui investem e criam riqueza. Fazem-no agora, mas fizeram-no também em circunstâncias adversas”, continuou Ferro Rodrigues.

O segundo magistrado da nação realçou a “condição de país marítimo, de país de pontes” para declarar que Portugal se posiciona, “na comunidade internacional, enquanto “membro pleno e empenhado na União Europeia”, a favor de “cooperação” e “abertura”, em vez de “confrontação” e “isolamento”.

“É neste espírito que acompanhamos, com grande interesse, a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, ou não fosse Portugal um cruzamento entre a rota da seda terrestre e a roda da seda marítima. Muitas oportunidades podem surgir com esta iniciativa. Em particular, o crescimento do porto de Sines, com o enorme potencial de se tornar uma plataforma intercontinental e de acesso da China aos mercados europeus”, disse ainda Ferro Rodrigues.

6 Dez 2018

Moda | Designer Winky Chan mostra nova colecção esta sexta-feira

[dropcap]A[/dropcap] Associação para o Desenvolvimento da Mulher Nova de Macau promove, esta sexta-feira, um desfile de moda da estilista Winky Chan, com o nome “Fashion Reflection”. O evento acontece no espaço Jai Alai Avenue por volta das 19h00 e vai contar com manequins de vários países, além de apresentar diferentes performances, em colaboração com a Associação da Indústria da Música de Macau.

Winky Chan estudou design de moda e gestão na Universidade de Tecnologia de Tainan, estando actualmente a fazer uma formação em design de moda e manufacturas no Centro de Produtividade e Tecnologia de Macau. A estilista, natural de Macau, trabalhou com o designer Michel Langeno Winklaarr & Allan Vos em 2015, além de ter feito roupas para a cantora de Taiwan Zooey Wonder, um projecto desenvolvido em 2017.

As roupas que Winky Chan vai apresentar nesta colecção têm o tema futurismo como pano de fundo, estabelecendo um paralelismo com a tecnologia dos tempos modernos. A estilista recorreu ao uso de materiais pouco convencionais, “mostrando um novo estilo através dos tempos”.

5 Dez 2018

Sunday Show | LMA recebe este domingo espectáculo de variedades

[dropcap]É[/dropcap] já este domingo que o espaço de concertos Live Music Association (LMA) recebe o espectáculo intitulado “Sunday Show”, promovido pela 10 Marias – Associação Cultural.

De acordo com um comunicado, o espectáculo traz para Macau um conceito que começou a ser mostrado ao público no Bairro Alto, em Lisboa, em 2002. Nessa altura as tardes iniciavam-se por volta das 17h00 “com apresentação de Madunna e/ou La Monique, que iam introduzindo outras personagens e imprimiam o ritmo do espectáculo”.

“Começava assim um show, um mundo mágico de fantasia, glitter e trash, onde semanalmente os números se sucediam para puro deleite do público. Entre o famoso ‘Repeat’, onde todos interpretavam a mesma música, outras vezes a mesma dança, as temáticas iam mudando consoante o que se presenciava na realidade da altura”, recorda a associação.

Além disso, o “burlesco, a sátira ou simplesmente o absurdo eram dissecados tanto pelos artistas como pela audiência”. O espectáculo durou mais de dez anos, “marcou uma geração” e o evento que agora acontece no LMA pretende recordar isso mesmo. Nessa época, “por enfado ou falta de outras opções”, acabou por surgir “um núcleo duro de artistas e não artistas, ao qual se iam juntando outras pessoas, com o intuito de recriarem um ambiente de cabaret puro e duro onde, durante duas horas, a audiência estava entretida”.

Este ano “surgiu a vontade de celebrar os seus quase 20 anos, tanto em Lisboa como em Macau, onde se encontram as peças chave deste show de variedades”.

A iniciativa conta com apoios financeiros do Instituto Cultural de Macau, além dos apoios logísticos da Fundação Oriente, Fundação Macau e Casa de Portugal em Macau.

5 Dez 2018

Parceria chinesa dá oficina tecnológica ao Politécnico de Setúbal

[dropcap]O[/dropcap] IPS, Instituto Politécnico de Setúbal, inaugurou uma oficina Lu Ban em Indústria 4.0 no âmbito de uma parceria com uma escola chinesa financiada pelo Governo da província de Tianjin.

A nova oficina Lu Ban (nome de um antigo artesão chinês), que vai ser inaugurada durante a visita oficial de dois dias do Presidente da China a Portugal, corresponde a um investimento global de 500 mil euros. Trata-se da única oficina Lu Ban a ser instalada em Portugal e a sexta no mundo, depois da Índia, Reino Unido, Indonésia, Tailândia e Paquistão, os outros cinco países que já têm oficinas Lu Ban.

Segundo o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, a oficina Lu Ban vai permitir o desenvolvimento de novas competências, designadamente “nas áreas da automação da robótica e da informática aplicada ao processo produtivo”.

De acordo com o responsável do IPS, a oficina Lu Ban da Escola Superior de Tecnologia do IPS deverá também permitir o desenvolvimento de “metodologias de ensino e aprendizagem mais práticas e uma maior ligação à indústria da região, porque os equipamentos em causa também vão ser disponibilizados para projectos conjuntos com as empresas”.

Por outro lado, o IPS terá uma colaboração constante do corpo docente da Escola Vocacional de Mecânica e Eletricidade (EVME) de Tianjin, de quem passará a ser parceiro privilegiado.

“Estamos a falar da iniciativa da nova Rota da Seda, um programa do governo chinês de ocidentalização da sua economia, que, neste caso, é financiada pela escola chinesa de mecânica e electricidade e pelo governo de Tianjin”, disse Pedro Dominguinhos.

De acordo com o responsável do IPS, os novos parceiros chineses avaliaram também os politécnicos de Leiria e Lisboa antes de escolherem o IPS.  “A própria oficina Lu Ban prevê a produção de materiais para serem partilhados entre Portugal e a China e também o intercâmbio de docentes e estudantes da China para Portugal e de Portugal para a China”, frisou o presidente do IPS.

5 Dez 2018

Arbitragem internacional em Macau deve recrutar peritos na China e nos países lusófonos, defende Neto Valente

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação de Advogados de Macau defendeu hoje que a afirmação e a garantia de neutralidade de um Centro Internacional de Arbitragem no território deve passar pelo recrutamento de peritos na China e nos países lusófonos.

“Para termos uma arbitragem a sério em Macau, que é um território pequeno e onde todos se conhecem, e para respondermos à questão da neutralidade, precisamos de convidar peritos de fora para integrarem um painel internacional de árbitros, que devem vir tanto da China como dos países de língua portuguesa”, afirmou à Lusa Jorge Neto Valente.

Neto Valente falava à margem de um seminário sobre arbitragem de conflitos comerciais sino-lusófonos, que se prolonga até amanhã, e no qual participam, entre outros, os bastonários das ordens de advogados de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe.

O responsável, que foi reeleito na terça-feira presidente da Associação de Advogados de Macau (AAM), sustentou que “para Macau descolar como centro internacional de arbitragens, deve-se apostar no factor distintivo que é a relação entre a China e os países lusófonos”, bem como, por exemplo, “na promoção de cláusulas arbitrais nos contratos”.

“Uma necessidade”, para o advogado, até pelo facto de as trocas comerciais sino-lusófonas terem crescido dez vezes nos últimos 15 anos (dos quase dez mil milhões para os 103 mil milhões de euros), um dado sublinhado na intervenção do secretário-geral adjunto do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Casimiro de Jesus Pinto.

Já para o professor universitário e especialista em arbitragem internacional sino-lusófona, Fernando Dias Simões, “é importante que se perceba que Macau não deve competir com Hong Kong e Singapura”, centros de arbitragem internacional de grande peso na região asiática.

“É preciso fazer um caminho, aprender com Hong Kong” e aproveitar “vantagens como a língua, (…) a familiaridade legal e o facto de Macau pertencer à mesma família jurídica, (…) bem como questões como a baixa tributação”, argumentou durante uma das intervenções que marcou a abertura do evento.

O especialista ressalvou que “o quadro jurídico é importante, mas não decisivo”, e elogiou o facto de Macau estar a avançar com a revisão da lei da arbitragem: “é um sinal poderoso para o mercado que mostra que [o território] está na vanguarda do ‘software’ da arbitragem”.

5 Dez 2018

Comerciantes perspectivam arroz mais caro

[dropcap]A[/dropcap] redução da produção de arroz na Tailândia, principal origem de importação deste alimento para Macau, vai fazer com que os preços tenham de subir.

Actualmente, 90 por cento de todo o arroz consumido na RAEM vem deste país do sudeste-asiático, mas com as quebras na produção, dois produtores explicaram ao canal chinês da Rádio Macau que vão ter de reagir. Um disse que já aumentou o preço e que vai ponderar subir novamente o valor do arroz, depois de vender todo o stock.

Um outro comerciante admitiu que se a produção deste bem continuar a cair na Tailândia, que também vai ter de seguir o mesmo caminho e inflacionar os preços.

5 Dez 2018

Droga | Casal no MP após ter ido à PJ com a intenção de deixar o vício

[dropcap]U[/dropcap]m casal foi presente ao Ministério Público (MP) após ter ido à Polícia Judiciária (PJ) denunciar que consumia droga com o objectivo de deixar o vício.

O homem, de 45 anos, e a mulher, de 38, foram levados ao MP por consumo de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas depois de terem sido descobertos utensílios para consumo de droga em casa.

De acordo com a imprensa chinesa, o casal, que consome há pelo menos quatro anos, tem dois filhos com menos de cinco anos.

5 Dez 2018

Nova expansão do terminal de passageiros do aeroporto arranca no início do próximo ano

[dropcap]O[/dropcap] projecto de design e construção da extensão sul do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Macau (AIM) vai ser lançado no início do próximo ano. O objectivo passa por aumentar a sua capacidade para o patamar de 10 milhões de passageiros por ano.

O projecto vai ocupar uma área de 5.700 metros quadrados, com a extensão de três andares do existente edifício do terminal de passageiros para uma área total de 17.100 metros quadrados, indicou na segunda-feira a Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) em comunicado.

Após concluído, a capacidade global do terminal de passageiros vai aumentar para 10 milhões de passageiros por ano, sublinhou a CAM, dando conta de que o projecto prevê uma nova zona de partidas, de escritórios, bem como comercial e de restauração, entre outros. A ampliação do lado sul do terminal de passageiros tem lugar depois de a CAM ter dado como concluída, no início do ano, a expansão da zona norte. O Aeroporto Internacional de Macau recebeu, no passado, 7,16 milhões de passageiros, um valor recorde em 22 anos de operação.

5 Dez 2018

DSAJ e Associação Geral das Mulheres promovem Constituição Chinesa

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) vai cooperar, no próximo ano, com a Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) para criar uma plataforma de promoção da Constituição da China, da Lei Básica. e das leis de Macau. Em Janeiro começa o recrutamento de voluntários, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau.

Lo Cheng Peng, chefe do departamento de divulgação jurídica e relações públicas da DSAJ, referiu que são precisos anos para os trabalhos de divulgação da Constituição e da Lei Básica.

A mesma responsável apontou que perante o desenvolvimento tecnológico e com o evoluir dos tempos, as autoridades têm de arranjar formas diferentes de incentivar particularmente os jovens, tendo criado, entretanto, uma página no Instagram.

5 Dez 2018

China promete agir de forma célere para estancar guerra comercial com os EUA

[dropcap]A[/dropcap] China prometeu ontem agir de forma célere sobre os “pontos de consenso” alcançados com os Estados Unidos, de forma a estancar a guerra comercial entre os dois países.

“A China começará a implementação de pontos específicos sobre os quais um consenso foi alcançado, quanto mais cedo melhor”, disse o Ministério do Comércio em comunicado. Pequim vai “promover activamente a consulta”, acrescentou.

Os dois países estabeleceram uma trégua comercial, que vai adiar por 90 dias o aumento das taxas alfandegárias norte-americanas impostas sobre importações chinesas, depois de Donald Trump e Xi Jinping chegaram a acordo durante um jantar, no final da cimeira do G20, que decorreu entre sexta-feira e sábado, em Buenos Aires.

A administração norte-americana tinha anunciado que as taxas alfandegárias sobre importações chineses no valor de 200 mil milhões de dólares iam aumentar de 10% para 25% no início do próximo ano e Trump estava a considerar alargar o número de bens chineses que iriam sofrer esse aumento.

A Casa Branca acrescentou que se os dois lados não chegarem a acordo no prazo de 90 dias, então o aumento das taxas alfandegárias será aplicado.

O lado de Trump

O Presidente dos EUA, Donald Trump, não exclui a possibilidade de estender para além de 90 dias a trégua comercial estabelecida com a China. “As negociações com a China já começaram, a menos que sejam prorrogadas, terminarão 90 dias depois do nosso maravilhoso e acolhedor jantar com o Presidente Xi, na Argentina”, escreveu ontem Donald Trump na rede social Twitter.

Esta afirmação do Presidente dos EUA deixa em aberto a possibilidade de o prazo de tréguas comerciais com a China durar para lá do acordado limite de 90 dias.

Por outro lado, Trump esclarece que esse período de tréguas já começou, depois de a Casa Branca ter dito, na segunda-feira, que o prazo apenas teria início em Janeiro de 2019. Trump esclareceu ainda que o negociador do lado dos EUA será Bob Lightizer, um elemento adepto de uma posição dura perante a China.

5 Dez 2018

Marcelo Rebelo de Sousa visita China em Abril

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português anunciou ontem a assinatura de um memorando de entendimento bilateral sobre a iniciativa chinesa de investimento em infra-estruturas “Uma Faixa, Uma Rota” e uma visita à China no próximo ano, também nesse quadro.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio de Belém, após um encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, que adiantou depois que o chefe de Estado português irá estar presente na segunda edição do fórum “Uma Faixa, Uma Rota” e fará uma visita de Estado à China, em Abril.

O Presidente português considerou que a sua deslocação à China em 2019, “correspondendo a convite acabado de formular” por Xi Jinping, e “a assinatura de um memorando de entendimento” sobre a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” simbolizam a parceria entre os dois Estados.

“Simbolizam bem a parceria que desejamos continuar a construir, com diálogo político regular e contínuo, a pensar no muito que nos une”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações conjuntas com o Presidente chinês aos jornalistas, sem direito a perguntas.

Sobre a cooperação económica e financeira entre a China e Portugal, o chefe de Estado português descreveu-a como “forte”, acrescentando: “E queremos que seja sustentável e duradoura no futuro”.

No seu entender, também “pode e deve avançar” a cooperação luso-chinesa “na comunidade que fala português, até porque a língua portuguesa é uma das mais faladas no globo e porventura a liderante no hemisfério sul”.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “cooperação cultural, universitária, científica, tecnológica”, dizendo que “cresce de dia para dia”.

O Presidente português considerou que esta visita de Estado de Xi Jinping a Portugal “pode fazer história” e referiu que acontece “quase 40 anos depois” do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.

5 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | Marcelo dá como certa aliança luso-chinesa contra alterações climáticas

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português considerou ontem que as relações entre Portugal e a China vivem talvez o momento “melhor de sempre na história” e deu como certa uma aliança luso-chinesa numa “luta activa” contra as alterações climáticas.

“Tenho a certeza de que verei Portugal e China unidos numa luta activa e determinada pelo meio ambiente e no respeito pelos compromissos do combate às alterações climáticas”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no jantar oficial que ofereceu em honra do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, e da sua mulher, Peng Liyuan, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Nesta ocasião, o chefe de Estado reiterou que gostaria de ver Portugal e China “com uma cooperação internacional em defesa dos valores do multilateralismo, do direito internacional, do Estado de direito, da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos”, mensagem que já tinha deixado ontem à tarde, quando recebeu Xi Jinping no Palácio de Belém.

No discurso de cerca de sete minutos que fez neste jantar oficial, divulgado na página da Presidência da República na internet, Marcelo Rebelo de Sousa disse também que “gostaria de ver aumentar mais o comércio entre os dois países”.

“Ambos ganharíamos”, defendeu. “Gostaria de ver Portugal e China com uma troca de investimentos que dê continuidade ao esforço iniciado poucos anos atrás”, acrescentou.

O Presidente português manifestou ainda a vontade de ver os dois países “mais próximos no conhecimento dos seus povos, na educação, na ciência, na cultura”, salientando que pela parte portuguesa é rejeitada “uma visão mercantil” das relações bilaterais.

No seu entender, este momento preciso das relações luso-chinesas é, “porventura, o melhor de sempre na história” e antevê-se um “futuro promissor”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a China e Portugal mantiveram “um relacionamento exemplar no passado”, que é “novamente exemplar no presente”.

Macau, o elo de ligação

Relativamente a Macau, sustentou que “foi sempre um elo de ligação” e “nunca um motivo de separação ou desentendimento” entre os dois países, “por nunca ter sido uma possessão colonial, mas sim o resultado de um entendimento sereno que portugueses e chineses sempre souberam respeitar”.

O chefe de Estado português declarou que Portugal se orgulha de “ser o país do hemisfério ocidental com a relação ininterrupta mais longa com a China” e de “nunca Portugal e China terem tido um único conflito militar”.

“Nem sempre estivemos de acordo, mas sempre soubemos dialogar, na diferença de opiniões, valorizando o que mais nos unia e relativizando o que nos separava. São raros os exemplos do mundo de duas nações com uma história comum tão antiga e, simultaneamente, tão amistosa”, realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa falou a Xi Jinping do “fascínio especial e profundo” que a China exerceu sobre os portugueses, desde logo, no mundo literário, recorrendo a excertos de obras de Fernando Pessoa e de Eça de Queiroz.

Mais à frente, para expressar “confiança no futuro,” citou frases de Confúcio – “Transmito, não invento nada. Confio e respeito o passado” – e de Lu Xun – “Crê apenas nos que têm dúvidas” e novamente de Eça: “Tudo tem havido na China, nestes últimos dez mil anos mais chegados – excepto um pessimista”.

No final, pediu a todos que se juntassem num brinde pelo Presidente Xi Jinping e pela sua mulher, “pela prosperidade dos povos de Portugal e da China, e pelo constante desenvolvimento da amizade e da parceria luso-chinesa”.

5 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | PR chinês sublinha “pontos de convergência e interesses comuns”

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês voltou a destacar ontem à noite os “pontos de convergência e interesses comuns” entre Portugal e a China, no discurso do jantar oficial oferecido pelo seu homólogo português e que decorreu no palácio da Ajuda.

“Os pontos de convergência e os interesses comuns no aprofundamento das relações bilaterais estão a aumentar constantemente, e a amplitude e a profundidade da nossa cooperação são inéditas”, sublinhou na intervenção, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa.

No início do discurso, uma versão escrita a que a Lusa teve acesso, e após os agradecimentos formais, o líder chinês destacou a “história e civilização longa” a “herança cultural rica” de Portugal, e definiu o povo português como “trabalhador, sábio, aberto e inclusivo” com espírito empreendedor e pioneiro”, contribuindo “para o progresso da humanidade e ao intercâmbio entre as culturas orientais e ocidentais”.

Xi Jinping recordou a chegada dos portugueses à China, recordou Tomás Pereira “que introduziu na China estudos e conhecimentos ocidentais”, José de Espinha, que “ocupou o cargo de director do departamento de astronomia durante a dinastia Qing” ou a introdução na Europa, pelos portugueses, da “porcelana com heráldica”.

O líder chinês assinalou ainda a importância do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais em 1979, a forma como os dois países, em 1999, “resolveram de forma apropriada a questão de Macau através de consultas amigáveis”, ou o estabelecimento pelos dois países em 2005 da Parceria Estratégica Global.

No seu discurso, o chefe de Estado chinês congratulou-se com o “enriquecimento do conteúdo estratégico das relações sino-portuguesas”, existência de uma “confiança política mútua” e uma “cooperação pragmática” em vários domínios.

Xi Jinping, após citar um provérbio chinês e fazer referência às “mil e uma maneiras de cozinhar bacalhau” em Portugal, enfatizou a “capacidade de aceitar e aprender tudo que é bom e inovar com base nisso” e que “está nos genes das culturas chinesa e portuguesa”, uma “força motriz originar que os chineses e portugueses dispõe para criar um futuro brilhante”.

Ao recordar os 40 anos de relações diplomáticas que se celebram em 2019, o Presidente da China desejou “um bom uso dessa oportunidade” pelo “reforço da confiança política mútua”, uma “maior sinergia entre as estratégias de desenvolvimento na perspectiva do projecto “Uma Faixa e Uma Rota” e que perspectiva uma “nova jornada de desenvolvimento” na Parceria estratégica bilateral.

O discurso terminou com um brinde “à prosperidade da República Portuguesa”, à “amizade entre os povos de Portugal e China”, à “saúde” do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e à de “todos os amigos presentes”.

5 Dez 2018

Xi Jinping em Portugal | Marcelo defende trabalho conjunto pelo multilateralismo e direitos humanos

[dropcap]O[/dropcap] Presidente português defendeu ontem que China e Portugal podem trabalhar em conjunto pela valorização do direito internacional, desde logo, nas Nações Unidas, pelo multilateralismo e pelos direitos humanos.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na Sala das Bicas do Palácio de Belém, após um encontro com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que iniciou ontem uma visita de Estado a Portugal, concentrada em Lisboa, que termina hoje.

O chefe de Estado referiu que os dois países estão “longe em termos geográficos” e têm “aliados muito diferentes”, mas defendeu: “Isso não nos impede de trabalharmos em conjunto para a valorização do papel do direto internacional, das organizações internacionais, a começar nas Nações Unidas”.

“Nem de defender o multilateralismo, os direitos humanos, a resolução pacífica dos conflitos. Nem de apoiarmos o livre comércio e as pontes de entendimento entre Estados e povos. E estarmos em permanência atentos ao ambiente e às alterações climáticas”, acrescentou.

Em nome de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa saudou Xi Jinping e disse-lhe: “Esta sua primeira visita de Estado a Portugal pode fazer história. Contribuirá mesmo para a felicidade dos nossos dois povos. Sinta-se em sua casa, tal como nós nos sentimos”.

Sem perguntas

Nestas declarações conjuntas com Xi Jinping aos jornalistas, sem direito a perguntas, o Presidente português considerou que “o mundo de hoje exige que os povos e os Estados superem as naturais diferenças de história, de cultura, de visão da sociedade e criem condições para mais paz, mais segurança, mais justiça”.

No quadro global, descreveu Portugal como um país situando num “estratégico canto da Europa e que dele e das ilhas do Atlântico olha para as Américas e para África, com comunidades importantes em todo o universo”.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que Portugal está “presente através dos seus melhores em posições de liderança nas Nações Unidas, na Organização Internacional das Migrações (OIM), na União Europeia e na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.

“Estamos longe em termos geográficos, temos instituições e também aliados muito diferentes, pertencemos a realidades regionais diversas. Isso não nos impediu de conviver harmoniosamente em Macau há cinco séculos e de estreitarmos, no passado, como no presente, frutuosos conhecimento e amizade”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu ontem Xi Jinping e a sua mulher, Peng Liyuan, à entrada do Palácio de Belém pelas 16h05, após uma cerimónia de boas-vindas na Praça do Império, em Lisboa. Seguiu-se um encontro a três, depois alargado às delegações portuguesa e chinesa, e pelas 17h15 os dois presidentes fizeram cada um uma declaração perante a comunicação social, nas respectivas línguas, sem direito a perguntas dos jornalistas.

Xi Jinping assumiu a presidência em 2013 e é o quarto chefe de Estado da China a visitar Portugal, depois de Hu Jintao, em 2010, de Jiang Zemin, em 1999, e de Li Xiannian, em 1984.

5 Dez 2018

Jorge Neto Valente reeleito presidente da Associação de Advogados de Macau

[dropcap]O[/dropcap] advogado Jorge Neto Valente foi ontem reeleito presidente da Associação de Advogados de Macau (AAM), numas eleições às quais concorreu apenas uma lista e que registaram a maior participação de sempre.

“Foi a maior votação de sempre, nunca houve tanta gente a votar”, afirmou à Agência Lusa o advogado, eleito para um novo mandato de dois anos à frente da AAM.

Dos cerca de 400 advogados a exercer em Macau, um quarto dos quais portugueses, 242 votaram a favor, verificando-se ainda oito votos nulos.

Ao lembrar que só concorreu uma lista, “o que leva a uma certa desmotivação”, Neto Valente acentuou que “os votantes foram aqueles que quiseram mostrar que queriam esta solução e não outra”.

“Tecnicamente bastava um voto, mas apareceram mais de 200 pessoas que quiseram voluntariamente votar nas pessoas que se apresentaram, apesar de ser uma lista única”, disse o advogado português, a viver em Macau há 48 anos e que preside à associação desde 2002, depois de ter ocupado o cargo entre 1995 e 2000.

Neto Valente aludia à intenção manifestada pelo advogado Sérgio Almeida Correia de entrar na corrida à presidência da AAM, da qual desistiu a 30 de Outubro passado, invocando que essa disponibilidade tinha gerado “um clima de receio” sobre as suas motivações.

O presidente reeleito da AAM afirmou esperar que este seja o último mandato à frente da associação. “Se aparecer algum candidato que eu veja que reúne o consenso da classe, facilmente cedo o lugar. É preciso é que haja alguém que não divida a classe”, rematou.

Entre as actividades previstas para 2019 destacam-se a realização de um congresso de advogados de Macau, um seminário sobre o papel de Macau na Mediação Civil e Comercial entre entidades da China e dos Países de Língua Portuguesa, a dinamização da União de Advogados de Língua Portuguesa (UALP), bem como o reforço da cooperação com as associações de advogados da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

5 Dez 2018

Hierofante Púrpura – “Lânguida Luz”

“Lânguida Luz”

Essa força que me toma
é de um Deus
que nasceu
dentro da flor

Desabrochou em mim
e se fez assim
lânguida cor

Uma mistura branca
castanho
e laranja
cheirei
devaneei
nas curvas daquela fumaça azul
que me completou
me completou
completo!

Eu cogumelo
fui sapo
fui lobo
via Lua
vi Sol
eu fui eu fui
eu vi eu vi
eu fui no topo da colina de pedras

Magnéticas pedras.

Hierofante Púrpura

5 Dez 2018

Documentário de tributo aos macaenses em competição no festival Sound&Image

[dropcap]S[/dropcap]essenta anos separam as imagens documentadas em “Caminhos Longos”, uma “história de amor e encontros” e um tributo “a todos os macaenses”, em competição no festival Sound&Image de Macau, que arranca hoje.

Com imagens de Macau, em 1957 e em 2017, o documentário, um dos 13 em competição na 9.ª edição do Sound&Image, é uma “história baseada na infância” do realizador António Lemos Ferreira, filho de pai português e mãe macaense, que voltou no ano passado à terra onde nasceu, mas onde “tudo está diferente”, declarou.

“O nome é baseado no título de um filme de longa-metragem que o meu pai fez naquela altura, em Macau, quando eu tinha quatro anos. O primeiro e único durante muito tempo filmado a oito milímetros (8mm)”, lembrou, à margem da conferência de imprensa que antecedeu a inauguração do festival, já a decorrer no teatro D. Pedro V.

Depois de anos emigrado em Moçambique e Portugal, o realizador voltou no ano passado a Macau e filmou “exactamente os mesmos sítios”, moldados pelo tempo e pelo próprio olhar. “É uma história de uma família de Macau, o encontro de várias culturas, uma história de amor, ao fim ao cabo” e é “dedicado a todos os macaenses”, descreveu.

Sem apoios ou patrocínios, o documentário foi “feito em termos familiares” e filmado entre Portugal, com a camada mais “jovem da família”, e Macau com a “mais idosa”, detalhou.

Um dia antes, é exibida a animação “Rácio entre dois volumes”, da portuguesa Catarina Sobral, um dos 84 trabalhos finalistas entre mais de quatro mil candidaturas.

Com duas personagens verdadeiramente opostas, o filme é um “retrato irónico” de “dois extremos no modo de sentir e agir perante o mundo”, disse, na mesma ocasião, a artista portuguesa, com dez livros infantis publicados em 13 línguas.

Trazer o filme a Macau é uma mistura daquilo que a própria sentiu ao visitar pela primeira vez o território: a presença portuguesa chegar tão longe e ser “tão profunda ainda”, afirmou, “é bom e simbólico”.

Portugal é um dos países com maior representação no festival, que vai apresentar também trabalhos da Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Irão, Malásia, República Checa, Rússia, Síria, entre outros.

O festival de curtas-metragens, que arrancou com o documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, termina no domingo, com a entrega dos prémios.

O grande júri será presidido por Miguel Dias, um dos directores do Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, pelo diretor de informação e programas dos canais portugueses da TDM, João Francisco Pinto, e pelo realizador e produtor Detsky Graffam.

4 Dez 2018

IFFAM | Projectos de Tracy Choi e Chao Koi Wang seleccionados para prémio

[dropcap]D[/dropcap]uas produções de Macau, “Lost Paradise”, da autoria de Tracy Choi e “Wonderland”, de Chao Koi Wang, fazem parte do grupo de 14 projectos cinematográficos seleccionados para o prémio Project Market, integrado na terceira edição do Festival Internacional de Cinema de Macau (IFFAM, na sigla inglesa).

De acordo com um comunicado oficial, as 14 produções, que ainda não estão finalizadas, são “promissoras”.

Este ano a organização do IFFAM decidiu atribuir quatro prémios, no valor total de 40 mil dólares americanos, ao invés dos três que foram atribuídos nos anos anteriores. Na lista constam ainda produções de Singapura, Espanha, Argentina, China, Hong Kong e Reino Unido, entre outros.

4 Dez 2018